ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
Bandeiras descobridoras e povoamento de Goiás
Goiás era conhecido e percorrido pelas
bandeiras quase que desde os primeiros dias de
colonização, mas seu povoamento só se deu em
decorrência do descobrimento das minas de ouro no
século XVIII. Esse povoamento, como todo
povoamento aurífero, foi irregular e instável.
ouro, Goiás situado entre esses dois territórios
haveria de ter.
As primeiras bandeiras
*Bandeira: expedição organizada militarmente e
uma espécie de sociedade comercial (cada
bandeirante entrava com uma parcela de capital –
escravos.)
- Aconteciam desde o inicio da colonização, apesar
da pouca documentação que comprove.
- Primeiras Expedições: Bahia – eram oficiais ou
particulares
- Séc. XVII – Vasta documentação das Bandeiras
*São Paulo: chegavam com freqüência ate o
extremo norte de Goiás, inicialmente pelos rios
Paranaíba, Tocantins e Araguaia retornando pelo
Tietê.
*As viagens s podiam durar até 3 anos.
- A partir de 1630: introdução do uso de muares e
preferência pelas viagens terrestres de sul a norte e
vice-versa por todo território goiano.
- As “descidas” dos Jesuítas do Pará: busca de
índios para composição do aldeamento na
Amazônia pelo do rio Tocantins até Goiás.
*O gasto das expedições corriam por conta dos
bandeirantes que em troca recebiam vantagens nas
minas e cargos políticos na região.
*Financiadores da expedição do Anhanguera:
João Leite da Silva Ortiz (genro do Anhanguera) e
João de Abreu (irmão de Ortiz e dono de lavras em
Minas)
*Tinha aproximadamente 150 bandeirantes, mas
ao total (com escravos e índios) chegava a quase
500.
A viagem da Bandeira de Anhanguera
- Saída de SP: 3\07\1722 – o Anhanguera dizia ter
um roteiro até Goiás
- Desentendimento desde o inícios na Bandeira
entre os chefes paulistas e os emboabas
*perderam-se pelo caminho
- Volatilidade das bandeiras: não fixação em Goiás.
*muitos morreram de fome
Descobrimento de Goiás
*outros a abandonaram
- O Anhanguera não foi o “descobridor” de Goiás,
mas o primeiro a se interessar pela fixação no
território \ Povoamento ligado à exploração aurífera
*1690:Minas Gerais (passou a ser povoado por
vilas – Vila Rica, Vila do Carmo, dentre outras).
- Anhanguera “Preferia a morte a voltar
fracassado”.
- Descobriu ouro nas cabeceiras do rio Vermelho
(Cidade de Goiás)
- 21\10\1725: volta triunfante a SP
*1718: Mato Grosso (Cuiabá) iniciando o
povoamento.
Povoamento de Goiás
- 1722: Bandeira do Anhanguera para Goiás: licença
concedida pelo rei ao Anhanguera para buscar ouro
em Goiás – Se em Minas e Mato Grosso havia tanto
- Bartolomeu Bueno recebe o titulo de
superintendente das minas de Goiás e Ortiz o de
guarda-mor.
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
1
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
- Primeira região ocupada foi a do rio Vermelho
*Arraial de Sant’Ana, depois chamado de Vila
Boa e mais tarde Goiás sendo capital por quase 200
anos desse território.
*Outros arraiais: Barra, Ferreiro, Anta, Ouro,
Fino, Santa Rita, etc.
- Grande atração de pessoas para a região
- Povoamento irregular e instável, sem
planejamento ou ordem de acordo com o encontro e
demanda do ouro.
-Três zonas de relativa densidade durante o século
XVIII:
* região centro-sul: Santa Cruz, Santa Luzia
(Luziânia), Meia Ponte (Pirenópolis), Jaraguá, Vila
Boa e arraias vizinhos.
* região do Tocantins (alto Tocantins ou
Maranhão) \ a mais limitada e densa em população:
Traíras, Água Quente, São Jose (Niquelândia),
Santa Rita, Munquém, etc.
*Norte \ entre o Tocantins e os chapadões dos
limites com a Bahia: Arraias, São Félix, Cavalcante,
Natividade e Porto Real (Porto Nacional).
- Fora dessas regiões os arraias estavam dispersos
como Pilões, Crixás, Couros (Formosa), etc.
- 2\3 do território estava desabitado como: o sul e o
sudeste, todo o Araguaia e o norte desde Porto
Nacional até o Estreito e sua ocupação ganharia
força com a pecuária e da agricultura (XIX e XX).
- Até 1783 houve um crescimento de 50% da
população (quase 60.000 habitantes) e a partir daí
uma diminuição até 1804. A partir desta data
começa novo crescimento através das lavouras e
pecuária.
Economia do ouro em Goiás
A época do ouro em Goiás foi intensa e breve.
Após 50 anos, verificou-se a decadência rápida e
completa da mineração. Por outro lado, só se
explorou o ouro de aluvião, e a técnica empregada
foi rudimentar.
e desprezo por outras atividades como o roceiro (o
proprietário da terra e de escravos)
A mineração em Goiás
Goiás no sistema colonial
- Brevidade e intensidade do ouro em Goiás por 50
anos
- Vigência do Pacto Colonial e do Mercantilismo na
exploração aurífera
-Só houve a exploração do ouro de aluvião através
de técnicas rudimentares
- Hierarquia da produção aurífera nas minas:
- “Mineração de morro” era cara e difícil. Podia ser
por meio de túneis e galerias (mineração de mina)
ou cortando a montanha perpendicularmente (talho
aberto).
*dedicação exclusiva à exploração do ouro;
* alimentos e outros bens necessários vinham
das capitanias da costa (Bahia, Rio de Janeiro e São
Paulo) \ Altos preços
*pouco desenvolvimento da lavoura e da
pecuária neste período
- Mentalidade de valorização da atividade
mineradora em Goiás através da metrópole.
*supervalorização do mineiro (proprietário da mina)
Política fiscal das minas: o contrabando
-Predominância do “direito senhorial” ao rei:
controle dos produtos minerais
-Direito de particulares à exploração, mas com
pagamento de impostos.
*o Quinto
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
2
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
*contrabando em Goiás: mais praticado no norte
(vigilância mais afastada) que no sul.
*seu rendimento decai após 1750 juntamente
com a mineração
- O Quinto
*a partir de 1775 seu rendimento era tão baixo
que não dava para pagar a importação de novos
escravos.
*Cobrado de duas formas: pela Capitação ou o
próprio Quinto. A Capitação vigorou de 1736 a
1751, mas foi abolida, pois mineiros entendiam que
era injusto o pagamento igual para todos, já que
existiam lavras ricas e datas pobres e esgotadas que
mal sustentavam seus escravos.
