BOLSA DE RESÍDUOS NO ESTADO DE GOIÁS:
UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A GESTÃO DO LIXO INDUSTRIAL
Grazzielle Nunes Silva1
Antônio Pasqualetto2
Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental
Av. Universitária, Nº 1440 – Setor Universitário – Fone (62)3946-1351.
CEP: 74605-010 – Goiânia - GO.
RESUMO:
A Bolsa de Resíduos é um serviço de informações que identifica mercados para os resíduos
gerados nas operações industriais e estimula o seu aproveitamento econômico pelas empresas.
Entre outros benefícios, a bolsa promove a indução ao desenvolvimento de novas tecnologias
para reaproveitamento e utilização dos resíduos industriais. O propósito principal do artigo
consiste em avaliar a conjuntura e o desempenho da Bolsa de Resíduos no Estado de Goiás,
realizado através de questionários enviados para todas as empresas cadastradas no Programa,
totalizando 75 questionários enviados e 15 retornos que possui representatividade de 20% das
empresas no estudo, após análise, obteve-se o quadro geral do Programa e os resultados
mostram a baixa eficiência da ferramenta disponível e a identificação de quatro problemas
principais: interatividade entre as empresas e o software disponível para a realização de
compra/venda dos resíduos, maior e melhor divulgação do Programa de Bolsa de Resíduos,
melhor detalhamento do tipo de resíduos de oferta/procura e gerenciamento do programa,
estes que possivelmente causam a não satisfação em relação à compra e venda de resíduos.
Mas por outro lado o Programa conta com o apoio e credibilidade por parte das empresas. Por
isso torna-se importante a criação de parcerias, incentivos às empresas cadastradas, melhor
gerenciamento que possibilitará uma comunicação mais dinâmica, rápida e independente para
as empresas cadastradas. A fim de se difundir a idéia de desenvolvimento sustentável,
produção mais limpa, lucro e principalmente cuidado ao meio ambiente.
Palavras-chave: Bolsa de Resíduos, Resíduos Industriais, Produção Mais Limpa.
1
2
Acadêmica do curso de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás ([email protected])
Orientador, Eng. Agro. , Prof. Dr. Antônio Pasqualetto ([email protected])
2
ABSTRACT:
The Stock market of Residues is a service of information that identifies markets for the
residues generated in the industrial operations and stimulates its economic exploitation for the
companies. Among others benefits, the stock market promotes the induction to the
development of new technologies to reuse and use of the industrial residues. The main
intention of the article consists of evaluating the conjuncture and the performance of the Stock
market of Residues in the State of Goiás, carried through questionnaires sent for all the
companies registered in cadastre in the Program, totalizing 75 questionnaires sent and 15
returns that representation of 20% of the companies in the study possess, after analysis, got
the general picture of the Program and the results show low to the efficiency of the available
tool and the identification of four main problems: interact between the companies and
available software for the accomplishment of buy/sale of the residues, greater and better
spreading of the Program of Stock market of Residues, better detailing of the type of
offers/search residues and management of the program, these that possibly cause not the
satisfaction in relation to the purchase and sale of residues. But on the other hand the Program
counts on the support and credibility on the part of the companies. Therefore the creation of
partnerships becomes important, incentives to the registered in cadastre companies, better
management that will make possible a more dynamic communication, fast and independent
for the registered in cadastre companies. In order to spread out the idea of sustainable, cleaner
production, profit and mainly well-taken care of development to the environment.
Key-words: Waste Stock Market, Industrial Residuals, Cleaner Production
3
1 INTRODUÇÃO
Os resíduos são considerados um problema a nível global. Deste modo, são várias
as propostas para minimizar sua geração bem como dar destino adequado aos resíduos. Todos
os resíduos devem ser recolhidos ou eliminados através de operações que têm inevitavelmente
impactos ambientais e custos econômicos.
O modo como as empresas tratam as questões ambientais tem evoluído ao longo
do tempo, mas principalmente, ao longo da última década. As empresas evoluíram de uma
estratégia em que resolviam os problemas ambientais quando estes surgiam e quando
pressionadas por questões legais, para uma estratégia mais pró-ativa, em que o ambiente é
parte integrante do negócio. (FERRÃO e HEITOR, 2000).
A ecologia industrial oferece uma abordagem sistêmica e integradora de materiais,
processos, produtos e serviços e as políticas baseadas neste conceito apresentam, como fim
último, a sustentabilidade na utilização de recursos naturais e econômicos, preservando
valores sociais.
Sabe-se que a gestão sustentável dos resíduos sólidos pressupõe a redução do uso
de matérias-primas e energia, e dos desperdícios nas fontes geradoras, reutilização direta dos
produtos e reciclagem de materiais. Entretanto, para que se possa alcançar a sustentabilidade é
necessário que esta seja executada de forma eficiente, todo o processo produtivo a fim de
gerenciar adequadamente os insumos e resíduos deste, fazendo-se imprescindível fiscalização
eficiente do poder público para com os responsáveis pela gestão.
