Homilia para a Liturgia de Abertura - Capítulo Geral 28 de julho, 2012
Existe uma história sobre um caixa que trabalhava em uma loja Target. Diretamente em frente
do seu posto e, à esquerda da maquina de chicletes e brinquedos, havia uma caixa grande de
caridade para crianças carentes durante as festas de fim de ano. Em cinco ocasiões diferentes,
ao longo de uma semana, o caixa viu crianças pararem em frente das maquina de chiclete e
brinquedos, pensando no que comprar … mas depois de ler as informações na caixa de doação,
colocaram as suas moedas lá. Generosidade
Na primeira leitura do Segundo Livro dos Reis, Elias não fica ansioso, pensando se os seus
recursos serão esgotados. Ele ordenou a seu servo alimentar o povo. Generosidade e fé.
Na leitura do Evangelho de hoje ouvimos sobre o menino com os seus cinco pães e dois peixes,
oferecendo sua refeição simples para que a multidão possa ser alimentada - John Surette SJ, em
seu livro “O Dinamico Divino” refere-se a este milagre bíblico como sendo “alimentação
cósmica” …o cuidado divino é inclusivo e se estende a todos - todos são alimentados ... é uma
alimentação comunitaria.” Esta ideia traz à mente que todos nós reconhecemos o bem comum
como um valor franciscano. Generosidade, fé e o bem comum.
As leituras são sobre fé, generosidade, a Fonte que dá vida que nos une, e a compaixão que
exercemos para ajudar os que estão passando por necessidade.
O milagre da multiplicação dos pães e peixes é tão central para a mensagem do evangelho que
é um dos poucos milagres encontrados em todos os evangelhos. A compaixão de Jesus para
com os doentes atrai uma grande multidão e, logo, todos se encontram em um lugar deserto,
onde não há comida disponível. Os discípulos, que freqüentemente parecem desconcertados
pela aparente falta de previdencia de Jesus, dizem que existe um grande problema, pois não
havia comida para esta grande multidão. Quando Jesus pergunta ao Filipe como o povo será
alimentado, Filipe simplesmente se refere à quantia de dinheiro necessária. Jesus desafia Filipe
e aos outros a sonharem e terem esperanças maiores do que, a princípio, parecem possíveis. O
que a razão humana não se atreve a esperar, se torna uma realidade com Jesus, graças ao
coração generoso de um menino.
Jesus parece bastante despreocupado e, alegremente, diz aos discípulos para fornecer comida.
A resposta mal esconde o espanto de que o Mestre não está percebendo o quão impossível que
é: “Cinco pães e dois peixes são só o que temos.” Mas Jesus simplesmente pede os pães - ele
abençoa e quebra-los, e então dá aos discípulos para distribuição. Todos comem e estão cheios,
com doze cestas de fragmentos de sobra!
Eu me pergunto o que teria acontecido se o menino com os pães e os peixes tinha dito ‘não’ e
se recusasse a compartilhar seus pães e peixes com Jesus. O que teria acontecido? Sabemos
que Jesus não precisa de coisas materiais para produzir um milagre. Mas o menino disse sim;
ele foi generoso com o que tinha. Ele compartilhou, e veja o que aconteceu! Deus quer fazer o
mesmo conosco.
Quantas vezes olhamos para os nossos recursos minguantes e diminuindo, especialmente em
termos de pessoal - uma realidade, sim! Nós nos perguntamos: como podemos continuar a ser
viáveis e vibrantes? Deus nos pede trazer as nossas dadivas aparentemente escassas, os nossos
talentos comuns, a simplicidade de quem somos, e ver os grandes milagres que Deus pode
fazer com as nossas vidas. Somos desafiadas a demonstrar uma fé profunda na Fonte que nos
dá vida, individualmente e como uma congregação.
Pensem nos pães e a sua confecção. Cevada ou trigo é um dos principais ingredientes. No
entanto, misturado os outros ingredientes e ele se perde de si mesmo, mas continua a ser uma
contribuição importante ao pão completo. Nós também devemos nos perder e trabalhar para o
bem comum de todos. Como o menino generoso com os pães e peixes, temos que deixar para
trás o egoísmo e o auto-centramento, preocupação e ansiedade, e, com fé, nos extender com
generosidade, compaixão, perdão, paciência e silêncio, sabendo que Deus é o criador de
milagres que pode realizar muito mais do que nós podemos pedir ou imaginar.
Que parte de nós mesmas entregamos para o bem comum da nossa Congregação? Somos
desafiadas por Jesus, que nos dá vida, de dar nosso tudo - mesmo que seja apenas uma parte
de um pão ou uma parte de um peixe.
Para nós hoje, o bem comum significa também encontrar maneiras de manter-nos em
relacionamento, uma com a outra e com aqueles a quem nós ministramos ... encontrar
maneiras de continuar o diálogo. Penso na crescente polarização que existe entre a hierarquia
da Igreja e muitas congregações religiosas devido à questão doutrinária da LCWR. Penso na
crescente polarização que existe tanto na Igreja como na sociedade sobre a legislação de saúde.
Em cada uma das nossas culturas, existem tensões, existem polaridades, existem divisões.
Como franciscanas, devemos ter cuidado para não sermos arrastadas pelo turbilhão desta
divisão, mas sim encontrar maneiras de manter-nos em relacionamento, de dialogar e trabalhar
para diminuir as polaridades existentes atualmente e como verdadeiros franciscanas - sendo
instrumentos de paz e reconciliação.
Durante estes dias de Capítulo Geral, o bem comum deve estar na vanguarda de nossos
pensamentos e atitudes, sabendo que idéias, discussões e decisões são os ingredientes que
contribuem para o bem do todo. Convido-lhes a passar por estes dias com abertura e
discernimento - não com opiniões preconcebidas - não pedir por aquilo que eu quero neste
momento. Pelo contrário, o que é a congregação precisa neste momento para continuar um
futuro encarnando o Cristo?
No centro da história do Evangelho é o convite implícito para nós rendermos os nossos dons e
talentos, a dadiva de nossas vidas, a Cristo e, em seguida, ver que milagres poderosos Deus
pode fazer em e através de nós. Podemos realmente nos render?
O milagre da multiplicação dos pães e peixes deve continuar por meio de nós ao sermos
alimentadas diariamente na mesa eucarística. O poder de Deus em ação dentro de nós,
individualmente e como Congregação, pode re-iniciar uma paixão para nos aproximar aos
pobres, para alimentar os famintos, curar os feridos; e trazer para casa os perdidos. Deve nutrir
em nós uma fome e sede pela justiça.
Ao sair desta liturgia, cada uma vai receber um talo de trigo - símbolo de que é ao trabalhar
juntas para o bem do todo, que seremos capazes de realizar muito mais do que podemos até
imaginar.
Vamos, então sair com fé e generosidade, e como mulheres corajosas que dão vida, nos
esforçar para encarnar o Cristo onde quer que estejamos.
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Homilia para a Liturgia de Abertura