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Directora
Graça Franco
Domingo, 12-07-2015
Edição às 08h30
Editor
Carla Caixinha
GRÉCIA
"Acordo". Tweet de primeiroministro belga assinala final
das negociações
Francisco não quer jovens que
“vivam cansados, aborrecidos”
Quais os deputados mais
faltosos?
Casillas. Adeus muito
emocionado ao Real Madrid
mas feliz por ir para o Porto
Aumenta o
número de mortos
nas estradas
portuguesas
Nova lei sobre
maus-tratos a
animais. GNR
instaurou 50
processos-crimes
Primeiros
resultados dos
exames nacionais
conhecidos hoje
BISPO DE PORTALEGRE
“Corrupção
continua a ser
uma tentação a
que ninguém está
imune”
Português ganha
A concorrência
Grande Prémio do
investe? "Nos dois World Press
últimos anos,
Cartoon
fomos campeões"
DOMINGOS SOARES OLIVEIRA
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Domingo, 12-07-2015
GRÉCIA
"Acordo". Tweet de
primeiro-ministro
belga assinala final
das negociações
Alexis Tsipras, que sempre recusou a
participação do FMI no pacote de resgate,
terá cedido na última hora.
Foto: EPA
Por Redacção [com agências]
Líderes europeus chegam a acordo durante maratona
negocial para resgatar a Grécia. “Acordo”, declarou o
primeiro-ministro belga Charles Michel num tweet
com uma única palavra. O governo do Chipre, através
do porta-voz, “tweetou”: “Parece que temos negócio”.
A reunião de líderes da Zona Euro foi interrompida esta
madrugada para consultas finais. As negociações
arrastaram-se em Bruxelas durante mais de 19 horas na
tentativa de fechar um acordo para um novo resgate à
Grécia.
Em causa estariam as medidas que os credores
reclamam às autoridades gregas para aceitar um
terceiro programa de ajuda solicitado por Atenas, que
poderá ascender a 86 mil milhões de euros. A
presidente da Lituania dizia estar “quase quase”,
quando deixou a zona de reuniões.
O primeiro-ministro grego, que sempre recusou a
participação do Fundo Monetário Internacional (FMI)
no pacote de resgate, terá cedido na última hora,
segundo a mesma fonte. O outro ponto em cima da
mesa em que Alexis Tsipras teve de prescindir tem a
ver com os fundo de activos das pricatizações na
Grécia, que Tsipras tinha antes recusado em toda a
linha.
O partido da oposição grego To Potami não entrará
num governo de salvação nacional com o Syriza, mas
irá apoiar uma solução para os interesses da nação, diz
esta manhã um dirigente do partido.
“Não estamos à procura de um papel como parceiro de
governo com o Syriza, mas expressamos a nossa
disponibilidade ao primeiro-ministro para encontrar
soluções a bem da nação”, disse o dirigente à agência
Reuters.
A nova paragem surgiu depois da discussão de uma
proposta de compromisso para um novo resgate à
Grécia, avançou esta segunda-feira uma fonte oficial
do Conselho Europeu.
O princípio de entendimento foi alcançado durante
uma reunião bilateral, que juntou, nas últimas horas, o
primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a chanceler
alemã, Angela Merkel, o Presidente francês, François
Hollande, e o presidente do Conselho Europeu, Donald
Tusk.
As dificuldades estariam relacionadas com o novo
plano de resgate. As condições impostas à Grécia são
"muito más", avançou fonte do Governo de Atenas
citada pela agência France Press. Há condições "de
outro planeta", disse uma fonte do Governo grego à
imprensa internacional.
As negociações têm sido acompanhadas pelo Nobel da
Economia norte-americano. Num artigo intitulado
"Matar o Projecto Europeu", publicado num blogue de
opinião do "New York Times", Paul Krugman critica
veementemente as exigências do Eurogrupo em
relação à Grécia.
[Notícia actualizada às 8h19]
Francisco não quer
jovens que “vivam
cansados,
aborrecidos”
O Sumo Pontífice terminou em Assunção a
visita de nove dias a três países da América
Latina.
Por Aura Miguel, no Paraguai
No último ponto da agenda da sua visita ao Paraguai, o
Papa pediu aos jovens que sejam fortes e solidários.
Num discurso de improviso, perante milhares de
jovens com quem se encontrou na zona ribeirinha da
capital do Paraguai, Francisco desafiou os jovens a
tomarem partido e a rejeitarem uma vida de
indiferença e fraqueza.
“Isto é o que necessitamos dos jovens hoje: Jovens
com esperança e jovens com fortaleza. Não queremos
jovens fracos, jovens que andem por aí, sem rumo. Não
queremos jovens que se cansem rápido e que vivam
cansados, aborrecidos. Queremos jovens fortes, com
esperança e fortaleza. Porquê? Porque conhecem Jesus
conhecem Deus, porque têm um coração livre”, disse.
O Sumo Pontífice já deixou o aeroporto de Assunção
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Domingo, 12-07-2015
e já está de regresso ao Vaticano.
Primeiros resultados
dos exames
nacionais
conhecidos hoje
Quais os deputados
mais faltosos?
Deputados do PS, PSD e CDS/PP faltaram,
em média, um mês durante legislatura.
Apenas dois deputados nunca faltaram em
quatro anos.
Depois de saberem as notas, os alunos têm
esta semana para escolher os cursos
superiores em que pretendem entrar no
próximo ano lectivo.
Foto: Lusa
São conhecidos esta segunda-feira os resultados da
primeira fase dos exames nacionais do ensino
superior.
Depois de saberem as notas, os alunos têm esta
semana para escolher os cursos superiores em que
pretendem entrar no próximo ano lectivo.
O concurso nacional de acesso está dividido em três
fases.
A primeira decorre entre 20 de Julho e 7 de Agosto. A 11
de Setembro começa a segunda fase do concurso, que
se estende até dia 18.
A terceira fase decorre já em Outubro, entre os dias 1 e
5.
Ao longo da última legislatura, cada um dos deputados
sociais-democratas, socialistas e centristas esteve
ausente da Assembleia da República, em média,
durante 30 dias.
A maior das ausências está relacionada com viagens
parlamentares e as que não estiveram relacionadas
com missões parlamentares foram quase todas
justificadas, contabiliza o “Jornal de Notícias”.
No total, os sociais-democratas deram 3.207 faltas às
reuniões parlamentares - as quais, dividindo pelos 108
deputados, traduzem-se num mês inteiro de ausência
por cada um.
No caso dos socialistas, com 74 deputados, as 2.705
faltas atiram a média para os 37 dias.
Já os 24 eleitos do CDS-PP apresentam uma média de
31 dias longe do hemiciclo, devido ao total de 739 vezes
em que não compareceram.
Os deputados do PCP somaram 261 faltas e os do Bloco
de Esquerda (BE) 134. Os dois deputados d´Os Verdes
totalizaram ambos 10 faltas.
João Soares (PS) 154 faltas, Carlos Páscoa Gonçalves
(PSD) 152, Mota Amaral (PSD) 139, Maria João Ávila
(PSD) 135 e José Lello (PS) 121 são os parlamentares
mais faltosos.
Em oposição, os campeões de assiduidade foram dois
deputados que nunca faltaram em quatro anos: Pedro
Filipe Soares (BE) e Carlos Santos Silva (PSD).
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Domingo, 12-07-2015
Aumenta o número
de mortos nas
estradas portuguesas
Os distritos com mais vítimas mortais este
ano são Lisboa (26), seguido de Aveiro (25),
Beja e Porto, que registaram 22 mortos cada.
FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
A democracia
paradoxal
Tsipras acrescentou algo paradoxal à história
da democracia: propôs aos credores uma
austeridade tão ou mais dura do aquela que
ele próprio havia incitado o povo grego a
rejeitar.
Foto: Lusa
Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram
este ano 242 mortos, mais 25 do que em igual período
de 2014, indica a Autoridade Nacional de Segurança
Rodoviária (ANSR).
Segundo a ANSR, as vítimas mortais aumentaram 11,5%
entre 1 de Janeiro e 7 de Julho em relação ao mesmo
período do ano passado.
A ANSR, que reúne dados da PSP e da GNR, adianta que
este ano se registaram 60.467 acidentes rodoviários,
mais 2.708 do que em 2014, quando no mesmo período
tinham ocorrido 57.759.
Os distritos com mais vítimas mortais este ano são
Lisboa (26), seguido de Aveiro (25), Beja e Porto, que
registaram 22 mortos cada.
Já Bragança é o distrito com menos mortos nas
estradas, onde uma pessoa morreu até 7 de Julho.
Também os feridos graves aumentaram este ano,
tendo ficado gravemente feridas 1.074 pessoas, mais
88 do que em 2014, acrescenta a ANSR.
Os dados da Segurança Rodoviária mostram ainda que
17.680 pessoas sofreram ferimentos, mais 198 do que
em 2014.
