INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NAVAL E DESENVOLVIMENTO REGIONAL EM ANGRA DOS REIS NO INÍCIO DO SÉCULO XXI Mag. Claudiana Guedes de Jesus, Dra. Leda Maria Caria Gitahy Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - DPCT - Universidade Estadual de Campinas - Brasil Resumo O artigo analisa a relação entre a reestruturação produtiva na indústria naval, especialmente no trabalho, e sua importância e prováveis efeitos no desenvolvimento de Angra dos Reis. Observa-se o caso do estaleiro BrasFELS (antigo Verolme) que é o maior estaleiro brasileiro, considerando o período de retomada das atividades, pós-ano 2000, contudo levando em conta a trajetória histórica nessa indústria no país. As atuais transformações decorrentes do processo de reestruturação observadas são, em grande medida, devidas às políticas governamentais de incentivo à indústria naval nacional, e fomentada pelo crescente aumento das novas demandas da Petrobrás por construção e reparo de embarcações de apoio marítimo, para a exploração de petróleo offshore, e mais recentemente, do pré-sal. Palavras-chave: Indústria Naval, Emprego, Reestruturação Produtiva. Abstract The article analyses the relationship between the re-structuring of production in the shipbuilding industry, especially the labor market offer, and its probable effects on the development of Angra dos Reis. The specific case of Brazil’s largest shipbuilding company (BrasFELS formerly Verolme) is examined against the background of the historical trajectory of this industry in Brazil, focussing on the period after the year 2000, when sector activity experienced a strong revival. Transformations currently in course stemming from the restructuring process are largely the result of government policies to stimulate the national shipbuilding industry with the added incentive of a growing demand from the Petrobras company for the construction and repair of marine support vessels for offshore petroleum exploration and more recently, for the exploration of pre-salt deposits. Key Words: Shipbuilding Industry, Labor Market, Re-structuring of Production. 1 - Introdução A indústria naval brasileira passou, desde fins dos anos 1990, por um período de retomada de suas atividades, após mais uma década de profunda crise, caracterizada pela queda brusca de encomendas e conseqüente fechamento dos principais estaleiros do país. A reativação do setor foi possível devido às políticas governamentais de incentivo à indústria, concomitante, ao aumento de novas demandas da Petrobrás por construção e reparo de embarcações de apoio marítimo, para a exploração de petróleo offshore (como Plataformas e Projetos de Floating, Production, Storage and Offloading System – FPSO) e mais recentemente, expectativas de encomendas com a exploração do Pré-Sal. No que se refere às principais políticas supracitadas destaca-se, no ano de 1997, a Lei do Petróleo (Lei 9.478/97), que deu fim ao monopólio e abriu o mercado de exploração e refino de petróleo, o que acelerou a expansão da exploração offshore. Posteriormente, em 2000, o programa Navega Brasil, que modificou o acesso a linhas de crédito para armadores e estaleiros, aumentando a participação limite do FMM (de 85% para 90%) nas operações da indústria e o prazo máximo de empréstimo (de 15 para 20 anos). Ademais, destaca-se a incorporação de critérios de seleção com índices de nacionalização pela Agência Nacional do Petróleo – ANP e o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural – PROMINP. E por fim, no ano de 2005, o Programa de Modernização e Expansão da Frota - PROMEF da TRANSPETRO, subsidiária da Petrobrás (FURTADO, 2002 e 2003; PASIN, 2002; SILVA, 2005). O contexto internacional do período, a partir de fins do século XX, caracteriza-se pelo fato dos países iniciaram um importante processo de mudanças econômicas fomentadas pela adoção de políticas de desregulação dos mercados e pelo rápido desenvolvimento tecnológico (TIC’s). Tal contexto, concomitante às específicas transformações ocorridas no meio produtivo, denominada de reestruturação produtiva, impactaram o cenário do trabalho em todo o mundo tornando premente a observação científica desses acontecimentos. No que se refere teoricamente ao termo reestruturação produtiva, sua definição nesse artigo, parte da idéia de um conjunto de inovações tecnológicas e gerenciais que foi, e continua sendo, difundido na indústria em âmbito internacional, qualitativamente diferente do modelo