EM FOCO 35 e d u c a ç ã o dados e d u c a ç ã o evidência e d u c a ç ã o política e d u c a ç ã o análise e d u c a ç ã o estatísticas e d u c a ç ã o dados e d u c a ç ã o evidência e d u c a ç ã o política Quem são os afetados pelo absenteísmo escolar? • Nos países membros da OCDE, 18% dos estudantes faltaram às aulas pelo menos uma vez nas duas semanas anteriores à prova do PISA, e 15% dos estudantes perdeu um dia de aula ou mais no mesmo período de tempo. • Em sistemas escolares com alto desempenho escolar poucos estudantes faltam a aulas ou a dias de aula. • Para os estudantes dos países membros da OCDE, o ato de perder aulas está associado a uma pontuação 32 pontos mais baixa em matemática, enquanto perder dias de aula está associado a um resultado 52 pontos abaixo. • O absenteísmo escolar é observado entre todos os alunos, sejam eles socioeconomicamente favorecidos ou desfavorecidos. Os adolescentes serão adolescentes; e nesse território incerto entre a infância e a idade adulta, as regras serão inevitavelmente quebradas. Em muitos países, isso se manifesta na evasão escolar do aluno. Em outros, no entanto, estudantes de 15 anos de idade, optam por não faltar às aulas ou a dias de escola, seja porque entendem a importância da educação, seja porque os pais e professores têm alimentado seu envolvimento com a escola, seja porque o seu sistema de ensino não tolera o absenteísmo. Os alunos que participaram no PISA 2012 foram solicitados a relatar quantas vezes faltaram a aulas ou a dias de aula, sem autorização, nas duas semanas anteriores à avaliação do PISA. Entre os países membros da OCDE, 18% dos estudantes deixaram de ir a pelo menos uma aula e 15% faltaram pelo menos um dia inteiro de escola, sem autorização, nas duas semanas anteriores à avaliação do PISA. Na Argentina, Itália, Jordânia e Turquia, 40% dos alunos ou mais, faltaram pelo menos a um dia de aula, enquanto que na Argentina, Costa Rica, Grécia, Letônia, Romênia e Turquia, 40% dos alunos ou mais faltaram pelo menos a uma aula. Na Argentina, Grécia, Letônia, Romênia e Turquia, 4% dos alunos ou mais relataram que haviam deixado de assistir a uma aula cinco vezes ou mais nas duas semanas anteriores; e na Argentina e Turquia, mais de 7% dos estudantes relataram que tinham faltado cinco ou mais dias de aula durante esse período. Na maioria dos países, há muito pouca diferença na incidência de absenteísmo escolar entre estudantes favorecidos e desfavorecidos. Por exemplo, nos países membros da OCDE, 19% dos estudantes desfavorecidos relataram que tinham matado aulas, em comparação com 17% dos estudantes mais favorecidos; e 18% dos estudantes desfavorecidos relataram que faltaram a dias de aula, em comparação com 12% dos estudantes favorecidos. PISA Em Foco – 2014/01 (Janeiro) © OECD 2014 1 EM FOCO Em vários países, demasiados estudantes, de todas as origens, faltam às aulas Porcentagem de estudantes que mataram aulas ao menos uma vez nas duas semanas anteriores ao exame do PISA Todos os Estudantes Estudantes desfavorecidos Estudantes favorecidos Diferença de pontuação associada ao absenteísmo escolar mostrada Porcentagem de Estudantes entre parênteses 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Letônia (5) Turquia (-9) Argentina (21) Romênia (11) Costa Rica (-1) Grécia (11) Itália (19) Bulgária* (39) Lituânia* (34) Espanha* (27) Montenegro (7) Israel* (-12) Rússia* (21) Estônia* (32) Jordânia* (-5) Portugal* (28) Sérvia (21) Tailândia (18) Eslovênia* (35) Tunísia* (1) Malásia* (13) Indonésia (18) Canadá* (28) Uruguai* (19) Croácia (35) Emirados Árabes Unidos (8) México* (-1) Suécia* (43) Polônia (27) Catar (31) Albânia (-8) Brasil* (3) Média OECD* (32) Cazaquistão (22) França (25) Dinamarca* (34) Colômbia (1) Finlândia* (33) Chile* (24) Nova Zelândia* (67) Austrália* (29) Estados Unidos* (16) Áustria* (6) Singapura (2) Irlanda (10) Peru* (39) Reino Unido (31) Noruega (52) Eslováquia* (43) Islândia* (48) Holanda* (2) Suíça* (17) Alemanha (15) Taiwan* (87) Hungria* (55) Bélgica* (72) República Tcheca (24) Luxemburgo (44) Vietnã (29) Macau-China* (23) Xangai-China (30) Hong Kong-China (74) Coreia* (121) Japão (92) Os países e economias estão classificados em ordem descendente do percentual de estudantes que disseram ter matado aulas nas duas semanas anteriores à aplicação do PISA. Os estudantes desfavorecidos são aqueles que se encontram no quartil inferior do Índice PISA de status econômico, cultural e social; e os estudantes favorecidos são os que estão no quartil superior desse Índice. Obs.: O asterisco ao lado do nome do país indica países onde as diferenças socioeconômicas são estatisticamente significativas. Fonte: Base de dados do PISA 2012, OCDE , Tabela III.2.2a. (http://dx.doi.org/10.1787/888932963920) 2 © OECD 2014 PISA Em Foco – 2014/01 (Janeiro) O absenteísmo escolar está associado a pior desempenho dos alunos em matemática … Os estudantes que relataram ter faltado a aulas ou a dias de escola pelo menos uma vez nas duas semanas anteriores à aplicação do PISA têm notas mais baixas do que os estudantes que relataram que não haviam faltado a aulas ou a dias de escola. Entre os países membros da OCDE, matar aulas está associado a um resultado 32 pontos mais baixo em matemática, enquanto que faltar a dias de aula está associado a um resultado 52 pontos inferior. No Japão, Coreia e China-Taiwan, a diferença de resultados associada a matar aulas é de mais de 80 pontos; e na Hungria, Japão, Coreia, Nova Zelândia, Xanghai e Taiwan, a diferença de resultados associada a faltar a dias de escola também é maior do que 80 pontos. Em todos os países, com exceção do Brasil, Colômbia e Israel, os estudantes que relataram que tinham faltado às aulas ou a dias de aula têm um desempenho pior do que os estudantes que relataram que não tinham feito isso. …e uma alta incidência de absenteísmo escolar tem repercussões no desempenho das escolas e sistemas de ensino... O absenteísmo escolar afeta negativamente o desempenho geral de um sistema escolar. Entre os países membros da OCDE, após a contabilização do PIB per capita, os sistemas escolares com maiores percentagens de estudantes que faltam às aulas tendem a ter pontuações mais baixas em matemática. Após a contabilização de diferenças no nível de desenvolvimento econômico, medido pelo PIB per capita, 16% da variação no desempenho em matemática nos países membros da OCDE pode ser explicada por diferenças nas proporções de estudantes que faltam à escola. (Em contraste, na maioria dos sistemas de ensino de alto desempenho, como Hong Kong-China, Japão, Coreia e XangaiChina, praticamente nenhum aluno falta às aulas ou a dias de escola.). EM FOCO Esta relação negativa também é observada no nível da escola. Em 29 países e economias, as escolas com mais alunos que faltam às aulas ou a dias de escola mostram uma média de desempenho pior. Na Croácia, Japão, Coreia, Holanda, Nova Zelândia, Eslovênia, China-Taiwan e Vietnã, um incremento de 10 pontos percentuais na quantidade de tais estudantes corresponde a um declínio entre 10 e 34 pontos no