As vítimas mortais da ANSR dizem respeito aos mortos
cujo óbito ocorreu no local do acidente ou a caminho
do hospital.
Ao longo de meses os simpatizantes portugueses do
Syriza aplaudiram a coragem do governo grego na sua
firme recusa de mais austeridade. E o referendo do
passado dia 5 levou-os à euforia: seguindo os apelos de
Tsipras, mais de 61% dos gregos votou contra as
propostas dos credores. Uma lição de democracia,
diziam, lembrando alguns que esta nascera na cidadeEstado de Atenas há 2 500 anos.
Depois Tsipras acrescentou algo paradoxal à história da
democracia: propôs aos credores uma austeridade tão
ou mais dura do aquela que ele próprio havia incitado o
povo grego a rejeitar. Milhões de gregos ficaram
perplexos e frustrados com a pirueta do seu primeiroministro. Os credores naturalmente desconfiaram: que
credibilidade tem Tsipras para se acreditar que não
renegará os seus compromissos?
O resultado é austeridade mais violenta ainda, porque a
economia da Grécia começava a recuperar há meio
ano e hoje está em recessão, graças ao governo de
Tsipras. E sobretudo porque o governo grego se
empenhou em insultar os credores, destruindo a
necessária confiança. Hoje 85% dos alemães quer a
Grécia fora do euro, quando há meio ano a maioria
deles a queria dentro. As opiniões públicas contam em
democracia.
Talvez se tenha evitado o pior, mas o futuro político da
Grécia é incerto. E o euro mostrou as suas debilidades,
difíceis de corrigir em tempos de eurocepticismo.
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Domingo, 12-07-2015
PAUL KRUGMAN
Nobel: Exigências do
Eurogrupo são "uma
grotesca traição" ao
projecto europeu
Acusação é feita num artigo de opinião
intitulado "Matar o Projecto Europeu",
publicado num blogue de opinião. "Quem
poderá voltar a confiar nas boas intenções da
Alemanha depois disto?", questiona.
(Eurogrupo), que acordaram hoje um documento a ser
apreciado pelos líderes europeus no qual defendem
que o pacote de reformas proposto por Atenas é
insuficiente e mais medidas devem ser aprovadas e
implementadas no imediato.
Varoukafis ataca
estratégia do
ministro das
Finanças alemão
Wolfgang Schäuble quer disciplinar os
"Estados-membros que resistem ao seu
plano específico para restruturar a Zona
Euro".
Foto: DR
O Nobel da Economia Paul Krugman considera que as
exigências do Eurogrupo em relação à Grécia "são uma
loucura" e "uma grotesca traição" de tudo o que o
projecto Europeu representa.
Num artigo de opinião intitulado "Matar o Projecto
Europeu", publicado num blogue de opinião do “New
York Times”, o economista norte-americano,
galardoado com o Nobel da Economia de 2008, escreve
que o que o Eurogrupo está a fazer "é pura vingança"
dirigida à "completa destruição da soberania nacional"
grega.
A proposta dos membros da Zona Euro "é,
presumivelmente, criada para a Grécia não aceitar" e
"uma traição grotesca de tudo o que o projecto europeu
é suposto representar", sustenta o autor de vários livros
sobre economia.
Krugman diz que "muitos dos danos já foram feitos", e
lança uma pergunta: "Quem poderá voltar a confiar nas
boas intenções da Alemanha depois disto?".
"O projecto europeu - que eu sempre me orgulhei de
apoiar - acabou de receber um terrível, e talvez fatal
golpe. E seja o que for que se pense do Syriza, ou da
Grécia, não foram os gregos que o fizeram", afirma.
No artigo, o Nobel da Economia diz ainda que o que se
aprendeu nas últimas semanas com a crise grega e as
negociações europeias foi que "ser membro da Zona
Euro significa que os credores podem destruir-lhe a
economia se sair da linha prescrita".
Os chefes de Estado e de Governo iniciaram no
domingo, pouco depois das 16h00 locais (15h00 de
Lisboa), uma cimeira considerada decisiva sobre o
futuro da Grécia na Zona Euro, após um encontro ao
nível de ministros das Finanças da Zona Euro
Foto: EPA
O Ministro das Finanças alemão nunca quis o sucesso
das negociações com a Grécia, acusa Yanis Varoufakis
num artigo a publicar quinta-feira no “Die Ziet”, que o
próprio ex-ministro grego resumiu no seu blogue.
No sumário publicado no blogue, referente ao artigo
intitulado "O plano do Dr. Schäuble para a Europa: Os
europeus aprovam", afirma que "os cinco meses de
intensas negociações entre a Grécia e o Eurogrupo
nunca tiveram hipóteses de ser bem-sucedidos".
"Condenado ao impasse, o objectivo era abrir caminho
para o que o Dr. Schäuble definiu como 'ideal' muito
antes de o nosso governo ser eleito: Que a saída da
Grécia da Zona Euro deveria ser facilitada, de forma a
disciplinar os Estados-membros que resistem ao seu
plano específico para restruturar a Zona Euro", escreve
Varoufakis.
"Isto não é teoria. Como é que eu sei que o 'Grexit' é
parte importante do Dr. Schäuble para a Europa? Porque
ele me disse!", acrescenta Varoufakis no resumo da
pré-publicação no jornal alemão.
O antigo governante diz ter escrito o artigo "não como
um político grego que critica a imprensa alemã pela
difamação das nossas propostas razoáveis, da recusa
de Berlim em considerar seriamente o nosso plano de
renegociação da dívida, ou da decisão altamente
política do Banco Central Europeu para asfixiar o nosso
governo e encerrar os nossos bancos".
"Eu escrevi este artigo enquanto europeu que observa o
desdobrar de um plano específico para a Europa - o
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Domingo, 12-07-2015
Plano do Dr. Schäuble", argumentou.
No final do sumário publicado no seu blogue,
Varoufakis deixa duas "questões simples aos leitores
informados do Die Ziet: Vocês aprovam este plano?
Consideram que este é um bom para a Europa?".
O antigo dirigente e académico grego já tinha
defendido a teoria de que o ministro das Finanças
alemão, Wolfgang Schäuble, quer uma saída da Grécia
da zona euro - ou 'Grexit' - para "clarificar as coisas, de
uma maneira ou de outra", num artigo publicado na
semana passada no jornal britânico “The Guardian”.
Yanis Varoufakis apresentou a sua demissão do
Governo grego na passada segunda-feira, horas depois
da vitória do 'Não' no referendo grego à proposta de
acordo apresentada na semana anterior pelo
Eurogrupo ao executivo helénico.
GRÉCIA
“Depósitos bancários
não escapam a
perdão de dívida”,
diz Daniel Bessa
“Depois do Chipre não haverá perdão sem
perdas pesadas nos depósitos bancários”,
defende antigo ministro da Economia. “Não
é a regra dos 100 mil euros que protege”.
Por José Bastos
Ultimatos e datas limite sucedem-se de forma
inconsequente, mas a hora da verdade da crise grega
deverá surgir este domingo na cimeira dos líderes
europeus.
A ponto de expirar o prazo para – finalmente - se
formalizar um acordo em troca das concessões gregas,
a Europa sinalizou a possibilidade da eventual
restruturação da dívida, se aplicadas reformas de
fundo.
A Alemanha voltou a descartar um perdão, mas deixou
em aberto a porta para prazos de pagamento mais
flexíveis. “Não haverá perdão porque vai contra as
normas, mas há uma margem limitada para
restruturar”, argumentou Wolfgang Schauble, o
ministro das finanças alemão.
Haverá menos margem para reduzir juros, mas o prazo
dos pagamentos poderá ser esticado. O FMI havia
sugerido a ampliação de prazos de 30 anos em média
para 40, com períodos de carência (sem pagar juros ou
devolver capital) de 20 em vez dos actuais 10 anos.
“Admito que há um grande ganho que estará
prometido ao governo grego, mas que não pode vir
agora para cima da mesa, que é um perdão de dívida”,
afirma Daniel Bessa no Conversas Cruzadas.
“O perdão de dívida é o grande rebuçado. Aliás, o
Syriza, desse ponto de vista, pôs-se bastante a jeito
porque o vem reclamando”, sustenta o antigo ministro
da Economia.
Daniel Bessa, precavido, deixa um alerta. “Agora há
uma coisa que eu quero dizer. Depois de Chipre não
haverá perdão de dívida na Grécia ou em sítio algum
sem perdas pesadas dos depósitos bancários”,
assegura.
“E não é a regra dos 100 mil euros por cabeça que vai
proteger quem quer que seja. Não acredito que com um
eventual perdão da dívida os depósitos bancários
fiquem incólumes”, afirma.
Mas deve a discussão da dívida regressar à primeira
linha? Deve Portugal colocar a questão na agenda?
