UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA VIABILIDADE DA TRANSFORMAÇÃO DO BIOGÁS EM ENERGIA ELÉTRICA: BIOGÁS GERADO NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA INDÚSTRIA BIO SPRINGER RENAN DOS SANTOS ARRUDA Campinas, Janeiro de 2014 RENAN DOS SANTOS ARRUDA – RA 004201000677 VIABILIDADE DA TRANSFORMAÇÃO DO BIOGÁS EM ENERGIA ELÉTRICA: BIOGÁS GERADO NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA INDÚSTRIA BIO SPRINGER Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Ambiental da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Ambiental e Sanitário. Orientadora: Prof.a M.a Cândida M. C Baptista CAMPINAS 2013 Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Tatiana Santana Matias CRB 8/8303 A819v Arruda, Renan dos Santos. Viabilidade da transformação do biogás em energia elétrica: biogás gerado na estação de tratamento de efluente da indústria Bio Springer / Renan dos Santos Arruda. - Campinas, SP: [s.n.], 2013. 51f. Orientador: Maria Cândida Baptista. Trabalho de conclusão de curso (Curso de Engenharia Ambiental) – Universidade São Francisco – USF 1. Biogás. 2. Eficiência Energética. 3. Qualidade de Vida. I. Baptista, Maria Cândida. II. Universidade São Francisco. USF CDU – 620.85 RENAN DOS SANTOS ARRUDA – RA 004201000677 VIABILIDADE DA TRANSFORMAÇÃO DO BIOGÁS EM ENERGIA ELÉTRICA: BIOGÁS GERADO NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA INDÚSTRIA BIO SPRINGER Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Ambiental da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Ambiental e Sanitário. Orientadora: Prof.ª M.a Cândida M.C Baptista Data de aprovação: ____/___/_____ Banca Examinadora: ________________________________________________________________________ Prof.ª M.a Candida M. C. Baptista (Orientadora) Universidade São Francisco ________________________________________________________________________ Prof. D.r. André Beati (Examinador) Universidade São Francisco ________________________________________________________________________ Prof. D.r. Samuel Barbosa Perondini (Examinador) Universidade São Francisco A minha família, pelo apoio e confiança dedicados a mim. AGRADECIMENTOS Acima de tudo a Deus, que sempre está ao meu lado e por me privilegiar de exercer uma profissão magnífica. Aos meus Pais, Walmir e Márcia, que me deram toda a estrutura para que me tornasse a pessoa que sou hoje. Pela confiança e pelo amor que me fortalecem todos os dias. Aos meus irmãos Raul e Rafael por estarem sempre presentes na minha vida e a cada dia nos tornarmos mais amigos. Não é “Brothers”? Aos meus colegas de classes que, ao longo desses meus cinco anos, posso me considerar privilegiados por tê-los. Em especial agradeço minha professora Cândida, que foi uma orientadora extraordinária, estando sempre presente, esclarecendo as minhas dúvidas, tendo muita paciência, competência, confiança, conhecimentos e principalmente a amizade. À minha namorada Thaís, ofereço um agradecimento mais do que especial, por ter vivenciado comigo passo a passo todos os detalhes deste trabalho, ter me ajudado, durante todo o percurso, por ter me dado todo o apoio que necessitava nos momentos difíceis, todo carinho, respeito, por ter me aturado nos momentos de estresse, e por tornar minha vida cada dia mais feliz. Agradeço meus familiares que sempre acreditaram muito no meu trabalho e me ajudaram no que foi preciso. À todos os meus professores, futuros colegas e acima de tudo por terem se tornado grandes amigos, fazendo com que eu continuasse e chegasse até onde cheguei. Agradeço a todos os meus amigos e colegas de trabalho que de alguma maneira ajudaram para esta realização. Enfim, agradeço a USF, pela formação que me proporcionou, e o profissional que ajudou a formar! “É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do que alinhar-se com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta, onde não conhecem nem vitória nem derrota.” Theodore Roosevelt. RESUMO Toda empresa que contenha um sistema de tratamento de efluente anaeróbio, ou seja, com reatores UASB (Upflow Anaerobic Sluge Blanket- Reator Anaeróbio Manta de Lodo) ou IC (Internal Circulation – Circulação Interna), ou qualquer tratamento que como subproduto, produza biogás, pode utilizar do mesmo, para que o biogás não seja somente um problema a ser resolvido, mas sim uma solução energética a ser utilizada. O presente estudo foi desenvolvido, buscando a redução de custo para a empresa Bio Springer, além de redução de emissão de gases estufa na atmosfera. Na empresa em questão, o biogás gerado na estação de tratamento de efluente, já é utilizado como combustível para sistema de geração de vapor (caldeiras), além de também ser consumido como combustível para pequeno gerador de energia em caso de emergência. Normalmente o excedente de biogás é queimado em um flare(Queimador), pois o armazenamento do mesmo pressurizado é economicamente inviável. No entanto, está monografia busca expor às possibilidades de geração de energia através do biogás total gerado na empresa, demonstrando o quanto a empresa produz, o quanto utiliza de energia elétrica e se a mesma é autossuficiente nesse quesito. Palavras – chave: biogás. energia elétrica. redução de custo. qualidade de vida. eficiência energética. ABSTRACT Every company that contains a system of anaerobic treatment of effluent, with UASB reactors (Upflow Anaerobic Sluge Blanket) or IC reactor (Internal Circulation), or any treatment that as a by-product, will produce biogas, you can use the same which the biogas is not only a problem to be solved, but rather an energy solution to be used. O this study was developed, seeking the reduction of cost to the company Bio Springer, in addition to reduced emissions of greenhouse gases in the atmosphere. The company in question, the biogas generated in the treatment station effluent, is already used as a fuel for steam generation system (boilers), in addition to also be consumed as fuel for small energy generator in case of emergency. Normally the surplus of biogas is burned in a flare, because the storage of the same pressurized is economically unviable. However, this monograph seeks to present the possibilities of energy generation through the biogas generated in total company, demonstrating the company produces, how uses of electrical energy and if the same is selfsufficient in such regard. Key Words: biogas. electrical energy. cost reduction. quality of life. energy efficiency. