40 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” GRADUAÇÃO À DISTÂNCIA NO PAÍS ORLANDO CÉSAR FERNANDES DE MELLO ORIENTADORA Mª DINA LÚCIA CHAVES ROCHA Rio de Janeiro 2010 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” GRADUAÇÃO À DISTÂNCIA NO PAÍS Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Orlando César Fernandes de Mello Rio de Janeiro 2010 3 AGRADECIMENTOS Durante este trabalho... As dificuldades não foram poucas... Os desafios foram muitos... Os obstáculos, muitas vezes, pareciam intransponíveis. O desânimo quis contagiar, porém, a garra e a tenacidade foram mais fortes, sobrepondo esse sentimento, fazendo-me seguir a caminhada, apesar da sinuosidade do caminho. Agora, ao olhar para trás, a sensação do dever cumprido se faz presente e poder constatar que os sábados “perdidos”, o cansaço dos encontros, os longos tempos de leitura, digitação, discussão; a ansiedade em querer fazer e a angústia de muitas vezes não o conseguir, por problemas estruturais; não foram em vão. Aqui estou, como sobrevivente de uma longa batalha, porém, muito mais forte e hábil, com coragem suficiente para mudar a minha postura. Agradeço aos professores, que tantas portas abriram no mundo acadêmico, sempre deixando espaço para nossa visão e aos colegas, que enriqueceram o caminho com seus sorrisos e discussões. Orlando César Fernandes de Mello 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele, nada seria possível. Em especial a minha esposa Roseli, pelo esforço, dedicação e compreensão, em todos os momentos outras caminhadas. desta e de 5 RESUMO A Educação à Distancia surgiu para oportunizar as pessoas impedidas, por algum motivo, de freqüentar um estabelecimento de ensino presencial. Esse método de ensino tem evoluído junto com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico. A EAD é uma modalidade democrática de ensino que permite eliminar a separação geográfica entre educador e educando e atender a um número ilimitado de alunos que estejam em busca de formação ou atualização profissional. Entre as vantagens estão à possibilidade de levar cursos de graduação a municípios onde não há professores, a flexibilidade de horários, estudar no horário em que achar melhor, o valor mais baixo das mensalidades, não precisar enfrentar trânsito para ir à aula e poder fazer parte do curso superior no conforto de casa. Um diploma de graduação a distância é igual e vale exatamente o mesmo que o de um curso presencial. O objetivo desse trabalho é servir de orientação inicial para aqueles que desejam conhecer um pouco melhor, esta forma de ensino e aprendizagem, que é o Ensino à Distância (EAD), por meio de dotar as instituições educacionais, de condições para atender às novas demandas do ensino e formação, sendo visto como mais ágil célere e qualitativamente superior. 6 METODOLOGIA A metodologia empregada neste trabalho foi mediante ao um vasto levantamento Bibliográfico, utilizando para analisar o material disponível sobre o assunto em livros, artigos, revistas, jornais, reportagens e a utilização da internet na busca de assuntos relacionados com a GRADUAÇÃO À DISTÂNCIA NO PAÍS, tema esse escolhido por achar de domínio próprio. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8 CAPÍTULO 1 COMO SURGIU A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA ................................................. 10 CAPÍTULO 2 ENSINO À DISTÂNCIA E SUA LEGISLAÇÃO PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO .................................................................................................... 41 CAPÍTULO 3 GRADUAÇÃO À DISTÂNCIA NO BRASIL ......................................................... 53 CAPÍTULO 4 METODOLOGIA UTILIZADA PARA APRENDIZAGEM, PERFIL E AVALIAÇÃO ....................................................................................................... 58 CONCLUSÃO .................................................................................................... 70 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 71 ÍNDICE ............................................................................................................... 78 8 INTRODUÇÃO A Graduação à Distância é uma modalidade de ensino- aprendizagem, em que o aluno e o professor estão separados espacial e temporalmente. Nela, o aluno determina seu próprio local e tempo de dedicação ao estudo, que não precisa ser necessariamente, o mesmo do professor, permitindo-se uma independência e autonomia maiores do que ocorre na modalidade de Educação Presencial. No Brasil, a modalidade de educação à distância obteve respaldo legal para sua realização com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece, em seu artigo 80, a possibilidade de uso orgânico da modalidade de educação à distância em todos os níveis e modalidades de ensino. Esse artigo foi regulamentado posteriormente pelos Decretos 2.494 e 2.561, de 1998, mas ambos revogados pelo Decreto 5.622, em vigência desde sua publicação em 20 de dezembro de 2005. As constantes mudanças de ordem econômica, social, tecnológica e científica, implicam o desenvolvimento e a qualificação profissional continuada de todo cidadão e em todos os setores do conhecimento humano. Os fatos da realidade atual vêm mostrando que a escola tradicional não tem mais condições de sozinha atender esta demanda. Mas na EAD (Educação à Distância) pode-se encontrar a resposta que permite dinamizar este processo educacional continuado e permanente. 9 A Educação à Distância é uma modalidade democrática de ensino que permite eliminar a separação geográfica entre educador e educando e atender a um número ilimitado de alunos que estejam em busca de formação ou atualização profissional. É também, um processo de auto-aprendizado que é incentivado pela utilização de recursos didáticos bem elaborados e adequados às circunstâncias ou contingências. Uma vantagem da Educação à Distância é a flexibilidade, isto porque não esta limitada às condições espaciais e temporais da sala de aula, obrigando professor e aluno encontrarem-se em um mesmo momento, proporcionando a todos os cidadãos usufruírem do direito de acesso ao conhecimento, principalmente quando estão distantes dos grandes centros. Outra vantagem da EAD é a rentabilidade que segue o princípio da economia de escala, isto é, quanto maior a produção de material didático para atender ao aumento (ilimitado) do número de cursistas menor será o custo. Entretanto, não existe pressuposto de que a Educação à Distância possa substituir o ensino presencial ou convencional, de maneira diferente, observa-se que as duas modalidades se complementam. Fazendo-se uma correlação: é como se fossem dois rios que seguem paralelamente no mesmo sentido, entrecortando-se em vários pontos. O objetivo do estudo é a verificação da viabilidade da Graduação à distância no país, bem como a foi o seu desenvolvimento nos últimos anos e as perspectivas para o futuro. 10 CAPÍTULO 1 COMO SURGIU A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA A Educação à Distancia surgiu para oportunizar as pessoas impedidas, por algum motivo, de freqüentar um estabelecimento de ensino presencial. Esse método de ensino tem evoluído junto com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico. O ensino à distancia é mais antigo do que se imagina. Vale lembrar que o fundamental na aprendizagem é torná-la significativa, ou seja, válida a uma transposição pragmática, a partir de um “conhecimento construído na interface entre o individual e o interindividual”, através da qual o sujeito aprendente poderá atingir uma meta-cognição autônoma e criativa. Seu surgimento se deu na Grécia, e posteriormente em Roma, como uma nova maneira de ensinar. A princípio, as formas de ensino a distância se dava através de cartas. Há algumas centenas de anos, já havia indícios de ensino por correspondência. Em países europeus, Isaac Pitman ensinava os princípios da taquigrafia através de cartões postais que trocava com seus estudantes. No século XIX foi fundada em Berlim a primeira escola por correspondência destinada ao ensino de línguas. No mesmo século (XIX) foi criada na Pensilvânia a Internacional Correspondence Institute com um curso sobre medidas de segurança no trabalho de mineração e a Universidade de Wisconsin implantou um sistema de cursos por correspondência nos serviços de extensão universitária. 11 Em 1892 na universidade de Chicago foi inaugurada uma Divisão de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão da Universidade. O Institute Hermod, criado em 1898 na Suécia, ofereceu o primeiro curso por correspondência no segmento das línguas. Com o término da primeira Guerra Mundial surgiram novas iniciativas de ensino a distância. O desenvolvimento tecnológico da Comunicação associado ao aperfeiçoamento do serviço dos correios e a rapidez dos meios de transporte facilitaram a implantação da Educação à Distância. Já no século XX, milhares de pessoas foram beneficiadas por um sistema de ensino por correspondência implantado na União Soviética, a partir de 1917. A França criou em 1939 um serviço de ensino por via postal para estudantes deslocados pelo êxodo. O rádio também passou a ser utilizado como ferramenta do ensino à distância em diversos países da América Latina como o Brasil, Venezuela, Colômbia, México entre outros. Após as décadas de 60 e 70, o EAD era possibilitado através de material escrito, vídeo cassete e áudio, rádio e televisão, sons, videotexto, computador e mais recentemente a tecnologia de multimeios. Em pleno século XXI, a Educação à Distância está disseminada em quase todo o mundo, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. A Educação à Distância que inicialmente destinava-se apenas como complemento do ensino formal, sendo somente recurso para a superação de deficiência educacional. Hoje é utilizada de forma sistematizada, substituindo em muitos casos o ensino presencial, permitindo que a telemática fosse utilizada no sentido de privilegiar a reflexividade e a auto-organização dos sujeitos envolvidos, apontando caminhos à construção das inteligências individuais, que se complexificam na construção da inteligência coletiva. 12 Segundo Peters (2003), o primeiro marco da educação à distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de 1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips, que oferecia material para ensino e tutoria por correspondência. Este modelo foi seguido em 1833, na Suécia, e em 1840, na Inglaterra. A educação à distância, contudo, só passou a se institucionalizar a partir da segunda metade do século XIX. Gouvêa e Oliveira (2006) destacam que, no Brasil, a educação distância tem sido pensada para programas voltados ao aperfeiçoamento e capacitação, buscando sempre compensar, de forma rápida, a defasagem do trabalhador, na lógica de educação ao longo da vida. No que concerne à educação ao longo da vida, este conceito foi utilizado por Jacques Delors, no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, da seguinte maneira: O conceito de educação ao longo de toda a vida aparece, pois, como uma das chaves de acesso ao século XXI. Ultrapassa a distinção tradicional entre educação inicial e educação permanente. Vem dar resposta ao desafio de um mundo em rápida transformação, mas não constitui uma conclusão inovadora, uma vez que já anteriores relatórios sobre educação chamaram a atenção para esta necessidade de um retorno à escola, a fim de se estar preparado para acompanhar a inovação, tanto na vida privada como na vida profissional. É uma exigência que continua válida e que adquiriu, até, mais razão de ser. E só ficará satisfeita quando todos aprendermos a aprender. (DELORS, 2001, p.17) No processo de formação profissional, a tecnologia educacional e os contatos com teoria e prática da telecomunicação eletrônica, segundo Peters (2003), devem estabelecer relação com a teoria e a prática do ensino a distância no desenvolvimento de inovações tecnológicas e pedagógicas para o processo educacional. Essa relação, no entanto, configura uma nova proposta e desafio de formação de professores frente às novas demandas sociais. Segundo Belloni (2003), a adequação dos sistemas educacionais para esta realidade pressupõe as principais mudanças: ênfase no estudante, ainda presente no nível retórico do discurso e centrado no professor; uso de tecnologias e a mediatização do ensino; flexibilização do acesso, do ensino, da 13 aprendizagem e da oferta; a formação de formadores, que passa a enfrentar os desafios das novas dimensões do papel do professor; e os fatores institucionais de reestruturação de cursos e de investimento em tecnologias. 1.1 Educação à Distância no Brasil No Brasil, a Educação à Distância - EAD surge por volta de 1891, com a publicação da primeira edição do classificado do Jornal do Brasil de um curso de datilografia por correspondência. Contudo, tem-se como marco histórico a implantação das Escolas Internacionais, por volta de 1904. No momento do seu surgimento, o País passava por uma crise na educação, desse modo não houve muito incentivo por parte do Governo nesse seguimento. Atualmente, a EAD desenvolve o seu papel na construção do conhecimento, sem medir as barreiras geográficas que separam alunos e professores. Uma das diferenças, em relação ao seu passado é que nos dias atuais se utilizam novas ferramentas para a disseminação do conhecimento, a exemplo da Internet. Com o uso da Internet como meio principal no processo de ensino a distância, a forma de ensino aprendizagem se tornou mais dinâmica, favorecendo pontos importantes dessa modalidade de ensino, como o Aprendizado Colaborativo e a Busca de Novos Conhecimentos. Atualmente, existe uma vasta quantidade de ferramentas de auxílio à EAD: Chats¹, Fóruns², Videoconferência³, dentre outros. Todas as ferramentas apresentam suas particularidades, sendo assim, proporcionam ganhos em qualidade no ensino; podemos citar o Sistema Moodle, que permite a criação de comunidades virtuais em Ambientes de Aprendizagem, fazendo uso do modelo pedagógico Sócio-Construtivista. ________________________________________ ¹Permite a comunicação síncrona, ou seja, uma comunicação em tempo real entre pessoas, fazendo uso da Internet. ²Ambiente Virtual que permite a discussão de determinados temas entre pessoas. ³Discussão realizada entre pessoas em diferentes locais, em modo sincrônico, fazendo uso da Internet. *Modelo que visa à democratização do acesso ao conhecimento, ao desenvolvimento da autonomia do aluno, bem como o seu senso crítico. 