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O PAPEL DO ENFERMEIRO DIANTE DOS CUIDADOS PRESTADOS AO
PACIENTE ADULTO ONCOLÓGICO
The role of the nurse when facing an adult oncological pacient care
Natalia Ap. de Barros*; Vanessa Francisca da Silva Carmo*
Lilia Alessandra Tardeli Bastos Antunes**
RESUMO: O INCA (2013) estima que milhões de brasileiros sejam portadores de câncer,
portanto, torna-se primordial que o enfermeiro saiba entender o impacto que o câncer causa
no paciente, e que saiba a importância do seu papel diante dos cuidados prestados. O objetivo
desta pesquisa é analisar a função do enfermeiro na assistência dos cuidados prestados em
pacientes adultos oncológicos, e avaliar seu conhecimento sobre os cuidados paliativos. Para a
pesquisa foram entrevistados por meio de questionário 6 (seis) enfermeiros especialistas em
oncologia, atuantes em dois ambulatórios de quimioterapia do interior do estado de São
Paulo. Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa. Com o
resultado deste estudo, destacamos a questão relacionada aos cateteres totalmente
implantados, observando que 6 (100%) dos enfermeiros erraram esta questão. No entanto, a
questão que aborda as funções dos auxiliares, técnicos e sobre as atividades privativas do
enfermeiro, os resultados foram de 6 (100%) acertos, podendo inferir que os enfermeiros
seguem corretamente as atribuições estabelecidas pelo Conselho Regional de Enfermagem
(Coren). Quando questionados sobre o significado dos cuidados paliativos, 6 (100%) dos
enfermeiros responderam de maneira correta, sabendo o seu significado. Pudemos concluir
que durante a pesquisa de campo, observamos nas duas instituições a importância do papel do
enfermeiro oncologista no ambulatório de quimioterapia e a importância deste em conhecer
sobre os cuidados paliativos.
Descritores: Cuidados paliativos. Oncologia. Enfermagem.
ABSTRACT: INCA (2013) estimates that millions of Brazilians have cancer, therefore it is
primordial for nurses to learn and understand the impact that it causes in someone fighting
cancer, and learn the importance of their role in the care provided. The aim of this paper is to
analyze the function of nurses in care of cancer care in adult patients, and evaluate their
knowledge on palliative care. For this study, six Oncology specialist nurses, from two
chemotherapy ambulatories, in a São Paulo State’s country city, were interviewed through a
questionnaire. This paper is about an exploratory descriptive review with a quantitative
approach. By the result of this review, we point out the issue related to fully implanted
catheters, observing that 6 (100%) of nurses missed such question. However, the question that
tackles about the roles of assistants, technicians and the private nurses activities resulted of 6
(100%) of correct answers, which means that nurses follow correctly the duties established by
Conselho Regional de Enfermagem (Coren).When asked about the meaning of palliative care,
6 (100%) nurses answered correctly, which means they know what these cares are.We are
able to conclude that, during the fieldwork, we observed in both institutions the importance of
the role of oncologist nurse at the chemotherapy ambulatory and their importance in learning
about palliative care.
Descriptors: Palliative care. Oncology. Nursing.
*
Ex-alunas do curso de Enfermagem do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP)
Enfermeira e docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio
(CEUNSP)
**
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INTRODUÇÃO
Apesar dos avanços da medicina, o câncer é uma patologia que ainda é muito
questionada em relação ao tratamento, e que na maioria das vezes é considerada como uma
sentença de morte. Muitos casos ocorrem inesperadamente, em um momento da vida em que
a pessoa dificilmente encontra-se preparada para receber um diagnóstico que venha interferir
nos seus costumes, nos hábitos, no ciclo biológico e na integridade física.
O câncer é visto como uma doença irreversível e cheio de significados para o
paciente e para a equipe, pela vivência sociocultural, mitos e medos. Na maioria dos casos, há
uma progressão da doença. Esse avanço traz consigo muitas angústias, aflições e
desesperança por parte da família, além de causar sofrimento psíquico, espiritual e social.
Como enfermeiros, temos que saber lidar com todas estas situações, e o princípio que deve ser
seguido é a manutenção da vida com qualidade, conforto e respeito.
