BOLETIM CUSTOS E PREÇOS Fevereiro de 2014 Milho: Em fevereiro, os preços do milho apresentaram fortes altas no mercado interno, devido, principalmente, às condições climáticas adversas em muitas regiões do Brasil, que implicaram em atraso da colheita de verão e do cultivo da segunda safra. A demanda firme nas últimas semanas do mês passado também motivou a reação dos valores do cereal. O Indicador ESALQ/BM&F/Bovespa fechou o mês em R$ 33,95/saca de 60 kg, uma forte variação positiva de 27,39%. Em Sorriso (MT), o preço do produto apresentou aumento de 8,3% em relação a janeiro, sendo comercializado a R$ 20,03/saca de 60 quilos. Em Unaí (MG), o preço do grão em fevereiro aumentou 8,2% na comparação com o mês anterior, vendido a R$ 26,03/saca. Em relação a fevereiro do ano passado, ocorreu desvalorização de 10,6%. Em Londrina (PR), a cotação média da saca de 60 quilos aumentou 6,3% em relação a janeiro, com a saca comercializada a R$ 24,82, o que não foi suficiente para cobrir a desvalorização de 11,3% se comparado com fevereiro de 2013. A empresa Lanworth reduziu, em seu último relatório, a estimativa para a produção total de milho do país a 70,6 milhões de toneladas, contra 71,6 milhões da projeção anterior. O tempo quente e seco em janeiro e no início de fevereiro resultou em perdas em Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, na primeira safra, estimada agora em 31,4 milhões de toneladas, segundo a Lanworth. A projeção para a segunda safra ficou em 39,1 milhões de toneladas, por conta de menores produtividades esperadas em Goiás e Mato Grosso. Na temporada passada, o Brasil colheu um recorde de 80,9 milhões de toneladas de milho, de acordo com dados oficiais. Segundo estimativas do IGC (Conselho Internacional de Grãos), as safras globais de milho podem ter uma queda em 2014/2015, com a redução da produtividade. A safra 2014/15 deve ficar 1% menor que a safra recorde anterior, de 959 milhões de toneladas. A produção mundial para 2013/14 foi mantida em 959 milhões de toneladas, sem revisões significativas. Entretanto, a previsão para o consumo mundial foi elevada em 4 milhões de toneladas, para 932 milhões. De acordo com dados divulgados pelo World Agricultural Outlook Board (WAOB), os estoques de passagem mundiais de milho, para a safra 2013/2014, estão estimados em 157,3 milhões de toneladas, 17,4% superior aos da safra 2012/2013 (134 milhões de toneladas). A estimativa para o consumo mundial passou de 861,62 milhões para 943,33 milhões de toneladas, aumento de 9,48%. A previsão da relação estoque/consumo, em fevereiro, 1 ficou em 16,67%, apenas 0,2% superior a media registrada nos últimos cinco anos (16,47%). Soja: Mesmo diante das incertezas sobre o real tamanho da safra brasileira, conforme informações do Cepea, os preços subiram em fevereiro e compradores começam a resistir em pagar os atuais valores. O Indicador ESALQ/BM&F/Bovespa (produto transferido para armazéns do Porto de Paranaguá) subiu 8,02%, fechando o mês a R$ 68,20/saca de 60 kg. Em Sorriso (MT), a saca de soja foi comercializada, em média, a R$ 53,55, alta de 2% em relação a janeiro, quando o preço médio alcançou R$ 52,50. Comparando com o mesmo período do ano anterior, observa-se uma recuperação de 14,3% na cotação média do grão. Em Londrina (PR), a soja foi comercializada ao preço médio de R$ 66,09, aumento de 4,1% em relação ao preço praticado no mês anterior. Na comparação com fevereiro de 2013, os preços subiram, em média, 13%. A previsão da safra de soja no Brasil foi reduzida para 87,7 milhões de toneladas na temporada 2013/2014, ante as 90,2 milhões de toneladas da projeção anterior, por conta do tempo seco e quente no início do ano nos estados do Sul e Sudeste, de acordo com relatório publicado pela empresa Lanworth. Ainda segundo a Lanworth, as perdas no Sul e no Sudeste somente não resultaram em perda maior para a safra brasileira porque no Centro-Oeste, região que responde por quase metade da safra nacional, houve um aumento de 2% na previsão. A consultora alemã Oil World também reduziu a previsão da safra brasileira de soja 2013/2014, projetada em 84 milhões de toneladas. Pesou decisivamente na estimativa a preocupação com o impacto do clima na produção da oleaginosa no Brasil, estiagem prolongada em diversos estados produtores, e chuva excessiva no Mato Grosso – o principal fornecedor do país. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 2,79 milhões de toneladas de soja em fevereiro, volume recorde para o mês e quase três vezes mais que o embarcado no mesmo período de 2013. Especialistas dizem que a demanda por soja segue muito aquecida no mercado global, particularmente dos compradores chineses. A Secex apontou uma queda no preço médio da soja exportada para 497 dólares por tonelada no mês passado, contra 538 dólares em fevereiro de 2013. Mesmo assim, com um volume bem maior, o país faturou 1,386 bilhão de dólares com as vendas de soja ao exterior em fevereiro, ante 517 milhões de dólares há um ano. Não só o Brasil, mas também Argentina e Paraguai seguem amargando prejuízos por conta das condições climáticas adversas. Segundo informações de produtores, as perdas já se aproximam de 40% nas lavouras mais tardias. Os problemas com a oferta não vêm somente da América do Sul e, a cada dia, a escassez do produto nos Estados Unidos ganha mais atenção dos investidores, principalmente no mercado internacional. A atual projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) é de que o Brasil exporte, na safra 2013/2014, 41,1 milhões de toneladas. No entanto, o volume de soja comprometido já passa de 43 milhões de toneladas. Os embarques efetivos já somam mais de 35 milhões de toneladas e o ano comercial se encerra somente em agosto. 2 De acordo com o USDA, as estimativas, em fevereiro, para os estoques finais de soja, estão em 73,1 milhões de toneladas, aumento de 24,64% em relação aos volumes registrados na safra anterior (58,65 milhões de toneladas). A estimativa de consumo passou de 258,48 milhões para 269,34 milhões de toneladas, elevação de 4,2% em relação ao ano anterior. Consequentemente, a relação estoque/consumo ficou em 27,11%, 3,59 pontos percentuais acima da média registrada nas últimas cinco safras. Feijão: Os preços de comercialização do feijão oscilaram em fevereiro. A saca do tipo carioca, que chegou a ser encontrada por R$ 60 no início do mês, foi vendida por R$ 157,00 na bolsinha paulistana na última semana. Dois fortes fatores influenciaram esta elevação de preços: a Aquisição do Governo Federal (AGF) e a estiagem. O quadro de oferta e demanda do feijão carioca na bolsinha fechou o mês com crescimento significativo, 50% acima dos meses anteriores, enquanto a oferta ficou 15% abaixo do realizado anteriormente. Em Unaí (MG), o feijão carioca foi comercializado ao preço médio de R$ 86,72, valor 15,7% superior ao registrado em janeiro. Em relação a fevereiro de 2013, houve desvalorização de 56,8% no preço da saca de 60 quilos. Os preços do feijão preto apresentaram expressiva elevação. O Brasil continua a depender da produção externa e o próximo fornecedor será a Argentina, cuja colheita começa a partir de maio. Na Bolsinha de Cereais de São Paulo, a saca do produto extra nacional esteve cotada a R$ 181,00. Café: As cotações do café arábica subiram com força em fevereiro, impulsionadas pelo clima quente e seco em todas as regiões produtoras. A queda do dólar frente ao real impediu que os preços do café evoluíssem ainda mais. Os lotes de café arábica mais fracos em bebida e aspecto, assim como os médios, começaram a ter seus preços reajustados no final de fevereiro. No último dia do mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor (posto na capital paulista), fechou a R$ 412,67/saca de 60 kg, expressivo aumento de 36,05% em relação a janeiro. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o preço do produto valorizou 22,6%, com a saca sendo cotada a R$ 330,00. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o preço do produto aumentou 9,2%. A cotação média da saca de café em Ribeirão do Pinhal (PR) ficou em R$ 334,71 em fevereiro, 27,4% superior a janeiro. Em relação a fevereiro de 2013, a valorização foi de 9,5%. Em Iúna (ES), a cotação da saca de café subiu 3,6%, comercializada a R$ 227,24. Se comparado com o mesmo mês de 2013, houve queda de 17,3% no preço da saca de café. Em Santa Rita do Sapucaí (MG), a saca do produto foi comercializada a R$ 350,59, 24,4% a mais do que no mês anterior. Já na comparação com fevereiro de 2013, a elevação foi de 13,5%. De acordo com informações do Cepea, a seca deste ano já preocupa, inclusive, o desenvolvimento da safra 2015/2016. Isso porque a falta de umidade pode debilitar as plantas, podendo interferir no vigor e na produtividade dos cafezais. A baixa remuneração nos dois últimos anos também deve ter desestimulado os investimentos, o que pode resultar em menor resistência das árvores. Dados divulgados pela Secex/MDIC indicam que as exportações brasileiras de café em grão obtiveram receita de US$ 362,1 milhões em fevereiro, com média diária de US$ 18,1 milhões, em 20 dias úteis. O volume embarcado totalizou 3 2,602 milhões de sacas de 60 quilos, com média diária de 130,1 mil sacas. O preço médio foi de US$ 139,10 por saca em fevereiro. Na comparação com janeiro de 2014, as exportações de café subiram 17,4% no valor médio diário (US$ 15,4 milhões) e 12,5% na quantidade média diária (115,7 mil sacas), enquanto o preço médio subiu 4,4% (US$ 133,20). Com relação a fevereiro do ano passado houve uma queda de 10,1% em receita média diária (US$ 20,1 milhões), mas aumento de 23,5% na quantidade média diária (105,4 mil sacas) No cenário externo, cabe destacar o aumento de 40% na colheita de café na Colômbia, que, em fevereiro, superou as 874 mil sacas de 60 quilos, como resultado do esforço institucional de renovação do parque cafeeiro e aumento da produtividade nos últimos anos. A produtividade média dos cafezais aumentou, passando de 11,1 sacas de café verde por hectare produtivo, em 2012, para 14,1 sacas/hectare no fechamento de 2013, crescimento de 27%, segundo informações da Federação Nacional de Produtores de Café da Colômbia. A recuperação na produção de café está em sintonia com o aumento nas exportações totais, que nos últimos 12 meses chegaram a 10,1 milhões de sacas, 35% a mais que as 7,5 milhões de sacas vendidas nos mercados internacionais há um ano. Algodão: A baixa demanda interna e a disparidade entre o preço ofertado pelo comprador e o pedido pelo produtor limitaram as negociações da pluma em fevereiro, segundo pesquisadores do Cepea. Nesse cenário, os preços recuaram no mercado brasileiro. Apesar da retração de parte dos cotonicultores, comerciantes foram mais flexíveis quanto aos preços de venda. A menor paridade de exportação também pressionou os valores no Brasil. De acordo com dados divulgados pela Conab, o valor médio da comercialização em fevereiro, R$ 74,20/@, ficou 1,5% inferior ao registado no mês anterior (R$ 75,33/@), porem 18,2% superior ao registrado no mesmo mês de 2013 (R$ 62,77). Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o preço médio da arroba apresentou ligeiro aumento de 0,6% em relação ao mês anterior, sendo cotado a R$ 73,04. Com relação a fevereiro de 2013, a cotação da arroba de algodão aumentou 24,8%. Poucas negociações ocorreram no mercado mundial da pluma de algodão. As cotações internacionais seguiram em queda, porém a média mensal foi superior à observada em janeiro. Uma justificação para a retração da demanda seria a desvalorização da moeda chinesa frente ao dólar, uma vez que, com menor poder de compra, a atuação da China como compradora no mercado internacional fica dificultada. Ademais, cabe considerar a redução nas exportações americanas neste mês. Ainda no cenário internacional, cabe mencionar as projeções do Comitê Internacional do Algodão (ICAC), que estima que a produção mundial da fibra chegará a 25,75 milhões toneladas na temporada 2013/2014, ante 26,83 milhões na safra 2012/2013. O consumo mundial de algodão deve totalizar 23,60 milhões de toneladas na safra 2013/2014, pouco mais que as 23,34 milhões de toneladas consumidas no período 2012/2013. As exportações para a safra 2013/2014 foram projetadas em 8,58 milhões de toneladas, ante 10,03 milhões da temporada 2012/2013. Já os estoques finais para 2013/2014 foram previstos em 19,93 milhões de toneladas, ante 17,78 milhões de toneladas da safra 2012/2013. 