EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES DO PROEJA: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS QUANTO A INFLUÊNCIA DA DISCIPLINA NO SEU COMPORTAMENTO AMBIENTAL Layara REIS (1); Márcio MORAIS (2) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI, Praça da Liberdade, 1597, CEP 64.000 – 020, Teresina-PI , (86) 3215-1106, [email protected] (2) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI, [email protected] RESUMO As questões ambientais configuram hoje, um grande desafio para toda humanidade. O reconhecimento de que é importante manter um padrão de qualidade no meio ambiente, passou a interessar a todos; e isso exige de nós um comprometimento ainda maior com aspectos essenciais a sobrevivência do homem. Nesse sentido a Educação Ambiental (EA) decorre de uma percepção renovada de mundo; uma forma integral de ler a realidade e de oferecer a possibilidade de desenvolver projetos que não somente envolvam e integrem a comunidade escolar, de todas as faixas etárias, mas que também possibilitem a construção de uma ponte, entre escola e comunidade, entre escola e realidade ambiental local e entre escola e vida. Assim o presente estudo objetiva analisar o comportamento ambiental dos alunos do último módulo do curso de Edificações na modalidade de ensino de Jovens e Adultos do IFPI, sob influência da disciplina Educação Ambiental inserida em seu currículo. Nessa perspectiva esses alunos constituem um ponto importante para o estudo do comportamento ambiental, pois permitirá o desenvolvimento de uma proposta mais adequada de Educação Ambiental, a ser incorporada ao currículo da escola e a ser multiplicada em outras escolas que pratiquem essa modalidade de ensino. A metodologia utilizada foi através de questionários fechados, totalizando 20 alunos entrevistados. Diante da pesquisa observamos que os alunos do PROEJA possuem um repertório de representações conhecimentos intuitivos, adquiridos a partir da suas experiências vividas e a disciplina ofertada no curso está possibilitando o amadurecimento dos seus valores sustentáveis. Palavras-chave: PROEJA, Educação ambiental, Comportamento ambiental 1. INTRODUÇÃO Quando se fala em educação de jovens e adultos, há uma tendência de se pautar a discussão por um conceito reducionista e estreito, principalmente quando levamos em consideração o número de jovens e adultos acima de 15 anos de idade que, ou não tiveram a oportunidade de se alfabetizar, ou não tiveram a possibilidade de concluir o ensino fundamental. A EJA, como qualquer processo educativo, busca transmitir e gerar novos conhecimentos desenvolvendo uma atitude crítica e criativa frente ao conhecimento acumulado e frente à realidade socioeconômica, cultural e ambiental em que vivemos. Busca também estabelecer um diálogo entre os saberes e a experiência que jovens e adultos já acumularam e trazem para a sala de aula como parte da sua bagagem intelectual. Nesse contexto é importante a inserção da educação ambiental na vida desses indivíduos, propondo apresentar elementos que irão contribuir para a sua formação como cidadãos conscientes e adeptos de conhecimento sobre as questões ambientais. Partindo dessa perspectiva, é importante ressaltar que a Educação Ambiental possui uma função estratégica importantíssima dentro e fora da escola. Ela oferece a possibilidade de desenvolver projetos que não somente envolvam e integrem a comunidade escolar, de todas as faixas etárias, mas que também possibilitem a construção de uma ponte,às vezes tão frágil, entre escola e comunidade, entre escola e realidade ambiental local e entre escola e vida. Para que haja uma sensibilização e entendimento da importância do Meio Ambiente é preciso, antes de tudo, que seja dado ao homem uma Educação Ambiental onde o Meio Ambiente passe a ser visto como fundamental para a vida no planeta, e isso só se pode conseguir através de uma Educação Ambiental efetivada desde a mais tenra idade, através das práticas da própria família e posteriormente, enfatizadas na escola. “Precisamos oferecer mais formação”. (DIAS, 2000). Nesse sentido justifica-se que seja fundamental que um seguimento tão importante na formação do ser, como é a escola busque realizar um trabalho bastante efetivo junto ao educando estendendo essa ação inclusive para os demais membros da comunidade escolar. Diante disso, segundo Segura (2003), “A escola representa um espaço de trabalho fundamental para iluminar o sentido da luta ambiental e fortalecer as bases de formação para a cidadania, apesar de carregar consigo o peso de uma estrutura desgastada