de organização científica do trabalho 1 . Esse novo modelo implicaria na incorporação da qualidade como uma meta a ser perseguida em cada etapa do processo produtivo; ademais destacamos outras relevantes características como o uso intensivo de mão-de-obra qualificada, polivalente e cooperativa; presença de uma estrutura organizacional flexível; a formação de redes de fornecedores considerados parceiros e o movimento intenso de “terceirização”. Quanto à provável discussão entre reestruturação produtiva e desenvolvimento regional, analisamos partindo do princípio de que o sistema produtivo dos países cresce e transforma-se utilizando o potencial de desenvolvimento existente nos territórios, tendo como meta final a melhoria do nível de vida da população. Podemos ressaltar que, nesse modelo, a dimensão territorial não é vista apenas como uma fixação espacial de processos tecnológicos e organizativos, mas também como uma localidade ou região que apresente uma configuração territorial através de um processo histórico, cultural e institucional em seu entorno econômico. Já, no que se refere às conseqüências da reestruturação produtiva nos empregos, esta ocorre a partir da tendência à redução dos pontos de trabalho, especialmente, os relacionados à produção direta, e de no sentido de salto significativo na produtividade. Se nos períodos de estabilidade tecnológica as curvas de emprego acompanham as de produção, já nos períodos de mudança elas se afastam com a de produção superando em muito a do emprego. Este fenômeno não é novidade na história do capitalismo, mas a diferença se dá, por um lado no ritmo de difusão de inovações e, por outro, no grau de disseminação das novas tecnologias - pervasiveness of teh technology (GITAHY, 1994: 146). O artigo analisa a relação entre as transformações na indústria naval, especialmente observadas no mercado de trabalho, e sua importância nos prováveis efeitos no desenvolvimento do município de Angra dos Reis, localizada do estado do Rio de Janeiro. Especificamente, analisamos o caso do estaleiro Verolme (atualmente BrasFELS) que é o maior estaleiro brasileiro, e já foi até o ano de 2009, a maior planta produtiva naval do 1 Esta nova forma de organização industrial, diferente da taylorista-fordista, recebe diversas designações na literatura internacional: “neofordimo” ou “pós-fordismo” para a “escola de regulação” francesa (BOYER, 1989; CORIAT, 1991); novo paradigma técnico-econômico para os neoschumpeterianos (FREEMAN, 1982; PEREZ, 1985); “estratégia PIW (Speeding up the flow of products in work)” na literatura escandinava; “especialização flexível” para PIORE E SABEL (1994); systemofacture para HOFFMAN & KAPLINSKY (1998); lean production ou “produção enxuta” para WOMACK (1990). hemisfério sul, sendo superado por outro brasileiro o Estaleiro do Atlântico Sul – EAS em Pernambuco. Para tanto, o artigo está estruturado em três partes, na primeira fazemos uma descrição da história do estaleiro Verolme, destacando os impactos desse investimento no município de Angra dos Reis. Ademais, observando foi a mudança para o novo estaleiro BrasFELS. No segundo tópico, descrevemos a reestruturação produtiva pela qual passa a construção naval e as transformações no mercado de trabalho dessa indústria. Por fim, descrevemos nossas principais considerações finais acerca do tema do artigo. 2 - Indústria naval em Angra Dos Reis: do Estaleiro Verolme ao Brasfels Yard A partir da segunda metade do século XX, a indústria de construção naval foi viabilizada, no contexto de estímulos à industrialização brasileira, especialmente através do projeto estatal do Plano de Metas, do governo de Juscelino Kubistchek. Nesse momento, políticas governamentais fomentaram a expansão dessa indústria com as primeiras leis para dinamizar o setor, como a Lei do Fundo da Marinha Mercante – FMM, em 1958, e o Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM, um tributo específico incidente originalmente sobre os fretes de importação e exportação, para fonte majoritária de recursos do FMM. Nesse ínterim de estruturação e crescimento da indústria naval no país, o estaleiro Verolme foi instalado, no ano de 1959, na cidade de Angra dos Reis localizada no sul fluminense. A denominação dele era Verolme Estaleiros Reunidos do Brasil S.A., subsidiária do RhineShine Verolme (RSV) holandesa, um dos maiores construtores de navios do mundo à época. A planta produtiva foi instalada, no bairro de Jacuecanga, sua área física