UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL DISSERTAÇÃO SUSTENTABILIDADE EM ESTÁDIOS DE FUTEBOL: O CASO DA ARENA PANTANAL EM CUIABÁ-MT RODRIGO PINHEIRO TÓFFANO PEREIRA Cuiabá, MT Março - 2013 RODRIGO PINHEIRO TÓFFANO PEREIRA SUSTENTABILIDADE EM ESTÁDIOS DE FUTEBOL: O CASO DA ARENA PANTANAL EM CUIABÁ-MT Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito para a obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Construção Civil Orientador: Prof. Dr. José Manoel Henriques de Jesus Cuiabá, MT Março - 2013 DEDICATÓRIA À memória de minha avó Norma Pinheiro da Silva ✶ 09/08/1932 - Campos dos Goytacazes/RJ ✝ 29/04/2010 - Niterói /RJ AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, pela força e sabedoria. Agradeço aos meus pais Joaquim e Angélica, por todo o amor e incentivo. A minha namorada Priscila e sua família pelo imenso carinho e confiança. Ao meu Tio Alexandre e a sua esposa Janaína por todo o apoio em Cuiabá. A minha prima Thaís, pela enorme ajuda na reta derradeira deste trabalho. Ao Prof. Henriques pela orientação e pela chance de realizar este trabalho. Aos demais professores do PPGEEA pela base e pelo ensino de qualidade. Em especial ao coordenador durante a minha estada em MT, Prof. Douglas. Aos membros da banca pelas preciosas contribuições dadas a este trabalho. Ao servidor Cleyton Rocha do PPGEEA por suas atitudes sempre solicitas. A Prof.ª. Fernanda Furtado da UFF pelo incentivo de abrir novos horizontes. Ao CAPES / REUNI pela bolsa, apoio financeiro, durante todo o mestrado. Aos colegas do mestrado pelos momentos e conhecimentos compartilhados. Em especial as amigas: Aline Santiago, Emilly Freire e Mellyna Wendland. As cias envolvidas com o Verdão: Concremat, GCP Arquitetos e SECOPA. Ao Secretário Extraordinário da SECOPA, o advogado Maurício Guimarães. Em especial ao engenheiro civil João Paulo Curvo Borges, da SECOPA-MT. A prestativa engenheira sanitarista e ambiental Eliane Rocha, da Concremat. E ao engenheiro civil Ubirajara Souza Jr. representante da GCP Arquitetos. Aos meus amigos de sempre pelo companheirismo, o estímulo e paciência. E a todos que colaboraram de uma forma, ou de outra na realização desta. EPÍGRAFE “There are no minds more innovative than the minds of young people. No one is more attuned to the environment than young people.” Palavras proferidas por um jovem atleta participante ao final da VIII Conferência Mundial Sobre Esporte e Meio Ambiente. Março de 2009 - Vancouver, Columbia Britânica, Canadá. RESUMO TÓFFANO, R. Sustentabilidade em Estádios de Futebol: o Caso da Arena Pantanal em Cuiabá-MT. Cuiabá-MT, 2013. 305 p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia. Universidade Federal de Mato Grosso. Com a expansão de grandes eventos esportivos para países em desenvolvimento muitos deles ainda ricos em recursos naturais - políticas por uma arquitetura mais ecológica tornaram-se cada vez mais recorrentes, uma vez que estes torneios demandam grandes obras de infraestrutura que, inevitavelmente, impactam o meio ambiente circundante. O objetivo deste trabalho é exatamente verificar se as soluções projetuais adotadas para a construção do estudo de caso, a Arena Pantanal, uma das subsedes da XX Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM, em Cuiabá, Mato Grosso, apresentam, realmente, princípios de sustentabilidade. O embasamento deste trabalho consiste na revisão histórica e bibliográfica desta temática, com a apresentação dos parâmetros e das peculiaridades que norteiam projetos de estádios de futebol ao passar dos anos. Os exemplos mais relevantes de projetos de grandes arenas que incluíram em sua concepção ações de cunho sustentável merecem destaque e foram levantados e catalogados para esta pesquisa. Assim, como a análise de modelos de certificação ambiental, com destaque para o norte-americano LEEDTM, por ser o exigido pela FIFA e suas normativas para a organização dos últimos Mundiais. A partir de um registro científico crítico, com base em todo o referencial teórico e utilizando recursos gráficos, à medida que foram imprescindíveis, se efetivou a apreciação das soluções projetuais de sustentabilidade adotadas pela Arena Pantanal. Como resultado, salienta-se que a busca por um ambiente construído, de grandes proporções como este, 100% sustentável, baseado em fórmulas ideais, é impossível. Entretanto, é possível sim, minimizar ou mitigar os impactos ambientais gerados pela construção de um estádio de futebol, através de diretrizes e/ou ações de sustentabilidade que estejam intrínsecas desde a concepção de um novo projeto. Assim, esta pesquisa serve apenas de referencial para contextos análogos, não sendo um modelo, solução, ou uma regra a ser reproduzida em construções desportivas. Palavras-chave: Sustentabilidade, Estádios de Futebol, Cuiabá, Arena Pantanal. ABSTRACT TÓFFANO, R. Sustainability in Soccer Stadiums: The Case of the Arena Pantanal in Cuiabá-MT. Cuiabá-MT, 2013. 305 p. Master’s Dissertation. Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia. Universidade Federal de Mato Grosso. With the expansion of great sporting events to developing countries – many of them rich in natural resources – policies for a greener architecture have become more and more recurrent once these championships demand great infrastructure constructions which inevitably impact the surrounding environment. The purpose of this paper is to verify if the designing solutions adopted in the construction of the case study, the Arena Pantanal, one of the host cities of the 2014TM XX FIFA Brazil World Cup, in Cuiabá, Mato Grosso, really shows principles of sustainability. The foundation of this paper consists of a literature review and historical review about this issue, showing the parameters and peculiarities that direct soccer stadium projects over the years. The most significant examples of large arenas projects, which included in its design sustainable actions, deserve attention and have been collected and catalogued for this research. As well as the analysis of environmental certification models, highlighting the northamerican one LEEDTM, because it is required by FIFA and its standards for the organization of the last World Championships. From a critical scientific registry, based on all the theoretical background and through graphic resources, as they were indispensable, it has been done the assessment of the sustainable design solutions taken at the Arena Pantanal. As a result, it should be noted that the pursuit of a built environment, of big proportions like this one, 100% sustainable, based on ideal formulas, is impossible to be executed. However, it is indeed possible to minimize or mitigate the environmental impacts caused by the construction of a soccer stadium; through guidelines and sustainability actions which are directly related since the birth of a new project. Thus, this research is only a reference to analogue contexts, and not a model, solution or rule to be repeated in sporting constructions. Keywords: Sustainability, Soccer Stadiums, Cuiabá, Arena Pantanal. LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Delineamento da pesquisa ...................................................................... 22 Figura 02 - Principais certificações ambientais do planeta ....................................... 45 Figura 03 - Estrutura básica do BEPAC ................................................................... 48 Figura 04 - Representação esquemática do processo de avaliação em planilhas ..... 49 Figura 05 - Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE ............... 50 Figura 06 - Estrutura conceitual do CASBEE .......................................................... 51 Figura 07 - Representação do modelo de sistema de gestão do empreendimento e das avaliações de desempenho (auditorias) ........................................... 52 Figura 08 - Estrutura básica do Green Star ............................................................... 53 Figura 09 - Construções LEEDTM, no mundo ........................................................... 58 Figura 10 - Evolução dos registros e certificações LEEDTM, no Brasil .................... 58 Figura 11 - Projetos registrados LEEDTM, por Unidades Federativas ...................... 59 Figura 12 - Redução de impactos negativos de prédios com certificação LEED ..... 59 Figura 13 - Perfil genérico de carga típica de um estádio ......................................... 72 Figura 14 - Relação dos procedimentos de verificação da sustentabilidade da Arena Pantanal ..................................................................................... 102 Figura 15 - Distribuição das categorias de “ações” por continentes e mundo ........ 120 Figura 16 - Possibilidade de interferência das “ações” pelo mundo ....................... 121 Figura 17 - Arena da Amazônia............................................................................... 129 Figura 18 - Arena da Baixada.................................................................................. 130 Figura 19 - Arena das Dunas................................................................................... 131 Figura 20 - Arena de Itaquera.................................................................................. 132 Figura 21 - Arena Fonte Nova ................................................................................ 133 Figura 22 - Arena Pernambuco................................................................................ 134 Figura 23 - Estádio Beira-Rio.................................................................................. 135 Figura 24 - Estádio Castelão ................................................................................... 136 Figura 25 - Estádio do Maracanã............................................................................. 137 Figura 26 - Estádio do Mineirão ............................................................................. 138 Figura 27 - Estádio Nacional de Brasília ................................................................ 139 Figura 28 - Corredores Estruturais de Transporte Coletivo - VLT ........................ 143 Figura 29 - COT-Barra do Parí, em Várzea Grande................................................ 146 Figura 30 - COT-UFMT, em Cuiabá....................................................................... 146 Figura 31 - Localização da Arena Pantanal e de seu complexo esportivo (em relação à área urbana do município, Regiões Administrativas de Cuiabá, Mato Grosso, Região Centro-Oeste e Brasil).......................... 151 Figura 32 - Concepção original do “Verdão”.......................................................... 152 Figura 33 - Estádio Governador José Fragelli......................................................... 152 Figura 34 - Obras iniciais do Estádio “Verdão”...................................................... 153 Figura 35 - Construção do Estádio Verdão.............................................................. 153 Figura 36 - O José Fragelli, o Verdão, é o principal estádio de Mato Grosso......... 153 Figura 37 - Projeto da Arena Pantanal desenvolvido por Castro Mello Arquitetos.154 Figura 38 - Demolição das torres de iluminação..................................................... 156 Figura 39 - Desmonte da cobertura metálica........................................................... 156 Figura 40 - Setorização com a parte superior da arquibancada sul desmontada..... 158 Figura 41 - Corte esquemático com a apresentação de todos os níveis da Arena Pantanal...................................................................................... 159 Figura 42 - Planta “00” do Projeto da Arena Pantanal............................................ 160 Figura 43 - Planta “10” do Projeto da Arena Pantanal............................................ 160 Figura 44 - Planta “20” do Projeto da Arena Pantanal ........................................... 161 Figura 45 - Vista Lounge VVIP - Setor Oeste......................................................... 162 Figura 46 - Vista Lounge VIP - Setor Oeste............................................................ 162 Figura 47 - Planta “30” do Projeto da Arena Pantanal ........................................... 162 Figura 48 - Planta “40” do Projeto da Arena Pantanal............................................ 163 Figura 49 - Planta “50” do Projeto da Arena Pantanal............................................ 163 Figura 50 - Planta de cobertura do projeto da Arena............................................... 164 Figura 51 - Implantação do projeto a ser utilizado no Mundial de 2014................. 165 Figura 52 - Vista da Passarela e Scalinata............................................................... 166 Figura 53 - Vista da Marquise e da Passarela.......................................................... 166 Figura 54 - Implantação do projeto multiuso adequado a Cuiabá, pós 2014........... 166 Figura 55 - Fundos do Setor Oeste - Out/2011........................................................ 167 Figura 56 - Setor Oeste concluído - Out/2012......................................................... 167 Figura 57 - Lava-rodas de caminhões...................................................................... 171 Figura 58 - Umidificação das vias de circulação..................................................... 171 Figura 59 - Exemplos de pavimentos a serem utilizados, na área externa, com controle de SRI.................................................................................... 174 Figura 60 - Elementos controladores de vazão de água da Arena Pantanal............ 176 Figura 61 - Integração dos recursos hídricos. Economia de consumo de água....... 179 Figura 62 - As preocupações com o conforto térmico da Arena Pantanal............... 190 LISTA DE TABELAS TABELA 01 - Síntese dos estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, no mundo ............................................................................. 106 TABELA 02 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na África (54 países) ............................................................................ 109 TABELA 03 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na América (36 países) ......................................................................... 111 TABELA 04 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Ásia (49 países) ....................................................................................... 112 TABELA 05 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Europa (45 países) ............................................................................... 114 TABELA 06 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Oceania (14 países) ......................................................................... 115 TABELA 07 - Análise quantitativa dos aspectos de sustentabilidade das ecoarenas consideradas ......................................................................... 117 TABELA 08 - Análise quantitativa dos aspectos de sustentabilidade das ecoarenas mais sustentáveis................................................................... 197 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas AELP: Associação de Empresários e Locatários da Prainha AGECOPA: Agência Est. de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal APPs: Áreas de Preservação Permanente AQUA: Alta Qualidade Ambiental AsBEA: Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura ASHRAE: American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineering - Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado BEE: Eficiência Ambiental do Edifício BEPAC: Building Environmental Performance Assessment Criteria Critérios de Avaliação do Desempenho Ambiental da Construção BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BRE: Building Research Establishment - Fundação da Pesquisa da Construção BREEAM: Building Research Establishment Environmental Assessment Method Fundação da Pesquisa do Método de Avaliação Ambiental da Construção BRT: Bus Rapid Tranport - Transporte Rápido de Ônibus C40: Grandes Cidades Para Liderança do Clima CAD: Computer-aided Design - Desenho Auxiliado por Computador CAF: Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles Construções e Auxílios para Ferrovias CASBEE: Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency Sistema Completo de Avaliação da Eficiência Ambiental da Construção CBCS: Conselho Brasileiro de Construção Civil CBF: Confederação Brasileira de Futebol CEF: Caixa Econômica Federal CFCs: Clorofluorcarbonetos CMP: Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto CODEMAT: Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso CO2: Dióxido de Carbono (Gás Carbônico) COI: Comitê Olímpico Internacional COL: Comitê Organizador Local CONAMA: Conselho Nacional de Meio Ambiente Condeprodemat: Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso CONCACAF: Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe CONMEBOL: Confederação Sul-Americana de Futebol COP: Conferência das Partes COTs: Campos Oficiais de Treinamento COVs: Compostos Orgânicos Voláteis CPA: Centro Político Administrativo CPDS: Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável CSTB: Centre Scientifique et Technique du Bâtiment Centro Científico e Técnico para a Construção DAP: Declarações Ambientais do Produto DIN: Dinamarca DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes EIA: Estudo de Impacto Ambiental EMAS: Eco-Management and Audit Scheme - Sistema de Auditoria e Ecogestão ETE: Estação de Tratamento de Esgotos ETFE: Etileno-tetrafluoretileno EUA: Estados Unidos da América FCAV: Fundação Carlos Alberto Vanzolini FEB: Força Expedicionária Brasileira FGV: Fundação Getúlio Vargas FIFA: Federação Internacional de Futebol FISPQ: Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico FR: França FSC: Forest Stewardship Council - Conselho de Manejo Florestal GBC: Green Building Challenge - Desafio da Construção Verde GW: Gigawatt HQE: Haute Qualité Environnementale - Alta Qualidade Ambiental HK-BEAM: Hong Kong Building Environmental Assessment Method Método de Avaliação Ambiental da Construção de Hong Kong IAAF: International Association of Athletics Federations Associação Internacional de Federações de Atletismo IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IDH: Índice de Desenvolvimento Humano IGP-DI: Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna iiSBE: International Initiative for Sustainable Built Environment Iniciativa Internacional para o Ambiente Construído Sustentável INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial IPCC: Intergovernmental Panel on Climate Change Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas ISO: International Organization for Standardization Organização Internacional para Padronização LED(s): Diodo(s) Emissor(es) de Luz LEED: Leadership in Energy and Environmental Design Liderança em Energia e Design Ambiental LEED AP: Profissional Acreditado LEED MOP: Módulo Operacional Provisório MPE: Ministério Público Estadual MW: Megawatt NBR: Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas ONG(s): Organização(ões) Não Governamental(is) ONU: Organização das Nações Unidas OPEP: Organização dos Países Exportadores de Petróleo PAC: Programa de Aceleração do Crescimento PB: Países Baixos PET: Politereftalato de Etileno PIB: Produto Interno Bruto PNUMA: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PROCEL: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica PTFE: Politetrafluoretileno (Teflon®) PVC: Cloreto de Polivinila QAE: Qualidade Ambiental do Edifício QEB: Qualité Environnementale du Bâtiment - Qualidade Ambiental da Construção RCD: Resíduos de Construção e Demolição RIMA: Relatório de Impacto Ambiental RTQ-R: Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais RU: Reino Unido SBAT: Sustainable Building Assessment Tool Ferramenta de Avaliação de Construção Sustentável SECOPA: Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo - FIFA 2014 SGE: Sistema de Gestão do Empreendimento SHGC: Solar Heat Gain Coefficient - Coeficiente de Ganho de Aquecimento Solar SMO: Système de Management de l’Opération - Gestão de Operação do Sistema SRI: Solar Reflectance Index - Índice de Refletância Solar TCU: Tribunal de Contas da União UEMT: Universidade Estadual de Mato Grosso UFMS: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMT: Universidade Federal de Mato Grosso UNESCO: Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura UNFCCC: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima USGBC: Conselho de Edificações Verdes dos Estados Unidos VIP: Very Important Person/People - Pessoa(s) Muito Importante(s) VVIP: Very VIP - Pessoa(s) Extremamente Importante(s) VLT: Veículo Leve Sobre Trilhos WWF: World Wide Fund for Nature - Fundo Mundial para a Natureza SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO……………………..…………………………………… .... 17 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA..……………………………... … 17 1.2. JUSTIFICATIVA.………………………………………………. …...… 20 1.3. OBJETIVOS ..............................................................................................21 1.4. O PROBLEMA E A HIPÓTESE DA PESQUISA…………………... ... 22 1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO...…………………………………...… 23 2. SUSTENTABILIDADE: CONCEITOS GERAIS.……………….…….... 25 2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA.......………………………...… 25 2.2. SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL.………….…...… 34 2.3. AS CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS..……………………………….. 44 2.3.1. BREEAM: Building Research Establishment Environmental Assessment Method .................................................................................46 2.3.2. BEPAC: Building Environmental Performance Assessment Criteria 47 2.3.3. GBC: Green Building Challenge ............................................................48 2.3.4. CASBEE: Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency ........................................................................50 2.3.5. HQE: Haute Qualité Environnementale ...............................................51 2.3.6. Green Star .................................................................................................53 2.3.7. Processo AQUA: Alta Qualidade Ambiental .........................................54 2.4. A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL LEEDTM ......................................... 55 2.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE A TEMÁTICA .......................................... 60 3. A SUSTENTABILIDADE EM EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS ….... 63 3.1. A SUSTENTABILIDADE EM ESTÁDIOS DE FUTEBOL .................. 63 3.1.1. Princípios da Sustentabilidade em Ecoarenas .......................................71 3.2. O PROGRAMA FIFA GREEN GOALTM ............................................... 80 3.2.1. Contextualização Histórica......................................................................81 3.2.2. Etapas do Programa Green GoalTM Para Estádios Sustentáveis .........88 4. MATERIAIS E MÉTODO .......................................................................... 95 4.1. ECO ARENAS ...........................................................................................95 4.2. ARENA PANTANAL .............................................................................100 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 105 5.1. A SUSTENTABILIDADE EM ECOARENAS PELO MUNDO .......... 105 5.1.1. O Continente Africano ...........................................................................108 5.1.2. O Continente Americano .......................................................................110 5.1.3. O Continente Asiático ............................................................................112 5.1.4. O Continente Europeu ...........................................................................113 5.1.5. O Continente Oceânico ..........................................................................114 5.1.6. Síntese dos Resultados de Sustentabilidade em Ecoarenas ................116 5.2. A COPA DO MUNDO FIFATM BRASIL 2014...................................... 122 5.3. CUIABÁ E A COPA DO PANTANAL ..................................................140 5.4. A ARENA PANTANAL .........................................................................150 5.4.1. Retrospectiva Histórica e Urbanística ..................................................150 5.4.2. A Concepção e o Projeto Arquitetônico ...............................................157 5.4.3. Parâmetros de Avaliação da Sustentabilidade da Arena Pantanal ...170 5.4.3.1. Ação 01: Ambiente Urbano e Paisagístico..............................................170 5.4.3.2. Ação 02: Transporte ................................................................................175 5.4.3.3. Ação 03: Água - Racionalização .............................................................176 5.4.3.4. Ação 04: Água - Conservação e Reuso ...................................................177 5.4.3.5. Ação 05: Energia - Fontes Renováveis ...................................................180 5.4.3.6. Ação 06: Energia - Demanda Minimizada ..............................................182 5.4.3.7. Ação 07: Materiais Ecológicos ...............................................................184 5.4.3.8. Ação 08: Resíduos e Reciclagem ............................................................186 5.4.3.9. Ação 09: Conforto Ambiental Passivo....................................................188 5.4.3.10. Ação 10: Conforto Ambiental Ativo .....................................................192 5.4.4. Avaliação Final das Diretrizes Projetuais de Sustentabilidade .........194 6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................... 201 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 209 ANEXOS ............................................................................................................ 223 ANEXO 1. LEED para Novas Construções 2009 – Registro Projeto Checklist. APÊNDICES...................................................................................................... 225 APÊNDICE 1. Fichas dos principais estádios de futebol sustentáveis, do mundo. 17 1. INTRODUÇÃO O presente capítulo, introdutório, contextualiza a pesquisa a ser apresentada, sua problemática e expõe as justificativas para o desenvolvimento desta dissertação, além de seus objetivos: geral e específicos e a estruturação do documento. 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Ao longo do início do século XXI observa-se a expansão de grandes eventos esportivos para países em desenvolvimento como: a Índia (IV Jogos Mundiais Militares - 2007), a China (XXIX Jogos Olímpicos de Verão – 2008), a África do Sul (XIX Copa do Mundo FIFA - 2010), o Brasil (V Jogos Mundiais Militares – 2011; XX Copa do Mundo FIFA - 2014; XXXI Jogos Olímpicos de Verão - 2016), a Rússia (XXII Jogos Olímpicos de Inverno – 2014; XXI Copa do Mundo FIFA – 2018) e o Qatar (XXII Copa do Mundo FIFA – 2022). Estes vêm se tornando um importante recurso de transformações urbanas, com significativo impacto social, político e econômico nas cidades que os sediam (MASCARENHAS; BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011). Entretanto, nem sempre a tecnologia e a infraestrutura destes audaciosos megaprojetos são adequadas, ou considera as condições locais e culturais da população. Projetos de novas arenas / estádios são, em geral, exportados da Europa e dos Estados Unidos para o resto do mundo, contrapondo-se a noções de respeito e sustentabilidade econômica, ambiental e cultural do país e mesmo da cidade a sediar tais entretenimentos esportivos. Muitas vezes, os “destinos finais” são nações ainda consideradas emergentes, ou em desenvolvimento que exibem situações precárias, por falta de investimentos públicos, de acesso à água potável, transporte público, educação, saúde de qualidade, saneamento básico e equipamentos sociais essenciais. 18 Mas, que já gastaram, ou virão a gastar bilhões com a (re)construção, reforma e modernização de equipamentos esportivos para se destacarem globalmente. Como forma de exemplificar, o Brasil, estima-se, investirá mais de R$ 6,3 bilhões (VILARON, 2010) somente nas doze arenas espalhadas nas cinco regiões para a Copa de 2014 da Federação Internacional de Futebol (FIFA). Um valor superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de todo o estado de Roraima R$ 5.6 bilhões (IBGE, 2011). Nunca tanto dinheiro fora investido na construção civil em prol de um único evento esportivo já que tal estimativa orçamentária supera os gastos com todo o legado (obras estruturais, novas arenas, infraestrutura, transportes e etc.) dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, R$ 5.7 bilhões (MOTTA, 2007). A XX Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM vem movimentando bilhões de reais, principalmente nos setores industrial, econômico, de serviços e turismo. E para seus trinta dias de celebração milhares de empregos serão criados direta e indiretamente. A previsão do Governo Federal e do Ministério dos Esportes é que a segunda Copa do Mundo do Brasil gere investimentos de mais de R$ 185 bilhões (JÚNIOR, 2011) e uma arrancada na construção civil, na infraestrutura e em novas tecnologias, como nunca visto antes. O espólio da XX Copa FIFA está exatamente neste fato: proporcionar uma melhor qualidade de vida aos brasileiros, de forma a recuperar anos de atraso e descaso das autoridades públicas na prestação de serviços. Entretanto, toda esta preparação requer uma cadeia produtiva altamente impactante para o meio ambiente pelo elevado consumo de insumos (SATTLER; PEREIRA, 2006), já que o setor da construção civil é um dos grandes responsáveis pelo consumo de recursos naturais e geração de impactos negativos. Recursos estes, nem sempre renováveis, finitos na natureza, e que se explorados sem nenhum critério e de forma excessiva não poderão mais ser produzidos, regenerados, ou reutilizados a uma escala que possam sustentar a sua taxa de consumo. No entanto, a Copa do Brasil vem sendo chamada de “Copa Limpa”, “Copa Verde”, pelas ações ecológicas desprendidas no setor da construção civil, uma vez que profissionais da arquitetura, engenharia e construção têm como premissa, inserir algumas práticas de sustentabilidade em seus projetos para que estes alcancem melhores níveis de qualidade e conforto no ambiente construído, principalmente nos projetos das novas arenas que caminham em prol do desenvolvimento sustentável. 19 A sustentabilidade, foco desta pesquisa, é objeto de estudos científicos há décadas e estes já produziram uma significativa quantidade de trabalhos, abordando desde a origem de seu conceito, até as suas aplicações nos mais variados campos do saber, com destaque para a economia, a engenharia e a geografia, dentre outros. Já a relação entre arenas/estádios de futebol e a sustentabilidade, todavia, não fora incorporada às pesquisas; marcada pela escassez de trabalhos e obras publicadas sobre o assunto. O que dificulta o estabelecimento de regras, boas práticas e até mesmo a exemplificação. Esta temática em questão é recente fruto das preocupações ambientais do final do século XX, tendo como marco a Eco - 92, no Rio de Janeiro e a assimilação de seus preceitos pelo COI, em 1994, no Congresso do Centenário Olímpico desta instituição (IOC, 2009). Todavia, somente em 2006, com os preparativos para a Copa do Mundo da Alemanha é que a FIFA - instituição internacional que dirige as associações de futebol, órgão máximo deste esporte - e seus parceiros introduziram políticas ambientais, através do Programa Green GoalTM, na organização e disseminação de Copas “mais sustentáveis” (FIFA, 2007). No Brasil, o apoio a projetos de construção e reforma de arenas que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014 e de urbanização de seus entornos ficou a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Influenciado, inicialmente, por uma tendência mundial de bancos assimilarem critérios socioambientais na avaliação financeira de projetos. Acrescido do reflexo ao desenvolvimento histórico do sistema capitalista brasileiro, onde o ônus é de responsabilidade do Estado e o bônus de construtoras e da iniciativa privada. Foi através desta linha de crédito especial, que o BNDES se tornou o maior incentivador da “Copa Verde”, no Brasil, ao exigir projetos que contemplem, desde aspectos relacionados à sustentabilidade ambiental à sustentabilidade financeira, na solução de gestão. Estes também deveriam apresentar um contrato firmado com entidades certificadoras de Qualidade Ambiental, reconhecidas internacionalmente e/ou acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), com vistas à obtenção de certificação para o projeto, em até doze meses, após o término da utilização dos recursos (SPORTV, 2012). Por não existir um método específico a ser seguido, as metodologias utilizadas nas certificações ambientais se tornaram as principais fontes das diretrizes 20 projetuais para arenas sustentáveis. Contudo, todo país apresenta especificidades - o que obrigaria a cada um destes a desenvolver sua própria metodologia de avaliação, ou certificação ambiental - que variam desde as condições climáticas ao desenvolvimento industrial, passando pelas técnicas construtivas. O Brasil para a Copa do Mundo FIFA 2014 terá grande parte de seus projetos certificados pela metodologia americana LEED, uma das mais difundidas no mundo, voltada muito mais para a realidade dos Estados Unidos, de país desenvolvido, do que para a realidade periférica, marcada por grandes desigualdades sociais, brasileira. Cuiabá, no Mato Grosso, será uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. O projeto da nova Arena Pantanal, objeto de estudo deste trabalho, foi reverenciado pela FIFA como um dos melhores projetos do próximo mundial; mesmo sendo um dos maiores e mais onerosos projetos do estado do Mato Grosso, até hoje. Orçado, provisoriamente, em R$ 518,9 milhões (BRASIL, 2012a), apresenta uma capacidade superior à demanda local, 43.600 pagantes (BRASIL, 2012a). Todavia, apresenta justificativas que o colocam, a princípio, como edificado de forma a ser inserido e apropriado ao ambiente urbano, posteriormente a Copa de 2014, pela população cuiabana, que não possui equipes de futebol renomadas e de tradição nas séries A e B do principal campeonato do país o “Brasileirão”. 1.2. JUSTIFICATIVA Não há dúvidas da importância estratégica e desenvolvimentista das questões acima, para o progresso nacional e para o estado de Mato Grosso. Talvez, esteja, neste fato, a relevância desta proposta: ao levar a uma esfera acadêmica, de profunda reflexão, a abordagem de uma temática ao mesmo tempo generalista - por tratar de questões vitais ao desenvolvimento de qualquer país; atual - por tratar da sustentabilidade; e específico - por se ater a um objeto de estudo delimitado, a Arena Pantanal e suas questões construtivas para a Copa do Mundo FIFA 2014TM. Com a intensificação das atividades humanas, principalmente através da construção civil, sobre os limitados recursos naturais presume-se que o desequilíbrio ecológico do planeta tenha nesta sua principal causa. As discussões e estudos a fim de desenvolver estratégias e soluções para diminuírem esses impactos têm evoluído e 21 despertado o setor para uma mudança de paradigma incorporando práticas de sustentabilidade nas edificações (BRASIL, 2010). Empreendimentos sustentáveis, não só do ponto de vista econômico, mas também, símbolos da vida cotidiana, das inovações tecnológicas, das preocupações e do desenvolvimento sociocultural, que surgem de modo a disseminar o conhecimento a respeito deste desenvolvimento dito sustentável (ANDRADE, 2010). Este estudo busca contribuir com a apreciação desta sustentabilidade na construção civil, em especial em grandes empreendimentos esportivos. Assim, espera-se apresentar as políticas de adoção da sustentabilidade como um poderoso instrumento de mudança de postura, de eliminação de desperdícios, de inovação tecnológica e de redução de impactos ecológicos. 1.3. OBJETIVOS A Arena Pantanal será analisada nesta pesquisa, através de um viés de sustentabilidade “verde”. O objetivo principal deste estudo é identificar se as soluções projetuais adotadas por seus idealizadores (Sérgio Coelho, da GCP Arquitetos e pelo Grupo Stadia) atendem aos critérios da promoção da sustentabilidade e de que forma. Buscar-se-á apresentar como parâmetro, as principais soluções projetuais adotadas por estádios de futebol mundiais. Deste objetivo central, desprendem-se os seguintes objetivos secundários: 1) apresentar os desafios e aspectos gerais do contexto da sustentabilidade referentes a megaeventos esportivos; 2) levantar e apresentar os principais exemplos mundiais de sustentabilidade aplicados a estádios de uso futebolístico; 3) destacar a importância do envolvimento de entidades como o COI, a FIFA e Agências Certificadoras “Verdes”, através de suas normativas, na promoção da sustentabilidade de equipamentos esportivos e; 4) verificar - através de uma análise comparativa, entre a situação proposta para Cuiabá e o modelo supostamente globalizado de estádios que podem vir a ser replicados em qualquer parte do planeta, a despeito de fatores diferenciadores locais, como os econômicos, tecnológicos, climáticos e culturais - se o projeto escolhido e em execução está adaptado aos condicionantes locais. 22 1.4. O PROBLEMA DA PESQUISA Esta é uma pesquisa qualitativa, exploratória, baseada em um seleto grupo de amostras que proporcionam percepções, interpretações próprias e a apreensão do contexto de um problema pouco explorado, que deve ser melhor definido e compreendido, através do contato direto com o objeto em questão (Figura 01). A situação-problema em que esta pesquisa se insere é verificar, através de um estudo de caso, sem abdicar de técnicas quantitativas como, análise de dados, se a Arena Pantanal apresenta soluções projetuais sustentáveis - com base nos principais equipamentos esportivos, deste tipo, no mundo - e adequadas ao contexto ambiental, onde está inserida. E que não seja apenas, sinônimo de uma jogada de marketing das campanhas de publicidade envolvidas e das esferas de governo responsáveis. Para isso, foi efetivada, inicialmente, uma contextualização histórica sobre a sustentabilidade e sua aplicação na construção civil, em especial a grandes equipamentos esportivos, assim como, das principais ferramentas para a identificação de estratégias de sustentabilidade adotadas: as certificações ambientais. Posteriormente, o Capítulo 4 – “Materiais e Método” aprofundará esta questão em relação ao objeto de pesquisa, a Arena Pantanal. Figura 01 - Delineamento da pesquisa. Fonte: Autor, 2012. 23 1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO A presente dissertação foi organizada em capítulos, de acordo com os conteúdos a seguir, que buscam apresentar o conceito de sustentabilidade aplicado a estádios de futebol. O Capítulo 1 contextualiza a pesquisa, sua problemática e apresenta as justificativas para o desenvolvimento da dissertação, seus objetivos: geral e específicos e a estruturação do documento. O Capítulo 2 trata dos temas centrais relacionados à sustentabilidade: sua contextualização histórica, através de uma abordagem ampla e irrestrita; sua aplicação na construção civil; e aborda seus instrumentos de verificação em edificações, os “selos” conhecidos como certificações ambientais. O Capítulo 3 analisa o referencial técnico da sustentabilidade aplicada a equipamentos esportivos (Ecoarenas), com destaque para o Programa da FIFA Green GoalTM; normativa desta entidade que, por exemplo, exige que a certificação ambiental LEEDTM seja verificada em todas as arenas da Copa do Mundo de 2014. O Capítulo 4 institui os materiais e método de trabalho para os procedimentos de avaliação da sustentabilidade da Arena Pantanal. O Capítulo 5 implementa os resultados e as discussões do estudo de caso: a Arena Pantanal, seus conceitos de sustentabilidade e critérios utilizados em projeto (com base em uma ampla exposição de modelos de estádios mundialmente sustentáveis). Além de analisar, brevemente, o Mundial, no Brasil, e em Cuiabá. O Capítulo 6 traz as considerações finais para a pesquisa realizada considerando os objetivos apresentados no Capítulo 1. Por último, são apresentadas as principais referências teóricas e eletrônicas utilizadas para a produção desta dissertação, assim como apêndices e anexos. É de interesse salientar que, com a apresentação destes resultados, este estudo servirá de alicerce referencial para a implantação e construção de novas arenas poliesportivas e estádios de futebol baseados em projetos mais sustentáveis; já que um dos maiores desafios da sustentabilidade é aplicar a teoria em prática. 24 25 2. SUSTENTABILIDADE: CONCEITOS GERAIS Neste capítulo serão abordados os ideários da sustentabilidade, inicialmente, através de sua contextualização histórica e de sua evolução para o conceito de desenvolvimento sustentável. A segunda seção apresentará um breve histórico da sustentabilidade aplicada à construção civil. Já a terceira seção abordará os diferentes selos de certificação ambiental; instrumentos criados e destinados a verificar o grau de sustentabilidade de edificações, educar seus usuários e assim reduzir os impactos negativos da construção civil sobre o meio ambiente. A quarta seção se limitará a certificação norte-americana LEEDTM, uma das mais importantes do mundo e recomendada pela FIFA para a construção/reforma de estádios de futebol. Por último, algumas considerações sobre a temática serão apresentadas na seção 2.5. 2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Ao longo da história múltiplos eventos científicos, publicações e acordos internacionais foram firmados com o desígnio de despertar a sociedade para os problemas decorrentes do desenvolvimento sem limites e permitir as futuras gerações o mínimo de impactos negativos ao meio ambiente. A sustentabilidade que será tratada nesta seção está diretamente relacionada à evolução econômica do homem e da apropriação deste dos insumos disponibilizados pelo planeta. Abaliza-se a seguir, os principais episódios com vistas a contextualizar esta pesquisa. A Revolução Industrial, na Inglaterra, em meados do século XVIII, é considerada um dos principais marcos de transformação do homem sobre a natureza, a economia, a sociedade e sobre a tecnologia. Com a expansão desta pelo mundo, nos dois séculos consecutivos, nunca, em toda a história, se consumiram combustíveis fósseis, matérias-primas e energia com tanta intensidade (ANDRADE, 2010). 26 Nesse período, a natureza foi transformada, gradativamente, em objeto econômico de consumo, fruto da ratificação do capitalismo como sistema econômico vigente. O que ocasionou, desde então, uma série de impactos negativos sobre a saúde humana e sobre o planeta como: aquecimento global; degradação ambiental; desequilíbrios ambientais; desigualdades sociais; aumento da poluição e das doenças correlacionadas; crescimento da pobreza extrema; dentre outros. O atual sistema econômico considera os recursos naturais infinitos - já que com o avanço tecnológico são possíveis substituições de recursos - e se considera inofensivo ao meio natural; apenas se preocupando com a produtividade e com o aumento de riquezas. O Produto Interno Bruto (PIB) de um país, por exemplo, que mede seu grau de prosperidade (bem-estar social e o desenvolvimento), não tem uma preocupação com a sustentabilidade e sim com a ideia de que um crescimento infinito é sinônimo de desenvolvimento e de uma melhor qualidade de vida. O relatório apresentado em fevereiro de 2007 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) relata que se mudanças no modelo de produção e consumo, de cultura e da forma de viver não forem aprovadas brevemente, a humanidade sofrerá graves consequências e catástrofes ambientais. Após a Segunda Guerra Mundial, com a retomada do crescimento populacional, a expansão de técnicas construtivas e a abundância de combustíveis fósseis baratos (como o petróleo e o carvão mineral), disseminaram pelo mundo, inadequadamente, em ambientes climatologicamente distintos, o uso das mesmas matérias-primas e soluções tecnológicas (ANDRADE, 2010). Soluções que além de não respeitarem culturalmente e arquitetonicamente as peculiaridades locais difundiram equívocos nas obras de engenharia e graves problemas ambientais. Entretanto, foi só a partir da década de 1960, ou seja, quase dois séculos depois, que o descaso com o meio ambiente passou a constar na pauta de problemas a serem resolvidos por diversos cientistas e instituições. Já que até então, cada empresa concebia seu modelo de gestão ambiental, em função da falta de um aparato legislativo governamental. Em 1968, foi fundado o Clube de Roma, um grupo formado por intelectuais, empresários e políticos, sem fins lucrativos, que questionavam o modelo de produção, a estrutura de consumo e as questões relacionadas com a poluição e o meio ambiente (SEIFFERT, 2007). 27 Na década de 1970, o Clube de Roma, como resultado dessas discussões e debates, divulgou o seu primeiro relatório “Os Limites do Crescimento” (do original, em inglês, The Limits of Growth), de 1972, onde apontou as consequências da poluição gerada pela sociedade industrial até então; através da relação do crescimento exponencial desastroso da população diante dos insumos disponíveis. Com o lançamento de tal relatório se intensificaram as reuniões internacionais promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), Organizações Não Governamentais (ONGs), Fundo Mundial Para a Natureza (WWF, da sigla em inglês) e Estados em prol da normatização de modelos de gestão ambiental e da criação de uma agência reguladora (BISMARCHI, 2011). O marco destes encontros ocorreu em 1972, a Conferência de Estocolmo Sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas a primeira tentativa mundial de organizar as relações do homem e do meio ambiente. Dentre os principais assuntos discutidos destacaram-se as responsabilidades dos países centrais com o consumo exagerado, a infraestrutura de países emergentes e o crescimento demográfico dos países periféricos. A declaração sobre o meio ambiente humano foi o documento confeccionado por tal encontro e abordou os princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões concernentes as questões ambientais; reconhecendo a importância da educação ambiental (BRASIL, 2010). Um ano depois, o mundo foi assolado pela segunda crise mundial do petróleo em protesto ao apoio prestado pelos Estados Unidos a Israel durante a Guerra do Yom Kippur1, fazendo com que os países árabes participantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) aumentassem o preço do petróleo em mais de 300%. Com esta crise, as ideias pela busca por sistemas passivos de conforto no ambiente construído e aproveitamento de recursos naturais foram retomadas (CORBELLA; YANNAS, 2009). Em 1977, na Geórgia, país do leste europeu, realizou-se a Conferência de Tbilisi, através de uma parceria da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) da ONU. Nela ficou estabelecido que o processo educativo 1 Conflito armado ocorrido de 06 a 26 de outubro de 1973, também conhecido como Guerra do Ramadã. O Oriente Médio teve nas localidades da Península do Sinai, Colinas de Golã e adjacências, um combate direto entre Israel, que fora vencedor, e uma aliança formada pela Síria, Egito e Iraque. 28 necessitaria focar os problemas ambientais, através da interdisciplinaridade e da participação ativa de toda a sociedade (BRASIL, 2010). Dois anos depois, foram firmadas a Convenção de Berna sobre a proteção de habitats e a Convenção de Genebra sobre a poluição atmosférica. No Brasil, nesta mesma década, ocorreram os primeiros movimentos sociais pelo meio ambiente; o que fez com que o país participasse da reunião de Estocolmo, de 1972, com uma posição da ditadura militar de que “nada poderia impedir o crescimento econômico”. Entretanto, esta posição é contraditória já que em 1973 foi criada uma Secretaria Especial do Meio Ambiente. Na década de 1980, a pressão direta dos ambientalistas sobre as corporações e os Estados tomava força. Empresas, investidores e seguradoras passaram a reagir a estas pressões e buscaram incorporar normas ambientais a processos e produtos como sinal de responsabilidade social. Inspirado nos Estados Unidos da América (EUA) - que na década anterior tornara obrigatório a realização de Estudos de Impactos Ambientais - diversos outros países adotaram tal medida. Outro país da América do Norte, o Canadá, se tornou a primeira nação a lançar um modelo de gestão ambiental o Programa de Ação Responsável desenvolvido pela Associação das Indústrias Químicas do Canadá, em 1984 (SOUSA, 2010). Um ano antes fora assinado o Protocolo de Helsinque, na Finlândia, sobre a Qualidade do Ar, temática novamente discutida quatro anos depois, no Protocolo de Montreal, no Canadá, que aborda as substâncias que destroem a camada de ozônio. Contudo, foi só em 1987 com a divulgação do Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum), fruto da Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento da ONU, de 1983, que o conceito de desenvolvimento sustentável fora empregado pela primeira vez na história. Onde, segundo sua definição, as necessidades dos mais pobres, devem receber prioridade máxima, assim como, deve haver um limite de tecnologia e da organização social, para que as futuras gerações possam também satisfazer as suas reais necessidades (ONU, 1987). O Brasil, nesta década, evoluiu em relação às questões ambientais até então incipientes; além de participar da Conferência da ONU de 1983 sobre o Meio Ambiente, criou em 1981, através da Lei Federal 6938/81 o Sistema Nacional do Meio Ambiente e o Conselho Nacional do Meio Ambiente. Com a redemocratização 29 do país, em 1988, foi ratificada a nova Constituição Federal com direito a um capítulo específico sobre o meio ambiente. Já em 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) unificando todos os institutos e secretarias anteriormente sancionadas. Na década de 1990, com o fortalecimento das comunicações em nível global, houve uma maior pressão sobre governos e empresas em relação à ética e a transparência de ações. O mercado consumidor mundial se tornou mais consciente e a sustentabilidade se tornou o diferencial de produtos e países. A assinatura de diversos acordos internacionais sobre a camada de ozônio (Protocolo de Montreal de 1987), o transporte de materiais poluentes (Convenção da Basiléia de 1992) e a emissão de gases estufa (Mandato de Berlim de 1995) é um marco desta política. No entanto, o grande balizador desta década é a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, realizada na capital fluminense, ou também chamada de ECO 92, Cúpula da Terra, ou Rio 92. Nela, os 172 países presentes foram apresentados às normas da Organização Internacional para Padronização (ISO): Gestão Ambiental (ISO 14000) e Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001) e definiram uma série de ações para a melhoria do meio ambiente associado ao desenvolvimento e para a criação da Declaração do Rio, a Declaração dos Princípios Sobre Florestas, a Convenção Sobre Diversidade Biológica, além da principal delas: a Agenda 21. A Agenda 21 é o planejamento a ser adotado pelas esferas de governo em prol de uma sociedade sustentável, através de métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. O documento é dividido em 40 capítulos com 2500 recomendações e estratégias para conservação do planeta, além de metas em prol da exploração sustentável (CNUMAD,1997). Dentre os principais desdobramentos da Rio-92 destacamos a Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) 2 - que se reúne anualmente para debater o aprofundamento das regras de redução das emissões de gases-estufa e a proposta de um modelo de desenvolvimento limpo aos países em desenvolvimento; e a Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto (CMP) de 1997, no Japão, talvez a mais famosa desta temática 2 A Primeira delas ocorreu em Berlin, na Alemanha, em 1995, em 2012, a XVIII ocorrerá no Qatar. 