*As Casas de Fundição \ O ouro em pó corria
como moeda na capitania
- Goiás: segundo produtor do Brasil: 1\6 menor que
Minas e 10\7 maior que Mato Grosso
*sua exploração não elevou em muito a renda
per capita da população
*tendo em conta a população e o capital
empregado, os rendimentos não eram grandes
A produção do ouro em Goiás
- O destino do ouro
- Falta de registros que comprovem o total de ouro
foi extraído de Goiás
- A produção seria de aproximadamente de 100.000
kg de ouro
- A mineração foi prospera até 1750, arriscada, mas
ainda rendosa, de 1750 a 1770 e um negócio
ruinoso depois deste período.
- Alto preço do escravo: dificuldades em trazê-los \
preço multiplicado por oito
*pouco no Brasil e nada em Goiás em virtude do
Pacto Colonial
*apesar de não ficar aqui contribuiu para o
progresso do país através da expansão territorial que
foi em grande parte sustentada por esta atividade,
além de incentivar o povoamento do território
(aumento de 9,4 vezes a população) sendo o ouro o
capital responsável pelo pagamento da estrutura das
cidades (construções, estradas, caminhos, fazendas
em produção, etc) que receberam essas populações.
Sociedade goiana da época do ouro em Goiás
Goiás pertenceu até 1749 à capitania de São
Paulo. A partir desta data, tornou-se capitania
independente. No aspecto social, a distinção é entre
livres e escravos. No inicio da colonização das
minas, os escravos predominaram em numero, com
a “decadência” da mineração, os escravos passaram
a ser menos que os livres. A população, contudo,
continuou composta por negros e mulatos em sua
maioria.
*eram governos próprios e independentes,
ligados diretamente ao rei e aos organismos centrais
de Lisboa, especialmente ao Conselho Ultramarino.
*a principal autoridade era o governador
(administrava, aplicava leis, comandava o exército).
*ouvidor-mor: cuidava da justiça
*intendente: arrecadação de impostos
Quadro administrativo: a capitania de Goiás
- Pertenceu à Capitania de São Paulo ate 1749
*a administração era simples, não tendo
desenvolvido a burocracia
-As capitanias
- 1749: Goiás tornou-se Capitania
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
3
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
*crescimento em população e em importância
não podendo ser administrada à distância
*Primeiro Governador: Conde dos Arcos
*com a decadência da mineração muitos
brancos migrava para outras regiões
*a partir de 1804: 77% da população livre de
mulatos
A sociedade de Goiás colonial
- Forte dicotomia livres X escravos
- Situação alterada após a “decadência” da
mineração: a escravatura perde parte de sua
importância como instituição básica da sociedade \
Queda do número de escravos
*até 1750: os escravos correspondiam de 60% a
70% da população
*a sociedade escravocrata: associava trabalho à
escravidão e liberdade ao ócio \ os libertos e
mulatos só trabalhavam o indispensável e os
brancos, por costume, faziam o mesmo.
*o liberto e o mulato não eram bem aceitos pela
sociedade e a primeira distinção ainda era a cor,
mesmo pós-libertação, sendo vistos como a “rale”
da sociedade pautada na desconfiança e no desprezo
- Classes dirigentes
*de 1750 a 1804: correspondiam a 40% da
população
*concentravam todo poder e quase toda riqueza
*altos cargos: Homens-bons
*Goiás: deixou de importar escravos a partir de
1775 \ perda de créditos mineradores frente as cias
importadoras de escravos, logo inevitável
diminuição dos mesmos
*rico minerador: era aquele que possuía 250
escravos ou mais
*compensações ao escravo: podia trabalhar para
si em feriados e em horas extras o que somado,
muitas vezes, a pequenos roubos conduzia a compra
da alforria.
*na reestruturação da sociedade sobrevivente da
“decadência” aurífera o poder político ficou
concentrado nas famílias que sobreviveram à ruína
econômica
*muitos filhos de proprietários com escravos
recebiam no batismo a alforria
*a pobreza era geral, mas ser branco era honra e
privilégio
- A vida do escravo na mineração
- Os índios
*O trabalho era duro, esgotador, havia má
alimentação (quase exclusivamente milho) e graves
doenças (reumatismo, doenças da coluna e dos rins,
enfermidades venéreas e verminoses, etc), castigos
e arbitrariedades com os negros.
- A sociedade mestiça
*predominância dos mulatos (braços com
negros) \ resultado da miscigenação
*1809: havia aproximadamente 20 tribos
*na mineração: relação guerreira e de
extermínio mútuo com os colonizadores
*a orientação governamental estava baseada nos
aldeamentos o que divergia com a prática do
extermínio, não existiam pessoas especializadas,
principalmente após a expulsão jesuítica, sem falar
que a população entendia o índio como um “bicho”.
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
4
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
Transição da sociedade mineradora à sociedade pastoril
Ao se evidenciar a “decadência” do ouro, varias
medidas administrativas foram tomadas por parte do
governo, sem alcançar, no entanto, resultados
satisfatórios. A economia do ouro, sinônimo de
lucro fácil, não encontrou de imediato, um produto
que a substituísse em nível de vantagem econômica.
A decadência do ouro afetou a sociedade goiana,
sobretudo na forma de ruralização e regressão a
uma economia de subsistência.
Tentativas governamentais para o progresso de
Goiás
- Incentivo à agricultura pós-mineração pela Coroa \
dificuldades
*legislação fiscal desprezo dos mineradores pela
agricultura (pouco rentável), ausência de mercado
consumidor (dispersão pelos sertões e outras
regiões) e dificuldade de exportação (alto custo do
transporte e ausência de transporte viário).
- Medidas de D. João para incentivar a agricultura,
pecuária, o comércio e a navegação:
1) isenção do dízimo por 10 anos aos lavradores
das margens do Tocantins, Araguaia e Maranhão
2) catequização e civilização do gentio
incentivando seu uso na agricultura
3) construção de presídios nas margens dos rios:
proteger o comercio, auxiliar a navegação etc.
