Universidade Estadual do Oeste do Paraná Programa de Pós-graduação em Engenharia de Sistemas Dinâmicos e Energéticos Tema da Aula: Estabilidade de Sistemas Lineares com Realimentação Prof. Dr. Carlos Henrique Farias dos Santos 1 Estrutura da aula 1 Introdução 2 Estabilidade BIBO; 3 Estabilidade assintótica; 4 Critério de estabilidade de Routh; 5 Estabilidade no espaço de estados; 6 Estabilidade em sistemas com atraso. 2 1 Introdução Um sistema estável é um sistema dinâmico com uma resposta limitada para uma entrada limitada. Uma ilustração do conceito de estabilidade é exposta a seguir. a) Se o cone está em repouso sobre sua base e um pequeno empurrão é aplicado, ele retorna a sua posição original de equilíbrio. 3 1 Introdução b) Se o cone repousa sobre sua lateral e aplica-se outro pequeno empurrão, o cone começa a deslizar sem tender a abandonar a posição lateral. c) Se o cone é ligeiramente empurrado, ele cai. 4 1 Introdução A estabilidade de um sistema dinâmico é definida de maneira similar. A resposta ao deslocamento, ou a condição inicial, resulta num decaimento, neutralidade ou crescimento da resposta como ilustrado a seguir. 5 1 Introdução Como exemplo, a resposta ao degrau unitário do sistema estável mostrado na figura (a) é comparada com a do sistema instável mostrado na figura (b). As respostas, mostram que enquanto as oscilações nos sistemas estáveis diminuem, nos instáveis elas aumentam sem limite. Observe também que, neste caso, a resposta do sistema estável, em estado estacionário, tende ao valor um. 6 1 Introdução Um exemplo de sistema instável é exposto na figura ao lado. A primeira ponte sobre o estreito de Tacoma em Puget Sound, Washington, foi aberta ao tráfego no dia 1 de julho de 1940. Descobriu-se que a ponte oscilava sempre que ventava. Depois de quatro meses, uma ventania produziu uma oscilação que cresceu em amplitude até que a ponte se rompeu. A figura (a) mostra o início da oscilação e a (b) o colapso catastrófico. 7 1 Introdução Métodos para determinarem a estabilidade dos sistemas lineares contínuos invariantes no tempo sem a necessidade de resolução da equação característica: 1. O critério de Routh-Hurwitz. Este critério é um método algébrico que fornece informação sobre a estabilidade absoluta de um sistema linear invariante no tempo que possui uma equação característica com coeficientes constantes. O critério testa quando qualquer uma das raízes da equação característica encontra-se no semi-plano direito do plano-s. O número de raízes sobre o eixo jw e no semi-plano esquerdo. 2. O critério de Nyquist. Este critério é um método semigráfico que fornece informação sobre a diferença entre o número de pólos e zeros da função de transferência que estão no semiplano direito do plano-s através da observação do gráfico de 8 Nyquist da função de transferência. 1 Introdução 3. Diagrama de Bode. Este diagrama é um gráfico da magnitude da função de transferência de malha G(jw)H(jw) em dB e da fase de G(jw)H(jw) em graus, todos versus a freqüência. A estabilidade do sistema de malha fechada pode ser determinada pela observação destes gráficos. 9 2 Estabilidade BIBO Sejam u(t), y(t)e g(t) a entrada, a saída e a resposta ao impulso de um sistema linear invariante no tempo, respectivamente. Com condições iniciais nulas, um sistema é dito BIBO (bounded-input bouded-output) estável, ou simplesmente estável, se para toda entrada limitada u(t) resultar uma saída limitada y(t). Matematicamente, se y(t) é a saída e u(t) é a entrada de um sistema linear monovariável, u ( t ) ≤ N < ∞ para t ≥ t 0 então y( t ) ≤ M < ∞ para t ≥ t0 10 2 Estabilidade BIBO PROVA Expressando a relação entre u(t), y(t) e g(t) através da integral de convolução: +∞ y( t ) = ∫ u ( t − τ)g (τ)dτ −∞ Tomando os valores absolutos em ambos os membros da integral de convolução, tem-se +∞ y( t ) = ∫ u (t − τ)g(τ)dτ −∞ 11 2 Estabilidade BIBO Sabendo que o valor absoluto da integral não é superior ao valor absoluto do integrando, reescreve-se +∞ y( t ) = ∫ u(t − τ) g(τ) dτ −∞ Se u(t) é limitada, u(t) ≤ N onde N é uma constante positiva finita. Então, +∞ y( t ) ≤ N ∫ g(τ) dτ < ∞ −∞ 12 2 Estabilidade BIBO Logo, se y(t) é limitado, ou seja, y( t ) ≤ M < ∞ onde M é uma constante positiva finita. Então, a seguinte condição deve ser atendida: +∞ N ∫ g (τ) dτ ≤ M < ∞ −∞ Portanto, a saída será limitada se a seguinte integral for limitada. +∞ ∫ g(τ) dτ −∞ Caso contrário, o sistema não é estável. 