Terapia Antimicrobiana 6º Congresso Nacional Unimed de Auditoria em Saúde Terapia Antimicrobiana ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE INFECTADO 1. DIAGNÓSTICO DO ESTADO INFECCIOSO: diagnóstico sindrômico e anatômico de um processo infeccioso 1. Anamnese 2. Exame físico 3. Propedêutica Terapia Antimicrobiana ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE INFECTADO • PRINCÍPIOS GERAIS: Diagnóstico do estado infeccioso Fatores de risco do hospedeiro Diagnóstico etiológico Seleção do(s) antimicrobiano(s) Posologia: dose, via e duração Associação de drogas Terapia Antimicrobiana ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE INFECTADO 1. 2. 3. 4. 5. DIAGNÓSTICO DO ESTADO INFECCIOSO • ANAMNESE Infecção Comunitária x Hospitalar Uso prévio ou concorrente de medicamentos Procedimentos invasivos recentes ou cirurgia nos últimos 30 dias (sem prótese) ou 1 ano (com prótese) Viagem Condições clínicas subjacentes. Exemplos: Próteses: valvar cardíaca, osteoarticular, ocular, SNC Esplecnetomia anatômica ou funcional Má-formações cardíacas, trato urinário, vias biliares Imunossupressão primária ou adquirida Tubo endotraqueal ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE INFECTADO Procedimentos Invasivos Acesso vascular central Sondagem vesical Terapia Antimicrobiana ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE INFECTADO DIAGNÓSTICO DO ESTADO INFECCIOSO • ANAMNESE • CAUSAS NÃO INFECCIOSAS DE ESTADOS FEBRIS Reação medicamentosa Doenças malignas Doenças do colágeno Outras: sarcoidose, doença de Chron, mixoma atrial, flebotrombose, embolismo pulmonar, tireoidite, insuficiência adrenal, reações pirogênicas Terapia Antimicrobiana ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE INFECTADO DIAGNÓSTICO DO ESTADO INFECCIOSO • ANAMNESE FATORES DO HOSPEDEIRO Estado imunológico Idade Anomalias genéticas ou metabólicas Gravidez Função renal Função hepática Sítio de infecção Terapia Antimicrobiana ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE INFECTADO DIAGNÓSTICO DO ESTADO INFECCIOSO • EXAME FÍSICO: deve ser completo Pele e anexos Cabeça e pescoço incluindo: otoscopia, exame de orofaringe, palpação das glândulas tireóidea e parótidas, exame ocular, palpação das áreas de seios da face Cuidadoso exame cardíaco Terapia Antimicrobiana ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE INFECTADO Pulmões Abdômen: identificar cicatrizes, dolorimento à palpação, visceromegalias Osteomuscular: articulações, palpação dos corpos vertebrais, dolorimento à palpação de grupos musculares Sistema nervoso central e periférico: consciência, rigidez de nuca, força e sensibilidade Linfonodos Terapia Antimicrobiana ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE INFECTADO PROPEDÊUTICA Leucograma Velocidade de Hemossedimentação e Proteína C Reativa Exames de imagem Exames de líquidos corporais Urina Líquor Líquidos anormais: articular, pele e subcutâneo, outros Identificação do(s) microorganismo(s) Culturas Sorologias Biologia molecular Terapia Antimicrobiana EXAMES DE IMAGEM – RADIOLOGIA SIMPLES pneumonia LID pneumocistose - padrão intersticial cisto broncogênico atelectasia EXAMES DE IMAGEM – ECOCARDIOGRAFIA vegetação em estenose mitral Endocardite IDENTIFICAÇÃO DO MICROORGANISMO – CRITÉRIOS PARA COLETA E TRANSPORTE DE ALGUNS ESPÉCIMES BIOLÓGICOS Urina Espontânea: higienização, jato médio Por sondagem vesical ou punção suprapúbica Hemocultura Momento ideal, no de amostras, volume Líquor Coleta, conservação Lesões de pele quando indicar: raspado, aspirado, swab rotatório ou biópsia IDENTIFICAÇÃO DO MICROORGANISMO – CRITÉRIOS PARA COLETA E TRANSPORTE DE ALGUNS ESPÉCIMES