16 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE Pós-graduação Pontuação em concurso e CMYK dinheiro no bolso PÓS-GRADUAÇÃO Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE CONQUISTE O SEU ESPAÇO CURSOS DE PÓS E ESPECIALIZAÇÃO PODEM FAZER MUITA DIFERENÇA NA RETA FINAL DOS PROCESSOS SELETIVOS E AJUDAR A GARANTIR A TÃO SONHADA VAGA NO SERVIÇO PÚBLICO Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press exercício para os concursos. Os alunos ficam doidos.” Melhor remuneração Os títulos também significam adicionais no salário. Ainda no início de sua carreira profissional, Andresa Chagas, 26 anos, formada em direito, teve 7,5% a mais no salário como servidora do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios por conta da pós-graduação em direito público, que fez por meio de videoconferência, em uma escola de ensino a distância que abrange grandes cidades do país. Agora, a jovem está cursando “Ordem Jurídica e Ministério Público”, na Escola do MPDFT. O Plano de Cargos e Salários dos servidores do MPDFT prevê adicionais de qualificação para funcionários, de acordo com o nível de estudos – 12,5% para títulos de doutor, 10% para mestre, 7,5% para os portadores de certificado de especialização, 5% para os que concluíram a graduação, 2,5% para ensino médio, correiobraziliense.com.br Versão online: www.correiobraziliense.com.br/euestudante Pesquisas comprovam que quem faz pós-graduação tem mais oportunidades no mercado de trabalho e mais chances de ser promovido. O Correio preparou este caderno especial com várias dicas. Como escolher o curso certo? Como se beneficiar das bolsas? Estudar no exterior é o mais indicado? Optar por um mestrado, um MBA ou uma especialização? Tire suas dúvidas e saiba como dar aquele empurrãozinho na sua carreira e no seu salário. PG 1-16 A ADVOGADA ANDRESA CHAGAS:TÍTULOS SIGNIFICAM ADICIONAIS NO SALÁRIO Caio Gomez/Esp. CB/D.A Press PG 1-16 E e 1% para os servidores que tiverem participado de um conjunto de treinamentos que totalize 120 horas, num total de 3% de acréscimo ao salário. Nesse caso, a gratificação é válida por quatro anos, o que estimula a participação em novos cursos. Em nenhum dos casos os benefícios são cumulativos. A valorização dos títulos foi uma proposta do sindicato da categoria e uma conquista dos funcionários, por meio de lei. O MPDFT mantém recursos anuais para incentivar os estudos. Custeia cursos de até R$ 8 mil aos funcionários. Devem ser de ciências que tenham relação com o trabalho no Ministério Público. Geralmente são relacionados ao direito e à administração pública, mas há outras áreas como biologia e engenharia, devido à necessidade de perícias incluídas em processos. O interesse de Andresa pelos estudos vai além do percentual que os cursos possam oferecer em seu salário. “A escola do MP é muito conceituada, e quero me atualizar. O curso é muito bom, bem puxado e muito procurado por quem está se preparando para concursos da magistratura ou do Ministério Público. Mas também tem gente que faz para se atualizar mesmo, porque o direito está sempre mudando. Ocorrem muitas alterações nas leis”, comenta Andresa. CMYK studantes que fazem cursos de pós-graduação nem sempre os escolhem somente com o objetivo de se qualificar para uma atividade específica. Muitas vezes, levam em consideração outros fatores – pois, além das aulas sempre significarem acúmulo de conhecimento, também representam pontuação na classificação de concursos públicos. E percentual a mais no contracheque. “A pontuação não é regra. Mas eu mesmo já ganhei cerca de 30 posições em uma classificação por conta de títulos”, conta Gladson Miranda, professor em Brasília de um cursinho especializado em concursos públicos. Ele lembra que estava concorrendo ao ingresso em “Serviço Notoriais e de Registros” para um cartório no Rio Grande do Sul, em 2004, e acabou saltando na disputa por causa dos documentos. Apresentou diploma de graduação em direito, certificado de especialização, prova de que lecionava na área, um livro de sua autoria e publicações assinadas em jornais, certidão de aprovação em outro concurso público específico para cartório e para a área jurídica. Mas o professor adverte que a validade da titulação depende do concurso. E isso está explícito no edital de cada um deles. Gladson afirma que os cursos de pós-graduação lato sensu são fortes preparatórios para esse tipo de concorrência. O professor relata que o próprio cursinho em que dá aulas criou um MBA com a finalidade de melhor preparar os estudantes. “As provas são um CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 15 2 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE Pós-graduação Monique Renne/CB/D.A Press PESQUISA APONTA: QUANTO MAIS SE ESTUDA, MAIS SE GANHA. MAS OS REFLEXOS DE UM INVESTIMENTO EM PÓS VÃO ALÉM DO SALÁRIO Não compre gatopor lebre grande competitividade do mercado e o risco do desemprego que a crise gerou em todo o mundo têm selecionado cada vez mais os profissionais que vão conquistar uma vaga nele. Mas investir na carreira garante muito mais do que a permanência no cargo, de acordo com a pesquisa Você no Mercado de Trabalho, da Fundação Getulio Vargas. O coordenador do trabalho, Marcelo Neri, explica que há uma relação direta entre os anos de estudo e o salário. “Quando uma pessoa sai de zero ano de estudo até a pós-graduação, o salário sobe, em média, 15% a Além de melhorar o rendimento mensal, a especialização tornou-se essencial para disputar uma vaga. “Há 10 anos era bom ter um curso de pósgraduação para ter uma colocação importante. Hoje, é essencial. As boas empresas sequer olham para currículos que não apresentem algum MBA ou pós graduação”, afirma Silvio Badenes, superintendente de uma instituição de ensino em Brasília. Mas a formação acadêmica bem aproveitada e valorizada ainda depende muito daquela experiência tão exigida por quem quer uma va- ga, como explica a coach (trein a d o ra ) e x e c u t i va Ve r u s k a Olivieri. “A pós é importante, mas só pelo título não adiant a . Pe rc e b e m o s q u e h á u m maior aproveitamento quando a pessoa já está no mercado de trabalho ou uma experiência profissional anterior para aplicar, na prática, o conhecimento adquirido.” Renata Monnerat, de 33 anos, conciliou a experiência profissional com um MBA em gestão estratégica em marketing em busca de um aperfeiçoamento na carreira. Após quatro anos trabalhando na área, ela sentiu necessidade de validar o que já fazia diariamente. Formada em publicidade e propaganda, sentia falta de conhecimento de marketing no currículo. Mesmo sem a formação na área, foi convidada para trabalhar no departamento de marketing de shoppings da cidade, onde está há 11 anos, dez deles como gerente. A volta aos estudos lhe rendeu mais embasamento para aplicar estratégias mais diferenciadas e ousadas no dia a dia, além de uma boa rede de relacionamento. “Meu trabalho melhorou depois comecei a adotar processos mais embasados teoricamente.” A hora de decidir não a organização onde ele vai atuar”, afirma Werner Kugelmeier, diretor proprietário de uma empresa especializada em treinamento empresarial. Ele recomenda que, para fazer esse planejamento, a pessoa deve antes responder a si mesmo algumas perguntas. “São coisas básicas, o que gosta de fazer, o que quer ser e onde quer estar daqui a cinco ou dez anos”, diz ele. Outra grande dúvida é decidir qual será o melhor momento para voltar aos estudos. Segundo Silvio Badenes, há uma pós-graduação adequada para cada estágio na carreira de um profissional. “Para um recém-formado, recomendo um curso online ou semipresencial em administração de empresas.” A cada ano adicional. E a chance de ocupação sobe 3,3% por ano também”, analisa. Esses dados, reforça Neri, são importantes para orientar o jovem sobre o retorno que a educação dá e mostrar quanto aumenta o salário e a ocupação quando a pessoa estuda mais. Só nos 12 primeiros meses de estudo após a graduação, há um aumento financeiro de quase 50%. “Um salário inicial de R$ 2.194 salta para R$ 3.297. Com três anos a mais de estudo, o salário chega a R$ 4.454. Isso mostra que a hierarquia de níveis educacionais se reflete na hierarquia salarial”, exemplifica o pesquisador. A especialização, quando bem escolhida, pode ser o caminho para a ascensão no mundo dos negócios. Mas antes é preciso saber aonde se quer chegar e isso é definido com o planejamento da carreira. “O profissional é o gestor da sua carreira e EXPEDIENTE: Diretor de Redação: Josemar Gimenez; Editora-chefe: Ana Dubeux; Editor-executivo: Carlos Marcelo; Editor de Suplementos: Renato Ferraz; Editor de Arte: João Bosco; Editor de Fotografia: Luís Tajes; Edição:Ana Clara Brant; Textos: Mônica Harada e Cristina Ávila (especial para o Correio); Diagramação:Amarildo de Castro; Revisão: Sandro Xavier e Eduardo Pinho Maurenilson/CB/D.A Press O que você vê? Quem faz Universa Escola de Gestão sempre vê mais longe. CURSOS 2009*. INSCRIÇÕES ABERTAS. Faça a sua matrícula e receba um notebook **. Arquitetura Orientada a Serviços - SOA Engenharia de Software Gerência Executiva de Transporte e Mobilização - GETRAM MBA - Controladoria e Finanças MBA - Finanças e Mercado de Capitais MBA - Gestão Ambiental MBA - Gestão Atuarial e Financeira MBA - Gestão da Comunicação nas Organizações MBA - Gestão de Instituições Educacionais MBA - Gestão de Marketing MBA - Gestão de Negócios Internacionais MBA - Gestão de Projetos MBA - Gestão de Recursos Humanos MBA - Gestão Pública e Relações com o Governo MBA - Gestão em Turismo MBA - Governança em Tecnologia da Informação MBA - Planejamento e Gestão Empresarial MBA - Políticas e Estratégias de Planejamento e Defesa Sistemas Orientados a Objetos - SOO *CURSOS CHANCELADOS PELA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. A primeira Business School do Centro-Oeste. INFORMAÇÕES: (61) 3442-7516 OU WWW.UNIVERSA.ORG.BR **De acordo com condições contratuais. RENATA: MBA EM MARKETING POSSIBILITOU MAIS EMBASAMENTO PARA TOMAR DECISÕES NO TRABALHO CMYK O mundo é de quem se educa É essencial saber se a instituição onde você está querendo estudar é reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). No caso dos cursos stricto sensu, o portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), www.capes.gov.br, traz o nome da instituição, número de cursos reconhecidos e dados sobre os cursos. Em relação aos MBA, deve-se conferir se a empresa que o oferece é reconhecida pelo MEC. Qualquer instituição de educação superior precisa obter credenciamento e autorização do Ministério da Educação para funcionar. Os processos são conclusos com a publicação no Diário Oficial da União. O estudante pode saber se a instituição tem funcionamento regular no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Também pode solicitar à escola o catálogo das condições de oferta dos cursos, exigido pela Portaria Ministerial 971/97, divulgado anualmente. O documento traz todas as informações sobre a autorização e o reconhecimento do curso, suas avaliações e dados sobre taxas de matrícula e mensalidades. Se o curso foi autorizado há pouco tempo, o estudante deve observar prazos legais para o reconhecimento. PG 2-15 CMYK PG 2-15 Pós-graduação 14 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE Pós-graduação Pós-graduação IESB. De mala e livros, além-mar Quando se tem mais conhecimento, as oportunidades estão em todo lugar. FAZER UMA PÓS OU CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO NO EXTERIOR TRAZ GRANDES DESAFIOS, COMO AS BARREIRAS CULTURAIS E DO IDIOMA. MAS, NO FINAL, O ESFORÇO SEMPRE COMPENSA A Capes-Cofecub, firmado pela Universidade Federal da Bahia, a UFRGS, o Institut