13 2 Estabilidade BIBO EXEMPLO Considere o capacitor alimentado por uma fonte de corrente; a tensão no capacitor é a saída. Seja g(t) = 1(t). Assim, +∞ +∞ −∞ −∞ ∫ g(τ) dτ = ∫ dτ A qual não é limitada. A função de transferência é Y(s)/U(s) = 1/s. Fisicamente, uma entrada de corrente constante causará um crescimento indefinido da tensão e assim, o sistema não é BIBO estável. 14 2 Estabilidade BIBO qi EXEMPLO h q Considere o sistema de armazenamento de líquido. Mostre que este processo não é auto-regulável, considerando a resposta ao degrau da vazão de entrada qi. A função de transferência que relaciona o nível do líquido com a vazão de entrada qi é dada por: H(s) 1 = Q i (s) As onde: A – área transversal do tanque. 15 2 Estabilidade BIBO Para uma entrada ao degrau, de magnitude M0, M0 Q i (s) = s Logo, M0 H(s) = 2 As Obtendo a transformada de Laplace inversa, M0 h(t) = t A Portanto, a resposta é ilimitada e assim, o sistema é de malha aberta instável (ou não auto-regulável), desde que uma entrada limitada produz uma saída ilimitada. 16 3 Estabilidade assintótica O conceito de estabilidade devido a Lyapunov consiste em a saída e todas as variáveis internas jamais tornarem-se ilimitadas e devem tender ao zero quando o tempo tender ao infinito, para condições iniciais suficientemente pequenas. Considere o sistema linear constante cuja equação característica seja, s n + a1s n −1 + a 2s n − 2 + L + a n = 0 (1) Assuma que as raízes {pi} da equação característica sejam reais ou complexas, mas distintas. Observa-se que a equação (1) é o denominador da função de transferência do sistema, 17 3 Estabilidade assintótica Y(s) b 0s m + b1s m −1 + b 2s m − 2 + L + a m = n T(s) = R (s) s + a1s n −1 + a 2s n − 2 + L + a n m = K ∏ (s − z i ) i =1 n ∏ (s − p ) , m≤n (2) i i =1 A solução da equação diferencial cuja equação característica é dada anteriormente pode ser escrita como, n y( t ) = ∑ K i e p i t i =1 (3) 18 3 Estabilidade assintótica Onde {pi} são as raízes da equação característica (2) e {Ki}depende das condições iniciais. O sistema é estável se e somente se todo termo de (3) tender para zero, quando o tempo tende para o infinito. e pi t → 0 ∀p i Isto acontece se todos os pólos do sistema estiverem no lado esquerdo do plano complexo, ou seja, Re{pi} < 0. Desta forma, todos os coeficientes da equação característica {ai} precisam ser positivos. Esta condição determina a estabilidade assintótica interna do sistema. 19 4 Critério de estabilidade de Routh Considere a equação característica de um sistema de n-ésima ordem, a (s) = s n + a1s n −1 + a 2s n − 2 + L + a n A condição necessária para estabilidade de Routh diz que todas as raízes da equação característica devem ter partes reais negativas, o que requer que todos os coeficientes {ai} sejam positivos. PROVA: a equação característica pode ser escrita na forma: (s − p1 )(s − p 2 )(s − p3 )L (s − p n ) = 0 20 4 Critério de estabilidade de Routh Se esta equação é multiplicada, tem-se: a n s n + a n −1s n −1 + L + a 0 = 0 a0 a n −1 n −1 s + s +L+ =0 an an n 21 4 Critério de estabilidade de Routh Pela teoria das equações, pode-se relacionar as raízes {pi} e os coeficientes: n a n −1 = −∑ p i ; an i =1 n n a n −2 = ∑∑ p i p j , i ≠ j an i =1 j=1 n n n a n −3 = −∑∑∑ p i p jp k , i ≠ j ≠ k an k =1 i =1 j=1 M a0 = (−1) n p1p 2 L p n an 22 4 Critério de estabilidade de Routh Conclusões: (1) Os coeficientes an-1, ..., a0 têm todos o mesmo sinal e são todos não nulos, se todas as raízes p1, ..., pn tiverem partes reais negativas. (2) A única maneira para qualquer dos coeficientes diferir no sinal de an é que uma ou mais das raízes tenha uma parte real positiva. Assim, o sistema é necessariamente instável se outros coeficientes não tiverem o mesmo sinal. Todavia, esta condição não é suficiente, pois um sistema não é necessariamente estável se todos os coeficientes tiverem o mesmo sinal. Exemplo: q(s) = (s +2)(s2 – s + 4) = s3 + s2 + 2s +8, é instável mesmo com os coeficientes positivos. 