Como foi visto por Cavenaghi (2013), o sofrimento do paciente não é somente
físico, mas compreende muitos outros aspectos, principalmente psicológicos e sociais, os
quais devem ser observados com sensibilidade. A conduta do profissional de enfermagem é
crucial nesse momento. Não é fácil sofrermos pelo luto, ainda mais quando este é antecipado,
junto à família. É recomendável para que se alcance esta maturidade, trabalhar sua própria
espiritualidade, sendo desejável que o enfermeiro tenha conhecimento da crença de cada um,
para que compreenda as diferenças e que facilite a assistência.
Estes cuidados oncológicos, na maioria dos casos, são prestados aos pacientes
com doenças irreversíveis, fora de possibilidades terapêuticas de cura. Pacientes oncológicos
que se encontram em fase terminal necessitam de cuidados paliativos, cujos quais não
retardam ou apressam a morte, mas sim controlam os sintomas e melhoram a qualidade de
vida. Não falamos em cura, mas afastamos a ideia de não ter mais o que fazer, pois é a partir
destes cuidados que mostramos qual é o nosso papel como enfermeiros, que temos muito que
fazer pelo paciente, uma vez que neste momento de sua vida encontra-se debilitado e
precisando de nossa dedicação. Por isso, visando um aperfeiçoamento para uma melhor
qualidade da assistência prestada ao paciente oncológico, o profissional precisa ter preparo
psicológico e físico para lidar com essa situação, para que o paciente esteja seguro do cuidado
e do amparo que está recebendo dos profissionais.
Motivadas pelo interesse na área da oncologia, decidimos fazer um estudo que
pudesse trazer conhecimento sobre a atuação do enfermeiro diante dos cuidados prestados ao
paciente adulto oncológico.
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De acordo com Rosa (2007), o papel do enfermeiro oncológico abrange uma
grande diversidade de procedimentos, com vários graus de complexidade, como por exemplo,
o atendimento ao paciente na recepção, na porta de entrada e na administração de medicação,
tendo conhecimento dos quimioterápicos. Têm a responsabilidade de verificar os sinais vitais
do paciente com frequência, realizar os curativos, ações educativas sobre qualquer assunto
que seja de interesse dos pacientes, e ainda, realizar as consultas de enfermagem. Deve-se ter
respeito com o paciente que está com essa patologia, compreendendo cada sinal que este
apresenta, e, principalmente, motivá-lo, pois o paciente está ali para vencer e minimizar o
sofrimento da patologia. Nos atendimentos ambulatoriais para o tratamento do câncer, como a
equipe convive com o paciente diariamente, é possível observar as mudanças físicas, social e
emocional, cabendo ao enfermeiro dar suporte nestas mudanças.
Conforme Radunz (2007), o câncer está sendo considerado uma doença
importante e crescente em várias partes do mundo. Apresenta etiologia relacionada a fatores
virais, químicos, físicos e hormonais, com alta taxa de mortalidade, apesar dos avanços
terapêuticos. Incluindo os aspectos relacionados à origem do câncer, englobam-se também os
fatores ambientais, neste caso, sendo o mais importante o estilo de vida. Ao falar em cuidados
de enfermagem em oncologia, um elemento que deve ser abordado é a dor, pois pacientes
com neoplasias têm dor com frequência, principalmente os que estão em cuidados paliativos.
Por isso cabe ao enfermeiro, que convive a maioria do tempo com o paciente e tem a
oportunidade de amenizá-la, dar um conforto que alivie.
É de grande importância ao falar em cuidado a necessidade do suporte
psicológico, não só do paciente, mas também da equipe de enfermagem, pois estes
profissionais que atuam nessa área de oncologia trabalham no dia a dia com momentos de
conflitos interpessoais, por estar lidando com situações de gravidade, morte, expectativa de
cura, tristeza dos familiares e pessoas jovens que param com toda sua rotina devido ao
tratamento (TULLI et al, 2008).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2002 foi definido que os
cuidados paliativos são um conjunto de medidas capazes de promover uma melhor qualidade
de vida ao portador de uma doença que ameace sua longevidade, e também a seus familiares,
através do alívio da dor e dos sintomas estressantes, utilizando uma abordagem que inclui o
suporte emocional, social e espiritual aos doentes e familiares, desde o diagnóstico da doença
ao final da vida e estendendo-se ao período de luto.