pouco aberta às reflexões relativas à dinâmica socioambiental. Isto não significa, porém, que a EA limita-se ao cotidiano escolar. Pelo contrário, cada vez mais se expande para os diversos setores sociais envolvidos na luta pela a qualidade de vida”. São necessárias diversas componentes para se atingir todas as dimensões abrangidas pela Educação Ambiental: amor e respeito à vida, interesse e conhecimento acerca do meio ambiente, postura crítica e consciência diante dos próprios hábitos. Uma questão crucial para o sucesso dos programas de educação ambiental é a adoção de ferramentas adequadas para que cada grupo atinja o nível esperado de percepção ambiental. Dentro da escola deveremos encontrar meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua conseqüência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável. Os alunos do último módulo do curso de Edificações do PROEJA constituem um ponto importante no processo de educação ambiental, pois representam uma parcela de pessoas que tiveram pouca ou nenhuma oportunidade de escolarização regular, nessa perspectiva permitirá o desenvolvimento de valores sustentáveis. O estudo do comportamento ambiental dotado por esses alunos sobre as questões ambientais é de grande importância, pois permitirá o desenvolvimento de uma proposta mais adequada de Educação Ambiental, a ser incorporada ao currículo da escola e a ser multiplicada em outras escolas que pratiquem essa modalidade de ensino. Pode levar ainda a melhorias no desenvolvimento desse tema na modalidade regular, servir como um termômetro do nível de envolvimento dos alunos com as questões ambientais. Além disso, é um importante instrumento para se gerar políticas públicas educacionais e ambientais que visem a sustentabilidade sócio-ambiental, condizentes com a cultura e as necessidades dos grupos sociais associados à educação. Por isso, o presente estudo teve como objetivo: analisar o comportamento ambiental dos alunos do último módulo do curso de Edificações na modalidade de ensino de Jovens e Adultos do Instituto Federa de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, sob influência da disciplina Educação Ambiental inserida em seu currículo. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Educação Ambiental na Educação de Jovens e Adultos A Educação Ambiental, de acordo com Dias (1994), se caracteriza por incorporar as dimensões sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e éticas, o que significa que ao tratar de qualquer problema ambiental, deve-se considerar todas as dimensões. E continua o autor ..."a maior parte dos problemas ambientais tem suas raízes na miséria, que por sua vez é gerada por políticas e problemas econômicos concentradores de riqueza e responsáveis pelo desemprego e degradação ambientar. Destaca-se ainda que a Educação Ambiental deve considerar o meio ambiente em sua totalidade, em seus aspectos naturais e criados pelo homem. Enquanto processo contínuo e permanente a Educação Ambiental, deve atingir todas as fases do ensino formal e não formal; deve examinar as questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional e internacional, analisando suas causas, conseqüências e complexidade. Deve também, desenvolver o senso crítico e as habilidades humanas necessárias para resolver tais problemas e utilizar métodos e estratégias adequadas para aquisição de conhecimentos e comunicação, valorizando as experiências pessoais e enfatizando atividades práticas delas decorrentes (DIAS, 1994). Segundo Shuvartz, et.al.( 2008), a escola tem um compromisso com o aprender, a saber, a fazer, a ser e a viver junto com os outros conforme aponta a UNESCO em 1996. Um trabalho de EA na escola vem resgatar princípios significativos para o trabalho educativo de compreensão da vida como um todo, refletindo sobre as necessidades de se manter os recursos naturais para a manutenção da vida. Para tanto é preciso transformar a escola numa escola “ecológica” com uma proposta corajosa e inovadora, porque nela jovens, adultos, professores e demais membros da comunidade tem papel fundamental na formação de uma idéia básica: a participação cidadã, condição necessária para o desenvolvimento da educação ambiental. Assim, a Educação de Jovens e Adultos – EJA - vem como processo educativo, busca transmitir e gerar novos conhecimentos, desenvolvendo uma atitude crítica e criativa frente ao conhecimento acumulado e frente à realidade socioeconômica, cultural e ambiental em que vivemos, proporcionando diálogo entre os saberes e a experiência que jovens e adultos já acumularam e trazem para os