Pela paz e cidadania no mundo 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 1 O papel dos COMUDES no desenvolvimento local e regional: 27/03/2008 - 23:52 h Participação Popular como princípio básico da cidadania e do desenvolvimento 1. O que é participação 2. O que são conselhos 3. Potencialidades e Limites dos Conselhos 4. Os Comudes: a) sua genese e evolução no RS b)principais aspectos constitutivos c) seu papel no desenvolvimento local d) sua relação com os Coredes 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 3 O que é participação • Qual o significado de participação: – • • • o que diz o Dicionário Aurélio: a palavra participação origina-se do latim participatione e significa ato ou efeito de participar. Já o verbo participar, dependendo do seu uso pode ter vários significados: a) fazer saber, informar, anunciar, comunicar; b) ter parte em; c) ter ou tomar parte; d) associar-se pelo pensamento ou pelo sentimento; e) ter traço. Se nos detivermos no sentido proveniente do latim, podemos pensar que a idéia de ato ou efeito pressupõe alguém praticando uma ação. Se nos ativermos às acepções do verbo participar, veremos que os sentidos vão desde a idéia de informar algo para alguém, até envolver-se em algo ou associar-se mediante idéias ou sentimentos. E, finalmente, ter traço. Essas idéias/visões de participação aparecem nos discursos e práticas nos municípios, em vários momentos da vida pública, interferindo na definição e implementação das políticas públicas. 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 4 O que é participação • ao longo da vida e em diversas ocasiões somos levados, por desejo próprio ou não, a participar de grupos e atividades. • O ato de participar, tomar parte, revela a necessidade que os indivíduos têm em se associar na busca de alcançar objetivos que lhes seriam de difícil consecução ou até mesmo inatingíveis caso fossem perseguidos individualmente, de maneira isolada 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 5 Participação: instrumento de acesso à cidadania • Diversos atributos são necessários à participação para que ela se constitua como instrumento de acesso à cidadania: – Primeiro, a participação requer consciência sobre os seus atos. As pessoas envolvidas em um processo de participação devem ter a compreensão daquilo que estão vivenciando, logo não podem simplesmente agir sem entender as razões e consequências da sua ação, pois, neste caso, a participação não passa de adestramento, presente nos processos de dominação que, entre outros aspectos, negam o acesso à informação e à educação às pessoas. – Segundo, a participação deve ser conquistada, não doada, nem imposta; – Terceiro, a participação, para garantir legitimidade, deve ser voluntária. As pessoas precisam entender o seu envolvimento nos processos de organização coletiva para entender e buscar soluções aos seus problemas como um direito de sua cidadania 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 6 Participação: processo educativo • Sua legitimidade encontra-se: – na conscientização da sua importância, – na negociação de espaços para o seu exercício; – no estabelecimento das regras que irão democraticamente delimitar a sua prática. • A ampliação e o aperfeiçoamento dos mecanismos e dos espaços participativos demandam tempo e uma ação continuada. • Participação é um processo educativo 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 7 Participação: mudança • a mobilização ocorre e se mantém quando aparecem resultados efetivos traduzidos em mudanças na realidade, decorrentes do envolvimento no processo • A falta de cultura de participação e a realidade marcada pela luta diária pela sobrevivência atuam como agentes refreadores do engajamento popular na vida comunitária (Tenório e Rozenberg, 1997) 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 8 Participação: divisão de poder • Ao analisar experiências de governos locais que se pautam na proposta política de participação popular, observa-se que participação é usada para significar: – um meio de cooptação/manipulação dos movimentos sociais organizados - na mais pura lógica clientelista e populista – um meio mais radical que busca uma profunda transformação social. 