14 Contudo, para que a metodologia de Ensino à Distância obtenha êxito, alunos e professores devem reavaliar seus papéis nesse novo contexto, visando ao aprimoramento dos seus conhecimentos e à incorporação de novos significados que essa metodologia propõe. 1.2 Histórico A educação à distância tem uma longa história de sucessos e fracassos. Sua origem está nas experiências de educação por correspondência iniciadas no final do século XVIII e com largo desenvolvimento a partir de meados do século XIX (chegando atualmente a utilizar várias mídias, desde o material impresso à simuladores online com grande interação entre o aluno e o centro produtor, quer fazendo uso de inteligência artificial, ou mesmo de comunicação síncrona entre professores e alunos). Hoje, mais de 80 países, nos cinco continentes, adotam a educação à distância em todos os níveis de ensino, em programas formais e não formais, atendendo a milhões de estudantes. A educação à distância tem sido usada para treinamento e aperfeiçoamento de professores em serviço. Programas não formais de ensino têm sido largamente utilizados para adultos nas áreas da saúde, agricultura e previdência social, tanto pela iniciativa privada como pela governamental. No momento é crescente o número de instituições e empresas que desenvolvem programas de treinamento de recursos humanos através da modalidade da educação à distância. As Universidades Européias a Distância têm incorporado em seu desenvolvimento histórico as novas tecnologias de informática e de telecomunicação. Um exemplo foi o desenvolvimento da Universidade a Distância de Hagen, que iniciou seu programa com material escrito em 1975. Hoje, oferece material didático em videoconferências. áudio e videocassetes, Tendências similares podem videotexto interativo, e ser observadas Universidades Abertas da Inglaterra, da Holanda e na Espanha. nas 15 No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Monitor, em 1939, e depois do Instituto Universal Brasileiro, em 1941, várias experiências foram iniciadas e levadas a termo com relativo sucesso. As experiências brasileiras, governamentais e privadas foram muitas e representaram, nas últimas décadas, a mobilização de grandes contingentes de recursos. Os resultados do passado não foram suficientes para gerar um processo de aceitação governamental e social da modalidade de educação à distância no Brasil, entretanto, a realidade brasileira já mudou e nosso governo criou leis e estabeleceu normas para a modalidade de educação a distância em nosso país. 1.3 Referencias de Qualidade para Educação Superior à Distância Não há um modelo único de educação à distância. Os programas podem apresentar diferentes desenhos e múltiplas combinações de linguagens e recursos educacionais e tecnológicos. A natureza do curso e as reais condições do cotidiano e necessidades dos estudantes são os elementos que irão definir a melhor tecnologia e metodologia a ser utilizada, bem como a definição dos momentos presenciais necessários e obrigatórios, previstos em lei, estágios supervisionados, práticas em laboratórios de ensino, trabalhos de conclusão de curso, quando for o caso, tutorias presenciais nos pólos descentralizados de apoio presencial e outras estratégias. Apesar da possibilidade de diferentes modos de organização, um ponto deve ser comum a todos aqueles que desenvolvem projetos nessa modalidade: é a compreensão de EDUCAÇÃO como fundamento primeiro, antes de se pensar no modo de organização: À DISTÂNCIA. 16 Assim, embora a modalidade a distância possua características, linguagem e formato próprios, exigindo administração, desenho, lógica, acompanhamento, avaliação, recursos técnicos, tecnológicos, de infra-estrutura e pedagógicos condizentes, essas características só ganham relevância no contexto de uma discussão política e pedagógica da ação educativa. Disto decorre que um projeto de curso superior a distância precisa de forte compromisso institucional em termos de garantir o processo de formação que contemple a dimensão técnico-científica para o mundo do trabalho e a dimensão política para a formação do cidadão. Devido à complexidade e à necessidade de uma abordagem sistêmica, referenciais de qualidade para projetos de cursos na modalidade à distância devem compreender categorias que envolvem, fundamentalmente, aspectos pedagógicos, recursos humanos e infra-estrutura. Para dar conta destas dimensões, devem estar integralmente expressos no Projeto Político Pedagógico de um curso na modalidade à distância os seguintes tópicos principais: (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/2007 (SITE) http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf) I. Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; II. Sistemas de Comunicação; III. Material didático; IV. Equipe multidisciplinar; V. Infra-estrutura de apoio; VI. Gestão Acadêmico-Administrativa; VII. Sustentabilidade financeira. 17 Os tópicos supracitados não são entidades isoladas, se interpenetram e se desdobram em outros subtópicos. Com o objetivo de caracterizá-los de forma individualizada, seguem seus elementos constituintes fundamentais. I. Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem O projeto político pedagógico deve apresentar claramente sua opção epistemológica de educação, de currículo, de ensino, de aprendizagem, de perfil do estudante que deseja formar; com definição, partir dessa opção, de como se desenvolverão os processos de produção do material didático, de tutoria, de comunicação e de avaliação, delineando princípios e diretrizes que alicerçarão o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. A opção epistemológica é que norteará também toda a proposta de organização do currículo e seu desenvolvimento. A organização em disciplina, módulo, tema, área, reflete a escolha feita pelos sujeitos envolvidos no projeto. A compreensão de avaliação, os instrumentos a serem utilizadas, as concepções de tutor, de estudante, de professor, enfim, devem ter coerência com a opção teórica metodológico definida no projeto pedagógico. O uso inovador da tecnologia aplicado à educação, e mais especificamente, à educação a distância deve estar apoiado em uma filosofia de aprendizagem que proporcione aos estudantes a oportunidade de interagir, de desenvolver projetos compartilhados, de reconhecer e respeitar diferentes culturas e de construir o conhecimento. O conhecimento é o que cada sujeito constrói - individual e coletivamente - como produto do processamento, da interpretação, da compreensão da informação. É, portanto, o significado que atribuímos à realidade e como o contextualizamos. 18 De todo modo, o ponto focal da educação superior - seja ela presencial ou à distância, nas inúmeras combinações possíveis entre presença, presença virtual e distância - é o desenvolvimento humano, em uma perspectiva de compromisso com a construção de uma sociedade socialmente justa. Daí a importância da educação superior ser baseada em um projeto pedagógico e em uma organização curricular inovadora, que favoreçam a integração entre os conteúdos e suas metodologias, bem como o diálogo do estudante consigo mesmo (e sua cultura), com os outros (e suas culturas) e com o conhecimento historicamente acumulado. Portanto, a superação da visão fragmentada do conhecimento e dos processos naturais e sociais enseja a estruturação curricular por meio da interdisciplinaridade e contextualização. Partindo da idéia de que a realidade só pode ser apreendida se for considerada em suas múltiplas dimensões, ao propor o estudo de um objeto, busca-se, não só levantar quais os conteúdos podem colaborar no processo de aprendizagem, mas também perceber como eles se combinam e se interpenetram. Assim, as possibilidades apresentadas pela interdisciplinaridade e contextualização, em termos de formação do sujeito social, com uma compreensão mais ampla de sua realidade, devem ser contempladas nos projetos de cursos ofertados na modalidade à distância. Isto porque educação a distância compõe um processo educativo como os demais, cuja finalidade, naquilo que dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB em seu artigo 2º é o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Por fim, como o estudante é o foco do processo pedagógico e frequentemente a metodologia da educação a distância representa uma novidade, é importante que o projeto pedagógico do curso preveja, quando necessário, um módulo introdutório que leve ao domínio de conhecimentos e habilidades básicos. 19 Referentes à tecnologia utilizada ou ao conteúdo programático do curso, prevendo atividades de acolhimento do estudante, assegurando a todos um ponto de partida comum. Importantes também são os mecanismos de recuperação de estudos e a avaliação correspondente a essa recuperação, assim como a previsão de métodos avaliativos para estudantes que têm ritmo de aprendizagem diferenciado. II. Sistemas de Comunicação O desenvolvimento da educação a distância em todo o mundo está associado à popularização e democratização do acesso às tecnologias de informação e de comunicação. No entanto, o uso inovador da tecnologia aplicada à educação deve estar apoiado em uma filosofia de aprendizagem que proporcione aos estudantes efetiva interação no processo de ensino aprendizagem, comunicação no sistema com garantia de oportunidades para o desenvolvimento de projetos compartilhados e o reconhecimento e respeito em relação às diferentes culturas e de construir o conhecimento. Portanto, o princípio da interação e da interatividade é fundamental para o processo de comunicação e devem ser garantidos no uso de qualquer meio tecnológico a ser disponibilizado. Tendo o estudante como centro do processo educacional, um dos pilares para garantir à qualidade de um curso a distância é a interatividade entre professores, tutores e estudantes. Hoje, um processo muito facilitado pelo avanço das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação). Em primeiro lugar, um curso superior a distância precisa estar ancorado em um sistema de comunicação que permita ao estudante resolver, com rapidez, questões referentes ao material didático e seus conteúdos, bem como aspectos relativos à orientação de aprendizagem como um todo, articulando o estudante com docentes, tutores, colegas, coordenadores de curso e disciplinas e com os responsáveis pelo sistema de gerenciamento acadêmico e administrativo. 20 Para atender às exigências de qualidade nos processos pedagógicos devem ser oferecidas e contempladas, prioritariamente, as condições de telecomunicação (telefone, fax, correio eletrônico, videoconferência, fórum de debate pela Internet, ambientes virtuais de aprendizagem, etc.), promovendo uma interação que permita uma maior integração entre professores, tutores e estudantes. Da mesma forma que a interação entre professor-estudante, tutor estudante e professor-tutor deve ser privilegiada e garantida, a relação entre colegas de curso também necessita de ser fomentada. Principalmente em um curso a distância, esta é uma prática muito valiosa, capaz de contribuir para evitar o isolamento e manter um processo instigante, motivador de aprendizagem, facilitador de interdisciplinaridade e de adoção de atitudes de respeito e de solidariedade ao outro, possibilitando ao estudante o sentimento de pertencimento ao grupo. Em atendimento as exigências legais, os cursos superiores à distância devem prever momentos de encontros presenciais, cuja freqüência deve ser determinada pela natureza da área do curso oferecido e pela metodologia de ensino utilizada. A instituição deverá, em seu projeto político e pedagógico do curso: • Descrever como se dará a interação entre estudantes, tutores e professores ao longo do curso, em especial, o modelo de tutoria; • Quantificar o número de professores/hora disponíveis para os atendimentos requeridos pelos estudantes e quantificar a relação tutor/estudantes; • Informar a previsão dos momentos presenciais, em particular os horários de tutoria presencial e de tutoria à distância, planejados para o curso e qual a estratégia a ser usada; 21 • Informar aos estudantes, desde o início do curso, nomes, horários, formas e números para contato com professores, tutores e pessoal de apoio; • Informar locais e datas de provas e datas limite para as diferentes atividades (matrícula, recuperação e outras); • Descrever o sistema de orientação e acompanhamento do estudante, garantindo que os estudantes tenham sua evolução e dificuldades regularmente monitoradas, que recebam respostas rápidas a suas dúvidas, e incentivos e orientação quanto ao progresso nos estudos; • Assegurar flexibilidade no atendimento ao estudante, oferecendo horários ampliados para o atendimento tutorial; • Dispor de pólos de apoio descentralizados de atendimento ao estudante, com infra-estrutura compatível, para as atividades presenciais; • Valer-se de modalidades comunicacionais síncronas e assíncronas como videoconferências, chats na Internet, fax, telefones, rádio para promover a interação em tempo real entre docentes, tutores e estudantes; • Facilitar a interação entre estudantes, por meio de atividades coletivas, presenciais ou via ambientes de aprendizagem adequadamente desenhados e implementados para o curso, que incentivem a comunicação entre colegas; • Planejar a formação, a supervisão e a avaliação dos tutores e outros profissionais que atuam nos pólos de apoio descentralizados, de modo a assegurar padrão de qualidade no atendimento aos estudantes; • Abrir espaço para uma representação de estudantes, em órgãos colegiados de decisão, de modo a receber feedback e aperfeiçoar os processos. 