“Como português não estou interessado em que a
Grécia saia do euro”, indica Daniel Bessa.
“O Governo português fez bem em não dizer nada e
também acho que se andou bem a nível europeu – se é
que é assim que se vai resolver a questão – em deixá-la
para mais daqui a algum tempo”, sustenta o director
geral da Cotec.
“Para já haverá a reabertura de uma linha de crédito, vai
ser concedido um financiamento adicional, e, a hora
de decidir se haverá ou não perdão da dívida anterior
fica para mais tarde”, indica Daniel Bessa.
“Vamos admitir que um perdão à Grécia podia ser bom
para Portugal porque, finalmente, somos os seguintes
na lista e poderíamos vir a beneficiar. Se é assim, fico
com essa esperança em absoluto segredo e não a traria
para cima da mesa. Quanto mais aumentarmos as
reivindicações na sequência de qualquer tratamento
mais favorável à Grécia mais se agravará o problema”, é
a tese do economista. “Dívida é um problema para
Europa do norte”
“O perdão de dívida grega é um problema para as
populações do norte da Europa. Se eu agora lhes vou
dizer que perdoando a da Grécia tenho que perdoar a
de Portugal e de outros tantos a seguir eu, aqui, crio um
problema que se pode agravar”, defende o antigo
ministro da Economia.
“Aí discordo do prof. Daniel Bessa”, contrapõe o
sociólogo Manuel Carvalho da Silva aduzindo
argumentos. “Sabe-se a estrutura de poderes montada
na Europa. Sabe-se da delegação de poder político aos
mercados que tem sido prática comum”, afirma.
“Sabendo-se qual é o campo manobra do poder
financeiro e especulativo nas sociedades actuais.
Sabendo-se quais são os contornos no plano mundial,
por exemplo a situação delicada que a China está a
viver não distante de outros países emergentes.
Situação que pode provocar apetites ainda mais
acelerados para sacar aos povos mais e mais depressa
– o que tem sido feito através da especulação”, diz
Manuel Carvalho da Silva.
“Em função de todos estes pontos o que o processo
grego nos mostra, com clareza, é que há a contrapor o
puro exercício da democracia nas suas expressões
mais responsabilizadoras do povo. Isso não quer dizer
que, numa perspectiva de se encontrarem saídas,
muito do trabalho não deva ser discreto e feito por
fases de forma a não baralhar os povos”, faz notar.
“Mas não me parece que estejamos às portas de uma
mudança de rumo na condução da política europeia ou
mundial. Estou muito mais inclinado a dizer que,
infelizmente, a Alemanha – a referência forte do poder
na Europa – já se colocou num patamar de onde
dificilmente fugirá da tentação de impor mais um
descalabro europeu”, afirma Manuel Carvalho da Silva.
“Um descalabro de características diferentes de outros
que impôs”, remata.
Daniel Bessa: “democracia não resolve tudo”
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Domingo, 12-07-2015
Atenas terá finalmente aceite a proposta que foi
rejeitada em referendo há oito dias. Estarão criadas as
condições para o, há muito esperado, entendimento
com os credores evitando a falência e saída do euro.
Desde 2010 a Grécia solicitou dois resgates a valerem
240 mil milhões de euros. Agora, o terceiro equivale a
53 mil milhões adicionais e deixará Atenas sob a tutela
da “troika” por três anos, quase todo o mandato do
governo Tsipras.
Daniel Bessa arrisca uma opinião pragmática. “O que
vou dizer leva-nos longe. A democracia não resolve os
problemas todos. Talvez um pouco menos de
democracia resolva melhor este problema”, sublinha.
“Não me refiro aos gregos. Lá para o norte da Europa
vai ser preciso um pouco menos de democracia para
levar aqueles cidadãos a pagar a parte que lhes cabe
sem lhes perguntar. Porque se lhes vamos pôr isso
muito à mostra e lhes vamos perguntar, então, eles não
vão pagar”, diz.
“Há momentos onde quem paga.... Lá terá que ser. O
melhor é seguir em frente em nome de uma razão
maior. Em nome do projecto europeu que os levará a
pagar”, afirma Daniel Bessa.
Num registo produzido antes ainda da cimeira deste
domingo já Manuel Carvalho da Silva defende que o
“exercício da democracia” no norte da Europa passa
também pelo “esclarecimento dos povos”.
“Na hipótese de se caminhar para um acordo o que as
instituições e a opinião dominante vão querer nos
próximos tempos é o de colocar o enfoque na cedência
do governo grego e vão fazer promessas”, começa por
dizer.
“Promessas – como Daniel Bessa referiu – sobre a
dívida, restruturação da dívida, sobre o que significa,
onde entra o conceito de perdão e entram outros
conceitos importantes e não só. Onde entram também
os prazos em que se pretende negociar. Tudo tem
muita influência”.
“Mas a União Europeia vai fazer isto? Então vai mudar
de agulha na orientação de muitas políticas. É viável?
Há condições? Ouvi, há pouco, um ministro francês
dizer que o euro terá de ser profundamente
restruturado nos próximos dez anos”, refere o professor
da Universidade de Coimbra. Carvalho da Silva: “povos
do sul da Europa não são preguiçosos”
“O euro teria de ser restruturado num prazo muito mais
breve. O euro e o enquadramento da sua utilização
num contexto em que – como há dias enunciava o
Prof. Freitas do Amaral – este problema é apenas um do
conjunto de enormes desafios que a Europa enfrenta.
Problemas que vão desde as migrações, às relações
com a Rússia, ao problema com o Reino Unido e
muitos outros”.
“Aqui, então, coloca-se uma questão: quando a
Alemanha e os seus aliados mais duros vêm como a
posição ‘cuidado que são os povos que vão pagar’ o
que têm de fazer – e aqui entra a democracia – é
esclarecer os seus povos”, defende Carvalho da Silva.
“Explicar-lhes que esta construção dicotómica, que
esta moeda feita funcionar à luz dos interesses
alemães, teve vantagens para alguns - eles próprios mas que não admite saída para outros”, acrescenta.
“Grécia, Portugal, e outros, vão fazer que reformas? As
reformas de optarem por um estilo de vida marcado
pela pobreza e pelo distanciamento em relação aos
outros povos europeus?”, interroga Carvalho da Silva.
“Portanto, no norte da Europa o exercício deve ser o da
‘democracia do esclarecimento’ desses povos.
Esclarecimento de que os povos do sul não são uns
preguiçosos e eles é que são os cumpridores”, remata.
Grécia pode precisar
de mais 86 mil
milhões
A estimativa feita pelos credores
internacionais aponta para um terceiro
"resgate" à Grécia num valor superior à
assistência prestada a Portugal.
Foto: EPA
O terceiro programa de resgate à Grécia poderá
ascender a 86 mil milhões de euros, prevêem as
instituições num documento adoptado este domingo
pelo Eurogrupo e transmitido aos líderes da zona euro.
De acordo com o documento de apreciação ao pedido
de ajuda da Grécia que os ministros das Finanças da
zona euro acordaram hoje em Bruxelas, e ao qual a
agência Lusa teve acesso, "o Eurogrupo toma nota das
necessidades financeiras do possível programa entre
os 82 e os 86 mil milhões de euros, como estimado
pelas instituições".
A estimativa feita por Comissão Europeia, Banco
Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário
Internacional (FMI) aponta assim para um terceiro
"resgate" à Grécia num valor superior à assistência
prestada a Portugal, também para três anos (2011-2014),
de 78 mil milhões de euros.
A maior parte do financiamento seria proveniente do
novo fundo de resgate permanente da zona euro, o
Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).
Todavia, "o Eurogrupo convida as instituições a
explorar possibilidades para reduzir o envelope de
financiamento, através de um caminho orçamental
alternativo ou procedimentos de privatização mais
elevados".
Relativamente às necessidades financeiras mais
urgentes da Grécia, o documento aponta que estas
estão estimadas em 7 mil milhões de euros até 20 de
Julho (data do pagamento de 3,5 mil milhões de euros
ao BCE) e 5 mil milhões de euros adicionais até
meados de agosto.
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Domingo, 12-07-2015
Depois da reunião do Eurogrupo realizada entre sábado
e hoje, o assunto passou para o nível de chefes de
Estado e de Governo, reunidos neste momento em
Bruxelas numa cimeira extraordinária da zona euro.
Nova lei sobre maustratos a animais.
GNR instaurou 50
processos-crimes
A legislação prevê que maus-tratos físicos a
um animal de companhia sejam punidos
com pena de prisão até um ano ou com pena
de multa até 120 dias".
Desde que entrou em vigor a criminalização dos maustratos a animais de companhia, há dez meses, as
autoridades já instauraram 50 processos-crime e
passaram 2.240 contra-ordenações, disse à agência
Lusa fonte da GNR.