4 Segundo estimativas divulgadas em janeiro pelo USDA, os estoques de passagem mundiais de algodão, para 2013/2014, são de 21 milhões de toneladas, aumento de 8,2% em relação à safra passada (19,41 milhões de toneladas). A previsão de consumo mostrou um leve aumento de 2,9%, passando de 23,16 em 2012/2013 para 23,84 milhões de toneladas em 2013/2014. Desta forma, a relação estoque/consumo ficou em 88,12%, valor bem superior à média das últimas cinco safras, que é de 46,47%. Arroz: Segundo pesquisadores do Cepea, a fraca demanda pelo arroz beneficiado nos grandes centros consumidores e o início da colheita da safra 2013/2014 são os principais fatores para a baixa liquidez e queda nos preços. Indústrias mostram pouco interesse pelo arroz em casca, alegando ter estoque suficiente. Do lado vendedor, orizicultores ainda ofertam poucos lotes. Em fevereiro, o Indicador ESALQ/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&F/Bovespa (Rio Grande do Sul, 8% grãos inteiros) registrou queda de 5,78%, fechando a R$ 34,42/saca de 50 kg. Na cidade de Uruguaiana (RS), o produto foi comercializado ao preço médio R$ 36,01 em fevereiro, retração de 1,2% em relação a janeiro, porém 7,2% superior a fevereiro de 2013. Considerando os municípios produtores do Rio Grande do Sul, observou-se uma queda de 4,18% nos preços médios pagos ao produtor. Entretanto, com relação a fevereiro do ano passado, a valorização foi de 6,01%, estando o arroz em casca cotado a R$ 33,89, a saca de 50 kg. Em Mato Grosso, o preço médio do produto desvalorizou 17,23% em relação ao mês de janeiro e, no ano, acumulou desvalorização de 22,69%, com o produto cotado no patamar de R$ 32,43 a saca de 50 kg. No mercado de arroz tailandês, o preço do grão desvalorizou 1,55% em fevereiro. No ano, a retração foi de 20,54%, o que demonstra o insucesso da política tailandesa de formação de estoques. No mercado de arroz americano, o preço do produto recuou 1,69% no mês e 7,94% no ano. Em fevereiro, a cotação média do produto indiano apresentou elevação de 2,4%. Porém, na comparação com fevereiro de 2013, a retração foi de 4,5%. De acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas da China, o país importou cerca de 2,2 milhões de toneladas de arroz em 2013, redução de 6,4% em comparação com 2012, quando o volume importado foi de 2,35 milhões de toneladas. No entanto, o USDA prevê que a China importará cerca de 3,2 milhões de toneladas de arroz no ano safra 2013-2014, queda de 5,9% em comparação com estimativas anteriores, de 3,4 milhões de toneladas. Na mesma temporada, o país deverá consumir 146 milhões de toneladas, alta de 1,4% em relação à temporada 2012-2013, que foi estimada em 144 milhões. Além disso, a produção deverá recuar 1%, passando de 143 milhões de toneladas em 2012-2013, para 141,5 milhões na temporada atual. Segundo estimativas divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em fevereiro, os estoques de passagem mundiais do cereal na safra 2013/2014 (105,03 milhões de toneladas) ficaram 1,73 inferiores em relação à última safra (106,85 milhões de toneladas). A estimativa do consumo mundial registrou crescimento de 1,4%, passando de 466,79 milhões para 473,33 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque/consumo ficou em 22,19%, mantendo-se no mesmo patamar registrado nas últimas cinco safras. 5 Cacau: Segundo o consultor Thomas Hartmann, na última semana de fevereiro, os fundos especulativos tentaram impulsionar os preços do cacau para cima. No entanto, as tentativas foram frustradas pelo interesse por parte dos compradores, tanto do ponto de vista especulativo quanto do comercial. Os preços no mercado produtor da Bahia foram cotados na faixa de R$102,00 a R$ 107,00/arroba. A cotação média da arroba de cacau em Ilhéus (BA) e em Gandu (BA) registrou aumento de 2,9% em relação a janeiro, sendo comercializada a R$ 103,58. Em relação ao mesmo período de 2013, houve valorização de 71,8% na cotação do produto. De acordo com boletim divulgado pela TH Consultoria e Estudos de Mercado, a safra temporã de cacau (maio a setembro) na Bahia está estimada entre 66 mil e 78 mil toneladas. Já os outros estados deverão produzir, na temporada intermediária, de 30 mil a 36 mil toneladas. Conforme a TH, o clima segue favorável para o desenvolvimento