PERCURSO HISTÓRICO DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO PREMATURO SILVA, Wandra Camila Penaforte da. 1 2 MARTINS, Erika Miller Alves. 3 QUEIROZ, Jamile Gomes de. 4 GOMES, Mylena Nonato Costa. VASCONCELOS, Suzane Passos de.5 ROLIM, Karla Maria Carneiro.6 INTRODUÇÃO: A assistência aos recém-nascidos (RN) vem sofrendo mudanças, principalmente com o advento de novas tecnologias no cuidar. Isto nos trouxe novas perspectivas para a melhora da saúde dos bebês, em especial os prematuros, devido sua instabilidade principalmente nas primeiras horas de vida. Para Costa, Padilha e Monticelli (2009), se o enfermeiro construir o caminho do conhecimento em relação aos cuidados em neonatologia, ele pode observar os fatores que interferem na qualidade da assistência em saúde, promover a avaliação da formação e capacitação dos profissionais, desenvolvendo novas pesquisas para a melhoria da saúde. No século XIX, as crianças eram ignoradas pela classe médica, não existiam instituições que se dedicassem aos cuidados infantis, exceto algumas fundações, onde eram altas as taxas de mortalidade infantil. Estas adicionadas à queda na taxa de natalidade ocasionaram receio na população européia, o que contribuiu para o surgimento do Movimento para a Saúde da Criança, entre 1870 e 1920. O movimento buscava preservar a vida das crianças, inclusive dos recém-nascidos prematuros, o que fez deste um marco na história da medicina neonatal (Oliveira e 1 Relatora. Graduanda do curso de Enfermagem da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Membro Efetivo do Grupo de Pesquisa Saúde e Qualidade de Vida do Binômio Mãe-Filho (UNIFOR/CNPq). Pesquisadora Bolsista pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/UNIFOR). [email protected] 2, 3, 4, Graduandas do curso de Enfermagem da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Membro Efetivo do Grupo de Pesquisa Saúde e Qualidade de Vida do Binômio Mãe-Filho (UNIFOR/CNPq). Pesquisadora Bolsista pelo Programa Aluno Voluntário de Iniciação Científica (PAVIC/UNIFOR). 5 Enfermeira Especializanda em Enfermagem Pediátrica e Neonatal da Faculdade Metropolitana (FAMETRO). Membro do Grupo de Pesquisa Saúde e Qualidade de Vida do Binômio Mãe-Filho (UNIFOR/CNPq). 6 Orientadora. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Docente do curso de Enfermagem da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). [email protected] Rodrigues, 2005). A autora ainda discorre que com o decorrer das melhoras em saúde da criança, principalmente o RN, em 1922 é criada a primeira unidade para prematuros, em Chicago. No Brasil, constata-se que no início do século XX houve a valorização da condição infantil que coincidiu com o aumento pelo interesse das necessidades dos prematuros e com a importação de incubadoras para cuidar dessas crianças. OBJETIVO: Conhecer os cuidados de enfermagem ao recémnascido prematuro no decorrer da história. METODOLOGIA: É uma revisão sistemática, sendo a pesquisa realizada em periódicos de enfermagem disponíveis online, apresentando-nos 6 artigos, dos quais 3 interessavam sobre a temática exposta. Para complementar a busca, utilizamos como palavras -chave Recémnascido. Neonatologia. Enfermagem. História Realizada no período de Fevereiro de 2012. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo a análise de Oliveira e Rodrigues (2005) observa-se que no início do século XX os cuidados de enfermagem eram diferenciados entre básicos (prestados a qualquer RN independente de sua condição - higiene corporal; cuidado com o coto umbilical; verificação do peso e sinais vitais; alimentação e hidratação; observação das eliminações e orientações aos pais) e específicos (dados especificamente quando o paciente apresentava alguma complicação - isolamento; complicações do trato gastrointestinal e do tegumento; prematuridade; infecções e síndromes respiratórias; pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca; e osteogênese imperfeita). Hoje, no século XXI, Sousa (2011) os divide em cuidados imediatos (realizados após o nascimento, nas duas primeiras horas de vida) e mediatos (que acontecem após a estabilização de seus sinais vitais no enfrentamento da sobrevivência da vida extrauterina, entre 6 e 12 horas de vida). Estes cuidados são realizados pela enfermeira em local específico, a sala de neonatologia. Não houve mudanças somente nas formas do cuidar, mas Oliveira e Rodrigues (2005) destacam a implantação de tecnologias oferecendo maior suporte de vida a esses seres tão frágeis, lembrando que as décadas de 30 e 40 foram marcadas pelo desenvolvimento de mecanismos, como o Balão de Oxigênio Hess para os recém-nascidos com distúrbios respiratórios. Nesta época, a manutenção da atividade respiratória também já era de grande importância para o prematuro. A administração de oxigênio poderia ser contínua ou intermitente, iria depender das necessidades do prematuro. A enfermeira era responsável pelo controle da atividade respiratória, devendo observar a cianose ou dificuldade de respiração. É neste âmbito que a enfermagem ganha espaço, pois foi fundamental para o início do estudo em neonatologia, porque há informações de que os melhores resultados eram obtidos quando existiam enfermeiras bem treinadas na supervisão e realização dos cuidados. E no mesmo período foi incentivada a especialização de enfermeiras na área da neonatologia. Atualmente, o RN prematuro pode fazer uso da ventilação mecânica que, segundo Barbosa, Campos e Chaves (2006), é utilizada para melhorar as trocas gasosas, a ventilação alveolar, diminui o trabalho respiratório e áreas atelectasiadas. A enfermeira atua na monitorização respiratória desses bebês, sendo esse acompanhamento primordial porque podem ocorrer mudanças no padrão respiratório, por exemplo. Um dos cuidados mais citados era a higiene corporal, que era realizada com água na temperatura de 37ºC, não ultrapassando 3 minutos. Nos 30 anos seguintes foi adicionada solução asséptica para o banho (solução de espadol a 1%) e sabão de hexaclorofeno. O cuidado ao coto umbilical foi citado como um dos mais frequentemente realizados, havendo grandes mudanças com o tempo. Outros relacionados como de grande importância e realizados pela enfermeira, era a observação das eliminações, onde suas características eram anotadas no prontuário do bebê; orientação com os cuidados gerais a mãe ou responsável e marcação de retorno para as consultas ambulatoriais, segundo cita Costa, Padilha e Monticelli (2009). Sobre os cuidados essenciais para os prematuros, em 1949, o bebê era pesado envolto no cobertor, a temperatura retal era verificada de quatro em quatro horas, utilizando-se termômetro lubrificado. O prematuro era mantido na incubadora até mesmo durante a limpeza do berçário e do próprio berço, procurando manuseá-lo o menos possível. Deveria ser alimentado com conta-gotas, possuindo este um tubo de borracha na extremidade, ou utilizar a mamadeira. (OLIVEIRA, RODRIGUES, 2005). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conhecer a história dos cuidados em neonatologia nos remete a uma reflexão da evolução dos tratamentos e que só houve interesse pelos prematuros porque existiu a possibilidade de sua sobrevivência. Percebe-se que a enfermeira sempre esteve presente, e que surgiu a necessidade de sua especialização para tratar melhor estes seres tão pequenos. Eixo 4: Interfaces do cuidado clínico de enfermagem com o recém-nascido no âmbito hospitalar - Cuidado Clínico de Enfermagem Neonatal