Segundo os dados estatísticos do Serviço de Protecção
da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, desde 1 de
Outubro de 2014, foram ainda registados um total de
2.269 denúncias.
Desde a entrada em vigor da lei, "a média de denúncias
disparou", disse o chefe da Repartição da Natureza e
Ambiente da GNR, Ricardo Vaz Alves, esclarecendo,
contudo, que "nem todas são confirmadas como
crime".
"Assim que temos conhecimento de uma situação de
potencial crime, fazemos deslocar uma equipa ao local,
que avalia a situação e verifica se a mesma se enquadra
dentro daquilo que a lei tipifica, sendo todas as
denúncias investigadas", adiantou o major da GNR,
sublinhando "que muitas vezes aquilo que se verifica
são apenas relações de má vizinhança".
Questionada pela agência Lusa, a Procuradoria-Geral
da República (PGR) disse dispor apenas de alguns
dados relativos ao primeiro semestre deste ano,
esclarecendo que até agora "o Ministério Público
deduziu uma acusação em processo comum
(processo-crime), a qual ainda não foi julgada", e que
"foi apresentado um requerimento para aplicação de
pena em processo sumaríssimo (arts. 392.º e seguintes
(ss) do Código de Processo Penal) em três processos,
sobre os quais ainda não incidiu decisão judicial".
A fonte da PGR adiantou que "foi aplicada a suspensão
provisória em quatro processos", explicando que estes
"não são dados globais".
A nova lei prevê que, "quem, sem motivo legítimo,
infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maustratos físicos a um animal de companhia é punido com
pena de prisão até um ano ou com pena de multa até
120 dias".
A mesma lei indica que, para os que cometerem tais
actos, dos quais "resultar a morte do animal, a privação
de importante órgão ou membro ou a afectação grave e
permanente da sua capacidade de locomoção", serão
"punidos com pena de prisão até dois anos ou com
pena de multa até 240 dias".
No caso de abandono, a lei determina que, "quem,
tendo o dever de guardar, vigiar ou assistir animal de
companhia, o abandonar, pondo desse modo em
perigo a sua alimentação e a prestação de cuidados que
lhe são devidos, é punido com pena de prisão até seis
meses ou com pena de multa até 60 dias".
Para a vice-presidente da SOS Animal, Sandra Cardoso,
a nova lei "tem muitas fragilidades, que estão a tornar a
sua aplicabilidade difícil", mas "o efeito pedagógico da
mesma é importantíssimo".
Além disto, Sandra Cardoso disse ser necessário "dar
formação às forças policiais nesta área, porque estes
profissionais continuam a não saber como devem agir
em determinadas situações relativas a esta lei".
Casos, robalos e
Sócrates. O percurso
atribulado de
Armando Vara
Em apenas 16 anos, o seu rendimento anual
aumentou mais de 1000%. Esta é a história
do bancário feito banqueiro, agora envolvido
no caso Sócrates.
A comunicação social sempre foi um dos seus amores. Foto: Paulo
Novais/Lusa
Por Ricardo Vieira
De empregado bancário em Trás-os-Montes a
banqueiro, com uma carreira nos corredores do poder
político pelo meio, o caminho de Armando Vara é feito
de percalços, sobressaltos, polémicas e problemas com
a justiça.
O ex-ministro socialista vai ficar em prisão domiciliária
no âmbito do caso que envolve o antigo primeiroministro José Sócrates. Armando Vara vai aguardar o
desenrolar do processo em casa, com pulseira
electrónica, e fica proibído de contactar com os outros
arguidos, indica a Procuradoria-Geral da República
(PGR), em comunicado. O arguido é suspeito dos
crimes de corrupção passiva, fraude fiscal qualificada e
branqueamento de capitais.
Antes de chegar a ministro e conhecer o amigo José
Sócrates (também detido no âmbito da "Operação
Marquês"), trabalhou ainda jovem numa oficina de
reparação de automóveis, em Bragança, onde revelou
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Domingo, 12-07-2015
queda para os números.
Nascido há 61 anos em Lagarelhos, concelho de
Vinhais, Bragança, a aptidão para as contas foi-lhe útil
quando iniciou uma carreira como funcionário
bancário num balcão da Caixa Geral de Depósitos, em
Mogadouro.
A política entrou na sua vida após o 25 de Abril.
Admirador do fundador do PS, Mário Soares, Armando
Vara tornou-se militante depois da revolução e ajudou
a dinamizar o partido em Trás-os-Montes.
A comunicação social sempre foi um dos seus amores.
Ajudou a fundar um jornal local – "A Voz do Nordeste" –
com a ajuda do partido.
Estudou Filosofia na Universidade Nova de Lisboa, mas
não chegou a acabar o curso. Mais tarde, licenciou-se
em Relações Internacionais, na extinta Universidade
Independente, poucos dias antes de ser nomeado
administrador da CGD – o "canudo" era obrigatório
para ocupar a vaga.
Sim, senhor ministro
O papel de destaque no PS de Bragança abriu-lhe, aos
30 anos, as portas da Assembleia da República. Foi
eleito deputado em 1985, numas eleições que ditaram a
ascensão ao poder do PSD e de Cavaco Silva.
Foi parlamentar da oposição durante várias legislaturas
e continuou a sua escalada no partido, chegando a
vice-presidente do grupo parlamentar socialista.
A vitória de António Guterres nas legislativas de 1995
ditou a sua entrada para o Governo. Exerceu funções
como secretário de Estado da Administração Interna
até 1999.
Foi colega de José Sócrates, que foi escolhido para
desempenhar funções como secretário de Estado do
Ambiente.
Após as eleições desse ano, o secretário de Estado
subiu mais um degrau na escadaria do poder. António
Guterres nomeou-o ministro adjunto do primeiroministro, com os pelouros da Juventude,
Toxicodependência e Comunicação Social.
Em 2000 passou a ministro da Juventude e Desporto,
mas demitiu-se no final do ano na sequência de
notícias sobre alegadas irregularidades cometidas pela
Fundação para a Prevenção e Segurança, que fundara
em 1999, quando era secretário de Estado.
Foi acusado pela oposição de criar um saco azul para
financiar o PS, mas nada foi provado e o caso foi
arquivado.
Deixa o Governo pressionado pelo Presidente da
República, Jorge Sampaio, e em ruptura com o ministro
da Administração Interna da altura, Fernando Gomes,
que criticou publicamente.
Antes, Armando Vara foi protagonista de um episódio
insólito na relação dos políticos com a comunicação
social. A Renascença avançou que o então ministro
tencionava demitir-se em rota de colisão com o chefe
do Governo da altura, António Guterres.
Dias mais tarde, o ministro desmentiu a notícia e a
Renascença, pela primeira vez, tomou a decisão de
revelar a fonte de uma notícia: o próprio Armando Vara.
Bancário-político-banqueiro
Armando Vara ainda foi director de campanha nas
autárquicas de 2001, que resultaram na demissão do
primeiro-ministro António Guterres. Deixa a política
definitivamente e regressa à banca pela porta grande.
Torna-se director da Caixa Geral de Depósitos em 2000
e mais tarde ascende a administrador, entre Agosto de
2005 e o início de 2008.
Foi durante esse período que alegadamente esteve
envolvido no financiamento da compra de um
empreendimento imobiliário Vale do Lobo, no Algarve.
Segundo a comunicação social, é por causa desse
negócio ruinoso para a CGD que agora está sob
suspeita no caso Sócrates.
Em Fevereiro de 2008, diz "adeus" ao banco estatal e
transfere-se para o BCP. Torna-se vice-presidente do
maior banco privado português de então.
Entre a passagem pelo Governo e saída da
administração do BCP, os rendimentos de Armando
Vara dispararam, com base em dados do Tribunal
Constitucional e dos relatórios do banco.
De acordo com o livro "Como os Políticos Enriquecem
em Portugal", do jornalista António Sérgio Azenha (ed.
Lua de Papel, 2011), "a análise comparativa dos ganhos
revela que, em apenas 16 anos, o seu rendimento anual
aumentou 1.282%".
"Passou de uma remuneração do trabalho dependente,
em conjunto com a sua então mulher, de 59.486 euros,
em 1994, para um rendimento individual de 822.193
euros, em 2010", indica o autor.
"A subida vertiginosa dos rendimentos de Armando
Vara ocorreu a partir de 2005, após ter sido nomeado
pelo Governo de José Sócrates para a administração da
CGD em Agosto desse ano. Nessa altura, o socialista,
que fora colega de José Sócrates nos executivos de
António Guterres, era director na CGD", escreve
António Sérgio Azenha.
"De 4 de Agosto de 2005, data em que iniciou as
funções de vogal da administração da CGD, a 9 de
Janeiro de 2008, quando cessou funções de
administrador no banco do Estado, Armando Vara
quase triplicou o seu rendimento anual", que atingiu os
354.541 euros em 2007.