foi cedida por 99 anos pelo sistema de enfiteuse, durante a execução do plano de desenvolvimento do setor naval 2 . Angra dos Reis é um dos municípios mais antigas do Brasil, foi descoberto em 1502, localizado entre uma estreita faixa de terra entre a Serra do Mar e a Baía da Ilha Grande 3 (ver Figura 1). No século XVI, princípio de sua história econômica, era um importante entreposto comercial, pois, encontrava-se no meio da rota marítima que fazia a ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo. Contudo, o desenvolvimento urbano só aconteceu no século XIX, quando Angra tornou-se um importante porto para o tráfico de escravos e escoamento do café do Vale do Paraíba. A partir da segunda metade do século, a região passou por uma profunda inflexão econômica, causados, entre outros pela queda nas exportações de café e o fim do tráfico de mão-de-obra escrava, culminando com a construção da Estrada de Ferro Pedro II que, ao ligar o Rio de Janeiro à São Paulo, pelo Vale do Paraíba, isolou de vez a região da cidade (TCE-RJ, 2007; VASCONCELLOS, 2006). 2 O termo jurídico enfiteuse (arrendamento) é um direito real sobre coisa alheia pelo qual o enfiteuta possui a posse direta da coisa, podendo usá-la de forma completa, bem como aliená-la e transmiti-la por herança, enquanto o senhorio direto, que é o proprietário do bem, apenas o conserva em seu nome. O contrato de Enfiteuse é perpétuo. O Código Civil de 2002 não mais permite a constituição de enfiteuse. Art. 49 da CF; Art.2.038 do CC. 3 Angra dos Reis é um município fronteiriço aos estados de São Paulo e Minas Gerais. Faz parte da mesorregião do Sul Fluminense (composta ainda por Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Parati, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença e Volta Redonda). Também faz parte da microrregião Costa Verde que abrange ainda os municípios de Itaguaí, Mangaratiba e Paraty (IBGE, 2010). Figura 1 – Mapa do estado do Rio de Janeiro com divisões dos municípios – 2007 Fonte: TCE-RJ (2007, 01). No século XX, o município recebeu grandes investimentos, que podem ser vistos no Quadro 1, esses foram instalados em áreas estratégicas, como a construção da estrutura rodoviária de ligação do município com o restante do Estado; instalação e melhorias no porto (utilizado pela Companhia Siderúrgica Nacional – CSN); as Usinas Nucleares e os grandes empreendimentos imobiliários atraídos pelo crescimento do setor de turismo 4 . Além, da instalação de uma indústria naval de grande porte - o Verolme. Segundo Tiriba (2002) a construção de um estaleiro em Angra dos Reis, quando grande parte da economia municipal ainda era voltada para o setor agrícola e extrativismo (bananicultura e pesca), modificou totalmente a dinâmica econômica de Angra dos Reis e foi, principalmente durante a década de 1970, uma das atividades de maior expressão econômica no município. Quadro 1 - Principais investimentos no município de Angra dos Reis – século XX Anos 1931 1932 1945 1959/1960 1972 1972/1974 1977 1985 Anos 1980 Acontecimentos relevantes para o desenvolvimento região Construção de um ramal ferroviário, ligando Angra dos Reis à Estrada de Ferro Dom Pedro II, na região do Vale do Paraíba. Início das atividades do Porto da cidade. Abertura do trecho rodoviário ligando Angra dos Reis à antiga estrada Rio São Paulo. Início das atividades do Estaleiro Verolme. Construção da Usina Nuclear Angra I. Conclusão do 1º trecho da Rodovia Federal Rio Santos (BR-101). Inauguração do Terminal Petrolífero da Baía da Ilha Grande (TEBIG). Construção da Usina Nuclear Angra II. Chegada de grandes empreendimentos imobiliários – Turismo. Fonte: Elaboração própria a partir de Vasconcellos (2006); Prefeitura de Angra (2010). A escolha da instalação do estaleiro Verolme em Angra dos Reis foi fundamentada pelas características geográficas e pela cultura local em construção naval, mesmo não sendo de grande porte. De acordo Machado (1995) outros principais fatores merecem destaque na escolha do município, como: a) a proximidade da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, e ao porto da cidade; b) a garantia de reserva de mercado à indústria naval concedida pelo Governo Federal; c) o interesse do Ministério da Marinha e, d) a idéia de criar no estado do 4 As características da região, como o conjunto formado pelo litoral, com suas inúmeras praias e ilhas, e pela Mata Atlântica, ainda preservada, continua sendo na atualidade, atrativo de investimentos para