O fato é que os resíduos sólidos e suas formas de utilização a partir da reciclagem,
do co-processamento e do reaproveitamento vão cada vez mais se firmar como um negócio,
na medida em que são encontradas novas aplicações, maneiras e processos de se lidar com
eles.
Neste contexto foi criada a Bolsa de Resíduos, da Federação das Indústrias do
Estado de Goiás – FIEG, a qual representa um serviço oferecido de forma gratuita às
empresas, consistindo basicamente no cadastramento e na oferta, através de boletim
informativo, de resíduos gerados em processos produtivos. Este serviço é oferecido também
por outras Federações de Indústrias de Estados do Brasil, de maneira horizontal e passiva, ou
seja, apenas com a disponibilização de informações sobre os resíduos, sem haver qualquer
interferência no processo de negociações destes. As gestões do modelo atual de
funcionamento da Bolsa de Resíduos da FIEG e das outras que estão operando no Brasil, em
geral, tem foco na reciclagem externa, ou seja, o resíduo gerado é disponibilizado para venda
4
ou doação, podendo ser usado como matéria-prima em outra empresa. Vale salientar que há
casos em que esta pode ser realmente a melhor alternativa, no entanto é preciso que haja
avaliação detalhada do processo produtivo na tentativa de reduzir a geração de resíduos na
fonte.
A grande importância de existir um gerenciamento adequado para os resíduos
sólidos industriais está relacionada com a diminuição da quantidade de rejeito disposto de
forma inadequada e a opção de gerar uma renda extra para a empresa com a comercialização
dos resíduos, sendo que a comercialização pode ser realizada em todo o país.
Como forma de contribuir neste processo, objetivou-se analisar a conjuntura e o
desempenho da Bolsa de Resíduos Sólidos em Goiás, e os resultados alcançados com essa
ferramenta disponibilizada pela FIEG.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Resíduos
Kraemer (2005) afirma que produzidos em todos os estágios das atividades
humanas, os resíduos, em termos tanto de composição quanto de volume, variam em função
das práticas de consumo e dos métodos de produção. As principais preocupações estão
voltadas para as repercussões que podem ter sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente
(solo, água, ar e paisagens).
Resíduo é o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e ainda da varrição
pública. Os resíduos apresentam-se nos estados sólidos, gasoso e líquido, afirma Kraemer
(2005).
Resíduo industrial é o lixo que resulta dos processos de produção das indústrias.
Ele varia de acordo com a indústria. O resíduo industrial é um dos maiores responsáveis pelos
impactos de grande magnitude ao meio ambiente. Um resíduo não é, por princípio, algo
nocivo. Muitos resíduos podem ser transformados em subprodutos ou em matérias-primas
para outras linhas de produção.
A destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos e industriais se coloca como
um dos mais importantes desafios a serem enfrentados pelo Estado de Goiás, nas suas
diversas esferas administrativas e pela sociedade de forma em geral. Trata-se de um problema
que envolve aspectos sanitários ambientais e de saúde pública, principalmente quando
5
considerada a constante presença de catadores em lixões, e que, com muita freqüência tem
sido desconsiderado ou relegado a um segundo plano pelos administradores públicos e
privados.
As mudanças ainda são lentas na diminuição do potencial poluidor do parque
industrial brasileiro, principalmente no tocante às indústrias mais antigas, que continuam
contribuindo com a maior parcela da carga poluidora gerada e elevado risco de acidentes
ambientais, sendo, portanto, necessários altos investimentos de controle ambiental e custos de
despoluição para controlar a emissão de poluentes, o lançamento e o depósito irregular de
resíduos perigosos.
A década de 70 foi a década da água, a de 80 foi a década do ar e a de 90, de
resíduos sólidos, conforme Cavalcanti (1998).
As sociedades desenvolvidas precisam da indústria para produzir energia e bens
que mantenham seu estilo de vida. As atividades industriais abrangem processamento de
alimentos, mineração, produção petroquímica e de plástico, metais e produtos químicos, papel
e celulose, e a manufatura de bens de consumo, como a televisão. Por sua vez, a indústria
necessita de matéria-prima, como o ferro, a água e a madeira, para a produção desses bens.
Esses processos de manufatura produzem lixo, que pode ser inofensivo ou tóxico.
Segundo Goldberg (2005), muitas empresas perceberam que, associada às
vantagens ambientais óbvias, produzir de forma limpa e utilizar matéria-prima reciclada, ou
reciclar para terceiros, traz economia de custos em muitos casos.
Há ainda uma variável positiva, muitas vezes intangível, para estimular empresas
a investirem em produção limpa, redução de desperdício e reciclagem: o ganho de imagem,
por associação de suas marcas às boas práticas de responsabilidade sócio-ambiental. Além de
reaproveitar material, reduzir o passivo ambiental e girar uma cadeia específica de negócios, a
reciclagem no Brasil tem um importante componente social.