"Chocado" com Face Oculta
O antigo ministro socialista foi condenado, em
Setembro do ano passado, a uma pena de cinco anos
de prisão efectiva, por três crimes de tráfico de
influência, no âmbito do processo Face Oculta.
Armando Vara ainda não começou a cumprir pena,
porque aguarda o resultado do recurso que interpôs no
Tribunal da Relação do Porto.
O caso está relacionado com uma alegada rede de
corrupção que teria como objectivo o favorecimento do
grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho, nos
negócios com empresas do sector empresarial do
Estado e privadas.
Armando Vara foi condenado no processo "Face
Oculta". Foto: Paulo Novais/Lusa
À saída de um interrogatório, em 2009, Armando Vara
garantiu ao país que nunca recebeu dinheiro do
empresário em troca de favores. Confirmou alguns
jantares de negócios, num dos quais Manuel Godinho
ofereceu-lhe uma "caixa de robalos" e um equipamento
desportivo do Esmoriz.
No dia em que foi condenado a cinco anos de prisão
no âmbito do processo "Face Oculta", o ex-político e
banqueiro confessou aos jornalistas a sua surpresa pela
decisão dos juízes. "Estou chocado", declarou.
Dois anos antes, em Maio de 2012, a Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) condenou o
antigo "vice" da CGD a uma de 50 mil euros por
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Domingo, 12-07-2015
"negligência". O regulador concluiu que Armando Vara,
apesar de ter conhecimento dos factos, não impediu
um conjunto de ilegalidades na rede comercial do
banco estatal.
A justiça voltou agora a bater à porta. Armando Vara foi
detido na quarta-feira, 9 de Julho, no âmbito da
"Operação Marquês", em que o principal arguido é o
seu amigo e ex-primeiro-ministro José Sócrates.
[notícia actualizada às 21h29 - Armando Vara foi
director de campanha nas autárquicas de 2001].
Desconvocadas
greves da Carris e
Metro de Lisboa
Paralisações estavam marcadas para a
próxima quarta-feira. Sindicatos estão a
preparar um protesto com mais empresas de
transportes para o início de Agosto.
Foto: Lusa
As greves de 24 horas na Carris e no Metropolitano de
Lisboa, previstas para a próxima quarta-feira, dia 15,
foram desconvocadas.
O dirigente da Federação dos Sindicatos dos
Transportes e Comunicações (Fectrans), José Oliveira,
avançou à Renascença a decisão de cancelar a
paralisação na Carris.
As diferentes estruturas sindicais ponderam a
marcação de um novo protesto para o início de Agosto,
adianta José Oliveira.
"O pré-aviso foi hoje retirado. Uma plataforma de
unidade, com um conjunto de organizações, que hoje
de manhã entenderam desmarcar essa greve em
função de uma discussão que está a ser feita
relativamente a uma acção de luta mais abrangente no
início do mês de Agosto. Nesse pressuposto, nós
acompanhámos a decisão de não manter esse préaviso de greve", explica o dirigente da Fectrans.
Também no Metropolitano de Lisboa havia greve
prevista para dia 15, mas também foi desconvocada,
confirma o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores
dos Transportes (Sitra), Sérgio Monte.
"O que levou à suspensão? Os sindicatos da CGTP, UGT
e independentes reuniram no passado dia 7 e
decidiram que iriam promover uma luta de âmbito
nacional, envolvendo o maior número de empresas de
transportes do sector empresarial do Estado: Carris,
Metro, STCP, Transtejo, Soflusa, CP, CP Carga, EMEF,
Refer e, quiçá, a TAP se os trabalhadores assim o
entenderem", sublinha Sérgio Monte.
AMÉRICA LATINA
Papa deixa
“mensagem
intencionalmente
muito construtiva”
Francisco esteve nove dias em três países da
América Latina: Equador, Bolívia e Paraguai.
O porta-voz do Vaticano fez um balanço da visita do
Papa à América Latina. O padre Federico Lombardi diz
que “foi [deixada] uma mensagem intencionalmente
muito construtiva”, mas que lembrou “que há muitos
problemas para resolver”.
“A atitude do Papa foi muito positiva para o futuro
destes povos. Foi uma perspectiva que não nega e até
afirma que há muitos problemas para resolver, em
particular, todos os aspectos da pobreza”, disse o padre
Federico Lombardi.
O porta-voz da Santa Sé acrescenta que “não houve um
confronto crítico, duro, com as autoridades, mas foi
incentivar mudanças com decisão e recusar a
corrupção, sempre com a ideia de que se pode avançar
na construção da democracia participativa e na
participação solidária de todos na construção da
sociedade”.
“Foi uma mensagem intencionalmente muito
construtiva”, refere.
Lombardi reafirma que “o povo sabe que o Papa não
vai ter as soluções para todos os problemas, mas dá
uma orientação, uma inspiração e uma solidariedade
que é muito importante e que pode ajudar a pôr em
marcha iniciativas para uma melhor justiça nos
diferentes países”.
O Papa termina este domingo no Paraguai uma visita
de nove dias a três países da América Latina.
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Domingo, 12-07-2015
Francisco alerta para
ideologias que
acabam em ditaduras
Francisco está no Paraguai na terceira
paragem da sua visita de uma semana à
América Latina.
Foto: Ciro Fusco/EPA
melhorar a vida dos seus filhos”, acrescenta o Sumo
Pontífice.
O diálogo sem tréguas foi outra das insistências de
Francisco. Sobretudo porque o Papa sabe que não é
fácil.
“As verdadeiras culturas não estão fechadas em si
mesmas, mas são chamadas a encontrar-se com
outras culturas e criar novas realidades. Sem este
pressuposto essencial, sem esta base de fraternidade,
será muito difícil que se chegue ao diálogo. Se alguém
considera que há pessoas, culturas, situações de
segunda, terceira ou quarta categoria, de certeza que
algo acabará mal, simplesmente porque carece do
mínimo: o reconhecimento da dignidade dos outros”.
Neste encontro, que juntou representantes da política e
da cultura e com muita gente jovem, Francisco pediu,
sobretudo aos mais novos, “que façam sempre um jogo
limpo” e – continuando com a linguagem futebolística
– “que nunca comprem o árbitro”.
A visita do Papa a três países da América Latina termina
este domingo.
A Renascença V+ transmite em directo os principais
momentos da visita do Papa à América Latina, até
domingo. Veja em detalhe o programa das
transmissões
Por Aura Miguel, no Paraguai
BISPO DE PORTALEGRE
O Papa Francisco advertiu, em Assunção, no Paraguai,
contra as ideologias, considerando que estas muitas
vezes se tornam em regimes autoritários que
desprezam o povo.
A inclusão e o bem comum não podem descartar
ninguém, mas as ideologias não servem para
promover os pobres, basta pensar no que aconteceu
com os nazis e o estalinismo.
“As ideologias terminam mal, não servem. As
ideologias têm uma relação incompleta, doente ou má
com o povo. As ideologias não servem o povo. Olhem
para o século passado, como terminaram as
ideologias? Em ditaduras, sempre”, referiu.
Francisco também usou palavras fortes contra a
chantagem e a corrupção, considerando-a mesmo a
gangrena de um povo.
“Para que haja uma verdadeira cultura num povo, uma
cultura política e de bem comum, é urgente
julgamentos claros e nítidos. E não servem outros
estratagemas. Uma justiça nítida, clara, isso vai ajudarnos a todos. Outra coisa sobre que honestamente
tenho de falar é um método que não dá liberdade para
a pessoa assumir responsavelmente a sua tarefa de
construção da sociedade, que é a chantagem. A
chantagem é sempre corrupção. A corrupção é a
gangrena de um povo”, disse.
O Estádio Léon Condu de Asunción explodiu várias
vezes em aplausos com a força das palavras de
Francisco. A partir de perguntas de cinco
representantes de diferentes sectores da sociedade
civil, o Papa elogiou a identidade e o sentido de pátria
deste povo.
“Um povo que não mantém vivas as suas
preocupações, um povo que vive na inércia duma
aceitação passiva é um povo morto. Pelo contrário, em
vós, vejo a seiva duma vida duma vida que não pára e
quer germinar. Isto, Deus sempre o abençoa. Deus está
sempre a favor de tudo o que ajuda a levantar e
“Corrupção continua
a ser uma tentação a
que ninguém está
imune”
D. Antonino Dias presidiu à peregrinação de
Julho, que trouxe ao santuário de Fátima
milhares de peregrinos.
Foto: Lusa
Por Paula Costa Dias
O bispo de Portalegre-Castelo Branco incitou os
peregrinos de Fátima a não se deixarem corromper e a
percorrerem o caminho da santidade, proposto por
Deus.
