BELEZA NEGRA: A DIVERSIDADE CULTURAL E A LEI Nº. 10. 639/2003 Maria Auxiliadora Marques Vasconcelos1 Duceli, Juzinete, Marilce, Neucinete, Raquel, Tirciana, Thirza, Viviane2 RESUMO O presente artigo apresenta uma reflexão sobre a Lei nº. 10.639/03 que surge como uma nova luz, fazendo valer no currículo escolar e aplicação dos mesmos, nas áreas de: História, literatura e artes a magnitude e beleza das culturas especificamente dos afro descendentes brasileiros e africanos. Neste sentido, é possível visualizar horizontes plausíveis na formação de novos cidadãos na sociedade, e começando por excelência nas escolas em parceria com a família e comunidade. Assim, observa-se uma nova relação nas diferenças inclusas partilha e construção de saberes diversificados, respeitando o outro e a sua identidade. Palavras-chave: Lei nº. 10.639/03; Diversidade Cultural; Identidade. ABSTRACT This article presents a reflection on the Law no. 10.639/03 which appears as a new light, enforcing the school curriculum and implementing them in the areas of: history, literature and arts of the magnitude and beauty of african cultures specifically Brazilian and African descendants. In this sense, you can view plausible horizons in the formation of new citizens in society, and excellence in schools by getting together with family and community. Thus, there is a new relationship and sharing the differences included the construction of diversified knowledge, respecting others and their identity. Keywords: Law no. 10.639/03; Cultural Diversity; Identity. 1 Pedagoga. Mestre em Educação. Docente das Faculdades Integradas ICE - Curso de Pedagogia. Professora orientadora do Grupo de Trabalho e da disciplina Educação, Diversidade e Inclusão, 2010. 2 Discentes do 3º semestre do curso de Pedagogia da disciplina Educação, Diversidade e Inclusão – Faculdades Integradas ICE, 2010. INTRODUÇÃO O presente artigo destaca sobre a diversidade cultural e a Lei nº. 10.639/03 apresenta uma reflexão instigante de fatos notáveis no desenvolvimento histórico da humanidade. As transformações mundiais decorrentes de um jeito de pensar a vida e lidar com a vida no cotidiano provocam na sociedade e em especial nos educadores a urgência para edificar princípios étnico-raciais de convivência de acolhida que requer lembrá-los com respeito e dignidade. É a história do povo africano, de afros descendentes no Brasil., do povo indígena, do povo migrante, enfim é a diversidade rica e abrangente no campo vivencial de determinadas regiões. A preocupação se desdobra com as pessoas excluídas e discriminadas no Brasil, como tem acontecido com os afro descentes, a história se repete com referência a escravidão. Um Brasil que vale a pena colocar a mão no peito e na consciência: Brasil é povo miscigenado! Com o advento da lei 10.639/03 surge uma nova luz, fazendo valer no currículo escolar e aplicação dos mesmos, nas áreas de: História, literatura e artes a magnitude e beleza das culturas especificamente dos afro descendentes brasileiros e africanos. Neste sentido, é possível visualizar horizontes plausíveis na formação de novos cidadãos na sociedade. E começando por excelência nas escolas em parceria com os pais ou responsáveis. Uma nova relação nas diferenças inclusas partilha e construção de saberes diversificados, respeitando o outro e a sua identidade. È com este itinerário das diversidades que se aborda a importância, o valor e dar a conhecer o objetivo central que a lei nº. 10.639/03 corrobora no seio educacional, bem como, os resultados da pesquisa de campo realizada com acadêmicos das Faculdades Integradas – ICE e com trabalhadores de empresas privadas, colhendo seus conhecimentos sobre a diversidade cultural e sua posição com referência ao currículo escolar. Assim, com estas motivações que percorre-se a majestosa estrada de coloridos diversificados e vibrantes que pulsam no coração de nossas vidas. Acolhendo o outro como parte significativa e singular dentro de um mesmo planeta que é a nossa casa, nossa morada. 