De acordo com Araujo e Silva (2007), os cuidados paliativos mostram a morte
como algo normal. Não servem para apressar e nem adiar a morte, mas sim promover o alívio
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das dores, melhora dos sintomas que trazem angústias, além de integrar os aspectos
psicológicos, sociais e espirituais. Têm o objetivo de dar apoio ao paciente e sua família.
Conforme Oliveira (2008), para enfermagem, os cuidados paliativos são inerentes
à sua prática cotidiana, aliando ciência e arte para prestar um desvelo que ampare suporte e
conforto. É dever dos profissionais de enfermagem o auxílio na descoberta do diagnóstico de
uma doença avançada, fortalecendo-se e tornando-se ainda mais presente na terminalidade e
continuando durante o período de luto. Analisamos o papel do enfermeiro na assistência dos
empenhos prestados em pacientes adultos oncológicos, e avaliamos o conhecimento do
enfermeiro sobre os cuidados paliativos, pois através deste estudo percebemos a importância
de o profissional prestar um cuidado competente, qualificado e diferenciado ao fim da vida. É
responsabilidade de todos os profissionais de saúde realizar assistência, cada um focando
diferentes ângulos, de acordo com sua formação e especialidade, uma vez que a enfermagem,
e especialmente o enfermeiro, têm enorme potencial para aperfeiçoar esse zelo.
MÉTODO
Trata-se de um estudo exploratório descritivo com abordagem quantitativa, realizado
em dois hospitais de referência do interior do estado de São Paulo. Foram entrevistados seis
enfermeiros especialistas em oncologia, que trabalham com pacientes adultos oncológicos em
dois ambulatórios de quimioterapia. Utilizamos como critério para inclusão, enfermeiros com
especialização em oncologia e como critérios de exclusão, enfermeiros de férias ou folga no
período da coleta, enfermeiros de licença, e enfermeiros recém-contratados com menos de
seis meses de atuação.
A presente pesquisa foi encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) através
da Plataforma Brasil, respeitando-se os trâmites legais estabelecidos por esse órgão. Após a
sua anuência do parecer de aprovação nº 403.983 de 24/09/2013, foram iniciadas as coleta de
dados.
Para tanto, os participantes do estudo foram esclarecidos dos objetivos da pesquisa e
receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, elaborado conforme as normas da
Resolução 466/12, que versa sobre os aspectos éticos em pesquisas envolvendo seres
humanos (Conselho Nacional de Saúde, 2012).
As participações dos sujeitos no estudo foram totalmente voluntárias, podendo deixála a qualquer momento em que desejassem, sem que isto prejudique sua isenção profissional.
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A coleta de dados ocorreu após a aprovação do Comitê de Ética em pesquisa com
Seres Humanos, por meio da aplicação de um instrumento de coleta de dados intitulado
questionário. Foi realizado um pré-teste para adequação do instrumento e o mesmo foi
entregue juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (duas vias). Esse
procedimento foi realizado pelos próprios pesquisadores e no decorrer da coleta foi mantido
contato com os supervisores de enfermagem para o monitoramento dessa fase.
Para a realização deste estudo, optamos pela formulação de um questionário. Neste,
foram avaliados os seguintes critérios: na primeira parte foi caracterizada a amostra, e na
segunda, questões específicas. O questionário foi constituído de 09 (nove) perguntas.
Os dados foram armazenados em planilha excel para o processamento, após foram
computados e apresentados na forma de gráficos e tabelas. O tratamento dos dados foi
realizado por meio da estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram apresentados os dados sociodemográficos referentes à pesquisa realizada
com 6 (seis) enfermeiros com especialização em oncologia, em dois ambulatórios de
quimioterapia de Sorocaba – SP. Não foi excluído nenhum sujeito da pesquisa, tendo sido
realizado o pré- teste com 2 (dois) enfermeiros, que foram incluídos a ela.
Tabela 1 – Referente às características da amostra quanto ao setor, idade, tempo
de atuação. (Sorocaba-SP, 2013)
VARIÁVEL
VALORES
%
Idade
5 a 15 anos
16 a 25 anos
26 a 35 anos
25 a 35 anos
36 a 45 anos
46 a 55 anos
56 a 65 anos
3 (50)%
1(16,7)%
2 (33,3)%
3 (50)%
1 (16,7)%
1(16, 7)%
1(16,7)%
Unidade de trabalho
Oncologia
6 ( 100)%
Tempo de Atuação
Fonte: próprias pesquisadoras
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Conforme a tabela anterior, podemos constatar que 3 (50%) dos enfermeiros têm
de 5 a 15 anos de atuação, 1 (16,7%) tem de 16 a 25 anos de atuação e 2 (33,3%) têm de 26 a
35 anos de atuação.