22 Portanto, como já afirmado, em um curso a distância o estudante deve ser o centro do processo educacional e a interação deve ser apoiada em um adequado sistema de tutoria e de um ambiente computacional, especialmente implementados para atendimento às necessidades do estudante. Como estratégia, a interação deve proporcionar a cooperação entre os estudantes, propiciando a formação de grupos de estudos e comunidades de aprendizagem. Em suma, o projeto de curso deve prever vias efetivas de comunicação e diálogo entre todos os agentes do processo educacional, criando condições para diminuir a sensação de isolamento, apontada como uma das causas de perda de qualidade no processo educacional, e uma dos principais responsáveis pela evasão nos cursos à distância. III. Material Didático O Material Didático, tanto do ponto de vista da abordagem do conteúdo, quanto da forma, deve estar concebido de acordo com os princípios epistemológicos, metodológicos e políticos explicitados no projeto pedagógico, de modo a facilitar a construção do conhecimento e mediar à interlocução entre estudante e professor, devendo passar por rigoroso processo de avaliação prévia (pré-testagem), com o objetivo de identificar necessidades de ajustes, visando o seu aperfeiçoamento. Em consonância com o projeto pedagógico do curso, o material didático, deve desenvolver habilidades e competências específicas, recorrendo a um conjunto de mídias compatível com a proposta e com o contexto socioeconômico do público-alvo. Cabe observar que somente a experiência com cursos presenciais não é suficiente para assegurar a qualidade da produção de materiais adequados para a educação à distância. 23 A produção de material impresso, vídeos, programas televisivos e radiofônicos, videoconferências, CD-ROM, páginas WEB, objetos de aprendizagem e outros, para uso a distância, atende a diferentes lógicas de concepção, produção, linguagem, estudo e controle de tempo. Para atingir estes objetivos, é necessário que os docentes responsáveis pela produção dos conteúdos trabalhem integrados a uma equipe multidisciplinar, contendo profissionais especialistas em desenho instrucional, diagramação, ilustração, desenvolvimento de páginas web, entre outros. Além disso, é recomendável que as instituições elaborem seus materiais para uso a distância, buscando integrar as diferentes mídias, explorando radiofônicos, a convergência televisivos, de e integração entre informática, de materiais impressos, videoconferências e teleconferências, dentre outros, sempre na perspectiva da construção do conhecimento e favorecendo a interação entre os múltiplos atores. É importante que a proposta de material didático para cursos superiores a distância inclua um Guia Geral do Curso - impresso ou em formato digital, que: • Oriente o estudante quanto às características da educação à distância e quanto aos direitos, deveres e normas de estudo a serem adotadas, durante o curso; • Contenha informações gerais sobre o curso (grade curricular, ementas, etc.); • Informe, de maneira clara e precisa, que materiais serão colocados à disposição do estudante (livros-texto, cadernos de atividades, leituras complementares, roteiros, obras de referência, CD ROM, Web-sites, vídeos, ou seja, um conjunto - impresso e/ou disponível na rede - que se articula com outras tecnologias de comunicação e informação para garantir flexibilidade e diversidade); 24 • Defina as formas de interação com professores, tutores e colegas; • Apresente o sistema de acompanhamento, avaliação e todas as demais orientações que darão segurança durante o processo educacional. Relativo ao conteúdo de cada material educacional é importante que seja colocado a disposição dos estudantes um Guia - impresso ou digital, que: • Oriente o estudante quanto às características do processo de ensino e aprendizagem particulares de cada conteúdo; • Informe ao estudante a equipe de docentes responsável pela gestão do processo de ensino; • Informe ao estudante a equipe de tutores e os horários de atendimento; • Apresente cronograma (data, horário, local - quando for o caso) para o sistema de acompanhamento e avaliação. Especial atenção deve ser devotada à construção do material didático no que diz respeito à garantia de unidade entre os conteúdos trabalhados, quaisquer que sejam sua organização, disciplinas, módulos, áreas, temas, projetos. Outro aspecto relevante é a garantia de que o material didático propicie interação entre os diferentes sujeitos envolvidos no projeto. Para atender a estas orientações, o material didático deve: • Com especial atenção, cobrir de forma sistemática e organizada o conteúdo preconizado pelas diretrizes pedagógicas, segundo documentação do MEC, para cada área do conhecimento, com atualização permanente; • Ser estruturados em linguagem dialógica, de modo a promover autonomia do estudante desenvolvendo sua capacidade para aprender e controlar o próprio desenvolvimento; 25 • Prever, como já adiantado antes em outro ponto deste documento, um módulo introdutório - obrigatório ou facultativo - que leve ao domínio de conhecimentos e habilidades básicos, referentes à tecnologia utilizada e também forneça para o estudante uma visão geral da metodologia em educação à distância a ser utilizada no curso, tendo em vista ajudar seu planejamento inicial de estudos e em favor da construção de sua autonomia; • Detalhar que competências cognitivas, habilidades e atitudes o estudante deverá alcançar ao fim de cada unidade, módulo, disciplina, oferecendo-lhe oportunidades sistemáticas de auto-avaliação; • Dispor de esquemas alternativos para atendimento de estudantes com deficiência; • Indicar bibliografia e sites complementares, de maneira a incentivar o • Aprofundamento e complementação da aprendizagem. Enfim, o projeto pedagógico do curso deve especificar claramente a configuração do material didático que será utilizado. Em particular, deve especificar a equipe multidisciplinar responsável por esta tarefa: os professores responsáveis por cada conteúdo de cada disciplina, bem como os demais profissionais nas áreas de educação e técnica (por exemplo, web designers, desenhistas gráficos, equipe de revisores, equipe de vídeo, etc). Deve especificar, também, a parcela deste material que estará produzida e prétestada pela equipe multidisciplinar institucional antes do início do curso. IV. Equipe Multidisciplinar Em educação à distância, há uma diversidade de modelos, que resulta em possibilidades diferenciadas de composição dos recursos humanos necessários à estruturação e funcionamento de cursos nessa modalidade. 26 No entanto, qualquer que seja a opção estabelecida, os recursos humanos devem configurar uma equipe multidisciplinar com funções de planejamento, implementação e gestão dos cursos à distância, onde três categorias profissionais, que devem estar em constante qualificação, são essenciais para uma oferta de qualidade: docentes, tutores e pessoal técnicoadministrativo. Seguem os detalhes das principais competências de cada uma dessas classes funcionais. • Docentes: Em primeiro lugar, é enganoso considerar que programas a distância minimizam o trabalho e a mediação do professor. Muito pelo contrário, nos cursos superiores à distância, os professores vêem suas funções se expandirem, o que requer que sejam altamente qualificados. Em uma instituição de ensino superior que promova cursos à distância, os professores devem ser capazes de: a) estabelecer os fundamentos teóricos do projeto; b) selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades pedagógicas; c) identificar os objetivos referentes a competências cognitivas, habilidades e atitudes; d) definir bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas quanto complementares; e) elaborar o material didático para programas a distância; f) realizar a gestão acadêmica do processo de ensino-aprendizagem, em particular motivar, orientar, acompanhar e avaliar os estudantes; g) avaliar-se continuamente como profissional participante do coletivo de um projeto de ensino superior à distância. 27 O projeto pedagógico deve apresentar o quadro de qualificação dos docentes responsáveis pela coordenação do curso como um todo, pela coordenação de cada disciplina do curso, pela coordenação do sistema de tutoria e outras atividades concernentes. É preciso a apresentação dos currículos e outros documentos necessários para comprovação da qualificação dos docentes, inclusive especificando a carga horária semanal dedicada às atividades do curso. Além disso, a instituição deve indicar uma política de capacitação e atualização permanente destes profissionais. • Tutores: O corpo de tutores desempenha papel de fundamental importância no processo educacional de cursos superiores à distância e compõem quadro diferenciado, no interior das instituições. O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que participa ativamente da prática pedagógica. Suas atividades desenvolvidas à distância ou presencialmente devem contribuir para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico. Um sistema de tutoria necessário ao estabelecimento de uma educação a distância de qualidade deve prever a atuação de profissionais que ofereçam tutoria à distância e tutoria presencial. A tutoria a distância atua a partir da instituição, mediando o processo pedagógico junto a estudantes geograficamente distantes, e referenciados aos pólos descentralizados de apoio presencial. Sua principal atribuição deste profissional é o esclarecimento de dúvidas através fóruns de discussão pela Internet, pelo telefone, participação em videoconferências, entre outros, de acordo com o projeto pedagógico. 28 O tutor a distância tem também a responsabilidade de promover espaços de construção coletiva de conhecimento, selecionar material de apoio e sustentação teórica aos conteúdos e, freqüentemente, faz parte de suas atribuições participar dos processos avaliativos de ensino-aprendizagem, junto com os docentes. A tutoria presencial atende os estudantes nos pólos, em horários préestabelecidos. Este profissional deve conhecer o projeto pedagógico do curso, o material didático e o conteúdo específico dos conteúdos sob sua responsabilidade, a fim de auxiliar os estudantes no desenvolvimento de suas atividades individuais e em grupo, fomentando o hábito da pesquisa, esclarecendo dúvidas em relação a conteúdos específicos, bem como ao uso das tecnologias disponíveis. Participa de momentos presenciais obrigatórios, tais como avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios supervisionados, quando se aplicam. O tutor presencial deve manter-se em permanente comunicação tanto com os estudantes quanto com a equipe pedagógica do curso. Cabe ressaltar que as funções atribuídas a tutores a distância e a tutores presenciais são intercambiáveis em um modelo de educação a distância que privilegie forte mobilidade espacial de seu corpo de tutores. Em qualquer situação, ressalta-se que o domínio do conteúdo é imprescindível, tanto para o tutor presencial quanto para o tutor à distância e permanece como condição essencial para o exercício das funções. Esta condição fundamental deve estar aliada à necessidade de dinamismo, visão crítica e global, capacidade para estimular a busca de conhecimento e habilidade com as novas tecnologias de comunicação e informação. Em função disto, é indispensável que as instituições desenvolvam planos de capacitação de seu corpo de tutores. Um programa de capacitação de tutores deve, no mínimo, prever três dimensões: capacitação no domínio específico do conteúdo; capacitação em mídias de comunicação e capacitação em fundamentos da EAD e no modelo de tutoria. 29 Por fim, o quadro de tutores previstos para o processo de mediação pedagógica deve especificar a relação numérica estudantes, tutor capaz de permitir interação no processo de aprendizagem. O corpo técnico-administrativo O corpo técnico-administrativo tem por função oferecer o apoio necessário para a plena realização dos cursos ofertados, atuando na sede da instituição junto à equipe docente responsável pela gestão do curso e nos pólos descentralizados de apoio presencial. As atividades desempenhadas por esses profissionais envolvem duas dimensões principais: a administrativa e a tecnológica. Na área tecnológica, os profissionais devem atuar nos pólos de apoio presencial em atividades de suporte técnico para laboratórios e bibliotecas, como também nos serviços de manutenção e zeladoria de materiais e equipamentos tecnológicos. A atuação desses profissionais, nas salas de coordenação dos cursos ou nos centros de educação a distância das instituições, tem como principais atribuições o auxílio no planejamento do curso, o apoio aos professores conteudistas na produção de materiais didáticos em diversas mídias, bem como a responsabilidade pelo suporte e desenvolvimento dos sistemas de informática e suporte técnico aos estudantes. No que tange à dimensão administrativa, a equipe deve atuar em funções de secretaria acadêmica, no registro e acompanhamento de procedimentos de matrícula, avaliação e certificação dos estudantes, envolvendo o cumprimento de prazos e exigências legais em todas as instâncias acadêmicas; bem como no apoio ao corpo docente e de tutores nas atividades presenciais e a distância, distribuição e recebimento de material didático, atendimento a estudantes usuários de laboratórios e bibliotecas, entre outros. 30 Entre os profissionais do corpo técnico-administrativo, destaca-se o coordenador do pólo de apoio presencial como o principal responsável pelo bom funcionamento dos processos administrativos e pedagógicos que se desenvolvem na unidade. Este coordenador necessita conhecer os projetos pedagógicos dos cursos oferecidos em sua unidade, atentando para os calendários, especialmente no que se refere às atividades de tutoria presencial, zelando para que os equipamentos a serem utilizados estejam disponíveis e em condições de perfeito uso, enfim prezar para que toda a infra-estrutura esteja preparada para a viabilização das atividades. Outra importante atribuição do coordenador do pólo é a supervisão do trabalho desenvolvido na secretaria da unidade, providenciando para que o registro dos estudantes e todas as demais ocorrências, tais como notas, disciplinas ou módulos cursados, freqüências, transferências, sejam feitas de forma organizada e em tempo hábil. Portanto, para o exercício de suas funções, o coordenador do pólo deve possuir prévia experiência acadêmica e administrativa e ser graduado. V. Infra-estrutura de apoio Além de mobilizar recursos humanos e educacionais, um curso a distância exige infra-estrutura material proporcional ao número de estudantes, aos recursos tecnológicos envolvidos e à extensão de território a ser alcançado, o que representa um significativo investimento para a instituição. A infra-estrutura material refere-se aos equipamentos de televisão, vídeocassetes, áudio-cassete, fotografia, impressoras, linhas telefônicas, inclusive dedicadas para Internet e serviços 0800, fax, equipamentos para produção audiovisual e para videoconferência, computadores ligados em rede ou stand alone e outros, dependendo da proposta do curso. 