2 Diversidade Cultural, Currículo e Questão Racial: Desafios para a Prática Pedagógica O que é verdadeiramente a diversidade? O conceito de, respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, ou situação ou ambiente. A idéia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. A questão diversidade é ampla, e suas aplicações são bem distintas em outros campos de atuação que direciona ao conhecimento humano, filosófico, antropológico- cultural, político, biológico, ambiental, psicológico, sexológico, campo da lógica (...), com estas definições podemos entender a gama fenomenal da diversidade. Diversidade na Sociedade Pairando o olhar sobre o nosso país, podemos perceber o movimento das diversidades ao redor da humanidade. De norte ao Sul, leste ao oeste a cor de nossa história está impregnada nos traços físicos, no jeito de falar, de expressar as alegrais, dores, na religiosidade popular, na luta pela vida e dignidade. A história explica e tenta esclarecer as manifestações e conflitos de cada época. E na receptividade nem sempre é acolhido de forma crítica e resgatando os valores, pois, em se tratando da questão étnico-racial é constatada uma distorção quanto à identidade dos africanos e afros brasileiros. O destaque tem maior conotação com relação à escravidão. E por que não aprofundar estudos sobre o continente africano antes da colonização? Na geografia há poucas pesquisas e trabalhos sobre a áfrica e sobre o negro na geografia do Brasil? É hora de uma nova construção pedagógica para fomentar a educação e formar cidadãos cientes de suas raízes. O preconceito social e cultural em suas diversas manifestações é uma realidade em nossa sociedade, e ser diferente em qualquer aspecto rotula o individuo e o conduz muitas vezes ao ridículo perante os outros. Vivemos numa sociedade composta de classes sociais altamente desiguais. A Constituição Federal Brasileira de 1988 garante a todos os brasileiros, sem distinção de cor, sexo, credo, cultura, condição social, política e econômica, direitos iguais perante a lei, 3 para pleno desenvolvimento da cidadania, querem seja no campo pessoal ou profissional, e sendo a educação o meio que permeia esse processo de direitos constituídos para a construção de uma sociedade igualitária, plural e sem preconceitos. Segundo Gomes (2005, p.73): (...) a luta pelo direito às diferenças sempre esteve presente Na história da humanidade e sempre esteve relacionada com a luta Dos grupos e movimentos que colocaram e continuam colocando em xeque um determinado tipo de poder, a imposição de um determinado padrão de homem, de política, de religião, de arte, de cultura. Também esteve próxima às diferentes respostas do poder Em relação às demandas dos ditos diferentes. Respostas que muitas vezes, resultaram em formas violentas e excludentes de se tratar o outro: colonização, inquisição, cruzadas, escravidão, nazismo, etc. É necessária uma nova postura ética de respeito ao outro e assumir a identidade cultural sem medo e resistência. O diálogo favorece para um debate positivo das questões raciais. A disseminação de um projeto cultural, que enriquece e aproxima uns dos outros seja europeu, latino, africano, asiático,... Seja indígena ou não é o povo bonito, com sangue nas veias, pés calejados no chão desta terra, tem vida e deseja mais vida. Educação e Diversidade Cultural: As Diferentes Presenças na Escola Educação e diversidade cultural, não dizem respeito apenas ao reconhecimento do outro como diferente. Significa pensar a relação entre o eu e o outro. A escola é um espaço sociocultural em que as diferentes presenças se encontram. Considerando as especificidades que compõe a diversidade cultural, a escola é o caminho que precisa ser trilhado para a construção do diálogo e para a garantia da cidadania a todos, independentemente das diferenças. Fala-se o tempo todo em semelhanças e diferenças, ao considerarmos o outro, o diferente, não deixamos de focar a atenção sobre o nosso grupo a nossa história, o nosso povo, levando-nos a pensar que ao considerarmos alguém ou alguma coisa diferente, estamos sempre partindo de uma comparação. E não é qualquer comparação, geralmente comparamos esse outro com algum tipo de padrão ou de norma vigente no nosso grupo cultural ou que esteja próximo a nossa visão de mundo. Esse padrão pode ser de comportamento, de inteligência de esperteza, de beleza, de cultura, de linguagem, de classe social, de raça, de gênero, de idade, etc. Em Gomes (2007, p. 103): 4 Há, na educação escolar, um imaginário pedagógico que tende a considerar que a