30 de combate ao aquecimento global, que trata suas partes de forma diferenciada; ao creditar aos países mais industrializados uma obrigação maior em reduzir as emissões de gases poluentes na atmosfera. Podendo estes, também, comprarem créditos de carbono, através de um sistema de comércio de emissões entre diferentes países, desde que invistam em tecnologias limpas. Contudo, tal sistema é incoerente já que permite que países ricos continuem poluindo, ao manter os países pobres endividados. Este acordo ratificado, em 2005, ficou famoso pela recusa dos Estados Unidos da América, um dos principais poluidores mundiais, em firmá-lo. Ainda em 1997, em Nova Iorque, foi realizada a 19ª Sessão Especial da Assembleia-Geral das Nações Unidas, também designada Rio + 5, com o objetivo de avaliar os cinco primeiros anos de operação da Agenda 21. O encontro identificou as principais dificuldades relacionadas à implementação do documento, priorizou ações para os anos posteriores e conferiu impulso político para as negociações ambientais em curso ao difundir a temática nos meios de comunicação (COSTA, 2008). O Brasil, nesta mesma década, implantava efetivamente a Lei Ambiental de 1981, através do Decreto Federal 99274/90. Em 1998, foi criada a Lei de Crimes Ambientais e após diversos nomes e alterações, em 1999, foi designado Ministério do Meio Ambiente à antiga Secretaria Especial do Meio Ambiente (SOUSA, 2010). Campanhas e ações publicitárias por parte do governo e de companhias privadas explicitando seu compromisso com a questão socioambiental se intensificaram também neste mesmo período. Já no começo do século XXI, a sustentabilidade antes restrita a intelectuais e políticos se “democratizava” e passava a ser vinculada em todos os meios de comunicação como forma de estímulo, ou mesmo pressão para que governos e empresas incorporassem conceitos de desenvolvimento sustentável. Historicamente, em 2002, na África do Sul, em uma de suas capitais, Johannesburgo, foi realizada a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio + 10, ou Cúpula da Terra de Johannesburgo, como forma de analisar os resultados alcançados até então e indicar o caminho a ser seguido para ratificar seus compromissos. A principal proposta desta conferência foi elevar a fração de energia renovável do mundo para 10%, até 2010, porém, por não ter sido aprovada na íntegra, não foi fixada para todos os países. 31 No Brasil, o começo do século XXI é marcado por esforços do setor público, privado e da sociedade civil organizada pela incorporação dos conceitos de sustentabilidade, seja através da mobilização local, seja pelo fortalecimento das associações, organizações e conselhos de meio ambiente. Em 2001, foram estabelecidas as diretrizes gerais da política urbana em prol de cidades sustentáveis, pela Lei nº 10.257, conhecida também como Estatuto das Cidades. Já, em 2002, a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS) elaborou a Agenda 21 brasileira; com o objetivo de propor estratégias, instrumentos e recomendações voltados para o desenvolvimento sustentável do país. O ano de 2012 foi marcado pela Rio + 20, conhecida também como Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Realizada entre os dias 13 e 22 de junho, na capital fluminense, tinha como objetivo discutir sobre a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável. O maior evento realizado pelas Nações Unidas até então tratou de temas relacionados aos recursos naturais do planeta, oceanos, a dimensão econômica, como também de questões sociais como a falta de moradia, erradicação da pobreza e a participação da mulher na sociedade. Com ela foi confeccionado um relatório “The Future We Want” (O Futuro que Queremos, do original em inglês) de 49 páginas, que não foram suficientes para incluir propostas importantes, relacionadas à “Economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, assim como da “Estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”, através de objetivos de sustentabilidade, decorrentes das divergências entre os principais interesses dos líderes de governos. Países europeus e africanos, por exemplo, ficaram insatisfeitos do PNUMA não ter se tornado uma Agência, o que para a mídia, em geral, refletiu o fracasso, ou a estagnação deste encontro (CARVALHO et al., 2012). Todavia, uma série de mais de 700 acordos paralelos foram firmados entre empresas, governos e instituições e prometem impactos positivos ao meio ambiente, através da conscientização da sociedade e de um orçamento de mais de 513 bilhões de dólares. Estes recursos serão investidos em projetos de transporte, energia e proteção ambiental, como por exemplo, para combater o aquecimento global. Neste mesmo encontro, em um evento paralelo, o Grupo das Grandes Cidades para Liderança do Clima (C40) formado por amplas metrópoles mundiais, 32 empenhadas em debater e combater as mudanças climáticas efetivou o Rio + C40. Neste, 58 prefeitos de todo o mundo (inclusive das cidades brasileiras de Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo) ratificaram a redução da emissão de mais de um bilhão de toneladas de gases responsáveis pelo efeito estufa até 2030. Juntas, estas cidades representam 18% do PIB mundial, consomem 75% da energia mundial e representam uma, em cada 12 pessoas, no mundo. É evidente que estas cidades têm muito a fazer, pois o debate sobre a diferença entre crescimento e desenvolvimento ainda não foi finalizado e profundas transformações nas estruturas socioeconômicas ainda são necessárias para a implementação da sustentabilidade plena (VEIGA, 2005). Ao tratar deste assunto, uma das metodologias mais aceitas, para determinar o conceito de desenvolvimento sustentável, já que sua interpretação não é universal e varia em função das diferentes áreas e prioridades, é aquela que a define como o equilíbrio de um tripé formado por: aspectos socioculturais, aspectos ambientais e aspectos econômicos; ou seja, o que é ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Segundo Bismarchi (2011), este conceito, apresentado pelo Relatório Brundtland, deve, nos próximos anos, se integrar de forma consistente ao corpo de conhecimentos existentes tanto das ciências humanas quanto das naturais, como argumentava Sachs (2002), há a necessidade de “voltar à economia política e a um planejamento flexível negociado e contratual, simultaneamente aberto para as preocupações ambientais e sociais”. Sachs (2002), por exemplo, apresenta os critérios da sustentabilidade distribuídos em oito dimensões: Social; Cultural; Ecológica; Ambiental; Territorial; Econômica; Política Nacional e Política Internacional, onde cada uma delas traz objetivos a serem alcançados, ainda que qualitativos, a fim de tornar a sociedade mais sustentável, partindo das políticas públicas, estratégias corporativas e movimentos sociais (ANDRADE, 2010; BISMARCHI, 2011). Edwards (2008) relaciona o desenvolvimento sustentável aos princípios que criaram a arquitetura clássica: firmitas, utilitas e vetustas (solidez, utilidade e beleza). Para ele, “um projeto não é economicamente sustentável se não cumprir uma função efetiva; não é ambientalmente sustentável se não for construído de forma sólida; e não é socialmente sustentável se não for desejável por seus usuários”. 33 Outra abordagem, em defesa do desenvolvimento sustentável, através de mudanças dos padrões de consumo e produção é a apresentada pelo PNUMA e conhecida como 3R’s: REDUZIR (o desperdício e o consumo), REUTILIZAR (materiais) e RECICLAR (dando preferência para os que podem ser reciclados). Manzini e Vezzoli (2002) indicam que a atual sociedade poderá se tornar objetivamente sustentável, desde que, a pegada ecológica (o quanto de terra e água são necessários para atender ao estilo de vida dos indivíduos) e o uso de bens materiais sejam os menores possíveis e planejados; atendendo a mudanças técnicas e culturais, para alcançar os seguintes requisitos gerais: - Fundar-se essencialmente em recursos renováveis; - Aperfeiçoar o emprego de recursos não renováveis; - Não acumular dejetos impassíveis de renaturalização; - Limitar as sociedades “ricas”, ou “pobres” ao gozo do espaço ambiental ao qual potencialmente têm direito. Apesar dos marcos e acordos aqui apresentados, as práticas do desenvolvimento sustentável só serão possíveis através da elaboração de uma agenda de prioridades com metas e objetivos de médio/longo prazo, debatidas em conjunto entre todos os atores sociais envolvidos, com a finalidade de redefinir padrões de consumo, de produção e da avaliação do bem-estar social. O setor da construção civil, sem dúvida, continua sendo um dos principais consumidores de recursos naturais e, por isso também, vem sendo desafiado a promover a sustentabilidade. Ele é responsável por 40% da emissão de gás carbônico, na atmosfera; e consome de 100 a 200 vezes mais recursos que a indústria automobilística. No Brasil, consome dois terços de toda a madeira extraída; é responsável por 21% do consumo de água; 35% da emissão de gases do efeito estufa; 70% dos resíduos e utiliza 42% da eletricidade produzida (BERROCAL, 2012). Desta forma, deve-se analisar este setor de forma holística, incluindo seus atores, alvos, suas diferentes necessidades e metas; só assim, poderão ser entendidas as ações tomadas para se alcançar os objetivos da sustentabilidade (BISMARCHI, 2011). 34 2.2. SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL Longe de se aprofundar numa discussão minuciosa sobre os constituintes da sustentabilidade na construção civil, o que por si só, já seria uma pesquisa complexa; esta seção pretende discorrer sobre a evolução deste conceito no desenvolvimento deste importante setor, até chegar à compreensão atual: da necessidade de mudanças e da adoção de uma postura mais ecológica. O setor da construção civil é vital e estratégico para o desenvolvimento de qualquer país do mundo, tanto pela edificação de estruturas físicas, quanto pelo processo da cadeia construtiva de absorção de mão-de-obra, investimentos e recolhimento de impostos. Entretanto, ao mesmo tempo, é um dos maiores causadores de impactos ambientais, pela elevada demanda de insumos em todo o ciclo da vida útil de uma edificação (JOHN, 2009). Originalmente, o conceito de análise do ciclo de vida, anteriormente citado, foi desenvolvido para a avaliação de impacto de produtos e posteriormente, foi adaptado para o desenvolvimento de metodologias de avaliação ambiental de edificações, na Europa, EUA e Canadá, no início da década de 1990 (SILVA, 2007). Desta forma procura descrever todos os fluxos de entrada e saída de um produto de forma mais objetiva possível, explicitando o consumo de recursos e a saída de emissões e resíduos. É uma das poucas bases aceitas internacionalmente para comparar materiais, tecnologias, componentes e serviços utilizados, ou prestados. No contexto da construção sustentável é difícil separar meio ambiente de fatores econômicos, à medida que, com a redução dos insumos disponíveis, há o aumento da poluição, de passivos ambientais e do desequilíbrio na oferta-procura e na qualidade dos produtos (NASCIMENTO, 2010). Desta forma, no âmbito da construção civil, historicamente, estes termos se inter-relacionam, de modo que as edificações podem ser utilizadas como instrumentos para averiguar a disseminação de conceitos de sustentabilidade (LAMBERTS et al., 2010). No entanto, não existe um padrão único para que uma construção possa ser classificada como sustentável, tudo dependerá do nível de impactos gerados pela obra, ao meio ambiente3. 3 No Brasil, em grandes projetos deve-se intervir numa etapa anterior da decisão à realização de um determinado projeto que acaba resultando na elaboração de um estudo/relatório de impacto ambiental (EIA-RIMA), que visa abordar preventivamente os impactos e apresentar e analisar alternativas. 35 Desde a década de 1960, pioneiros ambientais vêm alertando que o mundo terá de mudar e adquirir uma “consciência verde”, na construção civil, ou seja, esta deverá responder aos desafios ambientais, sendo ela mesma um modelo de solução. Um bom modelo deverá utilizar a energia elétrica de forma eficiente, conservar o máximo de recursos possíveis, dentre outros aspectos; contudo, as novas formas de viver do ser humano, se tornaram um verdadeiro problema para este setor. Qualquer decisão tomada na engenharia de projeto de um edifício afeta a sociedade e o meio ambiente por um longo período. Dentre os materiais aqui, amplamente empregados, o uso de tijolos, por exemplo, apresenta quatro vezes mais energia embutida do que a madeira; já o concreto e o aço, em torno de cinco e dez vezes mais, respectivamente. Enquanto o alumínio e o vidro são materiais produzidos com índices de poluição maiores que os anteriormente expostos (AALTONEN, 2008). Assim, é preciso identificar a trajetória de cada material, recurso a ser empregado “do seu berço ao seu túmulo”, isto é, da fonte de onde é extraído, até a sua destinação final, opções que possam vir a minimizar este percurso e os impactos potenciais desta trajetória. O fim a ser buscado com a adoção destas medidas, além de retardar os impactos ao meio ambiente, proporciona ao ser humano uma melhoria de sua qualidade de vida (SATTLER, 2007). O planeta sente, hoje, os efeitos da ação negativa do homem sobre a natureza e por isso, é essencial que se alcance um modelo de desenvolvimento sustentável, ou seja, um modelo com qualidade que consiga equilibrar harmoniosamente as demandas sociais, com os cuidados ambientais e com a viabilidade econômica (BISMARCHI, 2011). No entanto, a incorporação destes critérios ditos sustentáveis ainda é um grande desafio para este setor, mesmo com as pressões externas sob a sua cadeia produtiva. Segundo relatórios, em 2009, do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, estima-se que entre 40 a 75% dos recursos naturais, excluindo-se a água e energia, são utilizados na construção civil. Ao mesmo tempo, historicamente, é possível identificar, eventos, conceitos e discussões com preocupações de cunho sustentável; na tentativa de conciliar harmonicamente: meio ambiente, homem e arquitetura (BRASIL, 2010). Uma das primeiras tentativas refere-se à preocupação oriunda com a crise energética da década de 1970, da incorporação de recursos não renováveis na 36 construção civil, a “Arquitetura Solar” como ficou conhecida. Até então, a partir da década de 1940, o mundo reproduziu uma arquitetura igual em qualquer parte do planeta, “Estilo Internacional”, marcada por panos de vidro e não respeitosa as peculiaridades ambientais locais; que se estabeleceu ao apoiar-se em onerosos sistemas de controle climático prediais, principalmente os aparelhos condicionadores, com elevados gastos energéticos (GONÇALVES, 2003). Foi a partir desta crise, com ápice em 1973, com o aumento dos custos, em mais de 300%, dos barris de petróleo que o conceito de ecodesenvolvimento, apresentado pela primeira vez por Maurice Strong, secretário-geral da Conferência de Estocolmo, no intuito de orientar o desenvolvimento para aspectos ecológicos, se firmou; se originalmente fora concebido apenas para áreas rurais do Terceiro Mundo, passou a ser considerado, como aplicável também as áreas urbanas, ao coletar calor do sol como fonte alternativa ao consumo elétrico, por exemplo, (BAPTISTA, 2008). Na década de 1980 surge o conceito de “edifício inteligente” que pode ser definido de forma bem sucinta, como: o mínimo de avanço tecnológico capaz de aperfeiçoar sistemas e a qualidade de uma edificação com a devida redução de custos. Tal conceito, constantemente, é confundido com o de edificações sustentáveis, já que algumas medidas adotadas no primeiro contribuem para o menor consumo de água e energia, questões ligadas diretamente à segunda consideração. Segundo Brasil (2010), na mesma década de 1980, surgiram, no país, os primeiros laboratórios de conforto ambiental com a finalidade de estudar o ambiente construído e práticas de eficiência energética4. Prática que foi adotada no currículo de todos os cursos de Arquitetura & Urbanismo através do decreto n° 79.260/77 e das portarias do Ministério da Educação números 244/85, 607/85 e 862/86. Já na década de 1990 foi lançado o conceito de arquitetura ecoeficiente com foco na alta qualidade ambiental da edificação. Temáticas referentes, por exemplo, a fontes energéticas alternativas, preocupações com o conforto ambiental, avaliações da qualidade do ar e da água, gestão de resíduos, dentre outros assuntos, ganharam discussões e análises de instituições acadêmicas e de representantes da sociedade. 4 Segundo Brasil (2010) os primeiros laboratórios de conforto ambiental implantados foram: o Laboratório de Conforto Ambiental (LCA) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo vinculado a Secretaria de desenvolvimento do Estado de São Paulo, fundado em 1980; o Laboratório de Conforto Ambiental (LACAM) da Universidade Federal da Bahia, fundado em 1985; e o Laboratório de Conforto Ambiental (LABCON) da Universidade Santa Catariana, fundado em 1986. 37 No século XXI, com a evolução do conceito de desenvolvimento sustentável, surgiram os conceitos de sustentabilidade para a arquitetura e para a construção civil: A arquitetura sustentável pode ser dividida em sustentabilidade financeira, ambiental, social, espacial e ecológica: • Sustentabilidade financeira: crescimento através do uso eficiente dos recursos (mão de obra, materiais, água e energia) financeiramente viáveis; • Sustentabilidade ambiental: evitar efeitos prejudiciais ao ambiente através de uso cuidadoso de recursos naturais, minimização de resíduos, proteção e melhoria do ambiente; • Sustentabilidade social: responder às necessidades dos “atores sociais” envolvidos no processo de construção (do planejamento à demolição), incluindo alta satisfação do cliente e do usuário, fornecedores comprometidos ambientalmente, respeito aos funcionários e comunidades locais; • Sustentabilidade espacial: localização e relação com a vizinhança e a cidade minimizando impactos negativos; • Sustentabilidade ecológica: possibilitar a permanência ou menor interferência nos ciclos naturais como a realimentação dos lençóis freáticos. (LOMARDO et al., 2005) A sustentabilidade na construção civil é o “processo holístico 5 para restabelecer e manter a harmonia entre os ambientes natural e construído e criar estabelecimentos que confirmem a dignidade humana e estimulem a igualdade econômica” (CIB, 2002). Alguns arquitetos podem ser destacados pelo aporte no campo da sustentabilidade e da inserção destes conceitos em suas obras. O norte-americano Frank Lloyd Wright (1867-1959), por exemplo, foi marcado pela sua tentativa de expressar a denominada “arquitetura orgânica”, ou seja, a tentativa de integrar a edificação e seus elementos arquitetônicos ao seu entorno; com a maior utilização possível de insumos locais e o menos impactante possível ao meio ambiente. O suíço Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido pelo seu pseudônimo Le Corbusier (1887-1965) contribuiu com a inserção de pilotis nas edificações, o que tornou livre a circulação do ar e pedestres no pavimento térreo; a utilização de coberturas habitáveis; e terraços-jardins. 5 Caráter “holístico” – caracteriza-se pela visão interdisciplinar e transdisciplinar da sustentabilidade em que busca uma abordagem pluridimensional, aberta e indissociável por parte de todas as áreas do conhecimento. As outras duas vertentes básicas da sustentabilidade são a “progressiva” – que por sua aplicação dinâmica e contínua define metas e constitui processos para atingir relações e condições específicas – e a “histórica” – que se caracteriza pela abordagem no que toca às especificidades espaciais e temporais das comunidades envolvidas (SILVA, 2000 apud OLIVEIRA, 2006). 38 Tais influências internacionais foram assimiladas nas obras de importantes nomes da arquitetura brasileira como: Roberto Burle Marx (1909-1994) e seus trabalhos paisagísticos; Oscar Niemeyer (1907-2012) e seus brise-soleils e cobogós cerâmicos; e João da Gama Filgueiras Lima, o “Lelé” (1932-) pelas suas preocupações com as questões de racionalização, iluminação e ventilação naturais. É exatamente na etapa de processo de projeto, que arquitetos e engenheiros têm grande destaque; já que nesta fase, que engloba desde a concepção até as ideias do reuso do edifício, se ações, decisões e técnicas de sustentabilidade forem tomadas corretamente, maiores serão as chances de sua qualificação (BRASIL, 2010). Hoje, infelizmente, estes critérios são adotados de forma aleatória e sem sua correta inserção, na maioria dos casos, pela falta de conhecimento de seus responsáveis das diretrizes específicas de processo de projeto e de produto. À medida que estes estiverem presentes em um maior número de fases da edificação (idealização, concepção, projeto, construção, uso, manutenção e final da vida útil), principalmente nas iniciais, maior será a sustentabilidade do empreendimento. Quanto mais distante desta etapa, menores serão as possibilidades de minimização dos impactos ambientais gerados, entretanto, é justamente o contrário que ocorre. É válido ressaltar também, que inserir critérios de sustentabilidade no processo de projeto não é somente uma questão metodológica e sim uma questão de mudança de paradigmas no setor da construção civil. Quanto maior a aplicação destes conceitos em unidades significativas, maior será sua visibilidade. Em obras públicas, por exemplo, os conceitos sustentáveis e de eficiência energética devem ser contemplados já no edital do processo licitatório. No Brasil, a exemplo, para obras da Administração Federal, existe a Normativa n° 1 de 19 de janeiro de 2010 que dispõe sobre critérios específicos para a aquisição de bens e serviços (VIGGIANO, 2010). A elaboração de um projeto dito sustentável seja este da iniciativa privada, ou pública necessita de uma metodologia cíclica e não mais linear6, pois esta possibilita a avaliação e a reformulação de soluções ao longo de todo o processo, ao permitir a interação entre equipes e profissionais ao longo de todas as etapas da obra (VIGGIANO, 2010). Esta metodologia deve ser aliada as premissas e diretrizes de 6 O método linear parte de uma única via de informações encadeada em forma de uma sequência de ações preestabelecidas, de forma que cada etapa vencida é uma etapa finda que não admite reavaliação (VIGGIANO, 2010). 39 trabalho que contemple os quesitos de sustentabilidade factíveis dentro da realidade do sítio e do projeto em questão. Há, entretanto, uma cultura lastimável, neste setor, principalmente no Brasil, de se gastarem pouco tempo e recursos na fase de concepção de projetos, como forma de se cortarem custos globais ditos “desnecessários” (NASCIMENTO, 2010). Grande parte dos empreendimentos concebidos é construída e entregue para uso, sem grandes preocupações referentes ao quanto de recursos naturais e energéticos serão consumidos, assim como, do quanto de gases do efeito estufa serão produzidos; gerando um problema que deverá ser suportado por décadas por toda a sociedade (CEOTTO, 2006). Todavia, quando as preocupações são levadas em consideração, estas podem ser traduzidas, por exemplo, na busca por boas práticas de projeto, como destacam, o Conselho Brasileiro de Construção Civil – CBCS (2009) e a Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura - AsBEA (CIC, 2008): • Aproveitar ao máximo as condições naturais locais; • Utilizar o mínimo do terreno e integrar a obra ao ambiente natural; • Analisar o entorno para a implantação; • Não provocar, ou reduzir os impactos no entorno; • Promover a qualidade ambiental interna e externa; • Gerir de forma sustentável a implantação da obra; • Adaptar o projeto às necessidades atuais e futuras dos usuários; • Utilizar insumos locais e que contribuam com a ecoeficiência do processo; • Reduzir o consumo energético, de água e de materiais; • Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; • Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; • Conscientizar os envolvidos do processo, através da educação ambiental. Estes exemplos de princípios da sustentabilidade, da construção civil, não são vistos ao longo prazo, mesmo que acarretem lucros para as corporações e uma maior prosperidade econômica e social, e não somente ambiental. Geralmente, as empresas se preocupam somente com a parte econômica e com o ônus do montante inicial, sem se importar com o pagamento desta tecnologia empregada em mais, ou menos tempo. 40 É sabido que para cada centavo gasto na construção, aproximadamente, o triplo será gasto em operação, manutenção e renovação (SILVA, 2009). Segundo Gomide et al. (2006), a sustentabilidade do empreendimento pode ser alcançada, em parte, por uma boa manutenção; uma vez que esta tem a finalidade de viabilizar a disponibilidade de sistemas, com o menor valor e desperdícios. Além de também, se comprometer a racionalizar o uso de recursos naturais e de se preocupar com as questões de impacto ambiental e urbano. A sustentabilidade segundo Motta, Aguilar, Andery (2009), pode ser inserida, em uma empresa, horizontalmente, ou verticalmente. No primeiro caso, a adoção destes requisitos se converge em ações; enquanto no segundo, são incorporadas as estratégias da empresa, de forma a se tornar um diferencial de competitividade. A empresa que busca a sustentabilidade levanta discussões positivas sobre a importância de se pensar em empreendimentos verdes, em ganhos de eficiência, em inovação tecnológica e de gestão, de todas as partes interessadas: indivíduos, sociedade, fornecedores, universidades, instituições, investidores, agentes públicos, etc. Como forma de se exemplificar o papel de cada um destes atores, citam-se: • Os consumidores estejam estes isolados, ou em conjunto, são primordiais ao mercado, ao fazer reivindicações e cobranças por sustentabilidade e inovação. • Fornecedores necessitam rever suas prioridades para buscar novas soluções e inovações a partir de parcerias com os demais agentes da construção civil. • O setor de ensino e pesquisa é vital, ao disseminar novos conhecimentos e prover serviços independentes de monitoramento e avaliação. • Na conjuntura institucional, a existência de um empenho pela busca da qualidade, seja nas ações de elaboração das Normas Brasileiras7, por parte da ABNT, seja nos esforços dos operadores públicos, como: o BNDES e a Caixa Econômica Federal de investirem mediante a certificação ambiental. • Os investidores buscam empreendimentos economicamente viáveis, dentro das novas tendências e técnicas de sustentabilidade empregadas. 7 Um dos grandes destaques é a NBR 15575 (editada em 2008, mas em vigor a partir de 2010) que levantou discussões, de forma inédita no país, em relação ao desempenho das edificações, a sua aplicabilidade como um todo e ao emprego da mão-de-obra na construção civil (BISMARCHI, 2011). 41 • Já os agentes públicos, como as prefeituras, são responsáveis por todo o arcabouço legal e seu funcionamento, devendo ser os principais incentivadores para a transformação e a adoção de medidas sustentáveis. Para se alcançar esta sustentabilidade na construção civil, através de projetos efetivamente sustentáveis, alguns compromissos devem ser ratificados pelas empresas da cadeia produtiva; apresentam-se aqui três pré-condições fundamentais: Pré-condição 1 – Um projeto de sustentabilidade tem que ter qualidade: A qualidade garante que níveis de excelência sejam atingidos, mantidos e disseminados nos processos das empresas. A gestão da qualidade, especialmente a busca por melhoria contínua, é um pré-requisito para a sustentabilidade porque estimula a melhoria constante dos processos empresariais, que estão ligados ao consumo de recursos naturais, produtividade, desperdício, durabilidade, entre outros. Pré-condição 2 – Sustentabilidade não combina com informalidade É fundamental selecionar fornecedores, tanto de materiais e serviços, assim como a equipe da mão-de-obra. As empresas que trabalham com fornecedores informais também se tornam informais, alimentando este ciclo nocivo. É preciso garantir a legalidade de toda a empresa e de todos os seus processos. Além de garantir a legitimidade da empresa, a seleção de fornecedores formais estimula o aumento da profissionalização na cadeia produtiva e consequente eliminação de empresas com baixa produtividade que só se mantêm no mercado por economias advindas de atividades ilícitas. Pré-condição 3 – Busca constante pela inovação Utilizar novas tecnologias, quando possível e adequado. Caso inviáveis [sic], buscar soluções criativas respeitando o contexto. É importante que as empresas tenham relações estreitas com agentes promotores de inovação na cadeia produtiva, tanto na oferta de novos materiais e equipamentos, quanto na capacitação da mão-de-obra. A base para a sustentabilidade na construção é alinhar ganhos ambientais e sociais com os econômicos, daí a necessidade e importância de inovações (CIC, 2008:16). Esta sustentabilidade almejada é marcada por um design, materiais, construções e práticas operacionais específicas que reduzem significativamente os impactos negativos sobre o meio ambiente e seus ocupantes; considerações cada vez mais importantes para os atuais e futuros edifícios se tornarem “verdes”, ou seja, ambientalmente responsáveis e eficientes na utilização de energia e recursos. Além, de adaptáveis às mudanças decorrentes do uso de seus usuários e desmontáveis ao final de seu ciclo de vida, permitindo a utilização de seus componentes, por meio da reutilização, ou reciclagem (SILVA, 2007). 42 Para isso, devem levar em conta medidas específicas da construção verde, que reconhecem a interdependência de ambientes construídos e naturais. Dentre eles, destacam-se: o aproveitamento da energia natural de processos biológicos; a independência de combustíveis fósseis e materiais tóxicos; a eficiência de recursos e sistemas; a promoção da ventilação e iluminação naturais; a redução da carga térmica de edificações; o aprimoramento de componentes elétricos, luminotécnicos e energéticos; o uso de tecnologias ambientalmente amigáveis, renováveis e preferencialmente locais; a redução de resíduos, poluentes e a utilização de materiais reciclados; o reaproveitamento de águas pluviais através de equipamentos com menores fluxos de vazão; a baixa interferência com o entorno; e a sensibilização da população referente ao impacto do desenvolvimento sobre o meio ambiente. Os benefícios de edifícios verdes são usualmente relacionados a ações e metas previstas em meios decisórios do desenvolvimento sustentável. Para tal, buscam-se respostas no processo como um todo. Aqui, as Agendas 21 de cada país e a definida pela ONU cumprem esta função, de integrar processos da natureza completamente distintos, proporcionar a comparação de visões e percepções de desenvolvimento sustentável e finalmente da avaliação futura do setor. Estes podem ser divididos, normalmente, em três categorias gerais, os quais correspondem às três esferas do desenvolvimento sustentável (ambiental, econômico e social): Os benefícios ambientais incluem: - Promover e proteger os ecossistemas e a biodiversidade; - Melhorar a qualidade do ar e da água; - Reduzir a produção de resíduos sólidos; - Conservar os recursos naturais; - Reduzir as emissões de carbono. Os benefícios econômicos incluem: - Reduzir os custos operacionais; - Aumentar o valor de ativos e lucros; - Melhorar a produtividade e a satisfação dos funcionários; - Aperfeiçoar o ciclo de vida e o desempenho econômico. Os benefícios sociais e de saúde incluem: - A melhoria do ar, ambientes térmicos e acústicos; - Aumentar o conforto dos ocupantes e da saúde; - Minimizar a pressão sobre a infraestrutura local; - Contribuir para o reforço da qualidade de vida global (FIFA, 2011:40). Estes benefícios devem ser aliados à necessidade de se aprimorar o gerenciamento das construções de modo a apurar o uso de recursos e garantir a 43 qualidade do processo de produção e dos produtos intermediários e finais. A construção civil deve superar as barreiras impostas pelo avanço tecnológico, ao buscar: a qualificação de sua mão-de-obra (um dos principais gargalos); o uso de préfabricados; a incorporação de tecnologias no processo de projeto e de trabalho de campo; meios de incrementar a produtividade, reduzir perdas e desperdícios; potencializar a gestão; minimizar os custos da construção; investir em métodos de trabalho que visem estimular a inovação; e o apoio à universidades e centros de pesquisas para o desenvolvimento de novos produtos, projetos e processos. Soluções estas, que atenderão as necessidades de todos os envolvidos, de forma mais econômica, competitiva e com mais qualidade que as alternativas atuais. Uma das maiores preocupações de uma construção sustentável é realmente o gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) já que estes têm origens diferenciadas: os que resultam da própria ação de construir, os que são gerados pela sobra de materiais, e as embalagens de produtos que chegam à obra. Esta heterogeneidade dificulta a reciclagem e estimula a legalidade desta temática a nível nacional, estadual e municipal. No país, o grande impulso veio em 2002, quando o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) aprovou a Resolução n° 307 de 05 de julho de 2002 sobre Gestão de Resíduos da Construção Civil e estabeleceu na prática responsabilidades para toda a cadeia envolvida. Contudo, quando um empreendimento é viabilizado com estratégias sustentáveis, de modo que todo o ciclo de projeto provoque o menor impacto ambiental possível, inclusive seus resíduos; existe a possibilidade de se obter uma certificação ambiental, ou seja, um reconhecimento da sociedade, dos fornecedores, profissionais e do mercado da qualidade de seu processo, através de organizações independentes que avaliam a multidisciplinaridade das partes integrantes do projeto. Tratar-se-á melhor deste assunto na próxima seção deste capítulo. A partir deste cenário apresentado, do mercado da construção civil, ações devem ser propostas, discutidas e implementadas a fim de se capacitar a cadeia produtiva para competir em um novo cenário mundial com forte pressão pela responsabilidade socioambiental, por parte de seus usuários, mesmo que para isso dependa muito mais de questões políticas que econômicas (BISMARCHI, 2011). 44 2.3. AS CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS Como observado pelos autores, das seções anteriores, o impacto gerado pela construção civil ao meio ambiente vem se acentuado, assim como, a preocupação com seus efeitos negativos. Arquitetos, engenheiros e profissionais da construção iniciaram uma série de estudos e debates a fim de estabelecer estratégias que diminuíssem e avaliassem tais impactos; como premissa para a incorporação destas técnicas, em melhores níveis de qualidade ambiental de projetos. Todavia, a sustentabilidade inserida na construção civil não se apresenta ainda, integrada ao ciclo de vida da edificação, variando de empresa para empresa, de acordo com os mais variados processos de gestão de projetos e de suas metodologias correspondentes. O que vem dificultando a obtenção de índices significativos de sustentabilidade em edificações; já que suas práticas são inseridas, nas etapas de projeto, aleatoriamente. Pela ausência de um método comum de práticas sustentáveis, as certificações ambientais se tornaram uma referência para que diretrizes ambientais fossem adotadas e avaliadas, pelas empresas, em seus projetos os Green Buildings. Expressão esta utilizada, a partir da década de 1990, para englobar todas as inciativas dedicadas à criação de construções mais eficientes do ponto de vista energético, mais confortáveis, passíveis de adaptações, dentre outras medidas “verdes”. O primeiro sinal da necessidade de se avaliar o desempenho ambiental de edifícios veio exatamente com a constatação que, mesmo os países que acreditavam dominar os conceitos de projeto ecológico, não possuíam meios para verificar quão "verdes" eram de fato os seus edifícios. Como seria comprovado mais tarde, edifícios projetados para sintetizar os conceitos de construção ecológica frequentemente consumiam ainda mais energia que aqueles resultantes de práticas comuns de projeto e construção (SILVA, 2007). Os selos e essas certificações ambientais acabaram se tornando também, sinônimos da qualidade do desempenho da edificação, do seu esforço de minimizar o consumo de insumos naturais e o desperdício na construção. Tornando-se símbolos de um marketing ambiental de vendas e de divulgação de produtos arquitetônicos. Vários países já apresentam sua própria metodologia de certificação ambiental, como: África do Sul (SBAT), Austrália (Green Star), Brasil (AQUA), 45 Canadá (BEPAC), Estados Unidos (LEEDTM), França (HQE), Japão (CASBEE), Reino Unido (BREEAM), Suécia (EcoEffect), dentre outros (Figura 02). Figura 02 - Principais certificações ambientais do planeta. Fonte: BRASIL, 2010 apud FUNDAÇÃO VANZOLINE, 2008. Cada um destes países indicados, no mapa anterior, apresentam especificidades socioculturais, econômicas e ambientais que os diferenciam e fazem com que desenvolvam sua própria metodologia de avaliação, apoio, ou certificação ambiental. Em cada uma delas, a avaliação ambiental pode atender desde a programação da edificação, passando pelas etapas de planejamento, simulação de desempenho, até chegar à fase de operação e manutenção (BRASIL, 2010). Silva (2007) promove uma distinção das certificações ambientais em duas categorias. Na primeira se enquadram os sistemas que promovem a construção sustentável através de mecanismos de mercado, ou seja, através de uma estrutura mais simples, normalmente formatada em uma lista de verificações, por exemplo: o BREEAM, o LEEDTM, o CASBEE, o HQE e o HK-BEAM (Hong Kong). Na segunda, o BEPAC e o GBC, seu sucessor, por exemplo, são centrados no desenvolvimento metodológico e na fundamentação científica. 46 O presente trabalho abordará as metodologias das principais certificações ambientais disponíveis (AQUA, BEPAC, BREEAM, CASBEE, GBC, Green Star e HQE), em função de seu extenso universo, com ênfase em uma análise crítica da normativa norte-americana LEEDTM, uma das mais difundidas e utilizadas no mundo. O Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Futebol (FIFA), por exemplo, exigem que tal sistema de avaliação contemple grande parte dos empreendimentos a serem edificados, ou reformados, para o êxito de seus megaeventos, como forma de demonstrar uma preocupação de cunho ambiental, conforme acompanhar-se-á no próximo capítulo. 2.3.1. BREEAM: Building Research Establishment Environmental Assessment Method O BREEAM foi o primeiro método de avaliação ambiental de edifícios lançado no mundo, em 1990, de origem inglesa, através de uma parceria entre pesquisadores do Building Research Establishment (BRE) e do setor privado com o setor industrial, visando especificação e mensuração de desempenho. Este método, que inspirou vários sistemas subsequentes, fornece um processo de certificação embasado em uma auditoria externa, através de avaliadores treinados e indicados pelo BRE, que são responsáveis por especificar seus critérios e métodos como forma de garantir a qualidade do processo utilizado de avaliação. Sua popularidade deve-se a abordagem de desempenho de referência, a cobertura abrangente de aspectos relacionados à energia, impactos ambientais, saúde e produtividade e a identificação de oportunidades para melhorias construtivas e vantagens financeiras (SILVA, 2007). O BREEAM é atualizado regularmente, como forma de mantê-lo atualizado no mercado, a cada 3-5 anos, em função de novos estudos, pesquisas e da experiência acumulada. Versões deste sistema foram adaptadas às condições regionais de Hong Kong (HK-BEAM - Hong Kong Building Environmental Assessment Method), do Canadá (BREEAM Canadá) e de diversos outros países. Dentre os critérios avaliados pelo BREEAM em obras industriais, residenciais, comerciais e institucionais estão: Gestão; Saúde e Conforto; Energia; Transporte; Água; Materiais; Uso do Solo; Ecologia; e Poluição que podem ser 47 aplicados nos estágios de projeto e execução; gerenciamento e operação; e revisão pós-construção. Tais critérios são ponderados, em uma escala de zero a dez, para eventuais comparações e têm como alvo minimizar os efeitos adversos dos edifícios sobre o meio ambiente e promover um espaço interno mais saudável e confortável. Para ser aprovado e receber a certificação na etapa de “Projeto e Execução” é necessário que o empreendimento adquira no mínimo 200 pontos (25%). Para receber o conceito “Bom” são necessários 300 pontos (37,5%); já o conceito “Muito bom” exige mais de 380 pontos (47,5%). O conceito mais nobre o “Excelente” impõe mais de 490 pontos (61,3%) como mínimo de índice de desempenho ambiental. Segundo Silva (2007), para ser aprovado na categoria de “Gestão e Operação” é imprescindível que a edificação obtenha no mínimo 160 pontos (21,1%). Para o conceito “Bom” mais de 280 pontos (36,9%). Para o “Muito Bom” superior a 400 pontos (52,8%) e para o “Excelente” mais de 520 pontos (68,6%). A pontuação máxima a ser alcançada por uma edificação são 1062 pontos. 2.3.2. BEPAC: Building Environmental Performance Assessment Criteria O primeiro sistema orientado a pesquisas metodológicas e novas práticas ambientais do mundo foi canadense, o BEPAC de 1993, que inspirado no BREEAM do Reino Unido, avalia o desempenho ambiental de edifícios comerciais novos, ou existentes de acordo com a qualidade ambiental de seu projeto e gestão (COLE; ROUSSEAU; THEAKER, 1993). Suas avaliações são em menor número, porém mais detalhadas e abrangentes que de seu antecessor, o que fez com que seu custo de aplicação e sua complexidade fossem maiores. Contudo, o objetivo maior do desenvolvimento desta metodologia fora orientar o desenvolvimento de novos sistemas de avaliação ambiental, mais até do que produzir uma certificação com maior flexibilização de aplicação. Leva em consideração a interação de módulos de projeto e de gestão de duas unidades distintas: o edifício-base e a tipologia de ocupação. Sendo que cada um destes módulos é avaliado em cinco categorias de impacto: proteção da camada de ozônio; impacto ambiental do uso de energia; qualidade do ambiente interno; conservação de recursos; e contexto de implantação e transporte (Figura 03). 48 Figura 03 - Estrutura básica do BEPAC Fonte: Adaptado de SILVA, 2007. As categorias de impacto são amplas, entretanto não hierarquizadas, podendo ser subdivididas de acordo com a sua complexidade de aspectos ambientais, o que facilita sua avaliação. Em cada categoria, os critérios são ponderados e divididos em essenciais, importantes, ou suplementares, podendo receber de 1 a 10 pontos. O resultado final traz, portanto, o total de pontos em cada uma das categorias e, no certificado concedido, os créditos obtidos são mostrados em relação ao valor máximo possível para cada crédito (COLE; ROUSSEAU; THEAKER, 1993). 2.3.3. GBC: Green Building Challenge Iniciado e financiado em 1996, integralmente pelo Canadá, durante dois anos, o GBC foi inspirado no BEPAC e posteriormente, em 2000, envolveu um consórcio internacional de países International Iniciative for Sustainable Built Environment (iiSBE); com o objetivo de desenvolver um novo método, o mais científico possível, para avaliar a performance ambiental de edifícios. Este novo “procedimento” respeita as diversidades técnicas e regionais, através de ciclos sucessivos de pesquisa e difusão de resultados. A diferença notável entre o GBC e os Sistemas de Certificação Ambiental desenvolvidos até então é que, estes últimos, fornecem alguma forma de classificação de desempenho e são incapazes de refletir as diferentes prioridades, tecnologias, tradições construtivas e valores culturais de um país, ou regiões. 49 A pontuação do GBC é dada por comparação de desempenhos de referência e as equipes de avaliação são encorajadas a indicar a melhor ponderação entre as categorias de impacto de cada caso. A pontuação é atribuída segundo uma escala graduada de desempenho que vai de -2 a +5, como forma de acomodar critérios qualitativos e quantitativos (COLE; LARSSON, 1997). Inicialmente, foi produzido um software para tais avaliações, porém sua complexidade era demasiada e fez com que os pesquisadores migrassem para uma plataforma de onze planilhas-padrão Excel® (Figura 04). Figura 04 - Representação esquemática do processo de avaliação em planilhas. Fonte: Adaptado de SILVA, 2007. A pontuação final é derivada da agregação ponderada sucessiva, subjetiva, obtida de quatro níveis: (1) subcritérios, (2) critérios, (3) categorias e áreas de desempenho, e (4) temas principais, que é o nível hierárquico mais elevado, porém é altamente controversa (SILVA, 2007). Com esta pontuação são gerados gráficos de desempenho global e do desempenho em cada categoria, além de gráficos parciais, um para cada categoria implementada (Uso de Recursos; Cargas Ambientais; Qualidade de Ambiente Interno; Qualidade dos Serviços; Aspectos Econômicos; Gestão Pré-ocupação; Transporte). 50 2.3.4. CASBEE: Comprehensive Environmental Efficiency Assessment System for Building Desenvolvida em 2002, no Japão, pelo Japan Sustainability Building Consortium, o CASBEE introduziu alguns conceitos inovadores à avaliação de edifícios comerciais, escolares, residenciais, além de hotéis, hospitais e restaurantes. É dividida em 04 ferramentas de avaliação: pré-projeto e projeto para edifícios novos e certificação ambiental e pós-projeto para edificações existentes (Figura 05). Figura 05 - Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE. Fonte: Adaptado de SILVA, 2007. O CASBEE caracteriza-se pela definição de limites do edifício analisado (um espaço hipotético dentro do perímetro do terreno) e pelo levantamento e balanceamento de impactos positivos e negativos gerados ao longo de seu ciclo de vida (Figura 06). Em relação aos espaços hipotéticos criados, o CASBEE define dois fatores (SILVA, 2007): L (cargas ambientais) - impactos negativos que se estendem para fora do espaço hipotético (para o ambiente público) Q (qualidade ambiental) - qualidade e desempenho ambiental do edifício (dentro do espaço hipotético). 51 Figura 06 - Estrutura conceitual do CASBEE. Fonte: Adaptado de SILVA, 2007. As edificações são avaliadas através do preenchimento de fichas que abordam os seguintes aspectos: consumo de energia, uso de recursos críticos, ambiente local e interno. Após essa análise dos dois sistemas é gerada uma nota final, através de uma ponderação de 220 pontos, o indicador de Eficiência Ambiental do Edifício (BEE) e um formulário com o desempenho da edificação em cinco níveis: S (Superior), A, B+, B- e C. Quanto maior a qualidade do ambiente interno, maior a sustentabilidade ambiental do edifício e mais próximo ele estará de S, a melhor classificação possível. 2.3.5. HQE: Haute Qualité Environnementale Esta metodologia inovadora de avaliação francesa, iniciada em 2002 e testada nos dois anos conseguintes integra os aspectos sociais, ambientais e econômicos do desenvolvimento sustentável, não com a intenção principal de certificar, mas sim de promover ações voluntárias entre todos os atores envolvidos (HETZEL, 2003). Segundo Silva (2007), sua versão oficial foi publicada em fevereiro de 2005 e foca a implementação de um sistema de gestão do empreendimento, o SMO (Système de Management de l’Opération) e de qualidade ambiental QEB (Qualité Environnementale du Bâtiment), que avaliam as fases de projeto, execução e uso, cada qual com uma certificação em separado. Inclusive avalia as disposições e escolhas realizadas, em três ocasiões distintas, privilegiando as inovações do setor, permitindo a flexibilidade desde que justificada, ao longo das fases de planejamento, 52 concepção e realização. Todas as soluções e discussões são registradas, revisadas e referenciadas - o que confere à metodologia um caráter evolutivo (Figura 07). Figura 07 - Representação do modelo de sistema de gestão do empreendimento e das avaliações de desempenho (auditorias). Fonte: Adaptado de SILVA, 2007. A estrutura da avaliação HQE fundamenta-se em 14 categorias de preocupações ambientais divididas em quatro famílias: Eco-construção; Eco-gestão; Conforto e; Saúde. Em cada uma delas são apontadas as disposições técnicas e arquitetônicas desejadas e considerando essa estrutura, inicialmente, é o próprio empreendedor que avalia o desempenho ambiental. Atribuindo um nível de três ordens (Básico; Médio Desempenho e; Alto Desempenho8) para cada avaliação de preocupação elementar de seu empreendimento. Em seguida, o nível de desempenho atribuído é comparado ao perfil ambiental inicialmente desejado e estabelecido, através de uma auditoria externa. A análise das categorias de preocupações ambientais aponta a interação existente entre elas, o que evidencia o fato de que o tratamento de uma poderá interferir no tratamento de outras de modo favorável ou desfavorável conforme o contexto. Por esta razão, ao invés de propor um método de ponderação dos critérios de avaliação, a metodologia francesa preconiza a realização de uma hierarquização destas categorias de preocupações, tendo como finalidade identificar as prioridades e definir o perfil ambiental desejado para cada operação (SILVA, 2007). 8 Respectivamente: “Base”; “Performant”; “Très Performant” (tradução nossa). 