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1: Processo Anaeróbio Simplificado 19 FIGURA 2: Esquemas mais frequentes de reatores UASB 21 FIGURA 3: Caldeira a gás 27 FIGURA 4: Gerador a gás 27 FIGURA 5: Fluxograma do efluente 30 FIGURA 6: Reator IC 33 FIGURA 7: Reator UASB 34 FIGURA 8: Atividade específica – Ponto 1 – Reator IC 38 FIGURA 9: Atividade específica – Ponto 1 – UASB 38 FIGURA 10: Atividade específica – Ponto 2 – Reator I 39 LISTA DE TABELAS TABELA 1: Geração de Biogás 20 TABELA 2: Taxa de aplicação orgânica 32 TABELA 3: Características do efluente 36 TABELA 4: Características do efluente após tratamento 37 TABELA 5: Geração de biogás 39 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. CETESB – Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental. TRH – Taxa de Retenção Hidráulica IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística REATOR IC – Reator Internal Circulation (Circulação Interna) REATOR UASB – Reator Upflow Anaerobic Sluge Blanket (Reator Anaeróbio Manta de Lodo) SU – Unidade de Padronização (Unit Stardardezation) ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica MPU – Unidade de Processamento Microbiológico (Processing Unit Microbiological) GNV – Gás Natural Veicular CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz DQO – Demanda Química de Oxigênio DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio SST – Sólidos Suspensos Totais SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 13 2 ENEGIA ELÉTRICA 14 2.1 FONTES PARA GERAÇÃO DE ENERGIA 15 3 DEFINIÇÃO DO BIOGÁS 17 3.1 PRIMEIROS INDÍCIOS DE UTILIZAÇÃO DO BIOGÁS 18 3.2 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO INDÚSTRIAIS 18 3.3 UTILIZAÇÃO DO BIOGÁS NA PRODUÇÃO DE ENERGIA 21 3.4 REAÇÃO DE QUEIMA DO BIOGÁS 22 4 VALINHOS 23 4.1 FUNDAÇÃO 23 4.2 POPULAÇÃO 24 4.3 ECONÔMIA 24 4.4 POLO INDUSTRIAL 24 5 BIO SPRINGER DO BRASIL 26 5.1 POSSÍVEIS APLICAÇÕES DO BIOGÁS NA BIO SPRINGER 27 6 METODOLOGIA 28 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES 29 7.1 ANÁLISES DE PROCESSO E CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE DA BIO SPRINGER 29 7.2 ANÁLISES DOS PROCESSOS DE GERAÇÃO DO BIOGÁS 35 7.3 CÁLCULOS DE GERAÇÃO DE BIOGÁS NA BIO SPRINGER 36 7.4 ANÁLISES DE UTILIZAÇÃO DE BIOGÁS NA BIO SPRINGER 40 7.5 UTILIZAÇÃO DO BIOGÁS EM GRUPO GERADOR DE ENERGIA 40 7.6 CÁLCULOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA 42 7.7 OUTRAS ALTERNATIVAS PARA BIOGÁS 42 8 CONCLUSÃO 43 REFERÊNCIAS 44 APÊNDICE 46 APENDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA 46 ANEXOS 48 ANEXO A – FOTOS DA EMPRESA BIO SPRINGER 49 ANEXO B – REATOR UASB 50 ANEXO C – REATOR IC 50 ANEXO D – CALDEIRAS A BIOGÁS 51 15 1 INTRODUÇÃO Conforme se está acompanhando diariamente, o mundo vem sofrendo com a crise energética. Esta crise leva à reflexão do quanto o ser humano é dependente de matrizes energéticas como as hidrelétricas e combustíveis fósseis. Posto esse fato, o presente estudo busca alternativas para substituição da fonte de energia na empresa Bio Springer do Brasil. O estudo busca a utilização do biogás gerado na própria estação de tratamento de efluentes, para transformação em energia através de geradores movidos a gás. Por se tratar de uma fonte de energia renovável, o biogás é considerado um bicombustível, que pode ser obtido natural ou artificialmente. Com um conteúdo energético semelhante ao do gás natural, sua forma gasosa é constituída principalmente por uma mistura de hidrocarbonetos (compostos químicos formados por Carbono e Hidrogênio) como o Dióxido de Carbono (CO2) e o gás Metano (CH4). Como os outros combustíveis, este também é inflamável quando colocado sobre pressão. A empresa que atua no ramo alimentício e localiza-se no município de Valinhos – SP, tem grande potencial de produção de biogás. A indústria Bio Springer trabalha com dois tipos de reatores, reator IC e reator UASB, onde os dois são de alta geração de biogás. A ação de aproveitamento do biogás cabe a todas as empresas que possuam sistemas de tratamento de efluentes anaeróbios e captem sua produção de biogás. Normalmente esse biogás é queimado em um flare (queimador), não agregando valor algum a indústria e sim desperdiçando uma preciosa fonte de energia. Os gases emitidos pela queima do biogás são gases estufa, e com isso entram na contagem do credito de carbono. Buscou-se aqui, por meios de levantamento de dados, fazer os cálculos para certificar a viabilidade e benefícios da utilização do biogás, tanto para indústria, para a população ao redor da mesma, quanto para o Meio Ambiente. O objetivo do presente estudo é verificar a possibilidade e calcular a viabilidade econômica de se utilizar o biogás gerado na estação de tratamento de efluente na produção de energia elétrica 16 2 ENERGIA ELÉTRICA Vive-se hoje em um mundo o qual o uso da tecnologia é indispensável. Quase tudo que existe hoje está direto ou indiretamente ligado a ela. De acordo com Cavalcante (2008), se não fosse Tales de Mileto e a sua descoberta sobre as cargas elétricas nada disso seria possível, Tales percebeu que ao atritar âmbar1 com tecido ou pele de animal a resina vegetal se tornava capaz de atrair pequenos pedaços de palhas e penas. Após vinte anos Benjamin Franklin, se aprofundou nas experiências de Tales utilizando outros materiais, e teorizou que as cargas elétricas eram um fluido elétrico que podia ser transferido entre corpos. Porém na atualidade estudos comprovam que os elétrons é que são transferidos de corpos a corpos. Portanto, de acordo com Cavalcante (2008), a energia elétrica dá-se pela diferença de potencial entre dois pontos de um condutor2 , gerando a corrente elétrica. Esse diferencial capacita uma corrente elétrica a gerar/realizar trabalho. Sendo que hoje a energia elétrica é a principal fonte de energia do mundo. A energia mecânica e energia térmica são as principais formas que a energia elétrica é transformada. Para calcular a energia elétrica usamos a seguinte expressão: E = P x ∆T 3 Onde: E = Quantidade de energia elétrica P = Potencia ∆T = Variação do tempo Sendo assim, se a energia elétrica não tivesse sido descoberta, seria impossível desfrutar da praticidade que ela nos oferece, como por exemplo, os nossos aparelhos eletrônicos. Resina fóssil. Material que tem facilidade de conduzir eletricidade. 3 Calculo de Energia Elétrica. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/fisica/energia-eletrica.htm>. Acesso em 02 Abr. 2013. 