NOTA DE INFORMAÇÃO Evolução das negociações para a reforma da PAC a partir de 2013 Após a apresentação da Comunicação da Comissão Europeia sobre a reforma da PAC, para depois de 2013, têm-se acentuado as reuniões, do Comité Especial da Agricultura e do Conselho de Ministros da Agricultura, dedicadas ao assunto. Até agora, como é normal nesta fase, cada Estado membro tem vindo a identificar as suas reivindicações, sem se preocupar com a situação de conjunto, nem em desvendar as concessões que poderá aceitar. A Comissão Europeia vai ter muito brevemente que definir posições sobre aquelas que parecem ser as três questões mais sensíveis: o a repartição dos pagamentos directos ao rendimento cuja dificuldade resulta da extrema variabilidade dos mesmos entre os vários países europeus, e também no interior de cada país, o que dificultará a concretização da desejável tendência para a igualização; (vd. quadros anexos com a repartição média por ha, por Estado membro e com a repartição por ha no interior do nosso país); o o “esverdeamento” das ajudas directas (sujeição ao respeito por determinadas condições ambientais); o o plafond máximo de ajudas por exploração. Até agora, há um conjunto de países (Bélgica, Irlanda e Polónia) que desejam a fixação antecipada de um orçamento agrícola para depois de 2013, enquanto que outro grupo (Reino Unido, Dinamarca e República Checa) pensa fazê-lo depender das negociações sobre o quadro financeiro plurianual futuro. Sobre a sensível questão da repartição das ajudas, há um número significativo de países, em particular a França, a Alemanha, a Holanda, a Bélgica e o Reino Unido, que consideram que a redistribuição equitativa dos apoios não deve aplicar-se exclusivamente ao 1º Pilar (ajudas ao rendimento) mas também ao 2º Pilar (desenvolvimento rural). Por outro lado, a ideia da Comissão de propor um limite máximo de ajudas por exploração, está longe da unanimidade, sendo que as mais vivas restrições são feitas pela Alemanha e pela República Checa, que dispõem de grandes explorações, seguidas pelo Reino Unido, Bélgica e Polónia, Itália, Roménia e Eslováquia. Av. República, 412, 2750-475 Cascais • Tel. 214 847 440 • Fax 214 847 441 • Email: [email protected] • www.agroges.pt Muito recentemente (17 de Março) a Presidência do Conselho, actualmente assegurada pela Hungria, fez um balanço de conclusões, até à presente fase de negociações, sobre a Comunicação da Comissão, com o qual esteve de acordo um grande número de Estados membros. Essas conclusões apoiam em geral o conteúdo da Comunicação da Comissão. Entre elas, destacam-se: - a opinião de que a PAC se deve manter forte, financiada de acordo com os seus objectivos e estruturada em torno de dois Pilares complementares, como actualmente acontece; - o acordo sobre os três objectivos para a PAC: produção viável de alimentos; gestão sustentável dos recursos naturais, incluindo alterações climáticas e desenvolvimento equilibrado do território; - o apoio à continuação dos apoios directos ao rendimento, reconhecendo a necessidade de que a sua distribuição seja mais equitativa, com redução da sua ligação a referencias históricas e assegurando um ritmo progressivo de transição (a nível europeu e a nível nacional) de forma a evitar consequências financeiras convulsivas; - o encorajamento da Comissão para aprofundar a hipótese dos Estados membros (no contexto dos seus envelopes financeiros) atribuírem um apoio especifico mínimo aos pequenos agricultores, bem como a considerarem uma orientação mais “focada” para os agricultores “activos”; - a discordância sobre a possibilidade de serem introduzidos limites quantitativos aos pagamentos directos; - a concordância para que o apoio a dar às áreas afectadas por handicaps naturais seja incluída no 2º Pilar; - a concordância para que algumas ajudas directas permaneçam “ligadas” à produção em certos sectores sensíveis; - a concordância com as sugestões da Comissão sobre medidas de gestão de risco, ainda que as mesmas devam ser voluntárias e não distorcer a concorrência Entretanto no Parlamento Europeu, cuja posição deverá ser adoptada na sessão plenária prevista para o princípio de Junho, também tem havido muita discussão, tendo o projecto do relatório do alemão Albert Dess (PPE) sofrido duras críticas da parte dos membros da Comissão da Agricultura. Quanto a Portugal, a posição das autoridades tem sido sumariamente a seguinte: o manutenção de uma PAC forte, estruturada em 2 pilares complementares; o redistribuição dos apoios directos, de forma mais equitativa, com o abandono das referências históricas; Av. República, 412, 2750-475 Cascais • Tel. 214 847 440 • Fax 214 847 441 • Email: [email protected] • www.agroges.pt o manutenção de uma agricultura economicamente viável em toda a União Europeia; o apoio específico e simplificado aos pequenos agricultores e compensações adicionais aos agricultores das zonas desfavorecidas; o regulação dos mercados visando uma efectiva rede de segurança e maior equidade na repartição do valor ao longo da cadeia alimentar; o apoio ao desenvolvimento rural adaptado à diversidade das agriculturas e dos territórios nas suas três componentes (competitividade, gestão sustentável dos recursos naturais e equilíbrio territorial). Finalmente, pensa-se que a partir de agora as negociações entrarão na fase mais objectiva e clarificadora, por um período que decorrerá até ao fim do presente ano. Av. República, 412, 2750-475 Cascais • Tel. 214 847 440 • Fax 214 847 441 • Email: [email protected] • www.agroges.pt Portugal é um dos EM actualmente menos beneficiados pelas ajudas directas por ha de SAU 600 550 500 450 400 a 350 h /s o r 300 u E 250 264 €/ha 200 150 100 50 0 Grécia Bélgica Alemanha Hungria Eslovenia R. Checa Reino Unido Espanha EU‐12 Romenia EM Av. República, 412, 2750-475 Cascais • Tel. 214 847 440 • Fax 214 847 441 • Email: [email protected] • www.agroges.pt 4 São muito significativas as diferenças entre as actuais ajudas directas em vigor em Portugal para as explorações agrícolas com diferentes orientações produtivas dominantes 900 800 Arroz 700 Hortic. e Horto ind. 600 500 Euros/ha 400 Bovinos de leite 300 Arvenses Olival 200 174€/ha Permanentes div. Vinha Mistas Outros ruminantes Fruticultura Hortíc. Bovinos de carne 100 0 Av. República, 412, 2750-475 Cascais • Tel. 214 847 440 • Fax 214 847 441 • Email: [email protected] • www.agroges.pt 5