Considerando que “a corrupção continua a ser hoje
uma tentação a que ninguém está imune”, D. Antonino
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Domingo, 12-07-2015
Dias defendeu que “na base de toda a espécie de
corrupção está a corrupção espiritual, a corrupção dos
princípios morais e espirituais, a perda de valores
provocada pelo afastamento de Deus e relativização do
mal”.
No entanto, como “Deus escolheu-nos para sermos
santos”, salientou o bispo. “Também nós somos
chamados e enviados para anunciar a boa nova de
Jesus Cristo pela palavra e pelo testemunho”.
D. Antonino Dias reconheceu que “também nós
podemos adormecer ou deixarmo-nos envolver e
acomodar em situações injustas”. Também nós
“podemos deixar-nos corromper e tranquilizar a
consciência num culto vazio, num culto sem Deus”.
Por isso, D. Antonino Dias apelou aos peregrinos para
que peçam “a Graça da conversão constante, a Graça
de não nos deixarmos corromper pelo pecado, a Graça
de sermos santos em Cristo, fortes e firmes na
denúncia do mal e no anúncio do Evangelho, sem
servilismos nem medos, sem nos vendermos ou
perdermos a liberdade de anunciar”.
Esta peregrinação de Julho, que trouxe ao santuário de
Fátima milhares de peregrinos de todos os cantos do
mundo, tem como tema “Sede santos porque Eu sou
santo”.
Tribunal do Vaticano
julga ex-núncio por
pedofilia
Caso foi o tema do “Em Nome da Lei” deste
sábado. Julgamento foi entretanto adiado.
É um julgamento inédito. Pela primeira vez, o sistema
judicial do Estado do Vaticano julga um membro do
clero pela prática de pedofilia. Josef Wesolowski, 66
anos, está acusado de abuso sexual de quatro menores,
ao tempo em que foi Núncio na República Dominicana
e também da posse de pornografia infantil.
O julgamento estava marcado para este sábado, mas
acabou por ser adiado. Josef Wesolowski foi internado
no hospital e está nos cuidados intensivos.
O padre José Alfredo Patrício, membro do tribunal
Eclesiástico de Lamego, sublinha que o julgamento que
começou este sábado não visa apenas punir o crime,
mas sobretudo dar um sinal às vítimas e às suas
famílias. “Este julgamento que hoje inicia tem como
objectivo primeiro não só punir a pessoa em questão
pelos possíveis delitos que possa ter cometido mas
sobretudo porque há vítimas nisto e a Igreja tem que
estar próxima das pessoas que mais sofrem. Desse
ponto de vista é um acto inédito mas sobretudo que
manifesta na prática essa grande preocupação que a
igreja tem de ter e tem com as vítimas deste tipo de
delitos”, disse.
O julgamento poderá estar terminado até ao final do
ano. O ex-núncio de nacionalidade polaca pode ser
condenado a uma pena até 14 anos de cadeia. O antigo
Núncio na República Dominicana está acusado de
abusar de quatro menores, engraxadores em Santo
Domingo, e também da posse de pornografia infantil.
Embora beneficie da presunção de inocência, a
percepção do padre José Alfredo Patrício é que será
condenado, atendendo a que foi já antes julgado pelo
Tribunal Eclesiástico, que o demitiu de todos os cargos
e lhe retirou o estado clerical. “A minha percepção é
que o Tribunal Eclesiástico é um tribunal muto
minucioso na apreciação de provas. Se houve uma
demissão do estado clerical, ou seja se a pessoa perdeu
todos os direitos e deveres relacionados com a sua
ordenação não só sacerdotal mas também episcopal
(porque era um bispo) quer dizer que as provas que
estão em cima da mesa são provas bastante credíveis.
Portanto, mantendo a presunção de inocência, as
possibilidades dele vir a ser condenado são bastante
grandes”, acrescenta.
O ex-Núncio polaco ia ser julgado porque há um ano o
Papa Francisco criou a base legal para que as leis
penais do Vaticano se aplicassem aos seus
representantes diplomáticos.
Pedro Vaz Patto, juiz no Tribunal da Relação do Porto e
nos tribunais eclesiásticos, diz que não é correcto falar
num novo paradigma introduzido pela Papa Francisco
em relação ao tratamento da pedofilia no seio da Igreja,
mas admite que alguns bispos omitiram informação
que tinham, por erradamente acharem que dessa
forma preservavam o bom nome de Igreja.
“O que levou durante algum tempo por parte dos bispos
a não actuar foi esta ideia errada de que o bem da Igreja
prevalecia sobre tudo e aqui era o bem da igreja mal
interpretado, no sentido do bom nome, reputação. E
para se preservar esse bom nome acabou por se
sacrificar as vítimas”, referiu.
O advogado e professor universitário Luís Fábrica
entende que há uma nova atitude deste Papa. Mais do
que nas palavras, nos actos, Francisco inaugura um
novo relacionamento com a sociedade.
“Revela mais do que não sei quantos comunicados ou
algumas encíclicas, revela que algo mudou e mudou
para melhor. É evidente que não podemos esquecer
que nem todos os sectores da Igreja estão
fantasticamente felizes com esta mudança, mas a
Igreja é uma entidade plural, feita de muitas pessoas e
muitos entendimentos. Eu pessoalmente estou
totalmente de acordo e acho que, na verdade, as
acções, e não apenas as palavras deste novo Papa,
permitem augurar uma modificação muito positiva na
forma de relacionamento da Igreja com a sociedade e a
própria forma como a Igreja se organiza internamente”.
Eurico Reis, juiz do Tribunal da Relação de Lisboa,
habitual comentador do Em Nome da Lei, diz que o
horror da pedofilia é que marca as vítimas como um
ferro em brasa. “O horror da situação é que são seres
humanos que ainda estão em formação e que ainda
não sabem medir o alcance das coisas, portanto não
tem uma compreensão total do significado dos actos
que estão a praticar e que mercê destes actos que
normalmente são exercidos por pessoas com
autoridade, que deviam ser modelos de referência, vão
distorcer a percepção das vítimas relativamente aquilo
que é o deve ser. É o mesmo que um ferro em brasa,
fica ali uma cicatriz, e por isso é que isto são actos
merecedores de grande sancionamento”, diz.
Foram declarações feitas ao programa da Renascença
“Em Nome da Lei” que este sábado debateu o
julgamento inédito que estava para começar
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Domingo, 12-07-2015
este sábado no Vaticano.
Interpol emite alerta
por causa de
traficante mexicano
"El Chapo"
Um em cada dez
alunos do
secundário nunca
leu um livro até ao
fim
Joaquín Guzmán estava preso desde
Fevereiro de 2014 e esta foi a sua segunda
fuga de uma prisão mexicana em 14 anos.
O estudo revela ainda que 14% das famílias
dos alunos participantes no inquérito não
têm livros em casa.
A Interpol, Organização Internacional de Polícia
Criminal, emitiu esta segunda-feira um alerta
internacional por causa da fuga do narcotraficante
Joaquín "El Chapo" Guzmán, cabecilha do cartel de
Sinaloa, anunciaram as autoridades federais
mexicanas.
Para além do alerta, que significa "um pedido de apoio"
a todas as polícias que pertencem à Interpol, entre mais
de uma centena de países, "há um aviso em todo o país
para detectar em centrais de camionagem, aeroportos e
portos marítimos" a possível presença do
narcotraficante, acrescentaram as fontes, citadas pela
agência EFE.
O narcotraficante Joaquín El Chapo Guzmán fugiu da
prisão no Estado do México, no sábado, por um túnel
com 1,5 quilómetros de comprimento com ligação a
um prédio fora da área prisional.
Na cela de El Chapo foi encontrado, na zona do duche,
um buraco com 50 centímetros de largura e 10 metros
de profundidade com um escadote.
Joaquín El Chapo Guzmán estava preso desde
Fevereiro de 2014 e esta foi a sua segunda fuga de uma
prisão mexicana em 14 anos.
Ilustração: Freepik
Cerca de 10% dos alunos do secundário nunca leram
um livro até ao fim, revela um estudo realizado em 15
escolas secundárias do programa "Ler+Jovem",
apresentado esta sexta-feira em Lisboa.
"No ensino secundário, num nível de ensino em que
muitos pretendem aceder ao ensino superior, 10% dos
alunos nunca leu um livro até ao fim. É um dado que
nos deve pôr a pensar", diz à Lusa Leopoldina Viana, da
Universidade do Minho e responsável pelo estudo.
O estudo decorre desde 2013 no âmbito da iniciativa
"Ler+Jovem" e será apresentado esta sexta-feira à tarde,
em Lisboa, no primeiro encontro nacional de escolas
participantes neste programa.
A ideia é, segundo a responsável, perceber o que é que
os alunos lêem, onde lêem e quais as suas preferências.
Globalmente, adiantou Leopoldina Viana, os alunos
lêem e, desde que é feito o estudo, não se têm registado
grandes variações em termos de leitura.