1 2 17 2.1 Fontes para Geração de Energia Existem vários tipos de fontes de energia disponíveis no planeta. De acordo com CCEE (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA) algumas delas são renováveis, ou seja, provêm de recursos naturais, como por exemplo, a energia solar, que hoje em dia é muito utilizada para o aquecimento da água nas residências. Outro tipo de fonte de energia são as energias não renováveis, conhecida também por serem esgotáveis, que como o próprio nome já diz são encontradas na natureza em quantidades limitadas e que se não aproveitadas de maneira correta podem se extinguir com o tempo. Um exemplo desse tipo de fonte de energia são os derivados do petróleo. As principais fontes de energia se resumem em oito tipos distintos, hidráulica, fóssil, solar, biomassa, eólica, nuclear, geotérmica e gravitacional. A energia hidráulica é a mais utilizada no Brasil devido à condição hidrográfica em que o Brasil se encontra. Nesse processo a água represada quando submetida a uma queda movimenta turbinas que são ligadas a um gerador elétrico, produzindo assim energia. Embora o número de impactos ambientais seja grande, esta é considerada limpa. Já a energia fóssil é formada devido ao acumulo de materiais orgânicos encontrados no subsolo. Esta não é considerada uma energia limpa, pois com a queima desses combustíveis ocorre a liberação de gases na atmosfera, entre eles o carbônico, agravando o efeito estufa. A energia solar é uma fonte de energia limpa, porém é pouco utilizada devido ao alto custo de sua implantação. Neste caso, a radiação solar é convertida em calor ou eletricidade. Também considerada limpa e inesgotável, a energia eólica se dá através do vento. Ainda pouco utilizada, a mesma é produzida com movimentos de grandes hélices instaladas em áreas com grande fluxo de vento. Embora haja um grande risco em sua produção, a energia nuclear ainda é utilizada, porém em países com pequenos territórios e com poucas alternativas energéticas. Esta possui um grande valor energético, captado quando o núcleo do urânio4 é desintegrado. A energia gerada através do calor terrestre interno (podendo chegar a 5.000C) é denominada de geotérmica, na qual as turbinas elétricas são ativadas por meio do calor. 18 Apontada como a energia mais promissora do planeta, a energia gravitacional é captada por placas que são movimentadas pela maré oceânica e transformadas em eletricidade. Por fim, ainda CCEE (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA), a biomassa também é considerada uma forma de energia limpa que necessita de curto espaço de tempo para ser gerada. Esta é produzida através da decomposição de restos de materiais orgânicos, como por exemplo, o esterco e resíduos agrícolas. O gás decorrente desse processo é captado e transformado em energia elétrica. O presente estudo sobre a utilização do biogás gerado em estação de tratamento de efluente industriais para a produção de energia elétrica tem como base os princípios demonstrados no processo de biomassa uma vez que, se utiliza do gás gerado na decomposição dos materiais orgânicos4. 4 Materiais oriundos dos seres vivos. 19 3 DEFINIÇÃO BIOGÁS De acordo com Capelo (2011), o biogás foi descoberto por Shirley (1.677), porém foi apresentado a academia de ciências por Louis Pasteur em 1.884 através de um trabalho evidenciando que aquele gás poderia servir como opção energética. O nome biogás descende de todo o gás produzido através de uma degradação anaeróbia 5da matéria orgânica. O site de notícias BIODISELBR6 define biogás como um combustível semelhante ao gás natural, inclusive em seu valor energético. Sua principal composição é de hidrocarbonetos de cadeia curta e linear. Ainda sobre a composição do biogás a CETESB 7 (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), quantifica seus constituintes, de acordo com um determinado volume produzido. - Metano: 50% a 70%; - Dióxido de carbono: 25% a 50%; - Hidrogênio: 0% a 1%; - Oxigênio: 0% a 2%; - Nitrogênio: 0% a 7%; - Gás sulfídrico: 0% a 3%; - Amoníaco: 0% a 1% Sendo assim, o biogás pode ser transformado em energia elétrica, mecânica ou térmica. A grande demanda de energia, a crescente preocupação com o meio ambiente e a necessidade de uma maior produção, seja ela de alimentos, bem duráveis ou não duráveis, provocam um problema - Como produzir mais, prejudicando menos o ambiente e com uma maior eficiência energética? Isso leva a uma busca por novas fontes de energia. Degradação do composto orgânico em um meio sem a presença de oxigênio. BIODISELBR.Biogás. Disponível em: <http://www.biodiselbr.com/energia/biogas/biogas.htm>. Acesso em: 02 abr. 2013 7 CETESB. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/mudancas-climaticas/biogas/Biog%C3%A1s/17Defini%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 02 abr. 2013. 5 6 20 3.1 Primeiros Indícios da Utilização do Biogás Ainda de acordo com o site da CETESB, a reutilização do gás foi relatada pela primeira vez na Inglaterra em um documento municipal, o biogás era gerado em um processo de digestão anaeróbia em uma estação de tratamento de efluente municipal. Sendo que o primeiro estudo/projeto de aproveitamento em uma planta que utilizava estrumes e outros materiais são de 1941 na Índia. Desde então, o processo anaeróbio tem evoluído e se expandido ao tratamento de resíduos industriais, agrícolas e municipais. Na Índia e na China, no inicio do século XX, foram relatados os primeiros desenvolvimentos de digestores para produção de biogás derivados de esterco animal. Apenas em 1960 a digestão anaeróbia começou a ser analisada com um caráter mais cientifico, sendo que a partir daí houve uma maior compreensão dos processos e grande evolução dos projetos de digestores e equipamentos. 3.2 Estações de Tratamento de Efluentes Industriais Basicamente existem dois processos biológicos de tratamentos de efluentes, os que utilizam processos aeróbios e os que utilizam processos anaeróbios. O site da empresa SNATURAL 8define, o processo de tratamento aeróbio 9 como uma técnica barata para purificação da água, que permite a despoluição das águas. A técnica envolve fornecimento de oxigênio ao sistema de água, desenvolvendo o lodo ativado, bactérias aeróbias, gerando gás carbônico (CO2) e multiplicando os microrganismos. Porém para a presente monografia, o sistema aeróbio não se encaixa no objetivo do estudo, uma vez que não é gerador de biogás. Já o processo anaeróbio, amplamente utilizados em tratamentos de efluentes com grande carga orgânica segundo o Prof. Dr. Vitoratto (2004), sendo em sistemas como lagoa SNATURAL. Disponível em: <http://www.snatural.com.br/Estacao-Compacta-Efluentes-Tratamento.html>. Acesso em: 02 abr. 2013. 9 Tratamento cujo processo necessita de oxigênio para digestão bacteriológica. 