53 2.3.6. Green Star A ferramenta australiana, de 2005, combina aspectos do BREEAM (categorias de avaliação) e do LEEDTM (sistema de pontuação) para estabelecer uma linguagem comum e padrão de mensuração ambiental de edifícios ao promover um projeto integrado e global. Atende aos mais variados usos e fases do ciclo de vida de uma edificação. Sua estrutura é composta por oito categorias, dentro das quais uma série de critérios-chave, específicos, são agrupados e avaliados com pesos e ponderações variantes, de acordo com a região da construção. (Figura 08). Figura 08 - Estrutura básica do Green Star. Fonte: Adaptado de SILVA, 2007. O Green Star possui pontuação numerada de uma a seis estrelas (respectivamente: 10, 20, 30, 45, 60 e 75 pontos) e reconhece e premia com a certificação apenas as “Práticas de Excelência” (quatro estrelas), “Excelência na Austrália” (cinco estrelas) e “Liderança em Nível Mundial” (seis estrelas). Para encorajar o desenvolvimento e difusão de tecnologias, projetos e processos inovadores que possam aumentar o desempenho ambiental de edifícios, foi incluída uma categoria com créditos de inovação, não sujeita a ponderação, já que a inovação propriamente poderia ocorrer em quaisquer das categorias do Green Star (SILVA, 2007). A pontuação final, ou global é obtida pelo somatório das pontuações ponderadas das categorias, ou seja, 100 pontos; mais os (até) cinco pontos disponíveis para inovação de projeto e construção. 54 2.3.7. Processo AQUA: Alta Qualidade Ambiental Em 2007, a Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV) se associou ao instituto francês CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bâtiment) e aos professores de engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para adaptar a certificação HQE para a realidade da construção civil brasileira; que foi denominada AQUA, em 2008, quando foi finalizado e apresentado. As principais adaptações foram referentes aos materiais de construção, o nível do consumo de água, de energia e de conforto térmico, pelas divergências climáticas entre o Brasil e a França (MARTINS, 2010). Segundo Brasil (2010), sua metodologia possui aplicações específicas para edifícios residenciais, comerciais, institucionais, hotéis, novas construções, reformas, dentre outros e conta com auditores treinados pela mesma Fundação. O referencial técnico do AQUA, assim como de seu precedente, estrutura-se em dois instrumentos de avaliação de desempenho: o Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e o de Qualidade Ambiental do Edifício (QAE). A certificação ocorre em três etapas e se baseia em catorze critérios de sustentabilidade divididos em quatro fases, como o HQE: Eco-construção; Ecogestão; Conforto e; Saúde. Cada critério é classificado como “bom”, “superior”, ou “excelente”. Para obter o selo, é preciso ser “bom” em todos os itens e atingir, no mínimo, quatro marcas no nível superior e três no nível excelente. É importante ressaltar que o AQUA não cobra tecnologias predefinidas e custa em média, R$ 25 mil para obras com até 10 mil m² e R$ 87.500,00 para empreendimentos com mais de 45 mil m² (ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO, 2010). A primeira etapa da certificação é realizada durante o planejamento do empreendimento, antes mesmo do projeto, ou seja, quando se estabelece as diretrizes de projeto e programação. Após a conclusão dos projetos, o desempenho dos catorze critérios de avaliação é julgado novamente, sendo esta, a fase de concepção. Após a conclusão do empreendimento é feita uma terceira avaliação e certificação, onde é verificado através de uma auditoria se de fato a construção atingiu os critérios de desempenho estabelecidos inicialmente. A operação também poderá ser avaliada. O Brasil conta ainda com as certificações PROCEL Edifica e RTQ-R que são voltadas mais para a eficiência energética e a “Casa Azul” da CEF para habitações. 55 2.4. A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL LEEDTM A LEEDTM - Leadership in Energy and Environmental Design, ou Liderança em Energia e Design Ambiental, um sistema de classificação de desempenho consensual e orientado para o mercado, foi desenvolvida pelo USGBC - United States Green Building Council (Conselho de Edificações Verdes dos Estados Unidos), uma organização sem fins lucrativos, com sede em Washington, em 1994. E teve a sua primeira versão publicada em prol de acelerar o desenvolvimento e a implantação de práticas de projeto e construções sustentáveis, em 1999. O sistema contempla além da certificação, suporte profissional, treinamento de consultores, recursos práticos e locação de empresas terceirizadas, com auditores independentes que analisam os documentos exigidos. No Brasil, a certificação arribou com força no final de 2006, com a criação do Green Building Council Brasil (Conselho de Edificações Verdes do Brasil), espécie de subsidiária da entidade que trabalha na certificação, no treinamento de avaliadores, na divulgação e na conformação de leis e regras capazes de incentivar a construção sustentável (ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO, 2010). Atualmente, é o método com maior potencial de crescimento no concorrido mercado globalizado, pelo investimento maciço aplicado para sua difusão e aprimoramento; está presente em mais de 130 países e se encontra na sua terceira versão. Foi influenciado pelo BREEAM e pelo BEPAC tendo estrutura e conceitos muito semelhantes, mesclando aspectos prescritivos e de desempenho, em uma estrutura simplificada, o que a tornou passível de críticas (SILVA, 2007). Este instrumento de certificação ambiental agrupa as seguintes categorias: Novas Construções e Grandes Reformas; Fachadas e Áreas Comuns em Prédios Comerciais (Core and Shell); Operação e Manutenção de Edifícios Existentes; Residências; Loteamentos; e Interiores Comerciais e de Varejo. A categoria “Novas Construções e Grandes Reformas” engloba: Edificações para Múltiplos Usos; Escolas; Prédios de Saúde, Edifícios de Varejo; e Laboratórios. Estádios de futebol são englobados nesta categoria pela falta de metodologia própria. Durante o processo de avaliação global, o empreendimento precisa contabilizar créditos, perfazendo um total de 110 pontos, através de checklists relacionados às seguintes temáticas, resumidamente apresentadas, a seguir: 56 Espaço Sustentável: Refere-se ao tamanho, localização geográfica e outros efeitos do edifício sobre seu entorno. Uso Racional da Água: Premia o uso correto da água no empreendimento. Energia e Atmosfera: Cobre a instalação, controle e monitoramento dos sistemas de calefação, refrigeração, iluminação e outros, além do uso de energia renovável. Materiais e Recursos: Reforça estratégias ambientais para o uso de materiais regionais, renováveis e recicláveis, reduzindo o consumo e incentivando o reaproveitamento. Qualidade Ambiental: Baseia-se na redução de gases perigosos e compostos orgânicos voláteis, no interior de ambientes, além da incorporação de luz solar e ar fresco nos mesmos. Inovação em Projeto: Pontos extras que podem ser ganhos por rendimento exemplar, em alguma das categorias acima, ou em alguma técnica inovadora e eficaz. Créditos Regionais: Prioridades ambientais específicas da região. A atribuição de pontos, por exemplo, de uma arena esportiva é baseada nos potenciais impactos ambientais e benefícios humanos de cada crédito durante a concepção, construção, operação e manutenção do edifício, sendo avaliados durante o ciclo de vida do empreendimento (MARTINS, 2010). De acordo com a pontuação cumulativa obtida, através de pesos impostos pela metodologia, o empreendimento poderá vir a ser classificado em quatro categorias: “Certificado” (pontuação mínima entre 40-49 pontos), “Silver” (50-59 pontos), “Gold” (60-79 pontos), ou “Platinum” (acima de 80 pontos). Para obter a certificação LEEDTM é preciso registrar, primeiramente, o empreendimento no sistema de certificação do Green Building Council Institute pelo site www.usgbc.org e pagar uma taxa de US$ 400 (ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO, 2010). Em seguida, uma equipe deverá ser formada para prestar consultoria, acompanhar o processo e enviar relatórios à certificadora, nas fases de projeto, além de memórias de cálculo, relatórios de obra e testes de comissionamento, na fase de pré-certificação. 57 Com a execução total do empreendimento, ocorre sua avaliação final, através de um Profissional Acreditado LEED (LEED AP) externo, que o certificará de acordo com os créditos acumulados, desde que respeite os pré-requisitos. O Programa Mínimo de Requisitos corresponde às características básicas e obrigatórias para que um empreendimento possa ser elegível para a certificação; não valem pontos e em conjunto servem para dar orientações claras para os clientes, proteger a integridade do programa e para reduzir as complicações decorrentes durante o processo de certificação. Na temática “Espaço Sustentável”, o pré-requisito se refere a prevenir a poluição durante a atividade de construção, ou seja, englobar estratégias para o controle da erosão do solo e a não geração de poeira, por exemplo. No “Uso Racional da Água” devem-se empregar estratégias que reduzam o consumo de água em 20%, no mínimo, tendo como base o total pré-definido. No critério “Energia e Atmosfera” é necessário assegurar que todos os sistemas energéticos da edificação sejam projetados, instalados, operados e mantidos de acordo com os requisitos e necessidades operacionais. E devem ter um desempenho energético melhor que 10%, no mínimo, do projeto inicial. Outro prérequisito refere-se a não utilização de gases clorofluorcarbonetos (CFCs), prejudicial à camada de ozônio. Já em “Materiais e Recursos”, recomenda-se o armazenamento e coleta de resíduos que possam ser reciclados, desviando-lhes de aterros sanitários. Em “Qualidade Ambiental” é recomendada uma qualidade do ar mínima a ser estabelecida para os ocupantes das edificações, com o controle do cigarro. O custo total estimado da certificação é de cerca de um real por metro quadrado, com valor mínimo de 5mil m² e máximo de R$ 50 mil para obras acima de 50 mil m². A consultoria terceirizada custa, em média, 0,5% do valor da obra e a estimativa de acréscimo, nos custos da construção, pode variar de 1 a 7% dependendo do selo desejado (GBC BRASIL, 2012). O selo LEEDTM poderá ser utilizado durante dois anos, ao final desse prazo, para conservar a certificação, por mais dois anos, o edifício deverá ser reavaliado, em termos de operação sustentável dos sistemas. Caso não haja interesse, por parte do proprietário, perde-se a certificação concedida (CREDÍDIO, 2008). 58 Segundo dados do Green Building Council Brasil (2012), no mundo, existem cerca de 912,56 milhões de m² de construções LEEDTM, enquanto no Brasil, apenas 16,02 milhões de m², ou seja, menos de 1,8% do total (Figura 09). Figura 09 - Construções LEEDTM, no mundo. Fonte: GBC Brasil, 2012. Hoje, o país é o quarto no ranking mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e China; e conta com 175 profissionais habilitados para a certificação, até 21 de maio de 2012 (GBC BRASIL, 2012). Que respondem, até 12 de junho de 2012 (GBC BRASIL, 2012), por 543 empreendimentos registrados, sendo 249 confidenciais, 240 não confidenciais9 e 54 certificados (Figura 10). Figura 10 - Evolução dos registros e certificações LEEDTM, no Brasil. Fonte: Adaptado de GBC Brasil, 2012. 9 Os registros também podem ocorrer em sigilo, o que resguarda o empreendedor de publicitar um fracasso na obtenção desta certificação (GODOY, 2009). 59 O primeiro empreendimento nacional certificado foi a agência bancária do Banco Real (atual Santander), de Granja Viana, em Cotia, interior de São Paulo, o estado da federação que mais oferece projetos registrados e certificados (Figura 11). O projeto arquitetônico é de Pierre Perrone e foi certificado com selo “LEEDTM Silver”, versão 2.2, em seis de agosto de 2007. É importante ressaltar que esta metodologia não é adaptada à realidade nacional ainda, em países como México, Índia e Canadá já fora adaptada. Nos anexos (Anexo 1) foi reproduzido o Registro Projeto Checklist LEEDTM para Novas Construções 2009, o mais atual e o mesmo utilizado para novos projetos de estádios de futebol. Figura 11 - Projetos registrados LEEDTM, por Unidades Federativas. Fonte: Adaptado de GBC Brasil, 2012. Segundo informações divulgadas pelo GBC Brasil (2012) há redução de vários tipos de impactos ambientais nos prédios certificados. Salienta-se a informação, na Figura 12, que reflete uma estimativa genérica, já que cada edifício tem um resultado específico e que não se pode generalizar. Figura 12 - Redução de impactos negativos de prédios com certificação LEED. Fonte: Reprodução de Godoy, 2009 - Adaptado de GBC Brasil, 2012. 60 2.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE A TEMÁTICA A partir das certificações ambientais apresentadas anteriormente foi possível notar que estas encorajam o mercado e profissionais da área para níveis superiores de desempenho ambiental, dentro de blocos de discussão relativamente comuns; onde ora se apresentam detalhados e minuciosos, ora são generalistas e simplificados (SILVA, 2007). Embora, nenhum deles aborde em quais momentos, ao longo das etapas do processo de projeto, os critérios de sustentabilidade devam ser verificados, inseridos e avaliados, já que estão ligados muito mais a gestão (BRASIL, 2010). Tais selos verdes indicam uma mudança de paradigma no setor da construção civil, no modo de pensar/executar etapas de processo de projeto e gestão, não mais de forma individualizada, segregada, mas sim de forma integrada e cíclica. Destacase aqui a importância do gerente de projeto no planejamento das edificações sustentáveis; focado muito mais em questões ambientais e sociais do que em custos e questões operacionais. Facilitando a inserção de critérios de sustentabilidade, principalmente nas etapas de idealização e concepção de projeto e não mais na fase de execução, onde as possibilidades e índices de sustentabilidade são menores. O mercado das certificações ambientais estimula as equipes idealizadoras de projetos, verdadeiros “eco mutirões”, a buscarem soluções inovadoras e integradas, sem medo de novas práticas, em um setor com critérios conhecidos e bem definidos. O que estimula o mercado de produtos e serviços sustentáveis, mesmo que o custo ainda seja diferenciado e a construção 100% sustentável ainda não exista. Já o empreendimento tem valor agregado, tanto para o espaço físico, em torno de 25% (GBC BRASIL, 2012), pela redução de custos com operação, manutenção, aumento da produtividade e redução do quadro de funcionários. Como para a empresa idealizadora que obtém know how em um diferencial mercadológico e associa sua marca ao conceito de sustentabilidade. No entanto, alguns destes selos se globalizaram, não respeitando as especificidades locais (cultura, clima, métodos construtivos, materiais, bioma e etc.), que sempre devem ser priorizadas, se possível, através de uma metodologia desenvolvida no próprio país de origem, ou se não, adaptada às condições do sítio em prol da redução dos impactos ambientais, ao longo do ciclo de vida da edificação. 61 Dentre os principais pontos passíveis de debates e opiniões controvérsias das certificações estão suas metodologias; já que estas refletem as expectativas do mercado, práticas construtivas e as diferentes agendas ambientais dos países. A maioria destas avalia apenas um somatório de pontos, ponderados ou não, que podem ser elencados pelo empreendedor, aleatoriamente, em detrimento de critérios realmente importantes e mais onerosos do ponto de vista de execução. O BREEAM, o LEEDTM e o BEPAC, por exemplo, trabalham assim, ao acionar uma série de estratégias e equipamentos que provavelmente levarão a alguma melhoria, não necessariamente a melhor, do desempenho global. O LEEDTM, por exemplo, pontua igualmente a presença de bicicletários a utilização de 10% de materiais locais. Entretanto, tais medidas muitas vezes não são mensuráveis e não refletem, verdadeiramente, os impactos ambientais das escolhas feitas. A CASBEE e o GBC são os únicos pautados na análise do desempenho da edificação, ao longo do seu ciclo de vida, o que aumenta sua complexidade, sua transparência e custo. Já o HQE e o AQUA ponderam igualmente seus critérios adotados no sistema de avaliação e gestão, efetivados por auditorias presenciais (SILVA, 2007). Para países como o Brasil, com relevantes desigualdades sociais, a certificação de edificações não deve se restringir apenas a aspectos ambientais; devendo englobar, também, aspectos sociais e econômicos de distribuição igualitária de renda. Um exemplo, dessa “sustentabilidade” é a incorporação de mão-de-obra egressa do sistema penitenciário na construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014, nas cidades de Cuiabá-MT, Salvador-BA e Brasília (PORTAL 2014, 2011). As questões sociais são pouco abordadas, erroneamente, em quase todas as avaliações. A AQUA aborda algumas preocupações referentes à formalidade da mãode-obra e do impacto do empreendimento no seu entorno. Todavia a LEEDTM altamente difundida em países em desenvolvimento convive com a ilegalidade da mão-de-obra e o trabalho escravo, lado-a-lado, já que fora desenvolvido, assim como as outras certificações, em países que tais práticas degradantes foram superadas, voltando-se assim, apenas para a dimensão ambiental da sustentabilidade. Na temática econômica, o GBC é o único que vai além da avaliação de desempenho ambiental, que procura estimular o custo envolvido na sua obtenção, a 62 longo prazo, desmistificando que edifícios ecológicos são mais caros. Contudo, pondera esta categoria no mesmo nível de diversas subcategorias (SILVA, 2007). A temática “conforto térmico” está presente em todas as certificações, contudo, as questões de conforto acústico, visual e olfativo são detalhadas apenas na normativa brasileira (BRASIL, 2010). Nenhuma das metodologias, acima citadas, relaciona os requisitos de certificação com as etapas de processo de projeto. Os métodos apresentados são diferentes entre si e nem sempre cobrem todos os campos potenciais de aplicação definidos por Silva (2007) resumidamente como: Gestão Ambiental; Marketing; Metas Ambientais; Auxílio ao Projeto; Normas de Desempenho; Auditorias Ambientais. Segundo o mesmo autor, todas as certificações são muito mais eficientes em marketing do que nas preocupações realmente ambientais. Este aponta que o GBC, com maior ou menor sucesso, pela sua complexidade, é o único que incorpora todos os potenciais campos de aplicação, sendo assim, o mais completo. Visto que fora desenvolvido para superar as dificuldades de suas matrizes e, também, é o mais frequentemente revisado e atualizado. É valido ressaltar que a inserção de critérios de sustentabilidade e de certificação ambiental em estruturas de megaeventos é uma prática nova. De acordo com a LEEDTM não é possível ainda criar um estádio totalmente verde, pois as recomendações para este tipo de edificação ainda são escassas. Segundo Vicente de Castro Mello, arquiteto do Estádio Nacional de Brasília, em entrevista para o Blog Copa Verde (2010), daqui a dez anos talvez, já exista uma metodologia específica. Entretanto, a FIFA vem se esforçando para incorporar tais critérios, desde a Copa do Mundo da Alemanha 2006; adotando o LEEDTM como referência de certificação para suas arenas, através de seus manuais de recomendação técnica e requerimentos. A seguir, será apresentada a importância da adoção de medidas sustentáveis em grandes eventos esportivos com foco em estádios de futebol e em suas principais características. Destacar-se-á também, a importância do Programa Green GoalTM (Metas Verdes, tradução nossa), uma cartilha de 125 páginas, elaborada pela FIFA com conceitos e medidas sustentáveis a serem adotadas em projetos de grandes arenas propícias a sediar eventos de cunho internacional. 63 3. A SUSTENTABILIDADE EM EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS Após a exposição da contextualização histórica da sustentabilidade, de sua aplicação na construção civil e da apresentação de suas principais ferramentas de verificação: as certificações ambientais; este capítulo abordará a sustentabilidade aplicada a grandes eventos esportivos com ênfase em estádios de futebol. O Programa FIFA Green GoalTM, que orienta as principais competições internacionais de futebol e aconselha que sistemas de avaliação como o LEED TM sejam adotados em novas construções e reformas, também fora analisado neste capítulo. 3.1. A SUSTENTABILIDADE EM ESTÁDIOS DE FUTEBOL A construção de equipamentos esportivos remonta a antiguidade, o Circo Máximo de Roma, por exemplo, tinha capacidade para 180.000 espectadores e serve de modelo para instalações modernas até hoje (NEUFERT, 2004). Instalações estas, que se tornaram verdadeiros ícones visuais de qualquer edição de uma Copa do Mundo e até mesmo de uma Olimpíada, ao associar esportes a uma concentração de um grande público. Entretanto, a concepção e o desenvolvimento destas estruturas são um verdadeiro desafio para arquitetos e engenheiros envolvidos em seus projetos, em função de sua grande complexidade. Os modernos estádios do século XXI não diferem da concepção clássica grega: uma grande construção destinada à realização de competições esportivas e outros espetáculos, com plateias que circundam o perímetro do campo de provas. Sua forma sim, já que os primeiros estádios gregos eram longos e estreitos, com formato de ferradura e posteriormente foram adaptados pelos romanos em dois tipos: o circo e o anfiteatro. O primeiro servia para corridas de bigas e o segundo para lutas entre gladiadores (CERETO, 2004). 64 Posteriormente, a Antiguidade Clássica e após um período milenar de estagnação esportiva, em função da expansão do cristianismo, onde as atenções se voltaram para o campo religioso, a construção de estádios foi retomada com a Revolução Industrial. Neste período, a demanda crescente por eventos de massa ocorreu principalmente nos EUA e na Europa, onde a prática de atividades físicas era associada a não contração de doenças; o que fez com que vários clubes e federações fossem criados. Um impulso particularmente importante veio do Barão Pierre de Coubertin (1863-1937), no final do século XIX, que retomou as atividades dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, de quatro em quatro anos, com exceção dos períodos de grandes guerras, a partir de 1896 (JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007). Desde então, os “templos” dos mais variados esportes se multiplicaram e se tornaram verdadeiros marcos urbanos, associados principalmente, a uma das maiores paixões esportivas do mundo: o futebol; esporte de origem britânica, com equipamentos de baixo custo, criado por dissidentes do rúgbi, que faz o mundo parar, de quatro em quatro anos, para acompanhar o seu ápice: a Copa do Mundo FIFATM. O primeiro grande “boom” da construção de estádios com esta tipologia ocorreu durante as décadas de 1890 e 1930, da iniciativa de clubes, quando o futebol se tornou um esporte de massas em muitas partes do mundo, alguns destes complexos continuam ativos até hoje. O primeiro registro da construção de um estádio, no século XX, foi em Londres, o “White City” de 1908, sua capacidade era de 100 mil espectadores, até ser demolido em 1985 (CERETO, 2004). Entretanto, foi na década de 1980, com a constatação de que muitos destes projetos eram inadequados, tanto arquitetonicamente, quanto para níveis de segurança que uma nova onda de arenas foi viabilizada10. Deste ponto em diante, estádios de futebol se 10 Infelizmente, esta constatação foi tardia já que grandes tragédias ocorreram entre 1960 e o começo do século XXI e levaram consigo muitos adeptos do futebol; destacam-se as tragédias de: 1964 - Peru, Estádio Nacional Lima, partida entre Argentina x Peru, 340 mortos, mais de 500 feridos; 1968 - Argentina, Buenos Aires, Monumental, River Plate x Boca Juniors, 71 mortos, 150 feridos; 1971 - Escócia, Glasgow, Ibrox Stadium, partida Rangers e Celtic, 66 mortos, mais de 150 feridos; 1974 - Egito, Cairo, Zamalek Stadium, partida entre Zamalek x Dukla, 49 mortos, mais de 47 feridos; 1982 - URSS, Moscou, Estádio de Luzhniki, Spartak x HFC Haarlem, 66 mortos (não oficiais 340); 1985 - Inglaterra, Bradford, Estádio de Valley Parede, Bradford x Lincoln, 56 mortos, 265 feridos; 1985 - Bélgica, Bruxelas, Estádio de Heysel, Juventus x Liverpool, 38 mortos e mais de 600 feridos; 1988 - Nepal, Katmandu, Estádio de Katmandu, Muktijodha x Janakpur, mais de 93 mortos; 1989 - Inglaterra, Sheffield, Estádio Hillsborough, Nottingham x Liverpool, 95 mortos, 200 feridos; 1991 - África do Sul, Orkney, Oppenheimer Stadium, Kaizer Chiefs x Orlando Pirates, 40 mortos; 1992 - França, Bastia, Estádio Armand Césari, Bastia x Olympique de Marselha, 17 mortos; 1996 - Guatemala, Cidade de Guatemala, Estádio Mateo Flores, Guatemala x Costa Rica, 83 mortos; 65 tornaram marcos da engenharia, referências nacionais, símbolos de identidade e modernidade; fazendo com que muitos torcedores se tornassem clientes exigentes por conforto e qualidade. Esta revolução, a partir do final do século XX, fez com que novas gerações e um número maior de crianças e mulheres acompanhassem e desfrutassem deste conforto e da segurança, dos estádios, com toda a sua família. Hoje, as modernas arenas não se restringem mais a eventos esportivos de uma única modalidade, associando seus complexos muitas vezes a outros esportes (rúgbi, futebol americano, críquete e etc.) e usos (centros de conferência, locação de espaços, direito da venda do nome do estádio, restaurantes, apresentação de concertos e peças musicais, museus, universidades, alas administrativas, shopping centers e até mesmo hotéis). Esta agregação de usos e a flexibilidade de um estádio de futebol se iniciou com a XV Copa do Mundo FIFATM EUA 1994, quando estádios de futebol americano (football), esporte predominante no país, foram adaptados para o futebol convencional (soccer). Neste mesmo período, através de uma jogada de marketing, os estádios começaram a ser chamados de “arenas” de forma a arrecadar mais usos, anunciantes e públicos-alvo distintos, entretanto, a roupagem continuava sendo a mesma (MASSIMINO, 2012). Dentre as adaptações de estádios mais comuns, destaca-se, a associação do campo de futebol com a pista de atletismo, entretanto, tal alteração distancia o público do campo de ação e de seu envolvimento, ao tornar as arquibancadas paralelas ao campo, elípticas. Algumas tentativas para minimizar tais efeitos já foram concebidas como a instalação de assentos retráteis, ao longo das linhas laterais, sobre a pista de atletismo, como por exemplo, as utilizadas no estádio Saint-Dennis, onde ocorreu a final da XVI Copa do Mundo de Futebol Masculino FIFATM França 1998. Contudo, tais estruturas de difícil operação e inclinação acentuada, comprometem de certa forma o campo de visão, além de apresentarem preços elevados de intervenção. Segundo a FIFA (2011), alguns fatores devem ser levados em consideração para decidir a diversidade de usos em estádios de futebol, desde que, não alterem sua função primordial, dentre eles destacam-se: serviços adequados de infraestrutura 2001 - África do Sul, Johanesburgo, Ellis Park Stadium, Kaiser Chiefs x Orlando Pirates, 43 mortos; 2001 - Gana, Accra, Accra Sport Stadium, Hearts of Oak x Asante Kotoko, 127 mortos, 90 feridos; As fontes consultadas (IG, 2012; TERRA, 2012; FOLHA DE SÃO PAULO, 2012; BOL, 2012) apresentam divergências entre alguns números das tragédias apresentadas e relatadas acima. 66 sanitária e de apoio; a facilidade de acesso ao campo (por parte de veículos, materiais e máquinas); vestiários extras para atletas e artistas; locais adicionais, ao nível do campo, para depósito e armazenamento de materiais e etc. Esta multifuncionalidade, em prol da maior capacidade de utilização possível, é inevitável em função dos insumos, dos recursos econômicos, energéticos e das tecnologias desprendidas para sua construção e manutenção. Hoje, atletas, espectadores, materiais, rentabilidade e design precisam ser levados em conta em uma complexa equação em prol do desenvolvimento positivo econômico, social e ambiental de estádios inseridos na malha urbana e de suas cidades correspondentes. Infelizmente, apesar dos modernos processos de gestão buscarem a máxima rentabilidade econômica destes complexos, a ociosidade de arenas esportivas, póseventos, é ordinária. Estádios de futebol utilizados na Coréia do Sul e no Japão, no Mundial de 2002, apesar de todo o aparato tecnológico empregado (campo móvel, cobertura retrátil e etc.); e na África do Sul, 2010, ficaram sem uso, seja pelo seu superdimensionamento, seja pela limitada prática esportiva desta modalidade. Estes estádios são vulgarmente conhecidos como “elefantes brancos”, em função de sua ociosidade. Até mesmo o Brasil, sede da Copa de 2014, é apontado por investir recursos públicos em arenas que terão este fim, em cidades sem tradição neste esporte, são elas: Brasília-DF, Cuiabá-MT, Manaus-AM e Natal-RN. Não é apenas em Copas do Mundo que a ociosidade de estádios ocorre, em Jogos Olímpicos, algumas cidades enfrentaram os mesmos problemas. Athenas, na Grécia, 2004 e Beijing, na China, 2008, têm grande parte de seus parques olímpicos inutilizados com elevados custos de manutenção; o mesmo pode-se dizer de competições continentais, como o XV Pan-Americano, de 2007, no Rio de Janeiro, onde o Parque Aquático e o Velódromo têm utilizações limitadas e rarefeitas. Isto se deve, ao atual modelo de execução de arenas esportivas em grande parte dos países periféricos, inclusive no Brasil, reflexo do desenvolvimento histórico do sistema capitalista e da relação do Estado com a iniciativa privada. Neste modelo, a iniciativa privada é representada pelas construtoras e o Estado age como o financiador, através de um banco (no caso brasileiro o BNDES). O papel dos bancos neste financiamento é primordial, foram eles que a partir de 2000, através de um movimento internacional e posteriormente nacional, 67 começaram a incorporar critérios de qualidade socioambiental na avaliação de projetos a serem financiados. Movimento este, constituído a partir da interação entre os bancos e movimentos sociais organizados (IDEC, 2008). O banco exerce, aqui, um papel de fiscalização e controle da obra, por força de um contrato muito severo, liberando o recurso de acordo com os avanços da construção (SEGALLA, 2011). O BNDES, por exemplo, no caso do Brasil, tornou-se o principal responsável pelo fomento das políticas públicas de financiamento de estádios “verdes” para a Copa do Mundo FIFATM de 2014, através do Programa Pró Copa Arenas. Das doze arenas para o mundial somente o Estádio Nacional de Brasília abdicou da linha especial de crédito de R$ 400 milhões com taxas de juros reduzidas e relatórios do progresso físico-financeiro da obra, a cada três meses (SEGALLA, 2011). De acordo com as autoridades do Distrito Federal todo o financiamento e recursos locais terão como origem os cofres da Terracap, estatal proprietária dos terrenos pertencentes a capital federal (SEGALLA, 2011). Os outros onze estádios, ao final da construção, deverão também obter a certificação ambiental de seu empreendimento, através de uma Agência reconhecida internacionalmente. Todavia, o BNDES não especificou que nível de certificação exigiria o que fez com que a maioria das arenas se enquadrasse em programas básicos de sustentabilidade. Embora, nos últimos anos, o tema sustentabilidade esteja na pauta das discussões da sociedade e do meio acadêmico, quando se trata de estádios de futebol, esta abordagem é recente. Poucas foram as iniciativas tomadas, ao longo do século XX, com grandes arenas, fato que vem se modificando e se intensificando, a partir de meados da primeira década deste século. Delineiam-se, a seguir, as principais iniciativas tomadas de modo a proporcionar a contextualização do presente trabalho. É sabido que empreendimentos como arenas esportivas demandam uma grande quantidade de insumos, desprendem uma quantidade de energia inevitável e consomem milhões em recursos monetários iniciais e na sua manutenção. Coberturas fechadas, envoltórias em aço, ou espelhadas, gramados móveis, climatização, automação predial, iluminação eficiente, assentos individuais ergonômicos e tantos outros itens são o reflexo da busca implacável pelo conforto em arenas, associada ao aumento da demanda energética. 68 Uma das primeiras entidades esportivas internacionais a reconhecer sua responsabilidade com a promoção do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável foi o COI, após protestos nos XVI Jogos Olímpicos de Inverno de Albertville, na França, em 1992, decorrentes da degradação do meio ambiente e da qualidade de vida da população local (POLOLWANE MUNICIPALITY, 2009). Isso resultou na inclusão do meio ambiente como uma das dimensões integrantes do espírito olímpico, ao lado dos pilares do esporte e da cultura (IOC, 2009). Tanto, que após o Congresso do Centenário Olímpico, em Paris, 1994, o COI, levando em consideração os preceitos da Agenda 21, acrescentou um parágrafo, no primeiro capítulo, artigo segundo, sobre a proteção ambiental na Carta Olímpica de 1996: [O papel do COI é:] encorajar e apoiar uma atitude responsável pelos problemas do ambiente, promover o desenvolvimento sustentável no desporto e exigir que os Jogos Olímpicos sejam organizados em conformidade; (MESTRE; LOPES, 2010). Através de sua Comissão de Meio Ambiente e Esporte, o COI publicou o Movimento Olímpico da "Agenda 21: Esporte para o Desenvolvimento Sustentável". Um guia teórico e prático para que os membros do Movimento Olímpico possam reproduzir de forma concreta com ações, em nosso planeta, as propostas de desenvolvimento sustentável definidas no Rio de Janeiro, em 1992. As aplicações práticas são bienalmente avaliadas através de Conferências Mundiais do Esporte e Meio Ambiente realizadas desde 1995, em Lausanne, Suíça11. Quando uma cidade se candidata a sediar os Jogos Olímpicos, sejam estes de inverno, ou de verão, os princípios ambientais e orientadores do desenvolvimento sustentável devem constar na submissão da documentação exigida. Estes serão verificados por uma Comissão de Avaliação, composta por assessores ambientais, nomeados pelo COI, durante o processo de seleção de candidatura. Após a escolha, a cidade-sede também terá um consultor assessorando e orientado seus preparativos e conferindo se estes estão de acordo com o dossiê de candidatura (IOC, 2009). A história da prática desportiva mostra que estes eventos se desenvolveram e se tornaram mais sofisticados e modernos, ao longo dos anos. Hoje, grandes estádios dotados de uma extensa rede de telecomunicações, parques de estacionamento, 11 As conseguintes foram: Cidade do Kuwait - 1997; Nagano, Japão - 1999; Rio de Janeiro - 2001; Turim, Itália - 2003; Nairóbi, Quênia - 2005; Beijing - 2007; Vancouver, Canadá - 2009; Doha - 2011. 69 centros de mídias e tantos outros aparatos são necessários. Toda esta grandiosidade, alcançada em função da escala deste tipo de evento, implica na aglomeração de uma multidão de pessoas, que impactam o meio ambiente de forma negativa, resultado este, que não deve ser ignorado (JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007). Esporte e meio ambiente são fatores de bem-estar da humanidade e ambos estão ligados no sentido de que, um influencia o outro e vice-versa. O objetivo do COI é que, durante a realização dos Jogos Olímpicos, os riscos ambientais sejam evitados e reduzidos sempre que possível; e que os impactos positivos e as oportunidades, sejam potencializados, representando assim um legado promissor para a cidade anfitriã (IOC, 2009). A primeira cidade beneficiada por estas iniciativas foi Lillehammer, na Noruega, sede dos XVII Jogos Olímpicos de Inverno de 1994, que apresentou instalações energeticamente e ambientalmente conscientes. A sede dos XXV Jogos Olímpicos de Verão, Barcelona, na Espanha, em 1992, considerada o maior exemplo de sucesso de desenvolvimento urbano associado a megaeventos, até recuperou suas zonas costeiras, através da criação de atrativos turísticos, expandiu suas redes de saneamento básico e alterou o uso do solo para a execução de parques urbanos, contudo, tais medidas são consideradas muito mais urbanísticas que eco-sustentáveis (MASCARENHAS; BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011). O projeto do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 2004 foi inspirado no sucesso dos Jogos de Barcelona e contemplava a despoluição da Baía de Guanabara e preocupações socioambientais muito maiores que as executadas para os XV Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007. Entretanto, foi em 2000, em Sidney, na Austrália, com a realização dos XXVII Jogos Olímpicos de Verão, que a preocupação com o meio ambiente marcou o sucesso de uma edição. As orientações ambientais foram baseadas no conceito de desenvolvimento sustentável e continham mais de cem compromissos em cinco áreas principais: conservação da energia; água; redução de desperdícios; gestão da poluição; e proteção dos ambientes de valor cultural e natural (SOCOG, 2001). A Vila Olímpica, por exemplo, executada com investimentos públicos, em um sofisticado bairro litorâneo, sofreu pressão de militantes do Green Peace – a maior organização ambientalista do planeta – e, seguindo os novos parâmetros 70 delineados pelo COI, priorizou as questões ecológicas, como a energia solar (MASCARENHAS; BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011). Outro grande exemplo foi a transformação de um lixão, na área ocupada pelo Parque Olímpico. Entre 1998 e 2000, quatro milhões de árvores foram plantadas em toda a Austrália (IOC, 2009). Posteriormente a esta data, todas as cidades-sedes, sejam estas das Olimpíadas de Inverno, ou Verão contaram com iniciativas em prol do desenvolvimento sustentável: Salt Lake City 2002, Athenas 2004, Turino 2006, Beijing 2008, Vancouver 2010 e Londres 2012. Cidades como Sóchi, na Rússia e Pyeongchang, na Coréia do Sul casas dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 e 2018, respectivamente, além do Rio de Janeiro 2016, só foram nomeadas em função de terem apresentado compromissos sérios com as questões de sustentabilidade, no processo de candidatura. Estes compromissos, apresentados de forma diminuta, a serem cumpridos e desenvolvidos pelas cidades anfitriãs, são os que se seguem: • Fornecer uma garantia oficial das autoridades competentes informando que todo o trabalho necessário para a organização dos Jogos irá cumprir com a legislação local, regional e nacional, além dos regulamentos referentes ao ordenamento do território e da proteção ambiental. • Indicar se os estudos de impacto têm sido realizados com vistas à integração harmoniosa e natural dos Jogos Olímpicos com o meio ambiente e se eles foram estabelecidos por órgãos oficiais, ou entidades reconhecidas como independentes e cientificamente competentes. • Posicionar se as organizações ecológicas da cidade, região, ou país têm sido informadas, ou consultadas. Se este for o caso, declarar suas apreciações e posições em relação à candidatura. Indicando o tamanho destas organizações e sua representatividade. • Descrever os planos para tratamento de resíduos e gestão de energia, particularmente para a Vila Olímpica, de Mídia e locais de competição. • Indicar se a realização dos Jogos dará origem a uma tecnologia avançada, na área de proteção ambiental e em caso positivo, descreve-la. • Indicar os esforços realizados, em nível de transportes, nomeadamente, com vista a minimizar a poluição atmosférica. (JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007, p. 245-246, tradução nossa). Outra instituição, que utiliza grandes estádios em suas competições, a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), desde o X Campeonato Mundial de Atletismo de 2005, em Helsinque, na Finlândia, inclui uma abordagem ecológica em seus eventos para melhores práticas. Dentre estas destacam- 71 se: o gerenciamento do ciclo de vida dos impactos ambientais; as preocupações com as mudanças climáticas; o fluxo de materiais e de eficiência (incluindo prevenção e gestão de resíduos); água; produtos químicos; e emissão de ruídos (POLOLWANE MUNICIPALITY, 2009). Segundo a IAAF, estas considerações devem ser atendidas em quatro fases: licitatória; planejamento e preparação; operação; e pós-evento. A adoção de políticas de sustentabilidade, desde a concepção do evento, possibilita orientar, evitar e minimizar os danos ao meio ambiente. É vital que todos os estudos relativos à infraestrutura de cidades, ou de estádios, sejam para Jogos Olímpicos, sejam para Copas do Mundo, ou eventos de qualquer outra federação esportiva mundial, levem em consideração parâmetros ambientais. 3.1.1. Princípios da Sustentabilidade em Ecoarenas De acordo com John, Sheaard e Vickery (2007); FIFA (2011) e Viggiano (2010) para a concepção de novos projetos e construções de novas arenas esportivas, alguns princípios e parâmetros ambientais devem ser levados em consideração. A seguir, são listados e apresentados os principais fundamentos, onde arquitetos, projetistas e engenheiros deverão apoiar-se para ratificarem modelos de construções sustentáveis, com destaque especial para o uso racional de energia e água: a) Utilização de energia: Existem três objetivos principais para a geração e a utilização de energia em estádios (John, Sheaard e Vickery, 2007): • Minimizar a demanda energética; • Elevar o uso de fontes renováveis; • E atender a demanda restante através do uso de combustíveis, os mais limpos e renováveis possíveis. Para alcançar o primeiro objetivo é necessária a utilização de aparelhos energeticamente eficientes, como por exemplo, os que apresentam o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), além de um bom controle de sistemas, preferencialmente central, para o controle e monitoramento dos equipamentos técnicos dos estádios; bem como, políticas educacionais para ajudar e aumentar a conscientização de usuários e funcionários. O segundo objetivo tornou-se uma meta do COI para suas cidades-sedes e de várias novas arenas, em reforma e/ou em construção pelo mundo. O consumo de energia deve ser baseado em um "perfil da carga local utilizada" detalhado, 72 correspondente as suas reais necessidades e através dos recursos renováveis disponíveis no entorno (Figura 13). O projetista precisa compreender claramente a relação da demanda e da carga de pico energética, assim como, das diferenças consideráveis para dias de uso, localização geográfica e de ociosidade - quando apenas as instalações auxiliares estarão em uso, com demandas relativamente baixas. Estádios de Mundiais, por exemplo, tem um consumo médio anual entre 3,5 a 4,0 milhões de kWh de eletricidade e por partida de 170 mil kWh (OC, 2006). Figura 13: Perfil genérico de carga típica de um estádio. Fonte: Adaptado de JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007, p. 247. O terceiro objetivo reconhece que combustíveis diferentes têm níveis de impactos ambientais díspares. O custo não pode ser o único fator que influencia a decisão, ao escolher uma fonte de energia para um estádio, porque o mercado, atualmente, não conjetura o verdadeiro impacto ambiental das fontes de energia convencionais. Um critério de escolha, por exemplo, deve ser baseado na redução da emissão de gases do efeito estufa, não só durante a construção, mas durante todo o ciclo de vida da edificação, o que já ocorre em alguns poucos países. A arena deve também se desvencilhar ao máximo da energia fornecida pela rede nacional, 73 geralmente produzida em grandes usinas interligadas e em muitos aspectos, através de sistemas ineficientes e prejudicais ao meio ambiente. Uma nova corrente de pensamento indica que a eletricidade deve ser gerada perto de onde será utilizada, por ser mais limpa, segura, ter baixa emissão de dióxido de carbono e menores custos de construção e para seu usuário. Uma das alternativas para grandes complexos esportivos, hoje, é a geração através de fontes renováveis, como a utilização de placas fotovoltaicas; já que o insumo de geração, o sol, é bastante abundante em boa parte do planeta. Sua instalação e montagem, também são simples, entretanto o custo ainda representa um empecilho na produção de eletricidade (VIGGIANO, 2010). Vários empreendimentos já apresentam esta tecnologia, principalmente por associarem suas coberturas de grandes dimensões à produção local de energia. Este aumento na viabilidade é decorrente, no geral, da associação de painéis de revestimento da envoltória de arenas com células fotoelétricas, que acabam apresentando dupla função: fechamento de áreas e geração da sua própria energia. Segundo, um exemplo, apresentado por John, Sheaard e Vickery (2007), uma edificação com 2.500 metros quadrados seria capaz de produzir até 40% das necessidades do recinto, através da energia fotovoltaica. Outros exemplos a serem pensados pelos projetistas são: a geração de energia através da reciclagem de resíduos, bem como a utilização da cogeração, procedimento mediante o qual se obtém simultaneamente energia elétrica e energia térmica. O Estádio Tynecastle, em Edimburgo, na Escócia, utiliza este sistema descrito anteriormente (KUMMERT, 2008). A energia pode também ser recuperada a partir da troca de calor com a água como apontam Bakema e Snijders (1998) em seus estudos sobre a Arena Gelredome, na Holanda. Turbinas eólicas são outra possibilidade a ser considerada, o Estádio Lincoln Financial Field, na Filadélfia, por exemplo, instalou 80 turbinas desta em sua fachada superior. (BANERJEE, 2011). b) Iluminação Natural: Segundo Viggiano (2010), a iluminação natural dos ambientes é conseguida com a correta orientação das edificações, levando-se em conta a necessidade de proteção contra a penetração excessiva do calor, através dos mais variados recursos arquitetônicos. John, Sheaard e Vickery (2007) completam que esta deve ser a preferida para estádios de futebol, em detrimento a artificial. Seja pela sua economia de recursos de iluminação, seja pela sensação de “bem-estar” 74 gerada para seus frequentadores. Existe, hoje, no mercado uma infinidade de materiais que permitem que as coberturas sejam leves e translucidas facilitando a penetração da luz natural, a exemplo, do plástico etileno-tetrafluoretileno (ETFE). c) Iluminação Artificial: Tendo como parâmetro empreendimentos esportivos, o componente mais óbvio da iluminação artificial são os holofotes, cada vez mais exigidos qualitativamente por cadeias televisivas. Todavia, estes consomem uma enorme quantidade de energia, o que faz com que sejam elementos passíveis de economia, através de luminárias, reatores com alta frequência, níveis de iluminação, distribuição, sistemas de controle e lâmpadas mais eficientes. Deste último item, destacam-se as de baixo consumo energético como as fluorescentes e os Diodos Emissores de Luz (LEDs)12 associadas a economizadores como: os controladores de luminosidade (dimmers), de tempo (timers) e os sensores de presença. d) Iluminação Interna: Além da iluminação da área do campo, onde geralmente acontecem os eventos, a iluminação interna também é um fator de destaque em projetos de estádios, principalmente, em função das grandes áreas públicas envolvidas. Segundo John, Sheaard e Vickery (2007) são de responsabilidade das autoridades locais os parâmetros para este tipo de iluminamento, contudo eles ratificam a importância e a necessidade da iluminação natural até mesmo para áreas como vestiários e salas de apoio, setores que geralmente se encontram enterrados. Viggiano (2010) complementa que este efeito pode ser conseguido através de recursos arquitetônicos como as bandejas refletoras, os domos translúcidos, as aberturas zenitais e a transferência da luz por meio de fibras óticas. e) Iluminação Externa: Existem dois pontos importantes a serem destacados a respeito da iluminação externa: o grau de segurança pública proporcionado e a valorização arquitetônica da construção. Grande consumidora de energia e de avanços tecnológicos significativos é uma das áreas que mais se destacam em novos projetos sustentáveis, principalmente por facilidades contemporâneas como o LED. f) Aquecimento de água: A abundante energia solar disponível, no mundo, pode ser transformada em calor para o aquecimento da água para os mais variados usos de estádios de futebol, minimizando a energia elétrica para tal fim. Um 12 Os LEDs podem funcionar com baixas tensões, como as geradas por sistemas fotovoltaicos (12v), ou tensão da rede elétrica (110 ou 220v), propiciando uma variedade de usos e cores, já que emitem luzes coloridas sem a necessidade de filtros, com economia de 20% com a iluminação. 75 aquecimento de água efetivado através da energia solar reduz em 90% as emissões de gás carbônico; 20% a mais que através de gás canalizado. Um sistema eficiente de aquecimento solar da água consiste basicamente em um conjunto de placas, ou coletores solares, orientados corretamente para a coleta da maior quantidade possível de radiação solar; um reservatório (boiler), devidamente isolado para a retenção do calor gerado; e um conjunto de tubulações adequadas com a capacidade, resistência e isolamentos necessários para a distribuição da água quente, além de um sistema auxiliar de aquecimento, por exemplo, a gás. A repartição desta água quente deve ser cuidadosamente considerada na fase de concepção do projeto, principalmente pela utilização intermitente. Torneiras de água quente devem ser bem pensadas, por exemplo, as de banheiros públicos, raramente são utilizadas. Em um estádio de futebol, menos de 10% das instalações utilizam água quente (OC, 2006). g) Calefação: Ao contrário do Brasil, em países de clima temperado, algumas formas de aquecimento se fazem necessárias. Sendo assim, para a sustentabilidade vigorar a quantidade de energia desprendida para aquecer deve ser reduzida, mantendo a massa térmica e melhorando a eficiência em sua aplicação. Construções em clima temperado, ou frio, requerem uma mínima área de superfície externa, pequenas aberturas e máximo isolamento (VIGGIANO, 2010). A obtenção de ambientes confortáveis, através de temperaturas ideais, pode ter a radiação solar como a principal fonte contribuinte para a redução da utilização da energia da rede, ou também, a utilização do calor residual do processo de energia. h) Ventilação e Refrigeração: Uma arena sustentável, principalmente se estiver localizada em países tropicais, deve prezar sistemas passivos de climatização tais como: ventilação natural, paredes ventiladas, ventilação por efeito chaminé e coberturas verdes. A principal e a mais econômica delas, a ventilação natural, deverá ser o foco, seja na área do evento, sejam nos espaços coorporativos e administrativos (as “multifuncionalidades da arena”). Estes espaços devem fornecer um nível aceitável de conforto em termos de temperatura, de qualidade do ar e umidade. O consumo energético decorrente da climatização é bastante relevante e prende a atenção de arquitetos, inicialmente, ainda na fase de planejamento e projetos. Entretanto, condições de conforto podem ser conseguidas, ainda nesta mesma fase, em muitas partes do estádio, simplesmente através do uso de ventilação natural. 