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 9 Onde se pratica a participação • Nos espaços públicos de ação coletiva • Nos conselhos municipais e regionais 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 10 O que são conselhos municipais são espaços públicos concebidos para possibilitar que os interesses coletivos da sociedade integrem a agenda pública, participando efetivamente da gestão das políticas públicas (formulação, implementação e avaliação), constituindo-se assim em real espaço de construção da cidadania e da promoção do 27/03/2008 - 23:52 h desenvolvimento Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 11 O que são conselhos • A literatura aborda os conselhos como: – novos arranjos institucionais participativos de deliberação; – esferas públicas ou espaços públicos; – instâncias deliberativas; – novas formas de gestão do desenvolvimento; – esferas públicas não-estatais; – arenas públicas; – espaços de concertação; – espaços da ação coletiva entre o público e o privado; – forma de governo horizontal que tenha como condição de existência a participação e a cidadania. 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 12 O que são conselhos • No discurso oficial é mais comum o entendimento dos conselhos como: – órgãos de assessoramento do governo; – órgãos consultivos e opinativos do governo; – espaços de cooperação; – fóruns de interação com a comunidade; – espaços de fiscalização das ações do governo. 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 13 O que são conselhos Os conselhos não são exclusivamente estatais nem exclusivamente entidades da sociedade civil São espaços de interação entre o Estado e a sociedade civil 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 14 O que são conselhos São um caminho para a reforma/consolidação democrática do Estado Alargam a base da democracia representativa Função pedagógica na construção da democracia participativa 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 15 O que são conselhos Os Conselhos gestores de políticas públicas são “espaços públicos de composição plural e paritária entre Estado e sociedade civil, de natureza deliberativa, cuja função é formular e controlar a execução das políticas públicas” 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 16 O que são conselhos A construção desses novos espaços de participação da sociedade civil, em que são discutidas, de forma pública e democrática, as questões relacionadas às políticas públicas, representa um considerável avanço no que diz respeito às políticas públicas no Brasil 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 17 Os conselhos na história • No Brasil do século passado (décadas de 50 e 60) encontramos práticas de Conselhos como espaços organizados e institucionalizados pelas Administrações Municipais – consultivos e colaborativos • Durante o regime militar surgiram muitos conselhos de notáveis, nos três níveis de governo (Educação) • Ainda na década de 60 surgem práticas mais autônomas, que passam a demandar ações e soluções dos governos (Associações de Bairros, Movimento Comunitário de Base) • Na década de 70, diversas experiências de organização social, com a criação de Conselhos Populares, institucionalizados ou não, são importantes instrumentos de gestão pública: Lages, Boa Esperança 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 18 Os conselhos gestores da década de 90 • Após a promulgação da nova Constituição de 88 e respectivas constituições dos Estados e Leis Orgânicas municipais, os Conselhos Municipais passaram a ser um lugar comum no cenário brasileiro; • As Pesquisas de Informações Básicas Municipais (IBGE), mostram o crescimento da participação da sociedade civil na gestão pública através dos conselhos municipais; – Existem hoje mais de 30 mil conselhos municipais; 26/07/2010 – Institucionalização dos conselhos depende de alto grau de imposição de políticas de nível nacional, vinculadas aos processos de descentralização das políticas sociais. UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 19 Os conselhos gestores da década de 90 • O maior número de conselhos existentes se concentra em quatro áreas que isoladamente possuem uma cobertura superior a 70% em relação aos municípios brasileiros: – – – – na área da saúde (98% - 5426 municípios), assistência social (93% - 5178 municípios), direito da criança e do adolescente (77% - 4306 municípios) e educação (73% de cobertura – 4072 / 988 municípios não possuem conselho). • Nestas quatro áreas encontramos 18.982 conselhos, o que representa 70,6% dos 26870 conselhos informados nos 13 tipos pesquisados em 2001. • Na área da promoção do desenvolvimento cerca