questão racial é uma tarefa restrita aos professores e professoras que assumem publicamente uma postura política diante da mesma ou um assunto de interesse somente dos professores (as) negros (as). Sendo assim, a discussão a respeito não pode ficar restrita a análise de um determinado comportamento ou de uma resposta individual. Ela precisa incluir e abranger uma discussão política, porque diz respeito às relações estabelecidas entre os grupos humanos e por isso mesmo não fora das relações de poder, diz respeito aos padrões e aos valores que regulam essas relações. Para Moran (2008, p.87): “Para mudar o mundo, podemos começar mudando a visão que temos dele e de nós. Ao mudar nossa visão das coisas, tudo continua no mesmo lugar, mas o sentido muda, o contexto se altera”. Neste contexto, a diversidade cultural é um componente do humano. Ela é constituinte de nossa formação humana. Somos sujeitos sociais, históricos, culturais e por isso mesmo, diferente. Refletir sobre a escola e a diversidade cultural significa reconhecer as diferenças, respeitá-las, aceitá-las e colocá-las na pauta das nossas reivindicações, no cerne do processo educativo. E o reconhecimento das diferenças não é algo fácil e romântico, nem sempre o diferente nos encanta, muitas vezes ele nos assusta nos desafia, nos faz olhar para nossa própria história nos leva a passar uma revista em nossas ações, opções políticas e individuais e os nossos valores. Reconhecer as diferenças implica romper com preconceitos, em superar as velhas opiniões, formadas sem reflexão, sem o menor contato com a realidade do outro. A escola possui a vantagem de ser uma das instituições sociais em que é possível o encontro das diferentes presenças, é um espaço marcado por símbolos, rituais, crenças culturais e valores diversos. Essas possibilidades do processo educativo precisam ser vista na sua riqueza, no seu fascínio, sendo assim a diversidade deveria ser vista no que mais fascinante ela proporciona às relações humanas. Por isso a reflexão sobre as diferentes presenças na escola e na sociedade brasileira deve fazer parte da formação e da pratica de todos os educadores. A complexibilidade com a relação entre diversidade cultural e currículo, sobretudo quando o foco da nossa atenção recai sobre o segmento negro da população. 5 O exercício da ética deve ser foco de reflexão e ação de todos nós, educadores e educadoras, não podemos nos esconder atrás de um falso discurso sobre a autonomia do professor para discriminar nossos alunos e colegas, seja do ponto de vista social, racial, gênero, opção sexual, ou qualquer outro. E também não podemos continuar fechando os olhos para um currículo escolar que silencia, impõe estereótipos e lida de maneira desigual, preconceituosa e discriminatória com as diferenças presentes nas escolas. Para os educadores lidar pedagogicamente e eticamente com as diferenças sobre diversidade cultural e currículo não são tarefa fácil, pois tem que inserir no currículo uma discussão propícia, ou seja, vantajosa sobre a diversidade cultural de um modo geral e sobre o segmento negro especificamente. Sabe-se que a construção social, cultural e histórica das diferenças, ou seja, a diversidade é algo de belo e que dá sentido a nossa existência, pois na prática, no jogo das relações de poder, as diferenças socialmente construídas e que dizem respeito aos grupos sociais e étnico-raciais menos favorecidos foram naturalizados e transformados em desigualdades. Em nosso país, as pessoas negras e pobres enfrentam mais e maiores preconceitos, têm que procurar entender o que é a pobreza e como ela afeta de maneira trágica a vida de uma grande parcela da população, para depois compreendermos a complexa trama entre diversidade cultural e currículo. Educadores e educadoras que vivem numa sociedade com um histórico intenso de desigualdades, exclusão e discriminação, têm que atender ao imperativo transnacional de garantir que o tempo de escola seja um direito social, que garanta, dê espaço, discuta e explore, de forma democrática, à vivência da diversidade e possibilite aos alunos a sua formação enquanto cidadãos e sujeitos emancipados. Nesta perspectiva, um currículo que se abre a diversidade deverá contemplar a história e a especificidade do povo negro juntamente com a de outros seguimentos étnico-raciais, sendo assim o enfrentamento e a superação do racismo e da discriminação racial está diretamente relacionado ao desafio colocado para a educação escolar no nosso tempo. A educação é um processo constitutivo da comunidade, por isso está presente em toda e qualquer sociedade e que a escolarização é um dos recortes desse processo educativo mais completo. 