d'Études Politiques de Paris (SciPo) e a Université de Paris I – Sorbonne. INCENTIVO DO GOVERNO Capes Esse programa faz parte de um acordo de cooperação que neste ano completará 30 anos, entre o Brasil e a França. Foi firmado por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – fundação do Ministério da Educação, criada em 1951, para cumprir especial missão na formação de mestres e doutores. Os estudantes ralam. Passam por diversas fases de seleção. No caso do Cofecub, é analisada a relevância da pesquisa proposta pelo aluno e o seu professor deve ser participante. Teresa explica como funciona: “Fui indicada por meu orientador, Carlos Arturi, da UFRGS, que faz parte de um projeto Cofecub”. A responsável pelo Cofecub na Capes, em Brasília, Jussara Prado, diz que o Brasil está em ótima fa- TERESA ACABA DE CONQUISTAR UMA BOLSA DE DOUTORADO NA FRANÇA se. “Os estudantes brasileiros são muito bem-vistos pelos franceses. Nossos alunos são considerados inteligentes, criativos e dedicados”, enfatiza. Segundo ela, o país já passou do período em que mandava alunos somente para aprenderem no exterior. “Hoje também temos conhecimento para mostrar”, ressalta. E Teresa diz mais: “Uma exigência fundamental é o conhecimento do idioma. O estudante começa a sentir essa necessidade antes mesmo de apresentar a sua candidatura à Capes, pois o con- O Brasil concede bolsas de estudos no exterior para diferentes níveis de aprendizado em pós-graduação. Para incrementar essa iniciativa, mantém acordos bilaterais não apenas com a França, mas também com Alemanha, Argentina, Chile, China, Cuba, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Itália, Portugal, Timor-Leste, Uruguai. Confira no quadro abaixo o crescimento do número de bolsas concedidas nos últimos anos. tato com os professores das universidades estrangeiras começa muito antes. É preciso começar a se organizar logo, pois é exigido que o candidato já tenha cumprido um número determinado de créditos. A pesquisa também já deve estar adiantada”, relata. Evolução de bolsistas Capes no exterior - 2001 a 2008 Doutorado sanduíche Especialização Graduação sanduíche 2001 713 37 434 2002 840 41 2003 969 2004 Mestrado Mestrado sanduíche Pósdoutorado Doutorado pleno Total 22 4 407 932 2,549 287 16 7 454 894 2,539 36 285 2 6 455 967 2,720 1,019 5 473 1 9 535 940 2,982 2005 1,299 46 693 1 6 641 947 3,633 2006 1,530 46 736 1 6 762 932 4,013 2007 1,501 57 792 2 5 830 915 4,102 2008 1,562 107 930 1 0 927 724 4,251 Fonte: Capes/MEC Promoção e Gestão de Eventos Direito Material e Processual do Trabalho Assessoria em Comunicação Pública Banco de Dados MBA em Telecomunicações MBA em Estratégias de Mercado e Comportamento do Consumidor Jogos Digitais Engenharia de Software Cursos em Parceria com o INBRAPE Instituto Brasileiro de Estudo e Pesquisas Socioeconômicos Gestão Empresarial Gestão Financeira, Contábil e Auditoria Gestão Pública Gestão de Vendas Comércio Internacional Logística Empresarial Direito Notarial e Registral Assistência na Urgência e Emergência Auditoria em Sistemas e Serviços de Saúde Gestão do SUAS – Sistema Único de Assistência Social Enfermagem do Trabalho Gestão Ambiental Gestão de Políticas Sociais Políticas de Proteção à Infância e à Adolescência Saúde Pública e Saúde da Família Trabalho Social com Famílias Cursos em Parceria com o Istituto Europeo di Design Fashion Design Graphic Editorial Design Gráfico Design de Interiores Cursos de Extensão: Coerção: As Opressões Diárias na Família, no Trabalho e na Sociedade como Fonte de Psicopatologia Intervenção Comportamental para Crianças com Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDS) A Promoção do Desenvolvimento e da Saúde da Criança: Contribuições do Ambiente Familiar Educação Financeira Cursos de Especialização: Pós-graduação Lato Sensu em Psicologia Jurídica Pós-graduação Lato Sensu em Psicologia e Políticas Públicas Pós-Graduação Lato Sensu em Educação e Gestão de Pessoas nas Corporações PG 3-14 Ano Cursos CMYK PG 3-14 CMYK Arquivo Pessoal primeira sensação é o frio na barriga — que demora a passar. Vislumbrar a Torre Eiffel e o Museu do Louvre, para um doutorando que acabou de chegar a Paris, não é a mesma coisa do que encará-los com aquele desejo de aventura, próprio dos turistas. A cabeça do estudante que recebe uma bolsa de pósgraduação no exterior se enche de temores. “Será que vou me encaixar na rotina? E na metodologia de ensino? Será que vou conseguir a fluência no idioma? Será que consigo administrar a bolsa? Será que....” Esses medos ainda assustam um pouco a cuiabana Teresa Marques, 26 anos, que acabou de colocar os pés pantaneiros na capital francesa. Mas, com certeza, ela enfrentou batalhas maiores para pousar suas malas por lá. Uma das últimas escalas que fez antes de atravessar o oceano foi em Brasília. Veio pesquisar sobre os intercâmbios cooperativos entre o Itamaraty, instituições não estatais e o governo francês na promoção de temáticas que emergiram depois da globalização, como movimentos antiguerra e políticas internacionais que visam a solidariedade entre países, inclusive em relação ao meio ambiente e aos direitos humanos. Conquistar uma bolsa no exterior, para Teresa e para muitos outros estudantes, pode ser uma maratona. A jovem, que fará um ano de doutorado sanduíche (estágio em universidade parceira), é mestre em história pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e doutoranda em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A oportunidade de estar na França surgiu porque professores acompanhavam seu trabalho em um grupo de pesquisa e a indicaram para participar do projeto www.iesb.br · 61 3340.3747 Instituto de Ensino Superior de Brasília 4 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE Faça a escolha certa PG 4-13 CMYK Gustavo Moreno/CB/D.A Press NÃO BASTA OPTAR POR UM BOM CURSO E ALCANÇAR NOTAS BRILHANTES NAS PROVAS. É PRECISO SABER SE A DECISÃO VAI REALMENTE QUALIFICAR O ALUNO PARA A SUA CARREIRA PROFISSIONAL E de TI (Tecnologia da Informação), disciplina ainda pouco explorada no mercado educacional e de grande importância para os egressos do bacharelado em sistemas de informação, administração e outras áreas de gestão. Também dá aulas sobre engenharia de software para estudantes de computação e afins que desejem aprofundar conhecimentos na implementação de projetos. Várias alternativas Diante de um leque de opções, a engenheira civil Renata Valadares Gontijo, 30 anos, fez o cálculo certo na hora de decidir. Ela precisava aprimorar conhecimentos para desempenhar o cargo de diretora de Finanças na construtora da família, que tem 30 anos de atuação em Brasília. Depois da graduação, fez Gestão de Empreendimentos Imobiliários e vai terminar, em setembro, o MBA Finanças. Frequenta seis horas-aulas semanais, em um total de 18 meses. “Hoje, eu tenho ferramentas teóricas para fazer o que antes fazia com base em conhecimentos adquiridos pelo meu pai no mercado. Por exemplo, na hora em que um cliente chegava para fazer um pagamento à vista, para eu oferecer um desconto eu me baseava mais em sentimentos. Agora, tenho mais segurança, e posso calcular o que os valores significam. As ferramentas que adquiri no curso me provam por a + b se o desconto que quero dar é viável”, relata Renata Gontijo. Ela explica que para as suas necessidades o MBA foi mais significativo do que seria um mestrado ou doutorado. “Os professores estão dentro do mercado e oferecem informações atualizadas, há chance de assistir a palestras. Além disso, um dos pontos que achei mais interessante é que as turmas são organizadas com excelente nível, oferecendo ainda um intercâmbio muito produtivo.” Entretanto, a rapidez não é a única demanda do mercado. Os cursos que exigem uma vida de dedicação a estudos e pesquisas também têm seu valor na iniciativa privada. “Hoje temos grandes empresas investindo em doutores”, afirma Adelaide Figueiredo, pró-reitora de PósGraduação e Pesquisa de uma universidade em Brasília. Ela discorda quando alguém diz que os profissionais que fazem mestrado e doutorado estão destinados quase exclusivamente para a academia. “Eu mesma fiz graduação em economia, com mestrado e doutorado em engenharia de transporte. Toda a minha experiência profissional, antes de estar aqui na universidade, foi em transporte ❛❛ Hoje, eu tenho ferramentas teóricas para fazer o que antes fazia com base em conhecimentos adquiridos pelo meu pai no mercado Renata Gontijo, engenheira civil urbano. Trabalhei no setor público e privado. Fiz quatro ou cinco cursos de especialização, e nenhum me deu o que ganhei com o mestrado e doutorado.” Ela defende o aprofundamento do saber, durante vários anos de aprendizado. "É um salto profissional. Mestres e doutores adquirem maior capacidade de análise, visão mais estratégica, mais crítica. Na pesquisa adquirem capacidade de análise sob diferentes focos”. Ela ressalta que hoje as grandes empresas querem inovação. “E inovação se faz com pesquisa”. E completa: “O doutorado tem mercado”. Adelaide cita áreas como biotecnologia e até mesmo filosofia, que têm doutores contratados para trabalhar com questões éticas. Mas alerta que o aluno interessado em ingressar nesse tipo de curso deve ter bem claro o que deseja. Antes de tudo, deve planejar a própria carreira. Não são raras as frustrações depois da defesa da tese e de muitos anos de dedicação aos estudos. CMYK stamos na era da informação. Momento em que as pessoas não apenas valorizam a comunicação fácil, especialmente na rede mundial de computadores, mas também em que há uma grande preocupação com a atualização do conhecimento. Os profissionais cada vez menos se satisfazem com o terceiro grau, e estão sempre em busca de novos cursos de preparação para o mercado. As ofertas são muitas. E na hora de investir anos de atenção em cima dos livros, aparece aquela dúvida: para onde ir? Tudo é uma questão de se ter consciência sobre a real necessidade de estudos. Não basta escolher um bom curso e alcançar notas brilhantes nas provas. É preciso saber se a escolha qualificará o aluno para a sua carreira profissional, se as informações que ele tem em sala de aula serão o passaporte que precisa para ingressar no mercado que idealiza. Existem cursos de longa e curta duração. “Os cursos de MBA estão dominando o mercado, pelo alinhamento com as necessidades dos negócios. Hoje, boa parte das empresas precisa de profissionais capacitados em um curto período de tempo”, afirma Edna Canedo, professora e coordenadora de cursos de MBA em Brasília. Edna dá aulas de Governança ❛❛ PG 4-13 Pós-graduação 12 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 5 Pós-graduação Pós-graduação Depois da teoria, a hora da prática ARTIGO Arquivo Pessoal POR JORGE ALMEIDA GUIMARÃES CMYK A excelência na formação de pessoal qualificado Arquivo Pessoal ❛❛ A Capes subsidia o Ministério da Educação na formulação de políticas nacionais para as áreas de educação básica, educação a distância e pósgraduação, corporificando na sua missão o conceito de educação sistêmica, que cobre desde a educação infantil ao pós-doutorado ❛❛ PG 5-12 N contexto, é uma das prioridades da política nacional de educação expressa no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), assim como no Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional – Pacti 2007-2010, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A agência concede bolsas por meio de programas de caráter permanente que promovem a pós-graduação. Para os cursos de pós-graduação no Brasil, a Capes concede cotas de bolsas, sendo esses responsáveis pela seleção dos estudantes de mestrado e doutorado. Já as bolsas no exterior podem ser