UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA ANTONIO GIL FERNANDES GAMEIRO Avaliação de métodos de determinação de consumo de água potável e de dimensionamento de hidrômetro: Estudo de Caso em Londrina / PR ESTUDO DE VIABIDADE TÉCNICA LONDRINA 2007 ANTONIO GIL FERNANDES GAMEIRO Avaliação de métodos de determinação de consumo de água potável e de dimensionamento de hidrômetro: Estudo de Caso em Londrina / PR Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Edificações e Saneamento. Orientador: Prof. Dr. Aron Lopes Petrucci LONDRINA 2007 ANTONIO GIL FERNANDES GAMEIRO Avaliação de métodos de determinação de consumo de água potável e de dimensionamento de hidrômetro: Estudo de Caso em Londrina / PR Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Edificações e Saneamento, conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores: ______________________________________ Prof. Dr. Aron Lopes Petrucci Universidade Estadual de Londrina – UEL/DCCI ______________________________________ Profa. Dra. Sandra Márcia Cesário P. da Silva Universidade Estadual de Londrina – UEL/DCCI ______________________________________ Prof. Dr. Eduardo Ioshimoto Escola Politécnica da USP - POLI Londrina, 02 de abril de 2.007. Agradecimentos Agradeço primeiramente à minha esposa, Michele, e às minhas filhas, Danielle e Juliana, pelo entendimento, compreensão e motivação para a continuidade deste projeto. Aos meus pais, Antonio e Olga, que me proporcionaram o acesso à educação. Também devo agradecer à minha empresa, Sanepar, pela liberação e colaboração nas experiências e análises desenvolvidas para a efetivação deste trabalho. Ao meu orientador, Prof. Dr Aron Petrucci, e à Profa. Dra. Sandra Cesário que me apoiaram e incentivaram para a conclusão deste. Agradeço a oportunidade de aprendizado e crescimento profissional à Universidade Estadual de Londrina. E enfim, a Deus, que rege minha vida como o centro de minha motivação. Meu muito obrigado a todos. GAMEIRO, Antonio Gil Fernandes. Avaliação de métodos de determinação de consumo de água potável e de dimensionamento de Hidrômetro: Estudo de Caso em Londrina / PR. 2007. 155 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento) – Universidade Estadual de Londrina, 2007 Resumo O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância e conseqüências da escolha adequada do hidrômetro a ser instalado no ramal predial de determinado cliente, sendo que atualmente é baseada nas normas técnicas da ABNT - NBR NM 212/1999 e NBR14005/1997, norma ISO 4064, literaturas, artigos técnicos e catálogos de produtos. O trabalho central desta dissertação foi efetuar um estudo comparativo das metodologias existentes de estimativa de consumo de água potável para o dimensionamento de hidrômetros em edifícios residenciais e na aplicabilidade destes, para tanto se relacionou com o modelo proposto por A. Yoshida (IPT/Sabesp) que considera os aspectos físicos da unidade construtiva, ao contrario dos demais métodos que se baseiam no consumo por habitante. Para a modelagem comparativa, foi utilizado um estudo de caso através de uma seleção de edifícios residenciais na cidade de Londrina, Paraná, a fim de se avaliar os consumos medidos de água potável, demonstrando assim as diferenças entre a escolha do hidrômetro originalmente projetado com o instalado, deste modo pode-se demonstrar que a determinação do consumo baseado apenas no consumo por habitante, nem sempre é adequada. Induzindo a escolha inadequada do hidrômetro a ser instalado na Ligação do edifício residencial. Palavras-chave: micromedição, hidrômetros, projeto hidráulico sanitário, perfil de consumo. GAMEIRO, Antonio Gil Fernandes. Evaluation of potable water consumption determination methods and hidrometers determination: a case study in Londrina / PR. 2007. 155 p. Dissertation (Master´s Degree in Building and Sanitation Engeneering). State University of Londrina, 2007 Abstract The aim of this study is to demonstrate the importance and consequences of the adequate choice of the hydrometer to be installed in the land branch of a determined customer, and it is currently based on the technical terms of ABNT - NBR NM 212/1999 and NBR14005/1997, 4064 term ISO, literatures, technical articles and catalogues of products. The main study of this text was to present a comparative study of the existing methodologies for estimate of consumption of drinking water to properly size the hydrometers in residential buildings and on its applicability, for in such a way if it related with the model considered for the Yoshida (IPT/Sabesp) that it considers the physical aspects of the constructive unit, to I oppose it of the too much methods that if base on the consumption for inhabitant. For the comparative modeling, it a case study was used, through an election of residential buildings in the city of Londrina, Paraná, in order to evaluate the measured drinking waters consumptions, thus demonstrating the differences between the choice of the originally projected hydrometer with the installed one, in this way, it can be demonstrated that the determination of the established consumption only in the consumption, for inhabitant, is not always adjusted, and inducing the inadequate choice of the hydrometer to be installed in the residential building. Keywords: micromeasurement, consumption profile. hydrometers, sanitary hydraulical project, I LISTA DE ABREVIATURAS % – Porcentagem; ∑P – Somatória de Pesos; ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; AMA – Área Média por Apartamento; Apto – Apartamento; Bar – Pressão em Bar; CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional de São Paulo; CESB – Companhias Estaduais de Saneamento Básico; DN – Diâmetro Nominal; DTA – Documentos Técnicos de Apoio; ECA – Estimativa de Consumo; F.M. – Fator de Multiplicação; FAU/USP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo; FºFº – Ferro Fundido; FSE – Folha de Situação Estatística; FUPAM – Fundação para Pesquisa Ambiental; HD – Hidrômetro; IA – Instrução de INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial; IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas; ISO – International Standards Organization; K1 – Coeficiente de variação horária; K2 – Coeficiente de variação diária; km² – Quilômetro quadrado; KPa – Quilos Pascal; l/dia – Litros por dia; l/dia.habitante – Litros por habitante por dia; l/habitação – Litros por habitação; l/s – Litros por segundo; II LAO – Liceu de Artes e Ofícios; m² – Metro quadrado; m³/h – metros cúbicos por hora; m³/mês – metros cúbicos por mês; mm – milímetros; MOS – Manual de Obras da Sanepar; N˚ – Número; NBR – Norma Brasileira; º C – Graus Celsius; OPE – Operacional; PCP – Perfil de Consumo Potencial; PEAD – Polietileno de Alta Densidade; PF – Padrão de Funcionamento; PIHS – Projeto de Instalações Hidráulicas Sanitárias; PNDCA – Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água; Pol – Polegadas; PR – Paraná; PVC – Policloreto de Vinila; Qmáx – Vazão Máxima; Qmáx – Vazão máxima; Qmín – Vazão Mínima; Qn – Vazão Nominal; Qt – Vazão de Transição; R$ – Reais; RMSP – Região Metropolitana de São Paulo; SAA – Sistema de Abastecimento de Água; SABESP – Companhia de Saneamento de São Paulo; SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná; SGC – Sistema Gerencial Comercial; SIS – Sistema de Informações Sanepar; SNIS – Sistema Nacional de Informações de Saneamento; T(1 a 5) – Tamanho do Apartamento; UMC – Unidade de Medição e Controle; III USMV – Unidade de Serviço de Medição; VDR – Volume de Descarga Reduzido; VM – Volume micromedido; IV LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 - Relação entre a vazão máxima e média diária registrada – K1..............26 Figura 02 - Relação entre a vazão máxima e média horária registrada – K2........... 27 Figura 03 - Esquemático de ligação de água potável............................................... 52 Figura 04 - Corte da Caixa de instalação de ligação de água potável...................... 53 Figura 05 - Modelo proposto de Medição domiciliar..................................................53 Figura 06 - Esquemático de ligação de água com filtro.............................................55 Figura 07 - Hidrômetro volumétrico........................................................................... 58 Figura 08 - Hidrômetro Monojato e Multijato............................................................. 60 Figura 09 - Hidrômetro Velocimétrico / Woltmann.....................................................63 Figura 10 - Curva de erros e Perda de Carga de hidrômetro.................................... 69 Figura 11 - Localização do município de Londrina em relação ao Estado do Paraná. ..............................................................................................72 Figura 12 - Tela da Tabela de dados – Banco de dados do Access 97.................... 78 Figura 13 - Edifício Residencial em Londrina – Detalhe da ligação de água............ 80 Figura 14 - Detalhe do número de hidrômetros de ligações de água........................80 V LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 - Consumo de água (m³) por economias em cada classe...................... 88 Gráfico 02 - Comparação de dimensionamento de HD........................................... 92 Gráfico 03 - Percentual de bitolas dos hidrômetros classificados de acordo com a metodologia do PIHS e PCP...................................................... 94 VI LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Consumo médio per capita de água no Brasil....................................... 24 Tabela 02 – Consumo comparativo anual per capita de água (m³).......................... 30 Tabela 03 – Consumo máximo de água por peça sanitária nos EUA....................... 30 Tabela 04 – Distribuição % do consumo domiciliar de água por ponto de consumo............................................................................................31 Tabela 05 – Consumo doméstico de água................................................................ 31 Tabela 06 – Distribuição % do Consumo Domiciliar de Água por Ponto de Consumo na RMSP..........................................................................32 Tabela 07 – Perfil de consumo doméstico de água................................................... 33 Tabela 08 – Comparativo do perfil de consumo doméstico de água (%).................. 33 Tabela 09 – Perfil de consumo de água setorizado por habitação............................ 34 Tabela 10 – Tamanho do medidor em função do consumo estimado....................... 36 Tabela 11– Pesos Relativos nos Pontos de Utilização Identificados em Função do Aparelho Sanitário e da Peça de Utilização......................... 41 Tabela 12 – Valor da Vazão máxima......................................................................... 42 Tabela 13– Referência de cálculo para estimativa de consumo e dimensionamento dos hidrômetros para clientes residenciais...............44 Tabela 14– Dimensionamento de hidrômetros (HD) por faixa de consumo mensal pela Sanepar............................................................................. 44 Tabela 15 – Folha de Especificação Hidrômetro Volumétrico................................... 59 Tabela 16 – Folha de Especificação Hidrômetro Velocimétrico - Tipo Multijato........ 61 Tabela 17 – Folha de Especificação Hidrômetro Velocimétrico - Tipo Monojato.......62 Tabela 18 – Folha de Especificação Hidrômetro Velocimétrico Tipo Woltmann....... 64 Tabela 19– Vazões Características de Hidrômetros segundo sua Classe Metrológica e Vazão Nominal................................................................ 67 Tabela 20 – Vazões Mínima e de Transição de Acordo com o Diâmetro Nominal....67 Tabela 21 – Faixas de Erros Tolerados..................................................................... 68 Tabela 22 – Faixa de operação e precisão do Hidrômetro........................................ 69 VII Tabela 23 – Quantidade de ligações de água e volume medido (m³) de água no Estado do Paraná e na cidade de Londrina............................. 75 Tabela 24 – Faturamento mensal de água no Estado do Paraná e na cidade de Londrina................................................................................. 75 Tabela 25 – Modelo de Previsão do consumo potencial (PCP) de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento para classes (A, B,C, D e E)..............................................82 Tabela 26 – Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE A. .....84 Tabela 27 – Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE B.......85 Tabela 28 – Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE C...... 85 Tabela 29 – Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE D...... 86 Tabela 30 – Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE E...... 86 Tabela 31 – Características dos apartamentos entre as classes A, B, C, D e E....... 87 Tabela 32 – Comparação de dimensionamento do HD............................................. 91 Tabela 33 – Quantidade de HD por bitola (PIHS / PCP / SGC)................................ 93 Tabela 34 – Quantidade e Custo unitário e total de HD por bitola dos casos (PIHS / PCP / SGC)......................................................................................... 94 VIII SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO................................................................................................ 15 2.0 OBJETIVO GERAL......................................................................................... 20 2.1 Organização do Estudo................................................................................... 20 3.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 22 3.1 Característica do Consumo..............................................................................22 3.2 Métodos de Determinação de Consumo......................................................... 29 3.2.1.1 Estudo de Rocha e Barreto.................................................................... 32 3.2.1.2 Estudo de Berenhauser e Pulici............................................................. 35 3.2.1.3 Método da SABESP e do IPT................................................................ 37 3.2.1.4 Por Aquisição de Dados de Campo....................................................... 38 3.2.1.5 Por Tentativa de Instalação....................................................................39 3.2.1.6 Norma da ABNT – NBR 5626 (1998)..................................................... 40 3.2.1.7 Método da SANEPAR............................................................................ 42 3.3 Instrumentos de Medição................................................................................ 45 3.3.1 Aspecto Legal..............................................................................................48 3.3.2 Componentes da Medição...........................................................................51 3.3.2.1 Ligação de Água..................................................................................... 51 3.3.2.2 Hidrômetro............................................................................................... 57 3.3.2.2.1 Medidor Volumétrico............................................................................ 57 3.3.2.2.2 Medidor Tipo Turbina (Velocimétrico).................................................. 59 3.3.2.2.2.1 Medidor Tipo Multijato..................................................................... 60 3.3.2.2.2.2 Medidor Tipo Monojato....................................................................62 3.3.2.2.2.3 Medidores Tipo Turbina (Helicoidal)................................................63 3.3.2.2.3 Medidores Eletrônicos.......................................................................... 64 3.3.2.2.4 Faixas de Operação do Hidrômetro......................................................65 IX 3.3.2.2.4.1 Classes Metrológicas...................................................................... 67 3.3.2.2.4.2 Faixas de Erros............................................................................... 68 4.0 MATERIAS E MÉTODOS............................................................................... 71 4.1 Área do Estudo............................................................................................... 72 4.2 Seleção dos Casos......................................................................................... 73 4.3 Avaliação dos Casos e Consumos................................................................. 76 4.4 Roteiro Para Determinação do Consumo....................................................... 81 5.0 RESULTADO E DISCUSSÃO........................................................................ 90 6.0 CONCLUSÕES E SUGESTÕES.................................................................... 95 6.1 Conclusão....................................................................................................... 95 6.2 Comentários e Sugestões............................................................................... 97 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 101 GLOSSÁRIO........................................................................................................... 106 ANEXOS ................................................................................................................. 114 Anexo 01 - FSE - Folha de Situação Estatística: Norma Sanepar IA/OPE/125-01. 115 Anexo 02 - PIHS - Projeto de Instalações Hidro-Sanitárias: Norma Sanepar PF/OPE/024-02...................................................................... 119 Anexo 03 - ECA - Estimativa de Consumo de Água: Norma Sanepar IA/OPE/126-01....................................................................... 