o turismo. Rio de Janeiro um forte pólo industrial (especialmente, compensador da transferência da Capital Federal do Rio de Janeiro para Brasília, no Centro-Oeste do país). Portanto, uma indústria de grande porte como essa trouxe efeitos importantes na estrutura e desenvolvimento urbano, Magrini et. al. (1988) destaca o surgimento de novos bairros que se formaram circunvizinhos à indústria; a expansão do setor de comércio e serviços; o incremento na arrecadação tributária; a formação de uma classe operária definida; a capacitação da mão-de-obra local; a atração de mão-de-obra para a região; entre outros (MAGRINI et. al., 1988). Já em sua construção o estaleiro absorveu um contingente de quatro mil operários, formado por uma maioria que migraram de outras cidades, fato esse justificado pela falta de qualificação da mão-de-obra local. Ainda sobre a questão dos trabalhadores, destaca-se que até então o município não conhecera uma classe operária forte e organizada. Com o Verolme os trabalhadores se organizaram e passaram a ter uma representação por sindicato próprio vinculado à Central Única dos Trabalhadores - CUT. No que se refere à capacitação da mão-de-obra local, ocorreu a criação do Centro Regional de Educação e Trabalho, esta unidade era responsável pela qualificação para o exercício das atividades demandadas pelo Verolme, financiada pela própria indústria. Segundo Magrini et. al. (1988: 169) “A Verolme ofereceu empregos qualificados, contribuiu para o treinamento da mão-de-obra local em atividades industriais, implantou uma escola técnica e fortaleceu através de doações da empresa, o sistema educacional local”. Ademais, o início das atividades produtivas do estaleiro teve um marco com o primeiro navio produzido o cargueiro Henrique Lage, com um tamanho de 10,5 mil tpb (toneladas de porte bruto) 5 . Entre os anos de 1959 até 1995, o Verolme produziu dezesseis navios e seis embarcações, esta produção foi bastante diversificada contemplando graneleiros, cargueiros, navios-tanques, plataformas, corvetas, etc. (ver Quadro 2). Já, na atualidade, o estaleiro se especializou na fabricação e reparo de plataformas para exploração de petróleo offshore para a Petrobrás. Em poucos anos, o estaleiro ganhou projeção mundial, desenvolvendo know-how e tecnologia de ponta no setor, e tornou-se um dos maiores do mundo. Ressalta-se que o estaleiro já fora o maior empregador de Angra dos Reis (já empregara acima de doze mil operários em um único momento) e a viga-mestra de toda a economia local. Esses e outros motivos levam a conclusão que a instalação do Verolme modificou significativamente a dinâmica e o desenvolvimento do município. Os anos de 1970 foram os mais produtivos para a indústria naval brasileira, chamado de auge ou ápice na história desse setor. O Brasil chegou a deter o segundo maior parque mundial da industrial naval em volume de processamento de aço, ficando atrás apenas do Japão. Nessa década, a expansão da indústria continuou fomentada por algumas políticas específicas de desenvolvimento do setor, como o Plano de Emergência de Construção Naval e os Programas de Construção Naval. 5 Toneladas de Porte Bruto (TPB) (ou Deadweight Tons - DWT) é a medida, em toneladas métricas, de peso que um navio pode transportar em segurança. Inclui o peso da carga, tripulação, água, combustível, lubrificantes, víveres e sobressalentes. Quadro 2 – Unidades produzidas no estaleiro Verolme - entre 1962 e 1995 Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 1962 1964 1971 1972 1973 1974 1977 1979 1980 1982 1983 1984 1986 19861993 1994 1995 Nome e tipo do navio Cargueiro Henrique Lage Navio-tanque Jacuípe Graneleiro Doceangra Navio-tanque Alagoas Graneleiro Docebarra Navio-tanque Bragança Ore-oil classe Muriaé Plataforma de exploração de petróleo tipo Jubilee – “Petrobrás V” Ore-oil Docealfa (tipo Panamax) 3 Panamax: a) Gulf-Grain b) Gulf-Steel c) Outro Panamax 3 (três) Plataformas para exploração de Petróleo Graneleiro tipo Panamax – El Alaim 2 (dois) Graneleiros Graneleiro Docebay Corveta Frontin (V-32) Corveta Júlio de Noronha (V-33) Multipurpose Frotario Paranaguá (PR) Plataforma Semissubmergível “Petrobrás XVIII” Multipurpose Frotasantos Tamanho em TPB* 10.500 tpb 10.500 tpb 53.000 tpb 26.400 tpb 50.590 tpb 116.500 tpb 135.000 tpb 75.000 tpb 75.000 tpb (cd) 150.000 tpb 19.600 tpb 19.600 tpb *TPB - Toneladas de Porte Bruto. Fonte: TELLES (2002) Atualmente, as principais atividades econômicas de Angra dos