76 i) Temperatura: De acordo com as ideias apresentadas por John, Sheaard e Vickery (2007) a temperatura ideal para assistir a uma partida de futebol varia de 18 a 26° C e de suas áreas administrativas de 20 a 22° C. Contudo, algumas variáveis influenciam e merecem ser destacadas, como: revestimentos em vidro, que podem vir a acumular a radiação solar; o isolamento do calor e do frio, importante para assegurar o mínimo do consumo energético possível; e o movimento do ar, que pode reduzir a temperatura. Estes autores afirmam que uma taxa de ventilação com cerca de cinco mudanças de ar por hora, com uma velocidade típica de 0,23 metros por segundo, pode, de fato, reduzir a temperatura em cerca de 1 a 1.5°C. j) Materiais Ecológicos: São considerados materiais ecológicos (ecoeficientes) aqueles produzidos com menor impacto ao meio ambiente, menor energia utilizada para sua produção e utilização e escolhidos com base na análise do ciclo de vida da edificação. Entre os utilizados em arenas sustentáveis pode-se citar: tijolos ecológicos; tintas sem componentes voláteis tóxicos, com esta taxa reduzida, ou à base de água; materiais reciclados, sem prejuízo a segurança da construção; madeira de reflorestamento, certificada, ou de curto ciclo de renovação; materiais duráveis; dentre outros. Neste item devem ser priorizados insumos locais, pois estes reduzem o percurso de transportes, que emitem grandes quantidades de gás carbônico na queima de combustíveis, além de priorizarem o desenvolvimento do comércio e da indústria. Os gramados merecem destaque neste item, a utilização de um relvado artificial torna a operação de gestão de um estádio mais simplificada; já que se economiza com energia elétrica para estádios cobertos, ou parcialmente cobertos, que necessitam de iluminação especial para o crescimento do gramado. Outro fator de economia é com a irrigação, pois há a poupança de milhares de litros de água, principalmente no verão, onde a demanda por água é maior. Contudo, o maior ganho com este tipo de gramado é relacionado a rentabilidade da arena, pois permite seu uso ininterrupto para diversos fins (shows, peças de teatro e etc.) sem afetar demasiadamente a superfície de jogo. Apesar de ser um material mais ecológico que a grama natural, do ponto de vista de operação e manutenção, e não de fabricação, gera ainda muitas polêmicas em relação ao seu desempenho e adaptabilidade. 77 Uma maneira prática de se obter uma avaliação criteriosa da escolha do material para a aplicação no projeto sustentável é por intermédio de uma matriz de avaliação de materiais. Esta, segundo Viggiano (2010), é uma representação gráfica bidimensional que auxilia na avaliação quantitativa de qualquer fenômeno e nela são relacionados os elementos e suas propriedades. Na avaliação da matriz, são estabelecidos os quesitos que são os itens a serem avaliados, que podem ser os itens ambientais ou outros de escolha do avaliador. Para a avaliação, são estabelecidos dois critérios: a pontuação e o peso. O valor final da avaliação é o somatório de todos os valores dos quesitos (após a multiplicação da pontuação pelo peso) e dá a posição relativa do material em comparação aos outros materiais estudados. Para efeito de análise, os critérios de avaliação de materiais sustentáveis podem ser reunidos em sete categorias: natureza do insumo, impacto ambiental direto, energia incorporada, ciclo de vida, função social, custos e propriedades bioclimáticas (VIGGIANO, 2010, p.52). k) Resíduos e a Reciclagem: Os Resíduos da Construção e da Demolição (RCD) são provenientes de obras civis e representam um grande volume, assim como um grande problema ambiental para qualquer empreendimento deste porte, seja na sua inteira construção, seja em uma renovação/transformação. É essencial uma gestão de resíduos (plano de gerenciamento de resíduos) durante a construção de uma arena sustentável, onde os materiais são separados e reciclados no próprio canteiro de obra, ou fora do local. Esta iniciativa, bastante empregada no mundo do futebol, hoje, reduz a produção de entulhos a ser depositada em aterros, além de economizar materiais e a energia desprendida. No entanto, os resíduos são gerados não só na construção, mas também, durante todo o ciclo de vida da edificação, através das atividades dos usuários e do fim da vida útil de componentes. Uma arena que busca um padrão adequado de sustentabilidade deve conscientizar seus usuários a respeito de campanhas de redução, de reutilização e de reciclagem. Através destes métodos se reduz a quantidade de materiais destinados a aterros sanitários, a necessidade de extração de matérias-primas e se preserva o meio ambiente por meio de uma atividade economicamente vantajosa e empregadora de mão-de-obra, principalmente para materiais como: o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. l) Água: A água é um recurso natural escasso em muitos países que contam com grandes estádios de futebol. Seu consumo, assim como o de energia está sujeito 78 a uma considerável flutuação durante o curso de um ano, em função do número de jogos desportivos, condições meteorológicas, eventos e espectadores, variando anualmente de 10 a 20 mil metros cúbicos (OC, 2006). Seu manejo e uso devem ser conscientes, principalmente na forma potável, envolvendo ações de economia, como: aparelhos economizadores, reuso das águas servidas, (re)aproveitamento eficiente (águas pluviais) e de conservação (recarga dos aquíferos). Dentre as estratégias referentes ao uso racional e de sua correta captação e rejeite, destacam-se: Aparelhos Economizadores: O bom uso da água potável utilizando-se de equipamentos economizadores (com baixo fluxo de vazão) como: os vasos sanitários com caixa acoplada, registros com sensores de presença, acionamentos de torneiras temporizados e vasos sanitários / mictórios a vácuo, são a condição primordial para a eficiência e a sustentabilidade economia e ambiental de todo sistema hidráulico. Tratamento de Águas Servidas: As águas servidas são as águas provenientes da totalidade do esgoto, em um modelo ideal de sustentabilidade e do uso racional da água, sua máxima reutilização é aplicada; por meio de diferentes sistemas de tratamento que dispõe de filtros modernos, câmaras de armazenamento e outros itens. Aproveitamento da Água da Chuva: As águas pluviais podem ser aproveitadas para os usos não potáveis da edificação: irrigação do gramado, limpezas e descargas. Para tanto, o projeto de instalações hidráulicas deve prever a separação das águas em reservatórios, segundo sua potabilidade. Seu sistema básico, em grandes arenas, é composto pelas calhas da cobertura, uma pré-filtragem, a filtragem em si e o armazenamento final. Comum em novos projetos e adaptações pode representar uma economia substancial do abastecimento da rede pública e de capital. Recarga de Aquíferos: Segundo Viggiano (2010), a recarga dos aquíferos é uma das soluções especificadas para a redução dos impactos negativos do excesso de chuvas nas regiões urbanas. Esse impacto ocorre em função da urbanização ter acarretado uma excessiva área impermeabilizada, que impede a necessária absorção das águas pluviais pelo solo. A recarga pode ocorrer de duas maneiras principais: bacias de infiltração e valas de infiltração. Complexos esportivos apresentam grandes áreas impermeabilizadas / cobertas e geralmente se localizam em centros urbanos, assim recargas artificiais como estas devem ser pensadas, na concepção projetual, como forma de facilitar o escoamento das águas das chuvas. 79 m) Ambiente Urbano e Paisagístico: O local aonde a arena será edificada deve ter preocupações de inserção na paisagem, no relevo, no ecossistema, na cidade, com a proximidade de corpos hídricos e etc.; de forma a minimizar os danos ambientais, erosões, sedimentação de rios, geração de poluentes atmosféricos e o consumo de materiais. O partido arquitetônico, por exemplo, deve ser tomado de acordo com as características do terreno e a localização, de preferencia, em locais em declive (para oferecer apoio à estrutura) e reduzir a quantidade de materiais empregada na obra. Os elementos paisagísticos devem ser locais e adaptados de forma a compensar a emissão de gás carbônico e elevadas temperaturas. n) Transporte: Propostas para construção de novos estádios devem privilegiar o transporte público, facilidades de acesso e circulação de forma a reduzir a emissão de gases do efeito estufa e estimular meios coletivos de locomoção. Medidas deste tipo, associadas ao incentivo de ciclovias, caminhadas à arena, bicicletários, vagas para veículos movidos a biocombustíveis, ou carona solidária são formas de tornar um estádio mais sustentável. Todos os princípios de sustentabilidade ambiental, aqui apresentados, deverão ser analisados, também, de acordo com o custo de seu ciclo de vida13. Já que, algumas tecnologias, em prol da sustentabilidade, podem não só reduzir os custos operacionais e com manutenção, como também, com o investimento aplicado inicialmente. Outras podem ser inicialmente mais onerosas, em termos de capital, mas proporcionam economias com o funcionamento, a longo prazo. Opções que priorizam a ventilação e a iluminação naturais, por exemplo, podem levar ao barateamento de estádios frente a opções herméticas de arquitetura. A análise dos custos da construção é uma ferramenta de projeto que garante o melhor valor, devendo ser utilizada na fase de concepção, pois inclui desde as matérias-primas, o custo inicial do investimento; passando pelos custos de operação, manutenção e substituições das partes danificadas. (JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007). Inspirado nos aspectos sustentáveis da construção civil, aqui apresentados, e nos preceitos do COI, a FIFA, só em 2006, para a XVIII Copa do Mundo FIFA TM Alemanha, estabeleceu o Programa Green GoalTM (no português, Metas Verdes), o 13 A avaliação do ciclo de vida tem sido descrita como "do berço ao túmulo", ou seja, da contabilidade das entradas e saídas dos usos de uma edificação - custo inicial, execução, manutenção e eventuais substituições (JOHN; SHEAARD; VICKERY, 2007). 80 qual se dedicou a próxima seção. Nele preza-se pelo conceito de “Ecoarenas”, ou seja, estádios que apresentam aspectos ecológicos em sua concepção; que foram construídos de forma a causar o menor impacto ambiental, sem desperdício de materiais e com as maiores eficiências energéticas e hidro sanitárias possíveis. Para o Mundial posterior, a XIX Copa do Mundo FIFATM África do Sul 2010, seu país-sede não inovou em conceitos de sustentabilidade, assim como, em aspectos tecnológicos; “importando”, apenas, modelos utilizados no Mundial alemão. O Mundial de 2014, no Brasil, entretanto, poderá se tornar um marco da sustentabilidade aplicada em estádios de futebol, pela concepção de projetos que buscam o equilíbrio do esporte com o meio ambiente, o combate ao aquecimento global e a preservação ecológica (MASSIMINO, 2012). Infelizmente, por ser a sustentabilidade aplicada a arenas esportivas, uma temática recente, há pouca informação técnica disponível, assim como de referencial teórico. O que dificulta o estabelecimento de regras, boas práticas e até mesmo a exemplificação. Somente através da difusão destes conceitos em novos projetos, de sua quantificação e da publicação de seus resultados e experiências é que será atingido seu real objetivo: estádios verdadeiramente e ambientalmente sustentáveis. 3.2. O PROGRAMA FIFA GREEN GOALTM A FIFA, órgão internacional que conduz as associações de futsal, futebol de areia e futebol de campo, o esporte coletivo mais popular do mundo, mantém uma extensa lista de exigências às quais os estádios das cidades-sede e as próprias devem se adequar para terem direito a sediar seus eventos. Uma delas está relacionada às questões de responsabilidade socioambiental; temas como o aquecimento global, a conservação ambiental e o manejo sustentável recebem destaque durante as edições, por exemplo, das Copas do Mundo. Tal temática ambiental se tornou uma preocupação constante e explicita da entidade máxima do futebol mundial, neste novo século14, de seus parceiros e patrocinadores em prol da mitigação dos impactos negativos decorrentes da atividade futebolística. 14 Ao contrário dos Jogos Olímpicos, um conceito ambiental não era obrigatório no caso de uma Copa do Mundo até o lançamento do Programa Green GoalTM, em 2005. 81 O novo edifício da FIFA é o exemplo da instituição, para cidades-sede, como forma de mostrar esta constante preocupação. O projeto da arquiteta suíça Tilla Theus, com 39,7 mil m² de área construída, nas proximidades do zoológico de Zurique, na Suíça, vem sendo utilizado desde 2006 e definiu novos padrões ambientais e de referencial projetual/arquitetônico. A concepção do projeto baseouse na valorização de itens como: a sustentabilidade, a flexibilização construtiva, a não emissão de poluentes e a eficiência energética; aliados a modernas instalações e a integração completa da edificação ao seu entorno imediato (FIFA, 2010). Desde a Copa do Mundo FIFA Alemanha 2006 a entidade internacional em questão investe na divulgação de programas que integrem o desenvolvimento sustentável, a modificação de padrões de comportamento, a redução do consumo de recursos, com a proteção do meio ambiente a exemplo do inédito Green GoalTM. Este Programa, lançado em 2005, em parceria inédita com a PNUMA, a Federação Alemã de Futebol e o Ministério do Meio Ambiente, como forma de demonstrar que o esporte também pode contribuir com as questões de desenvolvimento sustentável; em linhas gerais, prevê para as cidades-sedes a administração racional e eficiente da água e dos resíduos gerados, a economia de energia e o uso de sistemas públicos de transporte com consumo eficiente de combustíveis (OC, 2006). O Green GoalTM vem contribuindo para o acúmulo de conhecimentos e experiências para futuras sedes da Copa do Mundo e até mesmo outros grandes eventos. Ao fornecer uma base sobre a qual as cidades anfitriãs poderão desenvolver seus próprios programas ambientais e de infraestrutura dentro das limitações impostas por eventos como este; a fim de minimizar as consequências negativas destes sobre o meio ambiente, maximizando o legado social, econômico e ambiental. Não só no período de sua realização, mas sim no pós-evento, de curto a longo prazo. 3.2.1. Contextualização Histórica Ao sexto dia do mês de julho, do ano 2000 (Record, 2000), a FIFA anunciou que a Alemanha vencera o Marrocos, a Inglaterra e a África do Sul e sediaria a Copa do Mundo de 2006. Dentre as propostas de sustentabilidade apresentadas pelo comitê organizador local, em parceria com a FIFA, destacamos o ecológico Programa Green GoalTM (Metas Verdes, tradução nossa), de 2005, primeira tentativa ambiciosa 82 do gênero em estabelecer objetivos mensuráveis de proteção ambiental, preencher as lacunas correspondentes a falta de especificações ambientais da FIFA e reduzir os efeitos adversos de uma competição deste porte15. Inicialmente, as questões ambientais, ao longo do processo de candidatura alemã, se resumiam a apenas um único capítulo intitulado “Conceito Ambiental para os Estádios”. Redigido e inspirado no sucesso ambiental dos XXVII Jogos Olímpicos de Verão de Sidney, Austrália, em 2000. O pacote de diretrizes ambientais, que formou a espinha dorsal do Programa, foi ratificado durante a XVII Copa do Mundo FIFA 2002 Japão - Coréia do Sul através de uma comissão de pesquisadores do ÖkoInstitut16 e do WWF e apresentado, posteriormente, em 2003. Assim, dos 16 objetivos propostos, treze foram alcançados, através de parcerias entre as cidadessedes, o governo federal, empresas de transporte público, os parceiros e patrocinadores da FIFA e a própria entidade máxima do futebol; expondo uma Alemanha ambientalmente consciente e economicamente rentável (OC, 2006). Dentre as ações desenvolvidas, destacam-se: pela primeira vez na história do torneio, as emissões de efeito estufa adicionais foram compensadas, com um investimento total de 1,2 milhões de euros em projetos de requalificação climática, na própria Alemanha e em países em desenvolvimento “Gold Standard” - como forma de reduzir as desigualdades sociais. Na África do Sul, por exemplo, 400 mil euros foram empregados em um projeto de contrapartida de emissões de dióxido de carbono na Alemanha. Neste, gases provenientes de rejeitos de uma estação de tratamento de esgotos eram transformados em energia elétrica, na cidade de Seboken, na província de Gauteng, onde fica localizada também, uma das capitais do país, Johanesburgo. Houve também, a construção de uma fábrica para gerar combustível a partir de restos de serragem da indústria do papel, para substituir o uso do carvão vegetal de fazendas de cítricos. Estes projetos foram elaborados pelo Comitê Organizador Alemão e pela organização suíça Myclimate de forma a compensar as 92 mil toneladas de gases lançadas na atmosfera durante a competição (OC, 2006). 15 A segunda Copa do Mundo do país, a Alemanha Ocidental já organizara o Mundial de 13 de junho a 07 de julho de 1974, quando a nação era dividida em duas. Dezesseis países participaram, consagrando a Alemanha Ocidental campeã, as partidas foram realizadas em nove cidades. 16 Organização europeia de pesquisa, preservação ambiental e consultoria sustentáveis, que criou um software, o Global Emission Model for Integrated Systems, que torna possível quantificar quantas mudas de árvores devem ser plantadas, para retirar o gás carbônico produzido durante os jogos e lançado na atmosfera, evitando assim o efeito estufa e o aquecimento global (MATIAS, 2007). 83 Outro país beneficiado por este Mundial fora a Índia, escolhida por te sido assolada pelo tsunami de 26 de dezembro de 200417. Novecentas famílias da província de Tamil Nadu, no sudeste do país, duramente atingidas, foram beneficiadas com a aplicação de 500 mil euros, na recuperação de casas e na construção de biodigestores através de fezes de bovinos, para a produção de biogás para atividades domésticas. Assim, 30.000 toneladas de dióxido de carbono serão evitadas, nos próximos dez anos, com a abolição das fogueiras usadas anteriormente para cozinhar (OC, 2006). Na Alemanha em si, o consumo de água nos estádios foi reduzido em 20%, (42.400m³) com o reaproveitamento de água de chuva; nas coberturas dos estádios foram implantadas placas fotovoltaicas na ordem de 2.800kW, suficientes para cobrir a demanda anual total de um estádio de futebol, o que reduziu o consumo energético em 13% (7% a menos que o esperado). Contudo, a grande façanha energética foi a cota de 13 milhões de kWh de energia verde, certificadas a partir de hidrelétricas (OC, 2006). Nos transportes, dos portadores de bilhetes, 74% dos 3,4 milhões de torcedores viajaram para os estádios através de meios públicos de locomoção, com frequência e qualidade elevadas, ou a pé. No total, cerca de 50 projetos de infraestrutura foram realizados nas cidades-sede para melhorar o transporte público. Já a redução de resíduos, após gerações elevadas (em valores absolutos) na Copa do Mundo de 2002 e na Eurocopa de Portugal, em 2004; foi marcada pela excelente gestão (17% menor na produção de resíduos), pela utilização do mínimo de embalagens possíveis, em produtos à venda, e pela adoção de copos retornáveis, pela primeira vez na história, de uma Copa do Mundo, ou Olimpíadas. Destaca-se aqui, o programa de gestão de resíduos da Allianz Arena de Munique, entretanto, cada partida ainda foi marcada pela produção exagerada de 15 toneladas de lixo, números que precisam ser minimizados. O Green GoalTM só não fora mais eficiente na Alemanha, pois foi implantado, posteriormente, ao inicio do planejamento e das obras para a Copa, entretanto todas as medidas ratificadas posteriormente se comprometeram voluntariamente a participar da alguma forma do Programa. 17 Conhecido também como Sismo do Índico de 2004 disparou uma sequência de tsunamis fatais com epicentro na Sumatra, Indonésia. Quatorze países banhados pelo Oceano Índico foram atingidos matando mais de 230 mil pessoas. Esta tragédia mobilizou ações humanitárias de diversos países. 84 O sucesso do Programa Green GoalTM 2006 fora tão grande, que dois anos mais tarde, um conceito ambiental similar foi desenvolvido na Áustria, uma das sedes, juntamente com a Suíça, da Eurocopa 2008. Por sua vez, a FIFA incorporou este programa as cidades anfitriãs, que viriam a sediar um dos seus eventos posteriormente, através de uma cláusula de proteção ambiental: The Host City undertakes to carry out its obligations and activities under this Agreement in a manner which embraces the concept of sustainable development that complies with applicable environmental legislation and serves to promote the protection of the environment. In particular, the concept of sustainable development shall include concerns for postcompetition use of Stadia and other facilities and infrastructure (POLOLWANE MUNICIPALITY, 2009).18 Na Copa do Mundo FIFA da África do Sul 2010, o comitê organizador local, também, adaptou o Programa a realidade nacional, em parceria com as cidades-sedes - com destaque para a Cidade do Cabo - e órgãos pátrios como a Secretaria Nacional de Meio Ambiente e entidades internacionais como o PNUMA e os escritórios de arquitetura germânicos que participaram da Copa de 2006. Os organizadores da Copa sul-africana tinham como objetivo maior transforma-la em um “evento verde”, ao deixar um legado ambiental positivo para sua população (CAPE TOWN CITY, 2008). Pelas desigualdades sociais do país, o Programa Green GoalTM 2010 teve contornos sociais muito maiores que a edição alemã, ao associar suas questões ambientais com a preocupação em reduzir a pobreza da África do Sul. Na cidade sul-africana, acima em destaque, o Programa Green GoalTM teve seu plano de metas lançado, em outubro de 2008, com orçamento municipal inicial de, aproximadamente, um milhão de dólares, além de investimentos do Governo Federal e da Província correspondente, e seu conceito foi bastante assimilado pela população e partes interessadas. A venda de certificados de eletricidade ecológica, por exemplo, compensaram cerca de 80% das emissões de carbono da competição, assim como, uma taxa de redução da geração de resíduos de 20%. Uma série de projetos de eficácia energética também foram implantados, como exemplo cita-se 18 “A cidade-sede se compromete a cumprir as suas obrigações e atividades no âmbito do presente Acordo, de forma a abraçar o conceito de desenvolvimento sustentável, que cumpre a legislação ambiental aplicável e serve para promover a proteção do meio ambiente. Em particular, o conceito de desenvolvimento sustentável deve incluir preocupações com o pós-competição, o uso futuro do estádio e outras instalações, assim como, da infraestrutura disponibilizada” (tradução nossa). 85 (FIFA, 2011a): o aperfeiçoamento de semáforos; a instalação de holofotes eficientes; e o fornecimento de calefação solar de água para 540 famílias de baixa renda em Darling, pequeno município rural, a 75 km da Cidade do Cabo. Com a divulgação do relatório final de 130 páginas, em 2011, de todos os projetos executados, durante quatro anos, para a Copa do Mundo da África do Sul, que assinala as “três vias básicas” do desenvolvimento sustentável: meio-ambiente, sociedade e economia; percebe-se que um grande número de temáticas foram abordadas, como: eficiência energética; redução de gases estufa; conservação da água; gestão de resíduos; transportes; paisagismo e biodiversidade; edificações sustentáveis; turismo responsável; comunicação e conscientização. Destes programas desenvolvidos para a Copa do Mundo 2010, 19 dos 41 totais correspondem ao “legado”, o que significa que as melhorias serão sentidas pela população durante muito tempo, após o término do Mundial propriamente dito (FIFA, 2011a). De acordo com o informe, concebido a partir do trabalho de monitoramento e avaliação realizado pela ONG Sustainable Energy Africa, o Programa Green GoalTM 2010 superou as metas nacionais para a redução de resíduos em aterros e o uso de transporte público a fim de minimizar o impacto ambiental do torneio (FIFA, 2011a). Entretanto, a pegada do carbono do Mundial 2010 foi estimada em 896 mil toneladas de gás carbônico, mais de oito vezes a Copa do Mundo de 2006. Este valor é resultado da falta de transportes públicos de qualidade, interligando as cidadessedes, o que demanda um acréscimo de percursos efetivados de carro, ou avião e da matriz energética sul-africana ser voltada para a queima do carvão. Além da construção de cinco novos estádios, ao contrário da Alemanha, onde só o Allianz Arena de Munique fora construído. Estes valores só seriam totalmente compensados com um investimento entre 6,8 e 12 milhões de dólares, o que em um país em desenvolvimento é ainda algo difícil e oneroso. A solução foi, portanto, focar em tornar a Copa da África do Sul um evento de baixo carbono, ao invés de um evento carbono neutro, reduzindo-se assim os impactos climáticos do evento através da mitigação de suas emissões (CAPE TOWN CITY, 2009). Cabe destacar também, da Copa do Mundo FIFA África do Sul 2010, a campanha “20 Centros para 2010” que está construindo vinte complexos “Football for Hope” em comunidades carentes de todo o continente africano com o objetivo de 86 promover a saúde pública, programas ambientais e a educação através da prática do futebol. Já foram edificados oito, em países como: África do Sul (Cidade do Cabo e Mokopane), Gana, Lesoto, Mali, Namíbia, Quênia e Ruanda. Todos eles contam com medidas sustentáveis, como a aplicação de painéis fotovoltaicos, o que garante o fornecimento elétrico e conscientiza a população para fontes alternativas de energia. Um ano depois da Copa da África, a Alemanha voltou a sediar uma Copa do Mundo desta vez a feminina, o país que já utilizara o Programa Green GoalTM, em 2006, o relançou em 2010, explorando novas áreas com cerca de 50 medidas e um orçamento de um milhão de euros. Aproveitando as experiências anteriores, em parceria com a FIFA, entidades alemãs e o Öko-Institut a VI Copa do Mundo Feminina 2011 foi além de eliminar e reduzir os impactos ambientais da Copa de 2006, o Green GoalTM 2011 foi também utilizado como plataforma para divulgar questões de proteção de recursos ambientais e para incrementar as matrizes energéticas de fontes renováveis (OC, 2011). As 40.000 toneladas de emissões de gás carbônico adicionais do torneio, pela primeira vez na história do futebol feminino, foram compensadas através de investimentos, na ordem dos 600 milhões de euros, em cinco países em desenvolvimento, em projetos de proteção do clima com o slogan “Pegada do Futebol” (OC, 2011). Como forma de exemplificar, cita-se: a construção de biodigestores na Índia; de um parque eólico, com 19 turbinas, na Nicarágua; de uma pequena central hidroelétrica em Honduras; e a distribuição de aquecedores eficientes em Gana e no Mali. Cabe salientar, que para a Copa de 2011, o potencial de alterações estruturais dos estádios foi severamente limitado e houve a venda de pelo menos um alimento orgânico certificado em todos os postos de venda dos estádios e não somente em áreas VIPs (Very Important Person/People). As arenas esportivas da Copa 2011 investiram aproximadamente 710 milhões de euros em suas acomodações, isto representa uma economia de 6.000.000 kWh de energia, 50.000 m³ de água e 4.000 toneladas de gás carbônico por ano. Uma análise dos resultados indica que 80% das medidas executadas serão quitadas em três anos e apenas 20% serão amortizadas durante um período superior a três anos. Comparativamente ao Mundial masculino, anteriormente realizado neste país, a Copa feminina teve um apelo e uma aceitação muito maior na sociedade; além de 87 resultados mais eficientes e positivos, principalmente nos estádios, que se encontram agora muito mais sustentáveis, mais limpos, bem geridos e ofertando uma quantidade maior de produtos orgânicos locais e com poucas embalagens. Entretanto, nos transportes, a oferta pública foi muito menor que na Copa de 2006; 80% de todas as emissões de gases do efeito estufa no Mundial de 2011 foram provenientes deste setor, ou seja, mais de 33.600 toneladas de poluentes, sendo que, os carros, o meio de transporte mais utilizado, foi responsável por quase 60% deste total, um retrocesso se comparado ao Mundial de 2006 (OC, 2011). Até mesmo o Campeonato Mundial de Futebol Sub-2019 FIFA Colômbia, de 2011, através da Federação Colombiana de Futebol, em parceria com a Secretaria Presidencial de Política Ambiental, se comprometeu com o Programa; com práticas de reflorestamento de mais de 35 mil mudas, nos Andes colombianos e na conscientização do público com temas ambientais. Foram desprendidas nove mil toneladas de dióxido de carbono para a realização da competição (FIFA, 2011b). No Brasil, a FIFA já começou a trabalhar com o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo 2014 para que haja uma integração adequada e fortalecida das questões ambientais, da estrutura de gestão, da preparação e da execução do evento. A entidade internacional, por exemplo, investirá US$ 20 milhões em estádios ecológicos e na compensação de gases poluentes emitidos, para garantir que a segunda edição da Copa, no Brasil, tenha sua sustentabilidade maximizada (PORTAL2014, 2012). Tanto, que muitas das sedes brasileiras, em especial o Rio de Janeiro, sede também dos Jogos Olímpico de 2016, já procuraram os escritórios de arquitetura e as esferas de governo que participaram das Copas de 2006 e 2010, para receberem apoio para estas questões, com honorários avaliados, entre três e quatro milhões de reais. Segundo o Comitê Organizador Local da Copa Sul-africana, no Brasil, a CBF, pela sua força mundial, deveria tomar uma postura mais incisiva em relação às metas do Programa Green GoalTM 2014, o que ainda não acontecera (PROVINCIAL GOVERNMENT OF THE WESTERN CAPE, 2011). Até mesmo as próximas Copas do Mundo a serem realizadas na Rússia, em 2018 e no Catar, em 2022, já tiveram firmadas em seus contratos garantias de responsabilidade e planejamento ambiental, dentre elas, destacam-se (FIFA, 2012): 19 Espécime de Copa do Mundo FIFA para jogadores com idade inferior, ou igual a vinte anos. 88 Avaliação ambiental completa da organização da Copa do Mundo; Integração sistemática do meio ambiente às estruturas de gestão; Composição e integração de um conselho consultivo ambiental; Criação de um programa de consulta às partes envolvidas; Apontamento de objetivos mensuráveis em seis temas principais: água, resíduos, energia, transporte, compras e mudanças climáticas; E atividades planejadas para minimizar os efeitos ambientais adversos. 3.2.2. Etapas do Programa Green GoalTM Para Estádios Sustentáveis Um evento importante como uma Copa do Mundo é um desafio não só para as seleções inscritas como também para o meio ambiente. Um país sede recebe milhares de visitantes e turistas que se deslocam por grandes distâncias, consumindo energia elétrica, água, gerando resíduos, gases do efeito estufa, além de tanto outros efeitos indiretos inevitáveis. E como o futebol e o meio ambiente precisam “andar de mãos dadas”, o Programa Green GoalTM além de ser parte integrante do planejamento e da organização de uma Copa do Mundo “verde” é uma contribuição para um "legado sustentável". Na última Copa do Mundo, por exemplo, segundo o Secretário Geral da FIFA Jérôme Valcke (FIFA, 2011), uma média de 49.670 espectadores assistiram a cada uma das 64 partidas, consumindo mais de 3,1 milhões de garrafas de bebidas e 56 MW de energia elétrica, o que equivale à oferta de mais de 56.000 casas. Segundo a FIFA (2007), os princípios da sustentabilidade do Green GoalTM, em prol da proteção climática20, maior desafio das políticas ambientais, hoje, devem orientar uma cidade-sede e sua respectiva arena, para a organização de um Mundial. Estes devem ser discutidos com os representantes da comunidade local, grupos ambientais, mídia e autoridades locais e nacionais de futebol; se agrupando em quatro áreas básicas e bem resumidas, a favor de uma experiência ambiental e comunitária positiva, com os seguintes objetivos: 20 Neutralidade Climática, ou Clima Neutro: As emissões de gases prejudiciais do efeito estufa, em Copas, serão, na medida do possível, evitadas, ou reduzidas. Emissões inevitáveis deverão ser compensadas através de investimentos financeiros no próprio local, ou em outros países (OC, 2006). 89 a) Água: Reduzir e utilizar o consumo de água potável de forma mais responsável. Criar meios alternativos para a irrigação do gramado. Armazenar águas pluviais como forma de apoiar o ciclo de vida. Instalar mecanismos de redução do fluxo de vazão em equipamentos sanitários durante a fase de construção. b) Resíduos: Sua remoção é responsável pelo maior custo da gestão de estádios. Devem ser evitados e/ou reduzidos, por exemplo, com a reutilização de recipientes de bebidas; reciclagem, através da separação da coleta de lixo; e com a redução de embalagens desnecessárias de alimentos e produtos de merchandising. c) Energia: Edificação de estádios com sistemas de energia alternativos, mais econômicos e eficientes. Fontes alternativas de geração e sistemas de controle central devem ser explorados, assim como, a redução da utilização de equipamentos de ar condicionado. Os vidros, também, deverão ser isolados e protegidos da insolação. d) Transporte: Incentivar o uso de transportes públicos (trens, ônibus, metros, barcas, e etc.) para o gerenciamento facilitado dos eventos e a otimização do desempenho de sistemas de combustíveis. Já que este setor é o principal responsável pela emissão de gases do efeito estufa em eventos do porte de uma Copa do Mundo. De acordo com o Football Stadiums - Technical Recommendations and Requirements21 (FIFA, 2007) todos estes princípios de sustentabilidade ambiental devem ser levados em consideração e compatibilizados na escolha do local, concepção e da construção de uma megaestrutura, com os que se seguem: - Aumento do tráfego de veículos; - Grande número de fãs/pedestres barulhentos e muitas vezes agressivos; - Elevada emissão de ruídos; - Orientação solar adequada e iluminação de eventos; - Sombreamentos das construções adjacentes; - Ociosidade do entorno das arenas em dias de não eventos; - Escala inadequado do projeto em relação aos seus arredores. 21 Estádios de Futebol: Recomendações Técnicas e Requerimentos (tradução nossa) 90 Segundo a FIFA (2011), com estudos, análises e concepções adequadas, a maioria dos problemas, acima citados, pode ser mitigada. Dentre os exemplos apontados de soluções, destacam-se: criação de zonas de acesso restritas; controle dos índices de ruído e iluminação; rebaixamento do gramado, para propiciar a redução da altura da arena; controle dos horários de partidas, eventos e tráfego local; preocupações com o paisagismo e a arborização do entorno (que beneficiam a percepção de conforto ambiental e visual dos usuários); programas de drenagem e percepção dos corpos d’água adjacentes; e diversificação dos usos dos estádios para que estes não se tornem ociosos. Estádios por serem grandes projetos pontuais de desenvolvimento urbano, com impactos negativos em diversas áreas, devem melhorar a qualidade de vida daqueles que vivem no seu entorno, integrando-se ao dia-a-dia de sua comunidade, ao fornecer estabilidade financeira, social e principalmente ambiental. Como forma de avaliar toda esta sustentabilidade, metas e eventuais impactos, em suas cidades-sedes, a FIFA, desde 2011, incorporou ao Programa Green GoalTM a adoção de certificações ambientais mundialmente difundidas como instrumentos de verificações. Anteriormente, na Copa da Alemanha, em 2006, por exemplo, os estádios de Nuremberg e Munique receberam o Eco-Management and Audit Scheme (EMAS), um tipo de certificação europeia de gestão ambiental, que obriga aos seus gestores melhorarem, continuamente, seu processo de proteção ambiental, através de auditorias regulares. Entretanto, hoje, no Programa, há uma citação direta das metodologias LEEDTM e BREEAM; além de uma genérica para as que classificam obras de engenharia através de um sistema de estrelas (como a australiana Green Star), ou daquelas que efetivam medições utilizando o sistema de pegada do carbono. A ênfase é dada a certificação LEEDTM apresentada, em detalhes, em detrimento das outras. Segundo a FIFA (2011), todos os novos projetos e reconstruções/renovações de estádios deverão incorporar princípios e técnicas de construção verde em sua concepção, para alcançar o mínimo de requisitos para a certificação LEEDTM. As questões ambientais exigidas pela FIFA de uma cidade-sede, na organização de um Mundial, não se restringem apenas as certificações, algumas outras exigências são apresentadas, na página 47, da FIFA (2011): 91 - Apresentar uma avaliação detalhada e quantitativa da qualidade do ar, para os cinco anos antes do evento, para eventuais mudanças exigidas pela FIFA; - Fornecer informações referentes à qualidade da água da rede pública; - Cidades-sedes têm que disponibilizar informações a respeito de qualquer ambiente sensível, dentro da cidade, ou ao redor do estádio, em particular; - Informar sobre áreas de interesse cultural, histórico, ambiental, ou religioso; - Expor os objetivos, metas e prioridades ambientais; - Criar e apresentar meios de divulgar e avaliar os impactos ambientais; - Minimizar as poluições sonora e atmosférica; - Gerir corretamente os resíduos de procedência sólida e de esgotamento; - Reciclar, reduzir e reutilizar resíduos provenientes de embalagens; - Utilizar materiais e técnicas de construção ecológicas nas obras da Copa; - Operar campanhas de limpeza eficientes no Pós-Copa do Mundo; - Fazer com que medidas de proteção ambiental sejam adotadas pelas autoridades de governo e organizações não governamentais; - Incentivar a criação de programas de conscientização ambiental do público. Até mesmo a execução de estruturas temporárias (tendas, edificações provisórias, plataformas, rampas de cabeamento, passarelas para pedestres, arquibancadas desmontáveis e etc.) necessárias para a infraestrutura da realização de um Mundial, aprovadas pela FIFA, apresentam preocupações ambientais e estéticas. Materiais e componentes utilizados, por exemplo, nestas estruturas, devem ser eleitos na sua forma básica, só quando essencialmente necessários, assegurando seu potencial máximo de desmontagem, reutilização e reciclagem. Com a menor destinação possível para aterros sanitários, com a menor quantidade de energia incorporada possível e cientes da sua importância para a proteção ambiental do planeta e da saúde humana. Exemplos desta estratégia incluem (FIFA, 2011): - Evitar pinturas, acabamentos ou laminados; uso de materiais na forma bruta; - Evitar rebocos, divisórias e paredes; uso de auto acabados; - Usar concreto ou madeiras aparentes, de modo a evitar tapetes, vinil e etc.; - Evitar o uso de papéis laminados, utilizar sempre materiais reciclados; - Fixar materiais de exposição sempre de forma mecânica, evitando adesivos. 92 Segundo o Green GoalTM, princípios de energia passiva devem ser empregados, também, em estruturas temporárias, para evitar uma infinidade de sistemas de refrigeração com custos elevados de materiais e energia, como: telhado flutuante, massa térmica, sombreamento, e espaços abertos com bom fluxo de ar. A FIFA (2011) aponta ainda que, caso as instalações temporárias criem valor agregado, a longo prazo, poderão permanecer “permanentes”, como legado do evento, sem a necessidade de sua remoção, apenas com algumas adequações. Com a apresentação da estrutura institucional do Programa Green GoalTM e com o apoio de obras da FIFA relacionadas com a construção e gestão de estádios de futebol como: Football Stadiums - Technical Recommendations and Requirements; Safety Regulations (FIFA, 2008), dentre outras; cada cidade-sede, ou país, estabelecerá um Plano de Ações, definindo projetos específicos de implementação ligados a esta área temática, ao planejamento e a operação de grandes eventos. As iniciativas devem partir das diferentes esferas de governo, com dotações orçamentárias próprias e através de parcerias público-privado (DUTRA, 2010). Na última Copa do Mundo, por exemplo, para a Cidade do Cabo, o Plano de Ações identificava nove áreas temáticas (cinco a mais que o Programa Green GoalTM original) e definia 41 medidas a serem desenvolvidas, implementadas e destinadas a reduzir o impacto ambiental. Incialmente, estas medidas demandaram certa aplicação de recursos, todavia este são recuperados com a redução dos custos operacionais a curto e a longo prazo. A seguir, apresenta-se as nove áreas temáticas identificadas pelo Programa Green GoalTM 2010, com seus respectivos objetivos: 1- Energia e Mudanças Climáticas: Minimizar a pegada do carbono, potencializar a eficiência energética e promover fontes renováveis; 2- Água: Minimizar o uso e promover a conservação dos recursos hídricos; 3- Gestão Integrada de Resíduos: Reduzir, reutilizar e reciclar resíduos; 4- Transporte, Mobilidade e Acesso: Promover a eficiência energética, o acesso universal a mobilidade e a minimização da poluição do ar. 5- Paisagismo e Biodiversidade: Promover o paisagismo e a biodiversidade; 6- A Construção Verde e Estilos de Vida Sustentáveis: Promover uma consciência ambiental, estilos de vida e práticas de construção sustentável; 93 7- Turismo Responsável: Promover o turismo responsável para 2010 e além; 8- Comunicações do Green Goal: Comunicar a mensagem do Programa Green GoalTM a residentes e visitantes de forma a gerar a conscientização; 9- Monitoramento, Medição e Comunicação: Acompanhar, avaliar e elaborar relatórios sobre os progressos realizados durante a sua execução. Dentre as 41 medidas estabelecidas, de forma a exemplificar, apresenta-se uma das adotadas para o quarto item “Transporte, Mobilidade e Acesso”. Tal medida denominada “Eco táxis” previa facilitar o estabelecimento de uma frota de táxis de baixa emissão de poluentes e ambientalmente corretos, operando a partir do ano de 2010. Os veículos seriam dotados de reduzido consumo de combustíveis e emissões e seriam adesivados com o logo do Green Goal 2010 para promover a conscientização. Esta ação partiu do Governo da Província do Cabo Ocidental, onde fica localizada a Cidade do Cabo e contou com membros do município, que dispunham de verbas de aproximadamente US$ 10 mil, em parceria com o setor privado. O medidor do desempenho desta ação correspondeu ao número de veículos operando. Encerra-se esta seção com o preceito número 10 “Usar o futebol para fazer um mundo melhor”, do código de condutas, moral e ética da FIFA, o “Fair Play” 22: O futebol tem um poder incrível, que pode ser usado para fazer deste mundo, um lugar melhor, no qual todos possam viver. Use esta poderosa plataforma para promover a todos: a paz, a saúde, a igualdade e a educação. Faça um jogo melhor, leve isso a todos, e você estará promovendo um mundo melhor (FIFA, 2012a, tradução nossa). Durante uma Copa do Mundo, ou uma Olimpíada, milhares de espectadores assistem às partidas diretamente dos estádios e outros bilhões assistem às partidas pela televisão e/ou internet. Isto proporciona uma grande oportunidade de se sensibilizar o público, através de campanhas de conscientização ambiental locais, através do voluntariado e da comunicação visual do evento. E para o grande público, por meio dos grandes meios de comunicação, que associam o futebol aos problemas 22 Este código simples e de fácil entendimento da FIFA, de 1997, conhecido também como “Jogo Limpo”, representa os benefícios de se cumprir as regras, de se ter bom senso e de se respeitar o próximo. Código, o qual, segundo a entidade, ela vai continuar lutando no futuro, independentemente, das influências e pressões externas exercidas. A FIFA homenageia aqueles que são exemplos de Fair Play, pelo mundo, e muito frequentemente o prêmio vai para indivíduos, ou grupos que não costumam aparecer nas manchetes futebolísticas e que geralmente estão “atrás das câmeras” (FIFA, 2012a). 94 climáticos e ambientais, da importância de se proteger o planeta e de se promover o desenvolvimento sustentável nos seus respectivos países. Campanhas como o “não ao racismo”, por exemplo, poderiam ser adaptadas, pela própria FIFA, para questões de cunho ambiental, o que ajudaria a atrair mais ainda o interesse público. A FIFA, neste século, apesar da demora - se comparada ao COI e a sua responsabilidade ambiental com os Jogos Olímpicos - compreende que está em uma posição chave para decidir medidas de proteção ambiental e de responsabilidade social, em todo o planeta, através da organização de seus eventos; tanto, que estabeleceu parcerias estratégicas com renomadas instituições internacionais e organizações não governamentais. Além disso, introduziu diretrizes ambientais para os processos de candidatura de seus eventos - mesmo que através do LEEDTM - e sem a força da obrigatoriedade - comum a exigências com equipamentos técnicos e aparatos de segurança. Afinal, o futebol também precisa de um ambiente saudável e limpo e muitas das medidas ambientais a serem tomadas e aplicadas, nas futuras Copas, dependem de um envolvimento maior e impositivo de sua entidade máxima. Com o Programa Green GoalTM as cidades-sedes da FIFA começaram a estabelecer, desde 2005, uma nova consciência ambiental, modificando padrões de comportamento e reduzindo o consumo de recursos, ao relacionar melhorias na infraestrutura com a qualidade ambiental. A sustentabilidade de um grande evento, com a redução da sua pegada de carbono, pode ser considerada, sim, seu maior legado, mesmo que seja impossível neutralizar 100% das emissões, em função dos impactos negativos de um evento deste porte, como discutido nesta seção. O mais importante é saber que tais medidas, adotadas na gestão e na inovação de Mundiais passados, com suas limitações e sua ampla divulgação, através de relatórios de legado, influenciam a organização e o planejamento sustentável de novos eventos, através de federações nacionais de futebol, patrocinadores, governos e diversos outros atores sociais envolvidos. Esperase comprovar com este trabalho que o esporte e o meio ambiente são uma equipe vencedora e que podem beneficiar o planeta muito além das quatro linhas do campo e muito depois do apito final e do silenciar dos aplausos dos fãs. 95 4. MATERIAIS E MÉTODO A partir do referencial teórico explanado, neste capítulo, é proposta uma metodologia para a análise de sustentabilidade do projeto da Arena Pantanal, com a proposição de eventuais diretrizes, quando necessárias. A principal motivação para o seu desenvolvimento foi à necessidade do estabelecimento de indicadores de sustentabilidade para grandes equipamentos esportivos destinados a prática do futebol, considerando-se ações orientadas ao desenvolvimento de projetos mais preocupados com o meio ambiente. A seguir, são apresentados os materiais e o método utilizados nesta realização e, consequentemente, das ações propostas. 4.1. ECO ARENAS Para a construção da metodologia de análise da sustentabilidade do projeto da Arena Pantanal faz-se necessário, primeiramente, em função da escassez de referencial bibliográfico, levantar critérios de verificação desta preocupação com o projeto e com o meio ambiente circundante, e dos principais exemplos de estádios de futebol mundiais, de forma a estabelecer uma base de dados a ser utilizada, posteriormente, no objeto de pesquisa principal deste trabalho. Nesta pesquisa, se realizou um levantamento das principais arenas, de todo o Mundo, concluídas, ou em vias de finalização de suas obras, que tenham o futebol como uma de suas práticas, independentemente, associada e/ou adaptada para qualquer outra modalidade, para disputas de partidas e amistosos oficiais de qualquer escala, das mais variadas federações nacionais e internacionais de futebol. Estádios em projeto, projeções futuras, ou em início de construção, não foram considerados, em função de nem sempre ratificarem suas diretrizes e concepções iniciais, ao longo do seu desenvolvimento e construção. 96 Para a categorização das principais ecoarenas mundiais se levou em consideração, como sua principal base, a plataforma eletrônica disponibilizada por Deproft; Amadò; Spampinato (2012). Nela, seus autores disponibilizam por continente, país e capacidade os principais complexos esportivos globais23.1 De forma a sintetizar, individualmente, os dados obtidos em pesquisas literárias, referências eletrônicas em língua portuguesa e/ou em outro idioma; todas as arenas foram apresentadas em fichas catalográficas, organizadas geograficamente - por continente, país e em ordem alfabética - com base nos seguintes itens: localização geografia; capacidade de público; valores estimados de sua construção/reforma; identificação de seus projetistas; período de realização do empreendimento; outras nomenclaturas usuais; apresentação do(s) mandante(s) do campo de jogo; finalidades e usos do estádio; eventos ocorridos, ou a serem realizados; acesso e transporte e as principais medidas sustentáveis alcançadas. Buscando um entendimento mais aprofundado destas “Eco Medidas”, aplicadas a estádios de futebol, todos estes dados foram compendiados e analisados com base em aspectos/ações de sustentabilidade numerados de 01 a 10. Definiu-se estas dez ações com base na literatura até então apresentada com destaque para: FIFA (2011), John; Sheaard; Vickery (2007), Silva (2007) e Viggiano (2010). Tais critérios foram dispostos de forma a simplificar todas as informações obtidas e equacionar eventuais falhas e a falta de subsídios que alguma arena, por ventura, veio a apresentar. Quanto maior o número de respostas positivas a estes critérios, maior foi o nível de sustentabilidade do projeto. Seguem-se, a seguir, estes aspectos: Ambiente Urbano e Paisagístico (Ação 01): Preocupações de integração do projeto com: o entorno, o relevo, a malha urbana, o meio ambiente (fauna e flora), corpos hídricos adjacentes, parques urbanos e/ou ecológicos, criação de um ícone geográfico. Além do respeito com a natureza; a busca pela redução de emissões de gases poluentes; o plantio de árvores nativas e paisagismo adequado; a integração da arena interior-exterior e a busca pela versatilidade de usos de seus complexos. 231 Foram desconsiderados estádios que apresentassem aspectos como: mobilidade e transporte, conforto ambiental passivo (ventilação e iluminação naturais) e presença de cobertura, como únicos aspectos sustentáveis; pois estes já entraram em voga, anteriormente, as preocupações ambientais. 