126 Anexo 04 - Tabela comparativa do potencial de consumo de água entre classes de apartamentos.......................................................................128 Anexo 05 - Tabela com a matrícula e nome dos edifícios residenciais com consumo maior que 100m3 escolhidos como amostra para aplicação do modelo..............................................................................131 Anexo 06 - Folha de Ficha de Atualização Cadastral utilizado................................132 Anexo 07 - PCP - Perfil de Consumo de Condomínios........................................... 133 Anexo 08 - PCP/Perfil de Consumo de Condomínios (Avaliação de Consumos)... 147 Anexo 09 - Comparação e avaliação de dimensionamento de hidrômetros........... 162 15 1.0 INTRODUÇÃO Vivemos em excesso de vida. Vida sobre vida. Uma delas pode ser resumida em uma pergunta. Querer ou não querer? Para o filósofo Schopenhauer, o homem, como tudo na natureza, está sujeito à força universal da vontade. Pensamos que dirigimos nossa vontade, mas ela é uma fome insaciável, um querer irracional e inconsciente, sem ordem, nem objetivo, que nos domina, ele afirma que essa força incontrolável transforma o mundo num absurdo cruel e doloroso. A vida é sofrimento, diz ele, porque é um constante querer, eternamente insatisfeito. Toda realização é o ponto de partida de novos desejos. E assim por diante. Não existe satisfação que dure para sempre. Neste mundo onde o homem é marionete da vontade, a única liberdade viria da negação do querer, em não querer. Num paralelo com essa vontade de querer, o homem acaba por consumir cada vez mais do que realmente precisa, e é o meio ambiente que acaba por pagar o preço por uma destruição desnecessária e muitas vezes irreparável. A cadeia produtiva de consumo sempre acaba por gerar novas necessidades, assim a problemática desta busca é de relevante importância, não só no meio científico, mas principalmente no cenário das administrações públicas, pela estreita relação existente entre o ambiente e a qualidade de vida do homem, devido às crescentes proporções em que se tem apresentado essa busca, bem como pelo conhecimento das conseqüências danosas que podem advir de um manejo dos recursos naturais. No Brasil quase 80% da população vive em cidades, sendo que 60% em regiões metropolitanas. Isso resulta de um processo de urbanização acelerada ocorrida nas últimas décadas e que produz número crescente de cidades 16 que ultrapassam quinhentos mil habitantes. Assim, as questões ligadas ao meio ambiente urbano adquirem importância prioritária, já que melhorar a qualidade de vida humana é finalidade da gestão ambiental. As cidades devem ser consideradas como ecossistemas, da mesma forma que os ecossistemas naturais, e devem ser administradas como tais. Ao metabolizar e transformar a matéria e a energia necessária, as cidades produzem resíduos e rejeitos de vários tipos e que são objetos do saneamento ambiental: a necessidade de água potável, ruído, o ar poluído, a água poluída pelos esgotos domésticos e industriais, os lixos domésticos, os industriais, entre outros tantos. Muitas pessoas, ao precisarem de serviços ou de produtos, não se importam como ou de que maneira são disponibilizados ou fabricados, muito menos ainda dos seus resíduos gerados, querem apenas utilizá-los. O Artigo 255 da Constituição da República Federativa do Brasil (1988) cita: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida saudável, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu no final do século XX, pelo entendimento de que o desenvolvimento econômico precisa considerar também o equilíbrio ecológico e a preservação da qualidade de vida das populações humanas, não somente no plano local, mas também no global. Isso implica numa gestão racional e equilibrada dos recursos naturais minerais e ecológicos do planeta. 17 A idéia de desenvolvimento sustentável tem por base o princípio de que o homem deveria gastar os recursos naturais de acordo com a capacidade de renovação desses recursos, de modo a evitar o seu esgotamento. Apesar da ambigüidade do termo sustentabilidade, o desenvolvimento sustentável dever-se-á entender como aquele que, além de conservar e regenerar de modo duradouro os recursos nomeadamente “naturais”, satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer as suas (BRUNDTLAND, 1987 e CAMPBELl, 1992). As civilizações sempre procuraram habitar próximo das fontes de água disponíveis, mas com o tempo estas foram ficando escassas e impróprias para o uso, exigindo-se cada vez mais a busca em lugares mais distantes das civilizações, as quais se viram obrigadas a criar sistemas de captação e transporte para suas comunidades, o que estimulou o uso de mecanismos e obras de engenharia, que, como tudo, acaba tendo seus problemas operacionais. Com o crescimento das comunidades urbanas e da complexidade dos sistemas, ocorrem perdas de água (evitáveis e inevitáveis) ocasionadas por diversos fatores, são eles, entre outros tantos: a ineficiência operacional das empresas, que muitas vezes operam sem o devido conhecimento técnico; do uso do sistema pelo usuário (costumes regionais e sociais), que não controla e desperdiça; das políticas públicas vigentes que acabam por não gestionar os recursos aplicados; da concepção hidráulica dos sistemas de abastecimento; da concepção hidráulica das instalações prediais; do uso de materiais inadequados. Essa somatória de efeitos vem a comprometer o abastecimento público, acarretando em um custo mais elevado para investimento como para operação dos sistemas, com o conseqüente desperdício no uso do manancial explorado. 18 O ser humano busca, desde os primórdios da civilização, maneiras de quantificar, medir e classificar tudo em sua vida, e essa busca deve-se não apenas à sua necessidade de conhecimento, mas da análise, de como isso pode influenciar a sua vida. A água existente (disponível ou não) é tão essencial à vida, que acaba sendo um dos fatores mais fortes para a preservação da espécie e conseqüentemente leva à necessidade de seu uso de forma mais racional. Assim, o homem precisa realmente saber com exatidão de quanto precisa, utiliza e o que perde deste bem tão precioso. Motivado possivelmente por questões puramente comerciais, temse procurado desde a simples medição volumétrica dos tonéis de transporte utilizado nos tempos primórdios, até os equipamentos eletrônicos atualmente usados; o homem acabou, por necessidade, criando instrumentos que pudessem auxiliá-lo a medir estes volumes. As companhias de saneamento possuem um razoável sistema de avaliação destes volumes em cada um dos pontos (micro) de entrega da água encanada de seus consumidores (volume medido conhecido como “micromedido”VM), feito por um equipamento (mecânico, eletrônico, volumétrico, entre outros), denominado de hidrômetro, este mede, além do volume consumido, a vazão instantânea em cada um desses hidrômetros. A vantagem disto é a facilidade na identificação de perdas, que podem ser vazamentos ou desperdício, e os valores servem de base para a adoção de medidas de redução de consumo. Ou seja, o sistema auxilia a utilização da água de um modo mais racional. Ainda existem carências de metodologias para proporcionar o correto dimensionamento destes instrumentos para as ligações de água dos clientes das companhias. Esta carência deve-se principalmente ao fato de que na escolha do hidrômetro, utiliza-se o conceito do uso estimado pela norma técnica do consumo 19 relacionado com a de faixa de trabalho do hidrômetro compatível com este consumo, ocorre que isto nem sempre se repete na prática, de maneira a poder generalizar a utilização em uma planta de uma cidade, devido às variabilidades de cada uso. Este estudo visa estudar e comparar os métodos existentes utilizados no cálculo e dimensionamento de consumo e na conseqüente escolha do medidor que deve ser instalado nas ligações de água potável em edifícios residenciais. 20 2.0 OBJETIVO GERAL Promover um estudo comparativo dos métodos existentes de estimativa de consumo potencial de água potável para dimensionamento de hidrômetros em edifícios residenciais. 2.1 Organização do Estudo O Trabalho está dividido em seis capítulos de modo a facilitar a compreensão do leitor no desenvolvimento aqui apresentado. No capitulo 03, revisão da literatura, abordam-se os conceitos da composição do consumo de água, daquilo que pode influenciar, seja nas questões culturais, renda, como no preço da tarifa, apresentam-se também as referências comparativas e como esses consumos podem sofrer alterações de acordo com a hora ou pela temperatura, faz uma retrospectiva dos diferentes modelos apresentados pelos estudiosos, dos que estão em uso de algumas companhias de saneamento e dos estabelecidos pelos sistemas de normatização no país. Cita-se a influência dos sistemas de medição e rateio no consumo e a importância dos componentes de uma ligação de água e da escolha correta entre os modelos existentes de hidrômetro. No capitulo 04, são apresentados os métodos de pesquisa quanto à seleção dos edifícios a serem estudados, do levantamento das informações necessárias para se avaliar o consumo de água potável necessário para cada um 21 dos edifícios residenciais e dos recursos técnicos utilizados para se efetuar estas avaliações. No capítulo 05, se apresentam os resultados e discussão dos levantamentos realizados. No sexto e último capítulo, são apresentadas as conclusões finais e sugestões deste trabalho. 22 3.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Características do Consumo O ser humano busca, desde os primórdios da civilização, maneiras de quantificar, medir e classificar tudo em sua vida, e essa busca deve-se não apenas à sua necessidade de conhecimento, mas da análise de como isso pode influenciar a sua vida. A água existente (disponível ou não) ou a que consome é tão essencial à vida, que acaba sendo um dos fatores mais fortes para preservação da espécie e conseqüentemente leva à necessidade de seu uso de uma forma mais racional, assim o homem precisa realmente saber com exatidão quanto utiliza deste bem tão precioso. Para o gerenciamento de um Sistema de Abastecimento de Água SAA, saber a previsão de consumo é uma das necessidades mais primordiais, pois é na demanda do usuário que os sistemas são projetados, assim, as captações, sistemas de bombeamento, tratamento e distribuição são baseados nesta demanda, e esta por sua vez é avaliada de diversas maneiras, pelo consumo médio, total, estimativa de habitantes, pelas variações da demanda, vazamentos, fraudes, roubos, quebras, entre outros. Os consumidores possuem características diferentes entre si, podem ser residenciais, comerciais, industriais e públicos, sendo que cada categoria destas ainda pode ter subcategorias entre si, para que se possam atribuir tratamentos e cobranças comerciais diferenciados. A água de uso doméstico é utilizada como bebida, asseio pessoal, limpeza interna e externa do imóvel, régua de jardins, limpeza de veículos, etc. A de uso comercial tem consumo de acordo com o 23 tipo de atividade, podendo ser de um pequeno comércio a um grande hotel. A mesma coisa ocorre com as indústrias que podem ter pequeno consumo dependendo do tipo de produto fabricado, como ser uma grande consumidora (indústria de bebidas). A água de uso público tem a característica de atender nas mais variadas atividades a população, por intermédio do governo, com variações de consumo, dependendo da atividade. Assim, dentro do uso residencial, o consumo de água depende de uma série de fatores (TSUTIYA, 2000), tais como: a) Características físicas: Temperatura e umidade do ar; intensidade e freqüência de chuvas, ventos, tipo de solo, etc; b) Renda Familiar: Entenda-se aqui que a importância do valor da tarifa do serviço cobrado está ligada diretamente à renda financeira do consumidor, pois quanto mais baixa for esta renda, maior é a importância dada ao valor gasto com o consumo, afetando diretamente o consumo além do necessário; c) Características da Habitação: Área do terreno, área construída, número de habitantes, existência de reservatórios internos, etc; d) Natureza da Cidade: Área industrial, cidades-dormitórios, áreas comerciais, etc; e) Características do Abastecimento: Freqüência na disponibilidade, pressão na rede, qualidade da água; f) Gerenciamento do SAA: Campanhas de economia e uso racional, combate às perdas, micromedição, existência de rede de esgoto, tarifas, entre outros; e g) Características culturais da comunidade. 24 Algumas destas, ou um conjunto delas, afetam diretamente no consumo de água, para Clark et al (1977) um aumento de 14 mca na pressão da rede pode chegar a aumentar em 35% no consumo, já a inexistência de medidores de controle de consumo pode aumentar em 25 % o consumo (Alberta Environmental Protection, 1996). Mengotti de Oliveira (2005) cita que, quanto maior a concentração populacional de um lugar, maior é o seu consumo de água e, segundo os dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento – SNIS, demonstrados na Tabela 01 referente às informações sobre os consumos médios diários de água por habitante em cada Estado e região do Brasil. Tabela 01 - Consumo médio per capita de água no Brasil REGIÃO CONSUMO MÉDIO DE ÁGUA (l/hab x dia) NORTE 111,7 NORDESTE 107,3 SUDESTE 147,0 CENTRO OESTE 133,6 SUL 124,6 BRASIL 141,0 Fonte: Snis apud Mengotti de Oliveira (2005). EMPRESA e ESTADO CAER/ RR CAERD/ RO CAESA/ AP COSAMA/ AM COSANPA/ PA DEAS/ AC AGESPISA/ PI CAEMA/ MA CAERN/ RN CAGECE/ CE CAGEPA/ PB CASAL/ AL COMPESA/ PE DESO/ SE EMBASA/ BA CEDAE/ RJ CESAN/ ES COPASA/ MG SABESP/ SP CAESB/DF SANEAGO/ GO SANEMAT/ MT SANESUL/ MS CASAN/ SC SANEPAR/ PR CORSAN/ RS CONSUMO MÉDIO DE ÁGUA (l/hab x dia) 138,0 111,0 163,0 51,0 100,0 101,0 74,0 115,0 118,0 119,0 109,0 114,0 80,0 109,0 115,0 219,0 194,0 142,0 161,0 193,0 121,0 163,0 113,0 128,0 125,0 130,0 25 Ainda existem as variações sazonais, sejam elas horárias, diárias, mensais, ou anuais, em função do horário e hábitos da população ou da variação da temperatura pela mudança da estação climática, que podem ser: a) Variação horária: O consumo varia de acordo com as horas do dia, sendo no período noturno mais baixo que no diurno; b) Variação diária: O consumo varia de acordo com o dia da semana, sendo que normalmente o domingo é o dia de menor consumo, à exceção das regiões da cidade em que a população operária reside onde o consumo é maior no fim de semana; c) Variação mensal: O consumo nos meses de verão é maior que o consumo médio, e no inverno é o inverso; d) Variação Anual: O consumo tende a crescer de acordo com o crescimento populacional ou do desenvolvimento do poder econômico da população. Ainda tem uma variação instantânea que ocorre da característica hidráulica das edificações que não possuem reservatórios internos que afetam diretamente e instantaneamente a demanda da rede de distribuição de água. Na cidade de Londrina (ver Figura 01), com referência ao ano de 2006, o Sistema de Abastecimento de Água - SAA teve registrado um fator médio de variação de consumo diário (k1) igual a 1,05. A Sanepar recomenda que nos projetos se utilize um fator igual a 1,25. Esta relação é entre o maior consumo diário registrado no período de um ano, mês a mês, com o consumo médio do mesmo período. Existem ainda as variações no valor do K1 em razão das estratificações das áreas de influências dos Centros de Reservação do SAA. 26 Consumo (Lts/hab/Dia) Vazão Diaria Produzida 280,00 270,00 260,00 250,00 240,00 230,00 220,00 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Meses - Ano 2006 Vazão Máxima Vazão Média Fonte: Sanepar – Sistema de Informações Sanepar / SIS (12/2006) Figura 01 – Relação entre a vazão máxima e média diária registrada – K1 Já com referência ao fator de variação de consumo horário – (k2), no mesmo ano de 2006 (ver Figura 02), o fator K2 encontrado foi de 1,11. Neste caso, a Sanepar recomenda que nos projetos se utilize um fator igual a 1,50. Esta relação é entre a maior vazão diária registrada no período de um ano, mês a mês, com a vazão média do mesmo período. 27 Vazão Máxima Diária 320 Vazão (Lts/s) 310 300 290 280 270 260 250 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL Meses - Ano 2006 Máximo Dia AGO SET OUT NOV DEZ Média Dia Fonte: Sanepar – Sistema de Informações Sanepar / SIS (12/2006) Figura 02 – Relação entre a vazão máxima e média horária registrada – K2 Os dados coletados da Sanepar referenciam ao período de apenas um ano, a literatura recomenda sempre um período de três a cinco anos de leituras consecutivas, mas serve como indicativo. Assim, com estas variações diárias e horárias, os fatores K1 e K2, respectivamente, são utilizados no dimensionamento hidráulico do SAAs de modo a suprir as demandas com a consideração de ser um coeficiente de segurança, estão superestimados em 18,5 e 35,6 % respectivamente, dos valores de referência recomendados pela Sanepar, o que na prática tem-se revelado como fator compensador das perdas existentes, que muitas vezes não são computadas no dimensionamento. Para conhecer melhor o consumo, é necessário ainda saber os seguintes dados: a) Temporais: datas de referência precisas dos dados dos moradores da ligação; 28 b) Locacionais: endereço domiciliar completo da ligação, ou no de sua “conta de água e esgoto” estritamente preciso - para permitir a recuperação das contas da ligação nos arquivos do prestador de serviços; c) Domiciliares: atributos físicos do domicílio quanto ao acesso à rede geral de água e esgoto e de eventual vinculação a outras residências no consumo de água; d) Dados Físicos: dados das instalações consumidoras de água (área do imóvel, número de garagens, número de banheiros, número e tipos de vasos sanitários, de válvulas ou caixas de descarga, número de torneiras por tipo de cômodo, número de chuveiros), máquinas de lavar (roupa e pratos), etc.; e) Demográficas: estrutura familiar – parentesco, idade, sexo e grau de educação formal de cada membro da família; empregados domésticos moradores e ocasionais. Os modelos e tabelas utilizados pretendem estabelecer, de algum modo, dois tipos de consumo: o consumo individual e o coletivo. a) Consumo individual: Refere-se ao consumo de cada unidade do edifício. Uma unidade do edifício é uma parcela correspondente a uma fração do condomínio (apartamento, sala comercial, conjunto de salas, etc.). Portanto o consumo individual não se refere ao consumo “per capita” dos habitantes ou usuários, mas ao de cada unidade do condomínio. 