Reis estão no setor terciário, como o comércio, atividades relacionadas ao turismo, atividades portuárias, além da indústria, com a geração de energia elétrica através de usinas nucleares e a indústria naval. No que se refere aos dados sócio-econômicos, o supracitado município encontra-se em uma posição privilegiada comparadas aos outros do estado e mesmo do país. De acordo com dados do IBGE (2005) Angra dos Reis possuia um produto interno bruto de aproximadamente 2,5 bilhões reais, para o ano de 2005, e um PIB per capita de 17,4 mil, um dos maiores do estado do Rio de Janeiro. Se considerarmos a média do PIB per capita do Estado como índice 100, o de Angra dos Reis ficou em 55,6, o que representa a 25ª colocação. Ademais, o índice de desenvolvimento humano, segundo PNUD (2000) do município foi de 0,772, ou seja, qualidade de vida média, como posição de 36º lugar no país 6 . Ao longo da década de 1980, o setor naval brasileiro apresentou grandes perdas que se aprofundaram no decorrer da década de 1990, quando alguns dos principais estaleiros do país tiveram suas atividades paralisadas, como o Verolme. Vários estudos apontam como causa dessa crise as deficiências na política de promoção à indústria naval nacional, destacamos alguns fatores principais, como a concessão indiscriminada de subsídios por um longo período (mais de 20 anos) sem nenhuma exigência de investimento em desenvolvimento; o excessivo direcionamento das atividades para o mercado interno; a ausência de mecanismos que atuassem na proliferação de práticas não-mercantis entre estaleiros e armadores; falta de confiabilidade com relação ao cumprimento dos prazos 6 Em relação ao valor adicionado bruto da indústria - VAB, Angra dos Reis ocupava a septuagésima (70ª) em 2007, na lista dos 100 maiores municípios do país. Já, comparando com as cidades do estado do RJ o município ocupava a nona (9ª) posição, atrás de Campos de Goytacazes (2ª posição na lista), Rio de Janeiro (3ª), Duque de Caxias (5ª), Cabo Frio (21ª), Rio das Ostras (22ª), Macaé (38ª), Quissamã (47ª), Volta Redonda (56ª). contratuais de entrega e a falta de transparência na utilização dos recursos investidos (LIMA & VELOSO, 1998; NEIT/IE/UNICAMP, 2002; PASIN, 2002; LACERDA, 2003; BATISTA, 2006). Já, no contexto de crise na construção naval, o Verolme foi fundido ao estaleiro EMAQ e depois incorporado ao estaleiro Ishibrás, mudado seu nome para Indústria Verolme-Ishibrás (IVI). Nos anos de 1997 e 1998, o estaleiro EISA arretou e construiu dois cargueiros Panamax no estaleiro Verolme para exportação. Entretanto, no ano de 1995, o estaleiro Verolme parou suas atividades, ficou desativado por cinco anos. Reabri apenas no ano 2000, através de uma join-venture entre uma empresa brasileira e uma de Cingapura, com o nome de BrasFELS Yard. 3 - Reestruturação produtiva e trabalho na Construção Naval Brasileira: a importância do estaleiro BrasFELs Após período de crise, as atividades da indústria naval brasileira, retomam a partir de fins dos anos 1990, devido às políticas governamentais de incentivo à indústria naval nacional, e fomentada pelo aumento de demanda da Petrobrás por construção e reparo de embarcações de apoio marítimo, para a exploração de petróleo off-shore, como Plataformas e Projetos de Floating, Production, Storage and Offloading System – FPSO (Sistema Flutuante de Produção, Armazenamento e Descarregamento de Petróleo) 7 . Nesse momento intensificou-se a internacionalização dessa indústria com a entrada de grandes construtores navais como sócios nos estaleiros nacionais, esses subsidiaram um processo de reestruturação nessa indústria. O estaleiro Verolme, reiniciou suas atividades através do Grupo FELS Setal S/A. Para desenvolver seus trabalhos no Brasil, a Keppel Fels criou uma empresa de joint venture em parceria com o grupo Pem Setal, de São Paulo, sendo a Keppel Fels de Cingapura (com 60%) e a Pem Setal do Brasil (com 40%). Portanto, a partir daquele momento o estaleiro Verolme tem nova denominação “BrasFELS Yard”. Reabriu com apenas 1,8 mil postos de trabalho contratados para a construção de um guindaste. No ano de 2005, a joint venture Keppel FELS Brasil foi encerrada, após a aquisição da totalidade das ações que pertenciam ao grupo Pem Setal pela Keppel Corporation. Assim, a empresa FELS Setal S/A passou a se chamar Keppel FELS Brasil S/A 8 . De acordo com Silva (2009) a cingapurense Keppel Fels é líder mundial na construção de navios e plataformas de petróleo e já