ADEQUAÇÕES EM UM AEROPORTO REGIONAL PARA ATINGIR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE FORMA SUSTENTÁVEL Eng. Artur Rech da Rosa - voluntário Orientadora: Profa. Dra. Valquíria Villas Boas Gomes Missell INTRODUÇÃO A sustentabilidade ambiental trata da utilização do meio ambiente, dando oportunidade a ele de se regenerar, ou encontrando meios de substituir a ocupação ambiental por meios renováveis. Assim o Aeroporto Regional de Caxias do Sul, que é um empreendimento prestador de serviços de transporte à região da Serra Gaúcha, pode atuar conforme o conceito de desenvolvimento sustentável, desde que ocorra a integração dos critérios ambientais na prática econômica, garantindo a necessidade de crescimento e evolução contínuos. Desta forma, a fotogeração energética para suprir sua demanda torna-o sustentável do ponto de vista deste recurso. O sistema de geração de energia economizará 144.360,00 R$/ano e gerará o equivale a 82.000,00 R$/ano em créditos de energia, considerando o valor do kWh de R$ 0,25 (preço em 2014). O custo de implantação é de R$ 2.879.768,06 e o custo de manutenção e operação anual é de R$ 28.764,75. Na figura 4 é demonstrado o Fluxo de Caixa, que mostra os custos e as receitas anuais. Na figura 5 é apresentado o Saldo de Caixa em VPL. Ambas as figuras demonstram que a implantação do sistema é viável economicamente. METODOLOGIA A determinação da demanda do aeroporto foi feita pela energia utilizada per capita no Aeroporto de Confins multiplicado pelo número de passageiros do Aeroporto de Caxias do Sul, considerando o número de horas em que permanecem abertos. O dimensionamento do número de módulos fotovoltaicos de silício policristalino necessários utilizou o mês de menor incidência de radiação solar, cerca de 3,33 kWh/m²/dia em um ângulo de 29° N e assumiu-se a tensão do sistema sendo de 380 V. A determinação do tipo de cabo, inversor de frequência e a quantidade e disposição dos módulos utilizou a metodologia de Rosa et al (2014). Ainda, foi feita a análise de viablidade econômica que utilizou o método de valor presente líquido (VPL) através do fluxo de caixa, levando em conta os custos de implantação, manutenção e operação e as economias e benefícios que tornam-se em receitas. Avaliou-se, também, a relação benefício/custo (B/C) e a taxa interna de retorno (TIR) comparada a uma aplicação financeira do tipo caderneta de poupança (6,57%a.a), por um tempo determinado de 20 anos, devido ao término da garantia dos painéis fotovoltaicos. Todos os valores são reais e foram orçados no mês de maio de 2014. Fig. 4: Fluxo de Caixa. RESULTADOS A quantia de módulos, para satisfazer a demanda de 1.604 kWh/dia do aeroporto, é de 2.418 módulos, ligados por cabos de cobre de 1,31 mm² de seção, ocupando uma área de 3.965,52 m². Na figura 1 é apresentada a área requerida. Fig. 5: Saldo de Caixa Acumulado em VPL. Na tabela 1 é apresentado o resultado geral para este estudo, onde a relação benefício/custo de 1,42 e a TIR superior a caderneta de poupança evidenciam a viabilidade econômica deste projeto. Ainda, o tempo de retorno do investimento é de 13 anos e 3 meses, apresentando VPL positivo. Fig. 1: Área de localização do sistema fotovoltaico. Este sistema requer um inversor de frequência que atue em correntes de 980 a 1.530 A e 2 transformadores, um que transformará a tensão de 380 V para a tensão que a rede elétrica transporta, de 13,8 kV, gerando créditos de energia e outro para transformar a tensão que sai do sistema fotovoltaico de 215 V para a tensão utilizada nas dependências do aeroporto de 380 V. Ainda, haverá um medidor bidirecional de energia para mensurar a energia que o aeroporto entrega à rede e a que consome da rede no período da noite, na forma de créditos. Na figura 2 é apresentada a subestação de energia, que é o local onde estes dispositivos serão dispostos, e na figura 3 é demonstrada a posição e o ângulo dos módulos. Fig. 2: Subestação de Energia. TIR B/C VPL Tempo de retorno 9,30% 1,42 R$ 1.447.947,71 13,25 anos Tab. 1: Resultados de Dados para Análise de Viabilidade. CONCLUSÕES A partir da relação benefício/custo e do valor positivo da TIR, nota-se que o estudo é viável economicamente na implantação, operação e manutenção do sistema ao final de 20 anos. Sendo que a TIR apresenta-se muito atrativa em relação à taxa mínima de atratividade empregada. Ainda, não foi identificado nenhum impacto negativo para a implantação deste estudo, sendo encontrado muitos impactos positivos, como a sustentação da imagem de green airport, incentivo a propagação de energias renováveis, reduz a necessidade de novos barramentos para Pequenas Centrais Hidrelétricas, não causando novas interferências no meio aquático, independência energética, até nos dias de menor irradiação, geração de créditos energéticos, geração de emprego especializado entre muitos outros exemplos. Nesse contexto, se este estudo for implementado, os gastos com energia elétrica deixarão de fazer parte da realidade do aeroporto e se tornarão economias realizadas para o município de Caxias do Sul, visto que se trata de um empreendimento que pertence ao poder municipal. Assim, o município poderá utilizar estas economias como investimentos no aprimoramento do corpo de trabalhadores presentes, através de cursos e incentivos à educação especializada, novos projetos de revitalização do aeroporto e de outras áreas do município, educação em geral e ambiental da comunidade, entre outras possibilidades. Desta forma, se tratando de um sistema promissor, em relação ao tempo de retorno dos investimentos, indica-se, em uma instalação de grandes proporções como um aeroporto regional, sua implantação. REFERÊNCIAS ROSA, A. R.; BITTENCOURT, B.; BRITO, M. C. Dimensionamento de um sistema fotovoltaico para uma residência isolada situada em Ibiza – Espanha. In: 4º Congresso Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente, 2014, Bento Gonçalves. 4º Congresso Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente, 2014. Fig. 3: Posicionamento dos Módulos.