29 b) Consumo coletivo: O consumo coletivo de insumos prediais está relacionado com a utilização destes nas áreas comuns a todos os condôminos e visitantes, como exemplos podem-se citar: • Água para lavagem das áreas comuns (portarias, garagens, escadas); • Água destinada aos jardins; • Água para piscinas (quando de uso comum a todos os condôminos); • Água utilizada em equipamentos de ar condicionado central; • Energia elétrica para iluminação de áreas comuns; • Energia elétrica para motores de elevadores e de bombas d’água; e • Insumos gerais (água, energia e gás) das unidades funcionais (zelador e/ou síndico). 3.2 Métodos de Determinação de Consumo É necessário entender que o consumo a ser medido de uma ligação predial de água deve ser o mais próximo possível do consumo real, pois o conhecimento deste consumo é ponto de partida para o dimensionamento das instalações hidráulicas internas dos imóveis e da rede de distribuição pública. Nos Estados Unidos um habitante chega a gastar 8,5 vezes mais que no Brasil, mas está gastando proporcionalmente muito mais das suas reservas, conforme demonstrado na Tabela 02, caminhando para uma escassez futura. 30 Tabela 02 - Consumo comparativo anual per capita de água (m³) Uso (m³) Classificação segundo a renda Domiciliar Agrícola e industrial Total % sobre o total de recursos hídricos Estados Unidos 244,0 1.624,0 1.868,0 18,8 Elevada Austrália 8.49,0 457,0 1.306,0 5,2 Elevada Japão 125,0 607,0 732,0 16,3 Elevada França 125,0 654,0 778,0 23,6 Elevada Emirados Árabes 97,0 787,0 884,0 299,0 Elevada Brasil 54,0 191,0 245,0 0,5 Média alta Argentina 94,0 948,0 1.042,0 2,8 Média alta África do Sul 46,0 340,0 386,0 29,3 Média alta Moçambique 13,0 42,0 55,0 1,3 Baixa Países Fonte: Banco Mundial, Relatório sobre o desenvolvimento humano, 1995, pp. 244-245. Reorganizada pelo Autor. Nos Estados Unidos, a lei federal 102-486/1992, chamada de Energy Policy Act, estabelece valores máximos de consumo para as peças sanitárias, como pode ser observado na Tabela 03. Tabela 03: Consumo máximo de água por peça sanitária nos EUA PEÇAS SANITÁRIAS CONSUMO MÁXIMO Bacia Sanitária 6 litros/descarga Torneiras 10 litros/minutos Descargas em mictórios 3,8 litros/descarga Chuveiros 10 litros/minutos Fonte: Energy Policy Act (EUA) apud Tomaz, 2001. Com base em experimentos em alguns países selecionados, segundo Fendrich (2002), o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA (1998), que retrata a estimativa feita por Gonçalves (1995), da distribuição do consumo domiciliar por ponto de consumo (ver Tabela 04). 31 Tabela 04 - Distribuição % do consumo domiciliar de água por ponto de consumo Pontos de consumo % em relação ao total Bacia sanitária 38,0 Banho/chuveiro 29,0 Lavatório 5,0 Lavagem de roupa 17,0 Lavagem de louça 6,0 Beber/cozinhar 5,0 Total 100,0 Fonte: Fonte: FENDRICH (2002) citando PNCDA (1998) As pesquisas para a determinação deste consumo de água, principalmente no uso doméstico, são raras e muitas vezes defasadas, existem algumas práticas na engenharia sanitária no estabelecimento deste consumo, a mais conhecida foi elaborada por Francisco Bicalho, onde o consumo per capita é de 50 a 90 litros de água por dia (ver tabela 05). Tabela 05 - Consumo Doméstico de água Uso Consumo de água( l/hab.dia) Bebida Preparo de alimentos Lavagem de utensílios Higiene pessoal Lavagem de roupas Bacia sanitária Perdas Total 2 6 2a9 15 a 35 10 a 15 9 a 10 6 a 13 50 a 90 Fonte: Rocha e Barreto (1999) – Abastecimento de Água de Newton Tomoyuki Tsutiya Observa-se que a concentração do consumo domiciliar de água para fins de higiene pessoal nas três primeiras linhas de ambas as Tabelas (04 e 05) 32 e que se consome nesta atividade, dependendo da fonte, é algo entre 2/3 e 3/4 do total de água consumido no domicílio residencial. No documento técnico de apoio B1, elementos de análise econômica relativos ao consumo predial - PNCDA, a engenheira Lúcia Helena de Oliveira - doutoranda em engenharia civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - cita a relação do consumo entre Apartamentos e Casas/Sobrados, veja na Tabela 06. Tabela 06 - Distribuição % do Consumo Domiciliar de Água por Ponto de Consumo na RMSP Pontos de Consumo % em relação ao total Em casas e sobrados Em apartamentos Bacia sanitária Chuveiro Lavatório Pia Lava-louça Tanque Lava-roupa 29 28 6 17 5 6 9 30 29 6 18 4 5 8 Total 100 100 Fonte: PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE AO DESPERDÍCIO DE ÁGUA - PNCDA Engenheira Doutoranda Lúcia Helena de Oliveira pela ESCOLA POLITÉCNICA DE SÃO PAULO. 3.2.1.1 Estudo de Rocha e Barreto Rocha e Barreto (1999), estudando um projeto-piloto num conjunto habitacional de apartamentos da CDHU (Cia. de Desenvolvimento Habitacional e Urbanização de São Paulo) em quatro blocos, estabeleceram um perfil de consumo de água para uma residência unifamiliar de baixa renda, conforme é apresentado na Tabela 07. 33 Tabela 07 – Perfil de consumo doméstico de água Pontos de utilização de água Consumo diário por habitação (l/habitação) Consumo diário per capita (l/dia.habitante) Consumo diário per capita em percentual (%) Bacia sanitária Chuveiro Lavadora de roupas Lavatório Pia Tanque 24 238 48 36 80 11 5 60 12 9 20 3 5 55 11 8 18 3 Total 437 109 100 Fonte: PNCDA - DTA E1 - Modificado pelo Autor Em um estudo comparativo entre as tabelas conhecidas e o levantado pela AWWA Research Foundation no ano de 1999 (Tabela 08), se verifica que o consumo per capita em percentual está muito próximo entre si, quando agrupado na caracterização do consumo domiciliar de uso em banheiro, cozinha e lavanderia, como demonstrado na Tabela 09. Tabela 08 – Comparativo do Perfil de consumo doméstico de água (%) Consumo diário per capita (%) Pontos de utilização de água USP IPT PNCDA (Apto) Suíça EUA Reino Unido Colômbia México Suécia Bacia sanitária 29 5 30 40 40 37 40 35 27 Chuveiro 28 55 29 37 30 30 30 19 Brasil Outros países 37 Lavatório 6 8 6 Pia 17 18 18 Tanque 6 3 5 Lavadora de roupas 5 11 Outros Usos 9 Total (%) 100 5 6 15 11 10 8 4 10 11 0 4 13 5 4 15 35 54 100 100 100 100 100 100 100 100 Fonte: AWWA Research Foundation (1999); PNCDA - DTA B1 - Modificado pelo Autor 34 Tabela 09 – Perfil de consumo de água setorizado por habitação Setor da habitação Pontos de utilização de água Bacia sanitária Chuveiro Lavatório Cozinha Pia Lavadora roupas Lavanderia Tanque Total da Habitação Banheiro Consumo por habitante (litros/dia) 5 60 9 20 12 3 109 Consumo setorizado por habitante (m³/mês) Consumo setorizado por habitante (litros/dia) Consumo percentual % 74 67,89 2,22 20 18,35 0,6 15 13,76 0,45 109 100 3,27 Fonte: Adaptado de Rocha e Barreto (1999) – Abastecimento de Água de Newton Tomoyuki Tsutiya e PNCDA-DTA-E1 - Modificado pelo Autor. Oliveira Júnior (2004) cita que o consumo dos banheiros representa de 70 a 82% do consumo total de uma residência de porte médio. Portanto, intervenções com tecnologias eficientes em bacias sanitárias e chuveiros já obteriam uma redução significativa no consumo total de água numa unidade familiar. Estes índices citados pelos pesquisadores podem variar de acordo com a região, considerando as diferenças culturais e climáticas. No Brasil, somente a partir de 1995 começaram a aparecer no mercado equipamentos economizadores de água, como bacias sanitárias de volume de descarga reduzido (VDR), torneiras com fechamento automático, controle de vazão nos chuveiros e mictórios, etc. O governo, através do PNCDA, tenta promover o uso racional da água de abastecimento público nas cidades brasileiras, em benefício da saúde pública, do saneamento ambiental e da eficiência dos serviços, propiciando a melhor produtividade e futuros investimentos para a ampliação dos sistemas. São propostas para programar um conjunto de ações e instrumentos tecnológicos, normativos, econômicos e institucionais, concorrentes para promover uma efetiva economia dos 35 volumes de água demandados para consumo nas áreas urbanas. (GONÇALVES et al, 1999). O Programa é vinculado com a Fundação para Pesquisa Ambiental (FUPAM) e com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), que realiza estudos especializados na elaboração de Documentos Técnicos de Apoio (DTA), nas áreas de planejamento das ações de conservação, de tecnologia dos sistemas públicos de abastecimento de água e de tecnologia dos sistemas prediais de água e esgoto. E estes promoveram uma série de melhorias no desenvolvimento dos economizadores de água hoje no mercado. Isto é de importância fundamental e significativa mudança no consumo e afeta diretamente os métodos de determinação de consumo existentes. 3.2.1.2 Estudo de Berenhauser e Pulici Devido à dificuldade em se determinar a vazão de operação de um hidrômetro, e à relativa facilidade em se manipular dados de volume consumido, generalizou-se no país o dimensionamento de hidrômetros a partir do consumo. O dimensionamento do hidrômetro pela vazão estimada de uma instalação foi e ainda é muito utilizado como um dos métodos mais próximos do verdadeiro consumo do medidor. O método desenvolvido de Berenhauser e Pulici (1983) se baseia na escolha de um medidor em função de um consumo estimado, o DTA-D3 do PNCDA cita o uso da seguinte fórmula para o dimensionamento do consumo de um prédio de apartamentos, obtido de Manuais de projetos prediais, sendo: 36 Q = (6 × NB ) + (3 × ND ) + (0,01 × AC ) + 30 ...(01) Onde: Q = Consumo (m³/mês); NB = N˚ de banheiros (unidade); ND = N˚ de dormitórios (unidade); e AC = Área Construída (m²). De posse do consumo obtido estimado, relaciona-se na Tabela 10 qual o hidrômetro (segundo sua faixa de vazão) mais adequado a ser instalado. Tabela 10: Tamanho do medidor em função do consumo estimado Tamanho do medidor em função do consumo estimado Consumo estimado Hidrômetro adequado (1) 3 3 (m /mês) (m /dia) (Qmax - m3/h) 0 - 90 0 - 180 120 - 250 210 - 350 300 - 540 430 - 900 750 - 1500 1200 - 4500 (2100 - 6000) 1800 - 7500 (4500 - 13000) 4500 - 13000(7500 - 21000) 0-3 0-6 4–8 6 – 12 9 - 18 14 - 30 25 - 50 40 - 120 (70 - 210) 90 - 250 (150 - 450) 180 - 500 (250 - 700) 1,5 3,0 (2) 5 7 10 20 30 30,0 (50,0) - Woltmann 2” (3) 50,0 (80,0) - Woltmann 2 ½” (4) 80,0 (100,0) - Woltmann 3” Fonte: Berenhauser e Pulilci, 1983 - PNCDA - DTA-E3, p30. Notas: 1- Foram considerados hidrômetros multijatos e monojatos até 2” e Woltmann verticais/horizontais acima de 2” classe B, exceto o medidor de 1,5 m3/h que é classe A; 2- Foi considerado consumo 0 para início de faixa dos medidores de 3 e 1,5 m3/h porque ambos têm a mesma vazão mínima; 3- Valores entre parênteses referem-se a medidores Woltmann de “vazão estendida”; e 4- Medidores Woltmann de 2 ½” não são comumente utilizados no Brasil 37 O próprio Manual DTA-E3 cita: “Esse método apresenta grande imprecisão, acarretando graves erros, principalmente porque as tipificações ocupacionais e construtivas não consideram o tipo de instalação do usuário. É fundamental a análise das instalações reais, verificando efetivamente a partir do projeto, quais as vazões ? que o medidor será submetido. No caso de edifício, caso exista uma área comum com jardins, garagens e pátios para serem lavados, pode haver subdimensionamento, pois os sistemas de rega e lavagem predial normalmente usam água diretamente da rua, sobrecarregando o medidor. Se o prédio for baixo (dois blocos de dois andares, por exemplo), é possível que a alimentação seja direta, sem caixa d’água, e as vazões de trabalho aumentariam demais.” 3.2.1.3 Método da SABESP e do IPT Yoshida et al (2003) avaliaram o consumo de água em grandes consumidores e consumidores especiais (estabelecimentos públicos, hotéis, hospitais, escolas e outros) de difícil mensuração e que depende de estudos individualizados, com o objetivo de diminuir os erros de dimensionamento (sub e supermedição) de hidrômetros. Em 2003, a Sabesp e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), a partir deste estudo desenvolveram um modelo matemático de previsão de consumo de água, utilizando os seguintes parâmetros: área total construída, número de banheiros, número de dormitórios e número de vagas de garagem, conforme é demonstrado na Equação 02. 38 Q = −21,7 + (0,0177 × ATC ) + (2,65 × Bh ) + (3,97 × D ) − (50,2 × N ) + (46 × VG ) ...(02) (Se D é menor ou igual a 3, atribui-se valor N=0, se D é maior que 3, atribui-se valor N=1) Onde: Q = consumo de água da Ligação (m³/mês); ATC = Área Total Construída (m²); Bh = Nº de Banheiros (unidade); D = Nº de Dormitórios (unidade); e VG = Nº Vagas de Garagem (unidade). Nota-se que nesta equação foram atribuídos valores cuja origem o autor não menciona, mas são citados na Tabela 10. Este modelo está implantado na Sabesp no dimensionamento de consumo para ligações de água em edifícios residências. 3.2.1.4 Por Aquisição de Dados de Campo Outra maneira de determinação mais precisa do perfil de consumo é a utilização de aparelhos registradores de consumo do tipo Data-Logger, este equipamento registra e armazena de forma contínua e microprocessada as variações do consumo de água em função do tempo. Esta alternativa pode ser usada para redimensionamento de hidrômetros no caso de ligações existentes, desde que sejam observados alguns cuidados como a completa ocupação da habitação em questão, pois há casos em que a ocupação total ocorre após certo 39 tempo da implantação da ligação em definitivo, mas no caso de uma nova ligação não pode ser utilizado. O local da instalação, pressão no ponto de aplicação e ar na rede também são variáveis que merecem uma atenção especial para o correto dimensionamento destes medidores. Além disso, para uma adequada utilização deste equipamento, seriam necessárias quantidades compatíveis e capacitação do corpo técnico das empresas de saneamento. 3.2.1.5 Por Tentativa de Instalação Existe ainda a determinação de consumo por tentativa, para os casos em que se instala na ligação de água um hidrômetro e avalia-se o consumo médio efetivo de água por habitante em um período determinado, que é obtido pela equação 03: qe = Vc NE × ND × NHL ...(03) Onde: qe = consumo efetivo per capita de água (m³/mês); Vc = Volume medido do hidrômetro (m³/mês); NE = Número de economias (unidade); ND = Número de dias de consumo (dias); e NHL = Número de habitantes por economia. Desta maneira, é preciso considerar que o consumo efetivo é obtido de forma medida, mas que deve ser levado em conta que o instrumento de 40 medição pode não estar adequado na sua faixa de trabalho, incorporando, assim, erros na avaliação. 3.2.1.6 Norma da ABNT – NBR 5626 (1998) Outra metodologia para estimativa de vazão com base na NBR 5626/98, e conforme a Tabela 11, onde se estabelece a consideração de simultaneidade de provável utilização de peças, que é dada pela seguinte expressão: Q = 0,3. ∑ P ...(04) Onde: Q = vazão em l/s; e ΣP = soma dos pesos relativos das peças de utilização que contribuem na tubulação considerando os dados da Tabela 11. os pesos relativos são estabelecidos empiricamente em função da vazão de projeto (tabela 11). a quantidade de cada tipo de peça de utilização alimentada pela tubulação, que está sendo dimensionada, é multiplicada pelos correspondentes pesos relativos, e a soma dos valores obtidos nas multiplicações de todos os tipos de peças de utilização constitui a somatória total dos pesos (∑p). 41 Tabela 11 – Pesos Relativos nos Pontos de Utilização Identificados em Função do Aparelho Sanitário e da Peça de Utilização Aparelho Sanitário Peça de Utilização Vazão de Projeto (l/s) Peso relativo ABNT Caixa de descarga 0,15 0,3 Banheira Bebedouro Bidê Chuveiro ou ducha Chuveiro elétrico Lavadora de pratos/roupas Válvula de descarga Misturador (água fria) Registro de pressão Misturador (água fria) Misturador (água fria) Registro de pressão Registro de pressão 1,7 0,3 0,1 0,1 0,2 0,1 0,3 32 1 0,1 0,1 0,4 0,1 1 Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,3 com sifão integrado Válvula de descarga 0,5 2,8 sem sifão integrado Caixa de descarga, registro de pressão ou válvula de descarga para mictório 0,15 0,3 Bacia sanitária Mictório cerâmico Mictório tipo calha Torneira ou misturador Torneira elétrica Torneira 0,15 por metro de calha 0,25 0,1 0,25 0,7 0,1 0,7 Torneira 0,2 0,4 Caixa de descarga ou registro de pressão Pia Tanque Torneira de jardim ou lavagem em geral 0,3 Fonte: NBR 5626/98, Tabela A.1 Após este cálculo, deve-se estipular a perda de carga em todos os trechos (ramais internos, registros e conexões) e, enfim, no hidrômetro, com a equação 05: ∆h = (36 × Q ) × (Q max ) 2 −2 Onde: ∆h = Perda de carga no hidrômetro (KPa); Q = Vazão estimada na seção considerada (l/s); e ...(05) 42 Qmax = Vazão máxima especificada para o hidrômetro ( m³/h). Assim a escolha do melhor hidrômetro deve seguir a Tabela 12. Tabela 12 - Valor da Vazão Máxima (Qmáx) Qmáx. Diâmetro nominal (m3/h) DN (mm) 1,5 15 e 20 3 15 e 20 5 20 7 10 25 25 20 40 30 50 Fonte: NBR 5626:1998 3.2.1.7 Método da SANEPAR Na Sanepar, para ligações novas, o dimensionamento do hidrômetro é efetuado através de normas internas, exemplificando e relacionando, a Sanepar utiliza: • FSE - Folha de Situação Estatística: norma Sanepar IA/OPE/125-01 (Anexo 01). • PIHS - Projeto de Instalações Hidrossanitárias: norma Sanepar PF/OPE/024-02 (Anexo 02); • ECA - Estimativa de Consumo de Água: norma Sanepar IA/OPE/126-01 (Anexo 03); 43 A norma NBR 5626 (Instalação Predial de Água Fria), para o dimensionamento hidráulico do edifício, cita que a determinação do Perfil de Consumo Potencial - PCP é de responsabilidade do projetista, construtor ou do proprietário da edificação. O item 5.2.5.1 desta norma estabelece que: “a concessionária deve fornecer ao projetista o valor estimado do consumo de água por pessoa e por dia, em função do tipo de uso do edifício”, Sendo, portanto, de responsabilidade da Sanepar ou das CESBs a de fornecer os dados de consumo que serão utilizados para a definição do hidrômetro a ser instalado nas ligações prediais de água. Antes da implantação do Sistema Normativo da Sanepar, era adotado o Manual de Procedimentos (Livro Azul), onde não foi possível a verificação da data de implantação deste manual para o dimensionamento do Projeto Hidráulico Sanitário - PIHS. De acordo com o antigo Manual de Procedimentos e no atual sistema normativo da Sanepar, conforme a ECA (Norma de Estimativa de Consumo de Água), IA/OPE/126-01 (Anexo 03), o consumo de água é estimado de acordo com a área do apartamento, onde, em momento algum, se faz referência de se tratar da área útil ou da área total do imóvel, simplesmente o consumo é atribuído de acordo com a Tabela 13. 