possuía um histórico de fornecimento à Petrobras. Cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo produzidos hoje em águas brasileiras estão relacionados a plataformas construídas pela Keppel Fels. A francesa Technip, por seu turno, é uma das mais fortes empresas de engenharia voltada para o setor de Petróleo e Gás Natural. A Technip Engenharia é o escritório da empresa no Brasil e a Keppel Fels é proprietária do estaleiro KeppelFELS e gerencia os estaleiros BrasFELS. O consórcio FSTP, originalmente formado pela Fels Setal e pela Technip, foi o vencedor do certame para a construção e integração do casco, construção do topside e da planta de processo, recebimento e integração de todos os módulos e entrega da unidade comissionada e pronta para a operação, da plataforma P-51 da Petrobrás. E a partir, desse 7 Lei do Petróleo (Lei 9.478/97); Programa Navega Brasil (em 2000); Índices de Nacionalização pela Agência Nacional do Petróleo – ANP; Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural – PROMINP (no ano de 2003); Programa de Modernização e Expansão da Frota - PROMEF, em 2005. 8 Keppel FELS Brasil é uma empresa do grupo Keppel FELS, que possui os estaleiros BrasFELS Yard em Angra dos Reis e Niteroi Yard em Niterói/RJ. projeto, outras encomendas foram realizadas, como a P-56, P-57 e mais recentemente, em 2010, a P-61. Notadamente, a reativação do setor naval brasileiro atraiu investimentos de grupos estrangeiros, principalmente mega-operadoras asiáticas como a Keppel – Brasfels (Cingapura), Jurong – Mauá-Jurong (Cingapura), Aker Yards – Aker Promar (Européia) e Chouest – Navship (EUA). O ingresso desses sócios em diversos estaleiros do Estado do Rio de Janeiro foi uma alternativa para acelerar a recuperação desta indústria, com as inversões em capital financeiro, físico e humano. Nesse contexto, podemos destacar que esse período atual de retomada da indústria naval brasileira, iniciada em fins dos anos noventa, caracterizou-se pelo início de um processo de reestruturação produtiva nos estaleiros, devido, entre outros fatores, à maior e intensa internacionalização/entrada grandes construtores navais como sócios nos nacionais e pela adoção de várias inovações de processo e de produto, em respostas as novas demandas da Petrobrás, tanto para a exploração de petróleo offshore, quanto, mais recentemente, para exploração de petróleo no Pré-sal. No que se refere ao trabalho na construção naval, este possui características peculiares, até pelo fato da própria indústria ter dinamismo próprio, resumidamente, sobre ela descrevemos alguns principais pontos: a) uma indústria de capital intensivo; b) possui presença marcante do Estado em todo o mundo, por meio de instrumentos de incentivos e regulação; c) caracteriza-se pela fabricação de bem de capital de alto valor agregado; d) sua produção não é de série e sim de "ciclo longo", mas existem protótipos de forma construtiva, a produção de cada unidade exige um layout específico e execução, cujos pormenores são acordados entre a companhia de navegação e estaleiros; e) inconstante no seu nível de atividade (comportamento cíclico), uma vez que trabalha por contratação de obras sob encomenda e de longo prazo de maturação 9 . O trabalho naval tem um grande potencial de geração de emprego e, normalmente, exige várias especializações e algumas altamente qualificadas, devido à complexidade inerente ao processo de produção. Outra característica que merece destaque é o fato da formação dos trabalhadores no setor, é feita através de prática no local de trabalho, em outras palavras learning by doing - a formação na profissão através da prática real continua a ser o último modo de transmissão de conhecimentos e competências, especialmente nos casos dos operários-mestres responsáveis por parte da produção. A organização do processo de trabalho no estaleiro foi estruturada em torno da lógica do mestre-aprendiz que, por sua vez, está ligado a uma organização vertical, onde os grupos profissionais refletem claramente o nível de escolaridade alcançado (FRASSA, 2009). A variedade e complexidade dos produtos oferecidos, a necessidade de organizar vários empregos, a produção de pequenas séries, a existência de múltiplas especialidades profissionais e centralidade na produção têm prazos que a indústria naval fazer isso, primeiro, características da organização taylorista de organização, produtividade e outras características típicas de um projeto-base. Esta combinação especial de características de indústrias de produção em massa e indústrias organizadas por projetos tem levado alguns autores a definir uma indústria naval como um "híbrido” (GUISADO et. al. 2002). 