97 Transporte (Ação 02): Integração do projeto com a malha urbana local, facilidade de acessos, mobilidade e circulações. Estímulo ao transporte público de massa com qualidade, assim como de bicicletas, caronistas, caminhadas, carros biocombustíveis, elétricos e para vagas de veículos com baixa emissão de poluentes. O aspecto de sustentabilidade “Água” foi dividido em duas ações, como forma de facilitar sua análise: “Racionalização” e “Conservação e Reuso”. A primeira é constituída por medidas aparentemente mais simples e com impactos econômicos menores; já, a seguinte é considerada mais complexa, a nível tecnológico e é mais onerosa para ser implantada e para entrar em operação. Água - Racionalização (Ação 03): Implantação de equipamentos hídricos mais eficientes e econômicos, como: válvulas e controladores de fluxo e de vazão; uso de temporizadores; descargas sanitárias com dois acionamentos independentes; vasos sanitários com caixa acoplada; mictórios a seco; e limpeza a vácuo. Água - Conservação e Reuso (Ação 04): Esta ação tem como fundamento a minimização da dependência da rede pública de abastecimento, através de medidas como: captação e reuso das águas de chuva; infiltração e percolação de águas pluviais; utilização de águas subterrâneas; tratamento de águas residuais, para usos não potáveis; e pavimentação e calçamento com materiais permeáveis. O aspecto de sustentabilidade “Energia” também foi dividido em duas ações, como forma de facilitar sua análise: “Fontes Renováveis” e “Demanda Minimizada”. A primeira corresponde a arenas que se desvencilharam total e/ou parcialmente, da rede pública de energia elétrica, através da utilização de fontes de energia renováveis. Já, a segunda considera meios mais simples de economia, monitoramento de gastos e a racionalização do uso da energia elétrica. Energia - Fontes Renováveis (Ação 05): Corresponde à máxima independência da rede local, através da produção de energia, para atender totalmente, ou parcialmente as suas necessidades, oriundas de fontes energéticas renováveis como: a instalação 98 de painéis fotovoltaicos, de turbinas eólicas, de subestações locais, com combustíveis mais ecológicos, ou qualquer outro tipo de geração elétrica alternativa. Energia - Demanda Minimizada (Ação 06): Esta ação aborda mecanismos de: racionalização energética; qualificação luminotécnica; utilização de lâmpadas LED e/ou florescentes compactas; uso de equipamentos elétricos modernos e econômicos; de sistemas de energização eficientes; do emprego de timers, dimmers e sensores de presença; do controle de áreas non operante; da automação predial; do monitoramento de gastos; da conscientização de funcionários; e da utilização de aparelhos com selos de economia energética, como o do brasileiro PROCEL. Materiais Ecológicos (Ação 07): Objetiva o emprego e/ou a aquisição de materiais e serviços considerados mais ecológicos, ou certificados, como: gramados artificiais; produtos flexíveis, duráveis e/ou com curto ciclo de renovação (baixo impacto ambiental); com baixa emissão de poluentes e biodegradáveis; madeiras de reflorestamento, ou certificadas; tintas e vernizes com baixo teor de Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) e/ou a base de água; sobretudo, a utilização de itens locais, que necessitam de pequenos deslocamentos e estimulam a economia. Resíduos e Reciclagem (Ação 08): Esta ação aborda a reciclagem de materiais de edificações pré-existentes; a gestão correta de resíduos (durante a construção e a operação da arena); as campanhas de conscientização de usuários; os programas de reciclagem e compostagem; a redução do desperdício; e a separação de embalagens. O aspecto “Conforto Ambiental” também foi dividido em duas ações, conforme a natureza e o desprendimento energético de seus atos: Conforto Ambiental Passivo (Ação 09): Esta ação se atém a preocupações com a ventilação e a iluminação naturais; a permeabilidade da envoltória e de vãos; o emprego de coberturas e paredes verdes; a utilização de isolantes térmicos e solares; a concepção arquitetônica favorável; a simplificação de elementos construtivos; a correta orientação solar; a redução natural do efeito da ilha de calor, e etc. 99 Conforto Ambiental Ativo (Ação 10): Esta ação abrange o aquecimento de água; a calefação e a refrigeração eficiente de ambientes; o uso da ventilação forçada; o emprego de coberturas retráteis; o controle da climatização; mecanismos criados para isolamento acústico; e a utilização de fontes alternativas e/ou de transferência térmica, para potencializar o conforto térmico de áreas utilizadas, de forma controlada. Nesta ação, há um desprendimento energético para que este objetivo seja alcançado, ao contrário de seu precedente, que tenta resolvê-lo de forma “natural”. Entretanto, é sabido que algumas escolhas dos projetistas, a nível de adequação da sustentabilidade, são muito mais complexas e abrangentes que os itens aqui apresentados. Por exemplo, a escolha de um material ecológico, como um bloco cerâmico certificado, para fechamento de alvenarias, se enquadra na Ação 07 (Materiais Ecológicos); contudo, este poderá auxiliar no conforto ambiental interno, o que automaticamente o classificaria também como pertencente à Ação 09 (Conforto Ambiental Passivo). Ademais, ao auxiliar na manutenção da temperatura interna em patamares agradáveis, este colaborará com a redução do consumo energético, ou seja, contribuirá também com a Ação 06 (Energia - Demanda Minimizada). E se apresenta preocupações de cunho ambiental na sua produção, a Ação 01 (Ambiente Urbano e Paisagístico) foi consequentemente atendida. Como materiais e medidas de sustentabilidade englobam diversas áreas, através de uma rede complexa de desdobramentos, estas foram simplificadas à sua função mais básica e primordial, no intuito de tornar a análise de ecoarenas mais concreta. Segundo Huovila (2008), os indicadores (no caso deste trabalho, as ações apresentadas anteriormente) são usados para medir o desempenho e monitorar tendências, e devem possuir as seguintes características: (a) relevância: isto é, clara ligação com o desempenho da meta; (b) objetividade: com base em informações confiáveis; (c) acessibilidade: de dados confiáveis; (d) legibilidade: que seja compreensível pela comunidade; (e) mensurabilidade; e (f) sensibilidade: para que seu uso seja confiável. 100 Isto posto, todos os estádios de futebol analisados apresentam diferentes contextos social, econômico, ambiental, cultural e climático. E pelo volume do material produzido, estas apreciações, expostas através de fichas, foram destinadas aos apêndices deste trabalho. No entanto, como forma de sintetizar estes dados, estes foram tabulados por um “sistema de pontuação” com formato checklist simplificado, onde cada uma das categorias apresenta o mesmo grau de importância. A ponderação aritmética, vulgarmente conhecida como “pesos”, não se aplica, pela dificuldade de se estabelecer, em tempo hábil e sem visitas in loco, todas as informações, de cada uma das ações desenvolvidas nestas arenas. Observa-se que há necessidade de se aprimorar esta questão em trabalhos futuros, analisando a viabilidade do estabelecimento de diferentes pesos para cada uma das ações. Nas tabelas elaboradas, as colunas ilustram as ações de projeto e as linhas são dedicadas a cada um dos estádios levantados, agrupados por continente de origem. Os valores obtidos podem ser relativos e/ou absolutos, com a apresentação de suas devidas porcentagens por continente e o total (abrangendo todas as amostras levantadas). No entanto, para estudos mais aprofundados, comparativo, entre um universo limitado de arenas, é necessária a criação de um método mais específico e menos generalista, a fim de que se defina o real desempenho ambiental e grau de sustentabilidade de cada uma das arenas em análise. Esta metodologia foi utilizada para identificar soluções, pontos críticos, possibilitar avaliações, para fins de melhorias e permitir comparações, quando estes projetos forem analisados de acordo com suas “ações de sustentabilidade”. Este processo de análise se deu através da elaboração de gráficos e tabelas estatísticas, apresentados à medida que foram necessários, juntos a estrutura textual. 4.2. ARENA PANTANAL Com a síntese destes resultados, estruturada em tabelas e gráficos, se iniciou a análise das diretrizes projetuais de sustentabilidade do principal ambiente em construção para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM, em Cuiabá, Mato Grosso: a Arena Pantanal, palco de quatro partidas da fase de grupos. 101 Esta apreciação se deu a partir do levantamento de informações relevantes de seu processo projetual, dos parâmetros apresentados na revisão bibliográfica até então, de uma análise crítica, da elaboração de proposições e de eventuais comparações com o extensivo levantamento de arenas sustentáveis, produzido até então. Caso haja a necessidade de se propor retificações das diretrizes de projeto, ou sugestões; estas terão por objetivo suprir as deficiências encontradas no projeto de sustentabilidade da Arena Pantanal; da forma mais eficiente e o menos impactante possível, sem detalhamentos extensivos. Espera-se que estas conjeturem melhorias, tanto para o ambiente urbano construído, quanto para seus usuários e o meio ambiente circundante, de forma a potencializar as ações disponíveis. Para a realização desta etapa, contou-se com o emprego de plantas do projeto original da Arena Pantanal, de seu entorno e de sua área de influência, impressos e/ou em meio digital (Computer-aided Design - CAD e/ou Adobe Reader), tanto das versões mais atualizadas, quanto dos primeiros esboços; assim como das propostas, ilustrações e perspectivas apresentadas, previamente, para a FIFA, pelo Governo de Mato Grosso, em sua candidatura e que foram descartadas. Estes materiais foram obtidos de seu órgão competente a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo FIFA 2014 (SECOPA), de sua precedente, a Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal (AGECOPA), ou do escritório paulista idealizador do projeto: a GCP Arquitetos. Outros documentos da própria SECOPA, GCP Arquitetos e da CONCREMAT, gerenciadora da obra, também foram utilizados, como os correspondentes ao processo de certificação LEEDTM e de ratificação de sua sustentabilidade. Trabalhos acadêmicos e referenciais teóricos, que viessem a enriquecer esta pesquisa, também não foram descartados. Registros fotográficos da evolução da obra, de seu estádio antecedente e de acervo próprio, obtido durante o desenvolvimento da pesquisa, também foram empregados, quando necessários para ilustrar e exemplificar o trabalho, à medida que não se tornassem demasiados. Imagens aéreas foram conseguidas através do emprego do software Google Earth; e todas as iconografias foram corretamente creditadas. Para trabalhar com estes mapas, projetos e fotografias, diversos programas de manipulação de imagens e edição gráfica e artística foram utilizados, especialmente, as plataformas eletrônicas Photoshop, CorelDRAW e Corel PHOTO-PAINT. 102 Utilizou-se, ainda, de documentos técnicos, memoriais descritivos e justificativos; e apresentações disponibilizadas pelo consórcio construtor da obra, grupo formado pelas construtoras Santa Bárbara e Mendes Júnior. Pela contemporaneidade desta temática, sua bibliografia ainda se encontra limitada, o que fez com que jornais, revistas e mídias digitais fossem consultados constantemente, para suprir a carência de informações técnicas relevantes, disponibilizadas por estes meios, ao longo dos últimos anos. De posse desses materiais coletados, foi possível iniciar o levantamento das ações de sustentabilidade deste estádio, de forma a obter a melhor compreensão possível, seja graficamente, seja através de registros textuais. Inicialmente, abordaram-se as origens do Mundial de 2014, no Brasil, de forma resumida, com a apresentação de suas subsedes, estádios, a temática dos grandes eventos esportivos mundiais e de seus projetos de desenvolvimento urbano. Posteriormente, foi abordada a contextualização da Copa do Mundo no Mato Grosso: obras envolvidas, de forma compacta e ações de sustentabilidade nas áreas social, ambiental e econômica. Por fim, sua peça fundamental o Estádio Governador José Fragelli (nome oficial), popularmente conhecido como “Verdão” e comercialmente, pela FIFA, denominado Arena Pantanal foi tratado. Quando o estudo de caso for o centro das atenções, destacou-se sua retrospectiva histórica e urbanística, o histórico de sua construção, o desenvolvimento urbano de seu entorno, suas características gerais, e a apresentação, concepção e ratificação do novo projeto arquitetônico para 2014. A partir daí, o trabalho retomou os dez aspectos de sustentabilidade já apresentados na metodologia das EcoArenas (Figura 14), com base em FIFA (2011), John; Sheaard; Vickery (2007), Silva (2007) e Viggiano (2010). Figura 14 - Relação dos procedimentos de verificação da sustentabilidade da Arena Pantanal Ação 01 Ambiente Urbano e Paisagístico Ação 06 Energia - Demanda Minimizada Ação 02 Transporte Ação 07 Materiais Ecológicos Ação 03 Água - Racionalização Ação 08 Resíduos e Reciclagem Ação 04 Água - Conservação e Reuso Ação 09 Conforto Ambiental Passivo Ação 05 Energia - Fontes Renováveis Ação 10 Conforto Ambiental Ativo Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 103 De forma a verificar se a Arena Pantanal é realmente sustentável, com que contornos; e através de suas análises minuciosas, descrições qualitativas, se está adaptada aos condicionantes locais, as dez ações em análise. Entretanto, a contribuição metodológica, aqui apresentada, não tem como intuito esgotar, nos dez aspectos apresentados acima, todas as possibilidades de melhoria deste empreendimento, ou de qualquer outro desta natureza que almeje a sustentabilidade e a inovação deste setor da construção civil brasileira (CARVALHO, SPOSTO, 2012). Ratifica-se também, que as obras deste complexo se encontram em andamento e seu prazo de finalização foi adiado de dezembro de 2012 para outubro de 2013, sendo assim, muitas das diretrizes de sustentabilidade poderão ser retificadas ao longo dos próximos meses e em função das exigências da FIFA, do BNDES e dos demais agentes envolvidos. A importância destas entidades na promoção da sustentabilidade fora apresentada, já, nos Capítulos 2 e 3. Quanto a qualquer tipo de verificação e medição in loco, pelo atraso nas obras, estas também foram prejudicadas por esta alteração de cronograma. Com a finalização da aplicação desta metodologia espera-se que esta pesquisa seja capaz de possibilitar uma análise crítica da sustentabilidade adotada no projeto mato-grossense para o Mundial de 2014, possibilitando ainda uma apreciação comparativa dos parâmetros observados na revisão bibliográfica e nos principais exemplares internacionais catalogados. Uma eventual comparação entre a Arena Pantanal e os outros onze estádios do Mundial de 2014 só poderia ser viabilizada com a ratificação de todas as medidas de sustentabilidade adotadas por estas arenas, entretanto, muitas destas projeções correm o risco de serem retificadas ao longo de 2013, período pelo qual estas ainda estarão em construção. Outrossim, pela segunda Copa do Brasil ser considerada um Mundial com estádios “verdes e sustentáveis”, os critérios e a metodologia de comparação deverão ser mais rigorosos e minuciosos. Espera-se que com esta metodologia, o desenvolvimento de proposições que visem minimizar os efeitos do ambiente urbano no meio natural, ou seja, uma maior sustentabilidade em complexos esportivos tenha, a partir de então, um embasamento maior; servindo para fundamentar decisões de arquitetos, engenheiros e projetistas na hora em que estes se debruçarem sobre estes templos do esporte mundial. 105 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste capítulo será apresentado o estudo de caso: Cuiabá e a Arena Pantanal; já que esta cidade foi escolhida para ser uma das doze subsedes da XX Copa do Mundo FIFATM Brasil 2014 e adotou políticas de sustentabilidade para o projeto, a execução e a gestão de seu estádio de futebol, também conhecido como “Verdão”, popularmente, ou Estádio Governador José Fragelli, oficialmente. A primeira seção aborda os principais exemplos de sustentabilidade de estádios de futebol levantados pelo mundo; material que servirá de base para a análise do projeto mato-grossense. A seção posterior apresenta a escolha do Brasil, pela segunda vez, após a Copa de 1950, para sediar o Mundial de 2014, além de suas respectivas subsedes e os projetos das arenas. A terceira seção trata, brevemente, de Cuiabá e de sua preparação logística para 2014. Já a quarta seção, encerra o capítulo, abordando o objeto de pesquisa em si: a Arena Pantanal; desde seus aspectos históricos, passando pela apresentação do projeto da GCP Arquitetos, até a avaliação dos possíveis impactos (resultados) - abalizada nas teorias apresentadas nos capítulos anteriores sobre sustentabilidade - esperados das medidas empregadas em sua concepção. 5.1. A SUSTENTABILIDADE EM ECOARENAS PELO MUNDO Após um extenso levantamento dos principais palcos disponíveis para a prática de partidas de futebol oficiais, concluídos, ou em vias de conclusão; constatou-se que o número de estádios destinados a este esporte, ambientalmente responsáveis, em todo o mundo, ainda é pequeno se comparado à grande difusão deste tipo de equipamento pelos cinco continentes. Com base na plataforma eletrônica disponibilizada por Deproft; Amadò; Spampinato (2012), 8181 unidades foram examinadas, em todo o mundo, que 106 contemplam a prática do futebol (soccer), de forma convencional, ou adaptada (o caso, por exemplo, dos estádios de futebol americano). Destes, apenas 81, além dos doze estádios para a XX Copa do Mundo FIFATM Brasil 2014 (com previsão de certificação ambiental), apresentam algum atributo relevante de sustentabilidade ambiental associado ao seu projeto, ou a gestão e a operação de seu empreendimento. Na TABELA 01, encontra-se uma síntese desta pesquisa, por continente. Nos apêndices, deste trabalho, estão catalogados todos os estádios sustentáveis levantados, com descrição completa e apresentação de suas eco medidas. TABELA 01 - Síntese dos estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, no Mundo. Continente Estádios de Futebol Estádios Sustentáveis África (54 países) 655 06 América (36 países) 3047 29 241 Ásia (49 países) 1255 13 Europa (45 países) 3018 40 Oceania (14 países) 206 05 TOTAL (198 países): 8181 93 Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Ou seja, neste universo, em apenas 1% dos estádios pesquisados foram encontrados algum tipo de medida ecológica, associada ao seu processo de constituição. Se somarmos, os 12 estádios do Mundial de 2014, esse percentual alcança 1, 14%. Um número extremamente baixo se comparado a monumentalidade destes projetos, aos desprendimentos econômicos elevadíssimos necessários, a quantidade de água, energia e recursos naturais utilizados na sua construção e operação; e na quantidade de gases poluentes desprendidos. O trabalho de edificação de uma arena sustentável, ou melhor, com o menor número de impactos ambientais possíveis é ainda bastante complexo e deve ser executado com antecedência e de forma planejada. A redução destes impactos provenientes da infraestrutura e dos equipamentos esportivos de um grande evento, como uma Copa do Mundo, ou uma Olimpíada, só é possível com trabalhos e 241 Para a América foram considerados também os 12 estádios para o Mundial de 2014, no Brasil. Suas fichas catalográficas não se encontram nos apêndices e sim, na próxima seção deste capítulo. 107 estudos realizados previamente, durante o período de preparação destes. Muitos projetos, hoje, são executados com a neutralização total do dióxido de carbono emitido durante o período da construção/reforma; estes valores são calculados através de convênios com órgãos devidamente credenciados e de renome, ligados, geralmente, a projetos de reflorestamento, ou plantio de mudas de árvores. Por exemplo, no “Brasil 2014 - Estudo de Impacto de Emissões em CO2 Equivalente” disponibilizado pela CO2Zero (2012) as emissões totais referentes à construção de estádios, infraestrutura e traslados internacionais do público e das delegações são estimadas em 11.173.210 toneladas de gás carbônico. Este valor, segundo o mesmo estudo, é equivalente a 46.946 hectares do Pantanal (34,5%), ou ao consumo de energia de 181.254 domicílios, o equivalente a iluminar, por um ano, municípios como Londrina-PR, Santos-SP, ou Campos dos Goytacazes-RJ. A inserção de características ditas “sustentáveis”, de última hora, em eventos deste porte e em seus complexos, é conhecida pela expressão em língua inglesa “green wash”, ou no português, “verniz verde”. Contudo, ao se analisar o processo de produção, constata-se que a edificação nada tem de eficiente e ecológica; e que suas características rotuladas como sustentáveis são fruto de pesadas campanhas de marketing e promoção da cidade em questão. O estádio olímpico conhecido como “Ninho de Pássaro” em Beijing, utilizado na Olímpiada de 2008 é um exemplo disto. Vendeu-se como altamente ecológico, por seus gasodutos subterrâneos que economizam energia ao aquecer e resfriar o estádio, e também por seu sistema de tratamento de água, feito por meio de raízes de plantas aquáticas. No entanto, sua manutenção revelou-se um problema. A poluição e a sujeira ficam depositadas na estrutura de 110.000 toneladas de aço, obrigando o uso de uma quantidade imensa de água para a limpeza. A casca metálica não tem nenhuma funcionalidade, é apenas bonita esteticamente. Requereu dez vezes mais aço do que um estádio tradicional. O caso evidencia o possível conflito entre a ambição estética e a ambição ecológica (MANFRIM, 2009). Expõe-se a seguir, uma lista destas Ecoarenas, organizadas por continentes e países de origem, de forma mais detalhada; com uma breve síntese dos principais atributos de sustentabilidade encontrados e verificados. 108 5.1.1. O Continente Africano Ao contrário do senso comum, este continente apresenta alguns estádios modernos e recém-construídos como: o Borg el Arab Stadium, em Alexandria, no Egito, de 2006, com capacidade para 86.000 espectadores; o Internacional do Cairo, também no Egito, com 74.100 lugares, renovado em 2005; o Estádio de Marrakesh, com 45.240 assentos, de 2011, na cidade de mesmo nome, no Marrocos; além dos também marroquinos: Stade Complexe Sportif25, em Fez, para 45.000 pessoas, de 2003; e o Stade Ibn Batouta, em Tanger, para 45.000 espectadores, de 2011. Outro país africano, a Tunísia conta com um dos melhores estádios africanos, em Radès, o Estádio Olímpico de Radès, de 2001, com 60.000 lugares. Mais ao sul, Angola possui o Estádio Onze de Novembro, na capital Luanda, para 50.000 espectadores, de 2009; e o Estádio Nacional de Ombaka, em Benguela, de 2009, com 35.000 assentos. Outro país de língua portuguesa, Moçambique, recém-inaugurou, em 2011, o Estádio Nacional do Zimpeto, na capital Maputo, para 42.000 pessoas. Na Nigéria, na capital Abuja, localiza-se um estádio de mesmo nome, com 60.000 assentos, de 2003. Guiné Equatorial acomoda duas arenas modernas: o Estádio Nacional de Bata, na cidade mais povoada do país, de mesmo nome, com uma capacidade de 35.700 lugares; e o da capital Malabo, “Novo Estádio de Malabo”, para 15.250 pessoas, de 2007. Já o Gabão teve seu estádio Stade d'Angondjé, para 40.000 torcedores, inaugurado, em 11 de novembro de 2011, por uma partida amistosa contra a seleção brasileira, na capital Libreville263. Todavia, das 655 arenas esportivas levantadas, contemporâneas, ou não, em somente seis foram encontrados elementos de projeto, ou gestão que as tornassem empreendimentos sustentáveis (TABELA 02). 25 Segundo o jornal econômico marroquino “l’Economiste” o estádio já se encontrava abandonado e sem manutenção um ano depois de sua inauguração (Reportagem de Youness Saad Alami, em 15 jul. 2004. Disponível em: <http://www.leconomiste.com/article/65279fes-le-complexe-sportif-labandon>. Acesso em: 04 abr. 2012. 263 Os três primeiros países supracitados concorreram com a África do Sul para se tornarem a sede da Copa do Mundo FIFA 2010 junto da Líbia. Entretanto, a FIFA rejeitou a candidatura líbia, por questões políticas, o que fez a Tunísia desistir também, em função da candidatura conjunta. A escolha ocorreu em 15 de maio de 2004, em Zurique, na Suíça e pelo rodízio continental imposto pela FIFA, a Copa seria em um país africano. A África do Sul venceu a escolha com 14 votos, enquanto Marrocos teve dez votos e o Egito nenhum voto (Fonte: <http://www.duplipensar.net/dossies/copa-do-mundo2010-africa-do-sul/escolha-sede-copa-mundo-2010.html>. Acesso em: 04 abr. 2012). 109 TABELA 02 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na África (54 países). Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 110 Sendo assim, o único país do continente africano que apresenta arenas com aspectos de sustentabilidade é a África do Sul. Muito da incorporação de decisões responsáveis no âmbito social, econômico e principalmente ambiental, de forma a deixar uma herança ambiental positiva, neste país, decorre da pressão exercida para o Mundial de 2010, pela FIFA; que busca neste novo milênio associar sua marca e seus Mundiais, a uma visão “ecologicamente correta”, assim como o COI, no século XX. 5.1.2. O Continente Americano O continente com o maior número de estádios de futebol levantados (3047) apresenta algumas divergências em relação a sua prática e arenas utilizadas; devido a sua dimensão geográfica alongada e extensa, e pelo desenvolvimento histórico diferente. Se na América do Sul, o futebol já apresenta associações organizadas desde o final do século XIX como: Argentina (1893), Chile (1895) e Uruguai (1900) e extensa popularidade com estádios exclusivos e tradicionais. Na América Central o futebol é pouco difundido, pouco praticado, principalmente nos países do Caribe, apresentando o beisebol como principal modalidade esportiva; o que pelas dimensões do campo (um quarto de círculo) limita a pratica associada destas duas modalidades. Em contrapartida, a América do Norte, apresenta uma grande quantidade de estádios, principalmente nos EUA, onde o futebol é praticado de forma adaptada, já que o esporte mais difundido é o futebol americano, onde o campo é mais estreito. O Canadá apresenta características semelhantes ao seu vizinho meridional, a única diferença é o número menor destes complexos. O único país da América setentrional, onde o futebol tradicional é a modalidade esportiva mais popular é o México. Em relação às questões de sustentabilidade (TABELA 03) menos de 1% de todas as arenas apresentam algum mecanismo de projeto, ou gestão com preocupações de cunho ambiental. O Brasil é o país que apresenta o maior número de unidades com estas preocupações, todavia, doze destes complexos correspondem as arenas que estão sendo construídas para a Copa do Mundo FIFATM 2014. Os Estados Unidos são o segundo maior representante com seis arenas. Todos os outros países levantados, que apresentam arenas sustentáveis, dispõem apenas de uma unidade, são eles: Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica, México e Peru. 111 TABELA 03 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na América (36 países). * Para os Estados Unidos da América, os estádios de futebol americano também foram considerados na contagem para a prática do futebol (soccer). Já que normalmente, estes são utilizados seguindo algumas adaptações físicas de seus complexos esportivos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 112 5.1.3. O Continente Asiático O maior continente do planeta apresenta uma quantidade de estádios total (1255) pequena se comparado somente aos EUA (1440)274. Aproximadamente, 1% destas arenas apresenta alguma medida de preocupação com a sustentabilidade. Foi neste continente que uma atividade semelhante ao futebol moderno foi registrada, pela primeira vez na história, entre os séculos III e II, antes de Cristo. Todavia, a sua origem milenar não acompanhou a sua difusão e prática. A primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino ocorreu na China, somente, em 1991 e a masculina só em 2002; em um Mundial compartilhado entre a Coreia do Sul e o Japão. Em 2018, novamente, a Copa do Mundo será na Ásia, indiretamente, já que uma das subsedes russas se encontra na parte oriental de seu território: Ekaterinburg, mesmo que muito próximo dos Montes Urais. Contudo, em 2022, a Copa, pela primeira vez na história será no Oriente Médio, no Catar, onde as temperaturas, entre junho e julho, no verão, ultrapassam facilmente os 40° C, um problema para a prática deste esporte. Se a sustentabilidade e a refrigeração dos estádios de 2022 ainda são uma promessa, hoje, alguns estádios da Ásia já apresentam características sustentáveis, principalmente aqueles utilizados no Mundial de 2002 e nas Olimpíadas de 2008 (TABELA 04). TABELA 04 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Ásia (49 países). Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 274 Como forma de facilitar a pesquisa, a Rússia foi considerada totalmente constituinte do continente Europeu, assim como, a Turquia foi considerada constituinte, exclusivamente, do continente asiático. 113 TABELA 04 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Ásia (49 países) cont. ** Como forma de facilitar o estudo, a Turquia foi considerada, totalmente, como pertencente à Ásia. Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 5.1.4. O Continente Europeu Na Europa pratica-se uma quantidade considerável de desportos, no entanto, o mais popular é o futebol. Este foi criado na Inglaterra, em 1863, junto de sua confederação, com sua formatação e regras atuais. Foi neste continente que a primeira partida oficial entre seleções ocorreu, em 30 de novembro de 1872, na Escócia, entre a anfitriã e a Inglaterra, em uma partida sem gols (EFO, 2012). É o continente com o maior número de estádios voltados exclusivamente para a prática do futebol (3018) e que apresenta uma maior quantidade de estádios sustentáveis distribuídos por um número maior de nações. O país com o maior número de estádios sustentáveis é a Alemanha que realizou recentemente a XVIII Copa do Mundo FIFA de Futebol 2006TM e a VI Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino 2011TM. Os dados podem ser acompanhados na TABELA 05, que se segue. 114 TABELA 05 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Europa (45 países). *** Como forma de facilitar o estudo, a Rússia foi considerada pertencente, totalmente a Europa. Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 5.1.5. O Continente Oceânico Na Oceania, a influência cultural da Austrália sobre os outros países é muito grande. Tanto que o futebol australiano, um esporte de contato originado em Melbourne, uma de suas principais cidades, no século XIX, é largamente praticado 115 não só na Austrália, onde é o mais popular, como em vários países da Oceania e até mesmo na África do Sul. A expansão deste esporte se deve a mineiros e soldados australianos que migraram para o exterior, no final do século XIX. Suas regras e características derivam em parte do futebol e em parte do rúgbi. O campo é oval com 135 a 185m de comprimento, por entre 110 a 155m de largura (o mesmo tamanho e formas utilizadas pelo críquete). Assim, diversos campos ovais na Oceania são utilizados e adaptados para a prática do futebol tradicional (soccer). Nesta pesquisa, a Austrália é responsável por aproximadamente 62% das amostras, seguida pela Nova Zelândia 15% e Fiji 7%; já que, os outros países do continente apresentam dimensões reduzidas e poucos exemplares de estádios. A sustentabilidade das arenas também é limitada em apenas cinco unidades, ou seja, 2,4% do total; quatro na Austrália e uma na Nova Zelândia. O continente é marcado por nunca ter recebido uma Copa do Mundo e por já ter recebido os Jogos Olímpicos de Verão de Melbourne, em 1956 e de Sydney, em 2000 (TABELA 06). TABELA 06 - Estádios disponíveis para a prática de futebol/sustentáveis, na Oceania (14 países). **** Os estádios de futebol australiano também foram considerados para a prática do futebol. Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 116 5.1.6. Síntese dos Resultados de Sustentabilidade em Ecoarenas Acompanhou-se, preliminarmente, a exposição dos 81 principais estádios ecológicos do mundo, apenas de 1% de todo o universo pesquisado. Estádios estes que podem ter todas as suas informações de sustentabilidade encontradas, catalogadas individualmente, nos apêndices deste trabalho. Como forma de sistematizar as diferentes e escassas eco medidas encontradas estes estádios foram tabulados com base nas características comuns de suas ações de sustentabilidade. Esta metodologia tenta equacionar, de forma abrangente, eventuais falhas e a falta de subsídios de alguns destes complexos esportivos. Levando em consideração as diferentes realidades socioculturais, econômicas, ambientais e climáticas que os países detentores destes estádios apresentam. O sistema adotado fora do tipo checklist simplificado, ou seja, quanto maior o número de ações encontradas mais sustentável será o objeto em análise. As colunas ilustram as ações de projeto e as linhas foram divididas por estádios, agrupados por país de origem e continente: África (06 unidades), América (17 unidades, excluindose as arenas para 2014), Ásia (13 unidades), Europa (40 unidades) e Oceania (05) unidades. Os valores obtidos podem ser relativos, absolutos e/ou suas devidas taxas de porcentagem por continente, ou o montante abrangendo as 81 unidades totais. Quando se apresentou a metodologia das dez ações de sustentabilidade três foram desmembradas para facilitar esta pesquisa: “Água” em “Racionalização” e “Conservação e Reuso”; “Energia” em “Fontes Renováveis” e “Demanda Minimizada” e “Conforto Ambiental” em “Passivo” e “Ativo”. Nesta tabela estas ações estão em evidência e desmembradas, como apresentado no Capítulo 04; diferentemente dos apêndices deste trabalho, que ao enfocar cada uma das arenas, engloba estas medidas. Esta supressão ocorreu apenas para fins didáticos, para potencializar um espaço de informações muito limitado e qualitativo. Dinamizando sua leitura e facilitando o processo de redação textual. A seguir, apresenta-se a TABELA 07 representativa da análise quantitativa condensada dessas amostras, que colaborarão com a compreensão das preocupações referentes à sustentabilidade da Arena Pantanal, em Cuiabá. Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. TABELA 07 - Análise quantitativa dos aspectos de sustentabilidade das ecoarenas consideradas. 117 Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. TABELA 07 - Análise quantitativa dos aspectos de sustentabilidade das ecoarenas consideradas (continuação). 118 Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. TABELA 07 - Análise quantitativa dos aspectos de sustentabilidade das ecoarenas consideradas (continuação). 119 120 Pode-se observar com a TABELA 07, que nenhuma das arenas apresentadas atendeu a todos os aspectos de sustentabilidade elencados, entretanto, destacaram-se positivamente: o Moses Mabhida Stadium, em Durban, na África do Sul; a nova Arena do Grêmio, em Porto Alegre; o CenturyLink Field, em Seattle, nos EUA; o Aviva Stadium, em Dublin, na Irlanda; a Stockholm Arena, na Suécia e a Signal Iduna Park, em Dortmund, na Alemanha. Todos estes estádios apresentaram contempladas 90% das ações, coeficiente superior à média de todas as 81 amostras que fora de 62,6% das ações. Com estes mesmos dados, alguns gráficos estatísticos foram gerados; na Figura 15 observam-se as diferenças entre os pesos impostos por cada uma das dez ações apresentadas por continente e para sua média mundial. Os representantes da África, por exemplo, apresentam quase todas as ações superiores à média global, ou quando não muito próximas a esta, em função das exigências da FIFA, através do Programa Green GoalTM, para o último Mundial. A América ainda necessita trabalhar ações como “fontes renováveis de energia” e “conservação e reuso de água”, bastante deficitárias em seus representantes. Na Ásia, as preocupações com programas de gestão de resíduos e reciclagem, em estádios, ainda é muito incipiente, estando o continente muito abaixo da média global. A Europa, apesar de médias elevadas, necessita utilizar mais materiais ecológicos em novas construções. Já a Oceania foi o único continente onde uma ação não obteve qualquer pontuação, ou seja, nenhum dos estádios tem a preocupação com a geração alternativa de energia. Figura 15 - Distribuição das categorias de “Ações” por continentes e Mundo. 66,6 83,3 16,6 100 58,8 África América Ásia Europa Oceania Mundo 82,3 46,1 61,5 72,8 29,4 46,1 69,2 92,5 70 77,5 60 52,9 100 79 83,3 66,6 82,3 64,7 30,7 60 100 62,9 58 100 52,9 94,1 7,7 69,2 55 50 17,6 47,5 80 38,5 75 35 0 40 60 33,3 76,5 45,6 100 52,5 60 45,6 100 41,2 61,5 70 100 40 86,4 62,9 Ação 01 Ação 02 Ação 03 Ação 04 Ação 05 Ação 06 Ação 07 Ação 08 Ação 09 Ação 10 Fonte: Autor, 2012. Valores em % 83,3 121 Com a apresentação dos aspectos de sustentabilidade individuais (por continente) e com o cálculo da média global, um novo gráfico pode ser gerado. Neste, as ações de sustentabilidade são apresentadas de forma decrescente, ou seja, das que mais se destacaram às que menos foram contempladas por arquitetos, engenheiros e projetistas na concepção e construção de suas arenas (Figura 16). Figura 16 - Possibilidade de interferência das “Ações” pelo Mundo. 100 86,4 79 Valores em % 80 60 76,5 72,8 62,9 62,9 58 45,6 40 45,6 33,3 20 0 Ação Ação Ação Ação 09 02 Ação Ação 06 Ação Ação 01 10 Ação 03 04 07 08 Ação 05 Fonte: Autor, 2012. As ações de sustentabilidade que menos se sobressaíram neste universo total de estádios são exatamente as que deveriam ter maior destaque, pelo seu enorme apelo ambiental. Questões referentes à conservação e ao reuso da água (Ação 04); ao emprego de materiais ecológicos (Ação 07); a gestão de resíduos e a reciclagem (Ação 08); e principalmente, as ligadas à temática energética, como a produção através de fontes alternativas (Ação 05), deveriam ter destaque absoluto em uma apresentação gráfica como esta. Pois, com estas pode-se prevenir e/ou minimizar a geração de grande parte dos impactos negativos da construção civil sobre o meio ambiente (sem nunca, claro, esquecer-se da importância das demais). A partir de toda esta análise, nas próximas seções, serão apresentadas a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM, suas origens; sua dinâmica em Mato Grosso; e finalmente, a síntese introdutória deste capítulo será aplicada, como base e processo comparativo, dos procedimentos de avaliação da sustentabilidade da Arena Pantanal. Estádio onde, segundo seus autores, foram inseridas ações de preocupação com o meio ambiente e conforto ambiental nas premissas para a sua concepção projetual. 122 5.2. A COPA DO MUNDO FIFATM BRASIL 2014 Organizar megaeventos esportivos de repercussão internacional tornou-se, neste início de século, uma meta explícita da política pública brasileira e de muitos países considerados emergentes. Exemplos são inúmeros, podem-se citar: a Índia (IV Jogos Mundiais Militares - 2007), a China (XXIX Jogos Olímpicos de Verão – 2008), a África do Sul (XIX Copa do Mundo FIFA - 2010), o Brasil (V Jogos Mundiais Militares – 2011; XX Copa do Mundo FIFA - 2014; XXXI Jogos Olímpicos de Verão - 2016), a Rússia (XXII Jogos Olímpicos de Inverno – 2014; XXI Copa do Mundo FIFA – 2018) e o Catar (XXII Copa do Mundo FIFA – 2022). Economicamente, estas nações em desenvolvimento, com parques industriais, mercados consumidores e PIBs respeitáveis utilizam destes espetáculos esportivos internacionais diferenciados para se firmarem, ainda mais, como potências mundiais; ao assumir compromissos financeiros substanciais, com projetos que devem ser planejados e concluídos em um prazo específico e inflexível (KPMG, 2009). Neste processo, acabam acelerando seu desenvolvimento econômico, influências políticas e reduzindo anos de mazelas e desigualdades sociais. Investimentos, que levariam décadas para serem aplicados, são conduzidos e realizados rapidamente e com eficiência para agradar seus citadinos e a usuários estrangeiros. Já que estes jogos são veiculados, geralmente, a uma imagem de cidade positiva, competitiva, disciplinada, saudável, vigorosa e empreendedora. O esporte tornou-se, no final do último século, sinônimo de grandes espetáculos e de elevados investimentos econômicos, materializando-se em projetos de instalações monumentais, novas concepções de planejamento e de evolução urbana e, não, de práticas cotidianas e comunitárias. Porém, não se deve limitar esta busca por prestígio internacional a apenas eventos relacionados ao meio esportivo. Grandes museus, exposições internacionais e feiras apresentam, também, forte apelo simbólico, atraindo diversas oportunidades, tanto para empresas, quanto para investidores, ao influenciar diretamente o desempenho econômico, político e social de um país (SIQUEIRA, 2012). Este interesse, por estes grandes projetos urbanos, foi uma forma que as cidades e seus gestores encontraram de se ratificarem como empresas, globalizadas e de grande projeção internacional; não só em países periféricos, mas em todo o 123 mundo a partir da década de 1980, quando houve um corte de investimentos aplicados nas cidades, por parte das esferas centrais de governo. Assim, estas passaram a alocar recursos e investimentos, muito mais na infraestrutura necessária para a realização destes grandes eventos do que, propriamente, para resolver questões básicas de sobrevivência do trabalhador como: educação, saúde, moradia e segurança (MASCARENHAS; BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011). Mas, para isso, são necessários planejamentos prévios das cidades e/ou países envolvidos, que almejam se tornarem centros urbanos competitivos, no cenário mundial de cidades. Bilhões acabam sendo investidos em projetos considerados “faraônicos”, que colocam estes aglomerados, provisoriamente, durante seu período de exibição, no centro de um “foco midiático” muito intenso. Telespectadores, de todos os continentes, desfrutam, destas transformações, acompanhando-as pelos meios de comunicação. Quanto maior a exposição midiática, mais bem sucedidos serão seus principais objetivos, ou seja, um maior número de negócios será viabilizado. Isso claro, sem proclamar a originalidade e criatividade do evento. Tanto destaque acarreta uma “verdadeira guerra” entre cidades, para sediarem tais eventos, uma vez que estes trazem consigo grandes investimentos financeiros. De forma a “disfarçar” os bilhões a serem negociados, a compensação para a cidade se dá através de investimentos na sua estrutura física, ao que, recorrentemente, é associada ao termo legado (MASCARENHAS; BIENENSTEIN; SÁNCHEZ, 2011). Um país que recebe um evento desse porte guarda, por muitos anos, a marca de sua realização. Já que uma série de transformações é necessária, na forma de pensar e agir, para que este venha a crescer. Este tenderá a se modernizar, será dotado de instalações específicas e será considerado capaz de se organizar, com extrema força econômica para captar investimentos e se tornar um grande destino turístico. Os megaeventos esportivos tem tamanha envergadura, que são capazes de redefinir centralidades, constituindo verdadeiros marcos na evolução urbana, já que são calcados na lógica do mercado capitalista (SIQUEIRA, 2012). Entretanto, a criação das imagens de seus legados (infraestrutura, redes de telecomunicações e etc.), infelizmente, não respeita, muitas vezes, os direitos dos seus cidadãos. Por exemplo, para facilitar a mobilidade urbana, desapropriações e despejos são realizados contra a vontade de seus moradores, contrariando qualquer 124 direito internacional. Antes mesmo do Mundial de 2014 ser iniciado, já fora produzido um dossiê de articulação nacional dos Comitês Populares da Copa intitulado “Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil”, onde o desrespeito com questões como: trabalho; moradia; informação, participação e representação popular; meio ambiente; acesso a serviços e bens públicos; mobilidade; e segurança pública são relatados. Este dossiê é um convite, uma conclamação à luta, à resistência, em particular, às cidades que receberão grandes eventos, de respeitarem os direitos humanos (ANCPC, 2011). Polêmicas a parte, foi com a experiência dos XV Jogos Pan-Americanos de 2007, na cidade do Rio de Janeiro, que o país mergulhou em projetos de muito maior envergadura, como: os V Jogos Mundiais Militares - 2011; a XX Copa do Mundo FIFATM - 2014; e os XXXI Jogos Olímpicos de Verão – 2016. A possibilidade de acolher um grande evento esportivo traz oportunidades e desafios às cidades candidatas, que englobam tempo, dinheiro e esforço, para investir em fatores como liderança, propostas unificadas e credibilidade (SIQUEIRA, 2012). O Mundial de 2014, foco desta pesquisa, será a vigésima edição do evento e terá como anfitrião o Brasil, pela segunda vez (a primeira foi em 1950). A competição, considerada o maior evento do entretenimento mundial, superando os Jogos Olímpicos de Verão e a Fórmula-1, por acumular atividades culturais, shows e etc.; trará, aqui, como slogan “Juntos num só ritmo”, será disputada entre 12 de junho e 13 de julho, com 32 participantes e ocorrerá, pela quinta vez, na América do Sul, depois de 36 anos de afastamento (a última ocorreu em 1978, na Argentina). O Brasil foi a última sede da Copa do Mundo escolhida através de uma política de rodízio de continentes implementada pela FIFA, iniciada a partir da escolha da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Historicamente, o processo da candidatura brasileira iniciou-se no dia 03 de junho de 2003, quando a Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) anunciou que a Argentina, o Brasil e a Colômbia se candidatariam à sede do evento. Em 17 de março de 2006, porém, as federações constituintes281 da CONMEBOL votaram pela inscrição única do Brasil. 281 Os países-membros são: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Guiana, Guiana Francesa e Suriname, mesmo fazendo parte da América do Sul, aderiram à Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (CONCACAF). 125 Durante este período de candidatura, os países/cidades sedes procuram se destacar em relação aos seus concorrentes, mostrando seus atrativos turísticos, como forma de se projetarem internacionalmente (SIQUEIRA, 2012). No entanto, com a candidatura única do Brasil para o Mundial de 2014, a data final das inscrições foi antecipada, pela FIFA, do dia 07 de fevereiro de 2007 para o dia 18 de dezembro de 2006. No último dia para as inscrições, porém, a Colômbia mostrou seu desejo de receber esta competição, mas Joseph Blatter, presidente da instituição, não apoiou a candidatura do país, que imediatamente desistiu de sediar o evento. Com isso, em 30 de outubro de 2007, o Brasil foi ratificado o país-sede da Copa de 2014, cristalizando sua imagem de “país do futebol”; após uma apresentação de aproximadamente 40 minutos, focada em vídeos, com imagens de jogos da seleção, das cidades pré-selecionadas para organizar o evento, pontos turísticos, a explicação sobre os projetos das construções dos novos estádios e, principalmente, nas preocupações ecológicas (FOLHA DE SÃO PAULO, 2007). A seleção foi marcada pelo discurso de que “o futebol estava voltando para casa”, que “o Brasil é o país do futebol”, onde “a natureza emoldura e convida para as práticas esportivas”. Uma vez que este esporte foi elevado, em um país considerado amigável, à condição de símbolo nacional e de integração identitária (RIBEIRO, 2003). Grande parte desta vitória está associada ao empenho de atores privados (em busca de benefícios políticos e econômicos) e públicos (das três esferas de governo) e do sucesso midiático decorrente dos ainda recém-encerrados XV Jogos PanAmericanos de 2007, da cidade do Rio de Janeiro, de tornar o Brasil competitivo para receber grandes eventos mundiais. A escolha das cidades-sede ficaria para o fim de 2008, mas acabou acontecendo em 31 de maio de 2009, em Nassau, nas Bahamas. Com a confirmação do Brasil, uma disputa interna entre subsedes foi travada; o projeto da CBF incluía 18 cidades postulantes, mas, no máximo, doze seriam escolhidas. Dezessete estados e o Distrito Federal se candidataram para receber o evento em suas capitais (FOLHA DE SÃO PAULO, 2007a). Mascarenhas, Sanchez e Bienenstein (2011) apontam que a divulgação do resultado foi uma verdadeira “guerra camuflada” de lugares. Como exemplo, destaca-se a imposição da FIFA de que uma sede deveria representar o bioma do Pantanal e outra o bioma da Amazônia, o que fez, respectivamente, Campo 126 Grande – MS e Cuiabá – MT; e Belém – PA e Manaus – AM “duelarem” pelo mesmo objetivo. Sendo o anúncio saudado como uma conquista e uma demonstração de competência das cidades vencedoras, por diversos meios de comunicação. No entanto, somente, Belo Horizonte – MG, Brasília – DF, Cuiabá – MT, Curitiba – PR, Fortaleza – CE, Manaus – AM, Natal – RN, Porto Alegre – RS, Recife29 – PE, Rio de Janeiro – RJ, Salvador – BA e São Paulo30 – SP foram escolhidas a partir das propostas de criação e de ampliação dos estádios, que as mesmas possuem, e de suas mobilidades e renovações urbanas, que contemplem a dimensão do evento. Seis cidades foram preteridas Belém – PA, Campo Grande – MS, Florianópolis – SC, Goiânia – GO, Maceió – AL (que foi eliminada do processo de candidatura, em janeiro de 2009, por falta de documentos obrigatórios) e Rio Branco – AC. A partir de então, as doze cidades-sede da Copa de 2014 deveriam cumprir uma série de exigências estabelecidas pela FIFA conhecidas como “Programa de Matriz FIFA”; dentre elas, destacam-se: a Arena; o entorno da Arena; a mobilidade urbana; os campos oficiais de treinamento; o FIFA Fan Fest®; a infraestrutura necessária; a tecnologia da informação; acomodações; turismo; comunicação, marketing e notícias; melhorias visuais da cidade; saúde; eventos FIFA, gerenciamento de desastres; proteção e segurança; justiça, leis e protocolos; voluntariado; sustentabilidade; gerenciamento de gastos; fechamento de negócios; portos, aeroportos e mercadorias; suprimentos; cultura; legados; financiabilidade; esportes; educação; e coordenação geral do comitê organizador local. Daí, a necessidade de um planejamento, de uma fiscalização e de um monitoramento muito detalhado das ações a serem desenvolvidas (SECOPA, 2012h). Bem diferente da Copa de 1950, onde o único investimento brasileiro314 fora com a construção do 29 Os jogos de Recife, na verdade, ocorrerão em um estádio localizado na Região Metropolitana da cidade, no município de São Lourenço da Mata, a 19 km da capital de Pernambuco. 30 Originalmente, o Estádio do Morumbi era o representante de São Paulo, mas por incompatibilidades financeiras, política e de projeto, a FIFA retirou o estádio como uma das sedes. O comitê organizador da copa, em São Paulo, estudava a construção de um novo estádio em Pirituba, Zona Noroeste da cidade, mas esta opção foi descartada pela inviabilidade do tempo. Com isso, o Comitê Organizador da Copa, juntamente, com a Prefeitura e o Governo de São Paulo, decidiram que o estádio sede seria o novo estádio do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste (SPINELLI, 2010). 