A APLICABILIDADE DA METODOLOGIA DO INGLÊS INSTRUMENTAL (ESP - ENGLISH FOR SPECIFIC PURPOSE) NO CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Rita de Jesus Oliveira1 Resumo: A Metodologia do Inglês Instrumental tem como objetivo primordial preparar, capacitar e desenvolver no aluno, a habilidade de leitura de textos específicos em sua área de atuação, preparando-o para ser mais independente. Este estudo pretende investigar a aplicabilidade da Metodologia do Inglês Instrumental (ESP- English For Specific Purpose) no curso de Sistemas de Informação, porém associada à utilização dos recursos tecnológicos diversos. Os dados foram coletados por amostragem e através de observação, tendo a pesquisa um universo de 24 alunos. O resultado da análise e interpretação dos dados mostrou que o uso da Internet e os recursos tecnológicos foram extremamente significativos no ensino-aprendizagem. Palavras-chave: Metodologia. Inglês Instrumental. Recursos Tecnológicos. Sistemas de Informação. 1 INTRODUÇÃO Em função do processo de globalização do mundo atual, a sociedade está passando por grandes transformações no aspecto pessoal, social, cultural, político e econômico. Estas transformações vêem acompanhadas da evolução científica e tecnológica, de uma crescente competitividade de mercado e uma necessidade de atualização permanente em relação às novas informações, mudanças, posturas e atitudes demandadas pelo mercado atual. É neste contexto de competitividade e grandes demandas do mercado que o Inglês Instrumental (ESP - English For Specific Purpose), ou seja, Inglês para Fins 1 Especialista em Ensino de Língua Inglesa pela UFMG, especialista em Docência no Ensino Superior pela Newton Paiva, Professora de Inglês Instrumental, Fundamentação de Produção de Textos e Metodologia Científica na Newton Paiva. 2 Específicos, ganha força e cada vez mais se consolida como uma abordagem de sucesso, trazendo resultados positivos onde é aplicada. É fundamental a importância do conhecimento da língua inglesa, principalmente nos cursos de Sistemas de Informação, considerando que a própria língua é uma ferramenta fundamental para o profissional desta área. Desta forma, pretende-se com este artigo investigar a aplicabilidade da Metodologia do Inglês Instrumental (ESP) tal qual ela é proposta, todavia, melhorando-a, enriquecendo-a, através da associação da metodologia com a tecnologia e seus recursos diversos como a Internet, criando assim, um ambiente mais viável ao aprendizado, um contexto mais real, possibilitando a leitura de textos específicos mais autênticos, fomentando a pesquisa, principalmente de assuntos relativos à área tecnológica. A associação da metodologia com a tecnologia vem possibilitar a inovação da dinâmica das aulas de inglês, trazer um novo sentido para o aprendizado, uma vez que a maioria dos alunos já traz consigo uma grande frustração em relação ao aprendizado de inglês. Com a evolução do mundo, da sociedade, das metodologias de ensino, das necessidades vigentes do momento, evoluiu e também se priorizou o enfoque dado à leitura, não em detrimento das outras habilidades (oral, escrita e a compreensão da língua falada), mas principalmente em favor destas e somando-se a estas. Historicamente o enfoque dado à leitura dentro do processo de ensinoaprendizagem de língua estrangeira tem variado de acordo com a corrente metodológica em voga. Até o final da década de 40, esse processo estava centrado na leitura e tinha por base o método do ensino da gramática e da tradução. A partir e por causa da Segunda Guerra Mundial, desenvolveu-se o método áudio-lingual baseado nas teorias behavioristas em voga na época, com o propósito de ensinar línguas européias aos soldados americanos que partiam para o campo de batalha. Com o desenvolvimento desse método, a leitura foi praticamente ignorada, tendo sido, inclusive, considerada prejudicial à aquisição de uma boa pronúncia quando apresentada ao aprendiz antes que este tivesse adquirido fluência oral. (CRUZ, 2001). O objetivo da leitura naquela época era adquirir o domínio das habilidades e fatos isolados através da memorização e neste caso, o aprendiz tinha um papel passivo, 3 era apenas um receptor de conhecimentos. Com a evolução das ciências cognitivas, evoluíram também os objetivos da leitura, focando agora na construção