8 21 anaeróbia, biodigestores de lodo, reatores de alta carga orgânica como filtros anaeróbios, reatores de fluxo ascendente com leito lodo e etc. A digestão anaeróbia pode ser dividida em dois processos; primeiro com as bactérias acidogênicas e posteriormente com as metanogênicas (processo onde a matéria orgânica é transformada em metano). Esse processo e suas etapas são representados pela figura abaixo (McINERNEY e BRYANT, 1980). Fonte: Processos Anaeróbios 10. FIGURA 1: Processo Anaeróbio simplificado. Existem vários fatores que podem interferir na eficiência do processo anaeróbio, como por exemplo, o pH, alcalinidade, carga orgânica, temperatura e agitação. Abaixo há uma tabela representativa da Produção de biogás a partir de 1 kg de sólidos voláteis de lodo Processos anaeróbios. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA1L0AB/sistemasanaerobios>. Acesso em 02 abr. 2013. 10 22 de esgoto fresco (base seca) e TRH habitual obtidos em função de diversas temperaturas (IMHOFF, 1966) TABELA 1: Geração de biogás. °C L / kg de S.V Dias Fonte: Processos Anaeróbios11 Para nortear o presente estudo utilizaremos o sistema de reator UASB, que segundo Fernandes (2013, p.2), define, que a coluna ascendente consiste de um leito de lodo, sludge bed, uma zona de sedimentação, sludge blanket, e o separador de fase, gas-solid separator GSS (Narkoli e Menrotra, 1997). Este separador de fases, um dispositivo característico do reator (Haandel e Lettinga, 1994), tem a finalidade de dividir a zona de digestão (parte inferior), onde se encontra a manta de lodo responsável pela digestão anaeróbia, e a zona de sedimentação (parte superior). A água residuária, que segue uma trajetória ascendente dentro do reator, desde a sua parte mais baixa, atravessa a zona de digestão escoando a seguir pelas passagens do separador de fases e alcançando a zona de sedimentação. Reatores UASB. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA1L0AB/sistemasanaerobios>. Acesso em 02 abr. 2013. 11 23 Abaixo temos diferentes formas de reatores UASB ilustradas (Haandel e Lettinga, 1994). Fonte: Haandel e Lettinga, 19 FIGURA 2: Esquemas mais frequentes de reatores UASB. 3.3 Utilizações de Biogás em Energia Elétrica no Brasil De acordo com o estudo realizado pelas empresas ARCADIS E TETRAPLAN 12, no Brasil, devido à estrutura de geração de energia estar fundamentada basicamente na fonte hidrelétrica, não foram feitos tantos investimentos no setor público quanto no setor privado, senso assim, não houve desenvolvimento em novas tecnologias renováveis, dentre elas o biogás. Ainda segundo as empresas ARCADIS E TETRAPLAN, o investimento em energia renovável, em sua grande maioria, apresenta custos maiores que os oferecidos pelo sistema atual. Por outro lado, a busca por novas alternativas de energias renováveis tem suas vantagens, como venda de energia elétrica e a comercialização do crédito de carbono. Face ao exposto, incentivos públicos a projetos e investimentos voltados para utilização da queima do biogás justificam-se sob a ótica do desenvolvimento sustentável. No ano de 2009 a ANEEL regulamentou a geração de energia a partir do biogás e sua comercialização. A Resolução Normativa no 390/2009, diz que qualquer distribuidora de energia elétrica pode fazer chamadas públicas para comprar eletricidade produzida por 12Arcadis e Tetraplan. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/164/_publicacao/164_publicacao10012011033201.pdf>. Acesso em: 20 de Set. de 2013. 24 biodigestores. Seguindo as exigências da ANEEL em relação à qualidade da energia, os produtores poderão enviar a eletricidade para a linha de distribuição, em vez de somente consumir. Segundo reportagem publicada pelo site ENVOLVERDE13, São Paulo foi a primeira cidade Brasileira a utilizar o biogás como fonte de energia. Juntas, as usinas São João e Bandeirantes produzem 2% da energia utilizada pela maior cidade do país, sem falar do crédito de carbono gerado. Ainda sim, pesquisas apontam que em 2020 a produção de biogás será ainda maior, o suficiente para abastecer 8,8 milhões de pessoas. 3.4 Reação de queima do biogás Segundo o site da USP14, energias provenientes de materiais provenientes do petróleo ou oriundas de decomposição de matéria orgânica, liberam ou consomem energia durante uma reação, que é conhecida como variação de entalpia (ΔH), isto é, a quantidade de energia dos produtos da reação (Hp) menos a quantidade de energia dos reagentes da reação (Hr): ΔH = Hp – Hr O gás natural/biogás tem valores energéticos parecidos, estipulados em : - 802 ΔH° (kJ/mol), ou seja, a reação de queima do biogás libera 802 kJ/mol de biogás. Envolverde. Disponível em: < http://envolverde.com.br/ambiente/projetos-de-producao-de-biogas-nobrasil-comecam-a-liderar>. Acesso em 20 de set. de 2013. 14 USP. Disponível em: < http://www.usp.br/qambiental/combustao_energia.html> Acesso em: 15 de dez. de 2013. 13 25 4 VALINHOS Segundo o livreto VALINHOS 50 ANOS - O município se localiza no estado de São Paulo, entre as cidades de Campinas, Vinhedo. Sua área territorial é de 148 km2, sendo que constituída de 59 km2 de área urbana e 89 km2 de área rural. Com o terreno muito ondulado e acidentado, formados pelos últimos traços da Serra da Mantiqueira, chegando a altura máxima de 1070 metros e mínima de 600 metros, está localizada nas coordenadas: longitude 46o59’50’’ e latitude 22o58’25’’. No que tange sua localização hidrográfica, podemos dizer que Valinhos está em uma condição privilegiada, já que em sua área territorial temos dois rios, Capivari e Atibaia, além de vários ribeirões e córregos. Sua cobertura vegetal primitiva era formada por mata tropical latifoliada, e um terreno muito pedregoso. Sua localização em termos de logística também é um ponto privilegiado, já que tem rodovias importantes ao seu redor como Rod. Anhanguera, Rod. Dom Pedro, e Rod. Dos Bandeirantes, além do aeroporto de Viracopos, onde são escoadas cargas e pessoas. Com uma logística tão facilitada e alta qualidade de vida, Valinhos acabou chamando a atenção dos municípios ao redor e hoje é denominada cidade dormitório. 