BIOLÓGICOS SECREÇÕES DE VIAS AÉREAS INFERIORES Escarro Aspirado traqueal Teste de Montgomery Washington Lavado broncoalveolar Broncoscópio Traquéia Brônquio principal esquerdo Cultura quantitativa pelo método dilucional IDENTIFICAÇÃO DO MICROORGANISMO cultura em placa teste de sensibilidade: Kirb Bauer IDENTIFICAÇÃO DO MICROORGANISMO Raspado de lesão de pele: hifas Líquor: diplococos gram negativos (meningococos) IDENTIFICAÇÃO DO MICROORGANISMO Hemocultura: cocos gram positivos em fileira (estreptococos) Secreção vaginal: Candida sp e bastonetes gram negativos Terapia Antimicrobiana FATORES QUE PREDISPÕEM AO USO INADEQUADO DE ANTIMICROBIANOS • Desconhecimento da terapêutica antimicrobiana por parte da classe médica Existência de mais de 20 classes de ATB E mais de 300 agentes antimicrobianos • Desejo do médico de oferecer o “melhor” tratamento com drogas de última geração • Crença de que altas doses e tratamento mais prolongado são mais efetivos • Uso de múltiplos antimicrobianos para cobrir germes improváveis • Uso inapropriado de identificação microbiológica • Deficiência na interpretação de exames e no manuseio do paciente infectado Terapia Antimicrobiana MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA SÃO 3 MECANISMOS PRINCIPAIS: • Modificação da membrana celular: impedimento da penetração do AAM • Modificação das proteínas carreadoras: mesmo penetrando na membrana celular, os microorganismos não conseguem alcançar os alvos pela ausência da ligação com as proteínas carreadoras • Produção de enzimas inativadoras dos AAM. Por exemplo: beta lactamase contra antibióticos do grupo beta-lactâmico -LACTÂMICOS / INIBIDORES DE -LACTAMASE Classificação e Significado Clínico das -lactamases Tipo de organismo Aeróbios Gram p o s i ti v o s Aeróbios Gram n e g a ti v o s Calssificação da Produtores primários -lactamase (origem g e n é ti c a ) E s ta fi l o c o c o s S. aureus, S. epidermidis (principalmente pl as m i di al ) RichmondEnterobacter, Morganella, Sykes tipo I P. vulgaris, Providencia, (cromossomal) Pseudomonas, Klebsiella, Serratia, Citrobacter Tipo II (cromossomal) Tipo III (plasmidial) Tipo IV (plasmidial) Tipo V (plasmidial) Anaeróbios RichmondSykes tipo VI (cromossomal) P. mirabilis, E. coli Significado clínico da enzima 85 a 95 % dos i s ol ado s s ão resistentes à penicilina, ampicilina e ticarcilina E n z i m as de al gum as c epas po dem s er i nduz i das a expressão intensa pela exposição a certos agentes l a c tâ m i c o s Clinicamente raro E . c o l i , h e m ó fi l o , Neisseria, Salmonella, Shigella, Pseudomonas K l ebs i el l a A enzima mais comum no m u n d o to d o E . c ol i , P s eudom onas , Serratia Representa 15% das lactamases mediadas por p l a s m íd e o s -lactamase constitutiva, tem sido encontrada na maior parte das cepas isoladas clinicamente Bacteroides In c o m u m -LACTÂMICOS / INIBIDORES DE -LACTAMASE Classificação e Significado Clínico das -lactamases Classificação de Richmond-Sykes Ia, Ib, Id III IV II, V V Ic Inibição pelo Enzimas IB representativas Enzimas AmpC de bactérias Gram negativas + TEM (subtipos) + TEM e SHV + PSE ± OXA + Cefalosporinases indutíveis pelo Proteus vulgaris MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA PLASMIDIAL Terapia Antimicrobiana ANTIBACTERIANOS – Farmacologia BETA LACTÂMICOS O grupo é constituído pelas penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas, carbapenêmicos e monobactâmicos. Possuem uma proteína específica de ligação na membrana celular conhecida como “protein biding penicillin” (PBP) e, a partir daí, interferem com a síntese da parede celular levando à morte bacteriana. Os mecanismos de resistência