de significados. Passa a existir então, uma interação do aprendiz com o texto e o contexto. O leitor constrói significados, infere, interpreta, conecta as informações novas ao conhecimento anterior sobre o assunto e utiliza de fato, as estratégias da aprendizagem, tornando-se um leitor ativo. Assim, a leitura ganha importância e se torna fundamental para o aprimoramento das habilidades e do conhecimento. O Inglês Instrumental (ESP - English For Specific Purpose), surgiu no fim da década de 70 com a grande demanda aos departamentos de Letras Anglo- Germânicas, ou de Línguas Modernas por cursos especializados para departamentos de ciência pura e aplicada. No ESP a leitura era direcionada para diferentes áreas de atuação do aluno, normalmente voltada para ciência e tecnologia. No Brasil, também na década de 70, a professora Antonieta Alba Celani foi a coordenadora de uma revolução didática que envolveu universidades e escolas técnicas, onde muitos alunos passaram a aprender inglês para fins específicos com o intuito de se prepararem melhor para as situações profissionais diversas como a leitura de textos. Atualmente, o Inglês Instrumental vem sendo utilizado não só em Universidades, mas também em escolas técnicas, leitura de texto em vestibular, concursos e cursos de preparação para mestrado e doutorado e até mesmo em algumas escolas de primeiro e segundo graus. As universidades resolveram mudar o enfoque do ensino de inglês como língua estrangeira, passando do estudo sistemático de vocabulário e regras gramaticais para um estudo mais abrangente de textos autênticos retirados das próprias fontes de informação (CRUZ, 2001). A EVOLUÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUAS A evolução das metodologias de ensino de línguas tem como base três movimentos importantes: 4 Grammar-Translation: Surgida no século 18 e ainda hoje é utilizada em muitas escolas do segundo grau, esta metodologia sempre teve como foco a tradução e gramática, onde o principal foco da língua era a escrita. Seu objetivo era explicar a estrutura da língua, bem como a aquisição de vocabulário e tradução. O Audiolingualism veio opor-se ao tradicional método de tradução e gramática em meados da década de 50. Neste período crescia o Behaviorismo (Psicologia) e o Estruturalismo (Lingüística). Começou a surgir uma valorização da língua na forma oral. Acreditava-se que o aprendizado de línguas se dava através de reflexos condicionados, como imitar, repetir, memorizar e exercitar palavras era fundamental para desenvolver a habilidade comunicativa. Assim, surgiram os métodos áudio-orais e áudio-visuais que se utilizavam basicamente do automatismo e livros didáticos. Uma nova tendência metodológica no ensino de línguas (Natural or Communicative Approaches – o Construtivismo no ensino de línguas) começa a surgir nas décadas de 70 e 80, influenciadas pelas novas teorias da lingüística e psicologia educacional. Na psicologia cognitiva contemporânea, Piaget e Vygotsky defendem que o conhecimento para ser construído, precisa se dá em ambientes naturais de interação social, onde cada aprendiz constrói seu próprio conhecimento através da sua experiência, participação e interação com o meio. Nos anos 60, Chomsky provoca furor na lingüística quando afirma que a língua é uma habilidade criativa e não memorizada, não necessitando, portanto, das regras gramaticais para dizer o que é certo e errado, mas identifica-se o aceitável e o inaceitável através da performance de um nativo da língua e da cultura. Mais tarde, (1985) o americano Krashen funde as teorias de Chomsky, Piaget e Vygotsky trazendo-as para o ensino de línguas. Krashen descarta a possibilidade da aquisição de proficiência através do estudo sistemático das regras gramaticais, afirmando que o aprendizado de línguas se dá em ambiente apropriado e em um contexto que permite criar situações reais, proporcionando uma comunicação autêntica, 5 voltada para os interesses e necessidades reais do aprendiz. É necessário que haja interação social e cultural. COMO FUNCIONA O INGLÊS INSTRUMENTAL A Metodologia do inglês Instrumental é alicerçada por suas técnicas e estratégias de leitura, tem, portanto, o objetivo de desenvolver no aluno a habilidade de leitura de textos específicos, através do conhecimento e aplicação destas técnicas e