31 Deve-se atentar ao fato de que um curso a distância não exime a instituição de dispor de centros de documentação e informação ou midiatecas (que articulam bibliotecas, videotecas, audiotecas, hemerotecas e infotecas, etc.) para prover suporte a estudantes, tutores e professores. A infra-estrutura estrutura física das instituições que oferecem cursos a distância deve estar disponível: na sede da instituição (em sua Secretaria, núcleo de EAD) e nos pólos de apoio presencial. Coordenação acadêmico-operacional nas instituições A despeito da diversidade de modelos de educação a distância adotada, é indispensável à existência, nas instituições, de infra-estrutura que centralize a gestão dos cursos ofertados. Estes espaços nas instituições podem se configurar em estruturas mais gerais como centros ou secretarias de educação a distância ou em estruturas mais localizadas, especialmente salas de coordenação acadêmica e de tutoria dos cursos e salas de coordenação operacional. Estas unidades de suporte ao planejamento, produção e gestão dos cursos à distância, em vista de garantir o padrão de qualidade, necessitam de infra-estrutura básica composta minimamente por secretaria acadêmica, salas de coordenação do curso, salas para tutoria à distância, biblioteca, sala de professores, sala de videoconferência (opcional). Além disso, como unidades responsáveis por garantir as ações e as políticas da educação à distância, devem promover ensino, pesquisa e extensão. Entre os profissionais com presença fundamental nestas unidades, destacam-se: o coordenador de curso, o coordenador do corpo de tutores (quando for o caso), os professores coordenadores de disciplina, tutores, auxiliares de secretaria, profissionais das diferentes tecnologias, conforme proposta do curso. 32 Pólo de Apoio Presencial Segundo a Portaria Normativa nº 02/2007, § 1º, “o pólo de apoio presencial é a unidade operacional para desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distância”. Desse modo, nessas unidades serão realizadas atividades presenciais previstas em Lei, tais como avaliações dos estudantes, defesas de trabalhos de conclusão de curso, aulas práticas em laboratório específico, quando for o caso, estágio obrigatório quando previsto em legislação pertinente além de orientação aos estudantes pelos tutores, videoconferência, atividades de estudo individual ou em grupo, com utilização do laboratório de informática e da biblioteca, entre outras. Essa unidade, portanto, desempenha papel de grande importância para o sistema de educação a distância. Sua instalação auxilia o desenvolvimento do curso e funciona como um ponto de referência fundamental para o estudante. Os pólos devem possuir horários de atendimento diversificados, principalmente para incluir estudantes trabalhadores, com horário disponível reduzido e devem, se possível, funcionar durante todos os dias úteis da semana, incluindo sábado, nos três turnos. Deve-se ressaltar que, por meio da implantação dos pólos, as instit de ensino poderão viabilizar a expansão, interiorização e regionalização da oferta de educação no País. Assim, a escolha da localização dos mesmos e sua estruturação devem respeitar as peculiaridades de cada região e localidade, bem como as particularidades dos cursos ofertados e suas respectivas áreas de conhecimento. Essa escolha criteriosa deve considerar a vinculação entre os cursos ofertados e as demandas locais, em favor do desenvolvimento social, econômico e cultural da região. 33 Assim, os pólos de apoio presencial devem contar com estruturas essenciais, cuja finalidade é assegurar a qualidade dos conteúdos ofertados por meio da disponibilização aos estudantes de material para pesquisa e recursos didáticos para aulas práticas e de laboratório, em função da área de conhecimento abrangida pelos cursos. Desse modo, torna-se fundamental a disponibilidade de biblioteca, laboratório de informática com acesso a Internet de banda larga, sala para secretaria, laboratórios de ensino (quando aplicado), salas para tutorias, salas para exames presenciais, cujas características estão descritas a seguir. As bibliotecas dos pólos devem possuir acervo atualizado, amplo e compatível com as disciplinas dos cursos ofertados. Seguindo a concepção de amplitude de meios de comunicação e informação da educação à distância, o material oferecido na biblioteca deve ser disponibilizado em diferentes mídias. É importante, também, que a biblioteca esteja informatizada, permitindo que sejam realizadas consultas on-line, solicitação virtual de empréstimos dos livros, entre outras atividades de pesquisa que facilitem o acesso ao conhecimento. Além disso, a biblioteca deve dispor em seu espaço interno de salas de estudos individuais e em grupo. O laboratório de informática, que pode ser composto de mais de uma unidade, desempenha papel primordial nos cursos à distância, e precisa estar equipado de forma que permita com auxílio de uma ambiente virtual de aprendizagem projetado para o curso, a interação do estudante com outros estudantes, docentes, coordenador de curso e com os responsáveis pelo sistema de gerenciamento acadêmico e administrativo do curso. Além de locus para a realização de tutorias presenciais, o laboratório deve ser de livre acesso, para permitir que os estudantes possam consultar a Internet, realizar trabalhos, enfim ser um espaço de promoção de inclusão digital. 34 Portanto, para que isso ocorra, é necessária compatibilidade entre a quantidade de equipamentos e o número de estudantes atendidos. Essa relação será determinada pela instituição de ensino, respeitando as particularidades do curso e do local do pólo, com vistas à garantia de padrões de qualidade no acesso aos equipamentos. Um laboratório de informática no pólo de apoio presencial deve possuir, minimamente, recursos de multimídia e computadores modernos, com leitoras de DVD ou CD, ligados em rede com acesso a Internet banda larga. Também é requisito importante que esse laboratório possua refrigeração e iluminação apropriadas, bem como estar equipado conforme as especificidades dos cursos que atenderá. Imprescindível também são os espaços físicos destinados a abrigar a Secretaria do Pólo e as Salas de Tutoria. A secretaria deve concentrar toda a logística de administração acadêmica e operacional do pólo, enquanto que os espaços para a tutoria devem contar com pequenas salas para atendimento de pequenos grupos e salas mais amplas para grandes grupos. Por outro lado, diversas áreas do conhecimento científico são fortemente baseadas em atividades experimentais. Para cursos dessas áreas, as experiências laboratoriais configuram-se como essenciais para a garantia de qualidade no processo de ensino-aprendizagem. Portanto, as instituições de ensino que venham a ministrar cursos dessa natureza deverão possuir laboratórios de ensino nos pólos de apoio presencial. Os insumos para as atividades nos laboratórios de ensino deverão ser especificados de forma clara no projeto do curso. Para a instalação de pólos, dois outros requisitos necessitam de ser atendidos. O primeiro diz respeito às condições de acessibilidade e utilização dos equipamentos por pessoas com deficiências, ou seja, deve-se atentar para um projeto arquitetônico e pedagógico que garanta acesso, ingresso e permanência dessas pessoas, acompanhadas de ajudantes ou animais que eventualmente lhe servem de apoio, em todos os ambientes de uso coletivo. 35 O outro requisito refere-se à existência de um projeto de manutenção e conservação das instalações físicas e dos equipamentos. Para a realização desses serviços, o pólo deve contar com técnicos em informática e técnicos para os laboratórios de ensino específicos (quando couber), contratar pessoal capacitado para manutenção e conservação do acervo bibliográfico, dos equipamentos e das instalações físicas do local, além de pessoal de limpeza e serviços gerais. O pólo de apoio presencial, sendo uma unidade para atendimento aos estudantes, e local das atividades presenciais, além da estrutura física adequada, deve contar com uma equipe capacitada para atender os estudantes em suas necessidades. A composição desta equipe dependerá da natureza e dos projetos pedagógicos dos cursos, sendo, no mínimo, composta pelo coordenador do pólo, os tutores presenciais, técnicos de laboratório de ensino (quando for o caso), técnicos para laboratório de informática, bibliotecário, pessoal de secretaria. Finalmente, vale destacar que o estabelecimento de parcerias, convênios e acordos entre instituições, com vistas à oferta de cursos à distância e estruturação de pólos de apoio presencial, somente será possível se estiver de acordo com o que dispõe o Artigo 26 do Decreto 5.622/2005. VI. Gestão acadêmico-administrativa A gestão acadêmica de um projeto de curso de educação a distância deve estar integrada aos demais processos da instituição, ou seja, é de fundamental importância que o estudante de um curso a distancia tenha as mesmas condições e suporte que o presencial, e o sistema acadêmico deve priorizar isso, no sentido de oferecer ao estudante, geograficamente distante, o acesso aos mesmos serviços disponíveis para ao do ensino tradicional, como: matrícula, inscrições, requisições, acesso às informações institucionais, secretaria, tesouraria, etc. 36 Em particular, a logística que envolve um projeto de educação a distancia os processos de tutoria, produção e distribuição de material didático, acompanhamento e avaliação do estudante - precisam ser rigorosamente gerenciados e supervisionados, sob pena de desestimular o estudante levandoo ao abandono do curso, ou de não permitir devidamente os registros necessários para a convalidação do processo de aprendizagem. Por envolver um conjunto de processos integrados, a gestão de um sistema de educação à distância em nível superior é complexa. É usual no meio de educação à distância a imagem de que o processo de ensinoaprendizagem a distância envolve os vários elos de uma corrente que compõe o "sistema" e de que a robustez do processo, como um todo, está relacionada com o elo mais frágil desta corrente. A Instituição deve explicitar seu referencial de qualidade em seu processo de gestão, apresentando em seu projeto de sistema de educação à distância, o atendimento, em particular, a serviços básicos como: a) Um sistema de administração e controle do processo de tutoria especificando, quando for o caso, os procedimentos logísticos relacionados com os momentos presenciais e a distância; b) Um sistema (logística) de controle da produção e distribuição de material didático; c) um sistema de avaliação de aprendizagem, especificando a logística adotada para esta atividade. d) Bancos de dados do sistema como um todo, contendo em particular: cadastro de estudantes, professores coordenadores, tutores, etc; e) Cadastro de equipamentos e facilidades educacionais do sistema; f) Sistema de gestão dos atos acadêmicos tais como: inscrição e trancamento de disciplinas e matrícula; 37 g) Registros de resultados de todas as avaliações e atividades realizadas pelo estudante, prevendo-se, inclusive recuperação e a possibilidade de certificações parciais; h) Um sistema que permita ao professor ter autonomia para a elaboração, inserção e gerenciamento de seu conteúdo, e que isso possa ser feito de maneira amigável e rápida, com liberdade e flexibilidade. VII. Sustentabilidade Financeira A educação superior à distância de qualidade envolve uma serie de investimentos iniciais elevados, para a produção de material didático, na capacitação das equipes multidisciplinares, na implantação de pólos de apoio presencial e na disponibilização dos demais recursos educacionais, assim como na implantação (metodologia e equipe) da gestão do sistema de educação a distancia. Inicialmente, não há uma adequada relação custo benefício, só sendo viável levando-se em consideração a amortização do investimento inicial em médio prazo. No entanto, para alguns analistas, um projeto acompanhado e avaliado permanentemente combinado com os avanços tecnológicos faz com que um curso a distância esteja sempre em processo de aperfeiçoamento, o que mantém elevado o investimento nos projetos. Para garantir a continuidade de médio prazo inerente a um curso superior, em especial de graduação, a instituição deve montar a planilha de custos do projeto, como um todo, em consonância com o projeto políticopedagógico e a previsão de seus recursos, mostrando em particular os seguintes elementos: a) Investimento (de curto e médio prazo) • Produção de material multidisciplinar, equipamentos, etc); didático (professores, equipe 38 • Implantação do sistema de gestão; • Equipamentos de comunicação, gestão, laboratórios, etc; • Implantação dos pólos descentralizados de apoio presencial e centro de educação à distância ou salas de tutoria e de coordenação acadêmico-operacional nas instituições. b) Custeio: • Equipe docente: coordenador do curso, coordenadores de disciplinas, coordenador de tutoria e professores responsáveis pelo conteúdo; • Equipe de tutores para atividades de tutoria; • Equipe multidisciplinar; • Equipe de gestão do sistema; • Recursos de comunicação; • Distribuição de material didático; • Sistema de avaliação. Como parte desse item, a instituição deve apresentar uma planilha de oferta de vagas, especificando claramente a evolução da oferta ao longo do tempo. O número de estudantes para cada curso deve apresentar-se em completa consistência com o projeto político-pedagógico, os meios que estarão disponibilizados pela instituição, o quadro de professores, de tutores e da equipe técnico-administrativa, que irão trabalhar no atendimento aos estudantes, o investimento e custeio a serem feitos e outros aspectos indicados nesse documento. 