momentos de aprendizagem (SHUVARTZ et al, 2008). No entanto é válido ressaltar que nesse vínculo a EA deve ser tratada de forma que as ações transcendam a idéia de preservação ambiental, vindo ao encontro da abordagem emancipatória. Desta forma, a educação ambiental de adultos numa perspectiva crítica pode construir instrumentos que promovam uma atitude crítica, uma compreensão complexa e a politização da problemática ambiental, promovendo também a participação dos sujeitos, explicitando ênfase em práticas sociais menos rígidas, centradas principalmente na cooperação entre os atores envolvidos (JACOBI, 2005). De forma intencional, quando se investiga e caracteriza uma educação voltada para os educando do EJA, está se buscando a inserção da Educação Ambiental enquanto forma de fazer com que o indivíduo torne-se protagonista da sociedade em que vive. Desta forma, Reigota (1996) afirma que: “... A Educação Ambiental ocorre quando são estabelecidos meios de superação das formas de dominação, expropriação, coisificação, opressão e exclusão, tanto em relação aos demais seres vivos e à natureza enquanto totalidade”. Nesta perspectiva, torna-se claro o papel da educação Ambiental, que visa diminuir as desigualdades sociais, as relações de poder, a exclusão social, tal idéia busca respaldo nas palavras de Loureiro (2004), quando afirma que: “A Educação Ambiental Emancipatória se conjuga a partir de um matriz que compreende a educação como elemento de transformação social inspirada no diálogo, no exercício da cidadania, no fortalecimento das regras de convívio social, na superação das formas de dominação capitalistas na compreensão do mundo em sua complexidade e da vida em sua totalidade.” Souza (2000) afirma, que o estreitamento das relações intra e extra-escolar é bastante útil na conservação do ambiente, principalmente o ambiente da escola. Os participantes do Encontro Nacional de Políticas e Metodologias para a Educação Ambiental (MEC/SEMAM, 1991) sugeriram, entre outras propostas, que os trabalhos relacionados à Educação Ambiental na escola devem ter, como objetivos, a sensibilização e a conscientização; buscar uma mudança comportamental; formar um cidadão mais atuante; (...) sensibilizar o professor, principal agente promotor da Educação Ambiental; (...) criar condições para que, no ensino formal, a Educação Ambiental seja um processo contínuo e permanente, através de ações interdisciplinares globalizantes e da instrumentação dos professores; procurar a integração entre escola e comunidade, objetivando a proteção ambiental em harmonia com o desenvolvimento sustentado. (DIAS, 2000). A este respeito, também se busca uma abordagem centrada no cotidiano dos alunos do EJA, visto que este se difere do ensino médio, já que se trata de alunos que tem uma história de vida diferenciada, o que faz com que os seus interesses também sejam diversos aos do currículo formal. 2.2. Comportamento e Educação Ambiental Para quantificar um fenômeno ambiental é necessário percebê-lo. Para o avanço do conhecimento científico, é essencial estudar os indicadores ambientais e trocar experiências (MAIA et al., 2001). Conforme Bowditch e Buono (1992), apud. Brandalise et al. (2009), para compreender como e por que as pessoas assumem e mantêm certas formas de comportamento, é necessário entender um dos principais determinantes, que se baseia nos conceitos de sensação e percepção. A sensação se refere ao estímulo físico dos sentidos: visão, audição, paladar, tato e olfato. O conhecimento dessas sensações ajuda a explicar os ‘comos’ e ‘porquês’ do comportamento, entretanto, é preciso compreender como um indivíduo reage a essas sensações e como as organiza. Nesse contexto, segundo Brandalise et al. (2009) a percepção pode ser considerada uma variável interventora, que influencia o processo de tomada de decisão sobre qualquer questão ambiental. Entretanto, apesar de intervir na tomada de decisão, a percepção é decorrente da educação ambiental que a sociedade possue. A educação ambiental é um dos instrumentos de que se dispõe para tentar sanar ou minimizar os problemas ambientais, pois, conforme uma das definições de Meadows et al. (1972), educação ambiental é o aprendizado para compreender, apreciar, saber lidar e manter os sistemas ambientais na sua totalidade. Portanto, ela deve buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta. A partir do conhecimento e da percepção ambiental, as atitudes, o comportamento poderão ser modificados. É possível racionalizar o uso dos recursos naturais no nosso cotidiano com a mudança de hábitos. Por