de 900 municípios (20%) informaram possuir este tipo de conselho 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 20 POTENCIALIDADES E LIMITES • A construção desses novos espaços de participação da sociedade civil, em que são discutidos, de forma pública e democrática, os problemas e as soluções das questões relacionadas ao desenvolvimento e à qualidade de vida da sociedade, representa um considerável avanço no que diz respeito às políticas públicas no Brasil. • A conquista de participação nesses espaços significa uma mudança em termos de igualdade democrática, pois a participação da sociedade civil não se refere somente à reivindicação de direitos sociais, mas também de definição dos rumos das políticas públicas. • Os conselhos constituem-se num processo dinâmico em construção, com um conjunto de limitações e problemas que precisam ser permanentemente superados 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 21 POTENCIALIDADES E LIMITES - 26/07/2010 o lugar dos conselhos; os tipos de conselhos; a configuração organizacional; a configuração interna de poder; a natureza – caráter deliberativo ou consultivo; o mandato dos conselheiros; a regularidade de funcionamento; a autonomia dos conselhos; a transparência e a publicização dos conselhos o processo educativo. UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 22 TIPOS DE CONSELHOS 1. 2. 3. 4. 5. 26/07/2010 Conselhos de Programas: conselhos gestores de programas governamentais concretos, associados a ações emergenciais delimitadas quanto ao escopo e aos participantes. São exemplos: conselho de alimentação escolar, conselho do Fundeb, conselho do Bolsa-Família. Conselhos de Políticas Setoriais – vinculados às políticas públicas mais estruturadas ou concretizadas em sistemas nacionais, definidos em boa parte em leis federais, buscam concretizar direitos de caráter universal. São exemplos: saúde, educação, assistência social, direitos da criança e do adolescente. Conselhos temáticos – vinculados a temas transversais gerais ou a grandes movimentos de idéias que permeiam direitos e comportamentos dos indivíduos e da sociedade e que se incorporam à agenda pública local; não têm vinculação direta a um sistema ou legislação nacional. São exemplos: conselho de direitos humanos, conselho contra a violência, conselho anti-drogas, conselho de direitos do idoso, conselho de segurança, conselho de direitos da mulher, conselho de cultura, conselho de esporte, conselho de transporte e conselho de trânsito. Conselhos territoriais – atuam no processo de formulação e gestão das políticas de caráter mais universal, mas na ótica territorial, exercendo muitas vezes funções executivas. São exemplos: conselhos distritais, conselhos de regiões administrativas, conselhos de bairros. Conselhos globais – são conselhos de caráter mais geral, como o conselho de desenvolvimento municipal, conselho de desenvolvimento urbano, conselho de desenvolvimento rural, conselho da cidade. UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 23 A configuração organizacional dos conselhos • Conselhos tendem a fechar-se sobre si mesmos, preocupando-se apenas com os aspectos intrinsecamente inerentes ao seu foco de atuação; • Formas para evitar um descolamento: – Publicização das ações do conselho; – Interação maior entre os membros dos conselhos e seus representados, entre os conselheiros e entre os conselhos; – Construção de espaços ampliados, possibilitando a participação e o envolvimento de um número maior de entidades e cidadãos, seja para definir diretrizes a serem seguidas pelos conselhos, seja para permitir maior visibilidade e acompanhamento da atuação do conselho. Núcleo de coordenação Conselho Comissões permanentes Comissões especiais Núcleo de coordenação Conselho Comissões permanentes Comissões especiais Configuração interna de poder dos conselhos • A tipologia proposta procura possibilitar o mapeamento dos diversos conselhos no que se refere à sua composição e à distribuição do poder; • propomos uma tipologia composta de 8 modelos de configuração para os conselhos municipais, considerando a sua composição. Conselho Paritário sociedade civil governo Conselho Tripartite prestadores de serviços governo usuários Conselho Tripartite Paritário governo usuários prestadores de serviços Conselho Tetrapartite prestadores de serviços profissionais governo usuários Conselho Tetrapartite Paritário prestadores de serviços governo profissionais usuários