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O voto dos jovens na eleição
americana
Beto
mar/08
mar/08
Yolanda Monge / Do El País / Em Washington / 05/02/2008
Dizem que foram seus três filhos adolescentes que a convenceram. Que o entusiasmo deles a
contagiou de tal forma que ela chegou à conclusão de que "Barack Obama é o presidente de que necessitamos".
Os dias se passaram e Caroline, filha de John F. Kennedy, já não declara mais seu voto publicamente em uma
tribuna na universidade de Washington, mas sua imagem e energia seguem intactas em cada canto do campus.
Jovens que se dirigem com pressa para as salas de aula levam broches com os dizeres "Obama 2008"
nos casacos; voluntários distribuem santinhos até debaixo de uma chuva persistente pedindo o voto para o
senador de Illinois nas primárias de Washington no próximo dia 12; comprometidos ativistas do MoveOn,
movimento que nasceu ironicamente nos anos de impeachment de Bill Clinton com o propósito de apoiar o
presidente e que agora acaba de anunciar Obama como seu candidato; sorrisos e mais sorrisos, apesar de tão
cedo pela manhã, e a inquietante sensação em seus jovens estômagos de estar fazendo história.
"Nem todas as gerações de jovens têm uma oportunidade como esta", diz Becca McClelland, 25,
estudante de Relações Internacionais na American University. "Nossos pais tiveram JFK e nós temos Obama."
Para ela, Obama não apenas trará a mudança, ele é a mudança. McClelland sabe que Obama pode ganhar
porque sua mensagem é o que os jovens querem ouvir. E os jovens estão votando no caucus e nas primárias
como nunca haviam feito desde 1972, ano em que a emenda 26 da Constituição dos EUA diminuiu a idade
para votar para os 18 anos. De fato, os jovens são os que alavancam a campanha do político negro. Talvez seja
a primeira vez na história eleitoral que algo assim acontece.
Também é histórico o fato de que todo o clã Kennedy, incluindo Maria Shriver, esposa do
governador republicano da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, está apoiando Obama. O senador Ted Kennedy
sentiu-se revivendo, aos 75 anos de idade, os dias de sua juventude. Os anos sessenta! Anos de idealismo e
inocência posteriormente derrotados por uma outra guerra longínqua e impopular, e por vários assassinatos
políticos. Anos em que, assim como agora, outro presidente ameaçava com o perigo da falta de experiência de
um neófito aspirante ao cargo. "Há algum tempo", disse Kennedy, "um outro jovem candidato aspirou à
presidência e desafiou a América a cruzar uma nova fronteira". "Então, um outro ex-presidente democrata,
Harry Truman, disse a ele que deveria ter paciência, que lhe faltava experiência". Hoje, os livros de história
trazem o que JFK respondeu a Truman: "O mundo está mudando. Chega dos velhos costumes!" Os livros de
história mostram quem chegou à Casa Branca.
Duas gerações com uma distância de 50 anos entre si. O velho Kennedy e os jovens americanos.
Todos emocionados. Todos encantados. Por quê? Porque a evocação da nova fronteira por parte do senador soa
como um projeto fresco e renovador. Porque "o avô" e "as crianças" querem mudar as velhas formas,
paralisadas e corruptas, conforme acreditam, de seus pais. "Porque os Kennedy têm todo o meu respeito, dois
deles deram a vida por este país", diz Becca McClelland. "E porque Obama já é quase presidente com o aval
do legado dos Kennedy."
G:\Editoração\Adm2008\Diversos\Vereda\O voto dos jovens na eleição americana.doc
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Dizem que foram seus três filhos adolescentes que a convenceram