individuais, concedidas por meio de seleção realizada pela própria Capes, ou embutidas em projetos de cooperação internacional. Os dois processos obedecem a calendário pré-definido e contemplam as mais respeitadas instituições de ensino superior do mundo. No ano de 2008, mais de quatro mil bolsas no exterior foram concedidas pela JORGE ALMEIDA GUIMARÃES É PRESIDENTE DA CAPES Distrito Federal, ele acredita que tem um papel a cumprir para contribuir com o desenvolvimento do Brasil. “E esse caminho eu considero que vou realizar com o doutorado”, diz Rafael. Em sua opinião, os cursos acadêmicos de longa duração são importantes para o amadurecimento pessoal, profissional e RAFAEL: DOUTORADO E CONTRIBUIÇÃO para a formação das PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS pessoas como cidadãs. E não se resuna educação. Depois de estudar, mem a estudos e pesquisas endar aulas de inglês e ser voluntá- tre quatro paredes. rio em uma escola do Varjão, no No período de mestrado, em que iniciou a pós-graduação nos Estados Unidos, Rafael Parente recebeu uma bolsa integral de estudos e U$ 200 semanais para trabalhar na escola de ensino médio vinculada à universidade em que estuda. “Eu aprendia a teoria e vivenciava a prática. Levava para a sala de aula problemas que enfrentava com os adolescentes, como indisciplina, conflitos de gangues, conflitos familiares. Discutiamos na pós-graduação soluções conjuntas, com base em debates, artigos, livros.” Rafael Parente não acredita que, a partir da defesa de tese, sua única opção para contribuir com o país será a academia. Uma de suas alternativas futuras é a criação de uma empresa de consultoria na área de educação. As pós-graduações lato sensu são programas de especialização que incluem os MBA, assim chamados em alusão à expressão norte-americana Master of Business Administration. Têm no mínimo 360 horas de duração e ao final, o aluno recebe certificado, e não diploma. As stricto sensu compreendem mestrado e doutorado, com cursos que variam de dois a cinco anos, com direito a diploma. Tanto lato como stricto sensu são abertas a candidatos que tenham concluído o terceiro grau. E são previstas na Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. PG 5-12 formação qualificada de professores para a educação básica. As atividades da Capes são alicerçadas na efetiva participação da comunidade acadêmica nacional. As ações são baseadas em decisões tomadas no âmbito de colegiados e comissões de avaliação, coordenados por pesquisadores, docentes e especialistas de diversas áreas do conhecimento, indicados pelos programas de pós-graduação e associações e sociedades científicas e entidades representativas de suas comunidades técnico-científicas e educacionais. Na pós-graduação constata-se que, apesar dos extraordinários avanços alcançados ao longo dos últimos 40 anos, aumentar o número de mestres e doutores, de modo a atender as demandas do país, é uma meta ainda longe de ser atingida, quando se compara nossa situação atual com a de países concorrentes como a Coreia do Sul, Espanha, Rússia, Índia, China e Taiwan. A atuação da Capes, nesse Capes, nas modalidades de doutorado pleno, doutorado sanduíche, pós-doutorado e graduação sanduíche. A meta é expor nossos estudantes a ambientes de pesquisa internacional, promovendo a cooperação e a abertura de novas linhas de pesquisa, além de capacitar recursos humanos em áreas não consolidadas no Brasil. Outra vertente de atuação mais recente são as ações induzidas pela Capes no apoio à formação de pesquisadores em áreas específicas como oceanografia, bioenergia e nanobiotecnologia. Exemplo ilustrativo é o edital em oceanografia, resultante da parceria Capes e Marinha, que será lançado na próxima semana e representa um grande desafio ao Brasil na capacitação de recursos humanos, que buscam pela pesquisa, gerar conhecimentos necessários à plena exploração do Mar Territorial Brasileiro, as 200 milhas marítimas. No âmbito da qualificação para a educação básica, um dos maiores desafios que o país enfrenta, o modelo de atuação da Capes, sobretudo no fomento, consagrado ao longo de quase seis décadas, deverá ser novamente posto em prática, explorando, de forma estratégica, as parcerias com as instituições de educação superior (IES) do governo Federal (universidades e IFETS), outras IES públicas estaduais e municipais e a comunidade científica, buscando superar gargalos para atingir, o quanto antes, resultados altamente positivos. A excelência na formação de professores para educação básica seguirá os mesmos passos e já se constitui em meta primordial da Capes/MEC, num planejamento de curto, médio e longo prazo. As decisões acertadas nem sempre seguem o que parece ser o curso natural da vida. Rafael Parente, 31 anos, se graduou em economia, influenciado pela carreira do pai. Depois de formado, resolveu mudar o rumo do barco. Fez mestrado em Gestão em Educação; agora cursa o doutorado, em Nova York, em Educação Internacional e Desenvolvimento. Rafael é brasiliense e mora no Rio de Janeiro. Depois de dois anos de teoria, foi contratado por um instituto de responsabilidade social vinculado a uma empresa privada na capital carioca, onde desenvolve a pesquisa que vai apresentar à academia nos Estados Unidos. A sua proposta é analisar resultados de parceiras público-privadas CMYK este ano, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do Ministério da Educação que cumpre um papel estratégico na qualidade do ensino superior e na formação de mestres e doutores, completa 58 anos. Ao longo dessa trajetória, a Capes recebeu investimentos substanciais do governo brasileiro o que possibilitou ao país alcançar avanços significativos na capacitação de recursos humanos, assumir posição de destaque na produção científica internacional e liderança em muitos segmentos na produção tecnológica. Fruto da atuação conjunta com outras agências nacionais de fomento à pesquisa construiu-se um invejável parque técnico-científico, patrimônio sem similares em países em desenvolvimento e até entre alguns desenvolvidos. Com quase seis décadas de experiência, a Capes passou, desde o final de 2007, a investir também na formação de professores para a educação básica (educação infantil, ensinos fundamental e médio), ampliando desta forma o alcance da atuação da agência na formação de pessoal qualificado. Com essa nova competência, a Capes subsidia o Ministério da Educação na formulação de políticas nacionais para as áreas de educação básica, educação a distância e pós-graduação, corporificando na sua missão o conceito de educação sistêmica, que cobre desde a educação infantil ao pós-doutorado. São cinco as grandes linhas de atuação: avaliação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), formação de recursos humanos de alto nível no país e exterior, cooperação internacional, acesso e divulgação da produção científica pelo Portal dos Periódicos e a LATO OU STRICTO SENSU? Em tempos de crise, as empresas tendem a retrair-se. Nessas horas, o profissional que estiver bem preparado terá mais oportunidade para destacar-se e provar sua importância. Ao fazer a pós-graduação no UniCEUB, você garante o diferencial de que precisa para ser valorizado. Não fique de fora. São mais de 30 cursos e um campus completo e integrado à sua disposição. Faça já sua inscrição e esteja sempre à frente. 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Acho interessante essa área, bem ampla, com desenho e inteligência artificial. Ainda não tenho perspectiva concreta de trabalho, mas até o final deste ano estarei bem em arte 3D e vou procurar emprego”, relata. E a área realmente é promissora. Com talento e alguma sorte, dá para fazer bons negócios. Rafael Marques, 30 anos, diz que está ocupando “120%” de seu tempo para atender aos clientes da empresa que abriu em 2006. Fez o curso com o professor Francisco Osório em 2008, mas já tinha bagagem no assunto. Ele é um exemplo de que – o Brasil pode não vender US$ 500 milhões de dólares em apenas uma semana do lançamento de um jogo, como faturou a norte-americana TakeTwo Interactive Software no ano passado – mas tem bastante potencial a ser explorado. Em três anos, Rafael Marques já conseguiu emplacar muitos bons negócios. Já comprou a sede própria da empresa no Sudoeste, em Brasília, e com uma equipe que inclui mais cinco profissionais não tem queixas sobre os pedidos que recebe. “Temos quatro grandes clientes fixos. Entre eles, uma das maiores lojas de brinquedos de Brasília. Agora em fevereiro, fomos até surpreendidos. Por conta da crise, recebemos muitos pedidos de trabalho, de comerciantes que se anteciparam, fazendo publicidade para garantir vendas”, conta ele. Rafael conta que fazia propaganda e marketing, mas não atuava no mercado. Montou a sociedade com um amigo – “a parceria é fundamental para o sucesso; nos damos muito bem”, comenta ele – e atinou para o negócio no momento em que viu chegar uma proposta desse tipo de trabalho a um gabinete na Câmara Federal. A proposta veio de uma empresa de fora do DF. Achou-a interessante, e foi à luta. Nestes três anos, já fez pelo menos 12 jogos digitais (em um deles chegou a trabalhar durante sete meses) e atendeu pedidos para cerca de 15 clientes que desejavam montar cursos de educação a distância utilizando ferramentas usadas em jogos. Solução mais econômica e prática A Educação a Distância tem se destacado por ser uma boa solução para capacitar e treinar várias pessoas ao mesmo tempo, e uma alternativa mais econômica para as grandes empresas. Algumas instituições que já fizeram o uso da modalidade para capacitar seus funcionários responderam ao anuário sobre o que pensam de quem se especializa em um EaD. O resultado é que 73,2% das empresas afirmaram que dariam o mesmo tratamento a pessoas formadas pelo sistema presencial e a distância. Somente 4,9% consideraram o ensino a distância um diferencial negativo no currículo, enquanto 7,3% acharam positivo. Segundo Fábio Sanchez, coordenador do anuário, os resultados apontam que, no geral, o mercado corporativo tem recebido muito bem esses profissionais. “O Brasil é um país com uma demanda reprimida muito grande, e a EaD é uma alternativa bastante viável para preencher essa procura de cidades do interior que têm pouca oferta”, ressalta. Mas muitos ainda resistem ao ensino mediado pelas novas tecnologias, mesmo sabendo que não há diferença entre o diploma ou certificado do ensino presencial. Para o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), Fredric Litto, esse preconceito sobre a EaD no Brasil é fruto do desconhecimento e de uma história ainda recente no país, se considerarmos a experiência em outros países. “A graduação a distância começou a 150 anos em Londres com os cursos por correspondência. Países como o Paquistão já têm cerca de 1,8 milhões de estudantes. A Índia, 1,5 milhões e a China, 1,3 milhões, o que prova o sucesso da EaD pelo mundo. Com esses números, quem somos nós para questionar se o sistema funciona ou não?”, provoca Litto. UNIVERSIDADE ABERTA ● O ensino público a distância já é realidade no Brasil desde 2005, com a Universidade Aberta do Brasil. ● Os últimos dados de março de 2009 revelam que a UAB já tem 74 instituições e 105 mil alunos inscritos, número que deve chegar a mais de 200 mil até o fim do ano, segundo o diretor da educação a distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e coordenador da Universidade Aberta do Brasil, Celso Costa. ● A UAB é um programa permanente do Ministério da Educação que fica na Capes e congrega todas as ações brasileiras no setor público em toda a categoria superior, graduação e pós. “É uma grande rede de formação