4.1 Fundação Ainda, segundo o livreto VALINHOS 50 ANOS – da emancipação-administrativa, Alexandre Simões Vieira, foi dono dos primeiros alqueires de terras registrados em Valinhos, em 1732, onde começou uma plantação próxima ao ribeirão pinheiros. A história nos conta que a região de Valinhos era utilizada como passagem e pouso para os bandeirantes que iam a Minas Gerais e Goiás em busca de pedras preciosas, percorrendo as beiras do ribeirão Pinheiro. Daí que se fizeram os primeiros nomes do local, como “Pouso dos Pinheiros” e “Rancho dos Pinheiros”. A partir disso, Valinhos começou a chamar atenção de fazendeiros, aonde vieram e começaram a plantar cana-de-açúcar, posteriormente café, ao redor do famoso ribeirão. Assim 26 começarão os primeiros núcleos familiares, formando um pequeno vilarejo. Provavelmente o primeiro bairro de Valinhos foi o Capuava, próximo ao ribeirão. Anos se passaram e a população de Valinhos foi ganhando o sotaque italiano, já que com a explosão do café muitos imigrantes vieram para terra de Valinhos e Vinhedo. Tempos se passaram, a região se desenvolvendo, rodovias e empresas chegando, até que em 1953, é promulgada a Lei 2456, onde cria o Município de Valinhos, juntamente com mais 65 municípios. Para a origem do nome há duas hipóteses, a primeira é que quando os imigrantes vieram para Valinhos trabalhar utilizavam grandes “valas” ou “valos” para separar suas propriedades e assim evitar que seus rebanhos sumissem. A segunda diz respeito a própria característica do relevo de Valinhos, já que é constituída por muitos vales. 4.2 População Segundo o livreto de Valinhos, o IBGE (2000) divulgou que a população de Valinhos é constituída pelas classes média - alta, com cerca de 90000 habitantes, com cerca de 56000 eleitores. Com alta qualidade de vida a busca das pessoas por um imóvel no município aumentou, logo o custo de vida também aumentou, tendo hoje um dos maiores custos de vida da região. Atualmente o município é constituído de condomínios de alto padrão, deixando ainda mais em evidência a classe econômica a dos munícipes de Valinhos. 4.3 Economia de Valinhos Ainda segundo o livreto VALINHOS 50 ANOS – da emancipação-administrativa, Valinhos inicialmente um município agricultor, começou a ganhar notoriedade quando em 1872, a estrada da ferrovia chega ao município. Agora sendo rota de escoamento de café e outros itens, Valinhos ganha a primeira fábrica, José Milani e Cia, quando em 1932, muda sua 27 razão social para Gessy e em 1960 é comprada pelo grupo Unilever. Em 1934 é fundada a fábrica de papel e celulose Cartonifício Valinhos, e em seguida no mesmo ramo, a Rigesa. A partir de então outras empresas como a EATON começaram a se instalar no município, gerando bom número de empregos. A cidade atualmente celebra todo mês de janeiro a FESTA DO FIGO, onde são comercializados hortifrúti e há dezenas de atrações, como peças teatrais, shows, comércio de artesanatos e muito mais. 4.4 Polo Industrial de Valinhos Apesar de essas primeiras grandes empresas serem instaladas no centro do município, o distrito industrial como de costume em outras cidades localiza-se ao redor da cidade, hoje instalado nos bairros do Macuco e Vale Verde, próximo a rodovia Anhanguera, facilitando o fluxo de escoamento. Segundo a notícia divulgada no site da PREFEITURA DE VALINHOS, Valinhos é o segundo polo da região de Campinas que mais cresce, ficando atrás somente de Indaiatuba. De 2003 a 2008, Valinhos cresceu 27,3% em números de indústrias, ou seja, de 549 a 700 empresas. Podemos citar algumas importantes empresas que se instalaram no município nesse período: São elas: Kleffman & Partner, Toledo do Brasil Balanças, MDL do Brasil Indústria de Plástico, Vermeer Brasil, Sul Cortte e Eletroglass Tempera Indústria de vidros. 28 5 BIO SPRINGER DO BRASIL Segundo o Sr. Walmir Arruda, Gerente de Manutenção e Meio Ambiente da empresa há 16 anos, “ a empresa fundada em 1982 começou no ramo alimentício com a razão social Prodesa Produtos Especiais para Alimentos S.A, onde em 2000 foi adquirida por um grupo Francês que atua a nível mundial no ramo de alimentos, denominado GRUPO LESAFFRE. A então Prodesa, se torna BIO SPRINGER do Brasil.” Segundo o site da BIO SPRINGER, a mesma é uma subsidiária da Bio Springer, líder mundial em ingredientes naturais à base de levedura. Situada em Valinhos, no estado de São Paulo, a Bio Springer do Brasil (vide ANEXO A) é especializada na produção de extratos e condimentos à base de levedura de cerveja, possuindo certificações de qualidade: HACCP e GMP 13. Também no site podemos encontrar a Política de Meio Ambiente da organização. A Bio Springer desenvolve suas atividades de forma sustentável através de uma gestão ambiental comprometida em: - Atender à legislação vigente aplicável; - Respeitar os recursos naturais através do uso eficiente de matérias-primas, água, energia e combustíveis; - Prevenir ou minimizar os impactos ambientais decorrentes de suas operações; - Garantir transparência nas atividades e ações da empresa, disponibilizando informações sobre meio ambiente às partes interessadas; - Difundir o senso de responsabilidade ambiental junto a seus colaboradores e à comunidade na qual está inserida; - Promover a melhoria contínua de suas operações visando a obtenção de ganhos ambientais. Ainda, segundo o Sr. Walmir Arruda, “a indústria tem um dos mais sofisticados e bem preparados sistemas de tratamento de efluentes do Município, tendo inclusive ganhado 29 prêmios da Prefeitura de Valinhos.” Contudo na busca constante pela sustentabilidade, estudos estão sendo desenvolvidos visando o aproveitamento do biogás gerado na ETE, a fim de utiliza-lo na produção de energia elétrica. 5.1 Possíveis Aplicações do Biogás na Indústria. Através de estudos de viabilidades técnicas e econômicas realizado pela empresa DEDINI (2009), conclui-se que o biogás gerado na ETEI tem grande potencial energético para aplicações em: Queima em caldeiras para geração de vapor. Aquecimento indireto do ar utilizado na secagem do lodo gerado no tratamento aeróbio. Geração de energia elétrica em grupo gerador a biogás. Fonte: JMS Equipamentos15 Fonte: PT Equipamentos16 FIGURA 3: Caldeira a gás FIGURA 4: Gerador a gás. 15 Caldeira. Disponível em: <www.jmsequipamentos.com.br>. Acesso em : 15 de Set. 2013 16 Gerador a gás. Disponível em: <http://portuguese.gensetdieselgenerator.com/chinaavr_self_regulated_gas_1000kva_generator_emergency_bac kup_generators-1117710.html>. Acesso em: 15 de Set. 2013. 30 6 METODOLOGIA Para presente monografia, seguiram-se algumas etapas para elaboração e conclusão do estudo. Inicialmente buscou-se todo embasamento teórico, envolvendo desde conceitos básicos, como definições de energia e biogás, através de bibliografias físicas e eletrônicas. Posteriormente iniciou-se a fundamentação em processos de tratamentos de efluentes industriais, buscando fundamentos em tratamento anaeróbio através de biodigestores. Após o embasamento, apresentou-se a área e o local do presente estudo, buscando apresentar informações da indústria envolvida no estudo de caso. Levantou-se dados específicos do efluente, geração de biogás específica do lodo em questão. Analisou-se o efluente, seus processos e as possíveis hipóteses para destinação do biogás. Desenvolveu-se todos os cálculos para verificar a viabilidade da utilização do biogás na geração de energia elétrica. 