desempenho médio da escola em matemática, após a contabilização do status socioeconômico e demográfico dos alunos e escolas e várias outras características escolares. No Japão e na Coreia, um aumento de 10 pontos percentuais na proporção de tais estudantes corresponde a uma queda de 22 pontos e 25 pontos, respectivamente, no desempenho médio em matemática da escola. Cerca de 7% dos estudantes no Japão e 9% dos estudantes na Coreia freqüentam escolas em que mais de 10% dos estudantes faltou um dia ou uma aula pelo menos uma vez nas duas semanas antes da avaliação do PISA; por outro lado, nos países membros da OCDE, uma média de 73% dos alunos frequentam escolas assim. No entanto, todas as famílias e escolas têm meios para incentivar um melhor envolvimento dos alunos com a escola. O PISA revela que as escolas e as famílias podem ajudar a reduzir as taxas de absenteísmo escolar, promovendo o envolvimento dos alunos com a escola. Em média, nos países membros da OCDE, os alunos que frequentam escolas com um melhor ambiente disciplinar são 5% menos propensos a relatar que faltaram às aulas ou a dias de escola durante as duas semanas antes da avaliação do PISA. E quando se comparam os alunos com desempenho semelhante em matemática, os alunos que relataram que se dão bem com a maioria dos professores, que a maioria dos professores estão interessados no seu bem-estar e realmente ouvem o que eles têm a dizer, que recebem ajuda extra de seus professores, se necessário, e que a maioria dos professores os tratam de forma justa, são cinco pontos percentuais menos propensos a ter chegado atrasados para a escola, na média dos países da OCDE, e quatro pontos percentuais menos propensos a ter faltado a aulas ou a dias de aula durante as duas semanas anteriores à avaliação do PISA. Em 8 dos 11 países e economias com dados disponíveis, os estudantes cujos pais comem regularmente a refeição principal com eles são menos propensos a faltar a aulas ou a dias de escola. Os pais também podem reduzir a probabilidade de que seus filhos faltem, mantendo expectativas ambiciosas para os seus filhos e falando dessas expectativas com eles. Faltar a dias de aulas está associado a desempenho mais baixo Porcentagem de estudantes que disseram ter matado um ou mais dias de escola nas duas semanas anteriores à aplicação do PISA. Todos os Estudantes Estudantes desfavorecidos Estudantes favorecidos Diferença de pontuação associada ao absenteísmo escolar mostrado Porcentagem de estudantes entre parênteses 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Argentina (25) Turquia (-7) Itália* (33) Jordania* (20) Emirados Árabes Unidos* (36) Romênia* (31) Austrália* (42) Costa Rica (18) Israel* (25) Malásia* (34) Espanha* (45) Bulgária* (65) Montenegro (31) Uruguai* (31) Latônia* (53) Canadá* (32) Grécia* (30) Rússia* (43) Estados Unidos* (27) México (27) Tunísia (30) Brasil (10) Cazaquistão* (27) Portugal* (43) Lituânia* (62) Tailândia (36) Reino Unido* (38) Nova Zelândia* (83) Catar* (10) Polônia* (39) Estônia* (50) Albânia (-10) Média OECD* (53) Cingapura* (46) Peru* (41) Eslovênia* (69) Sérvia (44) Croácia* (74) Indonésia (22) Finlândia* (47) Dinamarca* (45) França* (60) Eslováquia* (55) Vietnã* (68) Áustria (33) Chile* (46) Suécia* (64) Noruega (69) Luxemburgo* (62) Hungria* (83) República Tcheca (51) Bélgica* (87) Alemanha (47) Suíça (61) Macau-China (73) Colômbia (23) Taiwan-China* (134) Irlanda* (32) Hong Kong-China (71) Holanda (77) Islândia* (66) Coreia* (135) Japão* (90) Xangai-China (95) Os países e economias