4) incentivo à navegação do Araguaia e
Tocantins (algodão, açúcar, fumo, couros e sola ate
o Pará)
5) incentivo à navegação dos rios do sul,
Paranaíba e seus afluentes, a fim de facilitar a
comunicação com o litoral
Novos aspectos administrativos
- 1809: divisão do território de Goiás em duas
Comarcas (facilitar a administração)
*Sul (sede em Goiás): incluindo Meia Ponte,
Santa Cruz, Pilar, Santa Luzia, Crixás e
Desemboque
*Norte (sede em Vila de São João de Paula):
incluindo Conceição, Natividade, Porto Imperial,
São Felix, Cavalcante e Traíras
- Criação do cargo de Juiz de Fora de Vila Boa
(1809)
- Criação de uma linha de correio (1808) da Corte
para o Pará via Goiás: incentivo à comunicação e
navegação
Conseqüências da decadência da Mineração em
Goiás
- Com a mesma rapidez que houve crescimento de
algumas regiões instituído pelo encontro do ouro,
também aconteceu o inverso após a “decadência” o
que trouxe:
*defasagem sócio-cultural na visão dos viajantes
(assimilação dos costumes dos índios pelos brancos
– “habitar choupana, não usar o sal, andar nu, não
circular moeda”); queda da importação e exportação
afetando o comércio; “estacionamento” do
crescimento das cidades, outras desapareceram;
abandono e dispersão (zona rural) da população;
esquecimento de costumes e hábitos dos brancos
(isolamento); ruralização da sociedade e a
desumanização do homem.
- Nascimento de uma economia agrária, fechada e
de subsistência.
6) revogação do alvará que proibia as
manufaturas
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
5
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
A Independência do Brasil em Goiás
Assim como no Brasil, o processo de
independência em Goiás deu-se gradativamente. A
formação das juntas administrativas, que
representavam um dos primeiros passos nesse
sentido, deram oportunidade às disputas pelo poder
entre os grupos locais. Especialmente sensível em
Goiás foi a reação do norte, que, julgando-se
injustiçado pela falta de assistência governamental,
proclamou sua separação do sul.
Reflexos da Independência em Goiás
- O processo de independência da província foi
conduzido pela elite local, o clero e as forças
policiais (sentimento de separação e autonomia
onde as províncias buscavam mais autonomia para
suas administrações).
*Três grupos políticos neste momento:
1) Total separação de Portugal: liderança do
padre Luiz Bartolomeu Marques e do capitão Felipe
Antonio Cardoso;
2) De idéias republicanas: liderança de Manoel
Antônio Galvão e Antônio Pedro de Alencastro;
3) do status quo: liderança do padre Luiz
Gonzaga de Camargo Fleury e do capitão José
Rodrigues jardim (agiam de acordo com a situação).
*Os latifundiários alegavam que pagavam
impostos, mas os benefícios não chegavam, tinham
prejuízos econômicos e o povo vivia em completa
miséria.
- Revolucionários:
*liderança de Joaquim Teotônio Segurado
*elaboraram um plano revolucionário com um
governo provisório no Norte, instalando-o em
Cavalcante (14\09\1821) independente da Comarca
do Sul de Goiás.
*mediadas administrativas adotadas:
organização de uma força policial e a suspensão da
remessa de dinheiro para o Sul
- Fracasso do movimento
*a mudança da sede do governo para
Natividade, a viagem de Teotônio para as Cortes, a
precariedade financeira e econômica, as rivalidades
políticas entre os habitantes de Cavalcante, Palma e
Arraias.
*Falta de apoio de D. Pedro I ao movimento dos
rebeldes: exigia a união com o sul \ temia uma
rebelião contra sua autoridade
A divisão administrativa
*Grupos que formaram as oligarquia em Goiás
(Coronelismo)
- A Independência não trouxe transformações
sociais ou políticas para Goiás, mas operou-se a
descolonização. Os próprios governantes eram
ainda portugueses.
Movimento Separatista do Norte de Goiás
- Descontentamentos da população do Norte
- 1830: divisão do território em 4 Comarcas, duas
ao Sul (Goiás e Santa Cruz) e duas ao Norte (Palma
e Cavalcante), além de elevar vários arraias à
condição de Vila, dando mais autonomia à região.
- Os núcleos urbanos desse período não eram
centros de produção, estavam marcados pela
pobreza, construções simples, subordinação ao
campo, apenas com funções político-administrativas
e sócio-religiosas.
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
6
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
O povoamento de Goiás e a expansão pecuária
Durante o século XIX, a população de Goiás
aumentou consideravelmente, não só pelo
crescimento vegetativo como pelas migrações dos
estados vizinhos. Os índios diminuíram
quantitativamente e a contribuição estrangeira foi
inexistente. A pecuária tornou-se o setor mais
dinâmico da economia.
- Sudoeste: novos centros urbanos como Rio Verde,
Jataí, Caiapônia (Rio Bonito), Quirinópolis
(Capelinha), etc.
- Norte: intensificou a mestiçagem com o índio
(mão-de-obra na pecuária) e com o negro
Correntes migratórias advindas com a Pecuária
*dedicação a outras atividade: babaçus,
pequenos roçados, comercio do sal e faiscação.
- Dedicação dos antigos mineradores à agricultura e
pecuária
*novas cidades: Imperatriz, Palma, São José do
Duro, São Domingos, Carolina, Arraias.
- Pecuária: alcançou relativo êxito (boas pastagens e
o gado se conduzia até o mercado consumidor)
desenvolveu e aumentou a população, porém
manteve a ruralização.
Imigração estrangeira
* Séc. XIX: fazendas de pecuárias adquiridas
por meio de posses ou concessões, eram mal
aproveitadas (falta de trabalhadores e ausência de
mercado interno)
*conseqüência: trouxe fluxos migratórios do
Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais que
povoavam os sertões
- De 1881 a 1886 o governo de Goiás, impulsionado
pela política nacional de incentivo à imigração,
tentou atrair esse tipo de trabalhador para cá, porém
sem êxito. Somente no inicio do século XX iniciouse a imigração européia em Goiás, mas sem êxito e
de forma modesta.
- Em Anápolis, 1929, formou-se um núcleo de sete
famílias japonesas e nos anos seguintes outros que
prosperaram pelo seu trabalho sistemático e as
semelhanças de clima e solo, sendo essas as
primeiras levas de imigrantes para Goiás.
Goiás durante o Império
As condições sócio-econômicas do Brasil não
possibilitaram uma ação administrativa satisfatória
em Goiás durante o século XIX. Além disso, a
política goiana era dirigida por presidentes impostos
pelo poder central. Somente ao final deste período
Goiás começou a adquirir feições próprias.
Coexistiu, também, no aspecto cultural um
verdadeiro vazio.
*distância entre as províncias do governo
central; a escolha dos governantes das províncias
pelo imperador (insatisfação das elites locais); os
membros da Câmara Alta (deputados e senadores)
vinham quase sempre de outras províncias; a
Assembléia Provincial e a Câmara dos Vereadores
funcionava de acordo com os interesses do
presidente da província.