estratégias de leitura. A aplicação das técnicas de leitura, considerando os interesses e necessidades do aluno, permite-o retirar a idéia central do texto, informações específicas, bem como compreender o texto como um todo, sem conhecer todas as palavras e estruturas. Skimming (esta técnica consiste em uma leitura rápida do texto com o objetivo de se retirar a idéia geral, não se preocupando com as palavras e estruturas desconhecidas). Scanning (esta técnica consiste em uma leitura rápida do texto para se extrair informações específicas). O conhecimento e a aplicação das estratégias de leitura possibilita com maior rapidez e eficácia a compreensão do texto, tornando o aluno mais independente e confiante à medida que passa a assumir riscos. Segundo Cruz,(2001), Em seu artigo intitulado "Ensino/aprendizagem de inglês instrumental na universidade," publicado na Revista New Routes, número 15, de outubro de 2001, é indiscutível a importância do conhecimento da língua inglesa nos cursos universitários. Considerando a competitividade do mercado e a necessidade de atualização constante de informações científicas e tecnológicas e as dificuldades das traduções de artigos, livros e outras publicações em tempo hábil, ou seja, com a mesma velocidade em que são escritos. (...) Essa nova forma de ler textos em inglês envolve estratégias de leitura, tais como: fazer previsões do conteúdo do texto a partir da análise de títulos, gráficos e ilustrações e do acionamento do conhecimento de mundo e conhecimento prévio do assunto pelo leitor, concentrar a atenção nas palavras cognatas e deduzir o significado de palavras desconhecidas a partir do contexto, procurar informações específicas ou fazer uma leitura rápida para verificar a idéia central do texto sem se preocupar com o conhecimento isolado de cada palavra ou com vocábulos desconhecidos, etc. 6 O USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO PRESENCIAL A educação presencial pode sofrer mudanças significativas com a utilização das redes eletrônicas. Atualmente existe intercomunicação entre as pessoas, troca de informações e de pesquisas entre escolas e universidades. A Internet é uma ferramenta perfeita para abrir novos caminhos, para abrir a escola para o mundo. A Internet é vista como a mídia mais aberta, mais abrangente, sendo sua utilização altamente promissora nos setores educacionais, econômicos e empresariais. Há vários tipos de aplicações educacionais na Internet, como de apoio ao ensino, comunicação, divulgação e pesquisa. A Internet como apoio ao ensino nos permite pesquisar assuntos diversos, livros, revistas, artigos, gravuras, músicas, vídeos, sites com atividades em inglês. A comunicação ocorre entre alunos e professores, professores e professores, alunos, professores e colegas de outras ou da mesma localidade. A divulgação pode ser pessoal, através da criação de home pages apresentando o que se tem de mais significativo. A pesquisa pode ser de caráter individual ou em grupo, podendo ser durante a aula ou fora dela, obrigatória ou livre. Para Torres e Cozer (2000), a Internet é uma rede que possui praticamente os mais variados recursos para todo tipo de comunicação e a cada dia novos recursos são desenvolvidos e incorporados a ela. Dar aulas de Inglês Instrumental no curso de Sistemas de Informação me permitiu vivenciar uma nova experiência e ao mesmo tempo trabalhar com a Metodologia do Inglês Instrumental (ESP - English For Specific Purpose), somada a minha crença de que, acrescentando a ela o uso da tecnologia, poderia melhorar a qualidade das aulas, a motivação e a qualidade do ensino/aprendizagem dos alunos. Minha proposta de trabalho com o Inglês Instrumental era num primeiro momento, dinamizar as aulas, já que iria trabalhar com leitura específica e sabendo de antemão que nosso aluno não gosta de ler, precisava, então, sair um pouco do ambiente de sala 7 de aula. Desde então, passei a planejar aulas no laboratório de informática utilizando a Internet e outros recursos, pois desta forma estaria trabalhando o Inglês Instrumental no contexto do curso de Sistemas de Informação, evitando assim, que a disciplina fosse vista como algo isolado do curso, fora de contexto e consequentemente proporcionando aos alunos a leitura de textos autênticos em inglês, pesquisas de assuntos relativos a