Conselho Técnico-Corporativo prestadores de serviços usuários profissionais Conselho Governo-Sociedade ou Homologado sociedade civil governo Conselho Sociedade-Governo ou Autônomo sociedade civil governo A IMPORTÂNCIA DA COMPOSIÇÃO A composição, ainda que não garanta efetivo funcionamento dos conselhos, é um dos elementos cruciais a um melhor desempenho e efetividade de suas ações; A supremacia do modelo sociedade-governo é também resultado da cultura de participação e de preocupação da comunidade com os seus destinos, da busca de interação nas decisões e do desejo de autonomia nas suas formas organizativas; A natureza dos conselhos: caráter deliberativo ou caráter consultivo ? • A existência de conselhos municipais que realmente funcionem, sejam eficientes, eficazes e qualifiquem a gestão pública, supõe a divisão de poder com o governo local; • A partilha do poder político entre Estado e sociedade ocorre através da participação da sociedade na gestão pública; • Espaços de deliberação e de consulta são qualitativamente diferentes; • Existe pressão de grupos no poder para adequar a legislação no sentido de retirar formalmente este caráter deliberativo – usam como justificativa pareceres de consultorias especializadas e interpretações da Lei de Responsabilidade Fiscal; Mandato: forma de indicação, representatividade, revogabilidade • Entendemos que nos processos de deliberação como os conselhos, não cabe o mandato imperativo e sim o mandato livre – entretanto, deve existir constante prestação de contas e publicização das decisões e atos do conselho e a avaliação constante da prática do representante pelas entidades/órgãos responsáveis pela sua indicação; além disso, precisa haver legitimidade da escolha pelas bases das organizações; • O mandato de conselheiro, convém que não coincida com o mandato do prefeito, ampliando as chances de maior continuidade dos programas e ações deliberados pelos conselhos. • Evitar substituição total dos conselheiros a cada mandato Regularidade de funcionamento • Muitos conselhos no Brasil são criados formalmente para cumprir exigências da legislação federal – na prática, não funcionam – apenas homologam atos da administração pública para garantir o repasse de verbas; • Existe uma preocupação na diminuição da participação – muitos conselheiros apontam a necessidade de revisar os espaços dos conselhos, garantindo uma maior articulação e integração, para evitar que a sobrecarga leve ao desânimo e à inatividade ou à falta de efetividade e eficiência dos conselhos. A autonomia dos conselhos • Outro aspecto relevante para o funcionamento dos conselhos é a sua autonomia, que envolve diversas questões: infraestrutura, recursos financeiros, autonomia administrativa; • O funcionamento dos conselhos depende na maioria dos casos das boas relações entre o conselho (seu presidente ou secretário) com o Secretário da pasta – o que na maioria dos casos fragiliza os conselhos, que evitam enfrentamentos conflituosos com a administração pois dependem dela para o seu funcionamento; A autonomia dos conselhos • Alguns conselhos sequer possuem espaço próprio destinado, sendo que as reuniões acontecem muitas vezes em locais cedidos pela entidade cujo representante esteja na coordenação do conselho; • Outra polêmica é a questão da remuneração para os conselheiros – Há os que defendem o jeton para conselheiros – há necessidade de uma remuneração cívica, a nível de reembolso de despesas dos participantes; • Casa dos Conselhos • Secretaria Executiva para os Conselhos • Previsão orçamentária para o funcionamento dos conselhos • Reembolso das despesas dos conselheiros O processo educativo • Os conselheiros não têm formação específica para atuar como conselheiros, desconhecem a legislação, o funcionamento da máquina pública – não conseguem assumir uma visão de universalidade dos problemas e soluções para as questões públicas – Preocupam-se com as questões de seu segmento, seu bairro ou quadra... • É necessário programa educativo permanente para os conselheiros • Criar fórum semestral dos conselheiros municipais Os Comudes • Os Comudes, concebidos como uma espécie de Conselho Guarda Chuva – tendo por preocupação básica o Desenvolvimento Local – não podem atuar de forma desintegrada dos demais conselhos • Os Comudes se constituem em espaço de coordenação e integração de todos os conselhos • Os Comudes podem centralizar o processo educativo para conselhos e conselheiros • Os