44 Tabela 13 - Referência de cálculo para estimativa de consumo e dimensionamento dos hidrômetros para clientes residenciais Prédios - Estimativa de consumo de água Consumo Mensal (m³/mês) Conjuntos residenciais com apartamentos de até 70 m² Apartamentos com áreas entre 71 e 100 m² Apartamentos com áreas entre 101 e 200 m² Apartamentos com áreas acima de 200 m² 10 m³ / unidade 15 m³ / unidade 20 m³ / unidade 25 m³ / unidade Fonte: Tabela parcial da Sanepar para dimensionamento de consumos conforme IA/OPE/126-01 – (Anexo 03) De posse de um consumo estimado mensal, a Sanepar recomenda a instalação do hidrômetro, conforme demonstra a Tabela 14, não relacionando com as vazões máximas e mínimas provocadas pela utilização dos moradores do edifício. Tabela 14 - Dimensionamento de hidrômetros (HD) por faixa de consumo mensal pela Sanepar Faixa Mínima de consumo (m³/mês) Faixa Máxima de consumo (m³/mês) Bitola HD Classe Metrológica do HD 0 16 181 401 561 801 1.201 3.001 6.571 21.901 38.851 65.701 15 180 400 560 800 1.200 3.000 6.570 21.900 32.850 65.700 99.999 ¾" ¾" ¾" 1" 1 1/4" 1 1/2" 2" 2" 3" 4" 6" A definir B C – 1,5 C – 2,5 C C C C B - WV B - WV B - WV B - WV A definir Fonte: Companhia de Saneamento do Paraná - Sanepar (USMV) Para exemplificar uma aplicação deste critério, pode-se verificar uma ligação com 24 economias, em que cada apartamento possua 113 m² de área 45 total, sendo 76 m² de área útil. Com estas informações básicas, induz a uma dupla interpretação, tendo como conseqüência consumos diferenciados, que podem ser: • “480 m³ de consumo mensal (considerando a área total), indicando um HD de 1"; ou • “360 m³ de consumo mensal (considerando a área útil), indicando um HD de 3/4”. Este simples exemplo ilustra que pequenos erros de consumos estimados por economia residencial podem levar a uma grande distorção no dimensionamento do hidrômetro para a ligação de água deste caso, pois os erros não multiplicados pela quantidade de economias possibilitam dimensionamentos de hidrômetros com bitolas diferentes. Rocha e Barreto (1999), Yoshida et al (2003) e Sabesp/IPT (2000) e a NBR 7229 (ABNT-1982) e outros pesquisadores apresentam diferentes métodos empíricos para determinação de consumos por habitante ou por habitação. O que se observa na prática, é que a realidade das companhias de saneamento generaliza o uso de tabelas de perfis de consumo, não levando em consideração: a heterogeneidade, sazonalidade do número de habitantes das ligações de água, características socioeconômicas e valores culturais. 3.3 Instrumentos de Medição Rozas e Prado (2002) classificaram os tipos de sistemas de medição segundo os critérios a seguir: 46 Quanto à abrangência: a) Medição coletiva: Normalmente utilizada para a medição de água dos edifícios residenciais. Existe apenas um medidor por edifício ou condomínio e o consumo individual é estimado; b) Medição individualizada: Normalmente utilizada para a medição de consumo de água nos edifícios residenciais. Cada unidade possui um medidor próprio que registra os valores de consumo específico. Quanto à posição relativa dos medidores em medições individualizadas: a) Medição distribuída: Neste tipo de medição, os medidores distribuem-se ao longo do edifício, de forma a ficarem o mais próximo das unidades de consumo, podendo ser nos corredores, hall de elevadores ou qualquer área comum próxima às unidades; b) Medição concentrada: Este tipo de medição utiliza as chamadas “baterias de medidores”. Ao contrário da medição distribuída, a idéia aqui é instalar os medidores próximos uns dos outros, a fim de facilitar a instalação, manutenção e leitura dos mesmos. Os diferentes tipos de medição implicam diretamente no valor da conta, seja ela coletiva ou individualizada pelo condomínio, uma vez que isto é fruto do modelo existente do tipo da instalação hidráulica. 47 Assim, o consumo individual de cada unidade do condomínio é estimado em diferentes formas de rateio, apenas para contabilização interna, podendo ser: a) Partes iguais: Neste tipo de rateio, todos os condôminos pagam exatamente o mesmo valor, que é obtido dividindo-se o valor da conta geral do condomínio (enviada pela concessionária) pelo número de unidades condominiais. Esta é a forma mais simples e comum de rateio. O problema deste modelo é que equipara todos os consumos das unidades do edifício; b) Proporcional à área: O valor total da conta do condomínio é dividido entre as unidades em partes proporcionais às suas áreas privativas (Caso todas as unidades tenham a mesma área, o sistema de rateio equipara-se ao do item anterior). Este tipo de rateio considera que o consumo é proporcional à área do imóvel. Existe a possibilidade de que o consumo de uma unidade nem sempre é proporcional à sua área; c) Proporcional ao número de usuários: Muito utilizada em edifícios residenciais, mas não deve ser utilizada nos demais tipos de edifícios. Tem o problema da população visitante ou flutuante devido à sua inconstância. No caso de medição individualizada para cada unidade do condomínio, o consumo desta é medido individualmente, e apenas o consumo das áreas comuns é rateado entre os condôminos, adotando-se como critério uma das formas do item anterior ou, ainda, proporcionalmente ao consumo individual. 48 Entende-se por micromedição a medição do consumo realizada no ponto de abastecimento de um determinado consumidor, independente de sua categoria (residencial, comercial, industrial, etc.) ou faixa de consumo. Os sistemas de medição constituem-se num instrumento indispensável à operação de sistemas públicos de abastecimento de água, esses sistemas de medição englobam os sistemas de macromedição e de micromedição. Este trabalho se concentrará apenas na micromedição. As CESBs denominam a somatória de todos os volumes aferidos em determinado período como Volume micromedido – VM, o que até pouco tempo atrás não recebia a devida atenção dos estudiosos sobre as conseqüências da sua correta aplicação, isto é, dimensionamento, instalação, vida útil, rendimento dos medidores, entre outros, fatos que comprometem em muito o resultado desta micromedição, incidindo diretamente em resultados de arrecadação, desperdícios e no combate a perdas aparentes. A gestão eficiente da micromedição deve compreender um conjunto de processos, ferramentas, sistemas e recursos humanos que permita a contabilização da venda de água tratada e seu faturamento, viabilizando as receitas da empresa e garantindo aos clientes a cobrança justa pelos serviços prestados. 3.3.1 Aspecto Legal Para o projeto, a montagem, instalação e uso são necessários o atendimento das Normas técnicas obrigatórias para a execução de um sistema de medição, que são elas, entre outras: 49 • NBR 5626 - Instalações Prediais de Água Fria; • NBR 7968 - Diâmetros Nominais em Tubulações de Saneamento nas Áreas de Rede de Distribuição, Adutoras, Redes Coletoras de Esgoto e Interceptores; • NBR 8009 - Hidrômetro taquimétrico para água fria até 15,0 m³/h de vazão nominal – Terminologia; • NBR 8193 - Hidrômetro taquimétrico para água fria até 15,0 m³/h de vazão nominal – Especificação; • NBR 8194 - Hidrômetro taquimétrico para água fria até 15,0 m³/h de vazão nominal – Padronização; • NBR 8195 - Hidrômetro taquimétrico para água fria até 15,0 m³/h de vazão nominal - Método de ensaio; • NBR 8417 - Tubo de Polietileno PE 5 para Ligação Predial de Água; • NBR 9052 - Conexão de PVC Rígido para Junta Mecânica para Tubos de Polietileno PE 5 para Ligações Prediais de Água; • NBR 9798 - Conexão de Polipropileno (PP) para Junta Mecânica para Tubos de Polietileno, para Ligações Prediais de Água – Especificação; • NBR 9822 - Execução de Tubulações de PVC Rígido para Adutoras e redes de Água; • NBR 10930 - Colar de Tomada de PVC Rígido, para Tubos de PVC Rígido; • NBR 11305 - Registro para Bloqueio de Vazão de Cavaletes de Polipropileno - Verificação da Resistência ao Uso; 50 • NBR 11306 - Registros de PVC Rígido, para Ramal Predial; • NBR 11782 - Registro broca de Polipropileno para Ramal Predial; • NBR 11821 - Colar de Tomada de Polipropileno, para Tubos de PVC Rígido; • NBR 11822 - Registro broca de PVC Rígido para Ramal Predial; • NBR 12266 - Projeto e Execução de Valas para Assentamento de Tubulação de Água, Esgoto ou Drenagem Urbana. • ABNT-NBR nº 212/1999 – Medidores de água velocimétricos de vazão até 15 m³/hora, de classes A, B e C; • ABNT-NBR nº 14.005/1997 – Medidores de água velocimétricos de vazão acima de 15 até 1.500 m³/hora; • Resolução CONMETRO nº 11/1988 - Regulamentação metrológica; • Portaria INMETRO nº 246/2000 - Aprova o RTM sobre hidrômetros; • NIE-DIMEL - nº 016 - Inspeção de bancada convencional de ensaios de hidrômetros; • ISO 4064 - Measurement of water flow in closed conduits - Meter for cold potable water - Part I: Specification; Part II: Installation requirements; Part III: Test Methods; • Norma AWWA/ANSI C708-91 (norte americana) - Cold water meter - Multijet type. 51 Como exemplo da importância, a Portaria de n˚ 29 (1994), do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) estabelece que, para a utilização no Brasil de hidrômetros de vazão nominal até 15 m³/h, na cobrança da água consumida, necessitam ter sido submetidos e aprovados a uma bateria de testes denominada “Aprovação de Modelo”, sob supervisão do INMETRO, onde posteriormente cada medidor deve ser individualmente calibrado, sob supervisão de inspetores também credenciados pelo INMETRO, que lacram cada medidor com o lacre próprio numerado. Isto ajuda na garantia da qualidade dos medidores, que são somados aos requisitos complementares das CESBs para adequar as características especiais de suas realidades operacionais que não constam das normas, tais como, proteção contra congelamento, saídas eletrônicas, posição de montagem vertical, e que podem colocar em risco a integridade do funcionamento. 3.3.2 Componentes da Medição 3.3.2.1 Ligação de água Com a finalidade de estabelecer a comunicação entre a rede hidráulica pública de distribuição de água potável e a instalação hidráulica predial interna do usuário consumidor, é necessária a existência da ligação de água, que nada mais é do que um conjunto de tubulações, mais uma estrutura de medição e peças de conexão, devidamente montado e instalado conforme o exemplo demonstrado nas Figuras 03 e 04, em uma das possíveis possibilidades. 52 O tipo e modelo da instalação da ligação de água são de fundamental importância na confiabilidade e manutenção das leituras dos hidrômetros, pois se sabe que uma instalação inadequada pode propiciar a execução de uma fraude, na inconsistência de leitura do consumo, por motivos de instalação de hidrômetros inclinados, ou na impossibilidade de leitura por dificuldade de acesso, excesso de vapor de água na relojoaria, presença de ar, entre outros tantos fatores. Isto acaba por causar uma necessidade prematura de adaptação para proporcionar a leitura correta do instrumento. Figura 03 – Esquemático de ligação de água potável Fonte: MOS Sanepar 53 Figura 04 – Corte da Caixa de instalação de ligação de água potável Fonte: MOS Sanepar Diante de diversos problemas repetidos de instalação inadequada e modificação do cavalete por parte dos clientes, a Sanepar e outras companhias buscaram o desenvolvimento junto a fornecedores de um novo padrão denominado na Sanepar de Unidade de Medição e Controle – UMC, que prevê um travamento do hidrômetro para que este permaneça alinhado na posição horizontal e vertical de modo a não danificar a relojoaria interna, ver exemplo na Figura 05. Figura 05 - Modelo proposto de Medição domiciliar UMC ou ULMC 54 As CESBs recomendam que para cada instalação predial deva existir uma única ligação predial, e nos casos de edifícios verticalizados com apartamentos é costume praticar o conceito de medições coletivas, uma vez que as instalações hidráulicas internas ficam mais simplificadas. Neste caso, considera-se um número de economias igual ao número de famílias residentes, ou pelo número de unidades residenciais da edificação, deste modo, considera-se um consumo médio por economia. Existe, há pouco tempo, a oferta de edifícios com medição individualizada, já sendo inclusive obrigatória em alguns Estados da Federação para os novos edifícios, mas, neste caso, ainda é efetuada a ligação coletiva, sendo a leitura interna de responsabilidade do condomínio, e para efeito de cobrança do consumo pelas CESBs, utiliza-se o consumo coletivo como referência. As ligações são classificadas de acordo com a posição da rede pública em relação ao imóvel, podendo ser no passeio, rua, ou outro lado da rua. Normalmente a execução de uma ligação predial de água é executada conforme o Regulamento dos Serviços Prestados por cada uma das CESBs e das demais normas e especificações em vigor. Os componentes de uma ligação de água são: • Tomada de água: Ponto de conexão do ramal com a rede de distribuição de água, podendo ser executada com colar de tomada de Polipropileno, PVC, FºFº, com ferrule ou ainda com "T" associado à luva de correr ou soldável. • Ramal predial: Tubulação compreendida entre a tomada de água na rede de distribuição e o cavalete ou caixa subterrânea, executada preferencialmente em PEAD, podendo ser feita também com material de PVC; 55 • Cavalete ou caixa subterrânea: Elementos destinados a receber a instalação do medidor de volume consumido, o hidrômetro. A utilização de uma ou outra solução é decorrente do interesse do cliente ou da melhor disposição do hidrômetro para as leituras mensais. Além das partes componentes, deve-se observar na ligação predial o recobrimento mínimo do ramal e a localização do cavalete/caixa em relação às divisas do imóvel. Os cavaletes e as caixas subterrâneas deverão ser executados de forma que o medidor de volume consumido tenha o fluxo sempre perpendicular à rede de distribuição e seja localizado de acordo com as disposições previstas. De acordo com alguns fatores determinantes, os tipos de ligações de água podem sofrer algumas variações, seja na instalação com filtros (ver Figura 06) no cavalete ou se acima ou abaixo do nível do solo, para tanto se devem observar as exigências técnicas em cada caso. Figura 06 – Esquemático de ligação de água com filtro Fonte: MOS Sanepar 56 Além das Normas Técnicas da ABNT, existem as recomendações técnicas e comerciais - inclusive muito semelhante entre si, para a aprovação em cada uma das CESBs ou das autarquias - as quais todos os projetistas hidráulicos devem seguir. Exemplificando um destes casos, a Sanepar intitula como Projeto de Instalação Hidrossanitária de PIHS, um projeto hidráulico de uma edificação residencial ou não, quando da obrigatoriedade de apresentação deste à companhia para aprovação e acompanhamento da execução para posterior permissão de interligação das instalações hidráulicas internas à rede pública, seja de água potável ou de esgotamento sanitário, para isto, a Sanepar disponibiliza um Manual de Obras da Sanepar – MOS, o qual os construtores e projetistas devem obedecer, tanto no projeto como na execução da edificação. As características da edificação e tipo de utilização da futura ligação têm que ser avaliadas e conferidas tanto no pedido prévio como na fiscalização e, por fim, na finalização da obra, para que seja definitivamente liberado o PIHS. O dimensionamento da bitola do ramal, cavalete e hidrômetro depende muito da correta estimativa de consumo de água e acaba por ser um dos fatores mais importantes e que deve ser associado a outros, tais como: pressão disponível, cisterna inferior, tipo da bóia, para evitar um dimensionamento errôneo das instalações internas que possam a vir prejudicar o abastecimento público e/ou interno ou no desperdício de recursos financeiros. 57 3.3.2.2 HIDRÔMETRO A definição do melhor hidrômetro a ser instalado no ramal predial de determinado cliente atualmente é baseada nas normas técnicas da ABNT, literaturas, artigos técnicos e catálogos de produtos. Todos são compostos basicamente de: a) Câmara hidráulica, formada pela carcaça do aparelho, em material usinado e resistente a pressões da rede hidráulica e às condições de campo. É nesta câmara que o fluxo d’água aciona a turbina (monojato, multijato ou Woltmann) ou o copo volumétrico; e b) Relojoaria ou circuito eletrônico, responsável pela totalização da vazão (podendo ser em Litros, mas geralmente em m³). Assim, o hidrômetro é um aparelho capaz de indicar e totalizar continuamente o volume de água que passa na linha, isto pode ser efetuado de diversas maneiras, em razão do tipo, eles podem ser Volumétrico ou Velocimétrico. 3.3.2.2.1 Medidor Volumétrico A principal característica desses medidores é seu funcionamento eficiente em vazões muito baixas e a grande dinâmica de medição entre a vazão máxima e a mínima, atingindo classe metrológica “C” e até “D”, segundo a ISO 4064. 