articulada e financiada pelo governo federal para que aconteça a inclusão da população que está fora dos grandes eixos que oferecem educação superior”, explica Celso Costa. ● Mas ainda falta muito para que o ensino público superior a distância se torne acessível o suficiente para atender a toda população. Há vagas para o público em geral, mas, atualmente, a Universidade Aberta tem como prioridade a formação de professores da rede pública. ● A UnB foi uma das primeiras parceiras da UAB e tem polos na Ceilândia e em Santa Maria. Mas também há no entorno, como Formosa, Alexânia e Águas Lindas do Goiás. Ao todo, já são 550 polos distribuídos por todos os estados da federação. Eles são importantes porque, para increver-se em algum curso, o interessado deve acessar o site www.capes.gov.br, entrando em Universidade Aberta, que mostrará todas as instituições, cursos e locais dos polos. A pessoa deverá se vincular a algum deles. Cada instituição define o seu processo de seleção. Suas escolhas fazem um importante índice subir: o Índice-Você. Faça MBA FGV. Para você ter ideia do quanto pode ficar valorizado, acesse o site e calcule o seu Índice-Você. CMYK s jogos digitais, que tanto preocupam pais de crianças que passam horas em frente ao computador, agora estão na sala de aula. De adultos. E em cursos de pósgraduação. Em Brasília, a iniciativa foi de um professor que criou a nova disciplina para se divertir, cansado das aulas de engenharia. A qualificação profissional traz resultados positivos para o bolso. “Eu gosto de jogos, e já estava enjoado de dar aula de engenharia”, brinca Francisco Osório de Carvalho Ramos, formado em engenharia eletrônica e física. O curso que ele criou já está na terceira turma, tem 420 horas-aula, distribuídas em três vezes por semana. A sala de estudos é um laboratório de uma faculdade de Brasília, muito bem equipado, com computadores próprios para supertrabalhos artísticos em 3D (três dimensões). A produção de jogos é arte e mais um monte de programas de computador. “Para trabalhar com jogos, a pessoa tem que ser uma espécie de homem renascentista, um pouco Leonardo da Vinci, pois terá que fazer roteiros, desenhos, saber contar bem uma história, animar, modelar, até vender, conhecer o mercado publicitário”, relata Francisco Osório. O professor nunca fez curso de jogos, e aprendeu o que hoje ensina com base em sua formação e nas leituras dos cerca de 300 livros que tem em casa, importados de vários países, sobre as diversas atividades exigidas na produção dos brinquedos – que não são apenas joguinhos, mas também variadas animações utilizadas em publicidade. “Descobri que a publicidade é heterogênea”, diz o criador do curso. “E acho que o criei por um desejo de recuperar a infância. Acredito que os alunos também nos procuram um pouco por isso”, calcula Francisco Osório. PG 6-11 CMYK PG 6-11 Pós-graduação MBA: Comércio Exterior | Controladoria e Auditoria | Direito da Economia e da Empresa | Direito do Estado e da Regulação | Finanças – ênfase em Mercado de Capitais | Gestão Empresarial – ênfase em Estratégia | Gestão e Produção Cultural | Marketing | Negócios Imobiliários e Construção Civil | Pessoas | Planejamento, Orçamento e Gestão Pública | Projetos | Sistemas de Informação PÓS-GRADUAÇÃO: Administração de Empresas | Administração Pública – CIPAD Inscrições até o dia 03 de abril de 2009. (61) 3799-8000 | Cursos disponíveis também em Goiânia e Palmas. MBA www.fgv.br/mba 10 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 7 Pós-graduação Pós-graduação Onipresente e em PÓS A DISTÂNCIA PODE SER UMA SOLUÇÃO PARA QUEM QUER INCREMENTAR OS ESTUDOS E NÃO TEM TEMPO PARA FREQUENTAR SALAS DE AULA expansão Novidades no currículo AS CONSTANTES MUDANÇAS NA ORDEM MUNDIAL FAZEM SURGIR NOVOS CURSOS A CADA DIA. É POSSÍVEL APRENDER DESDE A SER UM LOBISTA OU ATÉ A FAREJAR HACKERS CMYK Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press PG 7-10 FORMADO EM PEDAGOGIA E MESTRADO EM ENGENHARIA DE MULTIMÍDIA PARA EDUCAÇÃO, GERSON COMEÇOU UMA ESPECIALIZAÇÃO A DISTÂNCIA PELA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL ser tendência, pela questão geográfica — não dá para todos estudarem no mesmo local porque não tem espaço -, além de democratizar o conhecimento levando cursos com a qualidade da Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, para estados que não têm essa opção”, diz. Facilidades Entre os motivos que levam os profissionais a buscarem essa modalidade de ensino está a flexibilidade no acesso à aprendizagem, com a possibilidade de escolher o local e o horário de estudo, já que a maior parte do curso pode ser feita pela internet. Outro ponto positivo é a possibilidade de cada aluno poder organizar o tempo e estudar, de acordo com seu ritmo, sem a cobrança de deslocar-se para uma sala de aula. Mas a promessa de estudar a qualquer hora, em qualquer lugar, não pode ser confundida com indisciplina, como explica o diretor-executivo de uma conceituada instituição que oferece cursos online em Brasília, Stavros Xanthopoylos. “Essa flexibilidade significa que o aluno terá mais autonomia para fazer o curso, que é tão ou mais regrado que um curso presencial. A distância, temos atividades com um professor-tutor em chats e fóruns, que exigem do aluno uma rotina de dedicação para conseguir acompanhar”, explica. AS DIFICULDADES EM ENCONTRAR EMPREGO FIZERAM COM QUE ALEX INVESTISSE EM DUAS ESPECIALIZAÇÕES Aprenda a fazer lobby A sofisticação das relações humanas e políticas também é motivo para atualização de conhecimentos. E a proximidade com a Presidência da República e com o Congresso Nacional tornam algumas demandas naturais em Brasília. Foi assim que surgiu a ideia do novo curso que começa neste semestre na capital: Análise Política e Relações Institucionais, com 505 horas e investimento de R$ 10.600. “A análise política é o estudo de fenômenos de determinado momento social para prognóstico de ação”, explica o professor Paulo Afonso Francisco de Carvalho, coordenador do curso que será realizado em cinco módulos. As matérias variam dos fundamentos das ciências políticas e metodologias de pesquisa aos ensinamentos sobre o desempenho de um bom lobista. A palavra é, na maioria das vezes, relacionada à corrupção, mas na realidade não significa nenhuma falcatrua. São chamados de lobistas aqueles profissionais que se dedicam a articulações. Por exemplo, os sindicalistas que desejem a aprovação de uma lei que será favorável aos trabalhadores de sua categoria. Para isso eles fazem lobby – ou seja, tratam de convencer deputados sobre a necessidade dessa aprovação. O novo curso que começa em Brasília vai profissionalizar também assessores parlamentares com conhecimentos teóricos sobre a política, partidos, sistemas eleitorais, estrutura e funcionamento das federações e dos Três Poderes. A capital tem sempre novidades para abrilhantar currículos. Quem busca ascensão profissional deve prestar atenção, inclusive fazendo buscas nos sites das instituições de ensino, que sempre chamam a atenção para os cursos novos no mercado. Este ano, Brasília também oferece MBA em Planejamento Tributário, que aborda todo o processos tributário de uma empresa e as diversas alternativas para melhor administrar a relação com o fisco. Esse é um tema de grande importância, pois empresas e pessoas físicas são as grandes fontes de recursos para o governo, e é preciso que impostos e contribuições sejam pagos de acordo com o que é devido. Por falta de informações, os empresários algumas vezes pagam mais do que a necessidade. Planejar recolhimentos é imprescindível para a sobrevivência dos negócios. PG 7-10 D oferecer cursos especialização lato sensu pulou de 246 para 404 em todo o país. Só no DF, os números dobraram, indo de 23 para 55 instituições. Gerson Silva em breve estará na estatística. Formado em pedagogia e mestrado em engenharia de multimídia para educação, na França, começou a fazer uma especialização a distância e continuada pela Universidade Aberta do Brasil (saiba mais no quadro da página ao lado), este ano. Segundo Gerson, esse curso tem exigido mais dele do que os presenciais de graduação e mestrado. “Tenho mais produção de texto e mais leitura. O ensino a distância é mais puxado e caminha para tenham vantagens sobre mestrados e doutorados. “Garantem rentabilidade maior e são econômicos em tempo e dinheiro. Mestres e doutores ficam restritos ao magistério e à pesquisa, estudam três a quatro anos e gastam em torno de R$ 30 mil. Enquanto os chamados MBA custam bem menos, em torno de R$ 5 mil, e em menos de dois anos o aluno tem um considerável leque de informações.” De fato, o resultado desse tipo de curso pode vir bem rápido. O jovem Alex Correa, 25 anos, se formou em engenharia da computação em 2006, mas teve dificuldades em encontrar emprego. Resolveu, então, investir em cursos de especialização. Frequenta as aulas do professor Luiz Carlos. Será a sua segunda especialização. A primeira foi em “Produção de Provas Judiciais e Perícia em Explosões e Incêndios”, matéria antes restrita a policiais militares e bombeiros. Formado em 2008, com o certificado na mão também em 360 horas-aula, o jovem começou a ser chamado para fazer perícias para seguradoras. Atende três a quatro chamados por mês para análise de incêndios em imóveis e carros. Alex mora com a mãe, e por isso conseguiu comprar a vista um Cadete 97. Um carro velho, mas que representa uma conquista importante, pois em menos de um trimestre teve de volta mais do que os R$ 4 mil investidos em 15 meses de curso. “Tem gente que ganha bem nessa área. Ganha bem.... pra caramba...!”, exclama. CMYK mundo muda cada vez mais rápido, e assim surgem novas necessidades de especialização. Cursos diferentes e também alternativas diferentes de trabalho. Ao mesmo tempo em que se convive com a ameaça da crise e do desemprego, abrem-se portas para a capacitação em mercados nunca imaginados. O professor Luiz Carlos Pereira dá aulas em uma importante universidade de Brasília sobre uma dessas novas modalidades de aprendizado – para quem deseja ser sherlock em “Crimes Digitais e Produção de Provas Judiciais”. Ou seja, para aqueles que pretendam farejar pegadas deixadas por bandidos no mundo virtual. É isso mesmo. Com conhecimento no manuseio correto de mouse e teclado, o investigador pode seguir pistas deixadas pelos chamados crackers ou hackers, invasores de sistemas de computadores. Luiz Carlos explica que para acompanhar a sua disciplina são necessários conhecimentos básicos de informática e ter curso superior em qualquer área. Ele tem duas turmas de 26 alunos, com carga de 360 horas/aulas desenvolvidas em cerca de 15 meses. Os alunos aprendem matérias como direito aplicado à investigação, metodologia, processamento de imagens, áudio e voz, segurança bancária, métodos de criptografia (técnicas para proteção de informações). “É um curso de especialização lato sensu, que prepara para o mercado”, diz Luiz Carlos. Ele considera que esses cursos O ividir a rotina entre trabalho e estudo só se tornou possível para muitas pessoas com o reconhecimento da Educação a Distância (EaD) pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Numa sociedade cada dia mais globalizada, essa modalidade de ensino cresce a largos passos no Brasil e no mundo. De acordo com o último Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância, de 2007, e divulgado no ano passado, mais de 972 mil pessoas estudam a distância. De 2004 a 2007, as instituições que ministram graduação e pós cresceram mais de 356%. Em um ano (2006 para 2007), a oferta de instituições credenciadas para Iano Andrade/CB/D.A Press 10 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 