De acordo com Paiva e Martins (2011), a desejada fixação do trabalhador da
saúde ao seu posto de trabalho tem sido considerada como um elemento capaz de promover
melhoria na qualidade da assistência oferecida. Esta possibilidade de impacto na qualidade da
assistência decorre tanto das capacidades de constituição de vínculos entre os diversos
profissionais que coletivamente prestam assistência; da possibilidade de constituição de
vínculos com usuários e com a comunidade onde o serviço está inserido, quanto da
potencialidade de investimento na formação e aprimoramento do profissional que permanece
por longo tempo em um serviço.
Verificamos também que 3 (50%) dos enfermeiros têm de 25 a 35 anos de idade,
1 (16,7%) dos enfermeiros tem de 36 a 45 anos, 1 (16,7%) tem de 46 a 55 anos e 1 (16,7%)
dos enfermeiros tem de 56 a 65 anos. Os profissionais com mais de 36 anos representam o
menor índice mostrado na tabela.
Segundo Aselmi; Duarte; Amgerami (2001), a presença de pessoas jovens de 25 a
35 anos ingressados na enfermagem pode estar relacionada à profissão ainda recente, com
muitas ofertas e possibilidades no mercado de trabalho, e a presença de adultos acima de 35
anos é um importante fator a ser considerado em instituição hospitalar.
Segundo a tabela acima, observamos que 6 (100%) dos profissionais trabalham na
unidade de oncologia.
Conforme Silveira e Zago (2006), a oncologia tem tido grande evolução nas
técnicas diagnósticas e terapêuticas, o que tem possibilitado a sobrevida e a qualidade de vida
dos pacientes com câncer. Cabe à enfermagem acompanhar o desenvolvimento dessa
especialidade pelas investigações científicas, que são os principais recursos para a atualização
do conhecimento e o cuidado ao paciente oncológico.
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Tabela 2– Referente à atuação do enfermeiro diante da infusão dos antineoplásicos.
Sorocaba – SP, 2013
ASSERTIVAS
ACERTOS
A) Administrar as drogas vesicantes primeiro, antes das
demais drogas.
B) Participar da avaliação e detecção precoce de sinais e
sintomas de extravasamento.
C) Saber a sequência adequada de administração dos
fármacos antineoplásicos.
%
3
50
6
100
5
83,3
D) Reduzir a velocidade da infusão ou interrupção da
medicação, se necessário.
5
E) A lavagem em flush do sistema de infusão deve ser
realizada intercalando com a infusão do fármaco.
3
83,3
50
Fonte: próprias pesquisadoras.
Em relação à assertiva (A), segundo Coren (2009), administrar a droga vesicante
primeiro, antes das demais, parece ser mais vantajoso e seguro uma vez que a veia está mais
estável e menos irritada. Conforme a tabela acima, verificamos que 3 (50%) dos sujeitos
acertaram a questão, respondendo que se deve administrar a droga vesicante primeiro, antes
das demais drogas.
Com relação à assertiva (B), conforme Chanes; Dias e Gutierrez (2008), a
destruição tecidual causada pelo extravasamento de drogas antineoplásicas é indolente e
progressiva. A maioria dos danos do extravasamento nem sempre é notado imediatamente
após sua ocorrência, o que pode permanecer imperceptível até que o paciente retorne a seu
local de tratamento 24 ou 48 horas depois, com os primeiros sinais de dano tecidual
progressivo. Em alguns casos, a destruição tecidual pode evoluir durante semanas ou meses.
Por esse motivo, a suspeita ou ocorrência de extravasamento deve ser acompanhada. Sabe-se
que, em um primeiro momento, o local pode apresentar hiperemia, edema ou alterações na
coloração da pele. Em poucos dias, pode haver descoloração do tecido, endurecimento,
descamação e formação de bolhas. Nas semanas seguintes, a lesão pode evoluir para uma
úlcera necrótica, o que requer intervenção cirúrgica. Em geral, o que se observa são sintomas
que variam de desconforto local a dor severa. Conforme o Coren (2009), destaca-se a
importância da atuação do enfermeiro na avaliação e detecção precoce de sinais e sintomas de
extravasamento como dor, eritema, edema, diminuição ou ausência do retorno venoso.