39 1.4 A Expansão da Educação à Distância no Ensino Superior Brasileiro A chamada Nova Economia definida por Hayes (2002), como a combinação entre globalização, alta tecnologia, conhecimento e informação como principais ativos e recursos produtivos de qualquer empresa tem provocado profundas mudanças nas organizações e nas pessoas que nelas atuam. Mudanças de caráter científico, tecnológico e social que influenciam também as relações de trabalho. As organizações têm buscado colaboradores cada vez mais qualificados. Fato que faz com que a escolarização permanente ou formação continuada passe a ser uma exigência do mercado de trabalho. Para alguns, porém, existem barreiras a serem transpostas. Como conciliar o tempo disponível para trabalho e estudos? Como ter acesso a cursos que estão geograficamente distantes? Como custear um curso superior (graduação, pósgraduação, MBA etc.)? Uma possível solução para tantos questionamentos é a chamada Educação à Distância, mais conhecida como EAD, uma modalidade de ensino que transforma a tradicional relação entre professor e aluno através do uso de diversos recursos, sejam estes tecnológicos ou não. Aretio (1994, p.39) define a EAD como: Um sistema de comunicação bidirecional, que substitui a interação pessoal entre professor e aluno pela ação sistemática conjunta de diversos recursos instrumentais e pelo apoio de um Centro Associado ou pólo que propicia todas as condições para a aprendizagem autônoma dos estudantes com a participação efetiva de tutores altamente qualificados. Diante dessa nova realidade, algumas instituições de ensino superior (IES) estão investindo em tecnologias de EAD e na divulgação dessa técnica de aprendizado. 40 Em relação ao investimento das IES, Martins (2008, p. 358) afirma que: As instituições de ensino superior estão aumentando consideravelmente os cursos à distância, utilizando todos os recursos publicitários para difundir as informações em programas de televisão e mediante as redes de computação. Porto e Regnier (2003) corroboram com Martins (2008) ao afirmar que a criação de universidades virtuais para a oferta do ensino a distância e de consórcios para a atuação na EAD, no ensino presencial e na oferta de serviços ligados ao ensino superior (consultorias, desenvolvimento de pesquisas etc.), são tendências que começam a tomar vulto internacionalmente. Se, por um lado, há investimentos para que a EAD se propague, por outro, ainda há problemas a serem resolvidos como, por exemplo, a desconfiança e a descrença em seus possíveis resultados frente à educação tradicional. Palhares (2005) lista outros problemas enfrentados pela EAD: • Desconhecimento por parte de quem legisla, ministra e utiliza-se da EAD; • Falta de disciplina para manter um ritmo constante de estudos; • Carência ou disponibilidade de recursos tecnológicos ou financeiros; • Preconceito, a EAD é colocada pela própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) como um recurso para atendimento a situações paliativas ou emergenciais; • Legislação incipiente; • Aceitação da modalidade de negócios. 41 CAPÍTULO 2 ENSINO À DISTÂNCIA E SUA LEGISLAÇÃO PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO Conforme dados da Associação Brasileira de Educação à Distância - ABED, o número de estudantes de Graduação matriculados em Cursos de EAD, reconhecidos pelo MEC, chega a 1,2 milhão. Nas estatísticas do MEC, isso representa um quarto dos 4,8 milhões de alunos matriculados em Cursos presenciais. Para um país, que tem apenas 12% dos jovens entre 18 e 24 anos cursando o ensino superior, são inegáveis as oportunidades que se abrem para que possamos atingir patamares semelhantes aos do Chile e Argentina, cujo índice é de 30% de graduandos nessa faixa etária. Alvissareira é, pois, a comprovação de que, diferentemente do que muita gente supõe a EAD não traz prejuízo para a aprendizagem. O Instituto Nacional de Pesquisa e Estudos Educacionais - INEP comparou as notas médias do ENAD e comprovou que o desempenho dos alunos em EAD, em geral, é de 6,7 pontos superiores aos demais. Porém, a contribuição da EAD não se restringe aos Cursos de Graduação reconhecidos pelo MEC. Aproximadamente, 1,5 milhões de pessoas utilizam a Internet para atualização e qualificação, por meio de Cursos livres e outro 1,5 milhão de funcionários de empresas que fazem Cursos em ambientes corporativos. 42 Em razão dessa onipotência da tecnologia na área educacional e no processo de ensino-aprendizagem, imprescindível admitirmos que seja inegável e irreversível a expansão da EAD, tendo em vista ser a porta de entrada para sanar o "déficit" estatístico do número de graduados e profissionais no país. A educação à distância sempre deverá ser considerada no contexto da educação e, portanto, como a educação necessariamente vinculada ao contexto histórico, político e social em que se realiza como prática social de natureza cultural. A educação à distância de modo algum pode ser concebida como um distanciamento da educação (LOBO, 1998, p.5). A realidade brasileira tem demonstrado que a EAD não parece ser mais do que uma modalidade de ensino que tem sido utilizada para atingir objetivos econômicos e políticos, mais do que sociais. Prova disso, é que na cultura brasileira a EAD tem, até bem pouco tempo, sido considerada como desprovida de qualificação, além de sofrer preconceito e resistência por parte da sociedade ou como panacéia dos males educacionais, ou pelos cépticos que, fechando seus olhos para suas concretas possibilidades, “transformam-na numa oferta de segunda classe para dar impressão de atendimento aos excluídos de sempre” (Lobo, 1998, p.5). De acordo com Lobo (2000), a LDB trouxe algumas determinações sobre a Educação a Distância, mas as remetia a futuras regulamentações. Essas regulamentações vieram sob a forma de decretos e portarias, destacando-se, entre outras, a seguinte: Portaria nº 2.253/2001 – Autoriza a oferta de disciplinas não presenciais em cursos de graduação regulares. A Portaria 2.253, um dos instrumentos legais que contribuiu para a regulamentação da Educação a Distância no Brasil, provocou grande repercussão no dia-a-dia do sistema educacional universitário. 43 Segundo Maia (2002), a Portaria chegou para transformar e movimentar o ensino superior brasileiro, em razão das oportunidades e desafios trazidos pela lei. A institucionalização dessa Portaria, afirma a autora, trouxe à tona e deu credibilidade à realização e discussão de assuntos referentes à virtualidade, semipresencialidade, questões filosóficas, conceituais, afetivas e financeiras relacionadas a um novo paradigma de ensino. Ela trouxe para as Instituições de Ensino Superior (IES) a discussão de como desenvolver, pensar, propor e criar metodologias de ensino que vislumbrem novas maneiras de ensinar e aprender. Na visão de Maia (2002), a Portaria 2.253 fez com que as Instituições “acordassem” para o debate sobre o ensino a distância com tecnologias interativas, para a pesquisa e formação de núcleos e centros de educação à distância. A divulgação da Portaria deu-se em um momento em que a maior parte das instituições de ensino sequer pensava no desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem e no uso de tecnologias interativas como possibilidade de flexibilização e otimização curricular. Segundo Moran (2003), também destaca a importância da Portaria 2.253, que permitiu a flexibilização do currículo em 20% da carga total nos cursos de graduação já autorizados presencialmente. Para o autor, os 20% são uma etapa inicial de criação da cultura on-line. Mais tarde, cada universidade irá definir qual é o ponto de equilíbrio entre o presencial e o virtual em cada área do conhecimento. Para Lobo (2000), a regulamentação da Educação à Distância trouxe uma nova configuração no cenário educacional brasileiro. Na visão do autor, o ensino a distância e o ensino presencial não podem ser vistos de forma dicotômica, ou seja, deve-se olhar para momentos e modos de um mesmo processo, que é a educação sistematizada e intencionalizada, como apoio de um projeto individual e coletivo de educar-se. 44 Nesse sentido, um projeto com a participação governamental, como a Universidade Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 5.800/2006, que dispõe sobre um Acordo de Cooperação Técnica entre Ministério da Educação e Universidades federais, públicas e CEFETs visando à expansão, democratização do acesso e interiorização da educação superior representa um marco importante no fortalecimento da Educação a Distância no País. 2.1 Regulamentação da EAD no Brasil Por se tratar de uma forma nova de educação, nas quais as definições quanto à função docente estão ainda em construção, serão destacadas algumas das principais disposições legais que tratam da Ead. Pode-se dizer que o marco legal da expansão apresentada foi o artigo n.º. 80 da LDB (1996), cujo caput dispõe que “o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”. Diversas regulamentações anunciadas pelo artigo n.º. 80 da LDB, em seus parágrafos, como o credenciamento de instituições, os requisitos para a realização de exames e registro de diplomas, foram objeto de normatização pelo Decreto nº. 2.494/98, substituído, em 19 de dezembro de 2005, pelo Decreto no. 5.622 (BRASIL, 2005), que caracteriza a educação à distância. Como modalidade educacional na qual a mediação didáticopedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias e informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (BRASIL, 2005, Art. 1º). 45 Tal definição constituiu um avanço em relação ao decreto anterior, pois explicitou a necessidade de professores desenvolvendo a mediação pedagógica. Também servem como referência alguns requisitos a serem cumpridos pelas instituições que demandam credenciamento (BRASIL, 2005, Art. 12): Projetos pedagógicos para os cursos e programas que serão ofertados na modalidade à distância; Apresentar corpo docente com as qualificações exigidas na legislação em vigor e, preferencialmente, com formação para o trabalho com educação à distância; Descrição detalhada dos serviços de suporte e infraestrutura adequados à realização do projeto pedagógico, relativamente a: a) instalações físicas e infraestrutura de suporte e atendimento remoto aos estudantes e professores; c) polos de educação à distância para a execução descentralizada de funções pedagógico-administrativas do curso, quando for o caso; d) bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico remoto e acesso por meio de redes de comunicação e sistemas de informação, com regime de funcionamento e atendimento adequados aos estudantes de educação à distância. Apesar da criação de cursos e programas de mestrado e doutorado a distância serem previstos no Decreto 5.622/05 (BRASIL, 2005), até hoje a CAPES ainda não editou as normas complementares para sua implementação. Outra disposição legal federal de grande importância é a Portaria nº. 4.059, de 10 de dezembro de 2004, pelas consequências que traz para a educação presencial. É conhecida como a Portaria dos 20%, pois permite às instituições de ensino superior a oferta de disciplinas que utilizem a modalidade semipresencial, caracterizada como quaisquer atividades didáticas, módulos ou 46 unidades de ensino-aprendizagem centrados na autoaprendizagem e com a mediação de recursos didáticos organizados em diferentes suportes de informação que utilizem tecnologias de comunicação remota. Limita esta oferta a 20% da carga horária total do curso. A partir da utilização de tecnologias de informação/comunicação, essa Portaria aproxima as duas formas de educação – presencial e a distância - que alguns tratam como realidades incomunicáveis. O risco que apresenta é ter sua intenção desvirtuada por instituições de ensino nãoidôneas como mera estratégia de redução de custos, no sentido do aumento da lucratividade. A leitura de seu Art. 2º (BRASIL, 2005), permite perceber que tal não é o propósito do legislador: Art. 2º. A oferta das disciplinas previstas no artigo anterior deverá incluir métodos e práticas de ensino-aprendizagem que incorporem o uso integrado de tecnologias de informação e comunicação para a realização de objetivos pedagógicos, bem como prever encontros presenciais e atividades de tutoria. § Único. Para os fins desta Portaria, entende-se que a tutoria das disciplinas ofertadas na modalidade semipresencial implica na existência de docentes qualificados em nível compatível ao previsto no projeto pedagógico do curso, com carga horária específica para os momentos presenciais e os momentos a distância. 2.2.1 Legislação de Educação à Distância no Brasil As bases legais da educação à distância no Brasil foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996), pelo Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 (publicado no D.O.U. DE 11/02/98), Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998 (publicado no D.O.U. de 28/04/98) e pela Portaria Ministerial n.º 301, de 07 de abril de 1998 (publicada no D.O.U. de 09/04/98). Em 3 de abril de 2001, a Resolução n.º 1 , do Conselho Nacional de Educação estabeleceu as normas para a pós graduação lato e stricto sensu. 47 Ensino fundamental, médio e técnico à distância Para oferta de cursos a distância dirigida à educação fundamental de jovens e adultos, ensino médio e educação profissional de nível técnico, o Decreto n.º 2.561/98 delegou competência às autoridades integrantes dos sistemas de ensino de que trata o artigo 8º da LDB, para promover os atos de credenciamento de instituições localizadas no âmbito de suas respectivas atribuições. Assim, as propostas de cursos nesses níveis deverão ser encaminhadas ao órgão do sistema municipal ou estadual responsável pelo credenciamento de instituições e autorização de cursos (Conselhos Estaduais de Educação) a menos que se trate de instituição vinculada ao sistema federal de ensino, quando, então, o credenciamento deverá ser feito pelo Ministério da Educação. Ensino superior (graduação) e educação profissional em nível tecnológico No caso da oferta de cursos de graduação e educação profissional em nível tecnológico, a instituição interessada deve credenciar-se junto ao Ministério da Educação, solicitando, para isto, a autorização de funcionamento para cada curso que pretenda oferecer. O processo será analisado na Secretaria de Educação Superior, por uma Comissão de Especialistas na área do curso em questão e por especialistas em educação à distância. O Parecer dessa Comissão será encaminhado ao Conselho Nacional de Educação. O trâmite, portanto, é o mesmo aplicável aos cursos presenciais. A qualidade do projeto da instituição será o foco principal da análise. Para orientar a elaboração de um projeto de curso de graduação à distância, a Secretaria de Educação à Distância elaborou o documento Indicadores de qualidade para cursos de graduação à distância, disponível no site do Ministério para consulta. As bases legais são as indicadas no primeiro parágrafo deste texto. 