Panorama Administrativo
- Descaso e isolamento de Goiás no século XIX
- Instauração da Constituição de 1824: pregava uma
Monarquia Constitucional com uma administração
altamente centralizada.
-Problemas da administração centralizada \
insatisfações:
*falta de transportes e comunicação, grandes
distancias, descasos administrativos, desequilíbrio
entre receita e despesa, ausência de um produto
econômico básico.
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
7
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
Câmara Legislativa
Conselho do Estado
e
e
Senado
Presidente das Províncias
Assembléias Provinciais
Panorama político
- Fins do século XIX \ Predominância do
“Oficialismo Político” – centralização política: a
elite local culpava os presidentes das províncias
(“estrangeiros”) pelo atraso de Goiás, lutando por
uma consciência política local.
*nasceram partidos políticos: o Liberal (1878) e
o Conservador (1882)
*incentivo dos jornais locais: Tribuna Livre,
Publicador Goiano, Jornal do Comércio e Folha de
Goyaz.
- Mudanças na política em Goiás
*representantes locais na Câmara Alta: André
Augusto de Pádua Fleury, José Leopoldo de
Bulhões Jardim, Jerônimo Rodrigues Jardim,
cônego Inácio Xavier da Silva , dentre outros.
*fortalecimento dos grupos políticos locais,
lançado as bases para as oligarquias goianas \
Choque de interesses desses grupos.
Panorama cultural
- A educação praticamente inexistiu em Goiás no
século XIX.
*1827: Lei do ensino mútuo: quase impraticável
em Goiás
*1846: criação do Liceu de Goiás: primeiros
passos do ensino secundário, mas não atendia aos
jovens do interior da província.
*Os mais ricos estudavam em Minas Gerais ou
São Paulo (referência em Direito e Medicina).
Jovens de pequenas posses estudavam nas escolas
militares ou se dedicavam aos seminários.
*1882: criação da Escola Normal de Goiás com
o estudo de matérias experimentais (física, química,
zoologia, botânica, pedagogia, sociologia, língua
portuguesa, etc.), que durou pouco tempo.
*1889: Colégio das irmãs dominicanas na cidade
de Goiás para jovens.
-1830: fundação do primeiro jornal goiano, o
Matutina Meiapontense de caráter liberal
-1870: expansão da imprensa goiana \ luta pelas
causas regionais como: extensão dos trilhos de ferro
á Goiás, navegação do Araguaia\Tocantins,
aperfeiçoamento dos rebanhos, impulso ao
comércio, à mineração, a abolição da escravidão, a
imigração e autonomia da província.
Os movimentos liberais e a implantação da República em Goiás
Goiás acompanhou pacificamente os
movimentos liberas que grassavam no Brasil
durante o século XIX: a abolição dos escravos não
afetou a vida econômica da província e a
transformação do regime monárquico em
republicano ocorreu sem dificuldades. Os Bulhões,
dirigentes do Partido Liberal, após o 15 de
novembro tornaram-se os donos do poder em Goiás,
apoiados pelos republicanos.
A escravidão e o movimento libertário
- Decadência do ouro ligada à diminuição
sistemática da mão-de-obra escrava para Goiás \
Alto preço do escravo e dificuldades de aquisição.
*os fazendeiros perceberam que era mais
vantajoso contratar trabalhadores livres a baixos
salários
*1870 em diante \ diminuição dos escravos:
morte natural, dificuldades de aquisição, tráfico
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
8
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
interprovincial e sentimento abolicionista da
sociedade goiana.
Félix de Bulhões
- Luta pela libertação dos escravos.
-1885: fundou o jornal O Libertador: libertar,
integrar e educar o negro no contexto social.
- A Lei Áurea (1888) não despertou surpresas em
Goiás libertando aproximadamente 4 mil escravos,
numero insignificante perto da população que já
alcançava 200 mil pessoas, o que não afetou em
muito a economia agropastoril.
- Incentivo a vinda imigrante por Antônio José
Caiado (Liberal) e Antônio Canêdo (Conservador).
O movimento republicano em Goiás
- Pós-1870: crescimento do movimento republicano
no Brasil inspirado por mudanças sócioeconômicas: surto cafeeiro, crédito bancário,
impulso à industrialização, decadência da mão-deobra escrava, imigração européia, urbanização,
desenvolvimento do mercado interno, etc.
Joaquim Xavier Guimarães Natal: um republicano
histórico
- 1882: fundação do jornal O Bocayuva (circulou
apenas sete vezes) por Manuel Alves de Castro
Sobrinho lutou pelo ideal republicano.
-1882: abertura novamente do jornal O Bocayuva,
mas por Joaquim Xavier Guimarães Natal.
-Lutou pela federação, abolição, liberdade de
ensino, de religião, eleições democráticas, etc.
- 1887: fundou também o jornal O Brasil Federal,
mas suas idéias não encontraram terreno fértil em
Goiás.
Implantação do regime republicano em Goiás –
efeitos
- Notícia da Proclamação da República
(15\11\1889) recebida com surpresa pelos políticos
goianos (28\11\1889). Para as camadas populares
nada representou.
- Mudanças significativas em relação às questões
administrativas e políticas, porque sócioeconomicamente e cultural manteve-se como antes:
o liberto continuou discriminado, as elites
dominantes continuaram as mesmas, não ocorreu a
imigração européia, a existência de latifúndios
improdutivos, áreas imensas a povoar e explorar, a
agricultura e pecuária deficitárias, a educação em
estado embrionário, o povo esquecido, dentre
outros.
- Movimentação das diferentes facções políticas
(liberais, conservadores e republicanos) em relação
ao poder.
*O Clube Republicano aclamou Guimarães
Natal como presidente do estado de Goiás que não
aceitou tal oferta propondo a criação de uma junta
governativa (Governo Provisório) por: Guimarães
Natal (presidente), José Joaquim de Souza e o major
Eugênio Augusto de Melo.
Crises políticas (crise no Executivo)
- Os Bulhões continuaram os “donos do poder”
(Guimarães Natal era cunhado de Bulhões), mas
com maior margem de mandonismo devido ao
autonomismo alcançado com o regime de
Federação.
- O Governo Provisório nomeou Presidente do
Estado o tenente-coronel Bernardo Vasques que
nem chegou a tomar posse, em 25 de fevereiro de
1890, Gustavo Augusto da Paixão assumiu a
Presidência do Estado.
*demissão de Gustavo Augusto da Paixão em 12
de janeiro de 1891: influência dos Bulhões.