sua área de atuação, acesso às informações e inovações tecnológicas. Foi dada aos alunos a oportunidade de apresentar os trabalhos e discussões resultantes das pesquisas, usando as ferramentas e os recursos tecnológicos adequados para uma elaboração rica, criativa e prazerosa. Ao longo do semestre a Metodologia do Inglês Instrumental foi aplicada tal qual descrita acima. Com o propósito de verificar a aplicabilidade desta Metodologia no curso de Sistemas de Informação, comecei a observar e acompanhar cuidadosamente todo o processo metodológico, seu resultado no ensino/aprendizagem, a motivação, a reação e aceitação dos alunos a estas inovações. Enfim, parece que as novas tecnologias quando utilizadas de forma coerente no processo ensino/aprendizagem, interferem positivamente na qualidade das atividades desenvolvidas pelos alunos no seu processo de construção do conhecimento. Tempos modernos pedem novas posturas. É preciso abandonar os velhos hábitos e experimentar as novas invenções. E o que diferencia uma época histórica da outra, conforme Marx, não é o que se faz, mas como, com que meios se faz (MARX, 1988). Ou, como afirma Castells, o que distingue uma época da outra, são a revolução das tecnologias da informação e a sua difusão em todas as esferas da atividade social e econômica. (CASTELLS apud HARNECKER, 2000). 8 2 METODOLOGIA O presente artigo apresenta resultados da pesquisa desenvolvida em sala de aula e laboratório de informática. Um estudo descritivo, que visa analisar os resultados obtidos na aplicação da Metodologia do Inglês Instrumental aliada ao uso da Tecnologia e seus recursos diversos no curso de Sistemas de Informação, verificando assim, sua aplicabilidade ou não no curso de Sistemas de Informação. Para tanto, optei pela Metodologia de estudo de caso, utilizando como mecanismo de coleta de dados, a observação de todo o processo, o levantamento de dados por amostragem através de exercícios, trabalhos de pesquisa e apresentação dos mesmos, desenvolvidos pelos alunos durante o semestre. A perspectiva de estudo é longitudinal, uma vez que se pretende analisar a aplicabilidade da Metodologia num período determinado. O nível de análise é o organizacional e a unidade de análise é constituída pelos alunos do primeiro período do curso de Sistemas de Informação, sendo o universo da pesquisa caracterizado por 24 alunos. A abordagem ao problema de pesquisa é do tipo qualitativa. A pesquisa ocorreu durante o segundo semestre de 2004. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após o levantamento dos dados, estes foram codificados e tabulados (ver tabela) para facilitar a compreensão e interpretação dos mesmos. Na tabela abaixo estão presentes os temas que foram acrescentados à Metodologia do Inglês Instrumental durante a pesquisa. Tabela de Aplicação Tema / Quantificação Aulas de laboratório Aulas de pesquisa Aulas de apresentação de trabalhos Seminários/Debates QT 12 8 4 14 NH 20:00 13:20 06:40 06:00* AM NA NA 21* 10 M NA NA 2* 2 FR NA NA 1* 2 9 Filmes Motivação Aceitação Desempenho dos alunos 02 NA NA NA * 03:20 NA NA NA NA 24* 24* 21 NA NA NA 3 NA NA NA NA LEGENDA QT- Quantidade de aulas NH- Número de horas AM- Acima da média M- Média FR- Fraco NA - Não Aplicável * - Número de alunos com motivação, aceitação e desempenho na apresentação. ** - Número de horas aproximado A seguir, os resultados são apresentados, obtidos da análise e interpretação dos dados. Análise descritiva dos dados Aulas de laboratório Quanto às aulas de laboratório, as mesmas foram agendadas e comunicadas previamente aos alunos, evitando assim, transtornos de marcação de última hora. As aulas de laboratório somaram um total de doze aulas de uma hora e quarenta minutos cada, totalizando vinte horas/aula por semestre. A primeira aula foi introdutória, procurando familiarizar a todos com a Internet e ao mesmo tempo ver a receptividade dos alunos em relação a esta proposta de vincular o Inglês Instrumental à Tecnologia. Aulas de Pesquisa As aulas destinadas às pesquisas na Internet somaram um total de oito aulas de uma hora e quarenta minutos cada, totalizando treze horas/aula por semestre. Num primeiro momento, foram trabalhados textos relacionados à introdução à Informática, sendo os assuntos selecionados com antecedência e pesquisados em bases de dados acadêmicas