48 Pós-graduação à distância A possibilidade de cursos de mestrado, doutorado e especialização a distância foi disciplinada pela Resolução nº 01, da Câmara de Ensino Superior-CES, do Conselho Nacional de Educação-CNE, em 3 de abril de 2001. O artigo 3º, tendo em vista o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei nº 9.394, de 1996, determina que os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) à distância serão oferecidos exclusivamente por instituições credenciadas para tal fim pela União e obedecem às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecidas na referida Resolução. No artigo 11, a Resolução nº 1, de 2001, também conforme o disposto no § 1º do art. 80 da Lei nº 9.394/96, de 1996, estabelece que os cursos de pós-graduação lato sensu a distância só poderão ser oferecidos por instituições credenciadas pela União. Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância deverão incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial de monografia ou trabalho de conclusão de curso. Diplomas e certificados de cursos à distância emitidos por instituições estrangeiras Conforme o Art. 6º do Dec. 2.494/98, os diplomas e certificados de cursos à distância emitidos por instituições estrangeiras, mesmo quando realizados em cooperação com instituições sediadas no Brasil, deverão ser revalidados para gerarem os efeitos legais. 49 Resolução CES/CNE 01, de 3 de abril de 2001, relativa a cursos de pós-graduação, dispõe, no artigo 4º, que “os diplomas de conclusão de cursos de pós-graduação stricto sensu obtidos de instituições de ensino superior estrangeiras, para terem validade nacional, devem ser reconhecidos e registrados por universidades brasileiras que possuam cursos de pósgraduação reconhecidos e avaliados na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior ou em área afim. Vale ressaltar que a Resolução CES/CNE nº 2, de 3 de abril de 2001, determina no caput do artigo 1º, que “os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos no Brasil por instituições estrangeiras, diretamente ou mediante convênio com instituições nacionais, deverão imediatamente cessar o processo de admissão de novos alunos”. Estabelece, ainda, que essas instituições estrangeiras deverão no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data de homologação da Resolução, encaminhar à Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES a relação dos diplomados nesses cursos, bem como dos alunos matriculados, com a previsão do prazo de conclusão. Os diplomados nos referidos cursos “deverão encaminhar documentação necessária para o processo de reconhecimento por intermédio da CAPES”. 2.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação No Brasil, a modalidade de educação à distância obteve respaldo legal para sua realização com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 –, que estabelece, em seu artigo 80, a possibilidade de uso orgânico da modalidade de educação à distância em todos os níveis e modalidades de ensino. Esse artigo foi regulamentado posteriormente pelos Decretos 2.494 e 2.561, de 1998, mas ambos revogados pelo Decreto 5.622, em vigência desde sua publicação em 20 de dezembro de 2005. 50 No Decreto 5.622, ficou estabelecida a política de garantia de qualidade no tocante aos variados aspectos ligados à modalidade de educação à distância, notadamente ao credenciamento institucional, supervisão, acompanhamento e avaliação, harmonizados com padrões de qualidade enunciados pelo Ministério da Educação. Entre os tópicos relevantes do Decreto, tem destaque: a) A caracterização¹ de EAD visando instruir os sistemas de ensino; b) O estabelecimento de preponderância da avaliação presencial dos estudantes em relação às avaliações feitas à distância; c) Maior explicitação de critérios para o credenciamento no documento do plano de desenvolvimento institucional (PDI), principalmente em relação aos pólos descentralizados de atendimento ao estudante; d) Mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do número de vagas na educação superior, desvinculada da previsão de condições adequadas; e) Permissão de estabelecimento de regime de colaboração e cooperação entre os Conselhos Estaduais e Conselho Nacional de Educação e diferentes esferas administrativas para: troca de informações; supervisão compartilhada; unificação de normas; padronização de procedimentos e articulação de agentes; f) Previsão do atendimento de pessoa com deficiência; g) Institucionalização de documento oficial com Referenciais de Qualidade² para a educação à distância. ________________________ ¹ O artigo 1º do Decreto caracteriza a educação à distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. 51 Sobre o último tópico destacado cabe observar que muito embora no ano de 2002, não houvesse determinação legal explícita, naquela ocasião o MEC instituiu a primeira comissão de especialistas, por meio da Portaria Ministerial nº 335/2002, com o objetivo de discutir amplamente a questão dos referenciais de qualidade para educação superior à distância. O relatório da comissão serviu de texto-base para a elaboração dos Referenciais de Qualidade² para EAD, pelo MEC, em 2003, sendo, portanto, o ponto de partida para a atualização ora proposta, que está focada na oferta de cursos de graduação e especialização. 2.3 A Primeira Versão dos Referenciais de Qualidade A primeira versão dos referenciais de qualidade para educação à distância, segundo o site pesquisado da Secretaria de Educação a Distância, foi elaborada em 2003. No entanto, dada a necessidade de atualização do documento anterior, tendo em vista a dinâmica do setor e a renovação da legislação, uma comissão de especialistas foi composta para sugerir mudanças no documento, em 2007. Essa versão preliminar foi submetida à consulta pública durante o mês de agosto de 2007. Foram recebidas mais de 150 sugestões e críticas, das quais a maioria foi incorporada. ____________________________ ² O Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005, no parágrafo único do artigo 7º, estabelece que os Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância pautarão as regras para a regulação, supervisão e avaliação dessa modalidade. 52 Esses Referenciais de Qualidade circunscrevem-se no ordenamento legal vigente em complemento às determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, do Decreto 5.773, de junho de 2006 e das Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007. Embora seja um documento que não tem força de lei, ele será um referencial norteador para subsidiar atos legais do poder público no que se referem aos processos específicos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade citada. Por outro lado, as orientações contidas neste documento devem ter função indutora, não só em termos da própria concepção teórico-metodológica da educação à distância, mas também da organização de sistemas de EAD no Brasil. Elaborado a partir de discussão com especialistas do setor, com as universidades e com a sociedade, ele tem como preocupação central apresentar um conjunto de definições e conceitos de modo a, de um lado, garantir qualidade nos processos de educação à distância e, de outro, coibir tanto a precarização da educação superior, verificada em alguns modelos de oferta de EAD, quanto a sua oferta indiscriminada e sem garantias das condições básicas para o desenvolvimento de cursos com qualidade. Muito embora o texto apresente orientações especificamente à educação superior, ele será importante instrumento para a cooperação e integração entre os sistemas de ensino, nos termos dos arts. 8o, 9o, 10 e 11 da Lei nº 9.394, de 1996, nos quais se preceitua a padronização de normas e procedimentos nacionais para os ritos regulatórios, além de servir de base de reflexão para a elaboração de referenciais específicos para os demais níveis educacionais que podem ser ofertados a distância. 53 CAPÍTULO 3 GRADUAÇÃO A DISTANCIA NO BRASIL Graduação a distância quase dobra no Brasil em um ano. Em todo o país, 760.599 estudantes cursam a modalidade de ensino. Os horários são mais flexíveis e as mensalidades, menores, mas o aluno precisa ser mais disciplinado. A educação à distância é a modalidade que mais cresce no ensino superior brasileiro. Em 2008, o número de estudantes de graduação chegou a 760.599, um aumento de 91% em relação a 2007. Nos últimos quatro anos, de 2004 a 2008, o salto foi de 1.175%. E, embora os cursos à distância atendam o equivalente a apenas um sexto dos alunos presenciais, eles avançam num ritmo de fazer inveja às faculdades tradicionais. O dado mais recente do Ministério da Educação relativo a cursos presenciais é de 2007, quando havia no país 4,8 milhões de estudantes. Na comparação com o ano anterior, isso representa crescimento de 4,4%. No período 2004-2008, as matrículas presenciais aumentaram meros 17%. “O ensino a distância democratiza o acesso ao ensino superior”, diz o secretário de Educação à Distância do MEC, Carlos Bielschowsky. O presidente da Associação Brasileira de Educação à Distância, Fredric Michael Litto, aposta que esta modalidade é o caminho para a expansão do ensino superior. Ele lembra que só 12% dos jovens de 18 a 24 anos estão na universidade, índice inferior a países como Argentina, Chile e até mesmo Bolívia. 54 “A educação à distância representa uma possibilidade de mudar esse quadro, saltando dos 12% ou 13% atuais de cobertura para 20% ou 25%”, diz Fredric, professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), conforme matéria publicada na Gazeta do Povo – maio/2009, disponível em (http://www.gazetadopovo.com.br/ensino/conteudo. phtml? id=885633). 3.1 Eficácia da Graduação à Distância Entre as vantagens do ensino a distância, conforme matéria publicada na Gazeta do Povo – maio/2009 (http://www.gazetadopovo.com.br/ensino/conteudo. phtml? id=885633), estão à possibilidade de levar cursos de graduação a municípios onde não há professores, a flexibilidade de horários e o valor mais baixo das mensalidades. Em contrapartida, disciplina e motivação dos alunos precisam ser maiores. Bielschowsky e Fredric dizem não duvidar da eficácia, em termos de aprendizagem, dos cursos à distância. Ao cruzar resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), substituto do Provão, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) constatou que alunos à distância tiraram, em média, notas mais altas do que os colegas de cursos presenciais. Isso ocorreu entre formandos de Administração e Matemática. 3.2 Qualidade da Graduação à Distância Entusiasta das novas tecnologias, o secretário Bielschowsky quer evitar a proliferação de cursos de baixa qualidade e deu início à supervisão das universidades que oferecem a modalidade. Desde 2008, 23 instituições entraram na lista de fiscalização de 320 professores que percorrem o país para avaliar in loco o ensino ofertado. O resultado é a assinatura de termos de compromisso, com prazo de um ano para melhorias. 55 Entre os principais problemas estão deficiências na avaliação, falta de contato dos alunos com professores, baixa qualidade do material didático e o número excessivo de estudantes por docente. Enquanto a média internacional é de 130 alunos por mestre, o MEC descobriu cursos nos quais a proporção superava mil por um. O presidente da Associação Nacional de Universidades Particulares (Anup), Abib Salim Cury, apóia a cobrança de mais qualidade, mas critica a falta de diálogo com o setor e culpa o governo pelo descontrole: “Largaram ao Deus dará. Tem de botar ordem no galinheiro, só que agora fica mais difícil. Como sempre, começaram a agir sem diálogo, contra as boas (instituições) e as ruins.” (Gazeta do Povo/2009, disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/ensino/conteudo.phtml?id=885633). 3.3 As vantagens da Graduação à Distância As vantagens de estudar em EAD, conforme o site pesquisado (http://www.educacionista.org.br/jornal/index.php?option=com_content&task=vi ew&id=4195), são estudar no horário em que achar melhor, não precisar enfrentar trânsito para ir à aula e poder fazer parte do curso superior no conforto de casa. A proposta de alguns cursos de graduação a distância parece sedutora, principalmente quando se leva em conta toda a flexibilidade que eles oferecem. No entanto, antes de optar por esta modalidade, é preciso ter em mente quais são suas características e se ela é a mais indicada para você. Um dos primeiros mitos a serem derrubados é a aparente facilidade. Apesar de alguns cursos não exigirem a presença do aluno em salas de aulas, isso não significa que a faculdade será mais fácil que uma presencial, em que há chamada, professor, aluno, quadro, carteira e todo o pacote tradicional. Na verdade é preciso se esforçar mais do que em um curso presencial. É o aluno quem vai atrás do conhecimento e, se ele não for não vai conseguir aprender. 