Cordel doamor sem fim Trupe Sinhá Zózima – Projeto Arte Expressa 03 a 31 de Março Todos os sábados, às 20h Parque Dom Pedro II A Trupe Sinhá Zózima propôs outro diálogo com a cidade: do ponto de vista de um ônibus, ou seja, do transporte coletivo. Criou o Cordel do amor sem fim (2007) em um ônibus que circula pela cidade enquanto em seu interior, em meio aos "passageiros", desenrola-se a trama regional, falando de um amor impossível no sertão, às margens do rio São Francisco. Há intensa gama de significados na contradição da cena representada no interior do ônibus e a paisagem urbana que ele percorre. (Sebastião Milaré – Revista aParteXXI, 2011) Trupe Sinhá Zózima O ônibus urbano como espaço cênico A Trupe Sinhá Zózima é um grupo brasileiro de teatro, fundado na cidade de São Paulo, em 2007. O ônibus (omnibus: para todos) é o lugar onde a trupe tece um teatro do encontro sem fronteiras, fundamentado na filosofia do diálogo de Martin Buber, na pedagogia do oprimido de Paulo Freire e na poética do espaço de Gaston Bachelard. O principal projeto deste coletivo reside na aposta biopolítica da reapropriação, pelos sujeitos sociais, da legitimidade de seu poder de criar e refletir sobre a criação de sua vida. É possível que a arte seja parte integrante da autocriação da vida. Não mais como bem pertencente a um pequeno grupo ou como bem inacessível e incompreensível. Nesta reapropriação da vida, o teatro insere-se de modo sagaz como “alma” da vida reinventada. A pesquisa teatral do grupo resultou na Primeira Mostra de Teatro no Ônibus, na Residência Artística no Terminal Parque Dom Pedro II e Expresso Tiradentes. E em três montagens cênicas apresentadas em vários estados do Brasil: Cordel do amor sem fim (2007) de Cláudia Barral, Valsa nº 6 (2009) de Nelson Rodrigues e O poeta e o cavaleiro (2010), livremente inspirada na obra literária de Pedro Bandeira. Em 2009, o documentário Teatro e Circunstância do SESCTV apontou a Trupe Sinhá Zózima como um dos grupos que se inscrevem e representam as novas tendências do teatro atual, por desenhar com vigor e nitidez os contornos de um movimento artístico, que cresce e se avoluma a partir da consciência social, marcadamente caracterizado pela vontade de tirar o teatro dos guetos e democratizá-lo, levá-lo a novos públicos, aos excluídos e aos socialmente não privilegiados – velho sonho jamais plenamente alcançado. Arte Expressa - Residência Artística Por um teatro do encontro sem fronteiras O projeto Arte Expressa reúne inúmeras ações artísticas que integram a pesquisa teatral continuada da Trupe Sinhá Zózima no Terminal Parque Dom Pedro II e Expresso Tiradentes. Visa um diálogo profícuo com trabalhadores, passageiros de ônibus, com objetivo de envolvê-los no processo de criação cênica do grupo. Iniciado em 2009, o projeto realizou a primeira Mostra de Teatro no Ônibus. Nesta mostra, a encenação teatral foi lançada para uma realidade outra: doze grupos de teatro foram convidados para encenar peças curtas em ônibus que circulavam no Expresso Tiradentes, num percurso que vai do centro da cidade de São Paulo aos terminais Sacomã e Vila Prudente. Neste período, a Trupe realizou uma pesquisa sobre a relação dos trabalhadores, passageiros de ônibus, com as artes cênicas. Foi constatado que 75% das pessoas nunca foram ao teatro. Mas foi surpreendente que 97% escolheriam para se locomover um ônibus onde houvesse encenações teatrais. Em 2011, a Trupe Sinhá Zózima inicia a residência artística no Terminal Parque D. Pedro II e Expresso Tiradentes, ampliando o projeto Arte Expressa. A residência parte da acepção de residir como atitude de fazer morada, habitar, desenhar