bacteriana são a produção de enzimas inativadoras (beta lactamases) e a modificação da estrutura das PBP impedindo a ligação do antibiótico. Terapia Antimicrobiana CEFALOSPORINAS A classificação em gerações agrupa drogas com espectro antibacteriano e farmacocinética semelhantes. À medida que se aumentam as gerações, há um aumento de atividade para bactérias bastonetes gram negativos e diminuição da ação para cocos gram positivos, com exceção das de 4a geração, que mantêm atividade para os cocos gram positivos semelhante as de primeira geração. Esta diminuição de ação para os cocos positivos se dá pela diminuição da afinidade das drogas pela proteína de ligação da membrana bacteriana. Terapia Antimicrobiana CEFALOSPORINAS A emergência de resistência, seja no ambiente hospitalar assim como durante o curso de tratamento de uma bactéria inicialmente sensível, é evento esperado especialmente quando se trata de Enterobacter sp, Pseudomonas aeruginosa, Serratia sp, Acinetobacter sp e Proteus indol-positivo. Nas situações clínicas em que estas bactérias são patógenos potenciais, a associação com aminoglicosïdeos, que é sinérgica, é recomendada por um período de 3 a 5 dias. Terapia Antimicrobiana Cefalosporinas de primeira geração: Boa atividade para cocos gram positivos incluindo o S.aureus. Cobrem a M.catarrhalis, H.ducreyi, N.gonorrhoeae e os bastonetes gram negativos como a E.coli, Klebsiella sp e Proteus mirabilis, especialmente os de origem comunitária. Ativa contra anaeróbios Bacteroides sp). susceptíveis à penicilina (exceto As apresentações parenterais do nosso meio são a cefalotina e a cefazolina. As formas orais disponíveis são a cefalexina e o cefadroxil sendo que o segundo tem meia vida maior permitindo o uso a cada 12hs. Terapia Antimicrobiana Cefalosporinas de segunda geração: Mesmo espectro das de primeira geração com melhor cobertura para os bastonetes gram negativos aeróbios e anaeróbios. Passam a ser incluídos na cobertura Proteus vulgaris, Providencia sp, Morganella sp, Aeromonas sp. Os anaeróbios são bem cobertos, mas somente a cefoxitina cobre B.fragilis. Deve-se considerar a existência de cepas de anaeróbios resistentes, sendo preferível o uso de drogas mais ativas como o cloranfenicol, metronidazol ou clindamicina nas infecções de maior gravidade. São disponíveis a cefuroxima (IV,IM), e a cefuroxima axetil (VO). A cefoxitina (IV) deve ser lembrada pela elevada capacidade de induzir beta lactamase. Este grupo é mais estável frente às beta lactamases de H.influenzae que as de primeira geração e tem algum papel na terapêutica das otites que não respondem às drogas de primeira linha (sulfa, amoxacilina) Terapia Antimicrobiana Cefalosporinas de segunda geração: Este grupo de drogas é de uso limitado quando se leva em consideração o custo/ benefício. Há um sem número de drogas que, isoladas ou associadas, têm o mesmo espectro, com custo e risco (indução de beta lactamases) menor para o paciente. Raramente se encontrará uma razão que justifique seu uso. Terapia Antimicrobiana Cefalosporinas de terceira geração: São menos ativas que as cefalosporinas de primeira e segunda geração para S.aureus e mais ativas nos bastonetes gram negativos incluindo P.aeruginosa. Para os outros germes têm atividade igual às de segunda geração. A cefotaxima tem ação modesta para P.aeruginosa . Cobre anaeróbios, inclusive 40 a 50% dos B.fragilis. Terapia Antimicrobiana Cefalosporinas de terceira geração: A ceftriaxona é a mais potente cefalosporina para N.gonorrhoeae, N.meningitidis, H.influenzae. Sua farmacocinética com meia vida de 8 hs e 90% de ligação protéica permite seu uso a cada 24 hs mesmo para