Segundo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI (2003), o
principal elemento da avaliação de produção mais limpa é a análise dos fluxos de material e
de energia que entram e saem do processo, a fim de identificar oportunidades de produção
mais limpa e resolver, na fonte, os problemas relacionados à geração de resíduos e emissões.
Este método está inserido em um procedimento que promove a verdadeira implementação
destas oportunidades e inicia atividades constantes de produção mais limpa dentro da
empresa.
A produção mais limpa se divide em cinco fases distintas, cada uma
compreendendo vários passos.
6
Necessidade reconhecida de
produção mais limpa
Planejamento e Organização
Pré - avaliação
Avaliação
Estudo de viabilidade
Implementação
Produção mais limpa constante
Figura 1: Avaliação de Produção Mais Limpa
Fonte: SENAI-RS, 2003.
Os resíduos sólidos quase sempre são considerados como vilões dos problemas
ambientais. Neste sentido, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, exige das empresas e de
toda sociedade, a aplicação de práticas que possam garantir a diminuição ou eliminação dos
impactos causados por estes tipos de resíduos, priorizando aquelas que apliquem o princípio
dos 3Rs - Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
A adoção de metodologias de produção mais limpa e outras similares ajudam a
aperfeiçoar a produção e a reduzir gastos, além de evitar desperdícios. Tudo isso se reflete em
ganhos finais.
De qualquer forma, por mais que a questão ambiental tenha entrado na rotina das
empresas, o fato é que nem todos os setores exibem igual grau de avanço em relação ao tema.
O que começou como uma necessidade para cumprir a lei ou atender ao mercado, tornou-se
um grande diferencial competitivo. E não é difícil explicar o motivo. Quanto menos se gasta
em matérias-primas e insumos, como água, no processo produtivo, menor é o custo de
produção.
7
2.2 Destinação dos resíduos sólidos industriais
As definições básicas para as formas existentes de disposição final de resíduos
sólidos no solo, e que são adotadas pela Agência Goiana de Meio Ambiente - AGMA (2001)
são as seguintes:
– lançamento a céu aberto (lixões): forma de disposição final na qual os resíduos
são simplesmente descarregados sobre o solo, sem medidas de proteção ao
meio ambiente ou à saúde pública. Essa forma de disposição facilita a
proliferação de vetores, a geração de maus odores, e a poluição das águas
superficiais e subterrâneas pelo percolado (mistura do líquido gerado pela
degradação da matéria orgânica com a água de chuva). É, sob todos os
aspectos, a pior forma de disposição de resíduos sólidos;
– aterro Controlado: forma de disposição final que obedece a alguns critérios
técnicos e princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos, com
destaque para: seleção da área; cercamento; cinturão verde; guarita; drenagem
de águas pluviais; e drenagem e tratamento de percolado;
– aterro Sanitário: forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos,
fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas,
proporcionando o confinamento seguro dos resíduos e evitando danos à saúde
pública e minimizando os impactos ambientais. Esses aterros possuem as
seguintes infra-estruturas: cercamento, cinturão verde, guarita, balança,
escritório, refeitório, vestiário, drenagem de águas pluviais, impermeabilização
da base, drenagem e tratamento de percolados, drenagem de gases, e poços de
monitoramento.
– aterro Industrial: forma de disposição final especialmente projetado e
implantado para a disposição de resíduos sólidos industriais, garantindo um
confinamento seguro em termos de poluição ambiental e proteção à saúde
pública. Este aterro possui, no mínimo, todas as infra-estruturas de um aterro
sanitário. Para resíduos perigosos, o conceito construtivo é o de contenção
total, o que significa impermeabilizar tanto a parte inferior (no caso, com
impermeabilização dupla) quanto à parte superior do aterro.
De acordo com as Normas Brasileiras de Regulamentação - NBR 10.004
(Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, 2004) são considerados resíduos sólidos
os resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de
8
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ainda
segundo a NBR 10.004, os resíduos sólidos são classificados, por sua periculosidade, em:
– classe I – são os denominados resíduos perigosos, aqueles que em razão de
suas características físicas, químicas ou biológicas são altamente nocivos para
as pessoas e o meio ambiente, devendo ser tratadas com mais cuidado e de
preferência no local em que são produzidos, para evitar maior risco de
poluição.
– classe II A – são os denominados resíduos não-inertes, que podem degradar-se
ou dissolver-se possibilitando riscos ao meio ambiente e a saúde pública.
– classe II B – são os denominados resíduos inertes, que não oferecem riscos ao
meio ambiente ou a saúde pública, sendo tal afirmativa comprovada através de
testes realizados pelos técnicos da ABNT, responsáveis pela classificação ora
estudada.
Observa-se, então, que não é nada simples o trabalho de classificação dos resíduos
sólidos, que deve levar em consideração diversos fatores; origem, características físicas,
químicas ou biológicas, bem como a responsabilidade pelo gerenciamento dos mesmos, sendo
que tal classificação é imprescindível para a correta destinação final dos resíduos.