58 O princípio de funcionamento é que o volume é registrado pela contagem de quantas vezes um compartimento de dimensões conhecidas é cheio. Isto ocorre porque o fluxo da água enche e esvazia de maneira continua e alternada neste compartimento. Outra característica desses medidores é a facilidade de instalação de dispositivos emissores de pulsos, encoders de leitura remota sem alteração na qualidade de medição do instrumento, sendo por isso mesmo muito utilizado em levantamentos e trabalhos de levantamento de perfil de vazões efetuadas pelos consumidores. Este tipo de equipamento é mais preciso que o velocimétrico e pode ser instalado em qualquer posição, sendo mais preciso, mas apresenta a desvantagem de ser mais sensível às impurezas e por ser de um custo maior que o velocimétrico. Ver na Figura 07 e na Tabela 15 as características do modelo. Figura 07 - Hidrômetro volumétrico Fonte: Catálogo Ciasey 59 Tabela 15 - Folha de Especificação Hidrômetro Volumétrico Diâmetro Nominal (DN) Pol. mm. ½" 15 ¾" 20 ¾" 20 1" 25 1½" 40 Vazão Máxima - Qmax. m³/h 3 5 2,4 7 20 Vazão Nominal - Qn. Vazão Transição - Qt. Vazão Mínima - Qmin. Início de Funcionamento Típico m³/h l/h l/h l/h Erro Máximo de Leitura % Máxima Indicação de Leitura Mínima Indicação de Leitura Pressão Máxima de Trabalho Pressão Mínima de Trabalho m³ l bar bar Temperatura Máxima de Trabalho ºC Tipo de Conexões 1,5 2,5 1,2 3,5 10 22,5 37,5 45 52,5 150 15 25 30 35 100 1 2 5 6 18 ± 5 para vazões abaixo da Qt e ± 2 para vazões acima da Qt 9.999 99.999 0,02 0,02 1 0,2 10 10 10 0,5 40 180 40 Rosca BSP Fonte: Catálogo Ciasey - Modificado pelo Autor 3.3.2.2.2 Medidor tipo Turbina (Velocimétrico) Existem diversos modelos construtivos atualmente no mercado, mas os mais conhecidos são os hidrômetros tipo multijato, os tipo monojato e os tipo hélice ou Woltmann. Também conhecidos como taquimétricos inferenciais, onde o mecanismo é acionado pela ação da velocidade da água sobre uma turbina interna, movimentando-a, assim o número de voltas da turbina é proporcional à velocidade de escoamento da água. 60 Figura 08 - Hidrômetro Monojato e Multijato Fonte: Catálogos Ciasey / Zenner Atualmente, no Brasil, a maioria dos medidores instalados é com turbina, do tipo multijato e monojato (Figura 08). 3.3.2.2.2.1 Medidor Tipo Multijato O medidor tipo multijato é o medidor mais tradicional no Brasil, onde é fabricado desde a década de 1920. Consiste de uma carcaça que acomoda um conjunto medidor (também conhecido como kit), constituído de uma câmara de medição, uma turbina ou rotor, uma placa separadora e uma relojoaria ou totalizador. O princípio de funcionamento é que a câmara de medição é dotada de uma série de fendas tangenciais ou furos que direcionam o fluxo de água de forma tangencial contra as pás da turbina, de modo a fazê-la girar. O desenho 61 hidráulico interno da câmara é desenvolvido de modo que a rotação da turbina tenha uma relação constante com o volume que passa por ela, marcando um volume cíclico. Ver na Tabela 16, as características do modelo. As concepções disponíveis são: • Extra-seco (com as engrenagens totalmente isoladas da água), com transmissão magnética: no qual o movimento da turbina desloca um ímã colocado no extremo da primeira engrenagem do totalizador; • Úmido (com todas as engrenagens mergulhadas em água), principalmente devido a seu melhor desempenho em baixas vazões. Seu uso, no entanto, ainda não está totalmente estabelecido, devido à possibilidade do depósito de partículas presentes na água em suas engrenagens. Tabela 16 - Folha de Especificação Hidrômetro Velocimétrico - Tipo Multijato Diâmetro Nominal (DN) Pol. mm. ½" 15 ¾" 20 ¾" 20 1" 25 1" 25 1½" 40 2" 50 Vazão Máxima - Qmax. m³/h 3 3 5 7 10 20 30 Vazão Nominal - Qn. m³/h 1,5 1,5 2,5 3,5 5 10 Vazão Transição - Qt. l/h 120 120 200 280 400 800 Vazão Mínima - Qmin. Início de Funcionamento Típico l/h 30 30 50 70 100 200 15 120 0 300 l/h 8 8 14 25 30 70 90 Erro Máximo de Leitura % Máxima Indicação de Leitura m³ ± 5 para vazões abaixo da Qt e ± 2 para vazões acima da Qt 9.999 99.999 Mínima Indicação de Leitura l Pressão Máxima de Trabalho bar 10 Pressão Mínima de Trabalho bar 0,5 Perda de Carga a Qmax. Temperatura Máxima de Trabalho Tipo de Conexões bar ºC Fonte: Catálogo Ciasey - Modificado pelo Autor 0,05 < 0,09 0,5 < 0,1 0,6 1 1 1 40 / 150 40 / 150 Rosca BSP Flange 62 3.3.2.2.2.2 Medidor Tipo Monojato Os medidores tipo monojato surgiram da procura de um medidor mais compacto e simples. O princípio de funcionamento é que a turbina gira sob a ação de um jato único produzido por um orifício usinado na entrada da própria carcaça, permitindo concepções construtivas menores e mais econômicas, não existindo a câmara de medição. As concepções disponíveis são: • Extra-seco de classes metrológicas, tipo A e B; • Úmido de classe metrológica, tipo C. Ver na Tabela 17, as características do modelo. Tabela 17 - Folha de Especificação Hidrômetro Velocimétrico - Tipo Monojato Diâmetro Nominal (DN) Vazão Máxima - Qmax. Vazão Nominal - Qn. Vazão Transição - Qt. Vazão Mínima - Qmin. Início de Funcionamento Típico Pol. mm. ½" 15 ½" 15 ¾" 20 ¾" 20 m³/h m³/h l/h l/h l/h 1,5 3 1,5 3 0,75 60 15 8 1,5 120 30 11 0,75 60 15 8 1,5 120 30 11 Erro Máximo de Leitura % ± 5 para vazões abaixo da Qt e ± 2 para vazões acima da Qt Máxima Indicação de Leitura Mínima Indicação de Leitura Pressão Máxima de Trabalho Pressão Mínima de Trabalho Perda de Carga a Qmax. m³ l bar bar bar 9.999 0,05 10 0,5 < 0,1 Temperatura Máxima de Trabalho ºC 40 e 150 Tipo de Conexões Fonte: Catálogo Ciasey - Modificado pelo Autor Rosca BSP 63 3.3.2.2.2.3 Medidores Tipo Turbina (Helicoidal) São denominados medidores Woltmann os medidores providos de turbina com pás helicoidais, que não necessitam de câmara de medição ou jatos tangenciais, são particularmente utilizados em diâmetros acima de 50 mm. A principal característica desses medidores é sua baixa perda de carga e maior resistência ao funcionamento contínuo em vazões maiores, pois a turbina trabalha mais equilibrada, desgastando menos os mancais. Ver na figura 09 e Tabela 18 as características do modelo. Figura 09 - Hidrômetro Velocimétrico / Woltmann Fonte: Catálogo Zenner 64 Tabela 18 - Folha de Especificação Hidrômetro Velocimétrico Tipo Woltmann Diâmetro Nominal (DN) Vazão Máxima - Qmax. Vazão Nominal - Qn. Vazão Transição - Qt. Vazão Mínima - Qmin. Início de Funcionamento Típico Pol. mm. 2" 50 3" 80 4" 100 m³/h m³/h m³/h l/h l/h 30 80 15 3 450 80 40 8 1200 100 120 60 12 1800 150 Erro Máximo de Leitura Máxima Indicação de Leitura Mínima Indicação de Leitura Pressão Máxima de Trabalho Pressão Mínima de Trabalho Perda de Carga a Qmax. % m³ l bar bar bar Temperatura Máxima de Trabalho ºC ± 5 para vazões abaixo da Qt e ± 2 para vazões acima da Qt 999.999 0,5 10 0,5 0,6 0,6 1 40 / 110 / 150 Tipo de Conexões Flange Fonte: Catálogo Ciasey - Modificado pelo Autor 3.3.2.2.3 Medidores Eletrônicos São medidores de vazão dotados de conversores que totalizam o volume através da contagem de pulsos eletrônicos. Existem dois tipos de medidores eletrônicos: a) Com totalizador eletrônico: Acoplados aos medidores mecânicos (tanto volumétricos como de velocidade), onde a relojoaria mecânica (trens de engrenagens, ponteiros e roletes) é substituída por uma unidade eletrônica que indica, por meio de dígitos em cristal líquido, o volume totalizado. b) Estáticos com sensor eletrônico: Possuem interface totalmente eletrônica e recursos de programação e comunicação, bem como recursos de alarme, medição seletiva (volume 65 acumulado por horário, direção de fluxo e vazão) e programação remota. Apesar de já existirem modelos a bateria, a maioria necessita de alimentação elétrica externa, não está ainda disseminada a sua utilização no Brasil, devido ao alto custo. 3.3.2.2.4 Faixas de operação do Hidrômetro A designação dos micromedidores é baseada em sua vazão nominal. Mas, usualmente, empregam-se para identificação dos hidrômetros suas vazões máximas, exceto quando explicitamente designados pela vazão nominal. A NBR 8193/97 define que a vazão nominal (Qn) de um hidrômetro deve corresponder a 50 % de sua vazão máxima (Qmax.), sendo a mesma utilizada para designar o hidrômetro. Este pode operar satisfatoriamente durante um curto período de tempo com uma vazão máxima acima do normal previsto, permanecendo dentro dos limites de erros máximos admissíveis e abaixo do valor máximo de perda de carga. Também é necessário ter conhecimento do conceito de: a) Vazão de transição (Qt): A vazão de transição define a separação entre as faixas superior e inferior de medição; b) Vazão mínima (Qmin.): A vazão mínima indica na qual o hidrômetro deve permanecer dentro dos limites de erros máximos admissíveis. 66 Deve-se estabelecer que o perfil de consumo esteja entre a vazão de transição (Qt) e a vazão nominal (Qn); ou seja, que o medidor sempre estará trabalhando na faixa de operação normal (com máxima precisão ou mínimo erro), tolerando-se a operação na faixa de operação inferior e na faixa de operação de curta duração. Assim, a escolha de um medidor consiste em determinar o tamanho e tipo, ou a vazão nominal, do aparelho que deverá ser instalado. E este dimensionamento deve ser baseado na estimativa de consumo do cliente a ser ligado à rede de distribuição. Baseado nas limitações comerciais e técnicas dos hidrômetros, o dimensionamento deve ser realizado em função dos seguintes parâmetros: a) Vazão máxima: Caso a vazão exigida supere a vazão máxima do medidor, podem ocorrer danos graves, desde rupturas internas do hidrômetro, até desgastes que prejudiquem a medição; b) Vazão nominal ou permanente: A vazão de operação do medidor não deve superar a vazão permanente por períodos longos de funcionamento (mais que uma hora); e c) Vazão mínima: Os medidores sempre têm limitações nessas vazões, o que acarreta as conhecidas perdas por submedição. Com a implantação de medidores com vazões mínimas de operação baixas (Classe metrológica C), os volumes medidos e vazões baixas deverão ser significativos. 67 3.3.2.2.4.1 Classes Metrológicas Os hidrômetros são ainda classificados pela sua classe metrológica. A NBR 8194/97 estabelece três classes: A, B e C. Os hidrômetros de classe C têm maior capacidade de medição de vazões baixas que os hidrômetros B, e estes, por sua vez, maior que os de classe A. Os valores característicos para os hidrômetros de classes A, B e C são apresentados segundo sua vazão nominal e mínima respectivamente apresentadas nas Tabelas 19 e 20. Tabela 19 – Vazões Características de Hidrômetros segundo sua Classe Metrológica e Vazão Nominal Classe A B C Vazão nominal (m³/h) Vazão (l/h) 0,6 0,75 1 1,5 2,5 3,5 5 10 15 Qmín 24 30 40 40 100 140 200 400 600 Qt Qmín Qt Qmín 60 12 48 6 75 15 60 7,5 100 20 80 10 150 30 120 15 250 50 200 25 350 70 280 35 500 100 400 50 1000 200 800 100 1500 300 1200 150 Qt 9 11 15 22,5 37,5 52,5 75 150 225 Fonte: PNCDA - E_3 Tabela 20 – Vazões Mínima e de Transição de acordo com o Diâmetro Nominal Classe Vazão mínima (m³/h) DN 3 A Qmin (m /h) 3 Qt (m /h) 3 B Qmin (m /h) 3 Qt (m /h) 3 C Qmin (m /h) 3 Qt (m /h) Fonte: PNCDA - E_3 50 65 80 100 150 200 250 300 400 500 1,2 2 3,2 4,8 12 20 32 48 80 120 4,5 7,5 12 18 45 75 120 180 300 450 0,45 0,75 1,2 1,8 4,5 7,5 12 18 30 45 3 5 8 12 30 50 80 120 200 300 0,09 0,15 0,24 0,36 0,9 - - - - - 0,225 0,375 0,6 0,9 2,25 - - - - - 68 3.3.2.2.4.2 Faixas de Erros Como todo instrumento, existe uma faixa de trabalho a ser obedecido, assim o erro admissível para cada instrumento de acordo com o especificado (erro tolerado), em função do escoamento necessário e das variações de vazão tolerada durante o ensaio e estanqueidade, deve obedecer aos parâmetros estabelecidos nas Tabelas 19 e 20, mas deve considerar as faixas de erros do estabelecido na Tabela 21 em relação à idade do hidrômetro. Tabela 21 - Faixas de Erros Tolerados Situação do hidrômetro Erros Tolerados ± 5% entre Qmin inclusive e Qt exclusivo Hidrômetro novo ou recentemente Instalado ± 2% entre Qt inclusive e Qmax inclusive ± 10% entre Qmin inclusive e Qt exclusivo Hidrômetro com mais 5 anos de instalação ± 5% entre Qt inclusive e Qmax inclusive Fonte: PNCDA - E_3 - Modificado pelo Autor Cada hidrômetro em função do seu tipo de carcaça e relojoaria acoplada possui uma faixa de operação, como descrito na Tabela 22, com relação à vazão. 69 Tabela 22 – Faixa de operação e precisão do Hidrômetro Faixa de operação Descrição Precisão (Erro) Normal Aquela que se compreende entre as vazões de transição e nominal Precisão de ± 2% Curta duração Aquela que se compreende entre as vazões nominal e máxima. Precisão de ± 2% Inferior Aquela que se compreende entre as vazões mínima e de transição Precisão de ± 5% Baixa precisão Aquela que se compreende entre as vazões de início de funcionamento e mínima Precisão menor que 5% ou imprecisão maior que 5% - até ~100% Sem medição Aquela das vazões menores que a vazão de início de funcionamento. Erro total Fonte: O Autor Figura 10 – Curva de erros e Perda de Carga de hidrômetro Fonte: Catálogo LAO – Hidrômetros Monojatos 70 Os erros de medição podem ter as seguintes causas: • Desgaste; • Envelhecimento; • Instalação inadequada; e • Seleção e dimensionamento inadequados dos medidores. Assim, dimensionamento correto do medidor permite escolher seu tamanho, tipo e capacidade, a partir das vazões de pico e permanente do sistema, e proceder a escolha da classe metrológica a partir da vazão mínima, a fim de reduzir as perdas por submedição, pois é uma das causas mais importantes quando se instalam medidores com vazão mínima superior à vazão predominante de trabalho do ramal predial. A conseqüência de uma escolha equivocada de um hidrômetro pode não representar muito do ponto de vista isolado, mas em um Sistema de Abastecimento de porte, como o da cidade de Londrina. A somatória desses erros acarreta num volume considerado, como será demonstrado no estudo de caso do presente trabalho. 71 4.0 MATERIAIS E MÉTODOS O problema de pesquisa discutido nos capítulos anteriores está focado na falta de estudos mais aprofundados sobre o tema e da dificuldade de uma mensuração mais apropriada do verdadeiro consumo, e de que modo isto é visto e interpretado pelos projetistas hidráulicos e pelas companhias de saneamento do país. Para a análise dessas questões, foi utilizado o estudo de caso como estratégia de pesquisa, para poder compreender os fatores associados ao consumo de água tratada da rede pública e verificar se os equipamentos dimensionados e instalados na ligação estavam de acordo com o originalmente especificado pelo projetista, e de que forma os diferentes métodos de dimensionamento poderiam resultar em diferentes PCPs e comparando-os com os consumos reais registrados. Segundo Yin (2001), o estudo de caso é uma investigação empírica que analisa um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto real e deve ser aplicado nos processos de pesquisa nos quais se deseja compreender de uma maneira mais aprofundada. Deste modo, para análise dessa questão, o desenvolvimento e a delimitação desta pesquisa ocorreram da seguinte forma: 72 4.1 Área do estudo O município de Londrina localiza-se no Norte do Estado do Paraná, na seguinte posição geográfica: • Latitude: De 23˚08’47” à 23˚55’46” Sul • Longitude: De 50˚52’23” à 51˚19’11” Oeste Figura 11 – Localização do município de Londrina em relação ao Estado do Paraná. A posição do município pode ser visualizada na Figura 11, em relação ao Estado, e tem as seguintes características, com dados extraídos do Perfil de Londrina referentes ao ano de 2004: 73 • Área do município: 338.268 km²; • Área urbana: 118.504 km²; • População urbana (Censo 2000): 433.369 habitantes; • Altitude: 608 metros; • Temperaturas: média de 21,3°C, média máxima de 27,9°C, e média mínima de 15,8° C. • Umidade Relativa: média de 69%. • Índice pluviométrico (ano de 2003): 1.264 mm; • Tipos de solo: Terra Roxa Estruturada Eutrófica, Latossolo Roxo Eutrófico e, em menor quantidade, o Brunizen Vermelho e o Litólico Eutrófico; 4.2 Seleção dos Casos Esta pesquisa iniciou-se com a mesma dificuldade encontrada em outras empresas de saneamento do Brasil, onde se tem um grande número de dados, mas pouca informação. Em função disto, foi estabelecido um critério de busca de dados, de forma a maximizar os resultados e direcionar as análises, baseado nas seguintes condições: a) Possuir ligação de água conectada à rede pública; b) Não ter fonte de abastecimento alternativa (Poço); c) Ter PIHS aprovado, liberado e disponível; d) Ter ligações somente na área urbana de Londrina/PR; e) Ser exclusivamente de condomínios residenciais verticais; 74 f) Ter um consumo médio acima de 100 m³ por ligação. A escolha de se estudar os casos exclusivamente residenciais deve-se ao fato de serem clientes com consumos mais estáveis e conhecidos, ao contrário dos estabelecimentos comerciais, industriais e públicos que são muito heterogêneos e sazonais, dependendo também do tipo de utilização da água no ramo de atividade. Para isto, foi necessário conhecer o universo a ser estudado sem ainda ter a preocupação da delimitação final, assim, objetivando desenvolver uma metodologia para mensurar o consumo mais próximo do real, verifica-se que o Grande Cliente Residencial de Londrina, embora represente apenas 0,82% das ligações totais, é responsável por 17,32% do consumo micromedido total e de 21,40% do consumo residencial total (dados de dezembro de 2006). O sistema distribuidor de água tratada da cidade de Londrina apresentou perdas no mês de dezembro de 2006 superiores a 37,9%, sendo que o volume perdido médio mensal do ano de 2006 foi de 1.428.600 m³ decorrentes de erros de medição, vazamentos, extravasamentos, fraudes, ligações clandestinas, deficiências de cadastro, gestão comercial e outros. Esta perda está em descendência, pois após ações da companhia, houve uma redução de mais de 2%, uma vez que no início do ano de 2006 estava na ordem de 40%. Desse volume perdido e não contabilizado, considera-se que 40,5% sejam perdas aparentes, atribuídas a erros de dimensionamento, instalação inadequada e perdas de rendimento por envelhecimento do parque de medidores, também contribuem para isto os erros de leitura por falha humana, fraudes, ligações clandestinas, deficiências de cadastro, gestão comercial e outros, o que equivale a 17,48% do total produzido. 