9 A construção de um navio de grande porte leva, em média, dois anos; e uma plataforma leva em média três anos, e mobiliza um grande aporte de capital e trabalho, o que torna a escala de produção do setor normalmente pequena. Como um dos principais resultados da reestruturação produtiva, observamos a terceirização, esta externalidade se iniciou nas áreas de serviços, mas afetou também as atividades produtivas. Nesse movimento é possível distinguir diferentes “trajetórias” do processo de terceirização. Por um lado, um tipo de terceirização associado a um esforço articulado entre a grande e a pequena empresa, no sentido de qualificar fornecedores e aumentar a qualidade dos produtos e, por outro, formas associadas a estratégias “restritivas”, ou seja, externalização de atividades para redução de custos via precarização das condições do emprego, mesmo comprometendo a qualidade do serviço prestado (GITAHY, 1994: 146). Especificamente, no caso da indústria naval brasileira, ocorreu o aumento intenso do movimento da terceirização concomitante à retomada das atividades. E, essa não veio como externalidade de algumas áreas complementares da indústria (como limpeza, alimentação dos operários, etc.) e sim como parte da produção. De acordo com Gitahy (1994), nesse sentido, a redução do emprego formalizado, com a conseqüente eliminação de despesas com os encargos sociais e a redução do poder de interferência do sindicato numa conjuntura de crise econômica, pode aparecer como o principal atrativo para a externalização da produção. Portanto, o que se observa nos estaleiros brasileiros é a utilização, cada vez mais intensa, da terceirização como estratégia tradicional de redução de custos, acentuando um processo de desverticalização da empresa e de externalização de suas atividades. Tornando, muitas vezes, difícil até mensurar, com mais exatidão o volume de emprego nessa indústria, pela alta rotatividade de mão-de-obra (utilização de contratos temporários). Como a indústria naval opera ciclicamente, depende de encomendas, o ambiente parece tender cada vez mais a utilização do processo de terceirização. Gráfico 1 – Evolução do volume de emprego da Indústria Naval Brasileira – 1960 a 2009. Fonte: SINAVAL (2006, 2007 e 2009). Em termos da evolução dos postos de trabalho na indústria naval brasileira, esta seguiu a tendência da trajetória histórica desse setor, com auge (década de 1970), crise (fins de 1980 e 1990) e, na atualidade, retomada das atividades (pós-1997), como pode ser visto no Gráfico 1, nitidamente percebido tais distintos períodos. Destaque para o momento denominado auge, chegando a aproximadamente 39 mil empregados em 1979, já na crise, em 1998 existiam menos de dois mil trabalhadores, e com a atual fase de recuperação, o número de trabalhadores já ultrapassa 45 mil. No momento de ápice da indústria, na década de 1970, o Verolme detinha em torno de doze mil trabalhadores, 30% dos empregados da construção naval brasileira (PASIN, 2002; SINAVAL, 2007). Historicamente, a construção naval no Brasil é concentrada no estado do Rio de Janeiro, com aproximadamente 60% da produção nacional e a localização de maior parcela de estaleiros. Neste estado estão os principais parques produtivos nacionais, além do estaleiro Brasfels - Angra dos Reis (RJ), mencionamos o Aker Promar - Niterói (RJ); estaleiro Aliança - Niterói (RJ); estaleiro Barcas - Rodrigues - Niterói (RJ); estaleiro EISA (da Ilha) - Rio de Janeiro (RJ); Transnave - Rio de Janeiro (RJ). Tabela 1 - Pessoal ocupado na Indústria Naval por regiões do Brasil - maio/2009. Regiões brasileiras Região Sudeste Trabalhadores 23.135 % do Total Brasil 51,1 Angra dos Reis 6.798 15,0 Total estado RJ 21.740 48,0 Região Sul 3.481 7,7 Região Nordeste 9.772 Região Norte 2.912 Subtotal 39.300 Ind. Náutica e pesca Total Geral 21,6 6,4 86,8 6.000 13,2 45.300 100 Fonte: SINAVAL (2009) No Tabela 1, observa-se o pessoal ocupado na construção naval brasileira por regiões do Brasil, no ano 2009. O estado do Rio de Janeiro detinha 48% do pessoal ocupado, seguido da região nordeste com 21,6%, especialmente por causa do recén- inaugurado Estaleiro do Atlântico Sul - EAS, o grande concorrente do BrasFELs, pois também é especializado todos em plataformas offshore dos tipos semi-submersível, FPSO (Sistemas Flutuantes de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo), entre outras. O novo estaleiro do Atlântico Sul, que fica em Pernambuco, região Nordeste do Brasil, iniciou suas atividades em 2009, construído pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota do governo federal. Sua primeira embarcação foi entregue em 2010, o navio petroleiro João Cândido (tipo Suezmax), com capacidade para transportar até um milhão de barris de petróleo. Importante, pois marcou o fim de um período de quatorze anos sem a construção de um grande navio no território brasileiro e, portanto, marco da retomada do setor. Por fim, destacamos a importância do BrasFELs, na construção naval brasileira, é o estaleiro que mais emprega e que possui a maior produção em termos de TPB, além de ter sido até o ano de 2009, a maior planta produtiva do Hemisfério Sul, quando da inauguração do estaleiro do Atlântico Sul – EAS. Enquanto, o estaleiro de Angra dos Reis tem capacidade de processar 50 mil ton/ano e de construir navios de até 300 mil TPB, com uma área de 410 mil m², o EAS possui capacidade de processar 160 mil ton/ano de aço e é adequado para construções de navio de até 500 mil TPB, com uma área de 1.500 mil m². 4 – Considerações finais A pesquisa norteou uma hipótese principal, que foi a importância da análise da reestruturação produtiva na indústria de construção e seu mercado de trabalho, tendo em vista relevantes conseqüências para o desenvolvimento da região de Angra dos Reis. Os resultados das mudanças observadas, com a internacionalização da indústria e a inserção de inovações de produto e processo impactaram, de maneira diferente, nesse desenvolvimento. A pesquisa ainda está sendo desenvolvida, portanto mais resultados surgirão. Atualmente observa-se, como exemplo, crescente terceirização de parte do processo produtivo nos estaleiros, através de contratos temporários e sazonais de acordo com encomendas, levando a instabilidade profissional na vida do trabalhador. O estaleiro BrasFELs é um grande mercado demandante de mão-de-obra para trabalhadores das cidades vizinhas e de outras regiões do país. Ademais, a constante inserção de inovações tecnológicas continua necessitando de trabalhadores, altamente qualificados, de fora da região. Destaca-se o estaleiro como o principal demandante privado de mão-de-obra do município de Angra dos Reis, atualmente responsável por cerca de sete mil empregos diretos e vinte mil indiretos, em um município de 164 mil habitantes. O processo de crescimento e transformação estrutural se dá em conseqüência de transferências de recursos das atividades tradicionais para as modernas, ou seja, do aproveitamento das economias externas e da introdução de inovações, com intuito de melhorar o bem-estar da sociedade, seja ela na cidade, na localidade ou na região. Em outras palavras, o crescimento organiza-se em torno da expansão e transformação das atividades pré-existentes, utilizando o potencial de recursos e de inovação disponíveis no território, condicionado pela estrutura social e cultural e códigos de conduta da comunidade cedida em particulares espaços (CORRÊA, MENDIETA, 2009). Harvey (2005: 146) define que, a fábrica é um ponto de reunião, enquanto a forma industrial de urbanização pode ser vista como a resposta capitalista específica da necessidade de minimizar o custo e o tempo de movimento sobre condições de conexão interindústrias. Atualmente, observamos cada vez mais rapidamente a necessidade do capital se mover, promove o domínio do espaço, o que implica na produção do espaço, em outras palavras, o capital se produz e também (re) produz. 5 - Referencias bibliográficas BATISTA, Ivone L. (2006) Redes Produtivas e Novas Territorialidades no Sul Fluminense, Rio de Janeiro, IG-UFRJ (Tese de Doutoramento). BOYER, R. (1989) “New Directions in Management Practices and Work Organization”, In: “OECD - Conference on Technical Change as a Social Process: Society, Enterprises and Individual”, Helsinki. Dec/1989, pp. 11-13. CORIAT, Benjamin (1991). Penser à L’Envers, Christian Bourgois, Paris. CORRÊA, Alexandre S.; MENDIETA, Fernando. H. (2009) “O Desenvolvimento Endógeno no Contexto de Reestruturação Produtiva no Estado de Mato Grosso do Sul”. In: 12º Encuentro de Geógrafos de América Latina - EGAL, Montevidéu. FERRAZ, João C. (1986) Determinants and consequences of rapid growth in the brazilian shipbuilding industry. 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