2.3 Bolsa de resíduos
No Brasil, as Bolsas de Resíduos representam um serviço prestado normalmente
pelas Federações das Indústrias, Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas SEBRAE ou órgãos ambientais que funcionam gratuitamente e sem burocracia com o
objetivo de fortalecer o mercado da reciclagem externa dos resíduos sólidos gerados nos
processos produtivos.
Através de Boletins Informativos de uma Bolsa de Resíduos, empresas de todos
os portes e setores podem oferecer ou solicitar resíduos, informando as quantidades, as
características, as possíveis aplicações e o tipo de negociação (doação, venda, compra troca
etc.).
A periodicidade de atualização das informações e da circulação dos boletins varia
de acordo com a Federação, sendo na sua maioria trimestral ou semestral.
As Federações das Indústrias normalmente adotam a seguinte postura no
gerenciamento da Bolsa de Resíduos:
–
não atuam como intermediárias e não se responsabilizam pelas operações
realizadas através da bolsa de Resíduos;
–
não se responsabilizam pela aplicação do resíduo comercializado, sendo
9
necessário o devido licenciamento pelo órgão ambiental;
–
esclarecem que as informações publicadas sobre os resíduos são de
responsabilidade do associado;
–
informam que as alternativas apresentadas para aplicação dos resíduos são
apenas sugestões fornecidas pelas empresas associadas.
Esse ambiente de negociações possui como objetivos: facilitar o intercâmbio entre
indústrias que produzam ou que procuram por resíduos, promover a redução dos desperdícios,
promover a redução dos custos de produção e contribuir para o uso racional dos recursos
naturais.
Empresas de todos os setores podem participar do Programa (indústrias,
atividades rurais, comércio e prestação de serviços, associações, cooperativas, etc.), estas
interessadas na venda ou compra de resíduos, ao participarem da Bolsa adquirem com a
participação muitos benefícios, tais como: redução dos desperdícios pela maximização da
utilização dos materiais, preservação e melhoria do meio-ambiente, incentivo à implantação
de gerenciamento de resíduos, possibilidade de geração de receita direta, redução de custos
diretos relacionados ao manuseio, armazenamento, transporte e destinação final, incentivo à
instalação de novas indústrias para aproveitamento e beneficiamento dos resíduos industriais,
indução ao desenvolvimento de novas tecnologias, para reaproveitamento e utilização dos
resíduos industriais, minimização de multas e/ou autuações, redução dos passivos ambientais.
Castilho e Castro (2006), afirma que a bolsa de resíduos já é realidade nas cinco
regiões brasileiras e atrai milhares de empresas. O recurso usado para diminuir o desperdício
na indústria, transformando os resíduos em matéria-prima, chegou em novembro de 2006 a
Goiás, disseminando a iniciativa inaugurada na década de 1980 em São Paulo e Rio de
Janeiro.
2.4 Bolsa de resíduos em Goiás
De acordo com FIEG (2007), a Bolsa de Resíduos é um ambiente virtual gratuito,
composta de um banco de dados com informações sobre oferta e demandas de resíduos, com a
intenção de promover a livre negociação entre as indústrias, conciliando ganhos econômicos
com ganhos ambientais. Sua consulta é rápida e simples. Para participar, as indústrias de
todos os setores se cadastram no site da bolsa, discriminando a oferta ou a procura dos
resíduos.
A Bolsa de Resíduos é uma parceria do Sistema Federação das Indústrias do
Estado de Goiás - FIEG, do Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa – SEBRAE/GO, da
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH e da Agência Goiana de Meio
10
Ambiente - AGMA.
Seu objetivo principal é proporcionar às empresas um espaço gratuito de
divulgação de ofertas de compra e venda de resíduos recicláveis, no ambiente eletrônico, com
a intenção de promover a livre negociação entre as indústrias, conciliando ganhos econômicos
com ganhos ambientais a partir da troca de informações sobre os resíduos disponíveis. A
Bolsa de Resíduos é uma estratégia recomendada pela Agenda 21 Nacional, para
desenvolvimento sustentável, no âmbito de macro-políticas federais, estaduais e municipais
de estímulo ao aproveitamento de resíduos urbanos e industriais e à sua reciclagem.
O programa bolsa de resíduos é um importante instrumento de formação de um
banco de informações sobre os aspectos quantitativos e qualitativos dos resíduos gerados no
Estado de Goiás, além de contribuir para o planejamento de um desenvolvimento industrial
sustentado.
A classificação dos resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que
lhes deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes
com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido
(ABNT, 2004).
Considerando-se a definição estabelecida acima, a AGMA (2001) procedeu à
classificação dos resíduos declarados pelas empresas inventariadas. De acordo com as
informações prestadas, a quantidade total de resíduos sólidos gerado em 2001 foi de
13.702.272,82 t, com destaque para os resíduos de classe II, que corresponderam a 92,34%
desse total.