infecções graves com risco de vida, com exceção da meningite(12 em 12 hs). A ceftazidima é uma cefalosporina de terceira geração única. Tem capacidade de induzir beta lactamases e é pouco sensível às beta lactamases cromossômicas. Tem baixa atividade para S.aureus e Bacteroides fragilis. É a cefalosporina de escolha para a terapêutica de P.aeruginosa. Tem boa penetração no SNC e é a droga de escolha para a terapêutica das meningites por P. aeruginosa Terapia Antimicrobiana Cefalosporinas de quarta geração: Este novo grupo constituído pela características que o torna peculiar. cefepima, apresenta A cefepima tem atividade superior às de terceira geração quando se trata de estreptococos, S.aureus, Neisseria sp, H.influenzae e Enterobacteriaceae e possui a mesma atividade para P.aeruginosa que a ceftazidima. Parece estável frente às beta lactamases de espectro alargado. Penetra no SNC mas o seu uso neste sítio é pouco estudado. Terapia Antimicrobiana TIENAMICINAS: O imipenem vem com uma associação fixa com cilastatina que diminui sua excreção renal. Possui um espectro de ação amplo, com grande potência, que inclui todos os cocos gram positivos exceto o S.aureus meticilino resistente e o Enterococcus faecium; todos os bastonetes gram negativos, com exceção da Legionella sp e X.maltophilia; e todos os anaeróbios. Possui elevada resistência às beta lactamases tanto de origem cromossômica quanto plasmidial mas é um potente indutor de beta lactamases. Terapia Antimicrobiana TIENAMICINAS: O meropenem apresenta o mesmo espectro do imipenem e tem como vantagens uma menor ocorrência de convulsões, uma melhor penetração no sistema nervoso central, e uma menor capacidade de induzir beta lactamases O seu uso se restringe a pacientes com bactérias cujo único antimicrobiano eficaz seja uma tienamicina e na terapêutica empírica de pacientes já submetidos a inúmeros cursos de antimicrobianos, portanto sujeitos a infecções por germes com múltipla resistência. Terapia Antimicrobiana Ertapenem: Difere do imipenem e do meropenem em 2 aspectos: • meia vida maior podendo ser administrado em dose única diária • Pior atividade contra P. aeruginosa e Acinetobacter Terapia Antimicrobiana PENICILINAS: É um grupo de drogas bem estabelecido e conhecido. São rapidamente excretadas pelos rins e, portanto, a dose deve ser ajustada na insuficiência renal. A hipersensibilidade é o efeito colateral mais comum e manifesta-se com eosinofilia, doença do soro, anafilaxia e febre dos mais diferentes perfis. As penicilinas têm uma imunogenicidade comum, portanto, a alergia a uma é comum a todas. Anemia hemolítica Coombs positiva, leucopenia, plaquetopenia e nefrite intersticial são raras. As convulsões só ocorrem com altas doses, especialmente na insuficiência renal. Terapia Antimicrobiana Penicilina G Sensível às beta lactamases. Usada na terapêutica de: Streptococcus dos grupos A,B,C,G, S.pneumoniae, L.monocytogenis, N.meningitidis e anaeróbios, exceto os produtores de beta lactamases como o grupo Bacteroides. A ocorrência de resistência entre os pneumococos é um problema de saúde pública crescente nos Estados Unidos e Europa. Em nosso meio, a importância de sua ocorrência necessita de melhor avaliação. Terapia Antimicrobiana Penicilinas semi sintéticas resistentes às penicilinases: No nosso meio encontra-se disponível a oxacilina usada para tratar S.aureus produtor de penicilinase. É menos ativa que a penicilina cristalina para os estreptococos, não age em Listeria e nos anaeróbios, possuindo ação errática somente no Peptoestreptococus sp. A resistência do S. aureus à oxacilina se estende a todos os beta lactâmicos. São usadas no antibiograma