da safra, e, se não for adverso nos próximos dois meses, a colheita deverá ficar próxima dessas projeções. Segundo dados do boletim, a safra intermediária na Bahia no ano passado totalizou 54,2 mil toneladas e, em outros Estados, 29,287 mil toneladas. Assim, o chamado “temporão” nacional somou 83,487 mil toneladas, 39,52% a menos do que em 2012. Nova projeção da Organização Internacional do Cacau (ICCO) elevou o déficit da amêndoa na safra 2013/2014, que começou em 1º de outubro, de 70 mil toneladas para 115 mil toneladas. Conforme a Organização, os estoques ao término do ciclo devem totalizar 1,547 milhão de toneladas, menos do que o volume de 1,662 milhão de toneladas observado no final de 2012/2013. A produção mundial deve alcançar 4,104 milhões de toneladas, acima das 3,942 milhões de toneladas da última temporada. Ainda segundo a ICCO, a relação estoque/uso deve ficar em 40,8% na atual safra. Boi: Segundo pesquisadores do Cepea, no mês de fevereiro, os preços da arroba do boi gordo permaneceram firmes, sustentados principalmente pela oferta reduzida de animais e pelo bom desempenho das exportações. Ao longo do mês, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&F/Bovespa (estado de São Paulo) bateu consecutivos recordes nominais e registrou alta de 4,67%, passando de R$ 115,06, em janeiro, para R$ 120,43 em fevereiro. Mesmo com a volta das chuvas com maior intensidade em algumas regiões produtoras nos últimos dias, as perdas dificilmente serão recuperadas no curto prazo. Quanto à demanda interna, os altos patamares de preços no atacado paulista têm inibido o consumo de carne bovina. No Rio Grande do Sul, o preço médio da arroba aumentou 4% em relação a janeiro, comercializado a R$ 121,05. Comparando com o mesmo mês do ano anterior, o preço médio da arroba valorizou 25,6%. Em São Paulo, o preço médio do boi gordo aumentou 3,7% em fevereiro em relação ao mês anterior, sendo vendido a R$ 117,28 a arroba. Considerando o mesmo mês do ano anterior, o aumento foi de 20,8%. Em Mato Grosso, a arroba do boi foi cotada, em média, a R$ 102,01, valorização de 4,1% em relação ao preço registrado no mês anterior e de 19,9% em comparação com fevereiro de 2013. O preço médio da arroba em Goiás alcançou R$ 104,81 em fevereiro, aumento de 1,3%, em relação a janeiro, e de 20,2% em relação ao mesmo período de 2013. 6 Conforme informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o poder de compra do pecuarista aumentou consideravelmente na relação de troca entre a arroba do boi e o sal mineral, possibilitando um melhor desempenho produtivo desses animais. Na comparação anual, a saca de 30 kg de sal P apresentou valorização de 2,06%, partindo de R$ 51,97, em janeiro de 2013, para R$ 53,04, em janeiro de 2014. Nesse mesmo período, a arroba cresceu 15,16%, saindo de R$ 84,52 para R$ 97,33. Dados divulgados pela Secex/MDIC apontam que, nos primeiros 15 dias úteis de fevereiro, os embarques da carne bovina in natura acumularam média diária de 5,7 mil toneladas, o que corresponde a um crescimento de 19% em relação a janeiro (média diária de 4,8 mil toneladas), e de expressivos 36% sobre a quantidade embarcada diariamente em fevereiro do ano passado (4,2 mil toneladas). Leite: Após os consecutivos aumentos no ano passado, a queda na produção de leite em fevereiro esteve atrelada, principalmente, à seca nos estados da região Centro-Sul do Brasil, segundo pesquisadores do Cepea/Esalq/USP. Mesmo com a menor produção, o preço do leite pago ao produtor caiu 0,41% em relação ao mês anterior, quando considerada a “Média Brasil”. Desde 2004 que o Cepea não verificava queda de preços de janeiro para fevereiro. Apesar da queda, o preço médio bruto “nacional” (média Brasil) foi de R$ 0,9910/litro, superior a 5,6% à de fevereiro de 2013 em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de janeiro/2014). Dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, apenas Goiás, Minas Gerais e Bahia registraram aumento nas cotações do leite. No caso da Bahia, a captação chegou a aumentar em janeiro, mas a firme demanda pela matéria-prima manteve o preço em alta. Leite - Série de preços médios pagos ao produtor Fonte: Cepea-Esalq/USP. 7