14% das famílias sem livros
O estudo revela ainda que 14% das famílias dos alunos
participantes no inquérito não têm livros em casa e que
um quarto dos alunos afirma que não gostava de ler em
criança porque tinham dificuldade de compreender o
que liam.
"É um dado importante para investir mais na
compreensão da leitura nos anos iniciais", afirma
Leopoldina Viana.
Leopoldina Viana manifesta ainda preocupação pelo
facto de o professor como motivador de leitura
aparecer em último lugar entre as motivações dos
alunos para lerem. "Dá-nos a entender que há trabalho
a fazer e que o professor tem que ter um papel mais
activo nesta área."
A procura do conhecimento e de actualização são as
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Domingo, 12-07-2015
principais motivações apontadas pelos alunos para ler,
bem como a influência do grupo de amigos.
Os alunos do secundário lêem literatura sobretudo nos
tempos livres e nas férias, conclui ainda o estudo, que
revela, contudo, um "uso intensivo das bibliotecas
escolares".
O livro continua a ser o suporte preferencial de leitura e,
entre 2013 e 2014, registou-se uma diminuição do
número de alunos que acede à internet e que tem
computador.
"Provavelmente tem que ver com a crise e as
dificuldades económicas", refere Leopoldina Viana.
Leopoldina Viana sublinha ainda que os alunos
escolhem por vezes um tipo de literatura que não é
aconselhada pela escola, o que leva os professores a
pensarem que os alunos não são leitores.
"Há muitos jovens que lêem bastante, lêem um tipo de
literatura que não é muito consagrada do ponto de vista
académico e relativamente à qual os professores fazem
tábua rasa. Se calhar é preciso que a escola pense nesta
leitura e possa integrar este tipo de leitura para seduzir
o leitor", disse.
Português ganha
Grande Prémio do
World Press Cartoon
André Carrilho fez um cartoon sobre a forma
como o vírus é visto pela Comunicação
Social fora de África.
PRÉMIO ÁRVORE DA VIDA
Lourdes de Castro.
“O espírito da arte
conduz sempre a
uma arte do espírito”
Galardão é atribuído pelo Secretariado
Nacional da Pastoral da Cultura e pelo Grupo
Renascença.
Foi entregue este sábado o prémio “Árvore da Vida –
Padre Manuel Antunes” à artista plástica Lourdes
Castro.
O prémio, que vai já na décima primeira edição e que é
atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da
Cultura e pelo Grupo Renascença Comunicação
Multimédia distingue este ano uma artista madeirense.
Na capela do Rato onde decorreu a cerimónia, José
Carlos Pereira, director do Secretariado da Pastoral da
Cultural explicou as razões do júri para a escolha.
“A obra de Lourdes Castro sendo uma grande
realização do ponto de vista estético, conduz-nos aos
lugares mais altos da nossa alma. Na obra dela vemos
bem que o espírito da arte conduz sempre a uma arte
do espírito”, explicou José Carlos Pereira.
Lourdes Castro nasceu no Funchal há 85 anos. Ao
longo da vida passou por Paris e Munique, mas
regressou ao Caniçal, na Madeira, onde actualmente
vive.
Cartoon premiado de André Carrilho publicado no DN
O português André Carrilho venceu o Grande Prémio
do World Press Cartoon 2015, com uma imagem sobre
o vírus ébola, anunciou a organização, numa
cerimónia, em Cascais.
O desenho do cartoonista, publicado no jornal Diário
de Notícias a 10 de Agosto de 2014, retrata a forma
como o vírus é visto pela Comunicação Social fora de
África.
O júri justificou o prémio referindo que o desenho de
André Carrilho "não expõe apenas o problema de uma
doença devastadora, mas sobretudo denuncia a
dualidade de critérios da imprensa europeia e norteamericana perante a origem das vítimas".
Na altura, o cartoon do português foi analisado e
comentado em vários jornais e partilhado nas redes
sociais.
O vírus ébola e o Mundial de futebol no Brasil foram os
grandes temas de destaque desta edição do World
Press Cartoon, que em 2013 abandonou Sintra
passando agora a realizar-se em Cascais, com um
Grande Prémio estabelecido de 10 mil euros.
Na categoria de "Caricatura", o vencedor foi o brasileiro
Cau Gomez por um retrato caricaturado do futebolista
Messi e o Papa Francisco, enquanto o segundo prémio
coube a Dalcio (Brasil) que retratou o músico David
Bowie, e o terceiro prémio foi para Riber (Francês).
No "Desenho de Humor", o primeiro prémio foi
atribuído ao grego Michael Kountouris, vencedor do
Grande Prémio da edição de 2013, numa caricatura sem
título, mas que tem dois homens a segurar dois
cartazes com peixes de diferentes tamanhos.
Na categoria "Editorial", que deu a vitória ao português
André Carrilho, no segundo lugar ficou o búlgaro
Tchavdar e, em terceiro, o ucraniano Cost.
O júri que seleccionou as obras integrou António
Antunes (Portugal), Agim Sulaj (Albania), Xaquin Marin
Formoso (Espanha), Firoozeh Mozaffari (Irão) e
Augusto Cid (Portugal).
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Domingo, 12-07-2015
"A menina Júlia", do
sueco Strindberg, no
Festival de Almada
A 32ª edição do Festival de Almada, a
decorrer até 18 de Julho, em 12 espaços de
Almada e Lisboa.
A peça "A menina Júlia", do dramaturgo sueco August
Strindberg, vai ser representada esta segunda-feira, na
sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, em
Almada, no âmbito do 32.º Festival de Teatro.
Encenada pelos britânicos Katie Mitchell e Leo Warner,
e produzida pelo teatro Schaubühne, da praça
Lehniner, em Berlim, trata-se de uma peça que o
director do certame, Rodrigo Francisco, "há muito
queria trazer ao festival" português.
A peça sobe ao palco, às 21h30, e tem nova
representação na terça-feira, na mesma sala, às 19h30.
"O condenado à morte", do dramaturgo franco-romeno
Matei Visniec, com encenação de Räzvan Muresan,
numa produção Teatro Nacional de CLUJ-Napox - o
teatro nacional romeno - é a outra peça a que o público
pode assistir também esta segunda-feira, às 21h30,
mas na sala experimental do Teatro Municipal Joaquim
Benite.
Nova representação de "O condenado à morte" tem
lugar na terça e na quarta-feira, às 16h00 e às 21h30,
respectivamente, na mesma sala.
No Fórum Romeu Correia, em Almada, às 18h00,
também sobe ao palco "A minha pedra de Roseta", do
dramaturgo espanhol José Ramón Fernández, com
encenação de David Ojeda, numa produção da
companhia Palmyra Teatro.
Trata-se de um espectáculo integrado no ciclo
Novíssimo Teatro de Espanha, ao qual a edição deste
ano do festival dedicou um ciclo próprio.
Também hoje, às 16h00, no Teatro-Estúdio António
Assunção haverá uma leitura encenada de "Atra bilis"
de Laila Ripoli, com direcção de Natália Luiza, numa
produção Teatro Meridional.
A 32ª edição do Festival de Almada, a decorrer até 18 de
Julho, em 12 espaços de Almada e Lisboa, prevê a
realização de um total de 54 espectáculos, 27 dos quais
de sala. Oficinas de teatro, espectáculos de rua e
espectáculos musicais compõem a programação do
certame.
Casillas. Adeus muito
emocionado ao Real
Madrid mas feliz por
ir para o Porto
O guarda-redes que durante 25 anos esteve
ao serviço da equipa madrilena faz uma
declaração aos jornalistas.
Iker Casillas, o agora guarda-redes do Futebol Clube do
Porto, já se despediu da sua equipa de sempre, o Real
Madrid.
Numa conferência de imprensa muito emocionada,
nas instalações do clube madrileno mas sem ninguém
ao seu lado, Casillas leu um discurso onde agradeceu
ao Porto a nova oportunidade.
"O meu destino agora é Portugal, estou muito feliz por ir
para o Porto", disse.
Casillas dirigiu-se também aos adeptos madrilenos:
"Espero que se recordem de mim, independentemente
de ser bom ou mau guarda-redes, como uma boa
pessoa."
Mãe de Casillas
“arrependida” por
declarações sobre FC
Porto
Guarda-redes espanhol assinou contrato de
dois anos com os dragões. Mãe não gostou,
mas pediu desculpa pelos excessos.
Depois das polémicas declarações deste sábado, em
que fazia fortes críticas ao FC Porto, a mãe de Iker
Casillas recuou e pediu desculpa aos dragões.
Em declarações à Rádio Cadena Cope, Mari Carmen
diz-se arrependida e pede desculpa ao clube português.
"Peço desculpas ao FC Porto pelas minhas declarações
ao ‘El Mundo’. Estou agradecida ao FC
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Domingo, 12-07-2015
Porto por ter contratado o meu filho. Já falei com o Iker
e estou arrependida. Fiquei afectada por tudo aquilo
que ele passou", disse.