como marcadores de resistência aos beta lactâmicos. Terapia Antimicrobiana Penicilinas de espectro ampliado: São menos ativas que a penicilina cristalina para o estreptococo. Têm atividade contra o H.influenzae, Neisseria sp, Enterobacteriaceae. Não cobrem S.aureus e nos EUA 20 a 30% dos H.influenzae são produtores de beta lactamases capaz de inativá-las. São inativas para Enterobacter sp, Pseudomonas sp e Klebsiella sp. As duas apresentações disponíveis no nosso meio são a ampicilina e amoxacilina. Têm o mesmo espectro e a ampicilina deve ser usada preferencialmente por via venosa pois tem absorção oral errática. Uso racional de antimicrobianos Elas podem ser associadas a inbidores de beta lactamases: o ácido clavulânico à amoxacilina e o sulbactam à ampicilina. As tornam ativas contra os S.aureus cujo mecanismo de resistência seja a produção de beta lactamase (e não MRSA), H.influenzae, N.gonorrhoeae, todos os anaeróbios incluindo B.fragilis e enterobacteriáceas produtoras de beta lactamase de origem plasmidial. Esta associação não acrescenta em nada quando se trata de Pseudomonas sp, Enterobacter sp, Serratia sp, cuja resistência se dá também por beta lactamases de origem cromossômica não inibidas pelo ácido clavulânico ou sulbactam. Esta associação é uma ótima opção às cefalosporinas de 3a geração Terapia Antimicrobiana Carboxi e Ureido penicilinas: São penicilinas de espectro alargado semelhante a ampicilina apresentando como vantagem uma maior cobertura para Enterobater sp, Serratia sp, Providencia sp, Morganella sp, Aeromonas sp, Acinetobacter sp e anaeróbios, incluindo o Bacteroides fragilis. Pseudomonas aeruginosa habitualmente é resistente. Apresentam efeito sinérgico com uso de aminoglicosídeo associado. Penetram mal no sistema nervoso central. Terapia Antimicrobiana A ticarcilina e piperacilina são carboxi penicilinas e contêm 4,7 a 5 mEq de sódio/grama. As ureido penicilinas são a azlocilina, mezlocilina. O espaço deste grupo de drogas na terapêutica foi ocupado pelas cefalosporinas de 3a geração por terem maior eficácia, com menores efeitos colaterais. O seu papel hoje é muito limitado. A associação de ticarcilina ao ácido clavulânico pouco ou nada muda na sua aplicabilidade clínica. Terapia Antimicrobiana AZTREONAM: Este monobactâmico atua exclusivamente em bastonetes gram negativos aeróbicos incluindo muitas cepas de Serratia sp e P.aeruginosa. Age sinergicamente com os aminoglicosídeos. Não induz beta lactamases. Não tem reação de hipersensibilidade cruzada com os outros beta lactâmicos, o que o torna uma opção nesta ocorrência. A sua aplicabilidade clínica fica limitada pelo custo pois possui espectro semelhante aos aminoglicosídeos exceto pela cobertura de Neisserias e Hemófilos. Apesar da maior toxicidade, os aminoglicosídeos são infinitamente mais baratos. Terapia Antimicrobiana QUINOLONAS: São drogas bactericidas que atuam na síntese de DNA. A resistência é em geral de origem cromossômica com mudança do sítio de ligação da droga. Ela ocorre de maneira mais freqüente com o S.aureus meticilino resistente e P.aeruginosa. Apresentam boa ação e se prestam para a terapêutica de: S.aureus meticilino sensível, Legionella sp, S.epidermidis, Chlamydia, Micoplasma pneumoniae, N.gonorrhoeae, M.catarrhalis, E.coli, Klebsiela sp, Enterobacter sp, Serratia sp, Salmonella sp, Shighella sp, Proteus sp, Providencia sp, Morganella sp, Citrobacter sp, Aeromonas sp, Acinetobacter sp. Os anaeróbios não são cobertos e a P.aeruginosa só é coberta pelo ciprofloxacina. Terapia Antimicrobiana As quinolonas de primeira geração poderiam ser divididas em ciprofloxacina que cobre P.aeruginosa e as outras que