Comudes garantem o elo com a questão regional – daí a sua relação com os Coredes Princípios dos Comudes 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) 9) 26/07/2010 promoção do desenvolvimento local; autonomia, isenção e neutralidade em relação às diferentes instâncias governamentais, a correntes político-partidárias e a organizações; reconhecimento da individualidade do ser humano e de sua condição indeclinável de sujeito da história; respeito à pluralidade de concepções, buscando sempre construir consensos em torno de temas de interesse para o desenvolvimento do município; democracia representativa e participativa; visão do município como unidade integral e integrada, considerado como parte da região do estado e do país onde se localiza; cooperação, parceria e respeito à autonomia de todas as entidades e segmentos representados no Conselho; esforço permanente no sentido de aumentar a sua representatividade e a sua organização; apoio à continuidade das políticas públicas de interesse para o desenvolvimento do município. UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 44 Principais Objetivos 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) promover o desenvolvimento local harmônico e sustentável, visando a melhoria da qualidade de vida, a distribuição eqüitativa da riqueza produzida, a permanência das pessoas em seu município e a preservação e recuperação ambiental; coordenar a elaboração e a gestão do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Município, viabilizando a participação plural dos cidadãos e das organizações da sociedade local; participar na elaboração do Plano Regional de Desenvolvimento atuando em rede com os Comudes dos demais municípios e o Corede de sua região; promover a articulação entre as entidades e os demais Conselhos Municipais (setoriais, temáticos, territoriais e de programas); propor ações ao Poder Público Municipal, Estadual e Federal, visando o desenvolvimento econômico e social harmônico e integrado; promover a disseminação de informações relevantes para o desenvolvimento local e regional, qualificando a participação; fortalecer a cultura e a vivência da participação democrática na gestão da comunidade local; participar no processo de construção e execução dos instrumentos de gestão do município: PPA, LDO, LOAS 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 45 • Em que pesem os avanços construídos ao longo desta última década no que se refere à participação da sociedade civil no processo de democratização de decisões e no que se refere ao papel de gestor de políticas públicas e do processo de desenvolvimento local e regional exercido pelos Conselhos, convivemos ainda, infelizmente, com uma realidade em que um grande número de conselhos tem sido utilizado como mero discurso sobre participação, ou, pior, tem servido de espaços de manipulação e cooptação. 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 46 • A realidade evidencia que a práxis efetiva da participação apresenta-se de forma diversa nos diferentes municípios, com traços inerentes à cultura política local, mas também com elementos que se constituem no arcabouço de novas dinâmicas sociais organizadas em rede e que interferem positivamente na qualidade do processo de construção do desenvolvimento local/regional. • Trata-se sem dúvida de um processo de aprendizagem continuada e construção que se qualifica gradativamente. Processo educativo que permitirá construir um modelo de gestão pública fundado em processo democrático, cooperativo e educativo, na medida em que a população, conscientizada de seu papel político-participativo, possa influenciar todos os níveis decisórios, desde o planejamento até a execução, sendo solidários no empenho para a realização dos objetivos propostos. 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 47 COREDES e COMUDES • Comudes no Conselho de Representantes do Corede • Programas integrados de formação e capacitação; • Organização comum de infra-estrutura de apoio; • Parceria na cobertura das despesas dos conselheiros (associações de municípios-coredes, municípios – comudes) • Eventos (seminários, fóruns) de conselhos e conselheiros • CARTA DE VACARIA - 2008 2.3 – Fortalecimento dos COMUDES a) Promover o diagnóstico da situação dos COMUDES no Estado do Rio Grande do Sul. b) Incentivar a criação do COMUDE nos municípios que ainda não o têm. c) Promover, anualmente, cursos, seminários regionais e estaduais, de formação e planejamento com os COMUDES. d) Estimular e apoiar os COMUDES a promoverem a elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Município. e) Ajudar os COMUDES a constituírem espaço de ampla participação social, principalmente no processo de planejamento e na discussão e aprovação das leis orçamentárias (PPA, LDO, LOA). f) Buscar a participação de todos os Conselhos Setoriais nos COMUDES. g) Valorizar os COMUDES nas diferentes instâncias de decisão dos COREDEs. 