75 Londrina conta hoje com 100% de micromedição, porém seu parque de hidrômetros está envelhecido, isto é, com mais de 5 anos de uso, o que corresponde a 34,31%, ou seja, 41.915 ligações. Tabela 23: Quantidade de ligações de água e volume medido (m³) de água no Estado do Paraná e na cidade de Londrina Localidade Ligações Totais Ligações Residenciais Volume Medido Total (m³) Volume Medido Residencial (m³) Estado do Paraná (Sanepar) 2.256.024 2.065.773 31.808.464 26.253.533 Londrina 126.050 114.490 2.386.702 1.932.574 % de Londrina em relação ao Estado (Sanepar) 5,59 5,54 7,50 7,36 Fonte: SIS – Sistema de Informações Sanepar dez/06 A Tabela 24 ilustra o faturamento mensal de água na cidade de Londrina, conforme dados obtidos no SIS (Sistema de Informações da Sanepar) no mês de dezembro de 2006. Tabela 24: Faturamento mensal de água no Estado do Paraná e na cidade de Londrina Localidade Valor Fatura do Total R$ mensal Valor Faturado Residencial R$ mensal % Residencial em relação ao Total Estado do Paraná (Sanepar) 71.115.333,00 53.458.108,00 75,17 Londrina 5.178.463,00 3.932.889,00 75,95 % de Londrina em 7,28 relação ao Estado (Sanepar) Fonte: SIS – Sistema de Informações Sanepar dez/06 7,36 76 O Sistema Gerencial Comercial – SGC da Sanepar identifica 126.050 ligações de água para a cidade de Londrina, abrangendo todos os consumidores (Tabela 23), extraindo-se desta, 1.632 ligações cadastradas como grandes clientes. Portanto, destas ligações dos grandes clientes foram selecionadas apenas as categorizadas como residenciais, totalizando 1.026 ligações. De forma aleatória, foram selecionados 43 casos com PIHS que atendem as condições especificadas do item 4.2, entre os anos de 1986 e 2006, a fim de compará-los com o método de previsão de consumo PCP adaptado a partir do modelo desenvolvido pelo IPT e Sabesp (PCP), também se efetuou a comparação com o atualmente instalado (Cadastro SGC) e finalmente a comparação com o hidrômetro em que a média corresponde ao Consumo da Ligação de 11 meses (CL-SGC 11 meses), sendo que neste caso a escolha do hidrômetro é correspondente ao volume mensal citado na Tabela 14 descrito no método da Sanepar. 4.3 Avaliação dos Casos e Consumos No mês de janeiro do ano de 2006, foi feita uma requisição à Sanepar para o fornecimento de um arquivo digital, contendo um banco de Dados, onde foram fornecidas várias tabelas relacionais, contendo as informações necessárias para o desenvolvimento inicial da pesquisa, entre os dados repassados, citam-se os seguintes como sendo os básicos necessários, são eles: a) Dados do Cliente: 77 • Código de identificação do Cliente - Matricula; • Código de identificação da localidade; • Nome do cliente; • Dados de endereçamento do Cliente (Rua, N˚ do imóvel, Complemento, Bairro, cidade, etc); e • Número de economias residenciais. b) Dados da ligação: • Data de Implantação da Ligação; • N˚ do hidrômetro; • Marca do hidrômetro; • Capacidade do hidrômetro; • Classe Metrológica do hidrômetro; • Data da Troca do hidrômetro; • Possui Fonte Alternativa (sim/não); e • Possui Cisterna (sim/não). c) Dados das leituras: • 12 últimas leituras; • 12 últimos consumos medidos; • 12 últimos consumos faturados; e • 12 últimas anormalidades; Na figura 12, a visualização de uma tela da tabela de dados fornecida, que foram extraídos do SGC (Sistema de Gestão Comercial - cadastro de dados de clientes), na forma de tabela relacional do referido banco de dados da Sanepar. 78 Figura 12 - Tela da Tabela de Dados – Banco de dados do Access 97. Fonte: SGC Sanepar – Referente ao ano de 2006 Com esta tabela e consultas elaboradas a partir da mesma, foi possível determinar a consistência entre os dados instalados e cadastrados, sendo possível identificar possíveis falhas (falta de dados) e erros de cadastramento: a) Do número de habitantes; b) Endereçamento e contato; c) Consumo médio; d) Consumo per capita; e) Número de unidades residenciais; f) Área construída total e privativa; 79 g) Características físicas do imóvel (N˚ de dormitórios, Banheiros, N˚ de garagens, etc.); h) Bitola do hidrômetro; i) Classe do hidrômetro; e j) Tipo do hidrômetro. Ocorre que os registros do banco de dados fornecido não possuem todas as informações necessárias para a elaboração e determinação do cálculo de consumo PCP. Assim, como alguns dos dados estavam incompletos ou aparentemente discrepantes, foi necessária a elaboração de uma ficha cadastral (Anexo 06), onde se efetuou uma avaliação, a fim de corrigir e/ou complementar os dados necessários à pesquisa. Através de uma visita no local, esta ficha foi preenchida efetuandose a coleta de dados por entrevista com o síndico ou responsável, e aproveitou-se o momento para uma verificação dos dados constantes no projeto PIHS aprovado e dos valores registrados no banco de dados da Sanepar, também foi efetuada a captura de fotos da ligação de água e da edificação, para constar da situação da mesma para consultas futuras. Ver exemplos nas Figuras 13 e 14. 80 Figura 13 – Edifício Residencial em Londrina – Detalhe da ligação de água Fonte: O Autor Figura 14 – Detalhe da identificação dos hidrômetros de ligações de água Fonte: O Autor Depois de identificadas todas as variáveis necessárias, os dados foram tabulados em uma planilha eletrônica, onde foram computados, estando apresentados no Anexo 07, Perfil de Consumo de Condomínios – PCP (Casos) com dados SGC FEV/2006 a DEZ/2006. 81 4.4 Roteiro Para Determinação do Consumo De posse destas informações cadastrais e de consumo do banco de dados, foram realizados os cálculos para determinação do Perfil de Consumo Potencial – PCP, de cada ligação dos casos selecionados e, consequentemente, o dimensionamento do hidrômetro, chegando-se aos valores apresentados no Anexo 08, Perfil de Consumo de Condomínios - PCP (Análise de Consumos), modelo PIHS da Sanepar versus Modelo PCP, com dados SGC FEV/2006 a DEZ/2006. A partir disto, foi utilizada a Tabela 25, para o auxílio na determinação deste cálculo e de posse destes valores, onde se simulou o comportamento do perfil de consumo de cada ligação para diferentes classes de apartamentos (Classes de A a E), em função das dimensões da área total construída do imóvel, são elas: 1) Classe A: ligação residencial com apartamentos de área total construída maior que 300,1 m²; 2) Classe B: ligação residencial com apartamentos de área total construída entre 200,1 e 300 m²; 3) Classe C: ligação residencial com apartamentos de área total construída entre 100,1 e 200 m²; 4) Classe D: ligação residencial com apartamentos de área total construída entre 60,1 e 100 m²; e 5) Classe E: ligação residencial com apartamentos de área total construída até 60 m². 82 Esta Tabela também foi elaborada a partir da equação 02 do método do IPT, apresentada na revisão bibliográfica, adaptada para a Tabela 25. Tabela 25: Modelo de Previsão do consumo potencial (PCP) de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento para classes (A, B, C, D e E) CONDOMÍNIO / EDIFÍCIO APARTAMENTO CLASSE __ CARACTERÍSTICAS DO APARTAMENTO T1 T2 T3 T4 Total F.M. m³/mês T5 -21,70 Quantidade de Apartamentos 0,0177 Área Total Construída - (m2) Número de Banheiros (1) Número de Dormitórios (2) >3 1 <=3 0 2,65 3,97 0 0 0 0 Nº Vagas Garagem por Apart. 0 - 50,20 46,00 Área Média por Apartamento – AMA (m2) (1) - Não incluir banheiro de empregada, e lavabo (2) – Não incluir dormitório de empregada T1.....T5 – Tamanho do apartamento Consumo da Ligação (m³/mês) Consumo por Economia (m³/mês) Fonte: O Autor (Adaptado da equação 02) Onde: • T1, T2, T3, T4 e T5 - Tamanho de cada apartamento no condomínio (pode haver apartamentos de tamanhos diferentes na mesma ligação); • FM - Representa o fator de multiplicação conforme descrito na equação 2: • 0,0177 - Fator de multiplicação para área total construída; • 2,65 - Consumo atribuído para cada banheiro do apartamento; • 3,97 - Consumo atribuído para cada quarto do apartamento; 83 • - 50,20 - Consumo atribuído como redutor, para condomínios de apartamentos com mais de três dormitórios; • 46,00 - Consumo atribuído para cada vaga de garagem por apartamento no condomínio; • - 21,70 - Valor atribuído como redutor na equação 02; • Quantidade de Apartamentos - Identifica a quantidade de apartamentos para o tamanho de cada unidade habitacional; • Número de banheiros - Identifica o número de banheiros para cada tamanho de apartamento. Optou-se por não incluir banheiro de empregada por se tratar de um critério muito difícil de ser avaliado, ocupação sazonal, e na maioria dos casos as empregadas não residem nos apartamentos. Quanto ao lavabo, também não foi considerado, por considerarmos de uso eventual; • Número de Dormitórios - Identifica o número de dormitórios para cada tamanho de apartamento. Utiliza o mesmo critério do banheiro, não incluímos o dormitório de empregada. Neste parâmetro além do consumo de 3,97 m³/mês para cada quarto, também há um fator de correção N, que assume valor 1 (um) para habitações com mais de três dormitórios e valor 0 (zero) até três dormitórios. • Número de vagas de garagens por apartamento - Identifica o número total de vagas de garagens para cada tamanho de apartamento, esta quantidade depende do padrão do condomínio, podendo atribuir valores inteiros ou não, como, por exemplo, um 84 edifício com 24 apartamentos e 12 vagas de garagens, atribui-se um valor de 0,5; e • AMA - Área Média por Apartamento - É a área total do condomínio dividida pelo número de economias, representada pelos apartamentos. Depois de definidas as classes de A a E, foram elaboradas algumas simulações com o modelo desenvolvido, baseadas nas características dos apartamentos. As simulações são apresentadas nas Tabelas 26 a 27. Esta avaliação foi feita para ligações residenciais de 1 a 100 economias. Tabela 26: Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE A CONDOMÍNIO / EDIFÍCIO APARTAMENTO CLASSE A CARACTERÍSTICAS DO APARTAMENTO T1 T2 T3 T4 T5 Total F.M. m³/mês -21,70 Quantidade de Apartamentos 18 18 315,0 5.670,00 0,0177 100,36 Número de Banheiros (1) 3 54 2,65 143,10 Número de Dormitórios (2) 5 90 3,97 357,30 1 -50,20 -50,20 3 46,00 138,00 Consumo da Ligação – m³/mês 666,86 Consumo por Economia – m³/mês 37,05 Área Total Construída – m 2 >3 1 <=3 0 1 0 0 0 Nº Vagas Garagem por 3 Apartamento Área Média por Apartamento – AMA (m2) (1) - Não incluir banheiro de empregada e lavabo (2) – Não incluir dormitório de empregada T1.....T5 – Tamanho do apartamento Fonte: O Autor (Adaptado da Equação 02) 0 315,00 85 Tabela 27: Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE B CONDOMÍNIO / EDIFÍCIO APARTAMENTO CLASSE B CARACTERÍSTICAS DO APARTAMENTO T1 T2 T3 T4 T5 Total F.M. m³/mês -21,70 Quantidade de Apartamentos 16 16 32 Área Total Construída – m2 156,0 264,0 6.720,00 0,0177 118,94 Número de Banheiros (1) 2 2 64 2,65 169,60 Número de Dormitórios (2) 3 4 112 3,97 444,64 0 0 1 0,5 -50,20 -25,10 Nº Vagas Garagem por Apart. 1 2 1,5 46,00 69,00 >3 1 <=3 0 0 0 2 Área Média por Apartamento – AMA (m ) 210,00 (1) – Não incluir banheiro de empregada e Consumo da Ligação – m³/mês lavabo (2) - Não incluir dormitório de empregada Consumo por Economia – m³/mês T1.....T5 – Tamanho do apartamento Fonte: O Autor (Adaptado da equação 1) 755,38 23,61 Tabela 28: Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE C CONDOMÍNIO / EDIFÍCIO APARTAMENTO CLASSE C CARACTERÍSTICAS DO APARTAMENTO T1 T2 T3 T4 T5 Total F.M. m³/mês -21,70 Quantidade de Apartamentos 2 22 24 188,0 113,12 2.864,64 0,0177 50,70 Número de Banheiros (1) 3 2 50 2,65 132,50 Número de Dormitórios (2) 4 3 74 3,97 293,78 Área Total Construída – m 2 >3 1 <=3 0 1 0 0 0 0 0,08333 * -50,20 Nº Vagas Garagem por 2 1 1,08333 * 46,00 Apartamento Área Média por Apartamento – AMA (m2) 119,36 (1) - Não incluir banheiro de empregada e Consumo da Ligação – m³/mês lavabo (2) - Não incluir dormitório de empregada Consumo por Economia – m³/mês T1.....T5 – Tamanho do apartamento Fonte: O Autor (Adaptado da Equação 02) -4,18 49,83 500,93 20,87 * Considerada a média ponderada, no valor N e número de garagens, devido à ligação possuir diferentes características (tamanhos e quantidades). 86 Tabela 29: Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE D CONDOMÍNIO / EDIFÍCIO APARTAMENTO CLASSE D CARACTERÍSTICAS DO APARTAMENTO T1 T2 T3 T4 T5 Total F.M. m³/mês -21,70 Quantidade de Apartamentos 20 20 40 83,2 116,3 3.990,0 0,0177 70,62 Número de Banheiros (1) 1 1 40 2,65 106,00 Número de Dormitórios (2) 2 3 100 3,97 397,00 0 0 0 0 -50,20 0,00 Nº Vagas Garagem por Apart. 1 1 1 46,00 46,00 Área Total Construída – m >3 1 <=3 2 0 0 0 Área Média por Apartamento – AMA (m2) 99,75 (1) - Não incluir banheiro de empregada e Consumo da Ligação – m³/mês lavabo (2) – Não incluir dormitório de empregada Consumo por Economia – m³/mês T1.....T5 – Tamanho do apartamento Fonte: O Autor (Adaptado da Equação 02) 597,92 14,95 Tabela 30: Previsão do consumo potencial de água para uma ligação de um condomínio residencial vertical de apartamento CLASSE E CONDOMÍNIO / EDIFÍCIO APARTAMENTO CLASSE E CARACTERÍSTICAS DO APARTAMENTO T1 T2 T3 T4 T5 Total F.M. m³/mês -21,70 Quantidade de Apartamentos 48 48 Área Total Construída – m2 45,0 2.160,00 0,0177 38,23 Número de Banheiros (1) 1 48 2,65 127,20 Número de Dormitórios (2) 1 48 3,97 190,56 0 -50,20 0,00 0,5 46,00 23,00 >3 1 <=3 0 Nº Vagas Garagem por Apart. 0 0 0 0 0,5 0 2 Área Média por Apartamento – AMA (m ) 45,00 (1) - Não incluir banheiro de empregada e Consumo da Ligação – m³/mês lavabo (2) - Não incluir dormitório de empregada T1.....T5 – Tamanho do apartamento Consumo por Economia – m³/mês Fonte: O Autor (Adaptado da Equação 02) 357,29 7,44 87 Avaliando as Tabelas 26 a 30, é possível verificar que o modelo matemático apresenta valores coerentes, quando comparados com os consumos medidos no SGC e quando se determina o PCP. De posse dos dados tabulados, foi elaborada a Tabela 31, com base nas condições sugeridas na mesma. Tabela 31 – Características dos apartamentos entre as classes A, B, C, D e E Classe A B C D E 315 256 150 88 45 Nº de Banheiro(s) 3 2 2 1 1 Nº de Dormitório(s) 5 3 3 2 1 Vagas de Garagem(s) 3 2 1 1 0,5 AMA - m2 Fonte: O Autor Analisando os resultados da Tabela 26 e o Gráfico 01 (gerado a partir dos resultados da Tabela 31 e apresentados por completo no Anexo 04), se observa que o modelo matemático apresenta valores de consumo bastante elevados para poucas economias e a partir de sete economias os valores foram mais estáveis, sugerindo, assim, que o número mínimo de economias para este modelo matemático deva ser a partir de sete unidades para cada ligação. 88 7 ECONOMIAS 100 90 80 VOLUME (m³/mês) 70 60 50 40 30 20 10 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 Numero de Economias Residenciais CLASSE A CLASSE B CLASSE C CLASSE D CLASSE E Gráfico 01: Consumo de água (m³) por economias em cada classe Após conhecidos os modelos matemáticos para determinar o PCP de água das ligações, sem a problemática da variabilidade das classes, aplicou-se o modelo teórico desenvolvido por Yoshida (2003) nas amostras escolhidas para esta 89 pesquisa. Alem das condições já explicadas no item 4.2, consta-se que a partir de 7 economias residenciais, o consumo mostra-se mais estável. Com a determinação do PCP para cada um dos casos selecionados, foram avaliados os dados tabulados através de comparação entre os métodos de consumo do dimensionamento de hidrômetros. As comparações foram realizadas da seguinte forma: • PIHS x PCP (Projetista x Yoshida - Sabesp/IPT); • PIHS x CL-SGC (Projetista x Cadastro Sanepar-11m) • PCP x CL-SGC (Yoshida-Sabesp/IPT x Cadastro Sanepar-11m) • PCP x SGC (Yoshida - Sabesp/IPT x Cadastro SGC) Onde: PIHS – é o método do Projetista no qual são efetuados o cálculo de volume mensal e a definição do hidrômetro quando da aprovação deste junto à Sanepar; PCP – é o método desenvolvido por Yoshida - Sabesp/IPT e adaptado pelo autor; CL-SGC-11 meses - Considera o volume medido e o hidrômetro instalado (nos casos em que houve a troca do hidrômetro entre a aprovação do PIHS e o momento atual, onde esta troca foi feita sem qualquer critério de cálculo), sendo que neste caso foi considerada a média dos 11 meses do período. SGC Cadastro - Considera o volume medido e o hidrômetro instalado registrados no banco de dados De posse destes dados, os hidrômetros foram dimensionados de acordo com a Tabela 14 (Dimensionamento de hidrômetros por faixa de consumo da Sanepar). 90 5.0 RESULTADO E DISCUSSÃO Dos casos avaliados, obtiveram-se os seguintes resultados, conforme são demonstrados nos Anexos 07 e 08, onde estão expostos os casos e cálculos dos casos selecionados e no Anexo 09 se comparam os métodos de dimensionamento de hidrômetros, tendo como referência o método atual da Sanepar (PIHS) e o método proposto (PCP) para os 43 casos. A comparação entre os dimensionamentos dos hidrômetros (PIHS x PCP), (PIHS x CL-SGC-11m) tem como referência a bitola do HD dimensionado pela metodologia PIHS, enquanto que na comparação do dimensionamento dos hidrômetros (PCP x CL-SGC-11m) e (PCP x SGC-Cadastro), tem como referência a bitola do HD dimensionado pela metodologia PCP. Neste dimensionamento, foram utilizados os seguintes termos nas comparações, considerando-se inclusive a classe metrológica, são eles: a) Igual - Hidrômetros dimensionados exatamente iguais na comparação aos da metodologia PIHS; b) Sub - Hidrômetros dimensionados com bitolas e classes metrológicas inferiores aos da metodologia da referência PIHS; ou c) Super - Hidrômetros dimensionados com bitolas e classes metrológicas superiores aos da metodologia da referência PIHS. Na Tabela 32, se resume esta comparação e os métodos e demonstra-se o percentual do resultado em relação ao total comparado. Estabelecese também que “IGUAL” é BEM-DIMENSIONADO e a soma dos casos “SUB“ e “SUPER“ são MAL DIMENSIONADOS. 