não cobrem este germe de maneira adequada. Portando, a opção pela ciprofloxacina só se justifica se seu preço for inferior às outras ou se suspeitar de P.aeruginosa como agente etiológico. A norfloxacina tem baixa absorção VO, só atingindo níveis adequados nas vias urinárias, próstata e luz intestinal. Terapia Antimicrobiana A forma venosa é disponível para a perfloxacina, ciprofloxacina e ofloxacina e deve ser imediatamente abandonada quando a via oral é disponível. Elas apresentam uma porcentagem de absorção por via oral incomum chegando a 100% com a perfloxacina. A segurança na gravidez não é estabelecida. Produz lesões nas cartilagens epifisárias de animais jovens e sua segurança na fase de crescimento não se encontra estabelecida. A experiência pediátrica, embora pequena, não detectou lesões definitivas. Terapia Antimicrobiana As novas quinolonas - levofloxacina, esparfloxacina, gatifloxacina e moxifloxacina apresentam uma ótima cobertura para pneumococo podendo se constituir em uma opção para aquelas regiões com elevada resistência à penicilina. As três últimas drogas apresentam atividade também para anaeróbios, principlamente os cocos gram positivos podendo ser de utilidade nas infecções polimicrobianas que envolvam anaeróbios acima do diafragma. Terapia Antimicrobiana MACROLÍDEOS : São drogas bacteriostáticas que agem ligando-se à subunidade 50S do ribossomo alterando a síntese protéica. Possuem ampla interação medicamentosa como a elevação do nível plasmático de teofilina, digoxina, warfarin, carbamazepina e ciclosporina, e prolongamento do intervalo QT naqueles pacientes em uso dos antihistamnicos astemizol e terfenadine. Os efeitos colaterais mais comuns se referem ao trato gastro intestinal com diarréia, náusea, vômito, sendo mais raros com a azitromicina e a claritromicina Terapia Antimicrobiana A eritromicina é a droga de escolha para as infecções estreptocóccicas e estafilocóccicas na alergia aos beta lactâmicos. É a droga de escolha para Legionella sp e Micoplasma sp. A claritromicina é 4 vezes mais potente que a eritromicina para estreptococo e S.aureus meticilino sensível. Nenhuma delas é útil para o S.aureus meticilino resistente. É mais ativa contra Moraxella e H.influenzae. Apresenta boa atividade para o Mycobacterium.avium. No restante é similar à eritromicina. Encontra-se disponível na forma oral e venosa. A azitromicina é mais ativa que as duas anteriores para o H.influenzae e Moraxella sendo semelhante à claritromicina no que se refere as outras bactérias, também sendo disponíveis as formas oral e venosa Terapia Antimicrobiana POLIMIXINA B: Polipetídeo catiônico derivado do Bacillus polymyxa Interage com fosfolipídeos da membrana celular, causando a ruptura da parede celular Resistência está associada à redução da permeabilidade da membrana Amplo espectro de ação contra BGN, incluindo P. aeruginosa A exceção são as espécies de Proteus Administração deve ser por via venosa A maior toxicidade são a nefropatia e a neuropatia (bloqueio muscular) reversíveis (dose-relacionadas) Seu papel hoje no arsenal terapêutico deve ser reservado para infecções por P. aeruginosa e Acinetobacter sp multirresistentes Terapia Antimicrobiana GLICOPÉPTIDES: • Vancomicina : Este antigo antimicrobiano que age na síntese da parede celular mostra-se útil no tratamento de infecções por estreptococos, S.epidermidis e S.aureus meticilino sensível e resistente. É a droga de escolha quando se trata de S.aureus meticilino resistente, Enterococcus faecium, E. faecalis quando resistentes à penicilina e Clostridium difficile. Os enterococos penicilina e vancomicina resistentes vêm se tornando um grave problema