POLÍTICA EXTERNA DOS E.U.A. PARA A AMÉRICA LATINA: DO GOVERNO (REPUBLICANO) DE BUSH ÀS PERSPECTIVAS DO GOVERNO (DEMOCRATA) DE OBAMA DECRÉSCIMO DA INFLUÊNCIA DOS E.U.A. NO CONTINENTE POLÍTICA DO UNILATERALISMO: manifestação do imperialismo do século XIX com a “ Doutrina Monroe” e do “ Destino Manifesto”, além do “ Big Stick” e da “ Diplomacia do Dólar” no século XX. INCAPACIDADE DE PERCEPÇÃO DO CONTEXTO MULTILATERAL: peculiaridades latino-americanas e inclinação dos países para relações com outros eixos geopolíticos desde o século XX e com projeções para o XXI. LEGADO DE UMA POLÍTICA EXTERNA VISTA COMO: Desgastada • Deformada • Desorientada • Desastrada • Descontextualizada • NOVO CAPÍTULO ABERTO NAS RELAÇÕES E.U.A. – AMÉRICA LATINA COM O GOVERNO (DEMOCRATA) DE OBAMA Ausência de um plano concreto já definido e divulgado para análise objetiva; O que a mídia está apregoando: - governo mais disposto ao multilateralismo (diálogo tem sido a palavra chave dessa “nova” política externa). - os latino-americanos sentem-se, de certo modo, “representados” pelo Presidente eleito (uma espécie de identificação com o “estilo” do afronorte-americano OBAMA). O QUE A REALIDADE DO GOVERNO (DEMOCRATA) DE OBAMA ATÉ AGORA MOSTROU • Preocupação com os rescaldos de “duas guerras” com efeitos colaterais: Afeganistão e Iraque. Uma viagem ao Canadá: país historicamente alinhado com os E.U.A. e de reciprocidades em suas relações. Silêncio sobre as questões ligadas aos países latino-americanos (políticas, econômicas, sociais e culturais). NÃO HÁ DÚVIDAS SOBRE TEMÁTICAS IMPACTANTES PARA OS PAÍSES LATINOAMERICANOS A SEREM TRATADAS PELO GOVERNO (DEMOCRATA) DE OBAMA • • Enfrentamento da crise econômico-financeira; Questões de Estado com alguns líderes políticos refratários aos E.U.A.–“clima de animosidade” com Cuba (embargo/Guantánamo/abertura política), Venezuela (“socialismo chavista”) e Bolívia (separatismo provocado). OS (DES) CAMINHOS DA RECUPERAÇÃO ECONÔMICA • Economicamente, é conhecida a afirmação de que democratas são menos bem vindos para países em desenvolvimento (caso dos latinoamericanos) do que republicanos. • Motivo: historicamente, os democratas defendem um maior protecionismo econômico. • Pragmaticamente: restringem-se as possibilidades de elevação das exportações para os E.U.A., o que prejudica a balança comercial das economias em desenvolvimento. Observações: O governo OBAMA tem concentrado suas energias em investimentos (“pacotes” com cifras vultosas) para “socorro” da economia (neoliberal) norte –americana e ajudas financeiras mais pontuais a setores produtivos norte-americanos mais afetados ( automotivos). • Pode ocorrer um aumento na taxação de produtos importados, dificultando as exportações, o que causará impactos desestabilizadores nas economias latinoamericanas muito atreladas ao mercado norteamericano. A QUESTÃO DA CRIMINALIDADE ORGANIZADA “cartéis” do narcotráfico (Colômbia) com ligações na América Central (Guatemala) e na América do Norte (México), importantes rotas de chegada de entorpecentes aos E.U.A.. Observação: na Colômbia ainda há a questão das FARC, grupo guerrilheiro com possíveis envolvimento com o narcotráfico, sequestros e lavagem de dinheiro (silêncio do governo OBAMA sobre toda essa situação colombiana). • Combate à “pirataria” de produtos da tecnologia industrial. • Combate à lavagem de dinheiro. Observação: silêncio do governo OBAMA sobre um plano estratégico conjugado com os países latinoamericanos para um combate eficiente a toda essa criminalidade organizada. A QUESTÃO IMIGRATÓRIA PARA OS E.U.A. • Historicamente, os E.U.A. são um país que se desenvolveu com a força dos imigrantes (até 1870 imigrantes ingleses e alemães / a partir de 1870 nova corrente imigratória de italianos, russos, poloneses e outros / “Homestead Act: terras públicas oferecidas para chefes de família, como política de ocupação de todo país / povoamento intenso dos territórios a Oeste do Mississipi: corrida do ouro e exploração de riquezas). • Endurecimento da fiscalização sobre imigrantes ilegais (um prosseguimento da política do governo de Bush) ou abertura para a imigração. • Aprovação de um amplo plano de legalização dos imigrantes que já estão nos E.U.A. ou repressão aos ilegais. E.U.A E BRASIL • • • • A questão energética: metanol (E.U.A.) e etanol (Brasil) e as alternativas das chamadas “energias limpas” (os biocombustíveis brasileiros). A questão do desenvolvimento sustentável a biodiversidade brasileira (os biomas nacionais) e, especialmente, a região amazônica. A missão das forças militares brasileiras no Haiti A visão do governo OBAMA sobre o BRIC (Brasil e esses outros países – Rússia, Índia e Chinacomo economias emergentes). ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS • • • • O governo OBAMA não anunciou, oficialmente, seu plano de relações com a América latina; O que se pode fazer são especulações teóricas sobre questões relevantes a partir de situações problemáticas conhecidas no histórico das relações E.U.A. – América Latina; As tratativas serão discutidas realmente na linha da unilateralidade ou da multilateralidade. Tudo passa antes pela capacidade de recuperação da economia norte-americana ou as questões já serão tratadas mesmo com a crise ainda em andamento. • • • • O grau de dependência dos E.U.A. por parte dos países latino-americanos ainda é mesmo um fator decisivo nas relações ou essa dependência já não é uma espécie de “camisa-de-força” que não permita tratativas mais paritárias doravante entre eles. Fortalecimento das áreas econômicas (NAFTA e MERCOSUL) e de suas relações comerciais ou enfraquecimento delas. Abandono definitivo do imperialismo ou, em situações – limites, o seu revigoramento e a sua manutenção, não de forma explícita, nas relações rotineiras entre os países. Preocupação efetiva com o desenvolvimento sustentável e ações concretas em sua direção ou menos discursos retóricos com todos requintes do politicamente correto. • • Compromisso com o fortalecimento das democracias latino-americanas e de suas instituições ou intervencionismos de força, para salvaguarda apenas de interesses norteamericanos, sob o pretexto de que há sérias ameaças à estabilidade democrática. Estabelecimento de acordo bilaterais em áreas essenciais como saúde e educação, como condições fundamentais para a emancipação sócioeconômica dos menos favorecidos em todo continente latino-americano ou preocupação exclusiva com essa questão apenas dentro dos E.U.A.