*Guimarães Natal (Vice-presidente) estava
impossibilitado de tomar a posse e quem passou a
governar foi Bernardo Antônio de Faria Albernaz
(segundo Vice-presidente).
- Deodoro da Fonseca: nova nomeação para
presidente e vice da província de Goiás. Foram
escolhidos João Bonifácio Gomes de Siqueira e
Constâncio Ribeiro da Maia (grupo Fleury).
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
9
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
* Siqueira renunciou (velho, cansado e
pressionado pelas diversas facções políticas) em 19
de maio de 1891 assumindo o Vice.
- Renúncia de Deodoro da Fonseca:
*movimentação política em Goiás: Constâncio
Ribeiro é deposto (19\02\1892) pelo coronel Braz
Abrantes que se aclama Presidente do Estado até
18\07\1892 quando Antônio José Caiado assumiu a
Presidência (era Vice-presidente), uma vez que o
Presidente eleito, Leopoldo de Bulhões, renunciou
ao cargo devido suas atividades na Câmara Federal.
A crise da Constituição Goiana (crise no
Legislativo)
- Escolha dos representantes goianos pelo Governo
Provisório de Goiás para a Constituinte Nacional
*Todos pertencentes ao rol dos Bulhões: os
senadores José Joaquim de Souza e Antônio Amaro
da Silva Canedo, os deputados José Leopoldo de
Bulhões, Sebastião Fleury Curado e Joaquim Xavier
Guimarães Natal.
- A crise política gerou duas constituições em
Goiás: a dos Bulhões e a dos Fleury, porem
prevalecendo, após a renuncia de Deodoro, a dos
Bulhões (1º\06\1891).
Elites dominantes: os Bulhões e os Jardim
Caiado
- Com o governo de Floriano Peixoto, os Bulhões
consolidaram seu poder político em Goiás, sendo o
grande líder dessa oligarquia José Leopoldo de
Bulhões.
-1904: fracionamento do grupo sob a liderança de
Xavier de Almeida que conseguiu afastar
momentaneamente os Bulhões do poder.
-1908: período de intranqüilidade política (sucessão
senatorial) em Goiás que levou, em 1909
(“renascimento do mandonismo dos Bulhões”) a
uma vitória dos Bulhões apoiados, neste momento
por Eugênio jardim e Antônio Ramos Caiado
(influentes políticos em termos regional e nacional).
*1910-1913: Urbano Gouvêa (cunhado de José
Leopoldo) se torna Presidente do Estado e de 1913 a
1918 foi eleito senador da República quando não
mais conseguiu se reeleger.
-Derrubada dos Bulhões
*desentendimentos entre os Bulhões e os Jardim
Caiado (apoio de Hermes da Fonseca a estes)
- 1912: elite dominante em Goiás – os Jardim
Caiado (o caiadismo) sob a liderança de Antônio
Ramos Caiado sendo afastado do poder somente em
1930 sendo um de seus maiores inimigo políticos o
médico Pedro Ludovico Teixeira.
Goiás até a Revolução de 1930
As três primeiras décadas do século XX não
modificaram substancialmente a situação a que
Goiás regredira em conseqüência da decadência da
mineração no fim do século XVIII. Continuava
sendo um Estado isolado, pouco povoado, quase
integralmente rural, com uma economia de
subsistência.
- As comunicações
*1824: primeiro carro de boi em Goiás, visto
com progresso na época. Pouco ou nada mudou nos
anos seguintes.
*1891: chegada do telégrafo
- Situação geral do estado
- Até 1930 Goiás continuava fora da frente de
progresso que, nos últimos 80 anos, vinha
transformando São Paulo e outros estados a partir
da modernização da agricultura e da
industrialização.
*1913: construção da estrada de ferro Mogiana
que alcançou o Triângulo Mineiro: Uberaba (1889)
e Araguari (1896), mas deveria ter se prolongado
até Catalão, mas por falta de capital sua construção
foi paralisada.
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
10
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
*1907: constituiu-se a companhia Estrada de
Ferro Goiás, que deveria construir a linha Araguari rio Araguaia, chegando os trilhos somente até
Leopoldo de Bulhões perfazendo 287 km em
território goiano (o território de Goiás tinha 600.000
km²), não chegando à Cidade de Goiás, visto o
investimento ser antieconômico (pouca importância
política e econômica de Goiás no cenário nacional)
e a população da região escassa pelo governo
federal.
*1921: primeira estrada de rodagem (trecho que
ligava a capital do estado à estação terminal da
estrada de ferro) sendo que em 1907 chegava o
primeiro automóvel em Goiás \ Progresso lento
nesta estrada, devido aos poucos veículos em
circulação.
*Em geral, os transportes eram baseados em
carros de boi, com estradas de rodagem mal
construídas e conservadas, estradas carroçáveis
eram reduzidas e com as chuvas ficavam
intrafegáveis, os barcos eram, na maioria,
antiquados, existindo poucos a vapor (sinônimo de
navegação moderna na Europa).
- A população
*rápido crescimento da população, porem a
densidade populacional continuava baixa (0,77
habitantes por km²).
*enormes extensões eram despovoadas: o
sudoeste (limite com a Bahia) e o “Mato Grosso
Goiano” começavam a ser desbravados.
*sudeste: região mais povoada pela proximidade
com o Triângulo Mineiro e a presença da estrada de
ferro (Catalão, em 1920, com 35 mil habitantes, o
município mais habitado).
*o censo de 1920 não faz ainda distinção entre
população rural e urbana, não havendo dados
concretos sobre este aspecto, mas é quase certo que
o índice de ruralidade chegava a 90% da população.
- Economia
*a economia era quase exclusivamente de
subsistência, a produção era local e para o consumo,
sendo muito pequeno o comércio interno e a
circulação monetária.
*a maior parte da população trabalhava na
agricultura, mas o setor mais dinâmico da economia
era a pecuária (gado: produto de fácil exportação,
geralmente vivo, e um dos únicos exportados em
quantidade apreciável) totalizando entre 1920 e
1929, 27, 69% da arrecadação total do Estado.
*arroz: aumentou sua exportação com a
construção da estrada de ferro representando entre
1928 e 1932 a metade do valor da exportação de
gado.
*café: grande produção em Nova Veneza
(colônia de italianos especializados em seu cultivo)
*indústria e os serviços: atividades
economicamente pouco significativas. A indústria
mecanizada moderna não existia em Goiás
predominando a produção domestica artesanal. O
produto mais importante da indústria artesanal era o
tecido de algodão, feito no tear manual. A indústria
da construção era a segunda mais importante após a
de tecidos. No setor dos serviços, o comércio era
um empreendimento tipicamente familiar,
consolidado em pequenos armazéns rurais e
algumas vendas.