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Segundo a tabela acima, se observa que 6 (100%) dos sujeitos acertaram a questão,
respondendo que se deve participar da avaliação e detecção precoce de sinais e sintomas de
extravasamento.
Com relação à assertiva (C), segundo Chanes, Dias e Gutierrez (2008), quando
ocorre o extravasamento das drogas antineoplásicas, deve-se fazer uma notificação, em que é
necessário conter data e hora da ocorrência, nome e quantidade da droga extravasada,
localização do acesso venoso, constar calibre e número de tentativas de punção. Além disso,
deve constar também a técnica de administração das drogas, a sequência de administração das
drogas prescritas e as intervenções de enfermagem no momento da intercorrência. Segundo
Coren (2009), é destacado a importância da atuação do enfermeiro na avaliação da condição
da rede venosa do paciente, bem como da terapêutica determinada, a fim de instituir em
prescrição de enfermagem a sequência mais adequada de administração dos fármacos.
Conforme a tabela acima, se observa que 5 (83,3%) dos sujeitos acertaram a questão,
respondendo que é necessário saber a sequência adequada de administração dos fármacos
antineoplásicos.
Com relação à assertiva (D), de acordo com o Coren (2009), destaca-se a
importância da atuação do enfermeiro no que diz respeito à redução da velocidade da infusão
ou interrupção nos casos de extravasamento. Segundo Chanes, Dias e Gutierrez (2008), a
suspeita ou ocorrência de extravasamento deve ser tratada como emergência. Quando isso
ocorre, as principais recomendações são: suspensão imediata da infusão do quimioterápico
sem realizar a retirada do dispositivo venoso local, aspiração do máximo possível de droga
extravasada e implementação de terapêutica recomendada. Verificamos na tabela acima que
05 (83,3%) dos sujeitos acertaram a questão, respondendo que se deve reduzir a velocidade da
infusão ou interrupção da medicação, se necessário.
Com relação à assertiva (E), a infusão de fármacos, independentes das suas
características, devem ser intercaladas com a “lavagem” (flush) do sistema de infusão, para a
manutenção da permeabilidade do cateter e prevenção da incompatibilidade entre fármacos e
soluções, independente da sequência de administração (COREN, 2009). De acordo com
INCA (2007), devido às obstruções frequentes em cateteres, foi normatizada pela comissão
interdisciplinar de Cateteres do INCA a utilização de flush nos cateteres venosos entre o
intervalo das medicações. Ao observar a tabela acima verificamos que 3 (50%) dos sujeitos
acertaram a questão, respondendo que a lavagem em flush do sistema de infusão deve ser
realizada intercalando com a infusão do fármaco.
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Tabela 3 – Representa as respostas dos sujeitos quanto à aplicação do processo de
enfermagem na unidade. Sorocaba – SP, 2013
100 % SIM
Aplicado o (PE) diariamente em todos os pacientes.
3
Aplicado o (PE) somente a primeira vez que o paciente vai realizar
a quimioterapia.
3 50%
50%
Fonte: próprias pesquisadoras.
De acordo com a tabela acima, 6 (100%) dos sujeitos responderam que é utilizado
o processo de enfermagem nas instituições.
Observamos que 3 (50%) dos sujeitos responderam que é aplicado o (PE)
diariamente em todos os pacientes, e 3 (50%) responderam que é aplicado o (PE) somente a
primeira vez que o paciente vai realizar a quimioterapia. De acordo com Andrade e Silva
(2007), pacientes submetidos à quimioterapia necessitam da assistência de enfermagem para
auxiliá-los nas suas necessidades básicas, ou então, ajudá-los a adaptar-se ás limitações
provocadas pelo tratamento. Por isso, ressalta-se a importância do processo de enfermagem e
do planejamento da assistência oncológica para a prestação de uma assistência adequada e,
consequentemente, a melhoria na qualidade de vida dos pacientes. Para Nascimento et al
(2012), o enfermeiro pode fazer uso de ferramentas como o Processo de Enfermagem (PE),
que é considerado uma maneira de organizar ou sistematizar a assistência. O PE é um meio
sistematizado de oferecer cuidados humanizados, pois segue cinco passos que ocorrem de
forma concomitante, sendo: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e
avaliação. A prestação dos cuidados é baseada nas necessidades dos pacientes. A
sistematização da assistência de enfermagem (SAE) ao paciente oncológico, através do PE, é
um instrumento que norteia e viabiliza o trabalho da equipe de enfermagem e melhora a
qualidade dos cuidados prestados.