23 4 Critério de estabilidade de Routh Para contornar esta limitação, os cientistas Routh e Hurwitz criaram no final do século 19 uma metodologia que estabelece uma condição necessária e suficiente de estabilidade. Esta metodologia é baseada num arranjo triangular. Condição Necessária e Suficiente: Todos os elementos da primeira coluna do arranjo devem ser positivos. Esta metodologia é explicada em detalhes a seguir. 24 4 Critério de estabilidade de Routh Este método pode dizer quantos pólos do sistema em malha fechada estão no semiplano da esquerda, no semiplano da direita e sobre o eixo jw. O número de pólos em cada seção de plano pode ser determinado, porém sas coordenadas não podem ser obtidas. O método é denominado critério de Routh-Hurwitz e é constituído de duas etapas: (1) gerar uma tabela de dados denominada de tabela de Routh e (2) interpretar a tabela par definir quantos pólos de sistema em malha fechada se situam no semiplano esquerdo, direito e sobre o eixo jw. A grande vantagem deste método está em sua utilização no projeto. Por exemplo, é difícil determinar por meio de uma calculadora a faixa de valores de um parâmetro que propicia a estabilidade. Neste 25 sentido, o método permite determinar tal faixa. 4 Critério de estabilidade de Routh Observe a função de transferência do diagrama de blocos a seguir. Uma vez que há interesse na determinação dos pólos, a atenção é concentrada no denominador. 26 4 Critério de estabilidade de Routh Inicialmente, gera-se a tabela de Routh a seguir, começando por nomear as linhas com potências de s a partir da potência mais alta no denominador da função de transferência em malha fechada até s0. Em seguida, inicia-se com o coeficiente de potência mais alta de s no denominador e lista-se, horizontalmente, na primeira linha, cada um dos demais coeficientes. Na segunda linha lista-se, horizontalmente, começando-se com a próxima potência mais alta em s, cada coeficiente que foi pulado na primeira linha. 27 4 Critério de estabilidade de Routh As entradas remanescentes são preenchidas da seguinte forma: cada entrada é igual ao valor negativo dos determinantes formados com os elementos das duas linhas anteriores dividido pelo elemento da primeira coluna diretamente acima da linha que está sendo calculada. A coluna à esquerda do determinante é sempre a primeira coluna das duas linhas anteriores, e a coluna à direita é constituída dos elementos da coluna acima e à direita. A tabela se completa quando todas as linhas estiverem concluídas 28 até s0. 4 Critério de estabilidade de Routh EXEMPLO: Construa a tabela de Routh para o sistema da figura (a). SOLUÇÃO: a primeira etapa é obter o sistema em malha fechada equivalente, como mostrado na figura (b). O critério de Routh será aplicado ao denominador desta função de transferência em malha fechada. 29 4 Critério de estabilidade de Routh Inicialmente nomeia-se as linhas com potências de s desde s3 a s0 em uma coluna vertical. Em seguida forme a primeira linha da tabela utilizando os coeficientes do denominador da função de transferência de malha fechada, começando com o de mais alta potência e salte todas as demais potências de s. Forme a segunda linha com os coeficientes do denominador saltados na etapa anterior. As linhas subsequentes são formadas com determinantes, conforme a figura a seguir. 