314 O primeiro estádio brasileiro a contar com recursos públicos federais fora o Pacaembu, em São Paulo, iniciado em 1937 e inaugurado em 1940, fruto da política estadista de Getúlio Vargas. Esta política de “gigantismo” herdada do fascismo italiano, vigorosa no período ditatorial, fez com que, segundo Ramos (1984), 70% dos estádios brasileiros fossem construídos com recursos públicos; espalhando a ideologia de fomentar espetáculos populares. Por tal política, frequentemente, tais estádios foram superdimensionados em sua capacidade, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste. 127 Estádio do Maracanã, para 200 mil pessoas, 10% da população da cidade, na época. Transportes, hotéis, comunicações, ou mesmo estádios, nenhuma exigência foi feita pela FIFA. Comparada às mega-organizações e exigências atuais, a Copa de 1950 foi uma “aventura amadorista, marcada por improvisos” (MÁXIMO, 2009). A estimativa de gastos com todas estas exigências, a fim de adequar as cidades-sedes às exigências estabelecidas pela FIFA, para a Copa de 2014 é de R$ 27,4 bilhões, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), em relatório divulgado em junho de 2012. Estes investimentos totais têm origem nas três esferas do governo e na iniciativa privada e poderão alcançar até R$ 33 bilhões, segundo o ministro do TCU Valmir Campelo (GLOBOESPORTE.COM, 2012). Segundo um estudo sobre impactos socioeconômicos, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), para o Comitê Organizador Local (COL), a escolha do Brasil acarretará na injeção de R$ 155,7 bilhões na economia brasileira, com a criação de 3,6 milhões de empregos por ano, até o apito final da decisão da Copa do Mundo (PASSOS, 2009). Deste montante, R$ 6,3 bilhões (VILARON, 2010), serão utilizados na construção, ou na reforma das doze arenas das cidades-sede. Se o discurso de candidatura do Brasil, para a Copa de 2014, era marcado pela garantia do Governo Federal de que verbas públicas não seriam utilizadas em estádios, na prática, a realidade é outra. Dinheiro público, oriundo do BNDES, é uma das principais fontes destas obras, assim como, para a melhoria e a ampliação da infraestrutura urbana. A ausência de interesse da inciativa privada, neste tipo de financiamento, foi a maior responsável pelo engajamento dos Estados da União na construção destes. Todavia, as obras são terceirizadas e beneficiam um número limitado de grandes construtoras nacionais, cuja dimensão de interesse extrapola o progresso da esfera nacional. A XIX Copa do Mundo FIFATM 2010, na África do Sul, foi marcada por inúmeros protestos locais, agravamento das desigualdades sociais, imenso desperdício de recursos públicos em estádios superdimensionados e muito pouco contribuiu para melhorar a qualidade de vida de seus citadinos, que carecem, por exemplo, de transportes públicos adequados. No entanto, grandes empreiteiras foram beneficiadas pela especulação de terra e em função de bilhões investidos na construção civil (REIS, 2010) (HAMILTON, HAMILTON, SHANGE, 2010). Exemplos negativos marcaram, também, edições olímpicas como Atlanta, nos 128 Estados Unidos, em 1996, Athenas, na Grécia, em 2004, Beijing, na China, em 2008 e até mesmo, Jogos Pan-Americanos, como os de San Domingo, na Republica Dominicana, em 2003 e os do Rio de Janeiro, em 2007. Se muitas das respostas referentes às questões econômicas e sociais da Copa brasileira só serão respondidas após o evento, com profundas análises e estudos, as questões ambientais se tornaram premissas para a realização desta, no país. O Brasil, além de mostrar, em 2014, uma postura de protagonismo nas relações internacionais, como nação de economia estável, de redução do grau de pobreza extrema e tantos outros fatores, buscará também, reduzir os impactos ambientais negativos e maximizar os positivos. Isso se dá através de um trabalho em conjunto, entre as três esferas do governo, agências financiadoras, empresas públicas e privadas, a FIFA e a população, que já vem ocorrendo e fará com que o próximo Mundial seja o mais sustentável, “verde” de todos os tempos. Esta é uma oportunidade de mostrar ao mundo uma mudança dos padrões, do comportamento da construção civil e da sociedade brasileira, no que diz respeito aos impactos gerados ao meio ambiente. Cada uma das doze cidades-sede vem se empenhando em apresentar metas com reduzidas mazelas ecológicas, seja na gestão da copa, seja na construção/reforma de seus estádios. É essencial construir um ambiente para turistas, visando definir que tipo de sociedade se quer ser. Uma Copa do Mundo não resolverá todos os problemas ambientais do Brasil, mas gerará avanços, oportunidades e traçará diretrizes para a idealização de uma nova imagem, mais responsável e focada em métodos com o máximo de eficiência e eficácia. Se as preocupações ecológicas estavam no discurso da candidatura do Brasil para o Mundial (FOLHA DE SÃO PAULO, 2007), na prática são os Estados, principalmente, que vem se adequando às rigorosas exigências do Caderno de Encargos da FIFA, na busca por impactos positivos e duradouros para suas cidades. A exemplo de 2009, quando a população foi às ruas mostrar à FIFA sua decisão de sediar a Copa, hoje, é novamente, convocado a apoiar e fiscalizar seus gestores. Apresentam-se a seguir, fichados na metodologia comum deste trabalho, os onze estádios a serem construídos/reformados para o Mundial de 2014, com ênfase nas medidas de sustentabilidade adotadas, até então, por estes. O décimo segundo estádio, a Arena Pantanal, será detalhadamente estudado nas próximas seções. 129 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Arena da Amazônia Eco Medidas: Entorno: Com forma inspirada na Floresta Amazônica e em um cesto de palha indígena se localiza, taticamente, entre o aeroporto e o centro histórico com presença marcante de áreas verdes. Terá um shopping center no complexo, quando este for administrado pela iniciativa privada. Há um trabalho constante de prevenção e controle de processos erosivos e do monitoramento mensal da emissão de ruídos. Água: Captará e reutilizará água de Figura 17 - Fonte: www.helioviana.com.br/ Acesso 26/11/2012 chuva para banheiros e a irrigação do gramado, cerca de 40% de economia de Localização: Manaus (cidade) água potável; além de ser executada uma Amazonas (estado) estação própria para tratamento de Capacidade: 44.000 pessoas esgotos e dos efluentes gerados. Estimativa: 529,4 milhões (R$ reais) Energia: A luz solar abundante na região Arquiteto(s): GMP e Grupo Stadia deverá gerar energia limpa e renovável. Início da obra: 19 de março de 2010 Prezará também, a eficiência energética Inauguração: Dez. de 2013 (previsão) de equipamentos e sistemas. Outros nomes: Estádio Vivaldo Lima, Materiais: Uso de insumos locais com Vivaldão, Arena de Manaus economia e eficiência de processos (lean Mandante: Penarol Atlético Clube, construction). Dentre os materiais Atlético Rio Negro Clube (futebol) ecológicos destacam-se o porcelanato Finalidade: Multiuso: esportes, ecológico e o piso de borracha natural. concertos musicais e eventos específicos Resíduos: Reaproveitamento máximo de Eventos: Campeonato Amazonense e materiais para a redução da geração de Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM resquícios, ao longo da construção; como Acesso e Transporte: Monotrilho e exemplo, as sobras de concreto são Corredor de ônibus exclusivo utilizadas para produzir meios-fios e Fonte: ANDRADE GUTIERREZ. Suspavimentos. Os resíduos gerados da tentabilidade. In: Arena da Amazônia, demolição do antigo Vivaldão, estádio 2012. Disponível em:<http://arenadaama que ficava no mesmo terreno, foram zonia. com.br/a-obra/sustentabilidade/>. reciclados também de forma eficiente, Acesso em 24. Dez. 2012. assim como os materiais que puderam ser CORBIOLI, N. GMP e Grupo Stadia – reutilizados em outros equipamentos. O Arena da Amazônia, Manaus. In: índice de reutilização chegou a 95%. PROJETODESIGN, 2009. Disponível Conforto Ambiental: Algumas paredes em: <http://noradar.com/arquitetura/ gmp com vegetação contribuirão para a -e-grupo-stadia-arena-da-amazonia-ma redução dos gastos com energia e para o naus/>. Acesso em 24. Dez. 2012. controle da temperatura dentro da Arena. FIFA. Arena Amazônia - Manaus. Dis- A ventilação natural e cruzada se fará ponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup presente pelos brises fixos da cobertura. /destination/stadiums/stadium=5007289/i A iluminação natural será possível graças ndex.html>. Acesso em: 24 dez. 2012. a uma membrana translúcida tensionada. 130 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Arena da Baixada Eco Medidas: Entorno: Várias ações serão colocadas em prática no estádio e no entorno, como a melhoria e a integração do acesso ao transporte público, instalação de bicicletários e promoção da utilização de veículos de baixa emissão de gases poluentes. Água: Captará e reutilizará água de chuva para descargas de sanitários, lavagem de áreas externas e a irrigação do gramado e áreas verdes. O contará com uma Figura 18 - Fonte: www.globoesporte.globo.com reservatório Acesso 26/11/2012 capacidade de dois mil metros cúbicos. Energia: A cobertura possuirá uma Localização: Curitiba (cidade) usina de captação de energia solar, com Paraná (estado) capacidade de geração de 2,3 kW, o Capacidade: 28.273 pessoas (original) suficiente para abastecer quase cinco 42.000 pessoas (reforma) mil casas e o próprio estádio. Será Estimativa: 30 milhões (US dólares) responsável, também, pela redução da 234 milhões (reforma R$) necessidade da climatização em 60% Arquiteto(s): Carlos Arcos Arquitetura pela proteção do público. Prezará pela Início da obra: 01 de dezembro de 1997 eficiência energética de equipamentos e (original) / Outubro de 2011 (reforma) sistemas elétricos, como ao utilizar Inauguração: 20 de junho de 1999 lâmpadas de baixo consumo. (original) / Junho de 2013 (previsão) Materiais: Uso predominante de Outros nomes: Estádio Joaquim Américo insumos locais e com algum tipo de Guimarães, Caldeirão do Diabo elemento reciclado em sua constituição. Mandante: Clube Atlético Paranaense Resíduos: Buscará a sustentabilidade Finalidade: Multiuso: esportes, concertos no que se refere às sobras dos materiais, musicais e eventos especializados que, normalmente, encheriam os aterros Eventos: Campeonato Paranaense e Copa e agora passaram a ser reaproveitados. do Mundo FIFA Brasil 2014TM Conforto Ambiental: Em função das Acesso e Transporte: Sistema de BRT baixas temperaturas, o estádio será o Curitiba- Estações Tubo Coronel Dulcídio, único 100% coberto, no país, com Getúlio Vargas e Praça Osvaldo Cruz cobertura retrátil de 15 minutos de Fonte: operação. A fachada do edifício LEITE, A.; FAVERO, P. Teto Retrátil é revestida em policarbonato potenciao Diferencial da Arena Paranaense. In: lizará a climatização dos espaços Estadão Esportes, 01 nov. 2012. Dispo- internos em 30% em relação aos nível em: <http://www.estadao.com.br/ modelos convencionais. Venezianas especiais/teto-retratil-e-o-diferencial-dapermitirão, também, a facilitação da arena-paranaense,186787.htm>. Acesso ventilação natural. em: 24 dez. 2012. 131 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Arena das Dunas Eco Medidas: Entorno: Foi projetado, originalmente, dentro de um complexo sustentável com hotéis, centro de convenções e torres de escritórios e residenciais. A forma remete as dunas de Natal, representadas pela assimetria de sua forma. Água: As águas pluviais serão captadas, tratadas e direcionadas para um reservatório; de onde, serão constantemente reutilizadas na limpeza e irrigação. Os sanitários contarão com Figura 19 - Fonte: www.marcosdantas.com/sites/ equipamentos que reduzem o consumo Acesso 26/11/2012 de água. Haverá ainda uma estação de tratamento de esgoto que tratará os Localização: Natal (cidade) Rio Grande do Norte (estado) efluentes para a reutilização. Energia: As necessidades do estádio Capacidade: 42.623 pessoas (Copa) deverão ser supridas com energia solar, 32.000 pessoas (Pós-Copa) captada por dois tipos de equipamentos: Estimativa: 417 milhões (R$ reais) placas fotovoltaicas instaladas na Arquiteto(s): Populous Architects e Coutinho, Diegues e Cordeiro Arquitetos. cobertura e uma espécie de "antena parabólica" que absorve os raios. De Início da obra: 15 de agosto de 2011 forma a evitar desperdícios, o gerenciaInauguração: Dez. de 2013 (previsão) mento energético será informatizado. Outros nomes: Estádio João Cláudio de Materiais: A estrutura mista de aço e Vasconcelos Machado, Machadão concreto será em parte desmontável – o Mandante: América Futebol Clube (RN) que reduz o custo com a manutenção. Finalidade: Multiuso: esportes, concertos No entorno, será dada prioridade a musicais e eventos especializados recursos renováveis e insumos Eventos: Campeonato Potiguar e Copa do produzidos no próprio Estado. Mundo FIFA Brasil 2014TM Resíduos: Mensalmente, o canteiro de Acesso e Transporte: Obras do BRT e obras da Arena das Dunas produz entre mobilidade encontram-se com atrasos, duas e quatro toneladas de resíduos. Arena limitada a corredores de ônibus Através de um programa interno, todo o Fonte: material reciclável é separado e LEITE, A.; FAVERO, P. Arena das destinado para coleta. Dunas Será um Marco na Paisagem da Conforto Ambiental: A cobertura é Cidade. In: Estadão Esportes, 24 nov. feita de um tecido termoacústico, que 2012. Disponível em: <http://www.esta favorece a ventilação, minimiza os dao.com.br/noticias/esportes,arena-das-du efeitos da insolação, facilita a nas-sera-um-marco-na-paisagem-da-cida penetração de luz natural e entre suas de,964644,0.htm>. Acesso: 24 dez. 2012. “pétalas” exibirá calhas vazadas que MANFRIM, J. Gramados Ainda Mais facilitarão o escoamento da água da Verdes. In: Revista Veja Ambiente, 25 chuva. É o mesmo material utilizado no nov. 2009. Disponível em: <http://veja. Cubo d’Água Olímpico de Pequim. abril.com.br/251109/estadios.shtml>. Acesso em: 24 dez. 2012. 132 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Arena de Itaquera Eco Medidas: Entorno: O entorno do estádio terá o plantio de muitas árvores, além do uso de piso drenante, para evitar problemas com o acúmulo de água. O terreno estreito foi explorado ao máximo, se tornando acessível ao reduzir o número de escadas no pavimento térreo. Água: Além do reuso da água de chuva, os banheiros serão sofisticados, com vasos sanitários importados do Japão, que dispensam papel higiênico: um dispositivo promove a limpeza com Figura 20 - Fonte: www.surgiu.com.br Acesso 26/11/2012 jatos de água e secagem por ar quente. Energia: A iluminação equivalerá a 4 Localização: São Paulo (cidade) mil lux, o dobro do que se viu nos estáSão Paulo (estado) dios da África do Sul. A ideia é reproCapacidade: 65.807 pessoas (Copa) duzir a luz diurna nos jogos noturnos. 45.807 pessoas (Pós-Copa) A cobertura e as laterais do gramado Estimativa: 820 milhões (R$ reais) contarão com placas fotovoltaicas para Arquiteto(s): DDG e CDCA Arquitetos captação de energia solar (1MW). Além (Coutinho, Diegues e Cordeiro) disso, toda estrutura da arena foi Início da obra: 30 de maio de 2011 preparada para receber equipamentos Inauguração: Dez. de 2013 (previsão) de captação de energia eólica. Outros nomes: Arena São Paulo, Arena Materiais: Parte das arquibancadas, dos Corinthians, Itaquerão, Fielzão setores atrás dos gols, será desmontada Mandante: S. C. Corinthians Paulista reduzindo a capacidade da arena pósFinalidade: Multiuso: esportes, concertos mundial o que amortizará custos com musicais e eventos especializados manutenção. Por São Paulo ser um Eventos: Campeonato Paulista e Copa do centro industrial por excelência, grande Mundo FIFA Brasil 2014TM parte dos insumos será fabricada no Acesso e Transporte: Estações do metrô e próprio Estado movendo sua economia. da CPTM - Companhia Paulista de Trens Destaca-se a fachada de vidros curvos, Metropolitanos a envoltória com cerâmica branca e a Fonte: AMADO, R. Os Luxos que o cobertura com manta emborrachada. Futuro Itaquerão Deverá Oferecer. In: Resíduos: Minimizará as sobras dos EXAME.COM, 18 jun. 2012. Disponível materiais gerados ao longo da construem: <http://exame.abril.com.br/estilo-de- ção com a devida separação e destinavida/entretenimento/noticias/os-luxos-que- ção finais de forma mais ecológica. o-futuro-itaquerao-devera-oferecer/>. Conforto Ambiental: A refrigeração Acesso em: 24 dez. 2012. atenderá os 70 mil metros quadrados CDC ARQUITETOS. Entenda Melhor o construídos, inclusive os banheiros. As Projeto da Arena Corinthians. In: Rumo aberturas nos fundos do campo à Itaquera, 27 set. 2011. Disponível em: favorecerão a ventilação cruzada e a <http://rumoaitaquera.blogspot.com.br/20 iluminação natural. A cobertura terá 11/09/entenda-melhor-o-projeto-da-arena. isolamento térmico na parte superior, html>. Acesso em: 24 dez. 2012. junto à membrana transparente. 133 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Arena Fonte Nova Eco Medidas: Entorno: Preocupação com a inserção da Arena na paisagem, através de sua forma em “ferradura” com abertura para o Dique do Tororó. O que viabiliza megaestruturas sem danificar o relvado. Vagas preferenciais para veículos com baixa emissão de CO2, tais como veículos do tipo “flex”, que funcionam a etanol serão delimitadas também. Água: Reaproveitará as águas pluviais, com coleta a partir da cobertura, após processo de filtragem e reservação. Figura 21 - Fonte: www.radios.redecol.com.br/ Acesso 26/11/2012 Reutilizará esgoto tratado, através de uma estação de tratamento própria e Localização: Salvador (cidade) racionalizará o uso da água em seus Bahia (estado) equipamentos hídricos e sanitários. Capacidade: 50.000 pessoas Energia: Utilizará energia solar para Estimativa: 591,7 milhões (R$ reais) Arquiteto(s): Marc Duwe e Claas Schulitz aquecimento de água e para geração de energia elétrica para suas necessidades. Início da obra: 29 de agosto de 2010 Materiais elétricos e eletrônicos serão Inauguração: 29/03/2013 (previsão) os mais eficientes possíveis. Outros nomes: Estádio Octávio Materiais: Destaque para materiais Mangabeira, Estádio Fonte Nova regionais e com algum elemento Mandante: Esporte Clube Bahia (futebol) reciclado em sua constituição. Corpos Finalidade: Multiuso: esportes, concertos de prova, por exemplo, são reutilizados musicais e eventos especializados para a pavimentação do complexo. A Eventos: Campeonato Baiano, Brasileirão cobertura em PTFE reduz a utilização 2013, Copa das Confederações FIFA, de 30 a 40% de estruturas metálicas. Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM e Resíduos: 100% dos resíduos gerados Jogos Olímpicos de Verão Rio 2016 com a demolição do antigo estádio Acesso e Transporte: Estações do metrô foram reutilizados na própria obra e em Pólvora e Brotas que encontram-se ainda outras obras de infraestrutura de fora de operação da Linha 01 de Salvador Salvador e da Região Metropolitana. Os Fonte: resíduos gerados ao longo da ARENA FONTE NOVA. Arena construção, também são reaproveitados Sustentabilidade. In: Portal Arena Fonte ao máximo no próprio canteiro. Nova, 2012. Disponível em: <http://www. Conforto Ambiental: Empregará brises arenafontenova.com.br/a-arena/sustentabili (quebra-sol) nas fachadas, para o dade/>. Acesso em: 24 dez. 2012. aproveitamento da ventilação e da iluminação natural. O sistema de refrigeração será ambientalmente favorável, com a eliminação dos fluidos que agridem a camada de ozônio. A própria forma da edificação facilita a ventilação e a iluminação naturais. 134 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Arena Pernambuco Eco Medidas: Entorno: A Arena Pernambuco é o ponto de partida para a Cidade da Copa, um novo núcleo urbano em São Lourenço da Mata, onde serão preservados mais de 600 mil metros quadrados de Mata Atlântica nativa. Água: Captará e reutilizará água de chuva para banheiros e a irrigação do gramado, além de ser executada uma estação própria para o tratamento de esgotos e dos efluentes gerados. materiais e dispositivos Figura 22 - Fonte: www.veja.abril.com.br/noticia/ Adotará Acesso 26/11/2012 economizadores de água. Energia: Contará com uma usina solar Localização: São Lourenço da Mata / com capacidade para gerar 1MW de Recife (cidade) - Pernambuco (estado) energia, o suficiente para atender ao Capacidade: 46.160 pessoas consumo médio de seis mil brasileiros. Estimativa: 532 milhões (R$ reais) Todos os equipamentos como telões em Arquiteto(s): Daniel Fernandes LED, câmeras especializadas, sonorizaInício da obra: Agosto de 2010 ção e iluminação além de atenderem Inauguração: 14 de abril de 2013 (prev.) aos padrões internacionais terão sua Outros nomes: Arena Capibaribe eficiência elevada e menor consumo. A Mandante: Clube Náutico Capibaribe água a ser utilizada em vestiários e na Finalidade: Multiuso: esportes, concertos cozinha será aquecida por energia solar, musicais e eventos especializados reduzindo o consumo de energias Eventos: Copa das Confederações 2013 e convencionais em até 85%. Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM Materiais: A fachada que a princípio Acesso e Transporte: Estação do metrô seria toda em vidro teve seu material Cosme e Damião e BRT (em construção) substituído pelo ETFE (Etileno TetraFonte: BRASIL. Arena Pernambuco. In: fluoretileno) uma solução mais Portal da Copa, 2012. Site do Governo ecológica e que exigirá menos insumos. Federal sobre a Copa do Mundo FIFA Resíduos: A Arena conta com recipien2014TM. Ministério dos Esportes. tes de coleta seletiva espalhados em Disponível em: <http://www.copa2014. vários pontos para a correta destinação gov.br/pt-br/arena/recife>. Acesso em: 26 dos materiais e resíduos separados. dez. 2012. Conforto Ambiental: Empregará ao ODEBRECHT. Arena Pernam-buco: máximo mecanismos de aproveitamenCanteiro de Proteção Ambiental. In: to da iluminação e da ventilação Revista Arena, 27 set. 2012. Disponível naturais como forma de evitar o em: <http://www.cidadedaco pa.com.br/pt/ consumo desnecessário de energia especiais/arena-pernambuco/2012/09/27/ elétrica em prol do conforto ambiental. NWS,132,18,126,PT,2305-ARENA-PER NAMBUCO-CANTEIRO-PROTECAOAMBIENTAL.aspx>. Acesso em: 24 dez. 2012. 135 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Estádio Beira-Rio Eco Medidas: Entorno: Criará um estacionamento exclusivo para veículos menos poluentes. Os pisos serão em blocos intertravados que aumentam a permeabilidade. Além disso, o projeto tenta se integrar de forma definitiva a orla do Guaíba e ao contexto de parque ecológico-urbano de Porto Alegre. Água: Será instalado um sistema de coleta de águas pluviais para irrigação do gramado e jardins, limpeza de áreas externas e descargas de banheiros. Figura 23 - Fonte: www.img341.imageshack.us/ Acesso 26/11/2012 Energia: Contará com a análise energética desenvolvida através de Localização: Porto Alegre (cidade) softwares especializados e o controle da Rio Grande do Sul (estado) iluminação. Há um estudo para a Capacidade: 61.000 pessoas (original) instalação de placas fotovoltaicas, na 52.000 pessoas (reforma) cobertura, e a possível redução do uso Estimativa: 330 milhões (R$ reforma) da rede pública de energia elétrica. Arquiteto(s): Rui Tedesco (original) Materiais: Destaque para materiais Hype Studio (reforma) regionais e com algum elemento Início da obra: 1959 (original) reciclado em sua constituição. Está 12 de dezembro de 2010 (reforma) gerando uma mudança no mercado de Inauguração: 06 de abril de 1969 fornecedores da construção civil em (original) / Dezembro de 2013 (previsão) prol de produtos certificados. O concreOutros nomes: Est. José Pinheiro Borda to originário das demolições do antigo Mandante: Sport Club Internacional estádio, a exemplo, é transformado em Finalidade: Multiuso: esportes, concertos brita reciclada para nova reutilização. musicais e eventos especializados Resíduos: O clube já conta com um Eventos: Campeonato Brasileiro e Copa programa de separação e reciclagem do do Mundo FIFA Brasil 2014TM lixo e estuda a possibilidade de utilizar Acesso e Transporte: Terminal Sul (Beira- a grama cortada como adubo para o Rio) de BRT (em projeto/estudo) relvado, por meio de compostagem. Fonte: BRASIL. Beira-Rio. In: Portal da Conforto Ambiental: Empregará uma Copa, 2012. Site do Governo Federal cobertura em Politetrafluoretilenosobre a Copa do Mundo FIFA 2014TM. PTFE (Teflon®), material com maior Ministério dos Esportes. Disponível em: durabilidade, reciclado e translúcido <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/arena que absorve menos calor e permite o /porto-alegre>. Acesso em: 26 dez. 2012. aproveitamento mais eficiente da luz OLIVEIRA, D. Projeto Gigante Para solar e das correntes de vento, evitando Sempre. In: Portal Oficial do Governo do gastos excessivos e desnecessários com Rio Grande do Sul, 20 jun. 2012. iluminação artificial e condicionadores Disponível em: <http://www.copa2014.rs. de ar. gov.br/conteudo/1515/beira-rio-e-uma-das -oito-arenas-da-copa-com-acoes-sustenta veis>. Acesso em: 24 dez. 2012. 136 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Estádio Castelão Eco Medidas: Entorno: Ao longo da construção medidas de proteção do entorno foram adotadas como a proteção das bocas de lobo para reter os detritos e não obstruir a tubulação da rede pluvial municipal, lava-rodas que evitam que os sedimentos presos nas rodas dos caminhões sujem as vias públicas, dentre outros. Água: O estádio conta com coleta de águas pluviais com tratamento, para que o armazenamento não prejudique a Figura 24 - Fonte: www.oestadoce.com.br/noticia/ qualidade das águas. Esta reserva é Acesso 26/11/2012 utilizada na manutenção do gramado, limpeza e descargas dos banheiros. As Localização: Fortaleza (cidade) últimas apresentam duplo acionamento. Ceará (estado) Energia: A área coberta do Castelão é Capacidade: 60.326 pessoas (original) de 15,2 mil m²; já a área útil para 63.903 pessoas (reforma) geração de energia fotovoltaica é de Estimativa: 518,6 milhões (R$ reforma) Arquiteto(s): José Liberal de Castro, 12,2 mil m² para possíveis 1,73 MW. A Gerhard Ernst Borman, Reginaldo Mendes iluminação em LED e dos 332 Rangel, Marcílio Dias de Luna e Ivan da refletores pode ser abastecida, também, Silva Britto (original) / Escritório por placas de energia solar. Materiais: Deu-se destaque ao empreVigliecca & Associados (reforma) go de insumos locais e ao uso de Início da obra: 1969 (original) materiais que apresentassem em sua 31 de março de 2011 (reforma) composição algum tipo de reciclado. Inauguração: 11 de novembro de 1973 Resíduos: Grande parte dos materiais (original) 16 de dez. de 2012 (reforma) descartados da reforma do Castelão Outros nomes: Gigante da Boa Vista, foram doados para estádios do interior, Estádio Governador Plácido Castelo como o Romeirão em Juazeiro do Norte Mandante: Ceará Sporting Club, Fortaleza que recebeu 8.600 cadeiras, 50 refletoEsporte Clube e Ferroviário Atlético Clube res, o placar eletrônico e as estruturas Finalidade: Multiuso: esportes, concertos metálicas dos bancos de reserva. 36 mil musicais e eventos especializados toneladas de concreto da demolição de Eventos: Campeonato Cearense, Copa das parte do antigo estádio foram utilizadas Confederações FIFA, Copa do Mundo na pavimentação do estacionamento. FIFA Brasil 2014TM e Brasileirão Conforto Ambiental: O lado externo da Acesso e Transporte: BRT Alberto arena é revestido por uma pele de vidro, Craveiro (em construção/execução) que reflete os raios solares e ameniza o Fonte: BRASIL. Novo Castelão: Preocu- calor e chapas de aço inox furadas que pação Ambiental, Uma das Marcas do permitem a circulação de ar. A cobertuProjeto. In: Portal da Copa, 16 dez. 2012. ra com telhas metálicas revestidas com Ministério dos Esportes. Disponível em: material isolante e policarbonato ame<http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noti nizam o calor ao mesmo tempo em que cia/novo-castelao-sustentabilidade-umapermitem o aproveitamento da iluminadas-marcas-do-projeto>. Acesso 24/12/12. ção natural. 137 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Estádio do Maracanã Eco Medidas: Entorno: O projeto que tornará o estádio “verde” inclui a diminuição nas emissões de CO2, que causam o efeito estufa, melhoria nas condições do ambiente e a preservação de árvores ao longo do canteiro de obras. Água: A economia dos recursos hídricos, através da captação, armazenamento e reutilização de toda a água de chuva e da água de irrigação do campo de jogo, por exemplo, proporcionarão Figura 25 - Fonte: www.maracanario2014.com.br/ uma redução no consumo em 30%. Acesso 26/11/2012 Energia: Serão utilizadas lâmpadas, luminárias e equipamentos com alta Localização: Rio de Janeiro (cidade) eficiência energética, além de 1.560 Rio de Janeiro (estado) painéis fotovoltaicos instalados na Capacidade: 200.000 pessoas (original) cobertura do estádio, que vão produzir 79.000 pessoas (reforma) energia limpa equivalente ao consumo Estimativa: 859,9 milhões (R$ reforma) Arquiteto(s): W. Ramos, R. Galvão, M. de mais de 200 residências evitando a Feldman, O.Valdetaro, O. Azevedo, Pedro emissão de 2.560 toneladas de gás P. B. Bastos e A. D. Carneiro (original) / carbônico na atmosfera. Insumos locais tem Daniel Fernandes e Empresa de Obras Materiais: preferencia. Dentre os materiais Públicas do Estado do RJ (Reforma) ecológicos destacam-se: o barro que sai Início da obra: 02 de agosto de 1948 dos pneus dos veículos que também é (original) / Agosto de 2010 (reforma) reaproveitado e já rendeu 4.200 m³ de Inauguração: 16 de junho de 1950 matéria prima para fazer telhas e tijolos (original) / 28 de mai. de 2013 (previsão) ecológicos e a campanha nacional para Outros nomes: Estádio Jornalista Mário recolher garrafas PET para a produção Filho, Maraca, Templo do Futebol dos assentos de todo o estádio. Mandante: Seleção Brasileira, Fluminense Resíduos: A meta é que 75% dos resíF. C. e C. R. Flamengo (futebol) duos da obra não cheguem a aterros. Os Finalidade: Multiuso: esportes, concertos 17 mil m³ de aço retirados na demolimusicais e eventos especializados ção do antigo Maracanã foram reciclaEventos: Copa do Mundo FIFA de 1950 e dos, 84 mil cadeiras foram reutilizadas 2014, XV Jogos Pan-Americanos 2007, e mais de 1.000 m³ de solo de alto nível Copa das Confederações 2013, XXI Jogos foram enviados para ajudar no Olímpicos de Verão 2016 e Brasileirão. reflorestamento da Mata Atlântica. Acesso e Transporte: Estações do metrô e Conforto Ambiental: Empregará uma trem: Maracanã e São Cristóvão cobertura em membrana de fibra de Fonte: COLBERT, M. Maracanã Vai se vidro e teflon de alta tecnologia (PTFE) Tornar Exemplo de Estádio Ecologica- que facilitará a ventilação e a iluminamente Correto. In: Governo do RJ, 27 ção naturais. Equipamentos de refrigermai. 2011. Disponível em: <http://www. ação, ventilação e iluminação serão rj.gov.br/web/seobras/exibeconteudo?artic monitorados por um sistema central o le-id=476966>. Acesso em: 24/12/12. que facilitará a resolução de problemas. 138 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Estádio do Mineirão Eco Medidas: Entorno: Uma esplanada foi crida interligando o Estádio ao ginásio do Mineirinho favorecendo a integração do complexo ao seu entorno e a Lagoa da Pampulha, patrimônio municipal. Foi feito um controle da emissão de poeira, ao longo da obra, também. Água: Reusa água de chuva, através de um reservatório com seis milhões de litros, para limpeza da área externa, descargas de sanitários e para a irrigação de áreas verdes e do gramado. Figura 26 - Fonte: BCMF Arquitetos / Minas Arena Energia: Outra marca importante está na cobertura: uma usina solar é capaz Localização: Belo Horizonte (cidade) de transformar a radiação em energia Minas Gerais (estado) elétrica. As placas fotovoltaicas presenCapacidade: 130.000 pessoas (original) tes na cobertura têm potência de 1,6 64.000 pessoas (reforma) megawatt e captarão energia suficiente Estimativa: 695 milhões (R$ reforma) Arquiteto(s): Eduardo Mendes Guimarães para suprir a demanda de cerca de 1200 residências de médio porte. A ilumiJúnior e Gaspar Garreto (original) / nação do estádio tem como característiGustavo Penna e GMP (reforma) ca a alta eficiência e o baixo consumo, Início da obra: 25 de fevereiro de 1960 com sistema elétrico inteligente. (original) / Julho de 2010 (reforma) Materiais: Produtos sustentáveis e Inauguração: 05 de setembro de 1965 locais foram priorizados. Qualquer tinta (original) / 21 de dezembro de 2012 que não fosse à base de água, por Outros nomes: Estádio Governador exemplo, não foi utilizada na obra. Magalhães Pinto Resíduos: Houve a reciclagem do aço e Mandante: Clube Atlético Mineiro, do concreto, materiais oriundos da Cruzeiro Esporte Clube (futebol) demolição do antigo Mineirão. Cerca Finalidade: Multiuso: esportes, concertos de 90% do entulho da obra foi musicais e eventos especializados reaproveitado. As antigas cadeiras Eventos: Copa do Mundo FIFA de 2014, foram doadas a outros equipamentos Copa das Confederações 2013, XXI Jogos esportivos do estado. As árvores Olímpicos de Verão 2016 e Brasileirão derrubadas foram destinadas a artesãos Acesso e Transporte: Corredor de ônibus que deram finalidade a madeira. Foi Pedro II, integração com o BRT organizado um sistema de coleta seletiFonte: BRASIL. Novo Mineirão: Obra va de lixo e armazenamento de resíduos Verde em Busca da Certificação LEED. Conforto Ambiental: O tecido In: Portal da Copa, 21 dez. 2012. Site do semitransparente utilizado na cobertura Governo Federal sobre a Copa do Mundo suaviza a sombra projetada no FIFA 2014TM. Ministério dos Esportes. gramado, evitando áreas muito escuras Disponível em: <http://www.copa2014. ao lado de outras muito claras, além de gov.br/pt-br/noticia/novo-mineirao-obrafavorecer a iluminação e a ventilação verde-em-busca-da-certificacao-leed>. naturais da Arena. Acesso em: 24 dez. 2012. 139 Continente/País: América/Brasil (Copa do Mundo FIFATM 2014) Estádio Nacional de Brasília Eco Medidas: Entorno: Integrado a arquitetura marcante de Brasília, o Estádio faz referência as colunatas da capital. Utilizará materiais permeáveis no entorno para facilitar a percolação da água de chuva. Água: Quatro reservatórios para captação de água da chuva estão em fase de construção. A água será armazenada em cisternas com 350m³ de capacidade e utilizada em vasos sanitários, mictórios, irrigação e lavagem em geral. A implantação do sistema prevê uma Figura 27 - Fonte: www.brasilimperdivel.tur.br/ Acesso 26/11/2012 economia de até 40% do consumo. Energia: Para economizar e otimizar a Localização: Brasília (cidade) iluminação de algumas áreas do Distrito Federal (unidade) estádio, haverá a substituição de Capacidade: 71.400 pessoas (original) lâmpadas normais pela tecnologia LED, Estimativa: 812,2 milhões (R$ reais) 20% mais econômicas. A cobertura Arquiteto(s): Eduardo de Castro Mello, Vicente de Castro Mello e GMP contará com cerca de 9,6 mil painéis fotovoltaicos que serão capazes de Início da obra: Agosto de 2010 gerar 3,5 milhões de quilowatt por ano, Inauguração: Fev. de 2013 (previsão) tornando o estádio o primeiro no Outros nomes: Estádio Mané Garrincha mundo a ser autossuficiente em Mandante: Brasília Futebol Clube e produção de energia e, ainda, produzir Brasiliense Futebol Clube (futebol) excedente que será utilizado na cidade. Finalidade: Multiuso: esportes, concertos Materiais: A estrutura da cobertura, um musicais e eventos especializados de seus elementos mais marcantes, Eventos: Copa do Brasil de Futebol além de servir para proteger o público e Feminino 2007, Copa das Confederações ser autolimpante será revestida de FIFA Brasil 2013TM e Copa do Mundo dióxido de titânio, que em contato com FIFA Brasil 2014TM a água da chuva, libera oxigênio para a Acesso e Transporte: Estação Central de atmosfera. Cada metro quadrado da Brasília (metrô) a 4,5km do Estádio. As cobertura retirará da atmosfera, por obras do VLT estão paralisadas e não hora, o equivalente aos gases poluentes ficarão prontas até o Mundial de 2014 produzidos por 88 veículos. As cadeiras Fonte: BRASIL. Ações Sustentáveis do do estádio serão confeccionadas com Estádio Nacional de Brasília São garrafas PET recicladas e doadas. Apresentadas nos Estados Unidos. In: Resíduos: A produção de resíduos é a Portal da Copa, 14 nov. 2012. Site do menor possível com sua correta Governo Federal sobre a Copa do Mundo separação, gestão e destinação final. FIFA 2014TM. Ministério dos Esportes. Conforto Ambiental: A cobertura Disponível em: <http://www.copa2014.go liberará a passagem de iluminação e v.br/pt-br/noticia/acoes-sustentaveis-doventilação naturais e refletirá os raios estadio-nacional-de-brasilia-sao-apresenta solares, reduzindo o calor interno e a das-nos-estados-unidos> Acesso: 26/12/12 necessidade do uso refrigeradores. 140 5.3. CUIABÁ E A COPA DO PANTANAL Localizada no centro geodésico do continente sul-americano, Cuiabá é famosa pelas suas altas temperaturas, pela sua riqueza cultural, por ser a porta de entrada de importantes destinos turísticos nacionais321 e por abranger três dos principais biomas brasileiros: o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia332. Esta riqueza ambiental, em grande parte preservada, lhe conferiu o apelido de “Cidade Verde”. Este predicativo fora, exatamente, utilizado pelo município, fundado por bandeirantes em 1719, em sua candidatura vitoriosa para receber a Copa do Mundo FIFATM Brasil 2014. Assim, seus 551.098 habitantes (IBGE, 2010) receberão, pela primeira vez, em 2014, um grande evento internacional. Se anteriormente fora destino de exploradores e aventureiros, que partiam de São Paulo em busca do ouro farto da região, hoje, será destino de quatro partidas da primeira fase do Mundial. A “Cidade Verde”, apesar de contar com um Índice de Desenvolvimento Humano - IDH 0.821 (PNUD, 2000) elevado, ser o centro de serviços, comércio, agronegócio e da indústria do Estado, têm uma estrutura modesta para receber um evento desta magnitude. A rede hoteleira, por exemplo, conta atualmente com 6.710 leitos, em 3.271 apartamentos, com previsão de expansão de 1.400 leitos; isso, incluindo a cidade de Várzea Grande, com a qual é conurbada (SINAENCO, 2009). Não é só a infraestrutura que é modesta, seu futebol também. O Mixto Esporte Clube, o Cuiabá Esporte Clube, o Clube Esportivo Dom Bosco, além do Operário Futebol Clube, da Vizinha Várzea Grande são suas equipes mais expressivas. Entretanto, nenhuma delas se encontra nas renomadas Séries A e B, do Campeonato Brasileiro de Futebol. O Cuiabá E. C., atualmente, na série C, junto do Luverdense, equipe de Lucas do Rio Verde, município do norte de Mato Grosso; e o Mixto, na Série D, são suas equipes mais bem posicionadas. Esta difusão do futebol 321 Destacam-se os balneários turísticos de Chapada dos Guimarães, famoso por suas cachoeiras; Poconé, cidade sede do miolo pantaneiro; e Nobres, recanto ecoturístico do Estado, dentre outros. 332 O bioma amazônico ocupa 480.215 km² (53,6%) de área, principalmente, no norte do Estado e é caracterizado pela vegetação predominantemente florestal. O cerrado ocupa 354.823km² (39,6%) de área, na porção central do estado, reunindo formações florestais e savânicas. Já o Pantanal, no sul do Estado, ocupa a menor área 60.885 km² (6,8%) e apresenta formações florestais e savânicas associadas, com grande diversidade de espécies e um pulso de inundação, com níveis de enchente, cheia, vazante e seca, que alteram a paisagem e a ecologia, no ambiente, sazonalmente. É em função deste último que a Copa é associada a Cuiabá, a “Copa do Pantanal” (PLA, 2011). 141 ainda incipiente, contribui para a Arena Pantanal, a ser abordada na próxima seção, já ser considerada um “elefante branco”, antes mesmo de sua entrada em operação. Se o legado com o principal palco do Mundial, no Estado, ainda é uma dúvida, algumas outras transformações nos campos: social, econômico, ambiental e urbano tendem a se tornarem heranças para as futuras gerações. Estão sendo preparadas, ou já entraram em operação, uma série de obras que vão transformar a Grande Cuiabá num aglomerado urbano organizado e eficiente. O que já vem despertando o interesse de empresários nacionais e estrangeiros, por um mercado consumidor e por uma valorização fundiária em franca expansão. É claro que estas transformações vêm alterando a rotina de seus moradores, turistas e visitantes. No entanto, estas ações tenderão a potencializar a qualidade de vida local. A responsável por grande parte destas transformações é a SECOPA, um órgão da Administração Direta do Estado de Mato Grosso, vinculado ao gabinete do Governador, que tem por objetivos e competências: planejar, executar, controlar, fiscalizar, firmar convênios, ratificar parcerias, servir de interlocutora e coordenar os projetos especiais do Governo, destinados a viabilizar as ações pertinentes à realização da Copa do Mundo FIFA Brasil TM 2014, em Cuiabá. Originalmente, este órgão, após a ratificação de Cuiabá como uma das sedes de 2014, foi criado em 25 de setembro de 2009, através da Lei Complementar 370/2009, com o nome de Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal (AGECOPA). Esta entidade, com prazo de duração determinado, até 31 de dezembro de 2015, era integrante da administração pública indireta, vinculada ao Gabinete do Governador e submetida a um regime autárquico especial34. Sua principal missão era acompanhar os projetos de mobilidade urbana e das estruturas necessárias para a ocorrência deste megaevento. Entretanto, devido a uma série de disputas políticas internas, passou a se chamar SECOPA (SIQUEIRA, 2012). A SECOPA foi criada em outubro de 2011, ainda no modelo de autarquia, com a justificativa de que seria uma estrutura mais enxuta, com cinquenta cargos comissionados - 110 a menos que a AGECOPA (COELHO, 2011). Contudo, em agosto de 2012, seu quadro de comissionados já alcançava 70 servidores, alteração que expõe que o ideal inicial já não confere com sua justificativa (VILELA, 2012). 34 A natureza do regime autárquico especial é marcada pela independência administrativa e financeira, pela ausência de subordinação hierárquica e pelo mandato fixo de seus dirigentes. 142 Todavia, no campo técnico, segundo a SECOPA (2012), já foram colocadas em prática ideias que repousavam há décadas nas gavetas de gestores públicos e planejadores urbanos. Projetos, principalmente ligados à mobilidade (duplicações de pista, viadutos, pontes, trincheiras), turismo, transporte aéreo, segurança, saneamento básico, saúde, capacitação de mão de obra, voluntariado, comunicações, marketing e de diversos outros setores, que projetam a Região daqui a 20, 30 anos; priorizando uma correta gestão e o respeito ao meio ambiente, mas que não seriam executados a curto prazo em condições normais, mas que são necessários para o sucesso da Copa. De acordo com o Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso (Condeprodemat), até 2014 serão investidos no Estado R$ 10 bilhões pelas iniciativas pública e privada; em áreas como: comércio/serviços, industrial, mineração, obras estaduais, obras federais, linhas de transmissão, e na Copa. Nesta última, diretamente, serão aplicados R$2,4 bilhões (CABRAL, 2012). Dentre os compromissos firmados entre os Governos Municipal e Estadual da menor das doze sedes, junto ao Governo Federal e a FIFA, destacam-se: a licitação de 2.231,99 metros lineares de pavimentação do entorno de sua Arena (SECOPA, 2012a); a duplicação da Rodovia Mário Andreazza e da Estrada da Guarita, com a construção de uma nova ponte sobre o Rio Cuiabá e de uma trincheira, de forma a facilitar a locomoção entre o aeroporto, o estádio e a rede hoteleira; as obras de Travessia Urbana (viadutos, trincheiras, elevados, dentre outras), realizadas com recursos do governo federal, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), ao longo de trechos das três rodovias federais (BRs 364/163/070), que cortam Cuiabá e Várzea Grande, avenidas que contam com os seguintes nomes, respectivamente, Fernando Correa da Costa, Miguel Sutil (Perimetral) e Avenida da FEB (Força Expedicionária Brasileira). Obras de desbloqueio, de forma a criar alternativas ao tráfego durante a execução das obras de Travessia Urbana, como: a duplicação, pavimentação, ligação e prolongamento de vias, além da construção de uma nova ponte sobre o Rio Coxipó. Destacam-se, também, as obras de duplicação da Rodovia Emanuel Pinheiro, que conecta os municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães - importante ponto turístico do Estado; e da Rodovia Palmiro Paes de Barros, que liga a capital à cidade de Santo Antônio de Leverger, reduto da boa pescaria no Rio Cuiabá. 143 Contudo, a grande obra da Copa do Mundo, para Cuiabá e Várzea Grande, é a implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos – VLT, que redesenhará o tráfego das principais avenidas, proporcionará uma melhor qualidade de vida, rapidez nos deslocamentos, integração com a malha de ônibus, minimização de poluentes ambientais, de poluição sonora e a elevação da segurança no trânsito entre as duas maiores cidades mato-grossenses (SECOPA, 2012a). Com dois eixos, “CPA354Aeroporto” e “Coxipó-Centro”, totalizando 22,2 km de extensão, o modal terá velocidade de operação de 60 km por hora, atenderá a capacidade máxima de 400 passageiros por vagão, e será implantado no canteiro central das avenidas Historiador Rubens de Mendonça, FEB, 15 de Novembro, Tenente-Coronel Duarte (Prainha), Coronel Escolástico e Fernando Correa da Costa (Figura 28). Figura 28 - Corredores Estruturais de Transporte Coletivo - VLT. Fonte: SECOPA, 2012. Segundo a SECOPA (2012a), os terminais do VLT terão estacionamento para veículos e bicicletas, o que amplia o potencial de mobilidade urbana; atenderão todos os critérios de acessibilidade; e o sistema de bilhetagem das 33 novas estações será compatível com o já utilizado no transporte público da Região Metropolitana. 354 Sigla de Centro Político Administrativo, um dos bairros de Cuiabá, onde se localiza o Palácio do Governo do Estado e grande parte das secretarias correspondentes, além de conjuntos habitacionais. 144 O prazo de entrega desta obra é para o primeiro trimestre de 2014, poucos meses antes do Mundial, que se inicia em junho. Seu financiamento contará com empréstimos da Caixa Econômica Federal e do BNDES. O consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande formado pelas construtoras CR Almeida, Santa Bárbara, CAF (Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles), Magna e Astep terá a responsabilidade de executar todos os projetos, serviços, relatórios de impactos e complementares para a instalação do modal, assim como fornecer o material rodante (vagões). No projeto de mobilidade original apresentado junto à FIFA, o modelo de transporte coletivo adotado para integrar Cuiabá à Várzea Grande era outro: o BRT Bus Rapid Transport; um sistema de média capacidade, constituído de ônibus urbanos articulados, ou biarticulados, que trafegam em faixas de rolamento específicas, ou em vias elevadas. As verbas, para sua implantação, seriam oriundas do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Entretanto, o Governo de Mato Grosso se empenhou para alterar o modal estabelecido pelo VLT, assim como seus recursos, que migraram para a nova escolha; os R$454 milhões iniciais passaram para cerca de 1,47 bilhão, quantia que ainda poderá sofrer com retificações e aditivos (KONCHINSKI, 2012). Dentre as justificativas utilizadas pelo Governo para a sanção de sua nova escolha, destaca-se: a ideia de que o VLT, embora seja mais caro, é mais moderno, menos poluente, exige menos manutenção de sua frota e sua implantação exigiria menos desapropriações365, cerca de 90% a menos que o BRT (para se ter uma calha de transporte do tipo BRT são necessárias duas pistas de 7m de largura, uma em cada sentido, mais o canteiro central, com os pontos de embarque e desembarque; no VLT esta calha cai para 3m, em cada sentido). Já, a defesa do BRT, feita por parte do Ministério das Cidades, é de que Cuiabá não tem demanda para o VLT, o que seria traduzido em um elevado valor da passagem; argumento este rebatido pela SECOPA, que, embora não divulgue o valor previsto, afirma, apenas, que a nova tarifa será um pouco mais elevada do que os atuais R$2,70 dos ônibus municipais – custo, atualmente, já considerado alto para a maioria dos trabalhadores (SILVA, 2011). 365 Algumas manifestações em defesa do VLT foram organizadas pela Associação de Empresários e Locatários da Prainha (AELP), região da Avenida Tenente Coronel Duarte, no Centro da cidade, que teriam parte dos seus imóveis desapropriados pela implantação do BRT (SILVA, 2011). 145 Outro modal importante é o aéreo, o Aeroporto Internacional Marechal Rondon, que atende a Região Metropolitana de Cuiabá e fica localizado no município de Várzea Grande, distante cerca de 8 km do centro da capital matogrossense, receberá investimentos de 85,260 milhões de reais, até dezembro de 2013, sendo 82 milhões oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Seu terminal de passageiros aumentará de 5.460m², para 18.550m² com capacidade anual de passageiros saltando de 1,6 milhão, para 2,3 milhões. Já, o estacionamento passará das atuais 405 vagas, para 1.447 vagas (LOPES, 2009). As obras já começaram com a inauguração, em novembro de 2011, de um Módulo Operacional Provisório - MOP, com 675 m², uma edificação a parte, com duas novas esteiras e quatro banheiros, de forma a facilitar o desembarque local. Além das intervenções já citadas e a referente à Arena Pantanal, a qual se discorrerá na próxima seção, a FIFA faz mais duas exigências para as cidades-sedes: os Campos Oficiais de Treinamento (COTs) e a FIFA Fan Fest®. A primeira exigência refere-se à estrutura adequada para treinamento e preparação física dos atletas das seleções participantes do Mundial que, segundo a FIFA, deve distanciar-se, ao máximo, 20 minutos do seu estádio sede. Mato Grosso disponibilizará, segundo a SECOPA (2012b), de três Campos Oficiais de Treinamento. O primeiro deles, orçado em R$ 25 milhões, na localidade de Barra do Pari, em Várzea Grande, distante 2,7km do Verdão (Figura 29), será facilmente acessado pelo corredor Mário Andreazza, contará com uma área de 52 mil metros quadrados; estrutura para receber até cinco mil torcedores e as demais necessidades do programa. Em Cuiabá, no bairro Morada da Serra, próximo ao Centro Político Administrativo (CPA), o COT terá capacidade para 1.600 pessoas e também será utilizado como centro de ensino e treinamento do Corpo de Bombeiros. O outro (Figura 30), ficará localizado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com 1.500 assentos, e revitalizará a área esportiva do campus, contemplando, ainda, a construção de uma pista oficial de atletismo de padrão internacional, a primeira desta unidade federativa (SECOPA, 2012b). Originalmente, seriam instalados COTs nos municípios de Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço e nos arredores da represa do Lago do Manso, todavia, estas propostas não progrediram (SINAENCO, 2009). 146 Figura 29: COT-Barra do Parí, em V. Grande. Fonte: SECOPA, 2012. Figura 30: COT-UFMT, em Cuiabá. Fonte: SECOPA, 2012. A segunda exigência, refere-se à capacidade do município de assegurar a realização de eventos de entretenimento, culturais e esportivos, bem como a transmissão de jogos oficiais, de forma gratuita, segura e confortável para seus envolvidos, por meio de telões, conforme especificações da entidade máxima do futebol (SECOPA, 2012c). Este projeto, denominado FIFA Fan Fest®, surgiu em 2002, na Coréia do Sul. Era originalmente, apenas um evento de apoio, pequeno, destinado a animar os torcedores, que não conseguiam lugar nos estádios. Em 2006, na Alemanha, o projeto foi ampliado para mais de 18 milhões de pessoas, em doze cidades, que contaram com telões instalados. O sucesso foi tão satisfatório que a FIFA, para 2010, além das nove cidades sedes da África do Sul376, internacionalizou o evento para seis metrópoles mundiais: Rio de Janeiro, Roma, Paris, Berlin, Sydney e Cidade do México (FIFA, 2010a). Hoje, este evento é considerado uma prioridade para a FIFA, sendo o segundo lugar mais importante (depois da Arena), pela capacidade agregadora de turistas e fãs de futebol (SECOPA, 2012c). No Mato Grosso, este será instalado na área do atual Parque de Exposições Jonas Pinheiro, no bairro Dom Aquino, a 2,5 km da Arena Pantanal, nas proximidades do Rio Cuiabá e funcionará durante os 31 dias de competição. Sua dimensão, de quatro hectares, terá capacidade para comportar 56 mil pessoas por dia, telão de alta definição, lojas oficiais da FIFA, estacionamento, praça de alimentação, atividades culturais, shows, além de sistema completo de segurança e emergência-médica (SECOPA, 2012c). 