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 49 DO TRIÂNGULO ESTATAL PODER EXECUTIVO LOBBY POLÍTICO PODER LEGISLATIVO 27/03/2008 - 23:52 h PODER JUDICIÁRIO Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 50 Para o TRIÂNGULO SOCIAL ESTADO PACTO SÓCIOTERRITORIAL DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL SOCIEDADE CIVIL 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] MERCADO 51 TRIÂNGULO DO BOM GOVERNO Governabilidade Governança CIDADANIA Projeto de Governo 26/07/2010 UNIJUÍ - GPDeC/GSC - Prof. Sérgio Luís Allebrandt 52 O bom governo • A principal obra de um governo é a construção de um novo nível de consciência social, consciência do povo de que o futuro depende de sua própria história, de seu orgulho por ela e de si mesmo. • O bom governo incentiva a busca de novos valores culturais, o princípio da solidariedade, a cooperação, a justiça social, o amor ao próximo. • O bom governo articula a construção de uma sociedade que seja rica, mas na qual a produção da riqueza não implique no aumento permanente da pobreza: inclusão x exclusão social. • O bom governo pratica a democracia cidadã. 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 53 Democracia Cidadã requer cidadãos democraticamente ativos, requer possibilidade concreta de os indivíduos influírem na transformação de sua própria situação no âmbito em que vivem e atuam. Este é o desafio que os governos devem enfrentar e assumir com a coletividade. É fundamental hoje que os governos construam alternativas com a participação da comunidade. É importante começar olhando para o mundo a partir do lugar onde se vive: nossa rua, nosso bairro. É aqui onde vivemos, é aqui onde queremos viver melhor. 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 54 É daqui que queremos olhar a cidade, o município, o Estado, o País, o Mercosul, o Mundo. É daqui que queremos compartilhar problemas e soluções com os outros bairros, com o poder público, com a sociedade. É aqui que queremos, conhecendo nossas forças e fraquezas, descobrir nossas potencialidades para construir, coletivamente, alternativas para hoje e amanhã. Projetar ações e estabelecer prioridades é passo fundamental nesse jogo em que todos somos atores sociais e do qual queremos participar cada vez mais. 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 55 Planejamento • Para isso acontecer é fundamental que o COMUDE esteja sensibilizado a participar e coordenar o processo de planejamento, que deve ser participativo e que se oriente pela princípio da sustentabilidade e da inclusão cidadã: planejamento estratégico participativo 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 56 O Município que queremos O Município que temos O que queremos ser no futuro? Por quê? Quem Somos? O que estamos fazendo? Por quê? PLANO DE DESENVOLVIMENTO Como vamos chegar lá? Triângulo interativo do planejamento participativo 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 57 Sociedade/ População organizada Organização do processo de planejamento - PEP Fórum Municipal de Desenvolvimento instância político-deliberativa Assembléia Geral do COMUDE APOIO LOGÍSTICO: COMUDE (Conselho Representantes) Comitê Central de Planejamento EXECUTIVO instância político-deliberativa instância de coordenação político-deliberativa e técnica Comissões Permanentes – Conselhos Setoriais: Desenvolvimento Social e Cultural Desenvolvimento Econômico Infra-estrutura e Gestão Pública LEGISLATIVO UNIVERSIDADE Associações Comerciais e Industriais instâncias técnico-políticas 27/03/2008 - 23:52 h Sub-comissões Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] instâncias técnicas 58 GPEDeC – Grupo Interdisciplinar de Estudos em Gestão Pública, Desenvolvimento e Cidadania GSC – Gestão Social e Cidadania http://www.projetos.unijui.edu.br/cidadania http://professorallebrandt.blogspot.com Prof. Sérgio Luís Allebrandt [email protected] OBRIGADO !!! 27/03/2008 - 23:52 h Prof. Sérgio Luís Allebrandt - [email protected] 59