6 Nesse processo marcado pela interação contínua entre o ser humano e o meio que construímos o nosso reconhecimento. Este, enquanto uma experiência que atravessa toda sociedade e toda cultura, não se caracteriza somente pela unidade do gênero humano, mas, sobretudo, pela riqueza de sua diversidade. Diversidade de costumes, raças/etnias, comportamentos, expressões, gostos, cultura, crenças... E esta diversidade manifesta-se nas escolas. A luta contra qualquer forma de naturalização e estigmatização das diferenças tornou-se um dever da humanidade, pois as experiências humanas já vividas e as que assistimos nesse início do século XXI têm-nos revelado que a intolerância, o racismo e a discriminação são formas negativas de lidar com as diferenças e que poderão nos levar a intensos processos de desumanização. Não há como fugir dessa realidade! Pode-se até tentar fingir que “esse assunto não nos diz respeito”, mas a diversidade cultural continuará presente nas trajetórias de nossa vida. Quanto mais fingirmos que o trato pedagógico e ético da diversidade não é uma tarefa das escolas e dos educadores, mais conflituosas e delicadas se tornarão as relações entre o “eu” e o “outro”, no interior das escolas. Mas o que seria, então, garantir a escola enquanto um direito social, igual para todos, que respeite a diversidade cultural na sua prática e no seu currículo? Três aspectos podem nos ajudar nessa reflexão: 1º. Garantir uma escola igual para todos, que se constitua enquanto direito social, não se confunde com um currículo único a ser seguido por todos os alunos e professores. 2º. Deve-se considerar que o currículo não está envolvido num simples processo de transmissão de conhecimentos e conteúdos. Ele possui um caráter político e histórico e também constitui uma relação social no sentido de que a produção de conhecimento nele, se envolvida, se realizará através de uma relação de pessoas. Nesse sentido, o currículo não se restringe apenas às idéias e abstrações. 3º. Garantir uma escola igual para todos não depende apenas de preceitos legais e formais, mas passa também, pela garantia na lei do direito à diferença de grupos que sempre lutaram pelo respeito às suas identidades. Essa garantia é a lei nº 10.639/03, que altera a Lei de Diretrizes e Bases Educação Nacional (Diretrizes curriculares para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana). 7 Segundo Gomes (2007, p. 106): A lei 10.639/03 e suas respectivas diretrizes curriculares nacionais podem ser consideradas como parte do projeto educativo emancipatório do Movimento Negro em prol de uma educação anti-racista e que reconheça e respeite a diversidade. Por isso, essa legislação deve ser entendida como uma medida de ação afirmativa, pois introduz em uma política de caráter universal, a LDBEN 9394/96, uma ação específica voltada para um segmento da população brasileira com um comprovado histórico de exclusão, de desigualdades de oportunidades educacionais e que luta pelo respeito à sua diferença. Assim, a garantia na lei em que as populações negras vejam a sua história contada na perspectiva de luta, da construção e da participação histórica, é um direito que deve ser assegurado a todos os cidadãos e cidadãs, de diferentes grupos étnico-raciais, e é muito importante para a formação das novas gerações e para o processo de reeducação das gerações adultas, entre estas, os próprios educadores. Por mais avançada que essa lei possa ser, é na dinâmica social, no embate político, nas relações de poder, no cotidiano da escola e do currículo escolar que ela tende a ser concretizada ou não. Portanto, a lei nº. 10.639/2003 é mais do que inclusão. É o reconhecimento da desigualdade racial na educação e garantia do direito à diferença. Diversidade Cultural e Práticas Curriculares: A Questão do Negro Um dos principais desafios da escola diante da diversidade cultural de um modo geral e da questão do