376 As nove cidades da Copa de 2010 foram: Durban, Mangaung/Bloemfontein, Johannesburgo, Nelson Mandela Bay/Port Elizabeth, Nelspruit, Polokwane, Rustemburgo, Tshwane/Pretória e Cape Town. 147 Entretanto, a sustentabilidade de uma Copa do Mundo não se resume apenas a dimensão econômica (estádio e toda a infraestrutura arrolada). As dimensões social e ambiental, também, precisam ser trabalhadas. Em Mato Grosso, a SECOPA vem desenvolvendo uma série de ações que buscam alcançar esta sustentabilidade. Segundo a SECOPA (2012d), o “Copa em Ação” é o maior programa social de capacitação já realizado em Mato Grosso, de forma gratuita, com foco nas oportunidades profissionais do Mundial. Este programa, que foca a dimensão social, vem qualificando cerca de 10 mil pessoas (jovens e/ou desempregados), nas áreas de turismo, hotelaria, construção civil, comércio e serviços, em todo o Estado. A carga horária média destes é de 200 horas por aluno e os formandos, ao final, são disponibilizados no cadastro nacional de trabalhadores, para serem acessados de forma mais simples, por empresas que os inserirão de volta ao mercado de trabalho. A preocupação aqui valoriza um legado muito maior que apenas para o evento em si. Outro programa de grande destaque é o “Ação Integrada pela Qualificação e Inserção Social dos Egressos de Trabalho Escravo”, que envolve a contratação de trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão, em Mato Grosso, para a construção da Arena Pantanal. Vinte e cinco operários foram capacitados e estão recebendo salários, carteira de trabalho assinada, além de apoio e moradia na obra. O empreendimento é pioneiro, no país, em receber trabalhadores em situação de vulnerabilidade, em seu quadro de funcionários; outro exemplo é a inserção de reeducandos (pessoas que cumprem pena em prisões) nas obras da Copa de 2014. Desde agosto de 2010, 12 homens trabalham regularizados, após passar pela capacitação e pelo treinamento do “Programa Começar de Novo”. Todos os processos licitatórios realizados em Cuiabá, para o Mundial, obrigam a contratação do percentual mínimo de 5% de mão de obra prisional (PORTAL2014, 2011a). Nesta dimensão social, alguns programas apresentam cunho educacional, como o “Tô na Área”, que abre a oportunidade para que estudantes e grupos comunitários visitem o canteiro de obras da Arena Pantanal e se sintam familiarizados com o estádio, antes de sua inauguração; e o “Pintando a Copa”, que premia desenhos feitos por estudantes da rede pública do ensino fundamental de Cuiabá e Várzea Grande, com a temática de 2014 (SECOPA, 2012d). 148 Já, na dimensão ambiental, um dos maiores destaques é o projeto “Copa Verde”, lançado em junho de 2011. Aqui, todas as preocupações ambientais, apresentadas com o LEEDTM, o FIFA Green GoalTM e a sustentabilidade de megaeventos, estão sendo colocadas em prática. Este projeto tem como principal objetivo realizar o inventário e a total neutralização das emissões de carbono da Arena Pantanal (SECOPA, 2012d). Fato que já é sinalizado por CO2Zero (2012), em um estudo prévio dos impactos das emissões de gás carbônico, durante 2014; nele, o estádio de Cuiabá, postulante ao conceito “Certificado” LEEDTM é apontada como o estádio mais sustentável de todo o Mundial, com uma emissão de 37,70t de CO2, considerando o ciclo de vida como de 30 anos e os quatro jogos que sediará; taxa 3.5 vezes menor, que o terceiro maior poluidor, o Estádio Nacional de Brasília (139,24t CO2), que pleiteia uma certificação LEEDTM “Platinum”, muito superior ao apenas “Certificado” do Verdão. O representante cearense será o mais poluente, com 197,98t de CO2, seguido de Natal, com 153,18t de CO2 (CO2Zero, 2012). Para o “Copa Verde”, a SECOPA vai recuperar cerca de mil hectares de Áreas de Preservação Permanentes (APPs), através de uma parceria com o Instituto Ação Verde38,7ao plantar 1,4 milhão de mudas nas margens dos rios São Lourenço, Paraguai e Cuiabá, contribuintes do complexo hídrico do Pantanal. O cultivo, realizado por quase três mil famílias ribeirinhas, creditará carbono, que será comprado pela Secretaria para compensar as 711 mil toneladas de gases, estimadas, provenientes das obras do Estádio Governador José Fragelli. Em média, as árvores a serem plantadas sequestrarão, individualmente, 138 quilos de carbono durante um período de 30 anos. Os mil hectares recuperados pela SECOPA serão capazes de sequestrar 12 toneladas de carbono, ao ano. Hoje, com técnicas modernas de estatística, já é possível calcular a emissão total de carbono de um empreendimento, com precisão (SECOPA, 2012d). Tal iniciativa se mostra tão positiva que o Instituto já concedeu à SECOPA o Certificado de Neutralização de Carbono, através do selo “Floresta Viva”, que reconhece este empenho e esta responsabilidade da empresa, com a emissão nula de poluentes. Além disto, o Programa Copa Verde resolverá quatro problemas, simultaneamente: integrará estas famílias às leis de proteção do meio ambiente; criará uma nova fonte de renda; contribuirá para a preservação da natureza, 387 Este Instituto estadual é responsável pela execução e pelo cadastro dos grupos e dos estoques de carbono por meio da Plataforma de Negociações de Bens e Serviços Ambientais e Ecossistemas. 149 principalmente com a recuperação de matas ciliares; e regularizará, ambientalmente, os sítios à beira dos rios, já que 90% destes estão em APPs, há décadas. A origem de toda esta ação sustentável está na comunidade de Barranco Alto, no município de Santo Antônio de Leverger, a 35 km da capital. Seus moradores foram os primeiros a receberem as doações de mudas, aulas de educação ambiental e a assistência técnica necessária. Após a finalização do ciclo de trabalho, esta comunidade, ou qualquer outra, recebe o pagamento pelos serviços ambientais prestados; podendo este montante ser repassado em parcelas anuais para o grupo, ou individualmente. Porém, caso estes apresentem um projeto considerado de utilidade pública ao Ministério Público Estadual (MPE), o valor é liberado integralmente. No Barranco Alto, este dinheiro foi aplicado na compra de dois poços artesianos e duas caixas d'água, que vão beneficiar cerca de 300 famílias da região (SECOPA, 2012d). De forma a fiscalizar esta “ação verde” e todas as outras referentes à realização da Copa do Mundo, executadas ou não pela SECOPA, o Governo do Estado instituiu, através do Decreto 777/2011, de 18 de outubro de 2011, as Câmaras Temáticas, que têm por objetivo formular políticas e planos para a implementação de ações nas suas respectivas área de atuação, bem como acompanhar e articular ações interinstitucionais, através de uma hierarquização de poderes (SECOPA, 2012e). A Copa do Pantanal, de Cuiabá representa um contexto muito maior do que de uma obra específica, do que de uma única ação isolada; o “legado” pós-copa é o que retrata a herança que seus governantes deixarão para a população e para as gerações futuras. Uma grande transformação, aliada a um bom planejamento e a uma correta gestão podem ser ratificados com este megaevento, com efeitos positivos para a história da cidade; é claro, que, ao longo do caminho, percalços deverão ser ultrapassados, assim como a paciência deverá resistir a uma cidade em obras. Todavia, a menor entre as doze cidades-sedes, com esta seção, mostrou que é possível conciliar desenvolvimento e progresso com a sustentabilidade, seja esta econômica, social, ou ambiental. Indicou que uma mudança maior está por vir e que o município poderá se ajustar, com facilidade, ao mercado mundial de cidades. Um modelo que prioriza a excelência no atendimento às necessidades do cidadão daqui, ou de fora, com eficiência na gestão e respeito ao meio ambiente. Esta compreensão é fundamental para o Estado e deve ser assumida por todos os mato-grossenses. 150 5.4. A ARENA PANTANAL Nesta seção será apresentado o principal objeto da pesquisa em questão: o Estádio Governador José Fragelli, popularmente conhecido como “Verdão” e comercialmente, pela FIFA, por “Arena Pantanal”. Este processo dar-se-á através da apresentação de um breve histórico, de sua contextualização urbanística, de sua concepção arquitetônica atual e de sua proposta renegada. Ao final, os parâmetros de avaliação da sustentabilidade, apresentados no Capítulo 04, serão aplicados aqui, para verificar se a Arena Pantanal é realmente um projeto sustentável, como apontam seus idealizadores, ao tratarem tais questões como premissas para a concepção projetual; juntamente com a síntese do levantamento mundial de Ecoarenas. 5.4.1. Retrospectiva Histórica e Urbanística Com a ratificação oficial de Cuiabá, em 31 de maio de 2009, como uma das sedes da Copa do Mundo FIFATM Brasil 2014, em um embate travado com a capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, mais uma vez, a rivalidade histórica e política entre estas duas cidades aflorou (DOURADO, 2009). Ao analisar jornais depositados no Arquivo Público de Mato Grosso, Portela (2008) constatou que a disputa política entre estas duas cidades já era bastante acalorada, na década de 1970, quando faziam parte de um único estado, o Mato Grosso. Campo Grande, na época, era um centro urbano maior que sua capital e isso incomodava, e muito, Cuiabá, que buscava, a qualquer custo, incrementar sua população, seja com obras de modernização e infraestrutura, seja com a expansão das fronteiras agrícolas. Entretanto, a corrente separatista do sul, que ambicionava a divisão do Estado, ganhou força e, em 11 de outubro de 1977, o temor dos cuiabanos se concretizou. A divisão veio muito mais como a imposição de um regime ditatorial, que do desejo popular, emanado do então sul mato-grossense (PORTELA, 2008). A construção do Estádio Governador José Fragelli representa este desejo de se modernizar e de mostrar a Campo Grande seu poderio; já que esta inaugurara, em 1971, em homenagem ao governador que o concebeu, o Estádio Universitário Pedro Pedrossian, localizado dentro da Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT), 151 atual Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Respectivamente, era “Verdão” contra “Morenão”; o sufixo “ão” de imponência foi associado às perífrases pelas quais eram conhecidas as duas cidades: “Cidade Verde”, Cuiabá e “Cidade Morena”, Campo Grande, como forma de marcar a rivalidade, seja no campo da política, seja no campo desportivo (PORTELA, 2008). O interesse de Cuiabá pelo estádio era tão grande que a 1ª Dama do Estado, dona Maria de Lourdes Ribeiro Fragelli, foi escolhida como sua madrinha. Afinal de contas, Cuiabá,... não poderia ficar atrás em modernidade, e faltava um estádio de futebol à altura. O velho “Estádio Presidente Dutra”, o “Dutrinha”, já não comportava mais uma cidade em pleno crescimento. O “inha” precisava ser “ão” (PORTELA, 2008). O “sonho que se tornou realidade”, como diziam os jornais da época, tinha capacidade para 50 mil pessoas e foi construído em terreno desapropriado na Cidade Alta (um bairro de ocupação rarefeita, com edificações residenciais de tipologia térrea, ou dois pavimentos, predominantemente), na Região Oeste da capital - zona de expansão natural da cidade - pelo então governador José Fragelli, através do decreto n. 379, de 29 de fevereiro de 1972 (Figura 31). Figura 31 - Localização da Arena Pantanal e de seu complexo esportivo (em relação à área urbana do município, Regiões Administrativas de Cuiabá, Mato Grosso, Região Centro-Oeste e Brasil). Região Centro-Oeste / Brasil Cuiabá / Mato Grosso Complexo Arena Pantanal / Regiões Administrativas de Cuiabá Fonte: Adaptado de Google Earth, 2012. 152 Dois foram os projetos apresentados: o primeiro, formado por um consórcio de 13 arquitetos, representados por Ari Veiga Costa Campos foi recusado; o segundo (Figuras 32 e 33) e vencedor, fora assinado pelo arquiteto Silvano José Wendel, que o projetou de forma a atender as condições climáticas de Cuiabá, com possibilidades de expansão (ampliação que nunca se concretizou). A cobertura metálica da tribuna de honra e das cabines de transmissão foi realizada pelo calculista Cedric Marsh, autor dos estudos do Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo (DOURADO, 2009). Seu orçamento ficou a cargo, na época, da Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso (CODEMAT) que para levantar a verba necessária vendeu grandes parcelas de terra no extremo norte do Estado (PORTELA, 2008). Figura 32 - Concepção original do “Verdão”. Fonte: www.hisrel.blogspot.com.br. Figura 33 - Estádio Governador José Fragelli. Fonte: www.rdnews.com.br Acessos 06/10/2012 A obra foi iniciada em 1973, em uma depressão do terreno, e seu nome homenagearia o único cuiabano que chegou a presidência do país, o presidente Eurico Gaspar Dutra. Contudo, terminou por homenagear o governador que o construiu, José Manuel Fontanillas Fragelli. Mesmo com estas honras, Fragelli foi extremamente criticado quanto ao valor final da obra Cr$ 1.200.000,00391. Sua inauguração oficial ocorreu em 08 de abril de 1976, já no governo de José Garcia Neto, com a participação do Presidente da República Ernesto Geisel, sendo transmitida para todo o país, por várias rádios e emissoras de televisão. Os jogos de inauguração, assistidos por mais de 44 mil pessoas, foram disputados em um quadrangular entre o Flamengo e os clubes da capital: Mixto, Operário e Dom Bosco. 391 Valor equivalente a aproximadamente 2 milhões de reais. A atualização desta importância ocorreu com base no Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas. 153 Antes, porém, em 12 de março de 1975, o então governador, que não poderia deixar o governo sem algum tipo de inauguração parcial, promoveu o jogo entre o Fluminense, do Rio de Janeiro, e a Seleção de Cuiabá (PORTELA, 2008). Figura 34 - Obras iniciais do Estádio “Verdão”. Figura 35 - Construção do Estádio Verdão. Fonte: www.rdnews.com.br Acesso 06/10/2012. Fonte: www.rdnews.com.br Acesso 06/10/2012. “o ‘Verdão’, que é um dos maiores sonhos da população cuiabana, faz parte apenas de um grande conjunto olímpico, que compreende as mais diversas atividades, inclusive a cultural, pois até será construído um teatro ao ar livre, com capacidade para três mil pessoas. Além do futebol, no mencionado centro esportivo existirão, de acordo com o projeto, quadras para disputas simultâneas de oito modalidades esportivas, sem contar os locais, no fundo de cada gol, destinados a esportes que exigem menores espaços, como lançamento de disco, dardos, martelos, arremessos de peso e assim por diante” (PORTELA, 2008 apud MACIEL, 1976, p. 7). Infelizmente, o Verdão (Figura 36) não alavancou o sucesso das equipes mato-grossenses em campeonatos nacionais como idealizavam seus contemporâneos; consumia apenas R$ 50 mil, por mês, dos cofres públicos, para sua manutenção, que permitia que este tivesse usos rarefeitos (PORTAL2014, 2009). Figura 36 - O José Fragelli, o Verdão, é o principal estádio de Mato Grosso. Fonte: www.globoesporte.globo.com/Esportes/Fotos/ Acesso: 06/10/2012. 154 O projeto do novo “Verdão”, que sancionou Cuiabá como uma das sedes de 2014 (Figura 37), apresentado à FIFA pelo Governo do Estado, fora desenvolvido pelo experiente escritório em arenas e equipamentos esportivos, Castro Mello Arquitetos, de São Paulo (o mesmo do Estádio Nacional de Brasília), em colaboração com a empresa Schlaich Bergermann und Partner, da Alemanha, que participou de vários projetos estruturais das Copas do Mundo de 2006 e 2010. Elaborado em menos de um mês, sua concepção arquitetônica adota PTFE, na cobertura, com seção inspirada em um arco-e-flecha, componente que remete visualmente à cultura ancestral dos bororos, habitantes indígenas desta região (MELENDEZ, 2009). Figura 37 - Projeto da Arena Pantanal desenvolvido por Castro Mello Arquitetos. Fonte: www.globoesporte.globo.com/Esportes/Fotos/ Acesso: 06/10/2012. Este novo complexo esportivo, orçado, inicialmente, em US$ 150 milhões, seria implantado na mesma área do antigo estádio, que seria totalmente demolido, preservando-se apenas seu campo de jogo e o nome. Dentre as diretrizes da obra, destacam-se: a capacidade para 48,5 mil pessoas, a proximidade da plateia, em dois níveis, com o campo de jogo; o posicionamento de camarotes, tribunas e autoridades em um setor intermediário; a visão plena da partida, de todos os setores; a forma retangular, com as quinas abauladas; colunatas de concreto na periferia de todo o projeto; o estacionamento radial, ao redor do conjunto; e, principalmente, fundamentos de sustentabilidade em sua concepção, em função das altas temperaturas de Cuiabá (MELENDEZ, 2009). Outro desafio importante de sua concepção foi o balanceamento do investimento de sua construção, com o retorno proveniente do turismo, uma vez que o futebol mato-grossense não tem, por si só, ainda, potencial para sustentar uma obra desta magnitude (SINAENCO, 2009). 155 Dentre as questões de preocupação com o meio-ambiente, citam-se: a cobertura ligeiramente afastada do nível superior das arquibancadas, o que favoreceria a ventilação natural; a proposta de captação/armazenamento da água de chuva, para uso na irrigação do gramado e em bacias sanitárias; e a construção de dois jardins de vegetação nativa, nas áreas de acesso de público, tanto no nível inferior das arquibancadas, como no superior (MELENDEZ, 2009). Este projeto de candidatura, aliado ao objetivo comum do governador do estado Blairo Maggi, dos prefeitos de Cuiabá, Wilson Santos e de Várzea Grande, Murilo Domingos, em trazerem a Copa para Mato Grosso, com o aval da FIFA e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), teve o apoio de toda a sociedade. Esta participou de forma ativa e contribuiu para que Cuiabá fosse a escolhida, ao responder aos apelos das autoridades e ir às ruas, em fevereiro de 2009, para receber a comitiva da FIFA e da CBF; o que causou uma boa impressão, mostrando a alegria e o interesse dos mato-grossenses em receber o Mundial (DOURADO, 2009a). No entanto, dois dias depois de Cuiabá ser anunciada como a sede do Pantanal para a Copa 2014, seus coordenadores de candidatura, através do Secretário de Turismo e presidente do Comitê Pró Copa do Mundo, Yuri Bastos, dispensaram, sem explicações formais, o escritório Castro Mello Arquitetura. A notícia surpreendeu os arquitetos, a mídia e membros do comitê gestor da Copa no Brasil, que associam esta atitude ao desejo de se baratear o custo da obra. Procurados, na época, seus projetistas informaram que efetivaram o projeto básico em apenas 15 dias - entre as festividades de natal de 2008 e o início do ano de 2009 - para que pudessem atender ao cronograma da FIFA e que, em nenhum momento, foram procurados pelos responsáveis da candidatura da cidade para fazerem modificações, no projeto, as quais, se fossem solicitadas, seriam atendidas (PRADA, 2009). Em 04 de maio de 2010, o antigo Verdão, que já fora casa de quatro amistosos da seleção brasileira, começou a ser desmontado, para dar lugar a um novo estádio para a Copa do Mundo FIFATM Brasil 2014 - se aterá a este na próxima seção. Duas escavadeiras rompedoras, da empresa mineira Destroy, se dedicaram as arquibancadas e em um prazo de, aproximadamente, 90 dias demoliram todo o complexo. O grande marco desta demolição foi o rompimento das duas torres de 33 metros, que sustentavam os refletores, através da quebra da base destas, com o 156 equipamento “rompedor” e, posteriormente, foram amarrados cabos a tratores de esteiras, que as levaram ao chão. A estrutura metálica, que cobria parte da arquibancada principal fora desmembrada e será utilizada em outras praças esportivas do Estado, assim como cadeiras, refletores e outros (24HorasNews, 2010). Após esta etapa foram iniciadas as obras de terraplanagem, marcações e fundações. Para isso, uma máquina chamada de britador móvel, chegou ao local das obras para reciclar, aproximadamente, 24 mil m³ de concreto, em dois meses, resultantes da demolição do antigo Verdão (Figuras 38 e 39). Uma economia de R$ 1,2 milhão, no reaproveitamento de concreto, já que cada metro cúbico custava, na época, cerca de cinquenta reais e todo este material fora utilizado na formação da sub-base, que precede a implantação das fundações da nova Arena. Materiais como ferro e aço também foram separados e encaminhados para usinas de reciclagem. Até mesmo, o antigo gramado fora encaminhado para dois miniestádios, em Cuiabá; e as árvores foram replantadas no Horto Florestal Municipal (PORTAL2014, 2010). Figura 38 - Demolição das torres de iluminação. Figura 39 - Desmonte da cobertura metálica. Fonte: www.copanopantanal.com.br Fonte: www.colegioevolucaovg.com.br Este novo empreendimento vem atraindo uma nova dinâmica espacial e uma nova centralidade geográfica na cidade, através de investimentos públicos e privados, na forma de infraestrutura, atividades econômicas e da especulação imobiliária, nas vastas reservas de terrenos vazios, ao redor do estádio; principalmente, ao longo de seu principal eixo de circulação: a Avenida Doutor Agrícola Paes de Barros, que planejada, originalmente, para um arruamento residencial, vem diversificando seus usos, se valorizando e recebendo uma população com melhor poder aquisitivo, atraída por investimentos em infraestrutura (SIQUEIRA, 2012). 157 5.4.2. A Concepção e o Projeto Arquitetônico Com o descarte do projeto de Castro Mello Arquitetos, pelo Governo do Estado, um novo projeto fora solicitado, desta vez, para o também escritório paulistano GCP Arquitetos, em parceria com o Stadia Projeto Engenharia e Consultoria. A autoria é do Arquiteto & Urbanista Sérgio Coelho, com Adriana Oliveira, Danilo Carvalho e Maurício Reverendo, de coautores. A elaboração dos projetos básico e executivo envolveu mais de 120 profissionais e especialistas nacionais e de companhias estrangeiras, para atender aos requerimentos especificados pela FIFA, contemplar os aspectos de infraestrutura, segurança física e dos envolvidos no evento, tecnologia, controle e monitoramento, sustentabilidade, acessibilidade, dentre outros. A estrutura ficou a cargo dos escritórios Sinclair Knight Merz e Ponto de Apoio, as instalações pelo MHA, a luminotécnica pelo grupo Acenda, o paisagismo de responsabilidade de Koiti Mori e Klara Kaiser, a consultoria LEEDTM pelo CTE, a infraestrutura com o Interact e a gestão de fluxos ficou a cargo dos ingleses Steer Davies Gleave (GRUPOSTADIA, 2012). O projeto fora desenvolvido em 2009 e suas obras foram iniciadas em 2010, após a demolição do antigo estádio, com previsão inicial de entrega para dezembro de 2012. Entretanto, esta já fora postergada para o segundo semestre de 2013, em função da não participação de Cuiabá na Copa das Confederações 2013, evento teste da FIFA, a ser realizado também no Brasil, em junho. A área total do empreendimento é de 307 mil m², atualmente subutilizada e terá uma nova área construída de 101 mil m², com requalificação urbana do entorno. O custo estimado de todo o complexo, para 43.136 expectadores, é de 518,9 milhões de reais, com 285 milhões402destes financiados pelo governo federal (BRASIL, 2012a). O moderno estádio que abrigará somente quatro partidas da primeira fase413 da Copa do Mundo da FIFA™ Brasil 2014 teve sua concepção baseada na inserção de um equipamento de última geração, em um amplo conjunto arquitetônico 402 Outros R$100 milhões virão do Governo do Estado através do Fundo de Desenvolvimento Estrutural e Social de Mato Grosso; um fundo criado em 2005, que recebe os rendimentos da receita estadual. 413 No sábado, 13 de junho de 2014, às 19h, as Seleções 3 e 4 do Grupo B se enfrentam na Arena Pantanal. No dia 17 de junho, terça-feira, às 19h, é a vez das Seleções 3 e 4 do Grupo H, assim como, no dia 21, sábado, à 19h se enfrentam as Seleções 2 e 4 do Grupo F. No dia 24 de junho, terça-feira, às 17h, o cabeça de chave do Grupo C duela com a Seleção 4 de sua chave (horários de Brasília UTC-3). 158 adequado a realidade local, sem tradição futebolística; e essencialmente comprometido com a sustentabilidade, com a responsabilidade socioambiental e com a requalificação urbana da cidade. Este espaço multiuso, por exemplo, terá parte das arquibancadas superiores, nas áreas de fundo de campo, em estrutura modular metálica, montada com perfis aparafusados, que poderão ser desmontados após o Mundial e reportadas a outras arenas, com redução de sua capacidade em 30% (aproximadamente 15 mil pessoas). Um marco de inovação tecnológica, utilizado pela primeira vez em um Mundial com o aval da FIFA, diretamente ligado à sustentabilidade econômica do empreendimento e à baixa demanda de público local. Outrossim, poderá receber, além de partidas de futebol, outros eventos diferenciados como: feiras, exposições e shows; acompanhando a tendência mundial de operação do setor (arenas multiusos), por empresas de iniciativa privada (VITRUVIUS, 2012). Sua viabilização foi possível graças a um projeto racional e estruturalmente mais econômico, ao conceber quatro módulos de arquibancada e cobertura separados e idênticos, dois a dois: Leste e Oeste; Norte e Sul (fundo de campo), sem afetar e comprometer a sua integridade estrutural (Figura 40). Este arranjo arquitetônico funcional possibilitou a abertura das quinas da Arena, com visibilidade para a área externa e a total integração da edificação com o paisagismo circundante; com destaque para a ventilação cruzada e o conforto ambiental passivo da edificação. Figura 40 - Setorização com a parte superior da arquibancada sul desmontada. Fonte: www.stadiumguide.com Acesso: 23/10/2012. 159 Com exceção das arquibancadas superiores Norte e Sul, desenvolvidas em perfis metálicos, todas as demais foram projetadas em concreto pré-moldado, com modulação estrutural de 8m x 8m. Os quatro pórticos independentes, que sustentam os 26.000 m² de cobertura, também, foram desenvolvidos em estrutura metálica, com vãos a serem vencidos nos Setores Norte e Sul, de 96m e de 136m nos Leste e Oeste. O projeto fora desenvolvido em níveis, para facilitar a sua concepção e construção, que serão reproduzidos, aqui, de forma a promover seu completo entendimento. Estes sete níveis correspondem às plantas “00”, “10”, “20”, “30”, “40”, “50” e de cobertura, que serão a seguir detalhadas e esmiuçadas (Figura 41). Figura 41 - Corte esquemático com a apresentação de todos os níveis da Arena Pantanal. Cobertura Nível “50” Nível “40” Nível “30” Nível “20” Nível “10” Nível “00” Gramado Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012), pelo autor. O “Nível 00” corresponde ao subsolo do estádio, caso o referencial esteja do lado externo do estádio, ou ao pavimento semienterrado, caso o referencial esteja no gramado de jogo. É constituído pelos seguintes ambientes, de forma resumida: campo; túnel de jogadores; banco de reserva e de oficiais; áreas de aquecimento; mesa de informações, posições de fotógrafos; vestiários; 400 vagas privativas de estacionamento; salas para a FIFA, Comitê Local, Mídia, médicos e voluntariados; áreas técnicas e administrativas; escritórios e salas de reuniões; depósitos; estúdios de TV e salas de conferência da FIFA; guaritas de controle de acesso; espelhos d’água; e os halls de recepção da mídia e de convidados VIPs (Figura 42). 160 Figura 42 - Planta “00” do Projeto da Arena Pantanal. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). O “Nível 10” corresponde ao primeiro andar da arena, caso o referencial esteja do lado externo do estádio, ou seja, ao andar de acesso de torcedores em geral. É constituído pelos seguintes ambientes, de forma resumida: arquibancadas inferiores (próximas ao campo de jogo); banheiros públicos; acessos ao meio externo; bares, depósitos e lojas; sala médica; sala da polícia e guarda; e circulações horizontais e verticais do estádio (Figura 43). Figura 43 - Planta “10” do Projeto da Arena Pantanal. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). 161 O “Nível 20” corresponde ao segundo andar da arena, ou seja, ao andar de cadeiras de autoridades e camarotes. É constituído pelos seguintes ambientes: camarotes; cozinha comercial; lounges e tribunas VIPs e de pessoa(s) extremamente importante(s) (VVIPs); camarotes dos presidentes da FIFA e do Comitê Organizador Local; local de entrevistas da área VIP; sala médica, recepção e cozinha das Áreas VIPs; quiosques de alimentos e bebidas; banheiros; depósitos; salas técnicas; circulações e casa de máquinas da climatização. (Figura 44). Figura 44 - Planta “20” do Projeto da Arena Pantanal. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). Estas áreas internas e exclusivas ao público, VIP e VVIP, foram concebidas com elementos arquitetônicos, que remetem a contemporaneidade do design e da decoração, através de elementos cenográficos simples e requintados (Figuras 45 e 46). Esta característica é notada, também, na recepção exclusiva, que dará acesso aos lounges, no piso do estacionamento (Nível “00”). A comunicação visual adotada para todos estes ambientes proporcionará, segundo seus idealizadores, um aspecto cenográfico inovador, pela presença de grandes bancos com iluminação pontual e placas de cristal preto fixadas ao teto. As paredes serão revestidas com placas de aço corten e pontos de luz em LED. A relação do espaço com a cultura brasileira se dará através de painéis iluminados por LED, com imagens de fotógrafos nacionais, retratando temas de futebol e da natureza pantaneira (Vitruvius, 2012). 162 Figura 45 - Vista Lounge VVIP - Setor Oeste. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). Figura 46 - Vista Lounge VIP - Setor Oeste. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). O “Nível 30” corresponde ao terceiro andar da arena, ou seja, é constituído por: camarotes; estúdios televisivos de apresentação; salas de comentaristas e depósitos correspondentes; plataforma de filmagens externas; quiosques de alimentos e bebidas; salas de controle de som e segurança; casa de máquinas da climatização; cozinha e restaurantes; sanitários e vestiários; depósitos; lounge e cozinha restaurante da mídia; além das circulações horizontais e verticais (Figura 47). Figura 47 - Planta “30” do Projeto da Arena Pantanal. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). O “Nível 40” corresponde ao quarto andar da arena, ou seja, é constituído pelas arquibancadas superiores; circulações verticais e horizontais; sanitários, para o público em geral; salas técnicas; e quiosques de alimentos e bebidas (Figura 48). 163 Figura 48 - Planta “40” do Projeto da Arena Pantanal. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). O “Nível 50” corresponde ao quinto andar, à laje técnica da Arena Pantanal, estando este localizado sob as arquibancadas mais elevadas. Nele, encontram-se os reservatórios superiores, sanitários de funcionários e equipamentos técnicos vitais para a manutenção e a viabilização de eventos, neste complexo (Figura 49). Figura 49 - Planta “50” do Projeto da Arena Pantanal. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). A cobertura de toda a arena corresponde ao último nível, seus materiais constituintes são o policarbonato e uma membrana termoplástica autolimpante. Há 164 um estudo para a implantação de placas fotovoltaicas, neste nível, de forma a garantir uma autonomia parcial de todo o complexo (Figura 50). Figura 50 - Planta de cobertura do projeto da Arena. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). 11111 Dos 43.136 assentos totais, previstos neste projeto - muito mais próximos da linha de campo do que seu projeto original, que dispunha de um largo fosso ao seu redor - 735 posições são para convidados VIP e 108 posições para VVIP, limitando o público pagante a 40.815 pessoas. Os camarotes correspondem a 104 unidades, com capacidade para até 1644 espectadores (sendo 100, para 15 pessoas e 04, para 36 pessoas) e a imprensa ocupará 768 arranjos em mesas e 654, em cadeiras. Dentre outros dados técnicos deste projeto destacam-se: o número de escadas, 20; de elevadores, 12; guichês, 24; e de banheiros, 948 posições para o público em geral e 66, para portadores de necessidades especiais (SECOPA, 2012f). Projeto este, que já recebeu vários prêmios, inclusive um internacional, o Americas Property Awards, em novembro de 2010, em Londres, na categoria Empreendimentos Públicos. A medalha de ouro, promovida pela International Residential Property Awards, em parceria com a Bloomberg Television contempla os melhores empreendimentos imobiliários da América. A escolha não levou em conta apenas aspectos como modernidade e beleza, mas, principalmente, o compromisso com a sustentabilidade e com a responsabilidade socioambiental; destacando este ainda mais perante as instituições ligadas à arquitetura nacional (LIMA, 2010). 165 As preocupações do escritório GCP Arquitetos vão além da estrutura do estádio, em si. Todo o entorno, uma área com mais de 300 mil m², também será requalificado, em duas etapas. A primeira fase corresponde ao uso para o Mundial de 2014. Nele a quantidade de estruturas técnicas e de apoio da FIFA limitam a diversidade de usos; já que esta necessitará instalar uma série de estruturas provisórias, juntamente com as equipes de mídia. As novas construções correspondem a: espelhos d’água, que proporcionarão uma maior umidade local, em função do clima quente e seco cuiabano; a ratificação e recuperação de uma área verde, com pista de caminhada; a edificação de uma scalinata, um tipo de mirante de contemplação e convívio; de um estacionamento com 2.431 vagas automotivas; um restaurante externo à Arena; uma choperia, com arquitetura em telhado verde; a pavimentação das áreas técnicas e de hospitalidade; e a implantação de uma marquise e passarela para pedestres, em uma área de convívio, atrás do Setor Norte. Na Figura 51, a seguir, é possível verificar todas estas áreas, a serem implantadas ao redor do Estádio para o Mundial de 2014, neste perímetro do bairro Cidade Alta. Figura 51 - Implantação do projeto a ser utilizado no Mundial de 2014. LEGENDA: 1- Arena Pantanal 2- Ginásio Esportivo (Existente) 3- Piscina Existente 4- Ginásio de Lutas (Edificação Existente) 5- Secretaria de Segurança (Existente) 6- Espelho d’Água 7- Área Verde 8- Scalinata 9- Estacionamento 10- Restaurante 11- Área Técnica 12- Hospitalidade VIP e VVIP 13- Choperia 14- Marquise 15- TV Compound (Caminhões Transmissivos) 16- CIA Telefônica (Edificação Existente) Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). Perspectivas artísticas deste entorno foram desenvolvidas pelo escritório GCP Arquitetos e são apresentadas a seguir (Figuras 52 e 53). Cabe frisar que, como ainda não foram edificadas, modificações decorrentes das etapas de projeto e 166 orçamentária poderão ser ainda implementadas, o que poderá fazer com que os resultados obtidos sejam diferentes dos apresentados. Figura 52 - Vista da Passarela e Scalinata. Figura 53 - Vista da Marquise e da Passarela. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). Posteriormente à Copa de 2014, esta área será readaptada à realidade local, o que seus gestores chamam de “legado”, ou seja, o espaço atualmente subutilizado se tornará uma área pública de lazer. Assim, serão criadas quadras poliesportivas; quadras de tênis; um condomínio de edifícios residenciais; uma área para comércio de rua; além de áreas de playground, convivência e para skatistas (Figura 54). Até mesmo os fechamentos internos da Arena Pantanal poderão ser remanejados, de forma facilitada para a sua versatilidade de usos (VITRUVIUS, 2012). Figura 54 - Implantação do projeto multiuso adequado a Cuiabá, pós 2014. LEGENDA: 1- Arena Pantanal 2- Ginásio Esportivo (Existente) 3- Piscina Existente 4- Ginásio de Lutas (Edificação Existente) 5- Condomínio de Edifícios Residenciais 6- Espelho d’Água 7- Área Verde 8- Scalinata 9- Estacionamento 10- Restaurante (Praça de Alimentação) 11- Quadra Poliesportiva (02 Unidades) 12- Quadra Poliesportiva (03 Unidades) 13- Choperia “Teto-Verde” 14- Marquise 15- Quadras de Tênis (04 Unidades) 16- CIA Telefônica (Edificação Existente) 17- Street Mall (Setor Comercial) 18- Skate Park 19- Playground / Convivência 20- Expansão Área Verde (Parque Urbano) Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). 167 A construção de todo este complexo (Figuras 55 e 56) - não exatamente sobre seu projeto original, mas próximo a este - ficou a cargo do consórcio vencedor da licitação pública n° 017/2009, homologada em 30 de março de 2010, com 1,8 mil itens de serviços e materiais exigidos em seu edital (PORTAL2014, 2010a); o grupo é formado pela empresa mineira Santa Bárbara Engenharia e pela paulista Mendes Júnior, estando o gerenciamento a cargo da empresa fluminense Concremat. A proposta financeira apresentada foi de R$ 342 milhões, 15% menor que o valor definido pelo edital (R$ 405 milhões) e consumirá recursos públicos. A decisão contraria a orientação da CBF, que recomendou às cidades-sedes que procurassem parceiros privados para a construção das arenas e reservassem os recursos públicos para obras de infraestrutura e para investimentos sociais (PORTAL2014, 2009a). A esse montante ainda serão acrescidos os custos da compra das cadeiras, placar eletrônico, mobiliário e equipamentos para transmissão de dados. Atualmente, 650 operários trabalham na obra (DINIZ, 2012). Quando esta atingir o auge de produtividade, previsto para o início de 2013, serão mais de 1.200. Figura 55 - Fundos do Setor Oeste - Out/2011. Fonte: www.acopadopantanal.com.br Figura 56 - Setor Oeste concluído - Out/2012. Fonte: Edson Rodrigues/SECOPA-MT. Polêmicas envolvendo a Arena Pantanal não são recentes, em função do emprego de dinheiro público e se arrastam desde sua concepção; por não agradar as autoridades estatais - que gostariam de uma estrutura permanente e de maior porte, mostrando o poderio econômico do Estado - nem aos arquitetos locais, que esperavam uma arquitetura mais simbólica - com intenção iconográfica, que remetesse à cultura regional, que colocasse Cuiabá no mercado mundial das grandes 168 cidades e metrópoles - e não a adotada, voltada muito mais para a funcionalidade (PORTAL2014, 2009b). E, certamente, se alastrarão até o seu modelo de concessão. Juntas, em 2013, as empresas consorciadas concluirão um projeto avaliado como seguro, acessível e confortável, para atletas e espectadores. Um complexo multiuso, com instalações esportivas, culturais, educativas e de entretenimento; que, logo após a Copa, será administrado por meio de concessão privada (SECOPA, 2012f). O Estado, investidor da obra, irá definir o modelo de concessão e, por meio de licitação pública, elegerá aquele que mais lhe trouxer benefícios. A estratégia do Governo de Mato Grosso foi erguer o estádio, mostrar que ele é viável financeiramente e, assim, transferi-lo para a iniciativa privada (DINIZ, 2012). De acordo com o executivo, isso foi feito porque o apelo de Cuiabá, na gestão de um estádio, é muito menor do que em outras cidades-sede, que servirão à Copa. Por isso, como apresentado, o projeto foi concebido de forma funcional, para que diversas atividades possam ser realizadas neste espaço, independentemente, do vencedor de sua licitação. Os quatro módulos poderiam ser adaptados por empresas do setor privado, até as do setor de empreendimento, com usos diversos como: hotel, escola, escritórios, restaurantes, eventos e etc. Retomando a análise do projeto e colocando suas questões de privatização de lado; este, se comparado ao projeto de Castro Mello Arquitetos, abdica de qualquer simbologia local, em sua concepção, ao propor uma estrutura mais simplificada, funcional e mais econômica – condizente com a inexpressividade do futebol local e com a necessidade de se incentivar os setores de comércio e de serviços locais. Dois exemplos são a já citada remoção das arquibancadas superiores, em estruturas metálicas e modulares, dos Setores “Norte” e “Sul”, para outros complexos esportivos do Estado, pós Mundial; e a opção pela construção utilizando boa parte dos insumos locais, oriundos do próprio Mato Grosso. O entorno, visualmente, do projeto da GCP Arquitetos é também menos “apelativo” às questões de sustentabilidade “green washes”, não dispondo de espécies arbóreas distribuídas em círculos concêntricos. Entretanto, no primeiro idealizado, havia a possibilidade do estabelecimento de empreendimentos comerciais e de serviços na estrutura inferior das arquibancadas, de forma a tornar a rentabilidade da Arena maior; neste, lojas, restaurantes e etc. ficam, em sua grande parte, fora da edificação. O que de certa 169 forma realça uma preocupação maior com o pedestre, em detrimento do primeiro, que privilegia o automóvel e concentra todas as suas atividades internamente. Partindo-se, agora, de uma análise macro e generalista de projeto para a temática de sustentabilidade, verifica-se que o Estádio Governador José Fragelli, da GCP Arquitetos, busca incorporar conceitos arquitetônicos comprometidos com a conservação dos recursos naturais. Estando este em uma região de flora e fauna exuberantes, como a do Pantanal, tais conceitos não poderiam deixar de estar presentes entre suas metas de construção, projeto, manutenção e fiscalização (atividade que é desenvolvida pela SECOPA e pela Concremat, neste momento). O projeto fora desenvolvido, desde o início, dentro de parâmetros ambientalmente corretos do Programa FIFA Green Goal™, dos pilares da sustentabilidade (econômico, social e ambiental - apresentados no Capítulo 02) e das normativas para a certificação LEED™, com foco, principalmente, nos aspectos relacionados ao uso correto de materiais e da redução do consumo de energia e da água. Quando o projeto foi licitado, exigiu-se que este atendesse elevados índices de sustentabilidade - uma novidade na construção civil pública brasileira, já que, em outros estádios para a Copa, isso foi feito depois do projeto terminado. Segundo a SECOPA, o BNDES seguiu o modelo da Arena Pantanal para fazer os requisitos de sustentabilidade das outras arenas, para a obtenção do empréstimo (DINIZ, 2012). Segundo Sérgio Coelho, autor do projeto cuiabano, apesar do discurso recorrente destas premissas que abordam a sustentabilidade, estas foram desenvolvidas com seriedade, pelos titulares dos principais estúdios envolvidos na concepção de complexos esportivos para a Copa de 2014, principalmente, após esta ter sido “batizada” de Copa Verde (PORTAL2014, 2010b). Na capital do Mato Grosso, o projeto pioneiro a tratar da sustentabilidade aplicada a sua concepção, encontra-se em construção, com prazo de entrega adiado para o segundo semestre de 2013; todavia, tais medidas já são contabilizadas desde sua etapa anterior, quando 38 pontos foram ratificados. Espera-se, com esta obra finalizada, alcançar mais doze pontos, o que tornaria o projeto merecedor da certificação “Silver” do LEEDTM, ou, no mínimo, apenas “Certificado”. Seus consultores de sustentabilidade, disponibilizados pela CONCREMAT, vêm se esforçando para que Cuiabá obtenha o maior reconhecimento ambiental possível. 170 5.4.3. Parâmetros de Avaliação da Sustentabilidade da Arena Pantanal O paradigma da sustentabilidade induziu, nos últimos anos, associado ao estímulo de financiamento bancário, a incorporação de práticas ecológicas, em estruturas poliesportivas preparadas para sediar grandes eventos mundiais. A seguir, apresentam-se os parâmetros de avaliação da sustentabilidade da Arena Pantanal, que almeja alcançar 38 pontos, apenas na etapa de projeto da certificação LEEDTM e mais alguns pontos, na etapa de construção (valor ainda não creditado); através da exposição das ações que possibilitam a minimização de prováveis impactos a serem gerados, bem como, da necessidade de uma mudança de comportamento e da adoção de atitudes de cunho ecológico. Considera-se, aqui, a questão econômica como vital para a viabilização de empreendimentos deste porte, bem como a integração e a conscientização das mais diversificadas equipes envolvidas e de seus aparatos tecnológicos sustentáveis (ex.: redução do uso de energia; maximização do reuso de recursos hídricos; busca por materiais de menor impacto; e etc.); além do investimento necessário para tais ações, de forma continuada, na busca por melhores resultados (CESAR; OBATA, 2012). 5.4.3.1. Ação 01: Ambiente Urbano e Paisagístico Uma das maiores preocupações dos idealizadores deste projeto foi a integração da Arena com seu entorno imediato e como esta poderia potencializar o desenvolvimento urbano do bairro Cidade Alta. Não somente através de um legado esportivo, mas de forma a incentivar a criação de um foco de atratividade de serviços, de lazer, de comércio e de entretenimento da comunidade. Para isso, a preocupação com o ambiente urbano e paisagístico foi salientada, já nas etapas de projeto e de gerenciamento de obras, ao promover a educação ambiental, a conscientização de seus trabalhadores e a difusão dos benefícios da construção sustentável aos visitantes e à população, em geral. A implantação, por exemplo, priorizou o desnível natural do terreno, de forma a evitar o consumo desnecessário de energia, gastos econômicos com a movimentação de terra e com o despendimento de poluentes na atmosfera. 171 Esta preocupação atende, exatamente, ao pré-requisito obrigatório dos créditos da categoria “Espaço Sustentável” do LEEDTM; ou seja, prevenir, ao máximo, a poluição gerada pelas atividades da construção civil. Esta prevenção se deu na fase de instalação do canteiro de obras e se dá durante a execução de todo o complexo, com o intuito de controlar os possíveis impactos provenientes das atividades da construção, como os oriundos: de processos erosivos; da movimentação e descarte de solo; da sedimentação; da geração de poeira; do assoreamento da drenagem pluvial; da contaminação do solo e da água; da geração de ruído e da vibração; dos incômodos gerados à vizinhança; da poluição do ar atmosférico; e da alteração do tráfego local (SECOPA, 2012g). Dentre os principais exemplos práticos de sustentabilidade, destacam-se: o lava-bicas e o lava-rodas (Figura 57), que são executados para evitar o carreamento de sedimentos para as vias do entorno e o lançamento destes nas redes de drenagem pluvial; a própria água utilizada passa, depois, por um processo de decantação e é reaproveitada (SECOPA, 2012f). A estabilização dos acessos e áreas de estacionamento, para evitar poeira e promover a correta percolação da água no solo. A umidificação das vias de circulação (Figura 58), para evitar a geração de poeira pela circulação de veículos, principalmente no inverno seco. A limpeza e manutenção das vias do entorno, para evitar distúrbios à vizinhança. A proteção de taludes com grama em placas, corpos de prova e outras técnicas, para evitar erosão e o carreamento de sedimentos para a rede de drenagem e corpos hídricos presentes. A execução de uma rede provisória para drenagem das águas pluviais e a proteção da rede definitiva com bacias de contenção de sedimentos e elementos filtrantes. Figura 57 - Lava-rodas de caminhões. Fonte: SECOPA, 2012. Figura 58 - Umidificação das vias de circulação. Fonte: SECOPA, 2012. 172 Ademais do monitoramento da qualidade do ar e das emissões de poluentes dos veículos e equipamentos utilizados na construção. O controle da qualidade das águas potáveis e efluentes, para evitar fontes de contaminação. A utilização de um sistema pré-fabricado, instalado no canteiro, para tratamento dos efluentes gerados durante a construção. A contenção de vazamentos, com lonas e/ou bandejas, para evitar a contaminação do solo. A proteção do contato direto de materiais, corpos de prova e equipamentos com o solo, para evitar desperdícios e contaminações. A presença de kits de emergência ambiental, ao longo do canteiro de obras, para controlar e remediar focos de contaminação. A capacitação de envolvidos com treinamentos e cursos sobre o meio ambiente e sustentabilidade. A divulgação de campanhas permanentes sobre a redução do consumo de água e sobre a coleta de óleo de cozinha utilizado. A promoção de eventos sobre o meio ambiente, a exemplo, do dia da árvore, onde mudas foram distribuídas. O armazenamento de produtos perigosos em locais impermeáveis, protegidos da intempérie, com ventilação e com sua respectiva Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico - FISPQ. O monitoramento constante da qualidade do ar e do solo. Além da preocupação com o “top soil” (a camada mais superficial de solo), que está armazenado e protegido contra o carreamento e será reutilizado para o plantio de mudas, na etapa de recomposição vegetal (SECOPA, 2012g). Com todas estas medidas práticas adotadas, o apelido “Verdão” dificilmente será esquecido. Com o pré-requisito LEEDTM atendido verifica-se a pontuação da categoria. Nesta, a certificação incorpora, além dos 14 créditos correspondentes ao “Ambiente Urbano e Paisagístico” - ação estabelecida, nesta pesquisa, para averiguar a sustentabilidade da Arena Pantanal - mais 12 relacionados a transportes, totalizando 26 pontos. De forma a facilitar este estudo, os créditos relacionados à mobilidade serão analisados no próximo item. Assim, dos 14 pontos possíveis, seus projetistas esperam alcançar nove. Um, pela seleção do terreno, já que neste local já se dispunha de um complexo esportivo subutilizado. Cinco, pela “Densidade urbana e conexão com a comunidade”, decorrentes da localização estratégica do complexo, próximo à centralidade de Cuiabá, do aeroporto e das principais redes hoteleiras. Outro ponto é oriundo da maximização dos espaços abertos e de seu desenvolvimento. 