7 Pós-graduação Pós-graduação Onipresente e em PÓS A DISTÂNCIA PODE SER UMA SOLUÇÃO PARA QUEM QUER INCREMENTAR OS ESTUDOS E NÃO TEM TEMPO PARA FREQUENTAR SALAS DE AULA expansão Novidades no currículo AS CONSTANTES MUDANÇAS NA ORDEM MUNDIAL FAZEM SURGIR NOVOS CURSOS A CADA DIA. É POSSÍVEL APRENDER DESDE A SER UM LOBISTA OU ATÉ A FAREJAR HACKERS CMYK Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press PG 7-10 FORMADO EM PEDAGOGIA E MESTRADO EM ENGENHARIA DE MULTIMÍDIA PARA EDUCAÇÃO, GERSON COMEÇOU UMA ESPECIALIZAÇÃO A DISTÂNCIA PELA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL ser tendência, pela questão geográfica — não dá para todos estudarem no mesmo local porque não tem espaço -, além de democratizar o conhecimento levando cursos com a qualidade da Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, para estados que não têm essa opção”, diz. Facilidades Entre os motivos que levam os profissionais a buscarem essa modalidade de ensino está a flexibilidade no acesso à aprendizagem, com a possibilidade de escolher o local e o horário de estudo, já que a maior parte do curso pode ser feita pela internet. Outro ponto positivo é a possibilidade de cada aluno poder organizar o tempo e estudar, de acordo com seu ritmo, sem a cobrança de deslocar-se para uma sala de aula. Mas a promessa de estudar a qualquer hora, em qualquer lugar, não pode ser confundida com indisciplina, como explica o diretor-executivo de uma conceituada instituição que oferece cursos online em Brasília, Stavros Xanthopoylos. “Essa flexibilidade significa que o aluno terá mais autonomia para fazer o curso, que é tão ou mais regrado que um curso presencial. A distância, temos atividades com um professor-tutor em chats e fóruns, que exigem do aluno uma rotina de dedicação para conseguir acompanhar”, explica. AS DIFICULDADES EM ENCONTRAR EMPREGO FIZERAM COM QUE ALEX INVESTISSE EM DUAS ESPECIALIZAÇÕES Aprenda a fazer lobby A sofisticação das relações humanas e políticas também é motivo para atualização de conhecimentos. E a proximidade com a Presidência da República e com o Congresso Nacional tornam algumas demandas naturais em Brasília. Foi assim que surgiu a ideia do novo curso que começa neste semestre na capital: Análise Política e Relações Institucionais, com 505 horas e investimento de R$ 10.600. “A análise política é o estudo de fenômenos de determinado momento social para prognóstico de ação”, explica o professor Paulo Afonso Francisco de Carvalho, coordenador do curso que será realizado em cinco módulos. As matérias variam dos fundamentos das ciências políticas e metodologias de pesquisa aos ensinamentos sobre o desempenho de um bom lobista. A palavra é, na maioria das vezes, relacionada à corrupção, mas na realidade não significa nenhuma falcatrua. São chamados de lobistas aqueles profissionais que se dedicam a articulações. Por exemplo, os sindicalistas que desejem a aprovação de uma lei que será favorável aos trabalhadores de sua categoria. Para isso eles fazem lobby – ou seja, tratam de convencer deputados sobre a necessidade dessa aprovação. O novo curso que começa em Brasília vai profissionalizar também assessores parlamentares com conhecimentos teóricos sobre a política, partidos, sistemas eleitorais, estrutura e funcionamento das federações e dos Três Poderes. A capital tem sempre novidades para abrilhantar currículos. Quem busca ascensão profissional deve prestar atenção, inclusive fazendo buscas nos sites das instituições de ensino, que sempre chamam a atenção para os cursos novos no mercado. Este ano, Brasília também oferece MBA em Planejamento Tributário, que aborda todo o processos tributário de uma empresa e as diversas alternativas para melhor administrar a relação com o fisco. Esse é um tema de grande importância, pois empresas e pessoas físicas são as grandes fontes de recursos para o governo, e é preciso que impostos e contribuições sejam pagos de acordo com o que é devido. Por falta de informações, os empresários algumas vezes pagam mais do que a necessidade. Planejar recolhimentos é imprescindível para a sobrevivência dos negócios. PG 7-10 D oferecer cursos especialização lato sensu pulou de 246 para 404 em todo o país. Só no DF, os números dobraram, indo de 23 para 55 instituições. Gerson Silva em breve estará na estatística. Formado em pedagogia e mestrado em engenharia de multimídia para educação, na França, começou a fazer uma especialização a distância e continuada pela Universidade Aberta do Brasil (saiba mais no quadro da página ao lado), este ano. Segundo Gerson, esse curso tem exigido mais dele do que os presenciais de graduação e mestrado. “Tenho mais produção de texto e mais leitura. O ensino a distância é mais puxado e caminha para tenham vantagens sobre mestrados e doutorados. “Garantem rentabilidade maior e são econômicos em tempo e dinheiro. Mestres e doutores ficam restritos ao magistério e à pesquisa, estudam três a quatro anos e gastam em torno de R$ 30 mil. Enquanto os chamados MBA custam bem menos, em torno de R$ 5 mil, e em menos de dois anos o aluno tem um considerável leque de informações.” De fato, o resultado desse tipo de curso pode vir bem rápido. O jovem Alex Correa, 25 anos, se formou em engenharia da computação em 2006, mas teve dificuldades em encontrar emprego. Resolveu, então, investir em cursos de especialização. Frequenta as aulas do professor Luiz Carlos. Será a sua segunda especialização. A primeira foi em “Produção de Provas Judiciais e Perícia em Explosões e Incêndios”, matéria antes restrita a policiais militares e bombeiros. Formado em 2008, com o certificado na mão também em 360 horas-aula, o jovem começou a ser chamado para fazer perícias para seguradoras. Atende três a quatro chamados por mês para análise de incêndios em imóveis e carros. Alex mora com a mãe, e por isso conseguiu comprar a vista um Cadete 97. Um carro velho, mas que representa uma conquista importante, pois em menos de um trimestre teve de volta mais do que os R$ 4 mil investidos em 15 meses de curso. “Tem gente que ganha bem nessa área. Ganha bem.... pra caramba...!”, exclama. CMYK mundo muda cada vez mais rápido, e assim surgem novas necessidades de especialização. Cursos diferentes e também alternativas diferentes de trabalho. Ao mesmo tempo em que se convive com a ameaça da crise e do desemprego, abrem-se portas para a capacitação em mercados nunca imaginados. O professor Luiz Carlos Pereira dá aulas em uma importante universidade de Brasília sobre uma dessas novas modalidades de aprendizado – para quem deseja ser sherlock em “Crimes Digitais e Produção de Provas Judiciais”. Ou seja, para aqueles que pretendam farejar pegadas deixadas por bandidos no mundo virtual. É isso mesmo. Com conhecimento no manuseio correto de mouse e teclado, o investigador pode seguir pistas deixadas pelos chamados crackers ou hackers, invasores de sistemas de computadores. Luiz Carlos explica que para acompanhar a sua disciplina são necessários conhecimentos básicos de informática e ter curso superior em qualquer área. Ele tem duas turmas de 26 alunos, com carga de 360 horas/aulas desenvolvidas em cerca de 15 meses. Os alunos aprendem matérias como direito aplicado à investigação, metodologia, processamento de imagens, áudio e voz, segurança bancária, métodos de criptografia (técnicas para proteção de informações). “É um curso de especialização lato sensu, que prepara para o mercado”, diz Luiz Carlos. Ele considera que esses cursos O ividir a rotina entre trabalho e estudo só se tornou possível para muitas pessoas com o reconhecimento da Educação a Distância (EaD) pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Numa sociedade cada dia mais globalizada, essa modalidade de ensino cresce a largos passos no Brasil e no mundo. De acordo com o último Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância, de 2007, e divulgado no ano passado, mais de 972 mil pessoas estudam a distância. De 2004 a 2007, as instituições que ministram graduação e pós cresceram mais de 356%. Em um ano (2006 para 2007), a oferta de instituições credenciadas para Iano Andrade/CB/D.A Press CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 11 6 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE Pós-graduação O Parece brincadeira, mas não é CURSOS CONSIDERADOS EXÓTICOS, COMO O CASO DO MBA EM JOGOS DIGITAIS,TÊM ATRAÍDO MUITA GENTE E PROMETEM INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NO TRABALHO E NA VIDA Monique Renne/CB/D.A Press Área promissora Os alunos dele são também heterogêneos. Gilson Lopes de Assunção, 28 anos, mora em Juscimeira, no Mato Grosso. E encontrou o MBA em jogos digitais na internet. Veio, então, a Brasília para fazer o curso. Ele é formado em administração e trabalha com uma pequena produção familiar de gado de leite e corte. FRANCISCO OSÓRIO DÁ AULAS DE MBA EM GAMES: “JÁ ESTAVA ENJOADO DE ENGENHARIA E GOSTO DE JOGOS” “Eu quero fazer algo para usar a criatividade, algo novo, para fugir da regra do mundo chato. Acho interessante essa área, bem ampla, com desenho e inteligência artificial. Ainda não tenho perspectiva concreta de trabalho, mas até o final deste ano estarei bem em arte 3D e vou procurar emprego”, relata. E a área realmente é promissora. Com talento e alguma sorte, dá para fazer bons negócios. Rafael Marques, 30 anos, diz que está ocupando “120%” de seu tempo para atender aos clientes da empresa que abriu em 2006. Fez o curso com o professor Francisco Osório em 2008, mas já tinha bagagem no assunto. Ele é um exemplo de que – o Brasil pode não vender US$ 500 milhões de dólares em apenas uma semana do lançamento de um jogo, como faturou a norte-americana TakeTwo Interactive Software no ano passado – mas tem bastante potencial a ser explorado. Em três anos, Rafael Marques já conseguiu emplacar muitos bons negócios. Já comprou a sede própria da empresa no Sudoeste, em Brasília, e com uma equipe que inclui mais cinco profissionais não tem queixas sobre os pedidos que recebe. “Temos quatro grandes clientes fixos. Entre eles, uma das maiores lojas de brinquedos de Brasília. Agora em fevereiro, fomos até surpreendidos. Por conta da crise, recebemos muitos pedidos de trabalho, de comerciantes que se anteciparam, fazendo publicidade para garantir vendas”, conta ele. Rafael conta que fazia propaganda e marketing, mas não atuava no mercado. Montou a sociedade com um amigo – “a parceria é fundamental para o sucesso; nos damos muito bem”, comenta ele – e atinou para o negócio no momento em que viu chegar uma proposta desse tipo de trabalho a um gabinete na Câmara Federal. A proposta veio de uma empresa de fora do DF. Achou-a interessante, e foi à luta. Nestes três anos, já fez pelo menos 12 jogos digitais (em um deles chegou a trabalhar durante sete meses) e atendeu pedidos para cerca de 15 clientes que desejavam montar cursos de educação a distância utilizando ferramentas usadas em jogos. Solução mais econômica e prática A Educação a Distância tem se destacado por ser uma boa solução para capacitar e treinar várias pessoas ao mesmo tempo, e uma alternativa mais econômica para as grandes empresas. Algumas instituições que já fizeram o uso da modalidade para capacitar seus funcionários responderam ao anuário sobre o que pensam de quem se especializa em um EaD. O resultado é que 73,2% das empresas afirmaram que dariam o mesmo tratamento a pessoas formadas pelo sistema presencial e a distância. Somente 4,9% consideraram o ensino a distância um diferencial negativo no currículo, enquanto 7,3% acharam positivo. Segundo Fábio Sanchez, coordenador do anuário, os resultados apontam que, no geral, o mercado corporativo tem