nos Estados Unidos. A resistência é mediada por plasmídeos. Nas infecções por enterococos a associação com gentamicina é sinérgica e sabidamente benéfica. Terapia Antimicrobiana • Teicoplanina : Apresenta o mesmo espectro, indicações e limitações da vancomicina (atividade in vitro deve ser confirmada).Tem como vantagem o uso de dose única diária ,a possibilidade da via muscular e menor incidência de efeitos colaterais. • Baixa penetração no SNC, e menor atuação em osteomielite e endocardite, o que limita seu uso no tratamento de infecções nestas topografias . Terapia Antimicrobiana OXAZOLIDINONAS: As oxazolidinonas são um novo grupo de antibióticos sintéticos, disponibilizado para uso clínico no ano 2000, na terapêutica de infecções por microorganismos gram positivos, especialmente patógenos multirresistentes como enterococo vancomicinaresistente e MRSA . A linezolida é o antibiótico pertencente à esta classe disponível no nosso meio. É completamente absorvida pelo trato digestivo, possibilitando a transição da terapêutica venosa para a oral. A indicação de uso da linezolida deve ser nas infecções por microorganismos gram positivos multirresistentes, nas quais não haja alternativa terapêutica. Terapia Antimicrobiana ESTREPTOGRAMINAS: A combinação antimicrobiana - quinupristina/dalfopristina – é o primeiro agente de uma nova classe de antibióticos pertencente à família macrolídeos-lincosamidas: as estreptograminas. Seu uso foi liberado em 1999 nos Estados Unidos para o tratamento de sepses por Enterococcus faecium vancomicinaresistente, assim como para infecções de pele e partes moles causadas por Staphylococcus aureus meticilino-sensível (MSSA) ou Streptococcus pyogenes; Esta nova classe de antimicrobianos deve ser reservada para uso em infecções graves, com risco de vida, para as quais não haja terapêutica alternativa. Terapia Antimicrobiana AMINOGLICOSÍDEOS: São bactericidas que atuam no ribossomo interferindo com a síntese protéica. Atuam em S.aureus, Enterococcus sp, H.influenzae, E.coli, Klebsiella sp, Enterobacter sp, Serratia sp, Pseudomonas aeruginosa, Proteus sp. Não atuam em anaeróbio. Não devem ser usados isoladamente na terapêutica dos cocos gram positivos pois os beta lactâmicos são bem mais eficazes. O mecanismo de resistência mais comum é de origem plasmidial por enzima inativadora para as quais a amicacina se mostra mais resistente. Terapia Antimicrobiana Os efeitos colaterais mais comuns são a ototoxicidade coclear ou vestibular relacionada ao uso prolongado e à associação com diuréticos de alça. O bloqueio neuromuscular pode ocorrer com a infusão venosa rápida. Deve se fazer a infusão em no mínimo 1 hora. A nefrotoxicidade se relaciona com a manutenção de um nível de platô elevado. Os aminoglicosídeos continuam a ser drogas de primeira linha para os germes sensíveis a elas. São eficazes, baratas e com baixo potencial de produzir resistência no ambiente hospitalar ao contrário das cefalosporinas Terapia Antimicrobiana CLORANFENICOL: É bactericida para S. pneumoniae, Hemophilus sp, N.meningitidis, todos os anaeróbios, altamente ativa para Salmonella sp, Rickettsia sp, e atua em P.mallei, P.pseudomallei e Micoplasma e outros germes intracelulares como clamídia e bartonela. É bacteriostático para S. aureus. A resistência é incomum com a exceção de Salmonella sp em áreas endêmicas. Terapia Antimicrobiana O efeito colateral mais freqüente é a inibição transitória e reversível da medula óssea e mais raramente pode ocorrer neurite e hipersensibilidade. O grande estigma da droga encontra-se na aplasia de medula. A incidência deste problema não encontrase bem definida, variando na literatura