91 Tabela 32 - Comparação de dimensionamento de HD IGUAL SUB SUPER TOTAL BEMDIMENSIONADO MAL DIMENSIONADO Qt 18 4 21 43 18 25 % 41,86 9,30 48,84 41,86 58,14 Qt 13 3 27 13 30 % 30,23 6,98 62,79 30,23 69,77 Qt 25 2 16 25 18 % 58,14 4,65 37,21 58,14 41,86 Qt 13 1 29 13 30 % 30,23 2,33 67,44 30,23 69,77 DIMENSIONAMENTO PIHS x PCP PIHS x CL SGC (11m) PCP x CL SGC (11m) PCP x SGC (cadastro) 43 43 43 Notas: (11m) - Média dos 11 meses do SGC, Fev/06 a Dez/06 Fonte: Extraído do Anexo 09 A partir dos resultados obtidos na Tabela 32 da presente pesquisa, pode-se concluir que os parâmetros para análise de PIHS adotados pela Sanepar, comparados com o PCP para determinar o consumo e dimensionamento de hidrômetros de novas ligações, mostram que 41,86% dos casos estão com hidrômetros adequados (bem dimensionados), enquanto que 58,14% estão dimensionados inadequadamente (mal dimensionados), sendo que destes, 9,30% estão subdimensionados e 48,84% estão superdimensionados, o que acarreta submedição e conseqüente perda de faturamento. Ainda pode-se concluir que os parâmetros para análise de PIHS adotados pela Sanepar, comparados com o consumo médio (11 meses) registrado no SGC, indicam que 30,23% dos casos estão com hidrômetros adequados (bem dimensionado) enquanto 69,77% estão dimensionados inadequadamente (mal dimensionados), sendo que destes, 6,98% estão subdimensionados e 62,79% estão 92 superdimensionados, o que também acarreta submedição e conseqüente perda de faturamento. Já no método PCP, comparados os parâmetros com o consumo médio registrado no SGC (11 meses), indica-se que 58,14% dos casos estão com hidrômetros adequados (bem-dimensionado) enquanto 41,86% estão dimensionados inadequadamente (mal dimensionados), sendo que destes, 4,65% estão subdimensionados e 37,21% estão superdimensionados, o que também acarreta submedição e conseqüente perda de faturamento. E no método PCP, a comparação com o consumo médio registrado no SGC-Cadastro indica que 30,23% dos casos estão com hidrômetros adequados (bem-dimensionado) enquanto 69,77% estão dimensionados inadequadamente (mal dimensionados), sendo que destes, 2,33% estão subdimensionados e 67,77% estão superdimensionados, o que também acarreta submedição e conseqüente perda de faturamento. Estas avaliações estão representadas no Gráfico 02. BEM DIMENSIONADO 69,77 41,86 69,77 58,14 30,23 30,23 50 40 30 20 10 0 41,86 100 90 80 70 60 58,14 % MAL DIMENSIONADO PIHS x PCP PIHS x CL SGC (11m) PCP x CL SGC (11m) PCP x SGC (cadastro) Gráfico 02 – Comparação de Dimensionamento de HD 93 Na Tabela 33, é mostrada a quantidade de hidrômetros das respectivas bitolas, quando comparados com os métodos PIHS e PCP. Tabela 33 - Quantidade de HD por bitola (PIHS / PCP / SGC) 3/4" C - 1,5 3/4" C - 2,5 1" C 1.1/4" C 1.1/2" C 2" C TOTAL Qt 0 7 19 0 12 5 43 % 0,00 16,28 44,19 0,00 27,91 11,63 Qt 1 17 7 7 8 3 % 2,33 39,53 16,28 16,28 18,60 6,98 Qt 10 24 9 0 0 0 % 23,26 55,81 20,93 0,00 0,00 0,00 BITOLA DO HD HD do PIHS 43 HD do PCP 43 HD do SGC Fonte: O Autor - Anexo 09 Após analisada a Tabela 33, é possível verificar que com os métodos de dimensionamento de hidrômetros, a tendência é que no método PIHS haja uma distribuição mais concentrada em algumas bitolas, isto ocorre devido à limitação das faixas de consumo citadas na Tabela 13 (ECA - Estimativa de Consumo de Água), embora neste método não sejam previstos hidrômetros de bitolas ¾” C-1,5 e 1 ¼” C. Já no método PCP, o dimensionamento é mais distribuído por dimensionamento de bitola, pois os consumos são mais flexíveis, variando-se de acordo com os parâmetros dos apartamentos (área total, número de dormitórios, número de banheiros e número de vagas na garagem). A distribuição das bitolas dos hidrômetros é ilustrada no Gráfico 03. 94 % 44,19 50,00 39,53 45,00 40,00 27,91 35,00 30,00 18,60 11,63 20,00 16,28 16,28 16,28 25,00 6,98 15,00 2,33 10,00 0,00 0,00 0,00 5,00 HD do PIHS HD do PCP Hidrômetros 3/4 C - 1,5 3/4 C - 2,5 1C 1 1/4 C 1 1/2 C 2C Gráfico 03 - Percentual de bitolas dos hidrômetros classificados de acordo com a metodologia do PIHS e PCP. Na Tabela 34, é possível verificar que o método PIHS tornou a instalação do Hidrômetro mais expendiosa que no método PCP e a existente (SGC), desde modo é possível correlacionar que as instalações hidráulicas internas também o são. Tabela 34 - Quantidade e Custo unitário e total de HD por bitola dos casos (PIHS / PCP / SGC) 3/4" C - 1,5 3/4" C - 2,5 1” C 1.1/4” C 1.1/2” C 2” C R$ 80,00 100,00 130,00 160,00 210,00 270,00 Qt 0 7 19 0 12 5 43 R$ 0,0 700,0 2.470,0 0,00 2.520,0 1.350,0 7.040, 0 Qt 1 17 7 7 8 3 43 R$ 80,0 1.700,0 910,0 1.120,0 1.680,0 810,0 6.300,0 Qt 8 14 5 6 8 2 43 R$ 640,0 1.400,0 650,0 960,0 1.680,0 540,0 5.870,0 BITOLA DO HD CUSTO UNIT. HD HD do PIHS HD do PCP HD do SGC Fonte: O Autor TOTAL 95 6.0 CONCLUSÕES E SUGESTÕES 6.1 Conclusão A partir da análise e interpretação dos resultados encontrados com a aplicação dos métodos de previsão de Perfil de Consumo Potencial – PCP, se pode concluir que não existe atualmente metodologia precisa para determinação de consumo micromedido para dimensionamento de hidrômetros das ligações de água de grandes clientes residenciais em edificações verticais, onde possa ser aplicada como padrão pelas companhias de saneamento do Brasil. Mesmo com a definição e aplicação de métodos mais precisos e eficientes, sempre haverá distorções, pois parâmetros habitacionais e sazonais sempre irão interferir nos resultados. Também para um bom dimensionamento de hidrômetros, devem ser consideradas as faixas mínimas e máximas de medição dos hidrômetros, o que não faz parte do contexto deste trabalho, uma vez que os hidrômetros estão sendo dimensionados apenas pelo consumo mensal da ligação. Nos casos estudados se constata que com o método PCP, a escolha do consumo e do hidrômetro é a que apresenta melhores resultados se comparados com o originalmente projetado pelo projetista e também em relação ao utilizado atualmente pela Sanepar. Conforme verificado no SGC do mês de dezembro de 2006, na cidade de Londrina existem 1.026 ligações que representam integralmente o universo pesquisado, que correspondem a aproximadamente 0,81% do total de ligações, o consumo representa 17,32% em relação ao volume micromedido total. 96 Portanto, com a nova metodologia proposta, haverá aumento no volume micromedido, principalmente pela diminuição de erros de sub e superdimensionamento de hidrômetros e com a conseqüente redução das perdas aparentes (valores estes que somente poderão ser quantificados e mensurados, após implantação da metodologia e gestão da micromedição). O método do PCP, também demonstrou um melhor equilíbrio entre as bitolas dimensionadas e um custo de implantação mais baixo que o apresentado pelo modelo PIHS em 8,95 %. Já com relação ao do cadastrado, teve um custo mais elevado em 9,32 %, mas deve-se considerar que houve trocas de hidrômetro após a instalação, sendo os mesmos redimensionados para bitolas menores, trocas estas que não se justificam uma vez que os consumos registrados estão abaixo do modelo PCP, acarretando em um prejuízo financeiro na arrecadação ao longo das medições. Também é importante destacar que os testes do modelo aplicado foram somente para ligações residenciais de edificações verticais acima de 7 economias, nas quais o consumo se mostra estável. Finalizando, a gestão da micromedição deve ser uma busca permanente e contínua, de forma a criar e fomentar entre os profissionais das Companhias de Saneamento e dos Projetistas hidráulicos, uma visão empresarial justa e ética do sistema de medição, melhorando o relacionamento com o cliente. 97 6.2 Comentários e Sugestões O incentivo ao avanço tecnológico, assim como o desenvolvimento contínuo de distintas formas de atuação, facilita a criação dos paradigmas coorporativos, assim como a valorização de fatores subjetivos oferece uma interessante oportunidade para verificação das novas proposições. Acima de tudo, é fundamental ressaltar que o comprometimento entre as empresas desafia a capacidade de equalização do fluxo de informações. A certificação de metodologias que auxiliem a lidar com o consenso sobre a necessidade de qualificação causa impacto indireto na reavaliação das formas de ação. Assim o desenvolvimento contínuo de distintas formas de atuação é uma das conseqüências das regras de conduta normativa. No entanto, não podemos esquecer que a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar do investimento em reciclagem técnica. É importante questionar o quanto a adoção de políticas desenvolvedoras garante a contribuição na determinação de um retorno esperado a médio e longo prazo. Diante da necessidade de gestionar eficientemente a micromedição, as CESBs necessitam que todas as ações sejam organizadas, planejadas, programadas e integradas, de forma a atender seus objetivos, utilizando-se técnicas mais modernas e eficientes relacionadas à gestão da micromedição. Com hidrômetros bem dimensionados, são dados como certos o aumento do volume micromedido para a CESB no seu parque de medição e para o cliente uma diminuição do custo da implantação da ligação, de modo que haverá: 98 a) Possibilidade de redução de recursos financeiros disponíveis para aquisição de hidrômetros (quanto mais bem dimensionado o HD, menor será a interferência do superdimensionamento); b) Possibilidade de redução do custo de estocagem e da área física, pois o bom dimensionamento dos hidrômetros terá como conseqüência a tendência de redução da bitola do HD; c) Hidrômetro bem dimensionado aumenta a vida útil e reduz custos de manutenção; e d) Menor custo do hidrômetro para implantação na ligação do cliente (bitolas menores, menor custo). Embora o modelo aplicado neste trabalho como determinação do Perfil de Consumo Potencial - PCP apresente evolução e ganhos sobre o critério adotado atualmente para implantação de ligações novas (PIHS) e existentes (SGC), é de fundamental importância que este método seja constantemente aprimorado para eliminação de distorções. Portanto, podem-se agregar ao modelo matemático parâmetros de correção, tais como: a) Pressão no ponto de instalação do hidrômetro; b) Número de pavimentos da ligação; c) Existência ou não de piscina; d) Interferência no consumo em função do perfil dos habitantes da economia (estudantes, idosos, famílias, e outros); e) Existência de reservatórios inferiores (cisternas) ou reservatórios superiores; 99 f) Existência de válvulas redutoras de pressão no ramal de distribuição dos apartamentos. Promover a obrigatoriedade de dados cadastrais na FSE - Folha de Situação Estatística (IA/OPE/125-01), tais como: a) Número de dormitórios, b) Número de banheiros; c) Número de garagens; d) Área útil e total do apartamento; e) Número de unidades habitacionais; e f) Modificar no ECA – Estimativa de Consumo de Água (IA/OP/126-01), item 4, subitens 3, 4, 5 e 6, implementando o modelo PCP, para consumos de grandes clientes em ligações de água a partir de sete economias. Também é interessante que se programe a criação de uma estrutura de gestão com locação de recursos físicos e humanos para que possa se implantar, desenvolver e gestionar a micromedição de forma mais constante e presente nos casos de Grandes Consumidores. Também, este estudo pode ser ampliado para qualquer tipo de ligação de grandes clientes de outras categorias, tais como: clubes, creches, escolas, hospitais, hotéis, postos de combustíveis, shoppings, edifícios públicos e comerciais e outros. A dificuldade de acesso e de confiança nos dados poderia ser melhorada, com a implantação do método PCP, através do desenvolvimento de um software para o cálculo estimado do consumo de água de cada ligação, que poderia ser utilizado tanto para o dimensionamento do consumo, como para a escolha de 100 tipo mais adequado do medidor, e que promovesse a gestão dos dados de consumos mensais de forma a permitir a garantia da qualidade da medição. 101 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS – ANA, A evolução da gestão dos recursos hídricos no Brasil, Edição comemorativa do Dia Mundial das Águas, 64 p. (2002). ALBERTA ENVIRONMENTAL PROTECTION, Water and Wastewater operations manual. AEP. Level I Manual. Volume B. Unit 6. Canadá, 1996. ANDRADE, T. A. ET ALII, Estudo da Função Demanda por Serviços de Saneamento e Estudo da Tarifação do Consumo Residencial, Texto para discussão n. 415, IPEA, maio de 1996. BANCO MUNDIAL, Relatório sobre o desenvolvimento humano. 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Chuvas intensas para obras de drenagem no Estado do Paraná. - 2. ed. revisada e ampliada – Curitiba - PR: Vicentina Gráfica e Editora, 2003. GONÇALVES, P. M. Elementos de análise econômica relativos ao consumo predial do PNCDA – DTA B1. In: Bases Metodológicas para a Racionalização do Uso de Água e Energia no Abastecimento Público de Água em São Paulo (Dissertação de Mestrado IEEE/EP/IF/FEA. p. 95). Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – DTA B1. Ministério do Planejamento e Orçamento. Secretaria de Política Urbana. Brasília, 1998, p. 46. FONSECA, J. S. MARTINS, G. A. Curso de Estatística. São Paulo: Editora Atlas, 1996. 103 FUNDO DE POPULAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - FNUAP, Relatório da População Mundial/2004. Disponível em <http://www.fnuap.org.br> LEI N. 9.433 de 08/01/97: Política Nacional de Recursos Hídricos, Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e da Amazônia Legal – Secretaria dos Recursos Hídricos, p. 4. IPEA, Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento, Brasília. Ipea, 2004. MANUAL DE PROCEDIMENTOS, Projeto e Instalações de Sistemas Prediais Hidráulicos-Sanitários, Sanepar. MELLO, E. J. Perdas na Medição de Água, a Contribuição do Hidrômetro Inclinado. Disponível em <http://www.geocities.com/hidrometro/autor.htm>. MENGOTTI DE OLIVEIRA, S. Aproveitamento da água da chuva e reuso de água em residências unifamiliares: Estudo de caso em Palhoça – Santa Catarina. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. NIELSEN, M. et al. Medição de Água Estratégias e Experimentações. Curitiba: Optagraf Editora & Gráfica, 2003. PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE AO DESPERDICIO DE ÁGUA – PNCDA – Documentos Técnicos de Apoio – DTA – D3 – Micromedição, Brasília, DF, 1999. 104 OLIVEIRA JR, O., SILVA NETO, J. Utilização de sistema de coleta de esgoto sanitário a vácuo, com bacias de volume ultra-reduzido, em um edifício comercial na cidade de São Paulo. In: I Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável (CLAS) - X Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC). São Paulo: ISBN, 2004. RECH, A. L. Água Micromedição e Perdas. 2. ed. Scortecci Editora. Maio/1999. P 196. RECH, A. L. Controle de Perdas pela Micromedição. Disponível em <http://www.aqua.eng.br/hidrometria.htm>. Acesso em 09 fev. 2005. RECH, A. L. Um Método Simples para (Re)Dimensionar Hidrômetros. Disponível em <http://www.aqua.eng.br/hidrometria.htm>. Acesso em 09 fev. 2005. SANTOS, Milton. Por Uma Geografia Nova, Co-edição Edusp/Hucitec, São Paulo, SP, 1978. ROZAS, NORBERTO E PRADO, RACINE T. ARAÚJO, Implantação de Sistemas de Leitura Automática de Medidores de Insumos Prediais - BT/PCC/319, São Paulo, 2002. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO – SNIS Diagnóstico dos serviços de água e esgotos – 2003, Tabela RE7 a RE9 – Indicadores de prestadores de serviços de abrangência regional. 105 SHIKLOMANOV, Igor A. “World fresh water resources”, in Water in Crisis: A Guide to the World’s Fresh Water Resources, P. H. Gleick, ed. (Oxford University Press, New York. 13-24 p. 1993). SHIKLOMANOV, Igor A. Assessment of water resources and water availability in the world, Report for the Comprehensive Assessment of the Freshwater Resources of the World, United Nations. Data archive on CD-ROM from the State Hydrological Institute, St. Petersburg, Russia (1998). TSUTIYA, M. T. Abastecimento de Água. 1. ed. Provo Distribuidora e Gráfica, São Paulo, 2004. TOMAZ, P. Economia de Água: Para empresas e residências. São Paulo: Navegar, 2001. REBOUÇAS, Aldo, Água Doce no Mundo e no Brasil, in Aldo Rebouças et alli, Águas Doces no Brasil, Capital Ecológico, Uso e Conservação, Instituto de Estudos Avançados da USP, São Paulo, SP, 1999 YIN, Robert K.; Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 2. ed. Editora Porto Alegre: Bookman, 2001. WALDMAN, Maurício, 1994, Espaço e Modo de Produção Asiático, in Boletim Paulista de Geografia, n. 72, publicação da AGB - Associação dos Geógrafos Brasileiros, seção de São Paulo, Universidade de São Paulo, SP. 106 Glossário ABASTECIMENTO DE ÁGUA É o fornecimento de água aos usuários da Empresa, obedecendo-se os padrões recomendados. A.B.N.T – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ÁGUA BRUTA É o estado da água em seu aspecto original quando captada por meio superficial ou subterrâneo sem o devido tratamento ALTERNATIVA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO É o esgotamento sanitário de um prédio, em local diferente do Sistema operado pela Sanepar. A.M.A – ÁREA MÉDIA POR APARTAMENTO AMOSTRA / AMOSTRAGEM Estatisticamente, é a escolha criteriosa de alguns elementos de um universo de dados ou objetos para sofrerem um processo de análise, sendo considerados representantes do todo. CADASTRO COMERCIAL É o conjunto de dados que identifica o prédio e ligação do usuário. CATEGORIA Classificação da economia em função da ocupação do prédio. CAVALETE É o conjunto de tubulações, conexões e medidor ou local a ele destinado, situado entre o ramal predial e a instalação predial, de conformidade com os padrões construtivos da Sanepar CICLO DE VENDA Período correspondente ao fornecimento de água e/ou coleta de esgoto para cada ligação, compreendido entre duas leituras de medidor, e/ou estimativas de consumos/volumes. CESB Refere-se às Companhias Estatuais de Saneamento Básico. CONSUMO DE ÁGUA É o volume de água medido ou estimado de uma ligação de água, num determinado ciclo de venda. 