recebido muito bem esses profissionais. “O Brasil é um país com uma demanda reprimida muito grande, e a EaD é uma alternativa bastante viável para preencher essa procura de cidades do interior que têm pouca oferta”, ressalta. Mas muitos ainda resistem ao ensino mediado pelas novas tecnologias, mesmo sabendo que não há diferença entre o diploma ou certificado do ensino presencial. Para o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), Fredric Litto, esse preconceito sobre a EaD no Brasil é fruto do desconhecimento e de uma história ainda recente no país, se considerarmos a experiência em outros países. “A graduação a distância começou a 150 anos em Londres com os cursos por correspondência. Países como o Paquistão já têm cerca de 1,8 milhões de estudantes. A Índia, 1,5 milhões e a China, 1,3 milhões, o que prova o sucesso da EaD pelo mundo. Com esses números, quem somos nós para questionar se o sistema funciona ou não?”, provoca Litto. UNIVERSIDADE ABERTA ● O ensino público a distância já é realidade no Brasil desde 2005, com a Universidade Aberta do Brasil. ● Os últimos dados de março de 2009 revelam que a UAB já tem 74 instituições e 105 mil alunos inscritos, número que deve chegar a mais de 200 mil até o fim do ano, segundo o diretor da educação a distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e coordenador da Universidade Aberta do Brasil, Celso Costa. ● A UAB é um programa permanente do Ministério da Educação que fica na Capes e congrega todas as ações brasileiras no setor público em toda a categoria superior, graduação e pós. “É uma grande rede de formação articulada e financiada pelo governo federal para que aconteça a inclusão da população que está fora dos grandes eixos que oferecem educação superior”, explica Celso Costa. ● Mas ainda falta muito para que o ensino público superior a distância se torne acessível o suficiente para atender a toda população. Há vagas para o público em geral, mas, atualmente, a Universidade Aberta tem como prioridade a formação de professores da rede pública. ● A UnB foi uma das primeiras parceiras da UAB e tem polos na Ceilândia e em Santa Maria. Mas também há no entorno, como Formosa, Alexânia e Águas Lindas do Goiás. Ao todo, já são 550 polos distribuídos por todos os estados da federação. Eles são importantes porque, para increver-se em algum curso, o interessado deve acessar o site www.capes.gov.br, entrando em Universidade Aberta, que mostrará todas as instituições, cursos e locais dos polos. A pessoa deverá se vincular a algum deles. Cada instituição define o seu processo de seleção. Suas escolhas fazem um importante índice subir: o Índice-Você. Faça MBA FGV. Para você ter ideia do quanto pode ficar valorizado, acesse o site e calcule o seu Índice-Você. CMYK s jogos digitais, que tanto preocupam pais de crianças que passam horas em frente ao computador, agora estão na sala de aula. De adultos. E em cursos de pósgraduação. Em Brasília, a iniciativa foi de um professor que criou a nova disciplina para se divertir, cansado das aulas de engenharia. A qualificação profissional traz resultados positivos para o bolso. “Eu gosto de jogos, e já estava enjoado de dar aula de engenharia”, brinca Francisco Osório de Carvalho Ramos, formado em engenharia eletrônica e física. O curso que ele criou já está na terceira turma, tem 420 horas-aula, distribuídas em três vezes por semana. A sala de estudos é um laboratório de uma faculdade de Brasília, muito bem equipado, com computadores próprios para supertrabalhos artísticos em 3D (três dimensões). A produção de jogos é arte e mais um monte de programas de computador. “Para trabalhar com jogos, a pessoa tem que ser uma espécie de homem renascentista, um pouco Leonardo da Vinci, pois terá que fazer roteiros, desenhos, saber contar bem uma história, animar, modelar, até vender, conhecer o mercado publicitário”, relata Francisco Osório. O professor nunca fez curso de jogos, e aprendeu o que hoje ensina com base em sua formação e nas leituras dos cerca de 300 livros que tem em casa, importados de vários países, sobre as diversas atividades exigidas na produção dos brinquedos – que não são apenas joguinhos, mas também variadas animações utilizadas em publicidade. “Descobri que a publicidade é heterogênea”, diz o criador do curso. “E acho que o criei por um desejo de recuperar a infância. Acredito que os alunos também nos procuram um pouco por isso”, calcula Francisco Osório. PG 6-11 CMYK PG 6-11 Pós-graduação MBA: Comércio Exterior | Controladoria e Auditoria | Direito da Economia e da Empresa | Direito do Estado e da Regulação | Finanças – ênfase em Mercado de Capitais | Gestão Empresarial – ênfase em Estratégia | Gestão e Produção Cultural | Marketing | Negócios Imobiliários e Construção Civil | Pessoas | Planejamento, Orçamento e Gestão Pública | Projetos | Sistemas de Informação PÓS-GRADUAÇÃO: Administração de Empresas | Administração Pública – CIPAD Inscrições até o dia 03 de abril de 2009. (61) 3799-8000 | Cursos disponíveis também em Goiânia e Palmas. MBA www.fgv.br/mba 12 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 5 Pós-graduação Pós-graduação Depois da teoria, a hora da prática ARTIGO Arquivo Pessoal POR JORGE ALMEIDA GUIMARÃES CMYK A excelência na formação de pessoal qualificado Arquivo Pessoal ❛❛ A Capes subsidia o Ministério da Educação na formulação de políticas nacionais para as áreas de educação básica, educação a distância e pósgraduação, corporificando na sua missão o conceito de educação sistêmica, que cobre desde a educação infantil ao pós-doutorado ❛❛ PG 5-12 N contexto, é uma das prioridades da política nacional de educação expressa no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), assim como no Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional – Pacti 2007-2010, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A agência concede bolsas por meio de programas de caráter permanente que promovem a pós-graduação. Para os cursos de pós-graduação no Brasil, a Capes concede cotas de bolsas, sendo esses responsáveis pela seleção dos estudantes de mestrado e doutorado. Já as bolsas no exterior podem ser individuais, concedidas por meio de seleção realizada pela própria Capes, ou embutidas em projetos de cooperação internacional. Os dois processos obedecem a calendário pré-definido e contemplam as mais respeitadas instituições de ensino superior do mundo. No ano de 2008, mais de quatro mil bolsas no exterior foram concedidas pela JORGE ALMEIDA GUIMARÃES É PRESIDENTE DA CAPES Distrito Federal, ele acredita que tem um papel a cumprir para contribuir com o desenvolvimento do Brasil. “E esse caminho eu considero que vou realizar com o doutorado”, diz Rafael. Em sua opinião, os cursos acadêmicos de longa duração são importantes para o amadurecimento pessoal, profissional e RAFAEL: DOUTORADO E CONTRIBUIÇÃO para a formação das PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS pessoas como cidadãs. E não se resuna educação. Depois de estudar, mem a estudos e pesquisas endar aulas de inglês e ser voluntá- tre quatro paredes. rio em uma escola do Varjão, no No período de mestrado, em que iniciou a pós-graduação nos Estados Unidos, Rafael Parente recebeu uma bolsa integral de estudos e U$ 200 semanais para trabalhar na escola de ensino médio vinculada à universidade em que estuda. “Eu aprendia a teoria e vivenciava a prática. Levava para a sala de aula problemas que enfrentava com os adolescentes, como indisciplina, conflitos de gangues, conflitos familiares. Discutiamos na pós-graduação soluções conjuntas, com base em debates, artigos, livros.” Rafael Parente não acredita que, a partir da defesa de tese, sua única opção para contribuir com o país será a academia. Uma de suas alternativas futuras é a criação de uma empresa de consultoria na área de educação. As pós-graduações lato sensu são programas de especialização que incluem os MBA, assim chamados em alusão à expressão norte-americana Master of Business Administration. Têm no mínimo 360 horas de duração e ao final, o aluno recebe certificado, e não diploma. As stricto sensu compreendem mestrado e doutorado, com cursos que variam de dois a cinco anos, com direito a diploma. Tanto lato como stricto sensu são abertas a candidatos que tenham concluído o terceiro grau. E são previstas na Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. PG 5-12 formação qualificada de professores para a educação básica. As atividades da Capes são alicerçadas na efetiva participação da comunidade acadêmica nacional. As ações são baseadas em decisões tomadas no âmbito de colegiados e comissões de avaliação, coordenados por pesquisadores, docentes e especialistas de diversas áreas do conhecimento, indicados pelos programas de pós-graduação e associações e sociedades científicas e entidades representativas de suas comunidades técnico-científicas e educacionais. Na pós-graduação constata-se que, apesar dos extraordinários avanços alcançados ao longo dos últimos 40 anos, aumentar o número de mestres e doutores, de modo a atender as demandas do país, é uma meta ainda longe de ser atingida, quando se compara nossa situação atual com a de países concorrentes como a Coreia do Sul, Espanha, Rússia, Índia, China e Taiwan. A atuação da Capes, nesse Capes, nas modalidades de doutorado pleno, doutorado sanduíche, pós-doutorado e graduação sanduíche. A meta é expor nossos estudantes a ambientes de pesquisa internacional, promovendo a cooperação e a abertura de novas linhas de pesquisa, além de capacitar recursos humanos em áreas não consolidadas no Brasil. Outra vertente de atuação mais recente são as ações induzidas pela Capes no apoio à formação de pesquisadores em áreas específicas como oceanografia, bioenergia e nanobiotecnologia. Exemplo ilustrativo é o edital em oceanografia, resultante da parceria Capes e Marinha, que será lançado na próxima semana e representa um grande desafio ao Brasil na capacitação de recursos humanos, que buscam pela pesquisa, gerar conhecimentos necessários à plena exploração do Mar Territorial Brasileiro, as 200 milhas marítimas. No âmbito da qualificação para a educação básica, um dos maiores desafios que o país enfrenta, o modelo de atuação da Capes, sobretudo no fomento, consagrado ao longo de quase seis décadas, deverá ser novamente posto em prática, explorando, de forma estratégica, as parcerias com as instituições de educação superior (IES) do governo Federal (universidades e IFETS), outras IES públicas estaduais e municipais e a comunidade científica, buscando superar gargalos para atingir, o quanto antes, resultados altamente positivos. A excelência na formação de professores para educação básica seguirá os mesmos passos e já se constitui em meta primordial da Capes/MEC, num planejamento de curto, médio e longo prazo. As decisões acertadas nem sempre seguem o que parece ser o curso natural da vida. Rafael Parente, 31 anos, se graduou em economia, influenciado pela carreira do pai. Depois de formado, resolveu mudar o rumo do barco. Fez mestrado em Gestão em Educação; agora cursa o doutorado, em Nova York, em Educação Internacional e Desenvolvimento. Rafael é brasiliense e mora no Rio de Janeiro. Depois de dois anos de teoria, foi contratado por um instituto de responsabilidade social vinculado a uma empresa privada na capital carioca, onde desenvolve a pesquisa que vai apresentar à academia nos Estados Unidos. A sua proposta é analisar resultados de parceiras público-privadas CMYK este ano, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do Ministério da Educação que cumpre um papel estratégico na qualidade do ensino superior e na formação de mestres e