31 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO 7.1 Análise de Processos e Características do Efluente da Bio Springer Segundo apostila técnica disponibilizada pelo Sr. Walmir Arruda, e elaborada pela empresa DEDINI (projetista da ETEI), o efluente bruto da BIO SPRINGER é essencialmente orgânico, sendo constituído por alcoóis (principalmente etanol), proteínas e produtos da degradação de proteínas e demais componentes internos as células das leveduras. Abaixo pode-se acompanhar pelo fluxograma, todas as etapas e equipamentos por onde o efluente passa, e assim observarmos os pontos onde há geração de biogás e também como são coletados e enviados para os pontos de consumo. 32 CALDEIRAS Fonte: Bio Springer do Brasil FIGURA 5: Fluxograma do efluentes da ETEi17 17 Fluxograma da Estação de Tratamento de Efluentes da Bio Springer do Brasil. Bio Springer (2013) 33 Face ao exposto no fluxograma disponibilizado pela Bio Springer, o processo se dá basicamente pela seguinte forma: O efluente gerado pelo processo produtivo passa por trocadores de calor quando necessário, onde atinge a temperatura ideal para o processo microbiológico. Após a temperatura estar dentro da faixa ideal, o efluente das diferentes fontes geradoras é recalcado ao tanque de equalização, e neste tanque ocorre a padronização através de homogenizadores. Também ocorre neutralização do pH através de adição produtos alcalinos. Neste tanque, inicia-se a primeira etapa de um tratamento de efluente, a hidrólise (acontecem as primeiras quebras da matéria orgânica). Do tanque de equalização o efluente é recalcado para o tanque de acondicionamento e posteriormente ao reator IC (vide anexo C). Após a saída do reator IC, através de bombeamento, o efluente é transferido ao reator U.A.S.B (anexo B). Parte do volume de efluentes após sair do reator U.A.S.B é reciclado para o tanque de equalização. Este procedimento faz com que haja redução no consumo de produtos químicos necessários para a neutralização do pH, uma vez que o processo de digestão anaeróbica tem características de elevar o pH. O restante do volume que não é reciclado é transferido por gravidade ao Sistema Aeróbio e posteriormente ao Tratamento Terciário (físico / químico) , onde ocorre o polimento final do efluente, deixando-o apto para reutilização como água industrial ou descarte ao corpo hídrico. Nas diferentes etapas do processo que ocorrem internamente nos reatores IC e U.A.S.B, durante a degradação da matéria orgânica, há a geração do biogás, este biogás é separado da fase aquosa através de equipamentos instalados no interior dos reatores denominados separadores de sólidos, líquidos e gases. O biogás captado nos separadores é transferido por diferenciação de pressão para o gasômetro e posteriormente recalcado através de compressores apropriados para os pontos de consumo. 34 A seguir segue uma breve descrição de funcionamento dos dois tipos de reatores utilizados pela planta. O estudo disponibilizado pela Bio Springer, de autoria da empresa DEDINI Indústria de Base o Reator IC (Internal Circulation) foi desenvolvido pela PAQUES B.V e vem sendo aplicado, sob licença, para o tratamento anaeróbio de efluentes líquidos industriais na América Latina desde 1996 pela DEDINI. O Reator IC, é baseado na circulação interna decorrente do efeito “gás-lift” obtido através da geração de biogás no próprio reator , proporcionando um melhor contato da matéria orgânica com os micro-organismos, alcançado assim elevadas taxas de aplicação, conforme apresentado na tabela a seguir: TABELA 2: Taxa de aplicação orgânica TIPO DE REATOR ANAERÓBIO TAXA DE APLICAÇÃO ORGÂNICA (kg DQO-m3 reator/dia) Reator UASB (Upflow Anaerobic Sluge Blanket 5 – 15 Reator) Reator IC (Internal Circulation) 20 – 40 Fonte: Bio Springer do Brasil18 Ainda segundo o estudo, o Reator IC pode atingir cerca de 20 metros de altura, o que reduz significantemente a área de implantação do sistema. Abaixo segue o esquema de funcionamento do Reator IC: 18 Taxa de aplicação orgânica. Bio Springer do Brasil (2013) 35 Fonte: Bio Springer do Brasil19 FIGURA 6: Reator IC 19 Reator IC. Bio Springer do Brasil (2013) 36 Já no reator UASB (Upflow Anaerobic Sluge Blanket Reator), segundo o site SANEAMENTO.POLI 20 , consiste em um tratamento biológico através da decomposição da matéria orgânica, seu formato normalmente é cilíndrico, com varias faixas de atividade, como zona de digestão, zona de sedimentação, separador gás, solido e liquido. Internamente o efluente aflui no reator e depois de distribuído pelo fundo, segue sua trajetória ascendente, quando chega a camada de lodo, onde ocorre a mistura e a biodegradação e a biodigestão da matéria orgânica. Após a degradação, são gerados subprodutos como o biogás. Esses gases são coletados e o efluente então chega a faixa de sedimentação, onde nessa também ocorre a decomposição do substrato orgânico, pela ação de microorganismos anaeróbios. Fonte: Adequar-Licenciamento Ambiental21 FIGURA 7: Reator UASB 20 Reator UASB. Disponível em:<http://www.saneamento.poli.ufrj.br/site/pt-br/reator-uasb/>.Acesso em: 18 de Set. 2013. 21 Reator UASB. Disponível em:<http://adequarliamb.blogspot.com.br/2011/07/estudo-de-viabilidade-tecnicapara.html>. Acesso em: 20 de Set. 2013. 37 7.2 Análise dos Processos de Geração de Biogás na Bio Springer Segundo o apresentado pelo fluxograma BIO SPRINGER, durante o processo de equalização-acidificação, são iniciadas etapas de hidrólise e acidificação da matéria orgânica. Como resultado encontra-se a formação de amônias e sulfetos. No reator anaeróbio do tipo fluxo ascendente com leito de lodo (MPU e IC), o efluente é alimentado no fundo do reator e escoa em movimentos ascendentes através do leito bacteriano. Após a passagem do efluente pelo leito de lodo, o mesmo continua seu escoamento através de uma zona de clarificação, que em seguida atinge o separador de sólido, líquido e gás, deixando o reator por transbordamento em calhas coletoras de efluentes tratado, localizado no topo do reator. De acordo com a empresa DEDINI (2009), seguem considerações gerais sobre a Digestão Anaeróbia dentro do reator. A digestão anaeróbia é um processo fermentativo bacteriano, de flora mista, no qual matéria orgânica, na ausência de oxigênio livre, é convertida a uma mistura de gases, composta predominantemente de metano e dióxido