Segundo AGMA (2001) encontram-se apresentados na Figura 2, os percentuais
obtidos para as três classes avaliadas. Ressalta-se que foram considerados todos os resíduos
gerados dentro da área industrial, sejam eles procedentes do processo industrial ou de outras
atividades ali desenvolvidas.
Figura 2: Distribuição do total de resíduos sólidos industriais gerados, por classe de periculosidade.
Fonte: AGMA, 2001.
11
MUNICÍPIOS
EMPRESAS
Quantidade
RESÍDUOS CLASSE I
Porcentagem (%)
(t/ano)
Porcentagem (%)
Anápolis
7
16,67
458,47
0,04
Aparecida de Goiânia
1
2,38
3.732,12
0,36
Cachoeira Alta
1
2,38
4,00
0,00
Catalão
3
7,14
54,45
0,01
Cavalcante
1
2,38
59,00
0,01
Crixás
1
2,38
564.003,80
53,97
Goianésia
2
4,76
3.080,05
0,29
Goiânia
8
19,05
3.308,66
0,32
Inhumas
1
2,38
100,00
0,01
Itumbiara
1
2,38
1,00
0,00
Jataí
1
2,38
39,60
0,00
Minaçu
2
4,76
95,38
0,01
Nazário
2
4,76
336,34
0,03
Niquelândia
2
4,76
24,79
0,00
Porangatu
1
2,38
468.000,00
44,79
Rialma
1
2,38
0,40
0,00
Rio Verde
1
2,38
7,56
0,00
Senador Canedo
2
4,76
651,00
0,06
Trindade
4
9,52
990,30
0,09
TOTAL
42
100,00
1.044.946,92
100,00
As Tabelas 1,2 e 3 detalham todo esse levantamento realizado:
Tabela 1: Geração de resíduos Classe I, por município inventariado.
Considerando a geração de resíduos por classe de periculosidade, verifica-se que
os municípios de Crixás e Porangatu destacaram-se na geração de resíduos perigosos,
conforme se encontra apresentado na Tabela 1. Já a geração de resíduos não-inertes foi maior
nos municípios de Ouvidor e Minaçu conforme Tabela 2, Anápolis e Goiânia sobressaíram na
geração de resíduos inertes como demonstrado nas Tabelas.
Os municípios de Ouvidor e Minaçu foram os maiores geradores de resíduos
sólidos e, juntos, contribuíram com mais de 53% do total produzido no Estado. Obviamente,
esse resultado encontra-se condicionado as características da tipologia prevalecente nos
municípios (Indústrias Extrativas de Nióbio e Amianto respectivamente).
12
Tabela 2: Geração de resíduos Classe II A, por município inventariado.
MUNICÍPIOS
Anápolis
Anicuns
Aparecida de Goiânia
Aparecida do Rio Doce
Bela Vista de Goiás
Buriti Alegre
Cachoeira Alta
Caldas Novas
Carmo do Rio Verde
Catalão
Cavalcante
Cezarina
Crixás
Formosa
Goianésia
Goiânia
Goianira
Goiatuba
Hidrolândia
Inhumas
Itaberaí
Itumbiara
Jandaia
Jaraguá
Jataí
Jussara
Luziânia
Maurilândia
Minaçu
Montividiu
Morrinhos
Mozarlândia
Nazário
Nerópolis
Niquelândia
Ouvidor
Pires do Rio
Porangatu
Posse
Rialma
Rio Quente
Rio Verde
Rubiataba
São Luís de Montes Belos
Senador Canedo
Santa Helena de Goiás
Santo Antônio da Barra
Trindade
Turvelândia
Uruaçu
TOTAL
EMPRESAS
Quantidade
Porcentagem (%)
14
7,95
2
1,14
7
3,98
3
1,70
3
1,70
1
0,57
1
0,57
1
0,57
1
0,57
5
2,84
1
0,57
1
0,57
1
0,57
1
0,57
3
1,70
13
7,39
2
1,14
2
1,14
3
1,70
1
0,57
1
0,57
4
2,27
1
0,57
6
3,41
4
2,27
1
0,57
2
1,14
2
1,14
2
1,14
4
2,27
1
0,57
1
0,57
2
1,14
1
0,57
2
1,14
2
1,14
1
0,57
1
0,57
1
0,57
1
0,57
1
0,57
48
27,27
1
0,57
2
1,14
2
1,14
7
3,98
3
1,70
4
2,27
1
0,57
1
0,57
176
100
RESÍDUOS CLASSE IIA
(t/ano)
Porcentagem (%)
226.512,07
1,79
248.830,80
1,97
483.094,73
3,82
67.240,00
0,53
21.602,21
0,17
6.804,00
0,05
1.219,00
0,01
1,02
0,00
50.003,00
0,40
3.509,84
0,03
1.748,00
0,01
155.515,00
1,23
725.001,40
5,73
72,00
0,00
639.000,37
5,05
323.636,14
2,56
57.051,24
0,45
464,00
0,00
15.310,08
0,12
21.149,50
0,17
3.168,00
0,03
10.956,58
0,09
229.728,00
1,82
1.643,05
0,01
52.043,84
0,41
486,70
0,00
29.608,00
0,23
15.680,00
0,12
3.269.780,63
25,84
49.240,00
0,39
3.643,00
0,03
58,00
0,00
381,60
0,00
315.036,00
2,49
398.657,19
3,15
4.000.281,20
31,62
52,00
0,00
27.980,00
0,22
41,00
0,00
24,88
0,00
1.045,00
0,01
303.608,18
2,40
123.888,00
0,98
34.878,28
0,28
860,49
0,01
44.980,70
0,36
15.930,00
0,13
15.342,80
0,12
600.000,00
4,74
56.000,00
0,44
12.652.787,52
100,00
13
Tabela 3: Geração de resíduos Classe II B, por município inventariado.