doutores, completa 58 anos. Ao longo dessa trajetória, a Capes recebeu investimentos substanciais do governo brasileiro o que possibilitou ao país alcançar avanços significativos na capacitação de recursos humanos, assumir posição de destaque na produção científica internacional e liderança em muitos segmentos na produção tecnológica. Fruto da atuação conjunta com outras agências nacionais de fomento à pesquisa construiu-se um invejável parque técnico-científico, patrimônio sem similares em países em desenvolvimento e até entre alguns desenvolvidos. Com quase seis décadas de experiência, a Capes passou, desde o final de 2007, a investir também na formação de professores para a educação básica (educação infantil, ensinos fundamental e médio), ampliando desta forma o alcance da atuação da agência na formação de pessoal qualificado. Com essa nova competência, a Capes subsidia o Ministério da Educação na formulação de políticas nacionais para as áreas de educação básica, educação a distância e pós-graduação, corporificando na sua missão o conceito de educação sistêmica, que cobre desde a educação infantil ao pós-doutorado. São cinco as grandes linhas de atuação: avaliação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), formação de recursos humanos de alto nível no país e exterior, cooperação internacional, acesso e divulgação da produção científica pelo Portal dos Periódicos e a LATO OU STRICTO SENSU? Em tempos de crise, as empresas tendem a retrair-se. Nessas horas, o profissional que estiver bem preparado terá mais oportunidade para destacar-se e provar sua importância. Ao fazer a pós-graduação no UniCEUB, você garante o diferencial de que precisa para ser valorizado. Não fique de fora. São mais de 30 cursos e um campus completo e integrado à sua disposição. Faça já sua inscrição e esteja sempre à frente. 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Ela precisava aprimorar conhecimentos para desempenhar o cargo de diretora de Finanças na construtora da família, que tem 30 anos de atuação em Brasília. Depois da graduação, fez Gestão de Empreendimentos Imobiliários e vai terminar, em setembro, o MBA Finanças. Frequenta seis horas-aulas semanais, em um total de 18 meses. “Hoje, eu tenho ferramentas teóricas para fazer o que antes fazia com base em conhecimentos adquiridos pelo meu pai no mercado. Por exemplo, na hora em que um cliente chegava para fazer um pagamento à vista, para eu oferecer um desconto eu me baseava mais em sentimentos. Agora, tenho mais segurança, e posso calcular o que os valores significam. As ferramentas que adquiri no curso me provam por a + b se o desconto que quero dar é viável”, relata Renata Gontijo. Ela explica que para as suas necessidades o MBA foi mais significativo do que seria um mestrado ou doutorado. “Os professores estão dentro do mercado e oferecem informações atualizadas, há chance de assistir a palestras. Além disso, um dos pontos que achei mais interessante é que as turmas são organizadas com excelente nível, oferecendo ainda um intercâmbio muito produtivo.” Entretanto, a rapidez não é a única demanda do mercado. Os cursos que exigem uma vida de dedicação a estudos e pesquisas também têm seu valor na iniciativa privada. “Hoje temos grandes empresas investindo em doutores”, afirma Adelaide Figueiredo, pró-reitora de PósGraduação e Pesquisa de uma universidade em Brasília. Ela discorda quando alguém diz que os profissionais que fazem mestrado e doutorado estão destinados quase exclusivamente para a academia. “Eu mesma fiz graduação em economia, com mestrado e doutorado em engenharia de transporte. Toda a minha experiência profissional, antes de estar aqui na universidade, foi em transporte ❛❛ Hoje, eu tenho ferramentas teóricas para fazer o que antes fazia com base em conhecimentos adquiridos pelo meu pai no mercado Renata Gontijo, engenheira civil urbano. Trabalhei no setor público e privado. Fiz quatro ou cinco cursos de especialização, e nenhum me deu o que ganhei com o mestrado e doutorado.” Ela defende o aprofundamento do saber, durante vários anos de aprendizado. "É um salto profissional. Mestres e doutores adquirem maior capacidade de análise, visão mais estratégica, mais crítica. Na pesquisa adquirem capacidade de análise sob diferentes focos”. Ela ressalta que hoje as grandes empresas querem inovação. “E inovação se faz com pesquisa”. E completa: “O doutorado tem mercado”. Adelaide cita áreas como biotecnologia e até mesmo filosofia, que têm doutores contratados para trabalhar com questões éticas. Mas alerta que o aluno interessado em ingressar nesse tipo de curso deve ter bem claro o que deseja. Antes de tudo, deve planejar a própria carreira. Não são raras as frustrações depois da defesa da tese e de muitos anos de dedicação aos estudos. CMYK stamos na era da informação. Momento em que as pessoas não apenas valorizam a comunicação fácil, especialmente na rede mundial de computadores, mas também em que há uma grande preocupação com a atualização do conhecimento. Os profissionais cada vez menos se satisfazem com o terceiro grau, e estão sempre em busca de novos cursos de preparação para o mercado. As ofertas são muitas. E na hora de investir anos de atenção em cima dos livros, aparece aquela dúvida: para onde ir? Tudo é uma questão de se ter consciência sobre a real necessidade de estudos. Não basta escolher um bom curso e alcançar notas brilhantes nas provas. É preciso saber se a escolha qualificará o aluno para a sua carreira profissional, se as informações que ele tem em sala de aula serão o passaporte que precisa para ingressar no mercado que idealiza. Existem cursos de longa e curta duração. “Os cursos de MBA estão dominando o mercado, pelo alinhamento com as necessidades dos negócios. Hoje, boa parte das empresas precisa de profissionais capacitados em um curto período de tempo”, afirma Edna Canedo, professora e coordenadora de cursos de MBA em Brasília. Edna dá aulas de Governança ❛❛ PG 4-13 Pós-graduação 14 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE Pós-graduação Pós-graduação IESB. De mala e livros, além-mar Quando se tem mais conhecimento, as oportunidades estão em todo lugar. FAZER UMA PÓS OU CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO NO EXTERIOR TRAZ GRANDES DESAFIOS, COMO AS BARREIRAS CULTURAIS E DO IDIOMA. MAS, NO FINAL, O ESFORÇO SEMPRE COMPENSA A Capes-Cofecub, firmado pela Universidade Federal da Bahia, a UFRGS, o Institut d'Études Politiques de Paris (SciPo) e a Université de Paris I – Sorbonne. INCENTIVO DO GOVERNO Capes Esse programa faz parte de um acordo de cooperação que neste ano completará 30 anos, entre o Brasil e a França. Foi firmado por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – fundação do Ministério da Educação, criada em 1951, para cumprir especial missão na formação de mestres e doutores. Os estudantes ralam. Passam por diversas fases de seleção. No caso do Cofecub, é analisada a relevância da pesquisa proposta pelo aluno e o seu professor deve ser participante. Teresa explica como funciona: “Fui indicada por meu orientador, Carlos Arturi, da UFRGS, que faz parte de um projeto Cofecub”. A responsável pelo Cofecub na Capes, em Brasília, Jussara Prado, diz que o Brasil está em ótima fa- TERESA ACABA DE CONQUISTAR UMA BOLSA DE DOUTORADO NA FRANÇA se. “Os estudantes brasileiros são muito bem-vistos pelos franceses. Nossos alunos são considerados inteligentes, criativos e dedicados”, enfatiza. Segundo ela, o país já passou do período em que mandava alunos somente para aprenderem no exterior. “Hoje também temos conhecimento para mostrar”, ressalta. E Teresa diz mais: “Uma exigência fundamental é o conhecimento do idioma. O estudante começa a sentir essa necessidade antes mesmo de apresentar a sua candidatura à Capes, pois o con- O Brasil concede bolsas de estudos no exterior para diferentes níveis de aprendizado em pós-graduação. Para incrementar essa iniciativa, mantém acordos bilaterais não apenas com a França, mas também com Alemanha, Argentina, Chile, China, Cuba, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Itália, Portugal, Timor-Leste, Uruguai. Confira no quadro abaixo o crescimento do número de bolsas concedidas nos últimos anos. tato com os professores das universidades estrangeiras começa muito antes. É preciso começar a se organizar logo, pois é exigido que o candidato já tenha cumprido um número determinado de créditos. A pesquisa também já deve estar adiantada”, relata. Evolução de bolsistas Capes no exterior - 2001 a 2008 Doutorado sanduíche Especialização Graduação sanduíche 2001 713 37 434 2002 840 41 2003 969 2004 Mestrado Mestrado sanduíche Pósdoutorado Doutorado pleno Total 22 4 407 932 2,549 287 16 7 454 894 2,539 36 285 2 6 455 967 2,720 1,019 5 473 1 9 535 940 2,982 2005 1,299 46 693 1 6 641 947 3,633 2006 1,530 46 736 1 6 762 932 4,013 2007 1,501 57 792 2 5 830 915 4,102 2008 1,562 107 930 1 0 927 724 4,251 Fonte: Capes/MEC Promoção e Gestão de Eventos Direito Material e Processual do Trabalho Assessoria em Comunicação Pública Banco de Dados MBA em Telecomunicações MBA em Estratégias de Mercado e Comportamento do Consumidor Jogos Digitais Engenharia de Software Cursos em Parceria com o INBRAPE Instituto Brasileiro de Estudo e Pesquisas Socioeconômicos Gestão Empresarial Gestão Financeira, Contábil e Auditoria Gestão Pública Gestão de Vendas Comércio Internacional Logística Empresarial Direito Notarial e Registral Assistência na Urgência e Emergência Auditoria em Sistemas e Serviços de Saúde Gestão do SUAS – Sistema Único de Assistência Social Enfermagem do Trabalho Gestão Ambiental Gestão de Políticas Sociais Políticas de Proteção à Infância e à Adolescência Saúde Pública e Saúde da Família Trabalho Social com Famílias Cursos em Parceria com o Istituto Europeo di Design Fashion Design Graphic Editorial Design Gráfico Design de Interiores Cursos de Extensão: Coerção: As Opressões Diárias na Família, no Trabalho e na Sociedade como Fonte de Psicopatologia Intervenção Comportamental para Crianças com Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDS) A Promoção do Desenvolvimento e da Saúde da Criança: Contribuições do Ambiente Familiar Educação Financeira Cursos de Especialização: Pós-graduação Lato Sensu em Psicologia Jurídica Pós-graduação Lato Sensu em Psicologia e Políticas Públicas Pós-Graduação Lato Sensu em Educação e Gestão de Pessoas nas Corporações PG 3-14 Ano Cursos CMYK PG 3-14 CMYK Arquivo Pessoal primeira sensação é o frio na barriga — que demora a passar. Vislumbrar a Torre Eiffel e o Museu do Louvre, para um doutorando que acabou de chegar a Paris, não é a mesma coisa do que encará-los com aquele desejo de aventura, próprio dos turistas. A cabeça do estudante que recebe uma bolsa de pósgraduação no exterior se enche de temores. “Será que vou me encaixar na rotina? E na metodologia de ensino? Será que vou conseguir a fluência no idioma? Será que consigo administrar a bolsa? Será que....” Esses medos ainda assustam um pouco a cuiabana Teresa Marques, 26 anos, que acabou de colocar os pés pantaneiros na capital francesa. Mas, com certeza, ela enfrentou batalhas maiores para pousar suas malas por lá. Uma das últimas escalas que fez antes de atravessar o oceano foi em Brasília. Veio pesquisar sobre os intercâmbios cooperativos entre o Itamaraty, instituições não estatais e o governo francês na promoção de temáticas que emergiram depois da globalização, como movimentos antiguerra e políticas internacionais que visam a solidariedade entre países, inclusive em relação ao meio ambiente e aos direitos humanos. Conquistar uma bolsa no exterior, para Teresa e para muitos outros estudantes, pode