de 1:30000 a 1:60000. Esta incidência é semelhante aos óbitos determinados por anafilaxia a penicilina. Portanto não há razões para preteri-la quando se tratar de terapêutica para germes susceptíveis a ela. Sua grande aplicação reside nas infecções que envolvem anaeróbios, Hemophilus sp, em especial com o aumento das cepas produtoras de beta lactamase, pneumococo, Rikettsia sp e Salmonella sp Terapia Antimicrobiana CLINDAMICINA : Apresenta o mesmo mecanismo de ação do cloranfenicol sendo um anaerobicida excepcional, além de cobrir S.aureus e estreptococos. Seus efeitos colaterais mais freqüentes são a alergia, diarréia (20%), hepatotoxicidade, raramente neutropenia, trombocitopenia e colite pseudomembranosa. Sua grande aplicação é nas infecções anaeróbicas e seu custo deve ser comparado com o cloranfenicol e metronidazol. Uso limitado nas endocardites por anaeróbios por ser bacteriostática para Bacteroides nesta situação. Não é indicada para terapêutica do SNC por não penetrar na barreira hematoencefálica. Também penetra pouco nos seios paranasais. Terapia Antimicrobiana METRONIDAZOL: Atua sobre anaeróbios, Trichomonas, Giardia, Entamoeba. A emergência de resistência é rara. Não atua nos anaeróbios cocos gram positivos que encontram-se com freqüência envolvidos nas infecções da cavidade oral, pele, trato genital, perfurações esofágicas e pneumonias aspirativas. Nestas situações clínicas a opção pelo cloranfenicol ou clindamicina é mais adequada. Os efeitos colaterais são raros e inclui náusea, vômito, alteração dissulfiram “like”; tem efeito teratogênico potencial. Possui ótima absorção oral e retal e a troca da via venosa para estas vias é bastante segura Terapia Antimicrobiana SULFAMETOXAZOL/TRIMETROPIM: É uma associação baceriostática sinérgica que interfere na cadeia de síntese do ácido fólico. Sua principal aplicação são as infecções urinárias, seios da face, brônquicas comunitárias e as infecções por P.carinii. Os efeitos colaterais mais freqüentes são a hipersensibilidade, anemia megaloblástica, leucopenia, trombocitopenia, e raramente supressão medular. Terapia Antimicrobiana TETRACICLINAS: São disponíveis a tetraciclina, doxiciclina e aminociclina. Agem na subunidade 5S do ribossomo impedindo a síntese protéica tendo uma ação bacteriostática. Seu campo de uso se encontra na cobertura de anaeróbios em infecções leves de partes mole e nas infecções por clamídia, micoplasma e ricketsia. Seu uso encontra-se contra indicado em crianças pela ação de escurecer definitivamente os dentes, são ainda hepatotóxicas, nefrotóxicas além de poder desencadear sintomas gastro intestinais e alterações neurológicas sensoriais e pseudo tumor cerebral. Terapia Antimicrobiana Infecções Fúngicas Etiologia • Candida spp: mais frequente – C. albicans 63% – C. parapsilosis 29% – C. glabrata 6% – outras espécies 2% • Outras leveduras: Torulopsis glabrata e Trichosporon berigelii • Aspergillus - luvas de látex contaminadas – (SINGER, Alemanha - 1998) Terapia Antimicrobiana Infecções Fúngicas Tratamento: Anfotericina B - 1a escolha –boa tolerância em neonatos –Crianças e adultos: reações de hipersensibilidade: anfotericina lipossomal pode ser empregada –excelente espectro de ação Terapia Antimicrobiana Infecções Fúngicas Tratamento: Fluconazol –Torulopsis glabrata é resistente –MIC90 é variável •64 µg/ml em Nova York •8 a 16 µg/ml em outras regiões dos EUA –24% das cepas de Candida são resistentes na Índia –indicado para Trichosporon –vantagem de uso da VO Valeria Pinto Fonseca Av. do Contorno, nº 2646 sala 902 Santa Efigênia - Belo Horizonte, MG - CEP 30.110-080 (31) 8791-4482 [email protected] @iagsaude IAG Saúde