como; Scielo, Capes, Bireme, Google acadêmico, etc. Os textos eram lidos aplicando as técnicas e estratégias de leitura do Inglês Instrumental. As pesquisas foram 10 feitas em dupla ou pequenos grupos, facilitando a troca de informações e a integração da turma. Num segundo momento, fizemos pesquisa livre, onde os alunos foram orientados a pesquisar um tema de seu interesse, porém este deveria ser da área de Sistemas de Informação. As pesquisas poderiam ser feitas individualmente ou em dupla, caso houvesse afinidade de temas. Os temas escolhidos, além de serem totalmente pertinentes à sua área de atuação, foram pesquisados com muito afinco, maturidade e interesse pelos alunos. Vale a pena citar aqui os temas pesquisados pelos alunos. Digital Technology Nanotecnology Robotics Memory Wap Technology Games Software Piracy Computers Network Database Peripherals Programming Language – Pascal Casemodding Linux Durante as aulas o meu papel sempre foi de acompanhar cada aluno, encorajando-o, ajudando-o nas suas dúvidas, orientando-o na filtragem das informações, na seleção e relevância dos textos, como também no corpo da pesquisa e sua bibliografia. À medida que o aluno definia seu tema, o mesmo era comunicado à turma com o intuito de não haver temas repetidos e ao mesmo tempo era um incentivo aos outros para definirem os seus. O ambiente era extremamente saudável e todos ficaram admirados com as escolhas dos temas uns dos outros. À medida que os alunos pesquisavam os textos, as gravuras ou imagens eram salvos, possibilitando leituras posteriores para a organização e apresentação da pesquisa. As descobertas mais interessantes eram compartilhadas com os demais colegas e de certa forma todos acompanhavam o progresso de todos na pesquisa. Esta troca de informações contribuiu 11 significativamente para integrar, aproximar ainda mais a turma, até mesmo quando algum aluno demonstrava alguma dificuldade em utilizar os recursos da Internet. O tempo de duração da pesquisa foi de um mês e dezenove dias. Aulas de apresentação dos trabalhos de pesquisa As aulas destinadas à apresentação dos trabalhos de pesquisa somaram um total de quatro aulas de uma hora e quarenta minutos cada, totalizando seis horas e quarenta minutos. O tempo estipulado para a apresentação dos trabalhos foi 20 a 30 minutos. Foi comunicado anteriormente que os trabalhos deveriam ser apresentados utilizando os recursos tecnológicos disponíveis como a Internet, Power Point, Flash, word, DVD, etc. e que o texto contido nas apresentações tinham que ser em inglês, podendo as apresentações serem no próprio laboratório ou levando para sala de aula os recursos necessários para a apresentação. A definição das datas para apresentação foi feita através de sorteio, sendo que todos deveriam me entregar a pesquisa em inglês antes, para que eu pudesse lê-la e preparar minha argumentação e assim checar se o aluno de fato leu o texto como deveria. Lembrando que a idéia não era de forma alguma constranger o aluno ou inibi-lo, mas sim guiá-lo na sua apresentação. Os critérios de avaliação foram os seguintes: Empenho na pesquisa, entrega da pesquisa no prazo, leitura dos textos em inglês, coerência na argumentação do assunto pesquisado, criatividade, utilização de textos em inglês e dos recursos tecnológicos na apresentação, conforme trabalho anexo. De um total de 14 temas apresentados em dupla e individual, totalizando um universo de 24 alunos, a apresentação de 21 alunos foi considerada acima da média, de 2 alunos foi considerada na média e de 1 aluno foi considerada fraca. Seminários e Debates Os seminários e debates somaram um total de 14 por semestre. Os temas discutidos ora, eram de textos pesquisados na Internet, ora de textos de livros ou revistas 12 especializadas em tecnologia, trazidos pelo professor. Todos os comentários eram sempre valorizados, compartilhados, contextualizados e enriquecidos pelos alunos. O professor teve o papel de acompanhar, sugerir, incentivar, questionar e coordenar os seminários e debates direcionando para uma leitura crítica dos textos. De um total de 14 seminários e debates, 10 foram acima da média, considerando a riqueza da discussão e participação dos alunos, 2 foram considerados na média e 2 fracos. Filmes Os filmes assistidos pela turma somam um total de 2 por