ser uma maratona. A jovem, que fará um ano de doutorado sanduíche (estágio em universidade parceira), é mestre em história pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e doutoranda em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A oportunidade de estar na França surgiu porque professores acompanhavam seu trabalho em um grupo de pesquisa e a indicaram para participar do projeto www.iesb.br · 61 3340.3747 Instituto de Ensino Superior de Brasília CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 15 2 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE Pós-graduação Monique Renne/CB/D.A Press PESQUISA APONTA: QUANTO MAIS SE ESTUDA, MAIS SE GANHA. MAS OS REFLEXOS DE UM INVESTIMENTO EM PÓS VÃO ALÉM DO SALÁRIO Não compre gatopor lebre grande competitividade do mercado e o risco do desemprego que a crise gerou em todo o mundo têm selecionado cada vez mais os profissionais que vão conquistar uma vaga nele. Mas investir na carreira garante muito mais do que a permanência no cargo, de acordo com a pesquisa Você no Mercado de Trabalho, da Fundação Getulio Vargas. O coordenador do trabalho, Marcelo Neri, explica que há uma relação direta entre os anos de estudo e o salário. “Quando uma pessoa sai de zero ano de estudo até a pós-graduação, o salário sobe, em média, 15% a Além de melhorar o rendimento mensal, a especialização tornou-se essencial para disputar uma vaga. “Há 10 anos era bom ter um curso de pósgraduação para ter uma colocação importante. Hoje, é essencial. As boas empresas sequer olham para currículos que não apresentem algum MBA ou pós graduação”, afirma Silvio Badenes, superintendente de uma instituição de ensino em Brasília. Mas a formação acadêmica bem aproveitada e valorizada ainda depende muito daquela experiência tão exigida por quem quer uma va- ga, como explica a coach (trein a d o ra ) e x e c u t i va Ve r u s k a Olivieri. “A pós é importante, mas só pelo título não adiant a . Pe rc e b e m o s q u e h á u m maior aproveitamento quando a pessoa já está no mercado de trabalho ou uma experiência profissional anterior para aplicar, na prática, o conhecimento adquirido.” Renata Monnerat, de 33 anos, conciliou a experiência profissional com um MBA em gestão estratégica em marketing em busca de um aperfeiçoamento na carreira. Após quatro anos trabalhando na área, ela sentiu necessidade de validar o que já fazia diariamente. Formada em publicidade e propaganda, sentia falta de conhecimento de marketing no currículo. Mesmo sem a formação na área, foi convidada para trabalhar no departamento de marketing de shoppings da cidade, onde está há 11 anos, dez deles como gerente. A volta aos estudos lhe rendeu mais embasamento para aplicar estratégias mais diferenciadas e ousadas no dia a dia, além de uma boa rede de relacionamento. “Meu trabalho melhorou depois comecei a adotar processos mais embasados teoricamente.” A hora de decidir não a organização onde ele vai atuar”, afirma Werner Kugelmeier, diretor proprietário de uma empresa especializada em treinamento empresarial. Ele recomenda que, para fazer esse planejamento, a pessoa deve antes responder a si mesmo algumas perguntas. “São coisas básicas, o que gosta de fazer, o que quer ser e onde quer estar daqui a cinco ou dez anos”, diz ele. Outra grande dúvida é decidir qual será o melhor momento para voltar aos estudos. Segundo Silvio Badenes, há uma pós-graduação adequada para cada estágio na carreira de um profissional. “Para um recém-formado, recomendo um curso online ou semipresencial em administração de empresas.” A cada ano adicional. E a chance de ocupação sobe 3,3% por ano também”, analisa. Esses dados, reforça Neri, são importantes para orientar o jovem sobre o retorno que a educação dá e mostrar quanto aumenta o salário e a ocupação quando a pessoa estuda mais. Só nos 12 primeiros meses de estudo após a graduação, há um aumento financeiro de quase 50%. “Um salário inicial de R$ 2.194 salta para R$ 3.297. Com três anos a mais de estudo, o salário chega a R$ 4.454. Isso mostra que a hierarquia de níveis educacionais se reflete na hierarquia salarial”, exemplifica o pesquisador. A especialização, quando bem escolhida, pode ser o caminho para a ascensão no mundo dos negócios. Mas antes é preciso saber aonde se quer chegar e isso é definido com o planejamento da carreira. “O profissional é o gestor da sua carreira e EXPEDIENTE: Diretor de Redação: Josemar Gimenez; Editora-chefe: Ana Dubeux; Editor-executivo: Carlos Marcelo; Editor de Suplementos: Renato Ferraz; Editor de Arte: João Bosco; Editor de Fotografia: Luís Tajes; Edição:Ana Clara Brant; Textos: Mônica Harada e Cristina Ávila (especial para o Correio); Diagramação:Amarildo de Castro; Revisão: Sandro Xavier e Eduardo Pinho Maurenilson/CB/D.A Press O que você vê? Quem faz Universa Escola de Gestão sempre vê mais longe. CURSOS 2009*. INSCRIÇÕES ABERTAS. Faça a sua matrícula e receba um notebook **. Arquitetura Orientada a Serviços - SOA Engenharia de Software Gerência Executiva de Transporte e Mobilização - GETRAM MBA - Controladoria e Finanças MBA - Finanças e Mercado de Capitais MBA - Gestão Ambiental MBA - Gestão Atuarial e Financeira MBA - Gestão da Comunicação nas Organizações MBA - Gestão de Instituições Educacionais MBA - Gestão de Marketing MBA - Gestão de Negócios Internacionais MBA - Gestão de Projetos MBA - Gestão de Recursos Humanos MBA - Gestão Pública e Relações com o Governo MBA - Gestão em Turismo MBA - Governança em Tecnologia da Informação MBA - Planejamento e Gestão Empresarial MBA - Políticas e Estratégias de Planejamento e Defesa Sistemas Orientados a Objetos - SOO *CURSOS CHANCELADOS PELA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. A primeira Business School do Centro-Oeste. INFORMAÇÕES: (61) 3442-7516 OU WWW.UNIVERSA.ORG.BR **De acordo com condições contratuais. RENATA: MBA EM MARKETING POSSIBILITOU MAIS EMBASAMENTO PARA TOMAR DECISÕES NO TRABALHO CMYK O mundo é de quem se educa É essencial saber se a instituição onde você está querendo estudar é reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). No caso dos cursos stricto sensu, o portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), www.capes.gov.br, traz o nome da instituição, número de cursos reconhecidos e dados sobre os cursos. Em relação aos MBA, deve-se conferir se a empresa que o oferece é reconhecida pelo MEC. Qualquer instituição de educação superior precisa obter credenciamento e autorização do Ministério da Educação para funcionar. Os processos são conclusos com a publicação no Diário Oficial da União. O estudante pode saber se a instituição tem funcionamento regular no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Também pode solicitar à escola o catálogo das condições de oferta dos cursos, exigido pela Portaria Ministerial 971/97, divulgado anualmente. O documento traz todas as informações sobre a autorização e o reconhecimento do curso, suas avaliações e dados sobre taxas de matrícula e mensalidades. Se o curso foi autorizado há pouco tempo, o estudante deve observar prazos legais para o reconhecimento. PG 2-15 CMYK PG 2-15 Pós-graduação 16 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE Pós-graduação Pontuação em concurso e CMYK dinheiro no bolso PÓS-GRADUAÇÃO Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE CONQUISTE O SEU ESPAÇO CURSOS DE PÓS E ESPECIALIZAÇÃO PODEM FAZER MUITA DIFERENÇA NA RETA FINAL DOS PROCESSOS SELETIVOS E AJUDAR A GARANTIR A TÃO SONHADA VAGA NO SERVIÇO PÚBLICO Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press exercício para os concursos. Os alunos ficam doidos.” Melhor remuneração Os títulos também significam adicionais no salário. Ainda no início de sua carreira profissional, Andresa Chagas, 26 anos, formada em direito, teve 7,5% a mais no salário como servidora do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios por conta da pós-graduação em direito público, que fez por meio de videoconferência, em uma escola de ensino a distância que abrange grandes cidades do país. Agora, a jovem está cursando “Ordem Jurídica e Ministério Público”, na Escola do MPDFT. O Plano de Cargos e Salários dos servidores do MPDFT prevê adicionais de qualificação para funcionários, de acordo com o nível de estudos – 12,5% para títulos de doutor, 10% para mestre, 7,5% para os portadores de certificado de especialização, 5% para os que concluíram a graduação, 2,5% para ensino médio, correiobraziliense.com.br Versão online: www.correiobraziliense.com.br/euestudante Pesquisas comprovam que quem faz pós-graduação tem mais oportunidades no mercado de trabalho e mais chances de ser promovido. O Correio preparou este caderno especial com várias dicas. Como escolher o curso certo? Como se beneficiar das bolsas? Estudar no exterior é o mais indicado? Optar por um mestrado, um MBA ou uma especialização? Tire suas dúvidas e saiba como dar aquele empurrãozinho na sua carreira e no seu salário. PG 1-16 A ADVOGADA ANDRESA CHAGAS:TÍTULOS SIGNIFICAM ADICIONAIS NO SALÁRIO Caio Gomez/Esp. CB/D.A Press PG 1-16 E e 1% para os servidores que tiverem participado de um conjunto de treinamentos que totalize 120 horas, num total de 3% de acréscimo ao salário. Nesse caso, a gratificação é válida por quatro anos, o que estimula a participação em novos cursos. Em nenhum dos casos os benefícios são cumulativos. A valorização dos títulos foi uma proposta do sindicato da categoria e uma conquista dos funcionários, por meio de lei. O MPDFT mantém recursos anuais para incentivar os estudos. Custeia cursos de até R$ 8 mil aos funcionários. Devem ser de ciências que tenham relação com o trabalho no Ministério Público. Geralmente são relacionados ao direito e à administração pública, mas há outras áreas como biologia e engenharia, devido à necessidade de perícias incluídas em processos. O interesse de Andresa pelos estudos vai além do percentual que os cursos possam oferecer em seu salário. “A escola do MP é muito conceituada, e quero me atualizar. O curso é muito bom, bem puxado e muito procurado por quem está se preparando para concursos da magistratura ou do Ministério Público. Mas também tem gente que faz para se atualizar mesmo, porque o direito está sempre mudando. Ocorrem muitas alterações nas leis”, comenta Andresa. CMYK studantes que fazem cursos de pós-graduação nem sempre os escolhem somente com o objetivo de se qualificar para uma atividade específica. Muitas vezes, levam em consideração outros fatores – pois, além das aulas sempre significarem acúmulo de conhecimento, também representam pontuação na classificação de concursos públicos. E percentual a mais no contracheque. “A pontuação não é regra. Mas eu mesmo já ganhei cerca de 30 posições em uma classificação por conta de títulos”, conta Gladson Miranda, professor em Brasília de um cursinho especializado em concursos públicos. Ele lembra que estava concorrendo ao ingresso em “Serviço Notoriais e de Registros” para um cartório no Rio Grande do Sul, em 2004, e acabou saltando na disputa por causa dos documentos. Apresentou diploma de graduação em direito, certificado de especialização, prova de que lecionava na área, um livro de sua autoria e publicações assinadas em jornais, certidão de aprovação em outro concurso público específico para cartório e para a área jurídica. Mas o professor adverte que a validade da titulação depende do concurso. E isso está explícito no edital de cada um deles. Gladson afirma que os cursos de pós-graduação lato sensu são fortes preparatórios para esse tipo de concorrência. O professor relata que o próprio cursinho em que dá aulas criou um MBA com a finalidade de melhor preparar os estudantes. “As provas são um