negro, especificamente, é o processo de desnaturalização da raça no seu cotidiano, nos seus currículos e nos seus projetos pedagógicos. Diferentemente do já está cristalizado no senso comum, ser negro não diz respeito apenas a fatores biológicos, ao fenótipo. Ser ou pertencer a um grupo étnico-racial diz respeito, também, a fatores de ordem cultural e política. No Brasil, a construção de um currículo que respeite a diversidade cultural, passa necessariamente, por uma postura de combate às práticas racistas e discriminatórias no interior da escola. A diversidade étnica e racial e as diferentes formas de como ela têm sido trabalhadas têm de ser discutidas com todos os sujeitos da educação, porém para que supere o racismo e a discriminação racial, muitas vezes a escola terá que adotar estratégias específicas. Refletir sobre a cultura negra é considerar as lógicas simbólicas historicamente construídas, ao longo da história, por um grupo sociocultural específico: os descendentes de africanos escravizados no Brasil. Hoje somos uma nação miscigenada, uma grande parte dos 8 brasileiros pode se considerar descendente de africanos. A cultura negra possibilita aos negros a construção de um “nós”, de uma história e de uma identidade. A cultura negra, só pode ser entendida na relação com as outras culturas existentes em nosso país. E nessa relação não há nenhuma pureza; antes, existe um processo contínuo de troca, mudança, criação e recriação, tensão, significação. Quando a escola desconsidera esses aspectos, ela tende a essencializar a cultura negra e, por conseguinte, a submetê-la a um processo de cristalização ou de folclorização. Como aponta Gomes (2007) na sociedade e na escola brasileira, desde a Educação Básica ao Ensino Superior, os docentes conseguem, muitas vezes, ficar indignados diante do racismo, porém, continuam imóveis. Nesse contexto, o passo fundante, a Lei nº. 10.639/2003 é uma ação afirmativa, fruto do movimento social na sua pressão sobre o estado. Que vem desencadear uma política educacional efetiva e de longo caminho a percorrer. È preciso que junto a questão racial, outras dimensões de diversidade deveriam e necessitam ser contempladas na política educacional em nível federal, estadual e municipal. É importante que educadores e educadoras compreendam e saibam discutir com seus educandos a realidade presente e os ajudem a desenvolver uma consciência desmistificadora, abrangente nas diferenças e o valor que cada pessoa contribui para a sociedade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando os pensamentos relevantes de escritores, pesquisadores, professores e dos movimentos sociais que com muito esforço fortaleceu a base de uma caminhada rumo ao sucesso do respeito às diferenças, à identidade de uma sociedade que continua gritando pelos direitos como cidadãos, é notável a magnitude da diversidade e em especial de uma das ações afirmativas que é a lei 10. 639/2003. È ponto essencial nas práticas pedagógicas Entende-se que se deve estudar com afinco o objetivo da lei, que professores sejam qualificados e bem trabalhados em sua identidade e raízes, pois encontramos educadores com resistência em aceitar sua raiz e concretizar junto à sociedade uma nova atitude. Assim, acredita-se que a escola está inserida na sociedade e cabe a educação o papel de formar pessoas para o respeito, acolhida, compreensão étnico-racial, sabendo relacionar-se com qualquer etnia. Não é cabível conceber uma educação excludente neste século de profundas transformações, com Plano Político Pedagógico de nível discriminativo. 9 O caminho da educação necessita ser reconstruído, material didático aprimorado e adaptado ao contexto real do povo, de uma comunidade, de um país. É com estas expectativas que se afirma a responsabilidade de todos no dever de orientar crianças, jovens para aceitação da outra pessoa. Ensinar a acolher a diversidade como algo inerente a um mundo pluralista, dinâmico, multicultural. Um mundo onde a diferença possa ser encarada como algo natural, e essencial para a riqueza e preservação do nosso planeta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMOWICZ, Anete; BARBOSA, Lúcia Maria de Assunção; SILVÉRIO, Valter Roberto. Educação como prática da diferença. 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