de carbono. È um processo que ocorre naturalmente em diversos ecossistemas, como por exemplo, nos pântanos, sedimentos de lagos e rios e até em nosso aparelho digestivo. Conforme o citado acima, segundo estudo da DENINI (2009), o processo realizado por uma flora bacteriana mista, atua da seguinte forma: Bactérias Fermentativas: realizam o primeiro estágio de degradação da matéria orgânica que corresponde a hidrólise e acidificação. A matéria orgânica é transformada em ácidos graxos voláteis (ácido fórmico, acético propiônico, butírico e valérico), etanol, dióxidos de carbono e hidrogênio. Bactérias Acetogênicas: Responsáveis pelo segundo estágio denominado desidrogenção acetogênica. Este grupo degrada ácidos de cadeia maior do que dois átomos de carbono e alcoóis, oriundos do primeiro estágio da degradação, com produção de acetato e hidrogênio. Bactérias Metanogênicas: São responsáveis pelo terceiro estágio do processo de digestão anaeróbia denominado a formação de metano. Elas convertem acetato ou H2 e CO2 38 em metano. Outros substratos potenciais como metanol, gás carbônico e metalaminas são de menor importância na maioria dos processos de digestão anaeróbia. As bactérias metanogênicas são muito sensíveis aos choques de temperatura, baixos e altos valores de pH, altas concentrações de ácidos orgânicas e compostos tóxicos no meio racional. 7.3 Cálculo de Geração de Biogás na Bio Springer Segundo entrevista com Sr. Walmir Arruda, a empresa Bio Springer do Brasil, tem um bom potencial de geração de biogás, isso se confirma em estudos realizados pela empresa especializada em cálculos do efluente. (empresa projetista de ETEI). Abaixo podemos observar as características do efluente Bio Springer. TABELA 3: Características de efluente.22 PARÂMETROS MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO Vazão Diária (m3/D) 576 240 720 Vazão Média (m3/H) 24 10 30 Temperatura (oC) 30 23 38 pH 4 1,5 6 DQO (mg/L) 38200 11800 58700 DBO (mg/L) 19100 5900 29350 SST (mg/L) 457 34 1910 RS (mL/L.h) 10 0 40 NTK (mg/L) 392 154 600 P total (mg/L) 97 32 150 Cálcio (mg/L) 20 12 25 Sulfato (mg/L) 82 12 243 Óleos e Graxas (mg/L) 33 15 51 Fonte: Bio Springer do Brasil 22 Características do efluente: Bio Springer do Brasil (2013) 39 Carga Orgânica para dimensionamento do tratamento Anaeróbio: 22.000 KgDQO/dia 11.000 KgDBO/dia Nota: A planta tem capacidade hidráulica para vazão máxima de 30 m3/h de efluente, limitada a carga orgânica de Projeto. Após o tratamento do efluente, o mesmo apresentará características como: TABELA 4: Características do efluente após tratamento anaeróbico 23 DQO Remoção de no mínimo 80% ou DQO 7.640 mg/L DBO Remoção de no mínimo 90% ou DBO 1.910 mg/L SST ≤ 600 mg/L RS ≤ 15 mL/L.H NTK ≤ 370 mg/L P total ≤ 90 mg/L Cálcio ≤ 18 mg/L Sulfato ≤ 20 mg/L Óleos e Graxas ≤ 33 mg/L Temperatura ≤ 40 oC pH 6,8 – 7,5 Fonte: Bio Springer do Brasil (2013) Segundo estudos apresentados pelo Sr. Walmir Arruda, para a instalação projetada são estimadas as seguintes quantidades de biogás residuais, considerando a capacidade nominal de 22000 Kg DQO/dia: 23 Características do Efluente após Tratamento. Bio Springer do Brasil (2013) 40 Fonte: Bio Springer do Brasil (2013) FIGURA 8: Atividade específica 24– Ponto 1 – Reator IC Fonte: Bio Springer do Brasil (2013) FIGURA 9: Atividade específica 25– Ponto 1 Reator UAS 24 Atividade específica– Ponto 1 – Reator IC. Bio Springer do Brasil (2010) 41 Fonte: Bio Springer do Brasil FIGURA 10: Atividade específica 26- Ponto 2 Reator IC TABELA 5: Geração de biogás após tratamento27 BIOGÁS 7200 m3/dia METANO 4600 m3/dia LODO EXCEDENTE MÁXIMO 352 m3/dia CONCENTRAÇÃO DO LODO EXCEDENTE 80 Kg ST/ m3 VOLUME DO LODO EXCEDENTE 4,4 m3/dia Fonte: Bio Springer do Brasil (2013) Obs: Através desse estudo chegou-se a conclusão de que a cada 1 kg.DQO , gera entre 0,44 m3 e 0,5 m3 de biogás. 25 Atividade específica– Ponto 1 – Reator UASB. Bio Springer do Brasil (2010) Atividade específica– Ponto 2 – Reator IC. Bio Springer do Brasil (2010) 27 Geração do Biogás após Tratamento. Bio Springer do Brasil (2013) 26 42 7.4 Análise da Utilização do Biogás na Bio Springer Segundo apurado com o Sr. Walmir Arruda, a empresa Bio Springer atualmente usa sua maior parte de biogás gerado nos reatores como combustível para duas caldeiras (anexo D) movida a biogás e Gás Natural, ou seja, utiliza o que seria uma fonte de emissão gases improdutiva no próprio processo. Essa queima substituiu parte da a queima do GNV (Gás Natural), que antigamente era o único tipo de combustível utilizado. O biogás gerado nos reatores era queimado em um flare. Hoje na Bio Springer utiliza em média 24.500 m3/mês do biogás na queima em caldeira, para geração de vapor, isso equivale aproximadamente a 11,5 % do total gerado no mês: 216.000 m3. Com a média de produção desse biogás em 216.000 m3/mês, ainda há um potencial excedente de 191.500 m3/mês. 7.5 Utilização do Biogás em um Grupo Gerador de Energia A ideia do presente estudo é utilizar o biogás restante para transformá-lo em fonte de energia elétrica, Atualmente a empresa usa-o somente como fonte alternativa para emergência, no caso, a falta de energia fornecida pela CPFL. Segundo Walmir Arruda, a empresa estuda adquirir um grupo gerador movido a gás com características a seguir: A parte central da planta de cogeração é constituída por um grupo gerador movido a gás natural fabricado pela GENERAL ELECTRIC, JENBACHER, modelo JMS 316 GS-B.L de 848 kWe de potência elétrica com Fator de Potencia de 1,0 (cosθ), de alta eficiência elétrica, alta confiabilidade, baixo consumo de combustível e baixas emissões, do qual se pode obter energia elétrica e energia térmica. O motor esta conectado a um gerador de eletricidade, que produzirá energia elétrica a 380 V - 60 Hz. A energia elétrica produzida será aproveitada para o consumo da fábrica. 43 Características do motor G316 • Potencia continua ISO: 876 kWm • Potencia elétrica (fator de potencia = 1,0): 848 kWe • Consumo específico de gás: 2.215 kWt • Rendimento elétrico: 38,3 % • Pressão mínima no regulador de gás: 80-200mbar • No. de cilindros: 16 “V” 70° De acordo com o fabricante o gerador tem aproximadamente 39% de rendimento, e segundo cálculos médios da empresa Bio Springer, para cada 1 m3 de Biogás, gera-se aproximadamente 2,34 kWh. O valor de investimento do gerador, mais componentes e serviços, de acordo com a empresa LONJAS BRASIL (especialista em sistemas de geradores), ficariam em um total de R$ 3.042.000, 00. 