MUNICÍPIOS
EMPRESAS
Porcentagem (%)
7
29,17
1
4,17
1
4,17
1
4,17
3
12,50
2
8,33
1
4,17
1
4,17
1
4,17
1
4,17
1
4,17
1
4,17
3
12,50
24
100,00
Quantidade
Anápolis
Anicuns
Aparecida de Goiânia
Goianésia
Goiânia
Jaraguá
Jataí
Morrinhos
Nazário
Niquelândia
Ouvidor
Santa Helena de Goiás
Trindade
TOTAL
RESÍDUOS CLASSE IIB
(t/ano)
Porcentagem (%)
2.958,49
65,19
3,00
0,07
42,00
0,93
60,00
1,32
1.133,02
24,97
2,00
0,04
0,10
0,00
8,00
0,18
30,00
0,66
203,00
4,47
1,00
0,02
1,00
0,02
96,78
2,13
4.538,39
100,00
3 METODOLOGIA
Na primeira fase do projeto efetuou-se uma pesquisa bibliográfica sobre o tema
abordado, com pesquisa em livros, revistas, sites, órgãos envolvidos como Federação das
Indústrias do Estado de Goiás - FIEG e Agência Goiana de Meio Ambiente – AGMA. Em
seguida foi realizado todo um levantamento sobre o histórico e situação atual da ferramenta
utilizada para venda dos resíduos e das empresas cadastradas. Depois se efetuou um
levantamento das empresas que realizaram algum cadastro na Bolsa de Resíduos Sólidos de
Goiás para que obtivéssemos os endereços para contato.
Foi enviado um questionário via e-mail para as empresas cadastradas no programa
(total 75): as que ofertam e que procuram resíduos, a fim de avaliar o funcionamento da Bolsa
de Resíduos. No caso das empresas que não puderam ser contactadas via e-mail, fez-se
ligações telefônicas.
Questões:
1- Qual foi a data em que a empresa se cadastrou no programa de Bolsa de
Resíduos?
2- A empresa conseguiu realizar algum contato com outras empresas? Em caso
positivo, foi bem sucedida a transação?
3- Caso negativo. Por que não houve sucesso na transação?
4- A empresa possui alguma sugestão para o Programa?
5- Descreva a visão da empresa em relação ao Programa de Bolsa de Resíduos no
Estado de Goiás.
14
Com os questionários respondidos, fez-se um levantamento das sugestões
enviadas pelas empresas. Esses dados após analisados e comparados com as revisões de
literaturas servirão para as mudanças necessárias para a adequação do programa. Já que foram
encaminhados para a FIEG que hospeda a Bolsa de Resíduos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em análise a página do programa que possibilita as transações da Bolsa de
Resíduos foi possível verificar que existem 77 anúncios entre oferta/procura e o resíduo
plástico possui a mesma quantidade de oferta e procura, conforme Tabela 4, porém de
materiais diferentes. Os resíduos de ofertas são maiorias representando 68,83% dos anúncios
enquanto a procura representa 31,17% destes.
Tabela 4 – Quantidade de Ofertas e Procuras
QUANTIDADE DE
QUANTIDADE DE
OFERTAS
PROCURA
Plásticos
10
10
Metal/Metalúrgico
6
4
Madeira
6
1
*Outros
6
0
Borracha
3
1
Lodo ETE
3
0
Mineração
3
0
Alumínio
2
0
Têxtil
2
0
Construção/ Demolição
2
0
Químico
2
5
Couro
2
0
Óleos
2
1
Gráfico
1
0
Papel
1
1
Pilhas
1
0
Equipamentos e Imobiliários
1
0
Areia de Fundição
0
0
Lâmpadas
0
0
Bateria
0
0
Vidros
0
1
Agropecuária
0
0
TOTAL
53
24
*Cartuchos e Toners, Cotonetes (hastes), Fibra de Coco, Cinzas de Caldeira, Borra Fosfato e Feltro.