- Regime de propriedade: classes sociais
*Predominância dos latifúndios, nas mãos de
poucas famílias onde trabalhavam e viviam muitos
dependentes (sitiantes, vaqueiros, meeiros,
camaradas, jagunços, etc.). A falta de mercados e
uma economia monetária contribuíram para sua
manutenção. Só os latifúndios podiam vender algum
excedente.
*inexistência de uma classe de pequenos
proprietários dedicados à lavoura ou pecuária.
*a terra valia pouco e mal conseguia se
sustentar, o preço médio do hectare era o mais baixo
do Brasil (em 1920 custava 8$ em Goiás, 106$ no
RJ e 161$ em SP), só levemente superior ao do
Acre. A valorização da terra só se daria com a
criação de um mercado consumidor decorrente da
urbanização. Não existia muita distância entre o
gênero de vida (trabalho, diversão, vestuário e
alimentação) do proprietário agrícola e de seus
agregados, mas elas se assentavam nas relações de
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
11
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
prestígio e poder, principalmente no aspecto político
(coronelismo).
vigário e o juiz (mais dependente do governo) eram
mantenedores da ordem social.
- Governo: administração
*algumas das causas dessa fraqueza eram: a
pobreza dos meios econômicos e a carência de um
corpo de funcionários adequados.
*governo central fraco e limitado pela ação dos
coronéis no interior. Estes, juntamente com o
A Revolução de 1930 e a construção de Goiânia
A revolução de 30 teve significação profunda
para o estado de Goiás. É o marco de uma nova
etapa histórica. Esta transformação não se operou
imediatamente no campo social, mas no campo
político. O governo passou a propor, como objetivo
primordial, o desenvolvimento do estado. A
construção de Goiânia, pelas energias que
mobilizou, pela abertura de vias de comunicação
que acompanharam e pela divulgação do estado no
país, foi o ponto de partida dessa nova etapa
histórica.
A Revolução de 1930 em Goiás
- Limitada participação de Goiás na Revolução de
1930
*Em Goiás a Revolução teve apoio de parte da
classe dominante descontente. A fraca oposição à
Revolução (Rio Verde, Inhumas e Anápolis) era
mais de personalidades descontentes que de fato
uma oposição. A dita oposição não passava de uma
crítica pessoal, não existindo partidos com base
ideológica ou com programas de governo diferentes.
*As eleições fraudulentas e a polícia militar
dificultavam a oposição
*Os efeitos da crise de 1929 não se fizeram senti
aqui.
- Destaque para Pedro Ludovico Teixeira: mantevese em contato com os centros revolucionários em
Minas Gerais e em 4 de outubro de 1930 tentou,
com 120 voluntários do Triângulo Mineiro, invadir
a região sudoeste de Goiás. O grupo se dispersou
em Rio Verde e Pedro Ludovico foi preso, mas
houve a vitória da Revolução no contexto nacional
que levou à chegada de uma coluna à cidade de
Goiás comandada por Quintino Vargas, sendo que o
médico mineiro Carlos Pinheiro Chagas tomou o
poder.
- Instauração de um governo provisório em Goiás,
pelo qual Pedro Ludovico fazia parte, consolidando
um longo período de influência política do mesmo
(15 anos).
- Mudança no estilo de governo pós-revolução: o
governo passou a propor a solução dos problemas
do estado em todas as ordens, dando ênfase ao
problema do desenvolvimento (transporte, saúde
pública, educação, exportação, dentre outros).
A mudança da capital: a construção de Goiânia
- Desde os primeiros tempos da história de Goiás, a
localização da capital constituía um problema.
- Dois fatores que sustentavam a oposição à
mudança da capital
*o alto gasto que isso suporia, como novas
construções, a contratação de um grande número de
funcionários para sua construção assim como a
pobreza dos governo.
*a oposição da população da capital, tanto por
motivos sentimentais quanto por prejuízos
econômicos (desvalorização de imóveis e de terras,
empecilho ao comercio e do crescimento dos
roceiros).
- Para o novo governo, emergente com a Revolução
de 1930, a cidade de Goiás era o centro do poder da
oligarquia deposta pela Revolução, porém não
estava aniquilada. Mudar a capital reforçava o novo
governo do ponto de vista psicológico e político,
seria o símbolo concreto da própria Revolução em
Goiás. Era vista como um investimento necessário
para o desenvolvimento.
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
12
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
Goiânia e o desenvolvimento de Goiás
- A construção de Goiânia: etapas
*04\03\1933: escolha de Campinas para a
construção da nova capital devido à sua
proximidade com a estrada de ferro (condição vista
como indispensável), abundância de água, bom
clima e topografia adequada.
*24\10\1933: foi lançada a pedra fundamental e
em 07 de novembro de 1935 realizou-se a
“mudança provisória” e o governador passou a se
fixar em Goiânia, mas em Goiás ficaram ainda a
Câmara e o Judiciário. A mudança definitiva
aconteceu em 1937 quando os principais edifícios
públicos já estavam construídos.
*Em julho de 1942 foi realizado o “batismo
cultural”. A cidade contava com mais de 15 mil
habitantes.
- Em 1942 o desenvolvimento do Estado ainda
estava longe de ser o ideal.
-Problemas que dificultavam o crescimento do
Estado: as comunicações, a saúde, a instrução, a
falta de indústrias, a descapitalização da economia,
a estrutura da propriedade, dentre outros.
- Contribuições de Goiânia para o desenvolvimento
*no campo da psicologia social: combate aos
sentimentos de isolacionismo, esquecimento
nacional e frustração. Impulsionou a confiança dos
goianos e a construção de um futuro melhor.
*promoveu a abertura de novas estradas,
favoreceu a migração (povoamento), criou o
primeiro centro urbano de relativa importância em
Goiás, desenvolveu diversos tipos de serviços
(colégios, faculdades, bancos, hospitais, comércio,
etc.).
Goiás Atualidade: 1940- 1970
A partir de 1940 Goiás cresce rapidamente: a
construção de Goiânia, o desbravamento do Mato
Grosso Goiano, a campanha nacional de “marcha
para o oeste”, que culmina na década de 1950 com a
construção de Brasília imprimem um ritmo
acelerado ao progresso de Goiás.
A população se multiplica, as vias de
comunicação realizam a integração do estado com o
resto do país e dentro do próprio estado, assiste-se a
uma impressionante explosão urbana, com o
desenvolvimento concomitante de todo tipo de
serviços (a educação especialmente), contudo,
Goiás continua sendo um estado de economia
primária, com uma exploração extensiva de baixa
produtividade.
