ESPECIAL ENERGIA I BIOGÁS DE ATERRO Energia e Resíduos: criar valor a partir do lixo depositado em aterros sanitários A produção de energia elétrica de biogás gerado nos aterros é um dos processos de valorização mais fáceis e rentáveis de por em prática. POR: ANA MATOS E GISELA CASTRO (ENC ENERGY] Uma gestão adequada dos resíduos, quer ao nível da prevenção, quer ao nível da sua valorização, contribui para a preservação dos recursos naturais. A produção de energia elétrica de biogás gerado nos aterros é um dos processos de valorização mais fáceis e rentáveis de por em prática. O objetivo de um processo de valorização de biogás de aterro é a conversão do gás em formas de energia úteis, tais como electricidade, vapor, combustível para caldeiras, combustível automóvel ou injeção numa rede de gás natural. A valorização do biogás gerado através da decomposição anaeróbia dos resíduos depositados em aterros sanitários é possível através da captação e extração desse biogás por meio de uma rede de recolha, composta por poços de captação e coletores, e posterior encaminhamento para um sistema de compressão, que encaminha o biogás recolhido para um sistema de queima ou de valorização energética. Na ENC, acreditamos que para assegurar um futuro sustentável, os resíduos devem e têm que ser considerados como um recurso potencial gerador de mais-valias. Por esse motivo, apostamos na inovação como meio para o desenvolvimento a criação de tecnologia mais eficiente e amiga do ambiente. Ana Matos e Gisela Castro ENC Energy Este processo permite aos aterros, por um lado, cumprir as exigências legais no que concerne às emissões de Gases de Efeito Estufa, e, por outro, valorizar energeticamente os resíduos. As centrais permitem o aproveitamento da energia contida no biogás para a produção de calor e eletricidade e a venda de energia produzida permite obter receitas anuais significativas para as instalações. Dados produzidos pela Agência do Ambiente indicam que, em Portugal Continental, em 2010, cada habitante produziu cerca de 511 kg de RSU (o que corresponde a 1,4 kg de produção diária por habitante), e que 64,3% destes foram encaminhados para aterro. O potencial energético nacional, no seu máximo, seria suficiente para alimentar mais de 85,000 lares portugueses. As diretivas europeias apontam para a redução das emissões de metano, podendo esta ser alcançada através das tecnologias de valorização. Revista ANIA | ABRIL, MAIO , JUNHO 2013 | 11