RESÍDUO
Do total das empresas contactadas apenas 15 (quinze) responderam ao
questionário, que representa 20% do total de empresas cadastradas, conforme Tabela 5. Esse
índice representa a baixa eficiência do software disponibilizado para o Programa de Bolsa de
Resíduos.
15
Tabela 5 – Resultados dos questionários
EMPRESA
SETOR
1
Associação Viva Anápolis
-Óleos
03/2007
Biodiesel Anápolis
-Óleos
02/2007
QUESTÕES
3
2
Contato
Transação
Sim
Sim
Não
-
Houve negociação
Não houve
contato
Não houve
contato
Ecolixo
-Couro
05/2007
Não
-
EUCABRAZ Produtos de
Eucalipto LTDA
-Madeira
06/2007
Não
-
Não houve
contato
Evoluti Tecnologia e
Serviços LTDA
- Pilhas
12/2006
Não
-
Não houve
contato
Grupo Mabel
-Borracha
-Construção/Demolição
-Lodo ETE
-Madeira
07/2007
Sim
Não
Preço do resíduo
Isto é Transportes
-Metal/Metalúrgico
03/2007
Sim
Sim
Houve negociação
JB Reciclagem
-Papel
11/2006
Sim
Não
LC Comércio LTDA
-Alumínio
12/2006
Não
-
Nutriplast
-Plástico
11/2006
Sim
Não
ORSA Celulose, Papel e
Embalagens.
-Gráfico
11/2006
Sim
Em
andamento
4
-Conexão de todas as
Bolsas do país.
-Melhor Divulgação.
-Muito boa
- Maior divulgação
para as empresas
- visão positiva e
apoio ao Programa.
-Processo de
adaptação do
programa;
-Alternativa para as
empresas.
-Abrir link para
energias alternativas
sustentáveis
-Maior divulgação;
-facilidade de
manuseio do
programa.
-Melhor divulgação;
-Apuração dos
resíduos a espera de
negociações.
-Facilidade de
manuseio do
Programa;
-Políticas de
Resíduos mais sérias;
-Melhor
gerenciamento do
Programa;
-Uma ótima
iniciativa.
-Muito boa
Disponibilidade
do produto
- Maior Facilidade de
manuseio do site.
Não houve
contato
- Facilitar uso do
Programa;
-Muito Boa
Quantidade
disponível de
resíduo.
- Tempo limite de
oferta;
_
-Necessidade de
parceria com aterros
do Estado
-Retorno mais rápido
da confirmação de
cadastro;
- Facilidade de
manuseio do
programa.
-Melhor
gerenciamento do
programa.
-Melhor
detalhamento das
empresas e resíduos
ofertados.
-Madeira
07/2007
Sim
Não
Fase de
negociação
SCITECH Produtos
Médicos LTDA
-Plásticos
-Químicos
08/2007
Sim
Não
Fase de
negociação
VELMOR Reciclagem
Industrial
-Químicos
07/2007
Sim
Não
Aguardando
retorno
- Nenhuma declarada
10/2006
Sim
Não
Preços elevados
Falta de resíduo
-Facilitar
acessibilidade ao site
WWHATA Consultoria
-Apoio à iniciativa.
- Maior divulgação;
-Aumento do
mercado da Bolsa de
Resíduos;
-Equipe para
gerenciamento do
Programa.
Probel
- Borracha
-Metal/ metalúrgico
-Plástico
-Químico
5
-O potencial dos
resíduos no Estado
favorece o programa.
Questões:
1-Qual foi a data em que a empresa se cadastrou no programa de Bolsa de Resíduos?
2-A empresa conseguiu realizar algum contato com outras empresas? Em caso positivo, foi bem sucedida a transação?
3-Caso negativo da transação. Por que não houve sucesso?
4-A empresa possui alguma sugestão para o Programa?
5-Descreva a visão da empresa em relação ao Programa de Bolsa de Resíduos no Estado de Goiás.
-Excelente
ferramenta que
necessita de algumas
modificações.
- Criação de um
Agente multiplicador
nas empresas;
-Divulgação.
- Muito boa, porém
necessita de melhor
funcionamento.
-Ótima
-Contato de outros
Estados interagindo
com a Bolsa de
Goiás.
-Estado de Goiás
pouco
IndustrializadoInclusão de alguns
resíduos domésticos.
16
Após análise das respostas enviadas (Tabela 5), foi possível verificar que a data
de cadastro das empresas na Bolsa de Resíduos varia desde o lançamento do Programa em
novembro de 2006 até agosto de 2007. Com predominância de cadastros na época do
lançamento.
O número de aproximações para comércio de resíduos foi dez, mas somente
duas empresas concluíram a compra e venda de resíduos. Duas empresas estão em fase de
negociação e uma está aguardando retorno do contato. As empresas que não concluíram
justificam o insucesso das transações, a pouca oferta, preços elevados, não respostas por parte
das empresas contatadas, a falta de melhor detalhamento dos resíduos anunciados em relação
à descrição, tipo, quantidade disponível ou requerida, periodicidade, disponibilidade,
negociações e valores. A FIEG não possui um controle das transações realizadas devido ao
fato do software adotado não permitir acesso a esses dados;
Os problemas apresentados pelas empresas entrevistadas apresentaram
dificuldades em manusear o site, não vêem uma divulgação adequada ao tamanho do
programa, exigem um melhor detalhamento dos resíduos e melhor gerenciamento do
programa, conforme Figura 3.