56 3.3.1 Mas o Que Leva Uma Pessoa a Procurar Uma Graduação à Distância? O tempo é um dos motivos pelos quais se procura um curso à distância, mas não o único nem o principal, segundo Rita Tarcia, conselheira fiscal da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) e pesquisadora da modalidade. Em um país de dimensões continentais, a distância dos grandes centros ainda é um empecilho para o aprendizado. Conforme matéria publicada na Gazeta do Povo – maio/2009, (http://www.gazetadopovo.com.br/vestibular2009/conteudo.phtml?tl=&id=93246 6&it=As-vantagens-da-graduacao-a-distancia): A EAD assume a responsabilidade da disseminação do conhecimento. Não apenas um profissional no grande centro evita de pegar trânsito para aprender, mas também alguém no interior do país evita de fazer viagens de horas para chegar à escola todos os dias. Isso é muito importante. Estamos dando oportunidade para quem antes não tinha como aprender. (RITA TARCIA – 2009). Na hora de disputar um emprego, o fato de o profissional ter feito um curso presencial ou a distância não é o mais importante. Segundo empresas de assessoria em Recursos Humanos o que realmente ajuda ou atrapalha um candidato é o nome da instituição em que ele se formou. Grandes empresas e multinacionais procuram candidatos com graduação em grandes instituições. Até 2006 ainda havia empresas que olhavam com certo receio os candidatos formados em cursos à distância. Mas a situação mudou depois que instituições conceituadas passaram a oferecer a modalidade. E é sempre bom lembrar: um diploma de graduação a distância é igual e vale exatamente o mesmo que o de um curso presencial. Por isso, a pergunta que você, estudante, deve fazer não é a se vale a pena fazer uma graduação à distância, mas sim se ela é a mais indicada para você, pesando os prós e contras da modalidade. 57 3.3.2 Vantagens e Desvantagens do EAD Frente à Educação Presencial Palhares (2005) afirma que a principal vantagem que a educação aàdistância pode oferecer - quando comparada à educação presencial - é o ensino democrático. Para o autor, todos aqueles que buscam o conhecimento pela EAD encontram amparo, pois ela oferece educação de qualidade para quem precisa, sem impedimentos de espaço, tempo ou qualquer outra condição. Outra vantagem que pode passar despercebida, segundo Palhares (2005), é a eficiência. O aluno da educação a distância precisa, para progredir nos estudos, compreender os conceitos que lhe são apresentados. Artifícios como decorar a informação não são suficientes para que ele avance num processo progressivo de aquisição de conhecimentos e competências. A incompreensão desta condição, inclusive, é um dos fatores que mais contribui para o aumento das taxas de desistência. Ventura (2006) cita como vantagem da EAD a construção coletiva do conhecimento e o papel mais ativo dos alunos. De acordo com a autora, uma pesquisa realizada na Universidade Simon Fraser, em Vancouver no Canadá, indica que, nas salas de aula virtuais, cerca de 75% das mensagens são escritas pelos alunos. Já no ensino presencial, 80% do tempo é ocupado pelo professor por meio da fala e da escrita. Fontana e Mendes (2008) corroboram com Palhares (2005) ao afirmar que a EAD é flexível em relação ao tempo, dando autonomia para os participantes estudarem. Além disso, conforme os autores, a EAD reduz custos e possui mais abrangência do que os cursos presenciais, o que facilita o acesso e minimiza a interferência na rotina de trabalho. Fontana e Mendes (2008) fundamentaram sua argumentação na pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Educação à Distância (ABRAEAD), em 2008, segundo a qual, a principal vantagem da EAD é a flexibilidade de tempo citada por quase todos os respondentes (94,4%). 58 CAPÍTULO 4 METODOLOGIA UTILIZADA PARA APRENDIZAGEM, PERFIL E AVALIAÇÃO A interação professor-aprendiz na Graduação à Distância se faz intermediada por um meio, recurso ou material estrategicamente elaborado, que estimule a auto-aprendizagem no aprendiz, suprindo a ausência física dos participantes do curso. A metodologia utilizada deve permitir a comunicação ativa entre todos os participantes do ambiente, fazendo com que toda a informação necessária ao desenvolvimento e aquisição do conhecimento seja acessível a todos. Além disso, é indispensável que esse ambiente virtual permita a realização de questionamentos coordenados pelos tutores (professores) que gerem discussões permitindo a comunicação a qualquer hora entre alunos e professores. Em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), os alunos costumam participar do aprendizado de um modo mais ativo, pois é decisivo que haja uma atuação pessoal para obter informações dos outros alunos participantes, recuperar material de apoio na rede, estudar um assunto e discuti-lo com os colegas, tirar dúvidas com os professores, fazer trabalho em conjunto ou mesmo expor o próprio conhecimento ou obter o dos outros. Os métodos da Graduação à Distância devem buscar reduzir a distância interpessoal promovendo a interação entre professor-aprendiz e aluno-aluno, garantindo a aprendizagem e a transferência de mensagens. 59 A Internet é um espaço de troca e produção coletiva de conhecimento e informação que propicia uma maior interação entre os professores e alunos. Essa interação se dá através de um Site WWW disponível para todos os indivíduos envolvidos no curso. Nesse Site devem estar disponíveis as ferramentas necessárias para o aprendiz se comunicar com os professores e com os outros alunos; questionar e discutir temas relacionados ao curso; enviar sua produção ao professor; acessar biblioteca virtual e outras informações importantes ao curso. O e-mail, chats e fóruns de discussões são outras ferramentas importantes que devem estar disponibilizadas afim de promover discussões entre todos os indivíduos do curso. A interatividade é uma função absolutamente crítica do processo de aprendizagem na Graduação à Distância e um fator importante a ser considerado, pois trata-se não só da interatividade entre tutor-aluno, aluno e material didático de apoio, alunos entre si ou alunos e instituição de ensino, mas sim da cultura grupal no que se refere às dificuldades individuais de cada um. A interação constante reforça significativamente a aquisição de conhecimentos, na medida que o aprendiz é também estimulado pelas interações sociais. O Material Didático deve ser uma ferramenta básica de aprendizagem e como princípio ser necessariamente auto-explicativo permitindo a auto-aprendizagem, motivador - incentivando e estimulando ao estudo e variado - sendo adequado aos vários estilos de aprendizagem. 60 Deve o material didático ter como características, interatividade permitindo ao aprendiz um papel ativo e proporcionando-lhe uma construção do seu aprendizado em nível de sensibilização diferenciado, praticidade possibilitando-lhe encontrar as informações para entender qualquer ponto que porventura não tenha compreendido, autonomia - que permite que o aprendiz navegue livremente pelo material proposto implicando numa estruturação própria do seu conhecimento, consistência - sendo coerente com o plano proposto para o curso e com as metas propostas. Deve-se observar as necessidades do curso e a possibilidade de utilização de diferentes recursos e mídias, tendo em mente que as atividades devem estar contextualizadas de tal maneira que o aprendiz tenha uma visão geral do conteúdo a ser adquirido. As mídias utilizadas, segundo o site pesquisado http://www2.abed.org.br/visualizaDocumento.asp?Documento_ID=69), ( num curso de Graduação à Distância podem ser do tipo: • Texto impresso, livros, revistas e texto virtual trazem a informação de maneira clara, interessante, seqüencial e no formato adequado ao meio de divulgação. • Ilustração (figuras) – enfatiza, exemplifica e reduz a quantidade de texto. • Animação – dinamiza, simula, exemplifica, motiva e reduz o texto. • Áudio – capta a atenção contextualiza e reforça a integração. • Vídeo – permite uma melhor observação da realidade, ajuda a compreensão, motiva o estudo e reduz o texto. • Software – permite uma interatividade, tem acesso aleatório, integra e é criativo (ex: CD-ROM). 61 • Hipermídia – instiga a pesquisa permitindo o acesso aleatório a outros sites e outras mídias. O Plano de Estudos deve ser uma ferramenta utilizada tanto pelo professor como pelo aprendiz. Para o professor, o Plano de Estudos é o planejamento da ação formativa. Para o aprendiz, o Plano de Estudos deve ser uma ferramenta que lhe permita conhecer todo o conteúdo do programa, para que ele possa organizar os estudos e dividir o tempo que deve gastar em cada etapa. A qualidade do Plano de Estudos é um fator fundamental para a qualidade do ensino. Um plano de Estudos de qualidade deve conter uma definição precisa do produto educativo que se pretende chegar e conter os elementos fundamentais que orientem o processo educativo requerido. O Plano de Estudos é o plano de trabalho que o aprendiz deve ter como ferramenta integradora de sua ação formativa. Um Plano de Estudos deve compreender alguns elementos básicos tais como: as metas que o aprendiz deve atingir; o tempo de dedicação médio; os conteúdos; exemplos; atividades; quais os materiais que serão usados (textos, imagens, vídeo, hipermídia); os critérios de avaliação; sugestões para o estudo. A partir da análise do objeto de estudo, deve-se escolher quais os elementos que farão parte do Plano de Estudos, ou seja, que materiais serão utilizados. O autor teve em mente, ao elaborar o Plano de Estudos, a carga de trabalho que está propondo em cada etapa. 62 São os seguintes os fatores condicionantes do bom rendimento do estudo: programar atividades de estudo e a divisão adequada do tempo; organizar um ambiente favorável (iluminado, silencioso e arejado, mesa organizada, dicionário e material de pesquisa à mão etc...); estabelecer intervalos para descanso a cada 50 minutos de estudo; planejar seu tempo; programar a utilização de períodos vazios em suas atividades; substituir o horário de uma ou mais atividades não-essenciais para obter tempo de estudo; reservar um período para estudar todos os dias; fazer uma programação semanal incluindo um horário para trabalhos a serem realizados a longo prazo; avaliar o plano semanal, fazendo as alterações necessárias. 4.1 Tempo e Disciplina Alguns requisitos para cursar a EAD, conforme dado pesquisado do site (http://www.cadsoft.com.br/noticia_leitura.php?id=145): Tempo e disciplina - Quem planeja cursar uma graduação a distância deve reservar horários específicos para o estudo individual. Como nem todas as atividades de uma graduação a distância são feitas pela internet, também é necessário ter tempo para frequentar o polo de apoio presencial nos dias definidos previamente pela instituição de ensino. Familiaridade com a internet - Além de assistir às aulas transmitidas pela internet, o aluno precisa postar atividades e trabalhos pela web. Portanto, é fundamental saber lidar com a tecnologia. Computador com acesso à web - Embora o MEC exija que os polos de apoio ofereçam laboratórios com computador e acesso à internet, contar com essa estrutura em casa facilita os estudos. O aluno não precisa se deslocar até o polo e pode acessar as atividades a qualquer hora do dia ou da noite. A conexão discada é suficiente para os conteúdos apresentados por escrito. Já para assistir aos vídeos o ideal é ter internet banda larga. 63 4.2 O Perfil do Estudante de Graduação à Distância O perfil do estudante de EAD, seguindo o site pesquisado, (http://www2.abed.org.br/visualizaDocumento.asp?Documento_ID=69), tem como circunstância da aprendizagem, o aprendiz que optar por se atualizar através de um programa de EAD deverá estar pronto para mudar paradigmas. Mesmo em cursos que oferecem sistema de tutoria ele necessitará de uma nova postura, diferente daquela adotada na maioria dos cursos ministrados em sala de aula tradicional. Estará diante de uma nova possibilidade de aprendizagem, onde será o ator principal, e isso exige o desenvolvimento de atitudes imprescindíveis ao seu sucesso, como adquirir hábitos de estudo sistemáticos e eficientes através da utilização de métodos e técnicas adequadas. É preciso estar consciente da necessidade de se utilizar uma metodologia de trabalho especialmente voltada para o ensino individualizado e fundamentada em técnicas de estudo. Essa atitude ajudará a desenvolver estudos com mais racionalidade, sistematização e aproveitamento. Em programas de EAD onde o seu processo de aprendizagem ocorre, na maioria das vezes, de maneira solitária esta postura torna-se mais do que recomendável, é imprescindível no seu processo de construção de conhecimento. De acordo com Matos (1994) estudar é ir à procura da verdade. Trata-se de um processo dinâmico de saber, buscar, saber de novo e recomeçar para buscar ainda mais. A meta é chegar a aprender, a ver com os próprios olhos, a expressar-se com as próprias palavras. As características comportamentais necessárias ao desenvolvimento do aprendiz são: estar motivado para aprender; ter constância, perseverança e responsabilidade; ter hábito de planejamento; ter visão de futuro; ser pró ativo; e ser comprometido e auto-disciplinado. 