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Gráfico 1- Representa as respostas dos sujeitos acerca da assistência de
enfermagem quanto aos Cuidados Paliativos. Sorocaba – SP, 2013.
33%
Erros
Acertos
67%
Fonte: próprias pesquisadoras.
Conforme o gráfico acima, observa-se que 2 (33%) dos sujeitos responderam
equivocadamente a questão, enquanto 4 (67%) acertaram, respondendo que é incorreto
afirmar que o Delirium é um distúrbio mental global que se instala progressivamente em
indivíduos anteriormente lúcidos e alertas, sem associação a uma doença grave concomitante.
De acordo com Unic (2009), o delirium é uma condição clínica muito frequente nos pacientes
em cuidados paliativos e deve ser considerada como uma urgência médica, pois pode ser a
única manifestação dos agravamentos da doença preexistente. Agrava o declínio funcional e
cognitivo, com prolongamento da hospitalização e maior dependência, piorando a qualidade
de vida do indivíduo e de sua família. De acordo com Consentino e Martins (2013), entre os
pacientes oncológicos em cuidados paliativos foi observada alta prevalência de sintomas
psiquiátricos, delirium e alteração do sono. Nesses pacientes o delirium pode ser um evento
pré-terminal ou um sinal de distúrbio fisiológico mais grave, geralmente envolvendo
múltiplas etiologias, como infecção, disfunção de múltiplos órgãos ou até efeitos colaterais de
medicamentos. Entretanto, 50% dos casos de delirium em pacientes com câncer avançado são
reversíveis.
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Gráfico 2 – Representa as respostas dos sujeitos quanto ao significado de
Cuidados Paliativos. Sorocaba – SP, 2013.
0%
Acertos
Erros
100%
Fonte: próprias pesquisadoras
De acordo com o gráfico acima, verificamos que 6 (100%) dos sujeitos
responderam corretamente a questão, assinalando que os cuidados paliativos são cuidados
prestados aos pacientes fora de possibilidades terapêuticas de cura, melhorando a qualidade de
vida e promovendo o alívio da dor. Conforme Santos, Pagliuca e Fernandes (2007), os
cuidados paliativos são caracterizados por alguns fundamentos. Desses, os principais são os
seguintes: aliviar a dor e outros sintomas apresentados pelo pacientes; atendê-los
psicologicamente e espiritualmente para que possam aceitar sua própria morte, oferecer um
sistema de apoio capaz de ajudar o paciente a levar uma vida ativa e criativa até que venha a
morte, e o direito de tê-la dignamente, ou seja, o direito de viver humanamente a própria
morte. De acordo com a OMS (2002), os cuidados paliativos consistem na assistência
promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do
paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e
alívio do sofrimento, identificação precoce, avaliação impecável, tratamento de dor e demais
sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.
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Gráfico 3 – Representa as respostas dos sujeitos sobre a contribuição dos mesmos
no protocolo da assistência de enfermagem ao portador de Câncer. Sorocaba – SP, 2013.
0%
SIM
NÃO
100%
Fonte: próprias pesquisadoras
Conforme o gráfico acima, 6 (100%) dos sujeitos responderam que são utilizados
protocolos na assistência de enfermagem. Conforme Simão et al ( 2007), o protocolo significa
algo que se pré-dispõe a por um regulamento pronto a ser utilizado, por meio de recursos a ele
atribuídos, ou ainda, é a padronização de leis e procedimentos que são dispostos à execução
de uma determinada tarefa. Segundo Milani et al (2007), o protocolo tem como objetivo
fornecer subsídios técnicos para que os profissionais de enfermagem possam identificar as
atividades e desempenhos desenvolvidos pelos auxiliares de enfermagem e enfermeiros na
unidade de saúde, reorganizar o processo de trabalho da equipe de saúde, qualificar o
atendimento prestado pela enfermagem, intensificar a capacidade de resolução dos problemas
de saúde pela equipe de enfermagem, realizar ações de vigilância em saúde, do paciente e da
família.