107 CONSUMO DE ÁGUA DE FONTE PRÓPRIA DE ABASTECIMENTO É o volume apurado por medidor de água, instalado na fonte própria de abastecimento do usuário, ou estimado utilizando-se critérios estabelecidos pela Sanepar. CONSUMO ESTIMADO DE ÁGUA É o volume estimado a uma ligação predial desprovida de medidor de água, utilizando-se critérios previamente estabelecidos pela Sanepar num determinado ciclo de venda. CONSUMO EXCEDENTE DE ÁGUA É o que excede a demanda mínima estabelecida para cada economia, num ciclo de venda. CONSUMO MEDIDO DE ÁGUA É o volume fornecido e registrado através de um medidor de água, num determinado ciclo de venda. CONSUMO MÉDIO DE ÁGUA É a média do consumo medido e/ou estimado de dois ou mais ciclos de venda. CONTA Documento que habilita a Sanepar a cobrar o débito contraído pelos usuários dos serviços. CONTROLE OPERACIONAL Forma de gestão dos processos operacionais CONSUMIDORES ESPECIAIS Estabelecimentos comerciais, industriais e públicos, de difícil mensuração, por apresentarem consumos muito heterogêneos e sazonais e também o tipo de utilização da água depende do ramo de atividade, sendo necessários estudos caso a caso. DATA-LOGGER Equipamento minirregistrador de dados, eletrônico e microprocessado, adequado para monitoramento e registro de vazão e volume de água. Exibe os dados coletados na tela de um PC, permite armazenamento digital, além da impressão de gráficos e planilhas. DÉBITO Valor devido pelo usuário resultante dos serviços prestados. DÉBITO EM ATRASO Valor devido pelos usuários, acrescido das sanções previstas neste Regulamento. DEMANDA DOMÉSTICA É o volume de água necessária para atendimento das necessidades dos clientes 108 DEMANDA MÍNIMA DE ÁGUA É o volume mínimo, atribuído pela Sanepar, a cada economia e/ou ligação, para efeito de faturamento, num determinado ciclo de venda. DIMENSIONAMENTO Ato de adequar um medidor, em função de suas características metrológicas, ao regime de trabalho no qual irá operar. E.C.A – ESTIMATIVA DE CONSUMO DE ÁGUA Método pelo qual a Sanepar estima o consumo de água e aplica aos clientes e às áreas técnicas, de manutenção e comercial da Sanepar, e que consta do Sistema Normativo IA/OPE/024. ECONOMIAS Todo prédio ou subdivisão de um prédio, com ocupação independente das demais, identificável e/ou comprovável em função da finalidade de sua ocupação legal, dotado de instalação privada ou comum para uso dos serviços de abastecimento de água e/ou esgotamento sanitário, cadastrado para efeito da cobrança. F.M. – FATOR DE MULTIPLICAÇÃO Critério utilizado para aplicação de modelos ou métodos matemáticos F.S.E – FOLHA DE SITUAÇÃO E ESTATÍSTICA Formulário pelo qual o Responsável Técnico do empreendimento informa e demonstra a situação da obra, e envia à Sanepar para juntamente com o PIHS estimar o consumo de água, e aplicar aos clientes e às áreas técnicas, de manutenção e comercial FONTE PRÓPRIA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Suprimento de água de um prédio não proveniente do sistema de abastecimento de água operado pela Sanepar. GESTÃO Administração e planejamento, que num parque de medidores definem políticas e estratégias com base em informações técnicas relacionadas ao desempenho dos medidores de água, visando a melhor seleção, dimensionamento, controle, período de manutenção e substituição dos mesmos. GESTÃO DA MICROMEDIÇÃO Forma de planejamento, controle e administração dos volumes micromedidos GRANDES CLIENTES Clientes com consumo medido de água acima de 100 m3/mês H.D - HIDRÔMETRO Sigla para definição de hidrômetro HIDRÔMETRO É o aparelho destinado a medir e registrar, cumulativamente, o volume de água fornecido. 109 INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA É o conjunto de tubulações, conexões, aparelhos e equipamentos localizados no prédio, de responsabilidade do usuário, destinado ao seu abastecimento de água conectado ao ponto de entrega de água. INSTALAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO É o conjunto de tubulações, conexões, aparelhos, equipamentos e acessórios, localizado no prédio, de responsabilidade do usuário, destinado ao seu esgotamento sanitário, conectado ao ponto de coleta de esgoto. INTERRUPÇÃO DO ABASTECIMENTO Interrupção do fornecimento de água a um prédio, mantida a sua ligação, motivada pelo não-pagamento da conta e/ou inobservância do estabelecimento nesse regulamento e normas da Sanepar. I.A. – INSTRUMENTO DE APOIO Sigla para definição de categoria de informações pela qual a Sanepar orienta e normatiza as atividades e processos. LACRE Dispositivo que permite identificar a violação do medidor de água ou esgoto. LIGAÇÃO CLANDESTINA DE ÁGUA É o conjunto de tubulações e conexões conectado irregularmente à rede de distribuição, ligação e/ou instalação predial de água executada com artifícios, procurando ocultar a sua existência e sem o devido registro no cadastro comercial. LIGAÇÃO CLANDESTINA DE ESGOTO É o conjunto de tubulações e conexões conectado irregularmente à rede de coleta, ligação e/ou instalação predial de esgoto executada com artifício, procurando ocultar a sua existência e sem o devido registro no cadastro comercial. LIGAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA É o conjunto formado pelo ramal predial e o cavalete, conectado à rede de distribuição. LIGAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA COM IRREGULARIDADE É aquela em que for constatada fraude que, comprovadamente, torne inconfiável a apuração do consumo medido. LIGAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA NÃO CADASTRADA É aquela que, embora executada de acordo com os padrões construtivos da Sanepar, não está registrada no cadastro comercial. LIGAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO É o conjunto de tubulações e conexões de conformidade com os padrões construtivos da Sanepar conectado á rede de coleta de esgoto e situado entre esta e a instalação predial. 110 LIGAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO COM IRREGULARIDADE É aquela em que for constatada fraude que, comprovadamente, torne inconfiável a apuração do volume. LIGAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO NÃO CADASTRADA É aquela que, embora executada de acordo com os padrões construtivos da Sanepar, não está registrada no cadastro comercial. LIGAÇÃO PREDIAL DE USO TEMPORÁRIO É a ligação destinada ao uso por período preestabelecido. LIGAÇÃO PREDIAL PARA CONSTRUÇÃO É a ligação executada, em caráter provisório, destinada à utilização em construção e que pode ser transformada em definitiva. LIGAÇÕES TOTAIS DE ÁGUA Contempla todo o parque de ligações, ora dividido em 05 categorias (Residencial, Comercial, Industrial, Poder Público e Utilidade Pública). MATRÍCULA Forma numérica pela qual é identificado um cliente. MEDIÇÃO DE FONTE PRÓPRIA DE ABASTECIMENTO É a apuração do volume produzido pela fonte própria de abastecimento através de medidor de água. MACROMEDIÇÃO É a apuração do volume produzido ou distribuído de água de uma unidade ou de uma área ou região através de grandes medidores MANANCIAL DE ABASTECIMENTO Fonte de água utilizada para abastecimento de água MEDIDOR DE ÁGUA É o hidrômetro ou dispositivo específico adotado pela Sanepar para medição e registro do consumo de água. MEDIDOR DE ESGOTO É o dispositivo específico adotado pela Sanepar para medição e registro do volume de esgoto. MICROMEDIÇÃO Refere-se à medição dos consumos nos ramais prediais de água MOS Refere-se ao Manual de Obras da Sanepar O.P.E – OPERACIONAL Sigla para definição de subcategoria (Operacional) de informações pela qual a Sanepar orienta e normatiza as atividades e processos 111 P.F. – PADRÃO DE FUNCIONAMENTO Sigla para definição de categoria de informações pela qual a Sanepar orienta e normatiza as atividades e processos. PADRÕES CONSTRUTIVOS DA SANEPAR É o conjunto de normas técnicas que especifica e padroniza materiais, equipamentos e métodos construtivos para obras e/ou instalações da Sanepar. PENALIDADE É a ação administrativa e/ou punição pecuniária, aplicada aos infratores pela inobservância do previsto neste regulamento e normas da Sanepar. PERDAS NÃO APARENTES Correspondem aos volumes que escoam através de vazamentos nas tubulações, vazamentos nos reservatórios, extravasamentos nos reservatórios. PERDAS APARENTES Correspondem aos volumes consumidos, porém não contabilizados, associados a erros de medição, fraudes e falhas no cadastro comercial da companhia de saneamento. PERFIL DE CONSUMO POTENCIAL - PCP É o perfil de consumo potencial de um cliente em edifícios verticais, levando em consideração algumas variantes como metragem do imóvel, número de dormitórios, banheiros, cozinha, torneiras, garagem, número de habitantes, etc. PONTO DE COLETA DE ESGOTO É o ponto de conexão da ligação predial de esgoto com instalação predial. PONTO DE ENTREGA DE ÁGUA É o ponto de conexão da ligação predial de água com a instalação predial. PREÇO Valor fixado ou acordado pela empresa a ser cobrado do usuário ou de terceiros pela prestação de serviços e atividades. PRÉDIO Todo imóvel com ou sem edificação. P.I.H.S. - PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS Projeto de instalações hidrossanitárias de imóvel, exigido pela empresa de saneamento, para análise e estabelecimento de critérios quanto às condições para atendimento com serviços de abastecimento de água e/ou coleta e tratamento de esgotos, visando a efetivação de uma nova ligação P.H.S. - PROJETO HIDROSSANITÁRIO Projeto de hidráulico sanitário. RAMAL PREDIAL É o conjunto de tubulações e conexões, de conformidade com os padrões construtivos da Sanepar, situado entre a rede de distribuição de água e o cavalete. 112 REDE DE COLETA DE ESGOTO É o conjunto de tubulações, acessórios, instalações e equipamentos, destinado ao esgotamento sanitário. REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA É o conjunto de tubulações, acessórios, instalações e equipamentos, destinados à distribuição de água. S.A.A. – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA É o conjunto de obras, instalações, equipamentos, tubulações e acessórios, destinado ao abastecimento de água. SABESP – Companhia de Saneamento Básico de Estado de São Paulo Empresa de saneamento básico de água, esgoto atuando em diversas cidades e sistemas no Estado de São Paulo. SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná Empresa de saneamento básico de água, esgoto e resíduos sólidos, de economia mista, atuando em diversas cidades e sistemas no Estado do Paraná. S.G.C – SISTEMA DE GESTÃO COMERCIAL Sistema de Gestão Comercial, através do qual a Sanepar cadastra e controla os dados dos clientes, para a sua gestão. S.I.S – SISTEMA DE INFORMAÇÕES SANEPAR Banco de dados com informações operacionais, comerciais, administrativas, planejamento e de pessoal da Sanepar. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA É o conjunto de obras, instalações, equipamentos, tubulações e acessórios, destinado ao abastecimento de água. SOBREDIMENSIONAMENTO Ato de recomendar ou instalar equipamento com características de performance superiores às que realmente será submetido SUBDIMENSIONAMENTO Ato de recomendar ou instalar equipamento com características de performance inferiores às que realmente será submetido SUPERDIMENSIONAMENTO Ato de recomendar ou instalar equipamento com características de performance superiores às que realmente será submetido SUPRESSÃO DE LIGAÇÃO Interrupção da prestação do serviço com a retirada, no todo ou em parte, da ligação predial. 113 TARIFA É o conjunto de preços cobrado pela Sanepar, referente à prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. TARIFA DIFERENCIADA É o valor unitário estabelecido por categoria de usuário e respectiva faixa de consumo. TARIFA MÉDIA É o valor do quociente entre a receita operacional direta do serviço e o volume faturado, referente à água e esgoto. TARIFA MÍNIMA É o valor mínimo que deve ser pago pelo usuário por serviços de abastecimento de água e/ou esgotamento sanitário, prestados num determinado ciclo de venda. UNIDADES DISTRIBUIDORAS Unidade operacional com atividades operacionais de reservação e distribuição da água. UNIDADES PRODUTORAS Unidade operacional que processa todas as atividades operacionais desde a captação de água (seja ela de forma subterrânea ou superficial), adução da água bruta e o tratamento da água. USUÁRIO Toda pessoa física ou jurídica que se utiliza dos serviços prestados pela Sanepar. VAZÃO É o volume de água que atravessa uma determinada secção por unidade de tempo VALORES DE ELASTICIDADE É a média dos valores ponderados para faixas de consumo de água, de forma que possa ser flexível. VAZÃO ADUZIDA É o volume de água in natura ou tratada que atravessa uma determinada secção por unidade até um determinado ponto ou reservatório. VIA PÚBLICA Local de domínio público, destinado ao assentamento das tubulações, conexões, aparelhos e equipamentos necessários ao abastecimento de água e esgotamento sanitário. VOLUME FATURADO É o volume medido ou estimado correspondente ao valor faturado. 114 ANEXOS 115 Anexo 01 FSE - Folha de Situação Estatística: norma Sanepar IA/OPE/125-01 116 117 118 119 Anexo 02 PIHS - Projeto de Instalações Hidro-Sanitárias: Norma Sanepar PF/OPE/024-02 120 121 122 123 124 125 126 Anexo 03 ECA - Estimativa de Consumo de Água: Norma Sanepar: IA/OPE/126-012 127 128 Anexo 04 Tabela comparativa do potencial de consumo de água entre classes de apartamentos Consumo mensal de água (m3) Número de economias por ligação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 Continua... A B C D E 99,48 66,43 55,41 49,90 46,60 44,39 42,82 41,64 40,72 39,99 39,44 38,88 38,49 38,10 37,81 37,51 37,28 37,05 36,87 36,68 36,50 36,31 36,13 36,13 36,00 35,87 35,74 35,74 35,64 35,54 35,44 35,44 35,36 35,29 35,21 35,21 35,15 35,09 35,03 35,03 34,99 34,96 34,92 92,04 56,89 45,17 39,32 35,80 33,46 31,78 30,53 29,55 28,77 28,19 27,60 27,18 26,76 26,45 26,13 25,89 25,65 25,46 25,26 25,06 24,87 24,67 24,67 24,53 24,39 24,25 24,25 24,15 24,04 23,94 23,94 23,86 23,77 23,69 23,69 23,63 23,56 23,50 23,50 23,46 23,42 23,38 44,17 32,02 27,97 25,94 24,73 23,92 23,34 22,90 22,57 22,30 22,10 21,89 21,75 21,60 21,49 21,38 21,30 21,22 21,15 21,08 21,01 20,95 20,88 20,88 20,83 20,78 20,73 20,73 20,69 20,66 20,62 20,62 20,59 20,57 20,54 20,54 20,52 20,49 20,47 20,47 20,46 20,44 20,43 36,45 24,30 20,25 18,22 17,01 16,20 15,62 15,19 14,85 14,58 14,38 14,17 14,03 13,88 13,78 13,67 13,59 13,50 13,43 13,36 13,29 13,23 13,16 13,16 13,11 13,07 13,02 13,02 12,98 12,95 12,91 12,91 12,88 12,85 12,82 12,82 12,80 12,78 12,76 12,76 12,75 12,73 12,72 8,72 8,07 7,85 7,74 7,68 7,63 7,60 7,58 7,56 7,55 7,54 7,52 7,52 7,51 7,51 7,50 7,50 7,49 7,49 7,48 7,48 7,47 7,47 7,47 7,47 7,46 7,46 7,46 7,46 7,46 7,46 7,46 7,46 7,45 7,45 7,45 7,45 7,45 7,45 7,45 7,45 7,45 7,45 129 Consumo mensal de água (m3) Número de economias por ligação 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 Continua... A B C D E 34,88 34,85 34,81 34,77 34,74 34,70 34,70 34,68 34,65 34,63 34,60 34,58 34,55 34,53 34,50 34,48 34,48 34,46 34,44 34,43 34,41 34,39 34,37 34,36 34,34 34,32 34,32 34,31 34,29 34,28 34,27 34,25 34,24 34,23 34,21 34,20 34,20 34,19 34,18 34,17 34,16 34,15 34,14 34,13 34,12 34,11 34,11 34,10 34,09 34,09 23,34 23,31 23,27 23,23 23,19 23,15 23,15 23,12 23,10 23,07 23,04 23,02 22,99 22,96 22,94 22,91 22,91 22,89 22,87 22,86 22,84 22,82 22,80 22,79 22,77 22,75 22,75 22,74 22,72 22,71 22,69 22,68 22,66 22,65 22,63 22,62 22,62 22,61 22,60 22,59 22,58 22,56 22,55 22,54 22,53 22,52 22,52 22,51 22,50 22,49 20,42 20,40 20,39 20,38 20,36 20,35 20,35 20,34 20,33 20,32 20,31 20,31 20,30 20,29 20,28 20,27 20,27 20,26 20,26 20,25 20,24 20,24 20,23 20,22 20,22 20,21 20,21 20,21 20,20 20,20 20,19 20,19 20,18 20,18 20,17 20,17 20,17 20,17 20,16 20,16 20,16 20,15 20,15 20,15 20,14 20,14 20,14 20,14 20,13 20,13 12,70 12,69 12,67 12,66 12,64 12,63 12,63 12,62 12,61 12,60 12,59 12,59 12,58 12,57 12,56 12,55 12,55 12,54 12,54 12,53 12,52 12,52 12,51 12,50 12,50 12,49 12,49 12,49 12,48 12,48 12,47 12,47 12,46 12,46 12,45 12,45 12,45 12,45 12,44 12,44 12,44 12,43 12,43 12,43 12,42 12,42 12,42 12,42 12,41 12,41 7,45 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,44 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 130 Consumo mensal de água (m3) Número de economias por ligação 94 95 96 97 98 99 100 Fonte: O Autor A B C D E 34,08 34,07 34,06 34,06 34,05 34,04 34,04 22,48 22,48 22,47 22,46 22,45 22,44 22,44 20,13 20,12 20,12 20,12 20,11 20,11 20,11 12,41 12,40 12,40 12,40 12,39 12,39 12,39 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 7,43 131 Anexo 05 Tabela com a matrícula os condomínios residenciais (Nomes Suprimidos) com consumo maior que 100m3 escolhidos como amostra para aplicação do modelo. MATRICULA 18852349 06638120 06852009 06897690 06901476 20698845 06971016 10659957 11477453 11966560 12598220 12638876 13024910 13152039 16765139 17319256 17584332 17585010 17859633 17952862 18529700 19262499 19379965 19648494 19683788 19702251 19866173 19866190 20072938 20513233 20633301 20785810 20826258 20909838 21089230 21164054 21221970 21793167 21911925 21933830 22482114 22704494 22846175 Fonte: Sanepar - SGC Identificação da Ligação Condomínio 1 Condomínio 2 Condomínio 3 Condomínio 4 Condomínio 5 Condomínio 6 Condomínio 7 Condomínio 8 Condomínio 9 Condomínio 10 Condomínio 11 Condomínio 12 Condomínio 13 Condomínio 14 Condomínio 15 Condomínio 16 Condomínio 17 Condomínio 18 Condomínio 19 Condomínio 20 Condomínio 21 Condomínio 22 Condomínio 23 Condomínio 24 Condomínio 25 Condomínio 26 Condomínio 27 Condomínio 28 Condomínio 29 Condomínio 30 Condomínio 31 Condomínio 32 Condomínio 33 Condomínio 34 Condomínio 35 Condomínio 36 Condomínio 37 Condomínio 38 Condomínio 39 Condomínio 40 Condomínio 41 Condomínio 42 Condomínio 43 132 Anexo 06 Folha de Ficha de Atualização Cadastral utilizado 133 Anexo 07 PCP - PERFIL DE CONSUMO DE CONDOMÍNIOS 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 Anexo 08 PCP - PERFIL DE CONSUMO DE CONDOMÍNIOS (AVALIAÇÃO DE CONSUMOS) 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 Anexo 09 COMPARAÇÃO E AVALIAÇÃO DE DIMENSIONAMENTO DE HIDRÔMETROS 163 164 165 166