essa razão, é necessário conhecer como o aluno se posiciona enquanto consumidor diante dos diferentes discursos e o que leva em consideração ao escolher determinado produto ou marca. ( BRANDALISE et al., 2009). Serrano (2003) infere que as escolas não estão conseguindo concretizar as expectativas a fim de propiciar uma mudança de valores e atitudes, adequando-os ao consumerismo ambiental. Os alunos, em geral, não se comprometem com os objetivos comportamentais da educação ambiental, o que resulta em um consumo de produtos ambientalmente incorretos, comprovando a existência de um descompasso entre teoria e prática. Brandalise (2008) sugere o uso de ferramentas de educação ambiental nas políticas públicas para orientar as escolas brasileiras, convergindo na qualidade do processo de desenvolvimento, na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, a educação ambiental deve estar comprometida com uma abordagem da problemática ambiental que interrelacione os aspectos sociais, ecológicos, econômicos, políticos, culturais, científicos, tecnológicos e éticos. 3. METODOLOGIA 3.1. Caracterização da Área de Estudo A pesquisa foi realizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, Campus Teresina Central, localizado na Praça da Liberdade 1597, na cidade de teresina, na qual participaram os os alunos do último módulo (5°), do Curso Técnico em Edificações na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, onde a sala possui uma totalidade de 20 (vinte) alunos matriculados regulamente. O Instituto Federal do Piauí, com sede em Teresina, foi criado pela Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2009. O IFPI é uma instituição com atuação no estado do Piauí, detentora de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar. É instituição pública de educação superior, básica e profissional, pluricurricular e multicampi, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos humanos, técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas, nos termos da lei. 3.2. Materiais e Métodos A pesquisa fundamentou-se em levantamento de documentação bibliográfica e pesquisa de campo. Inicialmente apresenta-se a pesquisa bibliográfica, na qual foi realizada através de consultas em livros, anais, artigos científicos, dissertações e teses publicadas, e fontes pesquisadas em websites. A pesquisa de campo foi realizada através de questionários fechados, totalizando 20 questionários, na qual foi aplicado com os 20 (vinte) alunos matriculados. Os questionários continham questões que visavam identificar o perfil do entrevistado, a atuação da disciplina Educação Ambiental em suas ações como um futuro profissional e questões associadas à conduta do aluno em relação à variável ambiental. Os dados obtidos foram tabulados e analisados por procedimentos estatísticos descritivos e foram expostos ao longo do trabalho em forma de gráficos. 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS O estudo do tema Educação Ambiental nas instituições escolares é de grande relevância para todos os segmentos da escola, principalmente para os alunos, pois espera-se que esse segmento da sociedade tendo uma boa formação ambiental possa colaborar para um futuro melhor no tocante à conservação dos recursos naturais do planeta, nesse sentido a Constituição Federal traz em seu artigo 2º que “A Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo está presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”. Nesse sentido, com relação ao perfil dos alunos entrevistados 65% são do sexo masculino e 35% do sexo feminino, sendo 40% a maioria, com faixa etária entre 20 a 30 anos, 20% com 30 a 40 anos, 15% de 40 a 50 anos, 15% acima de 50 anos e 10% entre 15 a 20 anos. No que diz respeito à renda mensal familiar dos entrevistados 25% possui de ½ a 1 salário mínimo, 25% de 1 a 2 salários mínimos, 25% de 2 a 3 salários mínimos, 15% acima de 3 salários mínimos e 10% menos de ½ salários mínimos, isso demonstra que a maioria dos alunos entrevistados encontra-se na classe de baixa renda. Quando foi questionado se eles já estudaram alguma disciplina que abordou a questão ambiental (figura 01), 70% responderam que sim, principalmente a disciplina de Biologia que abordava em alguns assuntos a questão ambiental. De acordo com a pesquisa verificou-se que 100% dos alunos (figura 02) afirmaram que a disciplina Educação Ambiental tem ajudado na compreensão sobre as questões ambientais, assim diagnosticando a importância da mesma inserida no curso. Figura 01 Figura 02 Ainda de acordo com a importância da disciplina, figura 03, 100% dos alunos