B O L E T I M 30 47 OFERECIMENTO NÚMERO 08/07/2014 DO DIA 161 milhões ‘A Copa das redes sociais’, diz VP global da Octagon de pessoas visitaram os canais digitais da Fifa em junho por causa da Copa do Mundo POR RODRIGO CAPELO A Copa de 2014 é a Copa das redes sociais. A avaliação é de André Schunk, vice-presidente global da Octagon, entrevistado com exclusividade pela Máquina do Esporte. Foi a primeira edição do evento, diz ele, em que as empresas investiram de fato em ações nessas mídias. “Muita gente usou as redes para agregar consumidores e criar comunidades que levem as mensagens que queriam passar”, diz o executivo, que já trabalhou para marcas como MasterCard, AB-Inbev e Johnson & Johnson nesta Copa. “Toda marca tem um componente de mídia social para ativação, tem hashtags e espaços para interação”. 1 O modo como as empresas ativaram patrocínios mudou muito de um evento para outro. Na Alemanha, um país pequeno no centro da Europa, havia mais facilidade para montar ações para o público. “Foi um fenômeno particular daquele evento”, relata Schunk. Na África do Sul, havia menos dinheiro e estrutura, fatores que prejudicam a logística. “Então a ativação ficou concentrada em Joanesburgo”. No Brasil, um “país enorme”, o desafio foi ainda maior. Com a distância entre uma cidade-sede e outra, somada à dificuldade de hospedar convidados estrangeiros, só algumas capitais, como Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, destacaram-se em termos de ativaçõessegundo o executivo. Isso ajudou a reforçar o foco das empresas nas redes sociais. “Elas souberam criar experiências na internet”, diz ele. Clique aqui para ler a entrevista completa com André Schunk. Adidas monta plano para usar o Twitter e se dá bem no Mundial DA REDAÇÃO Rodrigo Capelo é chefe de redação da Máquina do Esporte POR RODRIGO CAPELO MARCAS PAGAM MICO NAS REDES SOCIAIS Em meio à febre de uso de redes sociais nesta Copa do Mundo, a Adidas foi uma das empresas que melhor se preparou para agir na internet durante o Mundial. Basta ver que há um perfil no Twitter da bola, a Brazuca, com mais de 3 milhões de seguidores, cujas tuitadas são repassadas por consumidores centenas de vezes. Por trás desta e de outras ações digitais, há um planejamento incomum. A começar pela We Are Social, agência de mídias sociais que a fabricante de materiais esportivos alemã contratou. Um ano antes do início da competição, esta empresa começou a reunir imagens e vídeos que poderiam ser usados no meio de uma partida, por exemplo. Se tal atleta fez um gol ou tirou uma bola em cima da linha, a Adidas tem algumas opções de foto dele com expressões que combinem com a jogada. Há um banco de dados com cerca de mil imagens e 600 vídeos coletados, prontos para serem utilizados. No Flamengo, onde montou um “quartel general” para o período da Copa, a Adidas possui profissionais dedicados a monitorar e alimentar redes sociais. Eles seguem um calendário para os 32 dias de competição, detalhado hora a hora com tudo o que pode acontecer. As informações constam em reportagem da Ad Age, na qual a Adidas aparece como uma das marcas com mais interações: 1,6 milhão de tuítes, retuítes e respostas até agora. É um resultado que nem toda empresa tem, porque nem toda marca se planejou tanto para preparar-se para trabalhar as redes sociais durante o Mundial. Rafael Gambarim, empresário paranaense de 30 anos, ficou famoso na internet por quebrar uma TV em meio aos pênaltis de Brasil x Chile. Júlio César defendeu, ele se empolgou e estragou o aparelho com um tapa na tela. O vídeo teve milhares de compartilhamentos no Facebook, foi replicado por inúmeros canais no YouTube, enfim, viralizou. Aí empresas tiveram a estupenda ideia: por que não presenteá-lo com outra televisão? A Sony deu uma de 40 polegadas, a Samsung mandou uma de 46, o supermercado Extra, do Grupo Pão de Açúcar, enviou mais uma, e a Magazine Luiza decidiu dar um projetor multimídia para “não correr o risco de quebrar outra TV”. O caso indica que marcas passaram a dar a devida importância às redes sociais, mas mostra também que falta discernimento para tanto. Isto é, foi premiado um torcedor infantil que estragou um equipamento que, para muitos, é só um sonho de consumo. Na tentativa de pegar carona na visibilidade momentânea, empresas não só não tiveram sucesso, porque quatro tiveram a mesma ideia, como ainda passaram um recado esquisito ao público: estrague sua TV e fique famoso que vamos recompensá-lo. Marcas precisam aplicar na internet o que já vale fora dela. Não pague qualquer mico para ganhar visibilidade, não cole a sua imagem na de sujeitos de gosto duvidoso. E se esforce para ter uma ideia um pouquinho mais criativa do que os outros, não é? HISTÓRIAS DA COPA NEYMAR 01 Com anúncios em mídias impressas e nos canais na internet, a Nike fez o manifesto de apoio dela para Neymar. A peça tem a silhueta do atleta ao fundo com uma mensagem do Brasil sobre a inspiração que ele dá à seleção. NEYMAR 02 A Gol Linhas Aéreas personalizou o avião que levou a seleção brasileira, da qual é patrocinadora, para Belo Horizonte. Foi estampada a expressão “é tóiss”, recorrentemente usada pelo jogador. NEYMAR 03 A F/Nazca, agência que atende Sadia, fez ação de oportunidade para homenagear Neymar. No Twitter, a marca substituiu o mote da campanha #jogapramim para #jogapraele. Os atletas que foram patrocinados pela marca escreveram mensagem de apoio, e a hashtag rapidamente viralizou. NEYMAR 04 O Grupo ABC criou ação para que torcedores façam download, imprimam e usem uma máscara do Neymar. Outras 60 mil serão dadas na entrada do Mineirão antes do jogo contra a Alemanha. “Nesta terça, somos todos Neymar”. 4