64 4.3 Avaliação Duas dimensões devem ser contempladas na proposta de avaliação de um projeto de educação à distância, segundo o site pesquisado (http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf),: • a que diz respeito ao processo de aprendizagem; • a que se refere à avaliação institucional. A Avaliação da Aprendizagem Na educação à distância, o modelo de avaliação da aprendizagem deve ajudar o estudante a desenvolver graus mais complexos de competências cognitivas, habilidades e atitudes, possibilitando-lhe alcançar os objetivos propostos. Para tanto, esta avaliação deve comportar um processo contínuo, para verificar constantemente o progresso dos estudantes e estimulá-los a serem ativos na construção do conhecimento. Desse modo, devem ser articulados mecanismos que promovam o permanente acompanhamento dos estudantes, no intuito de identificar eventuais dificuldades na aprendizagem e saná-las ainda durante o processo de ensino-aprendizagem. As avaliações da aprendizagem do estudante devem ser compostas de avaliações à distância e avaliações presenciais, sendo estas últimas cercadas das precauções de segurança e controle de freqüência, zelando pela confiabilidade e credibilidade dos resultados. Neste ponto, é importante destacar o disposto no Decreto 5.622, de 19/12/2005, que estabelece obrigatoriedade e prevalência das avaliações presenciais sobre outras formas de avaliação. Também é oportuno destacar, no âmbito do referido decreto, que o planejamento dos momentos presenciais obrigatórios devem estar claramente definidos, assim como os estágios obrigatórios previstos em lei, defesa de trabalhos de conclusão de curso e atividades relacionadas a laboratório de ensino, quando for o caso. 65 A Avaliação Institucional As instituições devem planejar e implementar sistemas de avaliação institucional, incluindo ouvidoria, que produzam efetivas melhorias de qualidade nas condições de oferta dos cursos e no processo pedagógico. Esta avaliação deve configurar-se em um processo permanente e conseqüente, de forma a subsidiar o aperfeiçoamento dos sistemas de gestão e pedagógico, produzindo efetivamente correções na direção da melhoria de qualidade do processo pedagógico coerentemente com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Para ter sucesso, essa avaliação precisa envolver os diversos atores: estudantes, professores, tutores, e quadro técnico- administrativo. A condução da avaliação institucional deve facilitar o processo de discussão e análise entre os participantes, divulgando a cultura de avaliação, fornecendo elementos metodológicos e agregando valor às diversas atividades do curso e da instituição como um todo. Identificando nessa avaliação um dos aspectos fundamentais para a qualidade de um curso superior, a instituição deve desenhar um processo contínuo de avaliação quanto: Organização Didático-Pedagógica Esta dimensão contempla os seguintes aspectos, segundo o site pesquisado ( http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf),: a) aprendizagem dos estudantes; b) práticas educacionais dos professores e tutores; c) material didático (seus aspectos científico, cultural, ético, estético, didático-pedagógico e motivacional, sua adequação aos estudantes e às tecnologias de informação e comunicação, sua capacidade de comunicação etc.) e às ações dos centros de documentação e informação (midiatecas); d) currículo (sua estrutura, organização, encadeamento lógico, relevância, contextualização, período de integralização, dentre outros); 66 e) sistema de orientação docente e à tutoria (capacidade de comunicação através de meios eficientes; de atendimento aos estudantes em momentos à distância e presenciais; orientação aos estudantes; avaliação do desempenho dos estudantes; avaliação de desempenho dos professores e tutores; avaliação dos pólos de apoio presencial). f) ao modelo de educação superior à distância adotado (uma soma dos itens anteriores combinada com análise do fluxo dos estudantes, tempo de integralização do curso, interação, evasão, atitudes e outros); g) realização de convênios e parcerias com outras instituições. Corpo Docente, Corpo de Tutores, Corpo Técnico- Administrativo e Discentes a) Corpo docente, vinculado à própria instituição, com formação e experiência na área de ensino e em educação à distância; b) Corpo de tutores com qualificação adequada ao projeto do curso; c) Corpo de técnico-administrativos integrado ao curso e que presta suporte adequado, tanto na sede como nos pólos; d) Apoio à participação dos estudantes nas atividades pertinentes ao curso, bem como em eventos externos e internos. Instalações físicas a) infra-estrutura material que dá suporte tecnológico, científico e instrumental ao curso; b) infra-estrutura material dos pólos de apoio presencial; c) existência de biblioteca nos pólos, com um acervo mínimo para possibilitar acesso aos estudantes à bibliografia, além do material didático utilizado no curso; d) sistema de empréstimo de livros e periódicos ligado à sede da IES para possibilitar acesso à bibliografia mais completa, além do disponibilizado no pólo. 67 Meta-avaliação Um exame crítico do processo de avaliação utilizado: seja do desempenho dos estudantes, seja do desenvolvimento do curso como um todo. Finalmente, a Instituição deve considerar as vantagens de uma avaliação que englobe etapas de auto-avaliação e avaliação externa. 4.3.1 Divulgação dos Resultados da Avaliação Um processo de avaliação deve necessariamente ter seu resultado divulgado pelo professor ao interessado, o aluno, segundo Garcia Aretio (2001, p.300). Na modalidade EAD, quando os encontros presenciais são menos freqüentes ou inexistentes, dificultando muitas vezes as possibilidades de retornos e informações sobre o desempenho do aluno, esta deve ser uma preocupação constante e sistemática. As mudanças nas concepções sobre ensino e aprendizagem ocorridas na última década produziram repercussões importantes nas novas visões e práticas da avaliação: ... da preocupação sobre como recordar informação, passouse ao interesse sobre como transferi-la a outras situações;... de saber aplicar fórmulas previamente aprendidas ou memorizadas para resolver problemas, passou-se à necessidade de planejar-se problemas e encontrar estratégias para resolvê-los;... a importância dos resultados se transformou no interesse pelos processos da aprendizagem dos alunos;... a valorização da quantidade de informação, da recitação de memória e da erudição está dando lugar a destacar a importância do saber como capacidade para buscar de forma seletiva, a ordenar e interpretar informação, para dar-lhe sentido e transformá-la em conhecimento. (HERNANDEZ, 1998 p.97) A utilização de procedimentos alternativos de avaliação, em substituição aos tradicionais deve nortear aqueles que desejam realizar o acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem como um todo, na busca de utilizar instrumentos de acordo com os avanços e possibilidade da educação. 68 Esses procedimentos devem considerar as atividades de avaliação, devendo ainda estar relacionados com a prática pedagógica adotada. Algumas características da metodologia de EAD precisam ser consideradas e alguns cuidados devem ser garantidos, na definição do processo de avaliação e da busca de alternativas que levem à escolha dos melhores instrumentos. Existe maior liberdade nos processos de avaliação, o que também produz novos desafios, como a credibilidade, por exemplo. Como teremos “garantias” num processo de avaliação que ocorre sem a “vigilância" do professor? Com será a legitimação desse processo? ... a avaliação ocorre ao longo dos processos; é diversificada, já que há muitos ambientes de interação; é mais centrada na pessoa, e a prática da auto-avaliação é, muitas vezes, a melhor opção para estudantes interessados em verificar seu próprio rendimento (...) a legitimidade da EAD deverá ser conquistada através de estratégias inteligentes, que envolverão testes on line, acompanhamento personalizado e novos conceitos de avaliação, na qual passem a ser medidas mais do que a memória e a assimilação de conteúdos, as competências desenvolvidas ao longo do processo. (RAMAL, 2001, p.14-5) É preciso dar a credibilidade necessária, para que haja uma comprovação daqueles que concluíram um curso através dessa modalidade, uma vez que a cobrança quanto à sua preparação poderá ser até maior que em relação àqueles que o fizeram na modalidade presencial segundo Garcia Aretio (1999). Para cursos que exigem certificação, classificação ou por exigências legais podem ser utilizadas alternativas como: realizar toda a avaliação na forma presencial, a defesa de trabalhos elaborados à distância ou a realização de uma prova/trabalho on line, com envio das questões através de uma lista de discussão, com hora determinada para o envio das repostas, que também deverão acontecer on line. Para isso, será necessária a definição prévia do horário de realização além de uma alternativa de segunda chamada, para o caso de o aluno ter problemas com o recebimento/envio da prova/trabalho. 69 A escolha de métodos, técnicas e instrumentos de avaliação em EAD devem considerar, além dos aspectos acima relacionados, o seu local de aplicação de acordo com Garcia Aretio (1999): 1. Avaliação presencial - provas ou trabalhos feitos em local e tempo definidos, em que todos os alunos serão avaliados ao mesmo tempo. Tem como vantagem, a garantia de que seja o próprio aluno matriculado no curso, que está sendo avaliado. 2. Avaliação à distância - é realizada em local e tempo livre para o aluno, com data limite para a entrega da prova ou trabalho. Tem a vantagem de respeitar o ritmo de estudo do aluno, que poderá escolher o dia de ser avaliado em função da sua preparação. 3. Avaliação mista - a avaliação ocorre durante todo o curso à distância e no final é feita uma prova/trabalho presencial, onde os alunos poderão ter conhecimento das questões propostas, antecipadamente, ou não. Pode consistir ainda na defesa de um trabalho no seu próprio local de trabalho. A escolha dos tipos de instrumentos que serão utilizados na avaliação é fundamental para o bom resultado do processo de avaliação, bem como à sua confiabilidade. É necessário escolher instrumentos adequados e adaptados à proposta pedagógica. As técnicas de avaliação mais utilizadas são a observação, a entrevista, o levantamento e a testagem. A partir da definição da técnica escolhe-se -se o instrumento – roteiro de observação, roteiro de entrevista, questionário, teste, prova etc. As técnicas mais utilizadas em abordagens quantitativas são os testes e o levantamento de atitudes, valores e comportamento, enquanto nas abordagens qualitativas são a entrevista, a observação e o processofólio, de acordo com Souza (1997). 70 CONCLUSÃO Educação à Distância não deve ser vista como uma prática de ensino- aprendizagem que possa substituir a educação de forma tradicional. Ao analisarmos as imitações e as falhas do sistema educacional tradicional, observamos que suas próprias particularidades e objetivos da EAD esta é algo que complementa e caminha paralelamente ao ensino convencional. Não podemos confundir a EAD como uma pratica de ensino com pouca profundidade e que se baseia no uso da tecnologia, especialmente da Internet e da Televisão, bastando para isso um grande investimento em complexos meios de comunicação que determina toda a sua funcionalidade. Vários são os fatores necessários e primordiais para a implantação eficaz e eficiente de um projeto de EAD e sem os quais o programa enfrentaria uma serie de obstáculos e barreiras que poderão comprometer o seu desempenho. É a EAD basicamente estruturada na utilização de material didático, muito bem elaborado e que se utiliza de recurso de comunicação com capacidade de substituir a educação “presencial” para motivar o auto aprendizado. Embora todos os cursos de EAD no Brasil tenham aumentado a oferta e melhorado a sua qualidade, ainda é pequeno para promover um impacto no que diz respeito à carência de cursos para a formação profissional, atualização dos diversos profissionais do mercado brasileiro, principalmente para os jovens e adultos dos municípios mais longínquos e das cidades localizadas distantes dos grandes centros. A médio prazo se houver uma maior oferta desta modalidade de ensino, será possível minimizar tal carência, tendo como objetivo principal eliminar o problema da inexistência de formação continuada do cidadão, contribuindo para melhorar as diferenças sociais e por conseqüente processo vendo um maior desenvolvimento na nação. 71 BIBLIOGRAFIA ARETIO, Lorenzo Garcia. Educación à distancia. Bases conceptuales. In: Educación a distancia hoy. Madrid: Universidad de Educación a Distância. 1994, p. 11 – 57. <http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/143-TCD2.htm>. BELLONI, Maria Luíza. 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Acesso em: 02/03/2010 – 11h00min. 78 ÍNDICE AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 3 DEDICATÓRIA .................................................................................................. 4 RESUMO............................................................................................................ 5 METODOLOGIA ................................................................................................ 6 SUMÁRIO .......................................................................................................... 7 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8 CAPÍTULO 1 COMO SURGIU A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ................................................ 10 1.1 Educação a Distância no Brasil .................................................................... 13 1.2 Histórico ....................................................................................................... 14 1.3 Referencias de Qualidade para Educação Superior à Distância .................. 15 1.4 A Expansão da Educação à Distância no Ensino Superior Brasileiro .......... 39 CAPÍTULO 2 ENSINO À DISTÂNCIA E SUA LEGISLAÇÃO PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO ........................................................................................... 41 2.1 Regulamentação da EAD no Brasil .............................................................. 44 2.1.1 Legislação de Educação à Distância no Brasil ................................... 46 2.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação ........................................................ 49 2.3 A Primeira Versão dos Referenciais de Qualidade....................................... 51 79 CAPÍTULO 3 GRADUAÇÃO À DISTANCIA NO BRASIL ...................................................... 53 3.1 Eficácia da Graduação à Distância............................................................... 54 3.2 Qualidade da Graduação à Distância ........................................................... 54 3.3 As Vantagens da Graduação à Distância ..................................................... 55 3.3.1 Mas o que leva uma pessoa a procurar uma graduação à distância? 56 3.3.2 Vantagens e Desvantagens do EAD frente à Educação Presencial. 57 CAPÍTULO 4 METODOLOGIA UTILIZADA PARA APRENDIZAGEM, PERFIL E AVALIAÇÃO ...................................................................................................... 58 4.1 Tempo e Disciplina ....................................................................................... 62 4.2 O Perfil do Estudante de Graduação à Distância ......................................... 63 4.3 Avaliação ...................................................................................................... 64 4.3.1 Divulgação dos Resultados da Avaliação ............................................ 67 CONCLUSÃO .................................................................................................... 70 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 71 ÍNDICE ............................................................................................................... 78