Gráfico 4 – Representa as respostas dos sujeitos em relação aos cateteres
totalmente implantados em pacientes oncológicos. Sorocaba – SP, 2013.
0%
Acertos
Erros
100%
Fonte: próprias pesquisadoras
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Conforme o gráfico anterior, observamos que 6 (100%) dos sujeitos responderam
equivocadamente a questão, sendo que quando falamos em cateteres sabemos que exigem
punção percutânea para serem utilizados. De acordo com Vasques, Reis e Carvalho (2009), as
principais queixas dos pacientes estão voltadas ao desconforto durante a punção percutânea.
Foi relatada a ansiedade associada à dor da punção e a diferença percebida por eles no
momento da punção do cateter, evidenciando que a sensação dolorosa é menor quando
puncionados por enfermeiros especialistas em oncologia. Conforme Ciosak et al (2011), a
punção central pode ser percutânea, por inserção de cateteres totalmente implantados ou por
dissecção de veias dos membros superiores. A punção percutânea é a forma empregada com
maior frequência, porém, sua durabilidade não é longa, em decorrência do tipo de material do
cateter e da forma de inserção. Pode ser realizada em veias jugulares internas, subclávias e
femorais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada permitiu concluir que o perfil desses profissionais
enfermeiros caracteriza-se pela faixa etária de maior predominância, representando o índice 3
(50%) os enfermeiros que tem entre 25 – 35 anos de idade, que em relação ao tempo de
atuação, apresentaram o maior índice. Os que têm entre 5 – 15 anos de atuação, representando
2 (33,3%); e entre 26 - 35 anos representando 2 (33,3%).
Destaca-se a questão relacionada aos cateteres totalmente implantados, em que
observamos que 100% dos enfermeiros erraram a questão. A partir deste resultado, sugerimos
às instituições métodos educativos que possam proporcionar melhorias ao conhecimento dos
cuidados paliativos e aos cateteres totalmente implantados.
Quando questionados sobre o significado dos cuidados paliativos, 6 (100%) dos
enfermeiros responderam de maneira correta, porém demonstraram ter dúvidas acerca da
assistência de enfermagem quanto aos cuidados paliativos, tendo um percentual de erros 2
(33%) e acertos 4 (67%).
Com relação à atuação do enfermeiro diante da infusão dos antineoplásicos, nas
assertivas de V e F observamos que o menor percentual de acerto foi 3 (50%) e o maior 6
(100%).
Observa-se que 100% dos enfermeiros responderam que contribuíram para a
implantação de um protocolo para a assistência de enfermagem ao portador de câncer, e que
fazem a utilização do processo de enfermagem. Os PE são utilizados em todas as unidades, no
entanto, cada instituição adota uma rotina diferente na aplicação do processo, sendo que 3
Revista Vitalis – Volume 1, Número 2 - 2015
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(50%) responderam que é aplicado o (PE) diariamente em todos os pacientes, e 3 (50%)
responderam que é aplicado o (PE) somente a primeira vez que o paciente vai realizar a
quimioterapia.
O presente estudo permitiu avaliar a importância do papel do enfermeiro diante
dos cuidados prestados ao paciente adulto oncológico e os seus conhecimentos em relação aos
cuidados paliativos. Durante o estudo foi percebido uma quantidade reduzida de trabalhos que
abordassem o tema de pesquisa. Sentimos a necessidade que se desenvolva estudos sobre o
assunto para contribuir com novas pesquisas relacionadas ao cuidado de enfermagem em
oncologia.
Esperamos aliar a ciência e a arte do cuidar na prática cotidiana para que a
prestação do cuidado tenha como principal enfoque a humanização na assistência, e que o
enfermeiro possa avaliar o enfermo como um todo, não só a doença em si, mas que tenha
atitudes que tragam conforto e uma melhor qualidade de vida ao paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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protocolo de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, vol.60 no.3, 2007.
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ANSELMI, M. L; DUARTE, G. G; ANGERAMI, E.L.S. Sobrevivência no emprego dos
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Revisão textual: Fernanda Piazza de Lima, aluna do 7° semestre do curso de Letras
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