Figura 3 – Problemas encontrados pelas empresas ao responder o questionário enviado
17
O apoio e credibilidade por parte das empresas no funcionamento do Programa,
são explícitos nos questionários, porém elas incentivam a melhora do software para um
consecutivo aumento nas transações e divulgação do programa;
Empresas de outros estados também anunciam na Bolsa do Estado de Goiás
como São Paulo, Minas Gerais, Piauí, Espírito Santo. Das Bolsas existentes no País a Bolsa
de Goiás é a única que não é gerenciada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial –
SENAI, porque possui parcerias.
A Confederação Nacional da Indústria – CNI, tem como objetivo criar uma
rede nacional integrada de Bolsas de Reciclagem, assim organizou a primeira Conferência da
Indústria Brasileira para o Meio Ambiente – CIBMA, que dentre outros trabalhos realizou
uma ampla pesquisa junto às Federações das Indústrias dos Estados visando avaliar 18 temas
estruturais para a gestão ambiental na indústria, tais como Produção Mais Limpa, Avaliação
do Ciclo de Vida e responsabilidade socioambiental, entre outros.
Com os resultados levantados nesse período, foi possível verificar a baixa
eficiência da ferramenta disponível para que sejam realizados os contatos e venda dos
resíduos sólidos industriais, está encaminhando a uma situação oposta à esperada. Contudo
permanece a idéia que os resíduos gerados servirão de insumos para novos ciclos produtivos,
evitando a retirada de matéria-prima natural.
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A análise da situação do Programa de Bolsa de Resíduos no Estado de Goiás
deixa evidente que o software que disponibiliza a interação entre as empresas para o comércio
dos resíduos deve ter um acompanhamento e ser melhorado constantemente, possibilitando
cada vez mais uma comunicação mais dinâmica, rápida, independente e principalmente
qualificando o atendimento às empresas cadastradas.
O estabelecimento de parcerias não é uma tarefa fácil, pois exige mudança de
atitude das indústrias. É desejável incentivo à constituição das parcerias, que poderá ser
iniciativa do governo ou a constatação dos benefícios que os produtores e os receptores dos
resíduos terão com a adesão.
Baseado no que foi levantado, a sugestão para trabalhos futuros é a
continuidade deste trabalho com perfil semelhante para se ter uma comparação entre os
resultados. Como exemplos, acompanhar o desenvolvimento e andamento da Bolsa de
18
Resíduos e descobrir a(s) causa(s) de existir o dobro de anúncios de ofertas em relação a
procuras.
Outra sugestão a partir desse trabalho é desenvolver uma parceria com as
cooperativas do estado a fim de desenvolver tecnologias para a incorporação dos resíduos
ofertados nos processos produtivos das empresas. Assim, as cooperativas entrariam com os
resíduos e as instituições de ensino, como a Universidade Católica de Goiás através do curso
de Engenharia Ambiental desenvolveria métodos e mecanismos para esse fim. Ressaltando a
importância da criação de um link dessas cooperativas no software que acolhe o Programa de
Bolsa de Resíduos.
A bolsa de resíduos é uma iniciativa que deve ser difundida para que cada vez
mais a idéia de desenvolvimento sustentável, produção mais limpa, lucro e principalmente
cuidado ao meio ambiente faça parte da rotina das indústrias do estado.
REFERÊNCIAS
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resíduos sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, Brasil, 63 p.
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http://www.riosvivos.org.br/canal.php?canal=34&mat_id=3223 Acesso em 11/04/2007.
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Departamento de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – DMA, Coordenação:
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FERRÃO, P. E HEITOR, M. (2000), Integrating Environmental Policy and Business
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FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA - FIEB. Bolsa de resíduos e
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Disponível
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GUIMARÃES JÚNIOR, José Carlos, Lixo ou Resíduo? Uma alternativa de renda, Brasília.
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KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Resíduos Industriais e a questão ambiental associada à
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OLIVEIRA, Ana Lúcia Belchior de. Bolsa de Resíduos, um instrumento de Gerenciamento de
Resíduos decorrentes de atividades produtivas. Salvador-BA. 2006.
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DO RIO GRANDE DO SUL
- SENAI -RS. Cinco fases da implantação de técnicas de produção mais limpa. Porto Alegre,
UNIDO, UNEP, Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI, 2003. 103p. (Série Manuais
de Produção mais Limpa).
WEB-RESOL – RESÍDUOS SÓLIDOS. Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos. Disponível em http://www.resol.com.br/cartilha4 Acesso em 29/10/2007.
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