7.6 Cálculo de Geração de Energia Sabendo que com 1 m3 de Biogás, gera-se aproximadamente 2,34 kWh, conseguiríamos gerar em um mês algo em torno de: Produção de Energia = 191.500 m3 de Biogás x 2,34 kWh = 448.110 kWh Partindo de informações expostas pelo Sr. Walmir Arruda, de que a empresa hoje utiliza em média de 460.000 kWh/mês, deduzimos que a empresa, apresar de gerar grande quantidade de Biogás, não poderá se tornar autossuficiente em energia. 44 7.7 Outras Alternativas para o Biogás e seus Subprodutos Tendo em vista a alta temperatura dos gases provenientes da queima do Biogás, podem-se utilizar esses gases enviando-os para a torre de secagem, facilitando a secagem de produtos e outros itens, diminuindo o tempo do processo de secagem, gastando menos energia. Outra possível utilização seria em um equipamento que podemos chamar de economizador. Esse equipamento normalmente é instalado na reposição de água de sistemas geradores de vapor (Caldeiras), onde os gases provenientes da queima do biogás aquecem a água de reposição, diminuindo assim a energia/combustível gasto para aquecer essa água dentro do próprio sistema. São algumas alternativas que ajudam a melhorar o processo, visando redução de custo e maior lucratividade. 45 8 CONCLUSÃO Face ao exposto pelo trabalho conclui-se que há viabilidade na utilização do total biogás produzido na estação de tratamento de efluente (ETE), apesar de somente o biogás não suprir na totalidade de energia elétrica utilizada na empresa BIOSPRINGER. O que também se torna necessário frisar é que a empresa, segundo Sr. Walmir, não pode abdicar totalmente dos serviços prestados pela CPFL, pois o volume de geração de biogás varia de acordo com o volume de efluente gerado no processo produtivo. E se acaso um dia essa geração for aquém do necessário, a única alternativa imediata seria a utilização da energia gerada pela Companhia Paulista de Força e Luz. Conclui-se também que a geração de biogás em sistemas anaeróbios faz parte do processo e é inevitável, e que é possível, com esforço, encontrar alternativas para que um problema torne-se solução, haja vista o propósito desta monografia. Além do uso do biogás em queima para caldeira (utilizado hoje pela empresa), que por si só, já é uma grande iniciativa para a redução de custo, a reutilização do biogás na geração de energia elétrica ajudaria e muito na redução de custo da compra de energia elétrica, já que segundo apresentado pelo Sr. Walmir Arruda, a empresa Bio Springer paga hoje pelo kWh, cerca de R$ 0,29, e pouparia a utilização de 448.110 kWh, que em média representa uma redução aproximadamente de R$ 129.951,90 com a compra de energia elétrica por mês. Essa não é a única proposta para a utilização do biogás, pois conforme o apresentado no capítulo anterior, a utilização do calor gerado pelos gases do escapamento do grupo gerador queima do biogás, é também uma solução energética, que reduz custos , como por exemplo, utilizar o calor para aquecer a água de reposição das caldeiras, na produção de vapor. A água já aquecida exigiria menos biogás a ser queimado em sua fornalha para aquecer a mesma dentro do sistema, ganhando em eficiência, além de diminuir os riscos de problemas com corrosão de tubulações, pois com o aquecimento da água de reposição, diminui-se a concentração de oxigênio dissolvido, o qual é o grande vilão para oxidações de tubulações de equipamentos de geração de vapor. Contudo, a utilização do biogás na geração de energia mostra-se extremamente aceitável, face que os investimentos a serem feitos, em equipamentos, tubulações, ferramentas, máquinas, serão rapidamente retornáveis, em um tempo estimado de 24 meses. 46 REFERÊNCIAS ADEQUAR LICENCIAMENTO AMBIENTAL. Reator UASB. Disponível em:<http://adequarliamb.blogspot.com.br/2011/07/estudo-de-viabilidade-tecnica-para.html>. Acesso em: 20 de Set. 2013. ARCADIS e TETRAPLAN. Fontes de Energia. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/164/_publicacao/164_publicacao10012011033201.pdf>. Acesso em: 20 de Set. 2013. ARRUDA, Renan. Entrevista a Walmir Arruda, Empresa Bio Springer do Brasil. Valinhos: Biogás , 2013. Entrevista. BIODISELBR. Biogás. Disponível <http://www.biodiselbr.com/energia/biogas/biogas.htm>. Acesso em: 02 abr. 2013. em: BIO SPRINGER. Politica de Meio Ambiente. Disponível <http://www.biospringer.com.br/MeioAmbiente.htm>. Acesso em: 04. 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Instituição e Local: UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba Término: 1996 3) Áreas de atuação profissional: Manutenção e Meio Ambiente 4) Quando a empresa BIO SPRINGER foi fundada? “A empresa foi fundada como Prodesa Produtos Especiais para Alimentos S.A em 1982, porém em 2000 um grupo francês chamado LESAFRE, comprou a então Prodesa, dando início ao nome BIO SPRINGER”. 5) Há quanto tempo o senhor trabalha na empresa? “ Estou na empresa Prodesa/Bio Springer a 16 anos.” 6) Qual a estrutura da empresa BIO SPRINGER perante o tratamento de efluente? “ A empresa hoje tem um dos mais completos sistemas de tratamento de efluente do município, sendo premiado pela sua eficiência por vezes.” 7) Como a BIO SPRINGER busca melhorar seu sistema? “ A empresa Bio Springer busca sempre melhorias sustentáveis, seja em tratamento de efluentes ou em gestão de energias.” 8) Qual o potencial de geração de energia da BIO SPRINGER? Onde é utilizado? ” A geração de biogás é uma quantidade muito significativa. Hoje esse gás é utilizado aproximadamente de 24500 m3 em queima de caldeira.” 49 9) A empresa está disposta a investir em possíveis custos, no projeto de utilização do biogás? “A empresa estuda adquirir um grupo gerador movido a gás, fabricado pela GENERAL ELECTRIC, JENBACHER, modelo JMS 316 GS-B.L” 10) Qual a média mensal de consumo de energia elétrica da BIO SPRINGER? “Hoje a empresa utiliza em média 460.000 kWh, pode ser que um mês um pouco mais, outro menos, mas é algo em torno desse valor.” 11) Qual o valor pago pela BIO SPRINGER, por kWh? “Hoje pagamos R$ 0,29, por kWh.” 12) A empresa poderá um dia deixar de utilizar a energia da CPFL, tornando-se alto sustentável e energia? Não, pois como já foi falado essa quantidade de produção de biogás é variável, podendo ser um dia insuficiente para suprir nossas necessidades e além do mais, por motivos de emergência, devemos manter um contrato com a CPFL, caso tenhamos problemas, como manutenções nos geradores.” 50 ANEXOS 51 ANEXO A – Fotos da Empresa Bio Springer Fonte: Bio Springer (2008) Fonte: Bio Springer (2009) 52 ANEXO B – Foto Reator UASB Fonte: Bio Springer (2013) ANEXO C – Foto Reator IC Fonte: Bio Springer (2013) 53 ANEXO D – Caldeiras à Biogás Fonte: Bio Springer (2013)