30 4 Critério de estabilidade de Routh Interpretação da tabela de Routh básica: “O critério de RouthHurwitz estabelece que o número de raízes do polinômio que se situam no semiplano direito é igual ao número de mudanças de sinal na primeira coluna.” Logo, de acordo com o exemplo anterior, ocorre de 1 na linha s2 para –72 na linha de s1. A segunda ocorre de –72 na linha de s1 para 103 na linha de s0. Assim, o sistema é instável, uma vez que existem dois pólos no semiplano da direita. 31 4 Critério de Estabilidade de Routh: casos especiais ZERO APENAS NA PRIMEIRA COLUNA: Se o primeiro elemento de uma linha é igual a zero, seria necessário uma divisão por zero para formar a próxima linha. Para evitar essa ocorrência atribui-se um valor épsilon, ε, em substituição ao zero na primeira coluna. Faz-se então este valor tender a zero por valores positivos ou negativos, após o que o sinais dos elementos na primeira coluna podem ser determinados. Admita o exemplo a seguir. 32 4 Critério de Estabilidade de Routh: casos especiais EXEMPLO: Determine a estabilidade da função de transferência em malha fechada. 10 T (s) = 5 s + 2s 4 + 3s 3 + 6s 2 + 5s + 3 Comece definindo a tabela de Routh abaixo da linha onde aparece um zero apenas na primeira coluna (a linha de s3). Em seguida, substitua por um número pequeno ε, e complete a tabela. 33 4 Critério de Estabilidade de Routh: casos especiais Sendo ε escolhido como positivo, a tabela a seguir indicará uma mudança de sinal da linha s3 para a linha s2, e haverá uma outra mudança de sinal da linha s2 para a linha s1. Assim, o sistema é instável e possui dois pólos no semiplano da direita. De modo alternativo, ε poderia ser escolhido como negativo, de acordo com a última coluna da tabela abaixo. 34 4 Critério de Estabilidade de Routh: casos especiais LINHA COMPLETA COM ZEROS: EXEMPLO: Determine o número de pólos no semiplano da direita referente à função de transferência. 10 T (s) = 5 s + 7s 4 + 6s 3 + 42s 2 + 8s + 56 Inicia-se pela formação da tabela de Routh para o denominador da função de transferência T(s) (ver tabela a seguir). Por conveniência, na segunda linha todos os termos são multiplicados por 1/7. Este processo é interrompido na terceira linha, uma vez que toda a linha é formada por zeros, e utiliza-se o procedimento descrito a seguir. 35 4 Critério de Estabilidade de Routh: casos especiais Inicialmente, retorna-se à linha imediatamente acima da linha de zeros e forma-se um polinômio auxiliar utilizando os elementos desta linha como coeficientes. O polinômio começa com a potência de s correspondente à linha imediatamente acima da linha de zeros e continua salteando, alternadamente, as demais potências de s. Assim, o polinômio formado por este exemplo é P(s) = s 4 + 6s 2 + 8 Em seguida, o polinômio é derivado em relação a s, e obtém-se dP(s) = 4s 3 + 12s + 0 ds Finalmente, os coeficientes desta última equação são utilizados em substituição à linha de zeros. Novamente, por conveniência, a terceira 36 linha é multiplicada por ¼ após a substituição dos zeros. 4 Critério de Estabilidade de Routh: casos especiais O restante da tabela é formado de modo direto seguindo-se a formapadrão. Observa-se que todos os elementos da primeira coluna são positivos. Assim, não existem pólos no semiplano da direita. 37 4 Critério de estabilidade de Routh: exemplos EXEMPLO: Encontre os intervalos dos ganhos de controle (K, KI) tal que o sistema de controle PI da figura a seguir seja estável. Solução: a equação característica do sistema de malha fechada é dada por, KI ⎞ 1 ⎛ 1 + G (s)H(s) = 1 + ⎜ K + ⎟ s ⎠ (s + 1)(s + 2) ⎝ 38 4 Critério de estabilidade de Routh: exemplos que pode ser reescrita como, s 3 + 3s 2 + (2 + K )s + K I = 0 O arranjo de Routh correspondente é dado por, s3 : 1 s2 : 3 s : (6 + 3K − K I ) 3 s0 : 2+K KI KI 39 4 Critério de estabilidade de Routh: exemplos Para a estabilidade assintótica, devemos ter 1 K I > 0, K > K I − 2 3 A região de estabilidade no plano (KI, K) é destacada na figura a seguir. 40 4 Critério de estabilidade de Routh: exemplos EXEMPLO: O projeto de um controle de direção para um veículo com esteiras envolve a escolha de dois parâmetros. Na figura (a), o sistema mostrado tem o modelo mostrado na figura (b). As duas esteiras são operadas com velocidades diferentes para virar o veículo. 