semestre, totalizando três horas e vinte minutos. Os filmes tinham o objetivo de ilustrar um tema discutido em sala ou um assunto abordado nas pesquisas. A escolha dos filmes era feita por votação, observando a relevância do tema para discussão, os recursos e efeitos tecnológicos presentes no filme. Ao final de cada filme, o professor abria a discussão, direcionando-a para o tema em questão, envolvendo todos os alunos. O ambiente era de grande descontração. Os filmes assistidos no semestre foram: Shrek - Foco da discussão “animação gráfica”, além de vários outros assuntos abordados para reflexão. Spyderman – (Homem-Aranha) - Foco nos “efeitos especiais”. Motivação A Internet foi uma ferramenta fundamental na motivação dos alunos, especialmente pelas suas inúmeras possibilidades de pesquisa. O professor nesse aspecto, também exerceu um papel muito importante, tornando o clima mais agradável e transmitindo muita confiança. O ambiente era de descobertas, de troca de informações, de muita alegria. Enfim, a aula era prazerosa porque todos contribuíam com algo, e isto era valorizado por todos. O ambiente era de aprendizado e motivação não só para os alunos, mas também para o professor. 13 Aceitação Quando foi comunicado aos alunos que haveria aulas de Inglês Instrumental no laboratório de informática, todos se entreolharam surpresos, mas demonstrando aprovação para com a novidade. À medida que as aulas foram acontecendo era visível a aceitação das aulas de inglês naquele contexto que de fato, fazia sentido no curso de Sistemas de Informação. Desempenho Em um universo de 24 alunos, o desempenho de 21 deles foi acima da média, e 3 alunos foram considerados na média. Um desempenho bastante satisfatório para uma primeira experiência, tanto para os alunos quanto para o professor. É importante ressaltar que todos os alunos foram aprovados com mérito. 4 CONCLUSÃO Este estudo procurou verificar a aplicabilidade da Metodologia do Inglês Instrumental associada ao uso da Tecnologia e seus recursos no curso de Sistemas de Informação. Os resultados obtidos mostraram que esta associação foi totalmente pertinente, tanto para a disciplina de Inglês Instrumental quanto para o curso de Sistemas de Informação porque viabilizou o aprendizado de leitura de textos em inglês em um ambiente contextualizado e autêntico através dos recursos oferecidos pela Internet. A Internet tornou mais fácil e mais eficaz o ensino/aprendizagem, contribuindo significativamente para a dinamização das aulas e consequentemente, permitindo uma maior atuação do aluno, possibilitando-o correr novos riscos, tomar decisões e estabelecer relações de confiança. A Internet foi uma ferramenta facilitadora no desenvolvimento do compromisso e responsabilidade do aluno no que se refere à construção do seu conhecimento. 14 Este estudo também mostra que a Internet foi altamente relevante para promover a motivação e interesse dos alunos nas aulas de leitura e compreensão de textos em inglês, criou novos desafios e aumentou as expectativas dos alunos, confirmando o que diz a literatura de que o aprendizado se dá de forma mais eficaz quando ocorre em um contexto real, em ambiente apropriado, aquele que permite ao aluno vivenciar situações também reais. Deste modo, o aluno desenvolve desde a autoestima à auto-suficiência, tornando-se um indivíduo mais independente e capaz de pensar criticamente. Enfim, a conclusão deste estudo indica que o uso da Metodologia do Inglês Instrumental aliada à Tecnologia, está de acordo com a literatura pesquisada, confirma assim, a hipótese da Aplicabilidade da Metodologia do Inglês Instrumental associada à Tecnologia no Curso de Sistemas de Informação. REFERÊNCIAS CRUZ, D.Torres. Ensino/Aprendizagem de Inglês Instrumental na Universidade. Revista New Routes, n. 15, out. 2001. HARNECKER, Marta. Tornar Possível o Impossível: a esquerda na limiar de século XXI. São Paulo: Paz e Terra, 2000. KRASHEN, Stephen D. Principles and Practice in Second Language Acquisition. Prentice-Hall International, 1987. MARX, Karl. O Capital: Crítica da economia política. 12 ed. Rio de janeiro: Bertrand Brasil S.A, 1988. ( livro I, volume I). TORRES, G. ; COZER, R. Alavancando Negócios na Internet. São Paulo: Axcel Books, 2000. TORRES, Nelson. Gramática Prática da Língua Inglesa. São Paulo: Editora Saraiva, 2000.