A população
- Crescimento populacional acelerado: altas taxas de
natalidade e aumento da migração, principalmente
após a construção de Brasília.
*1940-1950: taxa de natalidade igual a 4,6%;
imigração igual 1,67%; crescimento global de 3,9%
anual.
*1960: crescimento de 4,9%
- Migrações provenientes, principalmente, dos
estados limítrofes: Maranhão, Bahia e Minas.
- Segundo as ações do governo de Otávio Lage “as
emigrações trazem consigo boas e más
conseqüências. Para a economia da região,
melhoram os índices de mão-de-obra, ampliam as
fontes de riquezas, etc. Entretanto, contribuem para
a demanda insatisfeita de serviços sociais, escolas,
energia, estradas, saneamento e habitação,
sobrecarregando os governos. Isso não indica que os
altos índices de imigração sejam negativos para uma
região: é que os benefícios se manifestam a prazos
mais longos do que aquelas implicações”.
Distribuição da população
- 1972: de maneira geral, a densidade demográfica
não chegava a 5 habitantes por Km² (4,58),
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
13
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
enquanto a nacional chegava a 12 habitantes por
Km². Na verdade a distribuição da população era
muito desigual. De acordo com um estudo do
Conselho Nacional de Geografia juntamente com a
Secretaria do Planejamento, de norte a sul do estado
foi realizada a divisão do território em áreas
homogêneas, as oito primeira regiões com 61% do
território tinha 27% da população enquanto o Mato
Grosso Goiano concentrava mais de 1\3 da
população. Outras regiões populosas estavam no
extremo sul como Meia Ponte (7,8 hab.Km²),
Sudoeste Goiano (6,4 hab.Km²) e Paranaíba (8,79
hab. Km²).
- As vias de comunicação e a proximidade maior ou
menor com os grandes centros econômicos
determinou a distribuição da população, sendo as
áreas de maior densidade populacional as do
extremo norte (proximidade com Belém) e todo o
sul (São Paulo e Minas) ao passo que as áreas
intermediárias pouco habitadas.
Urbanização
- Se processou em Goiás a partir de 1940, sobretudo
depois de 1950, não sendo acompanhada por um
processo industrial concomitante.
- Modelo de urbanização a partir de um êxodo rural:
* a explosão demográfica (principalmente pelos
avanços da medicina profilática) e as facilidades de
comunicação atuam de forma conjugada sobre as
populações rurais, que vivem em condições infrahumanas, impelindo-as a migrar maciçamente para
as cidades, em busca de melhores condições de
vida. As cidades crescem assim, desmesuradamente,
antes de ter tempo de absorver adequadamente o
excesso populacional.
Economia: predomínio do setor rural
- Ao contrário do que poderia se esperar com a
urbanização, o peso do setor primário na economia
(agricultura -57% do setor- e pecuária -40% do
setor, sendo 3% de atividades extrativas) aumentou
concomitantemente até a década de 1960 em vez de
diminuir frente aos setores secundário (indústria) e
terciário (serviços).
- Plano de Desenvolvimento do governo Mauro
Borges (1961) assim expressava: “o baixo nível de
renda em Goiás decorre de ser uma economia
primária, de produtividade baixa e vulnerável as
flutuações de clima e de mercado. Da população
economicamente ativa, 83,69% estava ocupada, em
1950, no setor primário, em sistema de trabalho
rudimentar; 4,17% no setor secundário, ainda
incipiente e 12,14% no setor terciário. Nos últimos
dez anos, a economia goiana tornou-se mais
dependente do setor primário, cuja renda aumentou,
entre 1949 e 1958, cerca de 9 vezes, enquanto nos
dois outros setores o crescimento foi de 6 vezes”.
- Entre 1960 e 1970 o crescimento da contribuição
da indústria para a renda estadual foi de 4,5% (4
vezes menor que a média nacional), continuava
sendo de pouca expressão para a formação de
riqueza e a oferta de empregos.
- A agropecuária concentrava 69% da mão-de-obra
total.
- Agricultura: três principais produtos: arroz (quase
a metade de toda produção agrícola), milho e feijão.
- Pecuária: criação extensiva: rebanho com mais de
9 milhões de cabeças.
A luta pela terra
- Censo de 1940: 14,6 % da população urbana
contra 85,4% da população rural
- Censo de 1950: 20,2 % da população urbana
- Censo de 1960: 30,7 % da população urbana
- Censo de 1970: 44 % da população urbana.
Goiânia estava próxima de 400 mil habitantes,
Anápolis 100 mil, Itumbiara, Rio Verde e Jataí
passavam dos 20 mil.
- A luta pela terra em Goiás ganha proporções de
luta armada. Após a chegada da ferrovia em 1911
houve interesse e valorização da terra.
-1950-1960: Conflitos camponeses de Trombas e
Formoso: conflitos entre os grileiros e os
camponeses.
*apoio comunista aos posseiros e da repressão
aos grileiros.
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
14
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
*posseiros: protestos contra a exploração dos
latifundiários da região que queriam cobrar arrendo
de terras devolutas.
*1951-54: José Porfírio: tentou a legalização das
terras camponesas, não conseguiu e organizou os
mesmos com a ajuda do PCB. Os camponeses
tinham o apoio da população e da imprensa. O
governo de Mário Borges foi de estabilidade da
região, mas a partir do golpe de 64 o movimento foi
duramente reprimido pelos militares, com prisões e
torturas.
- 1948-1952: Luta do arrendo na região da estrada
de ferro de Orizona e Pires do Rio. Com o apoio do
PCB, os camponeses conseguiram diminuir a taxa
do arrendo de 50% para 20%, porem houve violenta
repressão após a orientação do partido em invadir as
terras.
- 1962: Criação da Frente Agrária Goiana (FAGO),
um projeto de reforma agrária da Igreja Católica por
D. Fernando Gomes dos Santos, arcebispo de
Goiânia, com os seguintes objetivos a fim de
diminuir as tensões no campo com base no
humanismo, cristianismo, anticomunismo e a
garantia da propriedade privada:
*cultivo do arroz: 57% dos produtores
cultivavam de 5ha e 21,5% entre 5-10ha: é o
camponês tradicional que lavra a terra com a
família, com o uso da enxada, sem adubos e
equipamentos mecanizados. O sistema de trabalho
mais usado é o de meação.
*predomínio do latifúndio na agricultura e na
pecuária: 5% das propriedades abrangiam mais de
50% das terras. Os 60 mil minifúndios somavam 2
milhões de hectares e os latifúndios 45 milhões.