contemplam a que a disciplina possibilita uma melhoria no comportamento ambiental como futuros profissionais edificadores. Em relação a essa melhoria 45% dos alunos apontam a melhoria sobre a valorização da reciclagem na construção civil, 30% a possibilidade de reutilização de materiais, 20% diminuindo o consumismo e 5% outros, ver figura 04. Figura 03 Figura 04 Com relação à avaliação da abordagem ambiental dada a disciplina no curso (figura 05), 55% responderam que é forte, principalmente na abordagem de resíduos da construção civil. Quando questionados se a carga horária da disciplina é suficiente para a compreensão ambiental (figura 06), 70% disseram que não, pois é necessário um maior aprofundamento da disciplina, situação que não dá para ser estudado e compreendido em pouco tempo. Nesse sentido faz-se importante a inserção da temática ambiental em todas as disciplinas. Figura 05 Figura 06 Em conformidade com a pesquisa 70% dos alunos tem a consciência de que a construção de edificações implica em algum problema ambiental, ver figura 07, com relação a esses problemas ambientais (figura 08) 30% afirmam que a retirada de matéria-prima do ambiente é o principal problema ambienta, para 30% é o desmatamento o principal problema, em seguida 25% acham que a geração de entulhos nos canteiros de obras e para 15% é a degradação do solo, principalmente provocado pelo lançamento no solo de resíduos perigosos que poderão ser proveniente da construção civil. Figura 07 Figura 08 Sobre o grau de preocupação a respeito das questões ambientais (figura 09), 70% dos alunos manifestaram uma forte preocupação, diante disso pode-se observar a importância de incentivar e modelar a consciência ambiental desses sujeitos. Em conformidade com o figura 10, 35% dos alunos responderam que a mídia e a principal meio de obtenção de informações sobre as questões ambientais, 25% revistas e jornais e a minoria 20% afirmaram ser a sala de aula, onde na verdade deveria ser a principal, pois a temática ambiental deveria está inserida em todas as disciplinas, como foi questionado anteriormente. Figura 09 Figura 10 No que diz respeito sobre o comportamento ambiental dos alunos, foi questionado se o indivíduo pensa em como poderia reutilizar algum resíduo antes de descartá-lo (figura 11), a maioria 30% responderam que pensam algumas vezes, dependendo do tipo e qualidade do resíduo e 30% também afirmaram que sempre pensam nessa possibilidade de reutilizar o resíduo. Nesse sentido 60% dos alunos são adeptos da reciclagem, reutilização e reaproveitamento dos resíduos (figura 12). Figura 11 Figura 12 Em consonância com a pesquisa verificou-se também com relação ao comportamento ambiental desses alunos que 75% apagam as luzes ou desligam a TV quando sai do ambiente (figura 13), além disso 45% sempre procuram não deixar a torneira aberta ao escovar ou tirar a barba (figura 14); 70% ao comprar algum produto sempre verifica se o fabricante pratica ações ambientais (figura 15); e 75% sempre procuram comprar produto e/ou embalagens fabricados com material reciclado ou que tenham potencial para serem reciclados (figura 16). Figura 13 Figura 15 Figura 14 Figura 16 5. CONCLUSÕES A Educação Ambiental considera o meio ambiente em sua totalidade dirigido às pessoas de todos os segmentos da sociedade de forma contínua sintonizada com as suas realidades sociais, econômicas, culturais, políticas e ecológicas. Cabe a escola ensinar conteúdos básicos científicos e atualizados ao aluno, para que ele compreenda o mundo que o envolve. Diante da pesquisa observamos que os alunos do PROEJA possuem um repertório de representações conhecimentos intuitivos, adquiridos pela vivência, pela cultura e senso comum, acerca das questões ambientais. O grau de amadurecimento da conscientização ambiental desse aluno está relacionada com as atividades ambientais desenvolvidas na escola, nas quais são relevantes para a elaboração de pensamentos sustentáveis. Partindo desse principio o aluno expressa possibilidades de mudanças de alguns comportamento, passando a se ver como veículo capaz de fazer o diferencial nestas mudanças. Percebemos que nossos objetivos foram atingidos. A metodologia empregada fez o aluno refletir e formar conceitos sobre a questão ambiental. REFERÊNCIAS BOWDITCH, J. L.; BUONO, A. F. Elementos de comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 1992. BRANDALISE, L. T. A percepção do consumidor na Análise do Ciclo de Vida do produto: um modelo de apoio à gestão empresarial. Cascavel: Edunioeste, 2008. 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