estão classificados em ordem descendente do percentual de estudantes que disseram ter matado dias de escola nas duas semanas anteriores à aplicação do PISA. Os estudantes desfavorecidos são aqueles que se encontram no quartil inferior do Índice PISA de status econômico, cultural e social; e os estudantes favorecidos são os que estão no quartil superior desse Índice. Obs.: O asterisco ao lado do nome do país indica países onde as diferenças socioeconômicas são estatisticamente significativas. Fonte: Base de dados do PISA 2012, OCDE , Tabela III.2.2b. (http://dx.doi.org/10.1787/888932963920) PISA Em Foco – 2014/01 (Janeiro) © OECD 2014 3 EM FOCO Em média, nos 11 países e economias com dados disponíveis, quando se comparam os estudantes de nível socioeconômico semelhante e o desempenho em matemática e leitura, aqueles cujos pais esperam que eles frequentem a universidade até os 30 anos de idade são dois pontos percentuais menos propensos a matarem aulas ou dias de escola nas duas semanas anteriores à avaliação do PISA do que os estudantes cujos pais não possuem expectativas tão altas. Quanto mais estudantes faltam às aulas, pior é o desempenho em matemática dos sistemas escolares, como um todo. Após o cálculo do PIB per capita Linha ajustada após cálculo do PIB per capita 1 Desempenho em matemática (Pontuação) 650 Xangai-China 600 Taiwan-China Coreia 550 Suíça Macau-China Estônia Rússia Polônia Cingapura Finlândia Nova Zelândia Eslovênia Lituânia Canadá Áustria Croácia Hungria Austrália Portugal Espanha Eslováquia França Dinamarca Reino Unido Holanda Israel Islândia Romênia Sérvia Bulgária Noruega Suécia Grécia EUA Cazaquistão Tailândia México Malásia Chile Montenegro Albânia Brasil Costa Rica Uruguai Jordânia Colômbia Tunísia Luxemburgo Peru Indonésia Emirados Arábes Hong Kong-China Finlândia Japão Alemanha República TchecaBelgica Vietnã 500 450 400 Letônia Itália Turquia Argentina 350 Catar 300 0 10 20 30 40 50 60 70 Estudantes que faltam às aulas (%) Nota: «Estudantes que faltam às aulas» refere-se à percentagem de estudantes que faltaram a uma aula ou a um dia de aula até no mínimo duas semanas antes da avaliação do PISA. 1. Uma relação significativa (p<0.10) é demonstrada pela linha sólida. Fonte: OCDE, Base de Dados do PISA 2012, Tabela IV.1.5. 12http://dx.doi.org/10.1787/888932957384 Para concluir: Os resultados do PISA 2012 revelam que o absenteísmo escolar está associado negativamente com o desempenho dos alunos. Os resultados também mostram que os alunos são menos propensos a faltar quando estão envolvidos com a escola. Pais e professores podem incentivar o envolvimento com escola, mantendo altas expectativas para seus filhos ou alunos, e sendo mais engajados, eles mesmos, nas vidas dos seus filhos ou estudantes. Para mais informações: Contate: [email protected] Veja: OCDE (2013), Prontos para Aprender: Envolvimento, Motivação e Auto-confiança dos Estudantes, Publicação da OCDE. OCDE (2013). O que faz uma escolar bem-sucedida? Recursos, Políticas e Práticas, Publicação da OCDE. Visite www.pisa.oecd.org www.oecd.org/pisa/infocus Education Indicators in Focus Teaching in Focus No próximo mês: As profissões dos pais têm um impacto no desempenho dos alunos? Crédito das fotos: © khoa vu/Flickr/Getty Images © Shutterstock/Kzenon © Simon Jarratt/Corbis 4 A qualidade da tradução para o Português e sua fidelidade ao texto original são de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, Brasil. Disponível em: www.inep.gov.br. © OECD 2014 PISA Em Foco – 2014/01 (Janeiro)