*dependência do trabalhador rural em relação ao
latifúndio como meeiro, agregado ou diarista.
- Indústria: contribuição modesta para a distribuição
de renda, as indústrias eram de pequenas dimensões,
de baixo nível técnico e sem mão-de-obra
especializada.
- Setor de serviços: incipiente classe média,
reduzida, formada por profissionais liberais,
técnicos e administradores de empresas,
funcionários de alto nível, comerciantes e
proprietários de tipo médio.
Governo: administração
*evitar o êxodo rural, promover o progresso e
ampara o homem do campo.
*ação fundamentada na informação, formação e
liderança, a formação camponesa com educação,
organização de sindicatos rurais e a promoção da
doutrina social da igreja.
Estrutura Social
- Apesar de haver dados que permitam esclarecer
qual era, ao certo, a distribuição de renda em Goiás
à época, o governo Otávio Lage aventurava uma
afirmação: “é muito concentrada a distribuição de
renda em Goiás. Assim é que apenas uns 20% da
população deve deter cerca de 80% da renda gerada
na economia, donde se infere que uns 80% da
população vive em nível de subsistência”.
- Alguns dados disponíveis:
*1970: 60% da mão-de-obra do estado
trabalhavam no setor agropecuário, deles apenas
2,15% eram proprietários.
- Desenvolvimento de Goiás: iniciativa do governo
devido à que a falta de tradição empresarial e de
capital. O envolvimento do governo foi crescendo
gradualmente a partir da construção de Goiânia e
mais intensamente na década de 1950 com a criação
do BEG e da CELG.
- Governo Mário Borges Teixeira (1960-1964): em
busca de uma estruturação administrativa, propôs
um “Plano de Desenvolvimento Econômico de
Goiás” (1961-1965): abrangia todas as áreas como
agricultura, pecuária, transportes, comunicações,
energia elétrica, educação, cultura, saúde,
assistência social, levantamento de recursos
naturais, aperfeiçoamento e atualização das
atividades do estado.
* A ação do estado no desenvolvimento veio
acompanhada de uma concentração de recursos
econômicos em suas mãos, daí o aumento
sistemático da tributação.
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
15
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
*Reforma Administrativa (lei nº 3.999 de
14.11.61): criava, paralelamente ao corpo
administrativo do estado (secretarias, policia militar,
procuradoria geral), os serviços estatais autônomos
(autarquias) e paraestatais (companhias de
economia mista).
*Autarquias: permanecem unidas ao governo
através de secretarias e participavam do orçamento
estadual. As mais importantes eram a CERNE
(Consórcio de Empresas de Radiodifusão e Notícias
do Estado), OSEGO (Organização de Saúde do
Estado de Goiás), IDAGO (Instituto de
Desenvolvimento Agrário de Goiás), CAIXEGO,
IPASGO, SUPLAN, ESEFEGO, CEPAIGO,
DERGO, etc.
*Serviços paraestatais: eram constituídos pelas
empresas públicas e sociedades de economia mista,
nas quais o governo era acionista majoritário. Entre
elas: METAGO, CASEGO, IQUEGO, etc.
*Reforma Agrária: tentativa através de uma
experiência-piloto pelo Combinado Agro-Urbano de
Arraias. Seria uma experiência de socialismo
cooperativista, com forte influência da organização
israelense dos Kibut.
- A inflação e a instabilidade política dos primeiros
anos da década de 1960 não permitiram testar com a
realidade estas diretrizes, ficaram como
potencialidades para mais tarde.
República Populista em Goiás
No termo político temos a hegemonia do PSD
(Partido Social Democrático) sob o comando de
Pedro Ludovico Teixeira. A oposição formada pela
UDN (União Democrática Nacional) e em segundo
plano o PSP (Partido Social Progressista), o PTB
(Partido Trabalhista Brasileiro) e o PSB (Partido
Socialista Brasileiro).
Jerônimo Coimbra Bueno (1947 – 1950)
- Eleito pela UDN, com 50% dos votos contra
48,2% de José Ludovico de Almeida, foi marcado
pela forte oposição do PSD.
-Elaboração do Código Tributário: evitar a
sonegação. Encontrou forte oposição com protestos
em Anápolis em 1948 (Greve de Anápolis).
José Ludovico de Almeida (1955 – 1959)
- Apoiado por Pedro Ludovico, é eleito pela
coligação PSD-PTB com 50,3% dos votos contra
49,7% de Galeno Paranhos (UDN-PSP).
- 1955: Criou o Conselho Superior de Planejamento
Administrativo e a CELG (inspiração no governo
JK), além de apoiar o presidente na construção de
Brasília.
- Combate à grilagem.
José Feliciano Ferreira (1959 – 1961)
- Eleito pelo PSD com 52% dos votos contra César
Cunha Bastos (UDN-PSP-PTB).
Pedro Ludovico Teixeira (1951 – 1954)
- Eleito pelo PSD em coligação com o PTB com
60% dos votos.
- 1953: assassinato do jornalista Haroldo Gurgel,
critico do governo estadual, causando protestos
contra Pedro Ludovico.
- Preocupação central com o setor energético e de
transporte.
-Combate á grilagem. Desenvolveu uma política
agrária, com extensão rural de ajuda aos
camponeses, com criação em 1959 da ACAR-GO
(Associação de Crédito e Assistência Rural de
Goiás).
- Foi eleito senador em fins de 1954.
-Criou ainda a CASEGO e a CAESGO.
- Investiu no setor energético e de transporte, alem
de reprimir os camponeses na luta pelo arrendo na
região da estrada de ferro.
Movimento separatista do Norte de Goiás
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
16
ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR
- 1948: Foi elaborada a Comissão do Norte:
elaborar um projeto de criação do estado do
Tocantins. Desarticulação:
*Oposição: resistência do governo estadual
*divisão interna do movimento.
-1956: Movimento Pró-criação do estado do
Tocantins em porto nacional sob a liderança de
Feliciano Machado Braga.
*cria uma bandeira para o novo estado e um
jornal “O Estado do Tocantins”
*promove vários encontros na região com
políticos e a comunidade em geral
*decadência do movimento com a transferência
de Feliciano para a comarca de Anápolis.
- Década de 60: o separatismo ganha força com a
criação da Casa do Estudante do Norte Goiano
(CENOG): mobilizar a população.
- Com o golpe de 1964 o movimento separatista
entra em declínio devido á pratica centralizadora ,
com o discurso de segurança e desenvolvimento que
inibe os nortistas.
Mauro Borges (1961 – 1964) e o golpe de 1964
Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br
17
Download

História de Goiás - Colégio Dinâmico