41 4 Critério de estabilidade de Routh: exemplos Deve-se escolher K e a de modo que o sistema seja estável. A equação característica do sistema com realimentação é 1 + G (s)H(s) = 0 ou K (s + a ) 1+ =0 s(s + 1)(s + 2)(s + 5) Portanto, tem-se s(s + 1)(s + 2)(s + 5) + K (s + a ) = 0 s 4 + 8s 3 + 17s 2 + (K + 10)s + Ka = 0 42 4 Critério de estabilidade de Routh: exemplos Para determinar-se a região estável para K e a, constrói-se a tabela de Routh: s4 : s3 : 1 8 s2 : b3 17 Ka K + 10 0 Ka s1 : c 3 s 0 : Ka onde 126 − K b3 = 8 b 3 (K + 10) − 8Ka c3 = b3 43 4 Critério de estabilidade de Routh: exemplos Para que os elementos da primeira coluna serem positivos, é necessário que Ka, b3 e c3 serem positivos. Portanto, requerse que: K < 126 Ka > 0 (K + 10)(126 - K) – 64Ka > 0 A região para estabilidade é mostrada na figura ao lado. 44 5 Estabilidade no espaço de estados Nesta seção, a estabilidade será vista pela perspectiva do espaço de estados. Sabe-se que os valores dos pólos do sistema são iguais aos autovalores da matriz de sistema, A, os quais são soluções da equação det(sI - A) = 0, que também conduz aos pólos da função de transferência. PROVA: O vetor de equações diferenciais sem sinais de entrada é dado por: x& = Ax onde x é o vetor de estados. 45 5 Estabilidade no espaço de estados A solução é do tipo exponencial, e podemos definir uma constante λ tal que a solução do sistema para um estado seja: x i (t) = k ie λi t onde λi é a raiz característica ou autovalor do sistema. Considerando x = keλt e substituindo em x& = Ax , tem-se λt λke = Ake ou Reescrevendo: λt λx = Ax (λI − A ) x = 0 46 5 Estabilidade no espaço de estados A solução da equação anterior é não trivial, se só se o determinante for: det(λI − A) = 0 Portanto, a equação de n-ésima ordem em λ, resultante do desenvolvimento do determinante é a equação característica e a estabilidade do sistema pode ser facilmente obtida. 47 5 Estabilidade no espaço de estados EXEMPLO: Dado o sistema 3 1⎤ ⎡10⎤ ⎡ 0 x& = ⎢⎢ 2 8 1 ⎥⎥ x + ⎢⎢ 0 ⎥⎥ u ⎢⎣ 0 ⎥⎦ ⎢⎣− 10 − 5 − 2⎥⎦ y = [1 0 0]x Determine a quantidade de pólos no semiplano da esquerda, no semiplano da direita e sobre o eixo jw. 48 5 Estabilidade no espaço de estados SOLUÇÃO: Inicialmente forme a matriz (sI - A): 3 1⎤ ⎡ s −3 −1 ⎤ ⎡ s 0 0⎤ ⎡ 0 (sI − A) = ⎢⎢0 s 0⎥⎥ − ⎢⎢ 2 8 1 ⎥⎥ = ⎢⎢− 2 s − 8 − 1 ⎥⎥ ⎢⎣0 0 s ⎥⎦ ⎢⎣− 10 − 5 − 2⎥⎦ ⎢⎣ 10 5 s + 2⎥⎦ Obtenha agora det(sI – A): det(sI − A) = s 3 − 6s 2 − 7s − 52 Utilizando este polinômio, forme a tabela de Routh. 49 5 Estabilidade no espaço de estados Como ocorre uma mudança de sinal na primeira coluna, o sistema possui um pólo no semiplano da direita e dois pólos no semiplano da esquerda. Portanto, o sistema é instável. 50 6 Estabilidade de sistemas com atraso Pode o critério de estabilidade apresentado neste capítulo ser aplicado a sistemas que contenham retardamentos de tempo ? Não, eles não podem ser diretamente aplicados porque os sistemas que contém retardamento de tempo não tem equações características da forma exigida, isto é, polinômios finitos em s. Por exemplo, a seguinte equação característica representa um sistema que contém um retardamento de tempo: s +s+e 2 − sT =0 51 6 Estabilidade de sistemas com atraso Falando estritamente, esta equação tem um número infinito de raízes, pois: 2 3 x x ex = 1 + x + + + ... 2! 3! Entretanto, em alguns casos, uma aproximação pode ser empregada para e-sT para dar uma informação útil, entretanto imprecisa em relação a estabilidade do sistema. Para exemplificar, seja e-sT, na equação anterior, substituída pelos dois primeiros termos da série de Taylor. A equação se torna, s 2 + s + 1 − sT = 0 52 6 Estabilidade de sistemas com atraso Ou, s 2 + (1 − T)s + 1 = 0 Para ser estável, um dos requisitos que o polinômio característico deve ter é que seus coeficientes sejam positivos. Portanto, tem-se que T<1 Outra aproximação possível para o retardo e-sT seria a de Padé. 53 OBRIGADO 54