o espaço com cores vivas, reconstruir a casa com o rosto dos próprios moradores. Entretanto, é residir artisticamente, o que diz respeito a um encontro do artista com o povo e do povo com o artista. É criar em conjunto: reunir fazedores de arte e descobrir fazedores de arte. Por isso, residir, é ir ao encontro, é fazer arte, teatro, onde, a princípio, parece impossível, no local onde as pessoas estão, passam, caminham e vivem. O Projeto Arte Expressatem apoio institucional da São Paulo Transporte (SPTrans). Até o presente momento não conta com nenhum patrocínio privado ou fomento público. A Trupe busca apoio para as ações artísticas nestes terminais, como: criação de núcleo de pesquisa cênica com passageiros de ônibus; carpintarias teatrais; exposição de artes visuais; mostra de teatro no ônibus; criação de nova montagem a partir de narrativas de vida de trabalhadores; debates; oficinas de cultura popular, dança e cantoria; apresentação em ônibus das peças criadas pelo grupo nos últimos cinco anos. Neste primeiro semestre de 2012, o projeto realiza apresentações gratuitas da peça Cordel do amor sem fim. A peça será encenada em um ônibus que parte do Terminal Parque Dom Pedro II e atravessa o centro antigo da cidade de São Paulo. Cordel do amor sem fim Com direção de Anderson Maurício e texto de Cláudia Barral, Cordel do amor sem fim narra estórias do universo interiorano. O ir e vir das águas do velho rio São Francisco envolve a vida dos personagens: Teresa, Antônio, Carminha, Madalena e José percorrem as margens do rio, tecendo um trajeto encantatório, como se movimentassem a própria vida no ônibus, onde a peça é encenada. O espetáculo foi apresentado mais de 250 vezes em vários estados brasileiros e também no continente europeu. Cordel do amor sem fim(2007) é a primeira montagem cênica da Trupe Sinhá Zózima. Marca e finca o projeto teatral do grupo num campo experimental: a investigação de um teatro do encontro sem fronteiras. Parte da ousada pesquisa do ônibus como espaço cênico e do estudo sobre cultura popular. A narrativa sertaneja da dramaturga baiana Cláudia Barral, apresentada num ônibus em movimento, compõe um mosaico paradoxal diante da tessitura urbana e suas mazelas cruciais. Influenciados pela força poética da imagem das águas do rio São Francisco, o grupo iniciou uma leitura atenciosa dos textos filosóficos de Gaston Bachelard (1884-1962). Os livros A água e os sonhos, A poética do espaço eA terra e os devaneios da vontade configuraram verdadeiro manancial para o processo de criação cênica. A encenação no ônibus reinventa o espaço: elementos rústicos tecem o cenário que coadunam com a música caipira e aos diversos cheiros dos temperos interioranos. Ficha técnica Categoria: Drama Lírico Duração: 50min Classificação Indicativa: 12 anos Dramaturgia: Cláudia Barral Direção: Anderson Maurício Direção Musical: Roberta Forte Direção de Movimento: Lídia Zózima Dramaturgismo e redação: Rudinei Borges Música Original: Carlos Barral Iluminação: Anderson Maurício Figurinos: Evie Milani Sonoplastia: Priscila Reis Cenografia: Vanessa Cabral e Fernando de Marchi Elenco: Alessandra Santana, Anderson Maurício, Cleide Amorim, Leonardo Cônego, Priscila Reis e Maria Alencar. Designer Gráfica: Deborah Lemos Produção : Tatiane Lustoza Assessoria de imprensa: Adriano Antony e Danilo Santos Peres Serviço 03 a 31 de Março - Todos os sábados às 20h. Onde: Terminal Parque Dom Pedro II. Endereço: Av. do Estado, s/n. Sé. Quanto: Gratuito – distribuição dos ingressos 1h antes. Lotação: 34 passageiros Informações: (55 11) 6292.0447 – E-mail: [email protected] Site: www.sinhazozima.com.br