Ao programa “Tiempo de Juego”, a mãe do jogador
falou ainda sobre os merengues, onde o filho jogou
durante 25 anos.
"O que o meu filho deu ao Real Madrid foi muito. Ele
foi, é e será um grande guarda-redes".
Os dragões confirmaram este domingo que o guardaredes Iker Casillas, ex-Real Madrid, assinou por duas
épocas, com mais uma de opção.
No comunicado oficial, os azuis e brancos não dão
pormenores sobre o negócio, já ontem oficializado
pelos merengues.
Já esta manhã, Casillas emocionou-se ao ler a sua
declaração de despedida do estádio Santiago Barnabéu.
O internacional espanhol, que jogou 25 anos em
Madrid, estava sozinho na sala de imprensa e acabou
aplaudido pelos jornalistas.
Casillas tem no currículo um Campeonato do Mundo,
dois Campeonatos da Europa, três Ligas dos
Campeões, um Mundial de Clubes, duas Taças
Intercontinentais, duas Supertaças Europeias, cinco
campeonatos de Espanha, duas Taças do Rei e quatro
Supertaças de Espanha.
Maxi assume que FC
Porto "é opção" mas
ainda não decidiu
"Sim, fala-se muito. É uma opção, mas ainda não
decidimos", afirmou o lateral.
De parte, fica a possibilidade de regressar ao Uruguai.
"Quero ficar em Portugal", concluiu o atleta que foi bicampeão pelo Benfica, clube que representou desde
2007. O contrato que o mantinha ligado ao clube
expirou a 30 de Junho.
DOMINGOS SOARES OLIVEIRA
A concorrência
investe? "Nos dois
últimos anos, fomos
campeões"
O administrador da SAD do Benfica garante
que o clube está em condições de atacar o
"tri" e que não precisa de vender jogadores
para investir no plantel. Declarações à
margem da apresentação dos resultados da
emissão obrigacionista do Benfica.
O lateral uruguaio garantiu, esta sexta-feira,
que ainda não tomou uma decisão sobre o
seu futuro. O que ficou claro é que continuar
no Benfica "está difícil" e que o FC Porto "è
uma opção".
O Benfica emitiu 45 milhões de euros em obrigações. Foto: DR
Maxi ainda não decidiu onde vai jogar em 2015/2016. Foto: DR
Maxi Pereira assumiu hoje, perante as câmaras de um
canal uruguaio, que o seu futuro ainda não está
definido, sendo o FC Porto uma das opções em estudo.
Continuar de encarnado não parece o cenário mais
provável: "Está difícil continuar no Benfica. Estou a
decidir com a família, a ver todas as opções. O mais
importante é que a família esteja bem", declarou o
jogador que continua de férias no seu país.
Confrontado com o facto de estar a ser apontado como
reforço do FC Porto, Maxi não se escusou a comentar:
O investimento do Benfica no Departamento de
Futebol vai ser mais baixo na próxima época, mas o
facto não deve inquietar os adeptos, na opinião do
administrador da SAD, Domingos Soares Oliveira:
"Todos os anos, as pessoas ficam muito preocupadas
com os investimentos feitos pelos nossos
concorrentes. A verdade é que, nos últimos dois anos,
independentemente dessas políticas serem verdade ou
não, fomos campeões", lembrou o responsável aos
jornalistas esta sexta-feira. "Temos todas as condições
para voltar a ser campeões e conquistar o 'tri'", frisou.
Domingos Soares Oliveira garante que o Benfica tem
"capacidade de investimento" e que não precisa de
vender jogadores para reforçar posteriormente a
equipa. "A venda dos jogadores tem que ser vista como
parte do nosso negócio. Portanto, em função das
oportunidades que sujam, não vamos deixar de realizar
as vendas que se revelarem interessantes. Mas uma
coisa não está relacionada com a outra".
O orçamento da equipa principal, ressalva o
administrador da SAD encarnada, é mais baixo mas
isso deve-se "a outro factor", isto é, com a subida à
primeira equipa de jogadores mais jovens que fazem
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Domingo, 12-07-2015
baixar a massa salarial.
As declarações de Domingos Soares Oliveira foram
produzidas à margem da apresentação dos resultados
da emissão obrigacionista do Benfica, a qual foi
concluída com sucesso. A colocação de 45 milhões de
euros em obrigações no mercado são sinónimo de
"confiança" dos investidores, na opinião do
administrador.
Duas possíveis transferências do Benfica foram ainda
abordadas. Sobre gaitán, Domingos Soares Oliveira
nada quis adiantar. Quanto a Ivan Cavaleiro, que estará
a caminho do Mónaco, o administrador da SAD deixou
um comentário que indicia que a operação deve estar
fechada ou prestes a ser encerrada: "Mesmo sendo um
jogador da formação, tem todas as condições para ser
um bom negócio".
BETO
Vencer o Benfica na
Supertaça teria efeito
"motivador" para o
Sporting
O antigo capitão dos leões aposta em Tobias
Figueiredo para substituir Ewerton que é
"uma baixa importante" para a final da
Supertaça, com o Benfica. Jesus tem maior
responsabilidade após assumir a candidatura
ao título.
que ultrapassando "estas barreiras o grupo vai motivarse".
A ausência de Ewerton O Sporting não vai poder contar
com Ewerton para estes compromissos. O brasileiro
lesionou-se, foi operado e enfrenta agora uma
paragem de 12 semanas. Beto lamenta a situação, até
porque Ewerton, a temporada transacta "tinha feito
uma segunda metade do campeonato muito boa".
"Conseguiu impor-se fazendo uma boa dupla com
Paulo Oliveira", lembra. "Foi mau para a equipa e para o
treinador que não tem muitas opções", diz Beto.
Sem Ewerton, lesionado, o antigo capitão leonino
aponta Tobias Figueiredo como substituto. "Tem sido
outra opção desde a época passada. Também é um
grande jogador e um jovem com uma grande margem
de progressão, que eu aprecio muito. Neste momento é
a solução mais viável", defende Beto.
Candidatura ao título O ex-capitão dos leões abordou
ainda a candidatura ao título por Jorge Jesus e a
promessa feita aos adeptos.
"A responsabilidade que é muita, agora aumenta. Mas
num clube como o Sporting é natural e a tolerância será
menor. Tem que se ter a máxima responsabilidade,
para se atingirem os objectivos".
A contratação de Jorge Jesus "foi uma boa aposta", que
poderá "ter sucesso". No entanto, "só quando a bola
começar a rolar e as vitórias aparecerem e que se dará
valor aos jogadores, ao treinador e a toda a estrutura",
remata Beto.
Djokovic campeão na
relva
Tenista derrotou Federer em quase três horas
de jogo.
Adeptos do Sporting vão apoioar a equipa na Supertaça. Foto: DR
O Sporting perdeu o central Ewerton para a final da
Supertaça Cândido de Oliveira, mas mais importante é
vencer o Benfica na final para que os leões comecem
com a confiança em alta a nova temporada. Jorge
Jesus prometeu um leão candidato, fazendo com que a
sua responsabilidade crescesse perante a promessa
lançada aos sócios.
O antigo central, capitão e dirigente do clube, Beto, em
declarações a Bola Branca, começou por afirmar que os
jogos "são todos importantes", mas este "tem o peso de
se começar bem perante um rival". "Está um título em
disputa e começar bem lançará o Sporting para uma
grande época", sustenta.
Beto lembra que após a Supertaça os leões jogam o
acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, pelo
Foto: EPA
o sérvio Novak Djokovic venceu o torneio de ténis de
Wimbledon ao derrotar o suiço Roger Federer em
quatro sets.
Djokovic ganhou com os parciais de 7-6, 6-7, 6-4 e 6-3
e conquistou o principal torneio de relva pela terceira
vez na carreira.
O número 1 mundial precisou de quase três horas para
derrotar o grande campeão suíço e alcançou o seu
nono título do Grand Slam.
Domingo, 12-07-2015
A prova chegou a estar interrompida devido à chuva.
BMC vence contrarelógio por equipas.
Froome mantém
amarela
A etapa deste domingo teve 28 quilómetros.
A norte-americana BMC venceu o contra-relógio por
equipas da nona etapa da Volta a França em bicicleta. O
segundo lugar da Sky manteve a amarela no corpo de
Chris Froome.
A BMC fez os 28 quilómetros, entre Vannes e Plumelec,
em 32.15 minutos, menos um segundo que a Sky e
menos quatro que a Movistar. A Lampre, de Rui Costa,
terminou em oitavo a 48 segundos.
Na geral, Froome tem Tejay Van Garderen a 12
segundos e Greg Van Avermaet a 27, ambos da BMC. O
português Rui Costa está a 5m20.
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"Acordo". Tweet de primeiro- ministro belga assinala