173 Aqui, deve-se levar em consideração a latitude e a longitude da edificação, as sombras projetadas por outras edificações, a presença de obstáculos, o clima local, a capacidade de armazenagem que a edificação tem, em relação ao ganho solar disponível, a insolação natural, a ventilação cruzada, nas mais díspares épocas do ano e etc. Quanto mais ventilado e iluminado, naturalmente, um local, menor será seu consumo energético e mais ecológico este será. O fechamento lateral da Arena Pantanal, por exemplo, é constituído por uma estrutura metálica, onde serão fixados brises metálicos e painéis de Cloreto de Polivinila - PVC perfurados, que garantirão uma boa ventilação, sombreamento e a visualização do exterior, além de realçar sua qualidade estética. Este item foi estratégico e influente para a abertura das quinas da Arena, com vegetação nativa e comunicação com o meio externo; buscou-se, assim, a total integração da edificação com o paisagismo e o ambiente urbano circundantes. O paisagismo, detalhadamente, fora pensado com a utilização de espécies nativas e adaptáveis às condições climáticas de Cuiabá, ou seja, oriundas dos biomas locais: Pantanal, Cerrado e Amazônico; o que favorecerá, principalmente, nas áreas de estacionamento e circulação, ao aumento da taxa de permeabilidade do solo, tornando o ambiente menos propício a desastres urbanos. Ao mesmo tempo em que a opção, em projeto, por tais espécimes reduz a necessidade de irrigação no período do inverno - quente e seco - e evita problemas referentes à sua adaptabilidade. Estima-se que 2080 mudas serão implantadas, para a ampliação da área verde existente; todas terão seus nomes em destaque, para favorecer o uso do complexo para atividades educacionais. Áreas degradadas, segundo a agência fiscalizadora, também serão recompostas, com vegetação de mata tipicamente ciliar (SECOPA, 2012g). Incoerentemente, após toda esta análise do entorno da Arena, o ponto referente à proteção e a restauração do habitat não será creditado pela agência certificadora. Outros pontos que não serão contabilizados são a remediação de áreas contaminadas (01 ponto), que não se aplica; projeto para águas pluviais e seu controle de qualidade (02 pontos) e a redução da poluição luminosa (01 ponto). Destes 05 pontos, talvez os referentes às águas pluviais pudessem estar em projeto, caso houvesse um empenho maior de seus projetistas em destinar estas para seu corpo hídrico receptor, da melhor forma, com seu correto controle dos poluentes e resíduos, principalmente pela proximidade do Estádio com córregos da região. 174 Os últimos dois créditos a serem obtidos correspondem à redução do efeito de “ilha de calor”, ou seja, áreas de concentração térmica relacionadas à pavimentação e a cobertura (SECOPA, 2012f). As especificações do piso externo e da cobertura, para evitar tal efeito (que aumenta o desconforto no clima tropical e interfere no aumento das precipitações), levaram em consideração o Índice de Refletância Solar, ou em inglês, Solar Reflectance Index (SRI), que valora o quanto uma superfície aquecida se comporta em relação a uma superfície branca e preta, na reflexão e na emissão de calor. Na Arena Pantanal, o piso terá SRI mínimo, de 29, e a cobertura, considerando sua inclinação, SRI máximo de 78. Alguns exemplos destes, que ainda poderão ser substituídos são a concrebrita, seixos e intertravados (VITRUVIUS, 2012). Figura 59 - Exemplos de pavimentos a serem utilizados, na área externa, com controle de SRI. LEGENDA: Concrebrita Seixos Intertravados Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). A ação “Ambiente Urbano e Paisagístico” é claramente atendida pelos projetistas da Arena Pantanal, assim como no processo LEEDTM; várias medidas foram adotadas e apresentadas, nesta seção, de forma a ilustrar o envolvimento pleno de seus arquitetos e engenheiros com estas ações. Cabe frisar, mais uma vez, que muitas das medidas adotadas podem ter desdobramentos sobre outras áreas, através de uma rede complexa de influências; que, aqui, foram simplificadas de forma a facilitar sua apresentação, entretanto, estas poderão vir a ser analisadas nos próximos itens, através de um novo viés relacionado à sua área de abordagem. 175 5.4.3.2. Ação 02: Transporte Cuiabá e Várzea Grande, na Região Metropolitana, estão recebendo um pacote de obras de mobilidade para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM, que aspira transformá-las em um aglomerado urbano organizado, com total infraestrutura viária e servido de transporte coletivo adequado às necessidades de sua população. O plano original previa a construção de dois corredores de BRT e quatro novos corredores viários (LIMA, 2011). Entretanto, após uma polêmica nacional, este modal fora substituído pelo VLT; a mudança triplicou o valor orçamentário inicial, de R$ 454 milhões, para cerca de R$ 1,47 bilhão (KONCHINSKI, 2012). Com este novo projeto modal, a Arena Pantanal, centro desta análise, ficará a uma distância média de 2,5 km da estação mais próxima do VLT, na área central da cidade, o que equivale a uma caminhada de aproximadamente 25 minutos. Se este dado aparenta ser confortável para pessoas jovens, pode não ser para pessoas idosas e com problemas de locomoção. Todavia, o estádio e suas proximidades estão inseridos no itinerário de alguns coletivos públicos das duas cidades, que através de um sistema de bilhetagem única se integram a toda frota de ônibus. Esta facilidade, a rede de transportes públicos, possibilitou que, dos doze pontos máximos referentes a transporte, no LEEDTM, a Arena Pantanal alcançasse seis. Outros três pontos serão obtidos pela presença de vagas preferenciais, no projeto do estacionamento do estádio, para usuários que possuam veículos movidos a álcool, que são difundidos por ambientalistas como uma das alternativas mais sustentáveis em relação à frota de automóveis convencionais. Dois pontos serão obtidos pela preocupação com áreas de estacionamento. Internamente, a Arena comportará até 400 veículos (368 carros, 03 ônibus e 29 motocicletas); externamente serão mais 2.431 vagas automotivas, além dos estacionamentos remotos. Nestes os torcedores deixarão seus veículos e seguirão para a arena em micro-ônibus disponibilizados pela organização; para tal, terrenos do Exército serão desapropriados futuramente (BRASIL, 2011). O estádio só não receberá um ponto referente à alocação de bicicletários e vestiários para seus ocupantes, já que este não apresenta usuários fixos; no entanto, é notável a preocupação com a sustentabilidade referente à ação “Transportes”. 176 5.4.3.3. Ação 03: Água - Racionalização A racionalização da água é uma das questões ambientais mais importantes da atualidade e diversas empresas vêm desenvolvendo projetos a respeito desta temática. Na Arena Pantanal, desde a etapa de projeto, os sistemas hidráulicos já foram detalhados para que todo o complexo entre em funcionamento com o máximo aproveitamento de seus recursos hídricos, o equivalente a uma economia mínima de 40% do consumo de uma edificação semelhante (SECOPA, 2012g). Dentre os principais dispositivos economizadores a serem utilizados no projeto do novo Verdão destacam-se: válvulas de descarga, com limitador de fluxo nelas é oferecido um sistema duplo de acionamento, permitindo a dosagem de água de acordo com a opção de uso (menos água para resíduos líquidos, mais para sólidos); válvulas eletrônicas para mictórios, que são acionadas automaticamente após a saída do usuário do campo de detecção do sensor; torneiras anti-vandalismo, acionadas hidromecanicamente com leve pressão manual; torneiras elétricas, que permanecerão abertas enquanto o usuário lava as mãos, cessando seu fluxo quando este se afastar; torneiras de acionamento restrito, utilizáveis apenas para aqueles que possuam sua chave destacável; além de mecanismos semelhantes (Figura 60). Figura 60 - Elementos controladores de vazão de água da Arena Pantanal. Fonte: GCP Arquitetos. Programas como o Green GoalTM e o LEEDTM destacam a importância do uso racional da água. Nesta certificação supracitada, a redução do consumo de água é pré-requisito para a ratificação de um projeto sustentável. Tanto que, dos quatro pontos disponíveis para a redução do consumo, em até 40%, a Arena obterá todos. Este índice retrata a preocupação de seus projetistas em relação à utilização da água. 177 5.4.3.4. Ação 04: Água - Conservação e Reuso A minimização da dependência da rede pública de abastecimento e a autonomia consciente parcial, ou total, de uma edificação é um dos índices que mais refletem sua sustentabilidade. Medidas como: captação e reuso das águas de chuva; utilização de águas subterrâneas; e tratamento de águas residuais, para usos não potáveis; são medidas que, apesar de terem custo de aplicação inicial elevado, reduzem o custo com manutenção e operação e contribuem para o meio ambiente. O reuso da água, hoje, se afirmou como uma tendência internacional, irreversível no mercado da construção civil; contudo, apresenta-se tímido no mercado nacional, sem previsão de tornar-se uma diretriz para sistemas mais eficientes de uma sociedade ainda nada consciente de suas responsabilidades. Poucas empresas, no país, concebem e executam sistemas de reuso de água, já que o mercado consumidor deste serviço limita-se a, somente, algumas grandes empresas. Dentre as principais ações de sustentabilidade aplicadas na conservação e reuso da água, no estádio da capital mato-grossense, destacam-se: O reaproveitamento da água de chuva. Este já está presente, desde a etapa de construção do estádio, à medida que, boa parte da água consumida no canteiro de obras é produto de reuso. Dois tanques, com capacidade para 2.500 litros, recebem as águas pluviais captadas e, após processos de decantação e filtragem, liberam-na para usos como a cura do concreto e a lavagem dos caminhões betoneiras. Após estas atividades, esta água volta para os tanques, para um novo ciclo (BRASIL, 2012). Com a finalização das obras, a cobertura do estádio e o gramado, também, terão esta função de captar as águas de chuva para usos menos nobres; entretanto, para isso, o estudo de um sistema eficiente de reaproveitamento foi necessário. Primeiro, levou-se em consideração o clima da região, a localização do complexo e a identificação do volume pluviométrico registrado no local; o que influiu no dimensionamento do sistema. Segundo, levaram-se em consideração os materiais a serem empregados e a manutenção da rede hidráulica do sistema, que sempre deverá ter uma comunicação com a rede de água tratada da concessionária local, para que o abastecimento não seja afetado em tempos de seca. Geralmente, é estabelecido um sistema de instalações prediais de água fria não potável, paralelo ao sistema 178 convencional de águas potáveis da concessionária; já que a primeira pode conter poluentes presentes na atmosfera e coliformes. Em áreas de grande porte, como esta, aproveitar a água de chuva é unir os benefícios ecológicos aos econômicos. A água a ser armazenada em reservatórios, nos períodos de chuva, depois de passar por um tratamento primário, poderá ser utilizada para usos que não necessitem de água potável, como: a irrigação de jardins e gramados; resfriamento de equipamentos e máquinas; no reservatório contra incêndio; lavações de pisos e veículos; e nas descargas de banheiros. Com isso, haverá a redução do consumo de água da rede pública e do custo de fornecimento da mesma; encorajando, até mesmo, outras edificações, em Cuiabá, a terem uma postura ativa perante os problemas ambientais da cidade, ao conservarem água e serem autossuficientes. Até mesmo nos dias de chuva intensa, as cisternas poderão funcionar como "buffers" (áreas de contenção), diminuindo, ou até evitando, alagamentos e a sobrecarga da rede pluvial. O retorno, com este sistema, de um recurso escasso, em grande parte das cidades ocorre após dois anos e meio; no entanto, para obras mais complexas, como estádios, os investimentos com tempo, precauções e dinheiro são mais consideráveis que a grande maioria das coberturas de edificações residenciais e comerciais. O tratamento de efluentes. Para alcançar os 40% de índice de redução de consumo de água, citados na ação anterior, o projeto da Arena Pantanal fará o reuso de seus efluentes, de forma a integrar todos os seus sistemas. Processo este já iniciado no canteiro de obras, uma vez que, uma miniestação foi construída, para captar o esgoto originário dos banheiros dos operários e de outras atividades desenvolvidas na construção. A exemplo do lava-bicas e do lava-rodas, citados na ação “Ambiente Urbano e Paisagístico”, como formas de evitarem o carreamento de sedimentos; estes mecanismos têm a sua própria água reutilizada, após um processo de decantação (SECOPA, 2012f). A intenção é que o complexo, como um todo, prejudique o sistema hídrico e o lençol freático o menos possível (BRASIL, 2012). Com a conclusão deste empreendimento, todos os efluentes coletados serão tratados em uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), com alto padrão de qualidade, a ser instalada em seu perímetro (PORTAL2014, 2009b). A água utilizada para irrigação do gramado do campo terá como uma de suas origens os efluentes produzidos, coletados, tratados e armazenados neste estádio (VITRUVIUS, 2012). 179 Figura 61 - Integração dos recursos hídricos. Economia de consumo de água. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). Ao comparar esta ação com os pontos constituintes do LEEDTM, percebe-se que, dos seis pontos disponíveis, a Arena Pantanal creditará todos; dois, pelo importante trabalho de aplicação de tecnologias inovadoras para o tratamento de águas servidas, que já fora abordado anteriormente; e quatro, pelo uso eficiente de água não potável, ou sem irrigação para o paisagismo, já que o gramado e os jardins do entorno contarão com o aproveitamento da água da chuva e o reuso tratado dos efluentes para esta atividade. Aqui, cabe frisar que esta certificação norte-americana não está adaptada à realidade climática brasileira e que a região onde se localiza Cuiabá sofre com um período agudo de estiagem, entre os meses de março e setembro, onde os índices pluviométricos são baixos e as temperaturas elevam-se, o que obrigará os gestores da futura Arena a irrigarem suas áreas verdes e o campo de jogo com água potável, disponibilizada pela concessionária da capital. As duas ações que abordam a temática água são atendidas pelos seus projetistas, seja pelo conjunto, à luz desta pesquisa, seja os 100% “quantificáveis” da metodologia LEEDTM. Contudo, ressalta-se que os quatro pontos referentes à redução do consumo de água, em 40%, só serão creditados posteriormente à conclusão desta obra e com sua eventual verificação. As medidas obtidas nesta investigação foram apresentadas nesta seção e esclarecem o quanto a água é um elemento importante nas questões de sustentabilidade. 180 5.4.3.5. Ação 05: Energia - Fontes Renováveis A utilização de energia renovável, originária de fontes naturais, se tornou uma preocupação de projetistas de arenas, já que estas consomem, em um período de duas horas (o equivalente a uma partida de futebol), em torno de 6 a 8 MW de energia elétrica (DINIZ, 2012). Ao contrário dos combustíveis de origem fóssil que suprem boa parte dos complexos esportivos mundiais, as fontes de energias renováveis, no geral, causam impactos considerados mais brandos ao meio ambiente, pois suas “matérias-primas” possuem grande capacidade de regeneração (renovação). Portanto, são excelentes alternativas ao sistema energético tradicional, tornando estes empreendimentos totalmente, ou parcialmente independentes da rede local de abastecimento, principalmente em uma época de luta contra a poluição atmosférica e o aquecimento global, que têm os hidrocarbonetos como seus maiores antagonistas. A Arena Pantanal e as outras arenas, como já explanado, tiveram o empréstimo para a construção de suas principais estruturas para a Copa, liberado mediante a ratificação de um acordo com o BNDES, de que estas produziriam parte da energia “limpa” a ser consumida nas suas próprias instalações (BILENKY, 2010). A cobertura do equipamento cuiabano, que já teve seus pórticos de sustentação iniciados, deverá abrigar, quando concluída, uma estação de geração de energia solar, a partir do uso de placas fotovoltaicas. Os estudos estão sendo efetivados, em parceria com a Eletronorte, empresa que atua no segmento da geração e da transmissão de energia elétrica na Região Amazônica, na qual o estado de Mato Grosso também faz parte, e que tem disponibilidade financeira para investimentos em soluções inovadoras que garantam a sustentabilidade ambiental. A expectativa é que a usina possa gerar 1,2 megawatts/hora de energia, o que corresponderia a quase 20% do consumo da arena em situações normais (BRASIL, 2012b). Pela localização geográfica da Arena os painéis fotovoltaicos deverão estar direcionados para o hemisfério norte, com uma inclinação de 15° 33’, para que captem a energia solar e convertam-na em energia elétrica, de forma mais eficiente. Além do que, estes serão conectados à rede pública de abastecimento, através de um sistema interligado, para que o excedente produzido, quando esta não estiver em operação, seja utilizado por edificações do entorno, através da subsidiária local. 181 O sistema projetado, em função da média do consumo, das limitações da cobertura e dos aparelhos eletrônicos utilizados, é beneficiado pelas características de insolação e clima de Cuiabá, onde o sol é predominante; no entanto, contará com placas fotovoltaicas tradicionais, importadas, tecnologia ainda não dominada pelas empresas nacionais (REDAÇÃO ECOD, 2012). Países que detêm tais conhecimentos investem na flexibilização de painéis fotovoltaicos, ou seja, o utilizam em muitos elementos construtivos, tais como telhas, cortinas de vidro e painéis decorativos, aumentando sua difusão no mercado da construção civil (MONTEIRO, 2010). Outra utilização da energia solar na Arena Pantanal corresponde aos coletores solares térmicos - estruturas que captam a energia térmica do sol e a transformam em calor - poupando até 70% da energia elétrica necessária para o aquecimento da água. Assim como na instalação de painéis fotovoltaicos, estes coletores deverão estar direcionados para o hemisfério norte, onde serão mais eficientes. Em ambos os casos, a cobertura foi projetada e calculada prevendo o sobrepeso destes painéis. A Ação 05 “Energia - Fontes Renováveis”, é atendida nesta pesquisa, tem grande destaque no Programa FIFA Green GoalTM e no LEEDTM; contudo, ao analisarmos este último, esta ratificação se torna um pouco mais complexa. Como a construção encontra-se em andamento, muitos dos detalhes da obra estão em projeto, são sigilosos, ou estão sendo revisados constantemente, o que faz com que sistemas elétricos e a instalação de fontes renováveis, um dos últimos itens a serem executados, possam vir a ser retificados. Em um dos últimos “Status de Pontuação Certificação LEED”, que fora disponibilizado pela Concremat Engenharia, empresa gerenciadora, supervisora, fiscalizadora e coordenadora da sustentabilidade da obra, através de uma palestra, nenhum dos nove créditos referentes às categorias “Energia Verde” e a “Geração de Energia Renovável” foram creditados até agora. Todavia, foi apresentado, nesta seção, que o BNDES obrigará os estádios que adquiriram financiamento para a execução de seus projetos, de instalarem mecanismos para a geração de energia limpa em seus empreendimentos (BILENKY, 2010). A Arena Pantanal que, inicialmente, não instalaria uma usina de energia fotovoltaica, em sua cobertura, foi obrigada a fazê-lo e, com isso, certamente sua pontuação será alterada e estes pontos serão creditados, elevando assim, a pontuação final do estádio e, talvez, até a sua classificação para a categoria “Silver”. 182 5.4.3.6. Ação 06: Energia - Demanda Minimizada Combater o desperdício de energia elétrica não significa abrir mão do conforto, seja de uma grande edificação como esta, seja de uma pequena edificação residencial. Os benefícios provenientes da geração de energia elétrica podem ser aproveitados de forma racional, através de atitudes simples, como utilizar lâmpadas mais econômicas; e quando isto acontece, o consumidor está preservando os recursos do país, ao mesmo tempo, que evitando problemas de abastecimento (EDM, 2012). A Arena Pantanal busca, através de sua concepção arquitetônica e de sua construção sustentável, estabelecer dispositivos economizadores, que reduzirão em até 20% o consumo energético de sua utilização, se comparada a estádios de mesmo porte (PORTAL2014, 2009b). Para o sucesso da minimização do consumo, o projeto levou em consideração o estabelecimento de modelos das atividades futuras de seus usuários, nos mais diversos ambientes projetados, variando de acordo com as necessidades energéticas e luminotécnicas de cada um deles. As condições climáticas locais de Cuiabá, obviamente, acabam favorecendo a iluminação natural dos ambientes e a redução natural do consumo energético. Segundo a GCP Arquitetos, dar-se-á, por exemplo, a utilização de lâmpadas de baixo consumo e procurar-se-á utilizar iluminação localizada em pontos indispensáveis. Priorizar-se-á lâmpadas fluorescentes compactas, pois elas têm o mesmo potencial de iluminação de lâmpadas incandescentes e das lâmpadas fluorescentes, mas consomem menos energia; e a iluminação em LED, que tem baixo consumo e emissão de dióxido de carbono (10 a 30 vezes mesmos que uma lâmpada convencional), não produz calor (evitando o envelhecimento dos componentes e dos materiais envolventes: difusores, acrílicos, cabeamento, suportes e etc., aumentando sua vida útil), gera menos carga térmica (o que reduz a necessidade de utilização de aparelhos climatizadores, para compensação de temperatura) e reduz drasticamente os custos com lâmpadas de substituição e serviços associados. Outras medidas referem-se a: a utilização de aparelhos eletrônicos e sistemas de condicionamento de ar mais eficientes, disponíveis no mercado; a programação dos doze elevadores, para economizar, durante os percursos percorridos, com a utilização de comandos eletrônicos e sensores de presença; a ratificação de que os 183 sistemas elétricos atendem as normas da American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineering (ASHRAE), com especificação de componentes e sistemas que garantam e evitem desperdícios de consumo; além do estabelecimento de limite de potência dos projetos luminotécnicos das áreas internas e externas, o que reduzirá o consumo energético exagerado da edificação (SECOPA, 2012g). Igualmente à ação anterior, a Arena Pantanal atende aos critérios simplificados adotados nesta pesquisa e no Programa FIFA Green GoalTM; entretanto mais uma vez, apresenta uma certa complexidade, se analisada à luz do LEEDTM. A categoria analisada corresponde a “Energia e Atmosfera” e, excluindo-se os nove pontos referentes a energias alternativas, analisados na seção anterior, 26 pontos estão disponíveis. Estes pontos exigem o cumprimento de três pré-requisitos básicos: “Comissionamento dos Sistemas de Energia”: Assegura que os sistemas relacionados à energia sejam instalados e tenham desempenho de acordo com os requisitos do proprietário e os projetos dos engenheiros responsáveis. “Performance Mínima de Energia”: Estabelece que objetivos iguais devem ser realizados com o mínimo de energia, de forma mais eficiente e sustentável. “Gestão Fundamental de Gases Refrigerantes/Não Uso de CFCs”: Preocupação com gases que, mesmo não tendo cloro em sua composição e sendo menos prejudiciais à camada de ozônio, contribuem para o aumento do efeito estufa. O projeto em análise atende a todos os pré-requisitos, caso contrário não receberia nenhuma classificação desta certificação norte-americana. Assim, segundo seus projetistas, dos 26 pontos disponíveis, cinco serão atingidos: dois por melhorias no comissionamento dos sistemas de energia e três por medições e verificações realizadas durante a obra. Já, 21 pontos não seriam atingidos: 19 por otimização da performance energética e dois por melhoria na gestão de gases refrigerantes. Contudo, pelo projeto ainda se encontrar em andamento, muitas destas informações poderão ser corrigidas, ou alteradas, até a sua versão definitiva. Um empreendimento de grande porte como este apresenta uma série de variáveis e restrições internas e externas, podendo sofrer, ainda, pelo envolvimento político que esta obra tem, na dinâmica das três esferas de governo, pela sua magnitude. Podemos citar como as variáveis mais importantes para o gerenciamento deste projeto: o tempo de término da obra; o seu orçamento; e o seu escopo. 184 5.4.3.7. Ação 07: Materiais Ecológicos Os materiais utilizados na construção da Arena Pantanal atendem, a princípio, a critérios de regionalização, preservação, recuperação e de responsabilidade socioambiental (ou seja, não comprometem o meio ambiente e a saúde de seus ocupantes e contribuem para tornar o estilo de vida cotidiano mais sustentável). Isto significa que estes foram elencados, em projeto, considerando os sistemas construtivos predominantes locais, sua geografia, questões culturais, preocupações ambientais e a sua disponibilidade no mercado. Boa parte destes apresenta tecnologia biocompatível; ou seja, melhoram as condições de conforto de seus usuários e/ou, no mínimo, não agridem o meio ambiente em seu processo de fabricação, nem durante seu ciclo de vida. Materiais que reconhecidamente estão envolvidos com graves problemas ambientais foram evitados, quando possível, ou utilizados, na ausência de outras opções, de maneira criteriosa e de forma bastante controlada. Dos 14 pontos totais disponíveis na categoria “Materiais e Recursos” do LEED TM , 06 correspondem à utilização de materiais ecológicos e os outros oito referem-se a “Resíduos e Reciclagem”, ação a ser abordada no próximo tópico. Destes seis em análise, segundo o “Status de Pontuação Certificação LEED”, quase todos serão atendidos. Um, pela utilização de madeira certificada; ou seja, toda esta matéria-prima terá sua origem controlada e certificada pelos órgãos de controle ambiental. Buscar-se-á alcançar, neste item, a utilização de 100% de madeira legal e 50% de madeira certificada pela Forest Stewardship Council (FSC), já que este item é abundante no Estado e de grande importância na obra (SECOPA, 2012f). Outro ponto, virá pela utilização de materiais de rápida renovação; insumos que tenham curto ciclo de renovação e substituam matérias-primas finitas. A utilização de madeira de reflorestamento, para fôrmas de concreto e para tapumes, foi uma das medidas adotadas; assim como, a utilização de lâmpadas LED, em detrimento das outras, que apresentam como uma de suas vantagens ambientais a não produção de materiais para reciclar, como: reatores, bulbos e etc. Os últimos dois pontos, apesar da gerenciadora da obra esperar obtê-los, integralmente, para o uso mínimo de 20% de materiais regionais (extraídos, processados e manufaturados a menos de 800 km de distância da construção), 185 representam uma das maiores dificuldades encontradas. O conceito, aparentemente simples, que estimula o desenvolvimento econômico sustentável de Mato Grosso e atende aos anseios do setor empresarial da região esbarra no processo de Certificação LEEDTM, que demanda que todas as ações sejam comprovadas e, para isso, a utilização de materiais ditos ecológicos exige que estes sejam apresentados, acompanhados de suas respectivas Declarações Ambientais do Produto (DAP). Entretanto, tal prática ratificadora de sustentabilidade não é comum no Estado. As DAPs seriam os documentos emitidos pelas empresas, para divulgação dos impactos ambientais gerados por um produto, ao longo do seu ciclo de vida, além de sua origem, conteúdo incorporado, etc. (ALMEIDA et al., 2011). Assim, a SECOPA vem trabalhando para que alguns materiais utilizados por ela, na construção da Arena Pantanal, sejam certificados por suas empresas de origem. Por exemplo, tijolos cerâmicos a serem utilizados para o fechamento de vãos, que, hoje, não são certificados, têm a consultoria especial da SECOPA em suas empresas de origem. Nelas, engenheiros e arquitetos instruem seus administradores sobre como providenciar os laudos comprobatórios, perante as entidades ambientais responsáveis e que, posteriormente, serão utilizados para a comprovação LEEDTM. Dois pontos não estão sendo creditados, referentes ao reuso de materiais. No entanto, algumas medidas práticas foram tomadas para que tal ação fosse ratificada. A concepção modulada e simplificada de todo o complexo, por exemplo, fez com que o uso da madeira, em fôrmas, fosse reduzido no canteiro de obras, ao se utilizar pré-moldados com estruturas metálicas, em quase todos os elementos estruturais. Entretanto, este conceito simples de reuso de madeira, para a concepção de fôrmas de peças idênticas e numerosas em concreto não fora creditado até o momento, podendo ser revertido até o momento da certificação final, no segundo semestre de 2013. Esta seção apresentou que o princípio de sustentabilidade de materiais ecológicos é corretamente empregado na Arena Pantanal, por seus projetistas, ora pela metodologia desenvolvida para esta pesquisa, ora pela certificação americana. O emprego, por exemplo, de tintas, selantes, vernizes e derivados com baixa, ou nenhuma emissão de COV, atende a preocupações muito mais relevantes que as relacionadas à estética, preço e funcionalidade. Atendem a um novo paradigma: o impacto ambiental dos produtos em seu processo de fabricação (SECOPA, 2012f). 186 5.4.3.8. Ação 08: Resíduos e Reciclagem A grande produção de resíduos, aliada à falta de tratamento e a disposição adequada destes, é hoje, uma das maiores preocupações ambientais. Porém, a gestão integrada de resíduos - podendo envolver conteúdos sólidos, líquidos e gasosos - é uma das principais metodologias, com vistas a reduzir os efeitos nocivos destes sobre a saúde humana e o meio ambiente, no sentido de atingir um equilíbrio entre a necessidade de produção e os seus impactos na natureza. Dentre uma série de métodos de recuperação de recursos, que estão sendo desenvolvidos, continuamente, podemos destacar, decrescentemente, através das opções mais eficientes: a prevenção, a minimização, a reutilização e a reciclagem. A reciclagem de materiais inertes da demolição, gerados no canteiro de obras, e a incorporação destes em elementos construtivos, por exemplo, se tornou uma das principais diretrizes aplicadas a (re)qualificação de arenas esportivas. Nestes espaços, a produção de resíduos, durante a construção e na fase de operação, deve ser levada em consideração por seus projetistas, logicamente, partindo de formas mais eficientes, para formas menos eficientes de tratamento e disposição final. Esta temática recebe, atualmente, grande destaque; não somente na análise desta ação pesquisada, mas, também, em toda a revisão bibliográfica, nos requerimentos e normativas técnicas exigidas pela FIFA e nas principais certificações ambientais. Dentre as medidas adotadas pela Arena Pantanal com a sustentabilidade de resíduos e a reciclagem destacam-se: o controle do transporte; a identificação de quantidades, destinos e empresas; a reciclagem de insumos; a utilização de 20% de novos materiais, que apresentem em sua composição conteúdo reciclado; o programa de coleta seletiva de escritórios, canteiro de obras e frentes de serviço; a utilização de recipientes com cores, para facilitar a compostagem; a instalação de baias de armazenamento identificáveis e protegidas de intempéries; e a averiguação das licenças das empresas transportadoras e receptoras, além de sua destinação correta, evitando aterros sanitários, lixões e a sua completa incineração (SECOPA, 2012g). Cuidados foram adotados antes da construção do novo Estádio, já incluídos nas premissas de projeto, ainda no período da demolição do antigo Verdão, onde definiu-se que nenhum detrito seria descartado; priorizando-se assim, a reciclagem e 187 o reuso, evitando a poluição de outros locais (SECOPA, 2012f). Estruturas metálicas, assentos, refletores e até o gramado, por exemplo, foram destinados para praças esportivas do interior do Estado (24HorasNews, 2010). Já materiais como ferro e aço foram separados e encaminhados para reuso em usinas siderúrgicas (PORTAL2014, 2010). Entretanto, o maior destaque ficou a cargo dos 24 mil m³ de concreto e alvenarias, que foram reciclados e reaproveitados no aterro e na pavimentação de vias de acesso ao complexo, em uma área de aproximadamente 300 mil m². A gestão de resíduos do antigo Verdão foi de aproximadamente 100%, segundo dados da SECOPA; menos de 5% destes materiais tiveram como destinação final o aterro sanitário da cidade. Esta ação teve como objetivo atender a já citada normativa brasileira CONAMA 307/02, ao promover a reciclagem e/ou a reutilização de resíduos gerados no canteiro, desviando do aterro e da incineração, pelo menos 75% do volume total gerado (SECOPA, 2012g). Inclusive, o novo projeto, desde sua etapa de terraplanagem, já priorizava a racionalidade e a sustentabilidade desta ação, ao permitir a compensação entre corte e aterro, eliminando a importação e/ou o bota-fora de materiais de escavação, o que evitou os impactos ambientais que uma obra deste porte acarretaria. Ao partir de uma análise qualitativa como esta, para uma mais quantitativa, como a LEEDTM, verifica-se que, na categoria “Materiais e Recursos”, dos oito pontos possíveis relacionados a resíduos e reciclagem, quatro pontos não poderiam ser alcançados, já que o estádio original fora totalmente destruído e estes créditos são correspondentes ao reuso de elementos parciais, ou totais da edificação original. Dois pontos foram possíveis, desta categoria, por especificarem, em projeto, que a gestão da construção destinaria 75% dos resíduos para reuso. E outros dois, por utilizar em obra 20% do conteúdo reciclado - ação ratificada em projeto. Assim, dos oito pontos disponíveis, a Arena Pantanal atende, até o momento, a 50% destes. No entanto, como as obras encontram-se em andamento, algumas destas bonificações podem vir a deixar de ser pontuadas por seus avaliadores. O LEEDTM impõe apenas um pré-requisito para este item, o correto depósito e coleta de materiais recicláveis. Caso este não seja atendido, automaticamente - ao contrário do que foi visto neste objeto de pesquisa - a edificação não pontua neste item e é eliminada do processo de certificação. 188 5.4.3.9. Ação 09: Conforto Ambiental Passivo O conforto ambiental nas edificações é uma temática cada vez mais em voga para aqueles que estudam o ambiente construído e suas relações com o homem. Pode ser entendido como a adequação deste espaço ao uso; respeitando condições térmicas, de ventilação, de insolação, de acústica e visual, capazes de alterar o seu desempenho e o seu contexto urbano. Nesse sentido, segundo Oliveira e Ribas (1995), todo conhecimento desenvolvido acerca do conforto ambiental para edificações pode ser definido através de elementos de controle passivo (materiais, brises e etc.), a serem estudados neste item; e de controle ativo (condicionadores de ar, umidificadores, ventiladores e etc.), que virão a ser abordados na próxima ação. Este assunto difundido, vastamente, na literatura sobre edificações de uso residencial, também se aplica em grandes obras e complexos esportivos, como é o caso da Arena Pantanal, entretanto, com uma escassez maior de fontes bibliográficas. O estádio da capital mato-grossense, por localizar-se em uma área com características climáticas específicas, onde predominam temperaturas médias elevadas, requereu cuidados maiores em sua etapa de projeto, favorecendo, principalmente, ações de conforto ambiental passivo, que são menos onerosas e desprendem menos gastos energéticos que as de controle ambiental ativo. Dentre as principais medidas adotadas, destacam-se: a busca pelo melhor aproveitamento dos condicionantes naturais, que favorecem a eficiência energética; o emprego de materiais com baixa condutibilidade térmica; a concepção da forma arquitetônica mais arejada e permeável em relação às correntes de ar; e o posicionamento da edificação e do campo, protegidos da insolação mais forte (DINIZ, 2012). Neste tipo de projeto, na América do Sul, para se manter uma temperatura constante em seu interior, deve-se evitar perdas de calor, no inverno, e ganhos de calor, no verão. A incidência constante de raios solares, por exemplo, fez com que o design da arena se tornasse mais arejado, com a substituição das arquibancadas entre os módulos “Norte”, “Sul”, “Leste” e “Oeste”, por vegetação, de forma a facilitar a ventilação cruzada. Este fenômeno natural e suas variantes (velocidade, direção e variações sazonais) são um dos elementos mais importantes deste tipo de conforto e transformarão as áreas suprimidas em pequenos microclimas, contribuintes da 189 manutenção de uma temperatura interna mais agradável, através de processos de resfriamento e de renovação do ar (SECOPA, 2012f). No entanto, uma ressalva se faz necessária; a vegetação a ser empregada será de baixo-médio porte, disponibilizada em vasos próprios para paisagismo, ou em uma estreita camada de substrato, propícia, apenas, para espécies rasteiras e gramíneas. Esta limitação é imposta por áreas de circulação e permanência, em seu andar inferior, e pelo limite de carga máximo possível para as quatro lajes em concreto, de cada uma das quinas. Uma solução que contemplasse a vegetação diretamente no solo seria muito mais plausível, pois permitiria a arborização com espécies de médio-grande porte, mais eficientes para o combate ao calor; reduziria a quantidade de estruturas construídas necessárias; minimizaria a possibilidade de eventuais infiltrações, decorrentes de impermeabilizações mal executadas; e de rompimentos casuais em função da expansão das raízes das espécies a serem fixadas. Caso as quatro coberturas do estádio, a serem constituídas de estrutura metálica e lona tensionada, não apresentassem vãos livres de grandes dimensões (Setores “Norte” e “Sul”, 64m de largura e 70m de comprimento; Setores “Oeste” e “Leste”, 64m de largura e 110m de comprimento) poderiam receber, também, um mecanismo de conforto ambiental passivo denominado “telhado verde”. Neste dispositivo arquitetônico são aplicadas camadas de solo e vegetação sobre um meio impermeável. No entanto, neste caso, a grande dimensão disponível sobrecarregaria a estrutura; e pela sua altura (44m), dificultaria processos de manutenção, mesmo sendo, uma excelente solução para as condições climáticas de Cuiabá (DINIZ, 2012). Os materiais escolhidos para a cobertura buscam uma boa relação entre durabilidade, á resistência à água e a forte ação do sol, que poderia ressecar materiais como o PVC e o policarbonato. Suas cores claras trarão, também, um maior benefício térmico. Voltando à ventilação, outra a ser promovida será a vertical, ou seja, a retirada de ar quente do interior da edificação se dará através de um fluxo de ar ascendente, mediante ondas de convecção, com diferença de pressão. Dispositivos como espelhos d’água internos, aberturas zenitais e o distanciamento da cobertura do último nível de assentos serão utilizados para tal fim. Os vãos citados anteriormente, que tiveram atenção redobrada na sua alocação estratégica, poderão, até mesmo, favorecer a iluminação natural e o alcance visual, exceto claro, em locais, que devam 190 prevalecer a segurança e a privacidade (PORTAL2014, 2009b). Segundo a SECOPA (2012g), o índice de visibilidade externa e de iluminação natural de todas as áreas construídas, com exceção das arquibancadas, será de 90%. Figura 62 - As preocupações com o conforto térmico da Arena Pantanal. Fonte: Adaptado de VITRUVIUS (2012). Entretanto, é a proteção aos efeitos do sol a maior preocupação dos idealizadores deste projeto. A concepção da Arena Pantanal prevê que coberturas e fachadas sirvam de anteparo de sombreamento dos raios solares, evitando o acúmulo de calor nos ambientes internos. A exemplo, toda a envoltória será constituída de brises, que, originalmente, seriam em madeira certificada, mas que, em função de mudanças de projeto, serão em estrutura metálica associados a uma lona tensionada, para proteger os fundos das arquibancadas do calor e da incidência de sol diretamente no concreto. Segundo João Paulo Curvo Borges, engenheiro-geral responsável pelo projeto do estádio, a medida criará uma área de ventilação entre a fachada e a arquibancada, evitando o aquecimento da estrutura (DINIZ, 2012). O material escolhido, inicialmente, caso fosse certificado e tratado para intempéries seria bem mais adequado; primeiro, pela riqueza desta matéria-prima no Estado; segundo, pelas suas propriedades físicas mais adequadas para o isolamento da condutibilidade térmica, que chapas de estrutura metálica, mesmo que apresentassem custos iniciais e de manutenção mais elevados. 191 Em alguns trechos da fachada, também, serão utilizados vidros, que, apesar de não serem elementos construtivos adequados para Cuiabá, em alguns locais se fazem necessários. Teve-se uma preocupação com a relação entre o ganho de calor e as áreas envidraçadas, o que está diretamente relacionado com o clima local. Vidros adequados ao conforto térmico interno foram buscados e deverão possuir fator de ganho solar (SHGC - Solar Heat Gain Coeficcient) de, no máximo, 0,48, para não contribuírem com o ganho interno de calor dos ambientes. Esta preocupação com o conforto proporcionado por alguns materiais está presente, também: nas arquibancadas, que receberam em sua composição, adicionado ao concreto, elementos reflexivos; na cobertura, que sofrerá o mesmo procedimento; nas paredes, que estão recebendo alvenarias mais espessas, para terem a capacidade de reter o calor; nas cores de envoltórias e da cobertura, já que tintas mais claras absorvem menos calor que as escuras; etc. Estas mesmas tintas serão à base de água, menos tóxicas, por serem isentas de solventes químicos; portanto, isentas de COVs, que agridem a camada de ozônio e prejudicam a saúde dos que as manipulam e do ambiente onde são aplicadas (DINIZ, 2012). Outra preocupação refere-se à qualidade do ar nas atividades de construção, de forma a prevenir a poluição do ar e a contaminação de sistemas de refrigeração a serem utilizados, futuramente. Para isso, é proibido fumar no canteiro de obras, em ambientes internos; a geração de poeira, nas atividades de limpeza e acabamentos, é controlada; e dutos de ar condicionados são limpos e protegidos de contaminantes, durante suas etapas de montagem e instalação. A ação analisada é atendida, diversas vezes, por medidas empregadas pelos projetistas da Arena Pantanal. Logo, há uma busca para que o “Conforto Ambiental Passivo” seja atendido, da melhor forma possível em prol da sustentabilidade. Ao ser analisado à luz do LEEDTM, o novo estádio cuiabano atende aos únicos dois pré-requisitos obrigatórios: “Desempenho Mínimo da Qualidade do Ar Interno” e “Controle de Fumaça do Cigarro” da categoria “Qualidade Ambiental Interna” com as premissas expostas anteriormente. Oito pontos, dos 15 disponíveis, serão analisados nesta ação, os outros sete serão verificados no próximo item. Todos os créditos desta categoria têm a mesma pontuação, ou seja, apenas um ponto. Seus projetistas buscam alcançar pontos pelos créditos de: “Iluminação 192 Natural e Paisagem (Vistas)”, pelas medidas já apresentadas; pelo “Conforto Térmico” aplicado na concepção do projeto; e mais dois pontos, por “Materiais de Baixa Emissão (adesivos e selantes)” e também pelo crédito “tintas e vernizes”. Estes últimos 02 pontos vêm pelo empenho aplicado da não utilização de produtos tóxicos. Quatro pontos, até o momento, não serão alcançados em “Qualidade Ambiental Interna”, correspondentes à ação de “Conforto Ambiental Passivo”, por seus projetistas. São eles: “Materiais de Baixa Emissão (Carpetes e sistemas de piso)”; “Materiais de Baixa Emissão (Madeiras Compostas e Produtos de Agrofibras)”, estes dois não serão ratificados, pela não utilização destes materiais na construção. Um ponto é pela falta de “Controle Interno de Poluentes e Produtos Químicos” e outro, pela ausência de luz do dia em “Iluminação Natural e Paisagem”. Das ações possíveis, o LEEDTM contempla 50% delas; ou seja, quantitativamente a preocupação com o conforto ambiental passivo da edificação, também é atendido pelo processo de certificação ambiental. 5.4.3.10. Ação 10: Conforto Ambiental Ativo O conforto ambiental ativo abarca mecanismos que apresentam certo desprendimento energético, para adequarem os princípios físicos do ambiente envolvidos com as necessidades práticas do ser humano. Sistemas de aquecimento, ventilação, umidificação e refrigeração são seus principais exemplos. Países localizados em zonas temperadas têm preocupações maiores com calefação e sistemas de aquecimento; na Arena Pantanal esta preocupação é mínima. Baixas temperaturas dificilmente são registradas em Mato Grosso, o que dispensa sistemas de calefação; no entanto, água quente será necessária nos vestiários dos jogadores e em atividades de cozinhas e restaurantes, como principais usos. A instalação de um sistema de aquecimento solar usa coletores para absorver energia do sol e aquecer a água a ser utilizada na edificação. Um sistema bem projetado e dimensionado permite seu uso com os mesmos benefícios e características da água aquecida pelos sistemas tradicionais. Um investimento inicial maior, na aquisição de um sistema como este, é pago, através da redução expressiva no consumo de energia elétrica, em alguns anos; além de preservar o meio ambiente. 193 Outro sistema importante é o de climatização e refrigeração, talvez, este seja o mais importante mecanismo de conforto ambiental ativo da Arena. Todavia, será o maior consumidor de energia elétrica, também. As altas temperaturas da cidade obrigam que áreas técnicas, camarotes e áreas de impressa sejam refrigerados. O desprendimento energético, logicamente, será alto; mas, há medidas para que estes gastos se tornem mais racionais e, consequentemente, mais sustentáveis; todo este mecanismo foi projetado para atender a normativa ASHRAE 90.1-2007 quanto à chillers, unidades condensadoras, sistemas de automação e controle, isolamento, dimensionamento de dutos, balanceamento e comissionamento do sistema, de forma a garantir a qualidade do ar interna (SECOPA, 2012g). Já, a ventilação de ambientes internos, será realizada associada ao sistema de refrigeração do prédio. Uma preocupação por parte de seus projetistas deveria ser referente a equipamentos de resfriamento evaporativo, que são excelentes redutores de temperatura, em climas quente-secos, como o de Cuiabá. O princípio consiste em induzir a umidificação do ar mediante pressurização da rede hidráulica e vaporizadores especiais, que criam minúsculas gotas de água, na forma de névoa. A névoa úmida reduz a temperatura do ambiente, ao mesmo tempo em que aumenta a umidade relativa, preocupação bastante relevante para a cidade (VIGGIANO, 2010). Externamente, fontes d’água e chafarizes auxiliarão no aumento da umidificação. A sustentabilidade de uma ação como “Conforto Ambiental Ativo” é dificultosa; contudo, seus projetos apresentam soluções para o cumprimento deste item. No LEEDTM, dos sete pontos possíveis de “Qualidade Ambiental Interna”, já que oito foram apresentados anteriormente, apenas um, até o momento, será atendido o referente ao “Plano de Gestão de Qualidade do Ar (Durante a Construção)”. Ou seja, apenas 14% das ações LEEDTM têm preocupações com este tipo de conforto. Os seis pontos que não serão atendidos nesta categoria correspondem aos créditos de: “Monitoramento do Ar Externo”; “Aumento de Ventilação”; “Plano de Gestão de Qualidade do Ar (Antes da Ocupação)”; dois, pelo “Controle de Sistemas” de projeto e de ventilação; e mais um, pela verificação do “Conforto Térmico”. Pelo projeto se encontrar em sua fase de execução, muitos destes pontos apresentados, nesta categoria e nas anteriores, poderão ainda ser retificados. Apresenta-se, na próxima seção, a avaliação final das diretrizes de todas as ações. 194 5.4.4. Avaliação Final das Diretrizes Projetuais de Sustentabilidade Além das ações de sustentabilidade desenvolvidas para esta pesquisa, a certificação ambiental norte-americana LEEDTM apresenta ainda mais duas categorias, as quais, os projetistas da Arena Pantanal almejam serem bonificados: “Inovação e Processo do Projeto” e “Créditos Regionais”. Estas ações, por não abordarem a sustentabilidade, em si, não são relevantes para o desenvolvimento desta metodologia; entretanto, quando alguma destas medidas adotadas, por seus projetistas, abrangia tal temática esta fora considerada na sua matriz de origem. Na primeira categoria, a aplicação de experiências inéditas nas etapas de projeto e de canteiro de obras geram pontos, à medida que são incluídos processos novos e renovadores em atividades técnicas, em prol de sua qualificação e aprimoramento. Dos seis pontos disponíveis, nesta categoria, até o momento, o projeto já alcançou cinco, todos eles com apenas um ponto de bonificação, pelas seguintes ações: a utilização de um profissional acreditado LEEDTM, para o desenvolvimento da metodologia, já que este poderá tornar o projeto o mais sustentável possível e evitará que sejam cometidos erros em seu desenvolvimento; a presença do dobro da área livre disponível no entorno da edificação, complementando a categoria “Espaço Sustentável”; a aplicação de tecnologias inovadoras para o tratamento de efluentes, como já aludido anteriormente, na ação “Água - Conservação e Reuso”; pela implantação de um programa de educação ambiental, citado quando se abordou a Copa em Cuiabá; e por último, pela ampliação do programa de reciclagem, durante a etapa de obras. Um ponto ainda não fora creditado, referente à recuperação exemplar de APPs, no entono da Arena, já que esta medida ainda não fora executada, o que impede que seu ponto seja concedido. Já na segunda categoria “Créditos Regionais”, item que não fora ainda totalmente adaptado à realidade brasileira, peculiaridades do mercado da construção civil nacional e do entorno da construção, em Cuiabá, se tornam relevantes e podem ser creditados. As prioridades regionais abrangem até quatro pontos, distribuídos em créditos unitários. Segundo, um dos últimos “Status de Pontuação Certificação LEED”, que fora disponibilizado pela Concremat Engenharia, a Arena Pantanal buscará três pontos. Um pelo uso eficiente de água no paisagismo, principalmente pela utilização de espécies nativas dos três biomas que compõem o Estado: cerrado, 195 pantanal e amazônico, acostumados à escassez de água, durante o período seco. Outro ponto, pela adequação das técnicas de medições e verificações da categoria “Energia e Atmosfera”. E, finalmente, um, pelo emprego de tecnologias inovadoras para águas servidas, complementando a categoria “Uso Racional da Água”. Assim, pela certificação LEEDTM, a Arena Pantanal obterá, até o momento, 49 pontos, 38 pelo projeto e 11 pela etapa de construção. Estes 49 pontos correspondem à categoria de “Certificado”, entretanto, como a certificação “Silver” inicia-se com 50 pontos, há um esforço das equipes de sustentabilidade de alcançarem um reconhecimento maior. Esta pontuação poderá ser retificada enquanto as obras não forem concluídas, já que a avaliação final só é realizada ao final do processo. Se alguma das exigências previstas nos pré-requisitos não for cumprida, todo o esforço com a sustentabilidade do projeto pode ser perdido. Para que isso não ocorra, regularmente, as ações desenvolvidas são monitoradas, evitando que ocorrências graves possam colocar em risco a certificação e anos de empenho. Todos os requisitos de projeto apontados deverão ser comprovados depois da execução das obras, em auditoria própria à matriz americana, onde toda a documentação será encaminhada. Qualquer tipo de arquivo poderá ser solicitado, na auditoria final da Arena Pantanal, em língua inglesa, e deverá ser apresentado para que, de fato, o crédito, em análise, seja sancionado. O simples ato de verificar sempre as alterações de projetos, em obra, não repercute no atendimento de requisitos da certificação. A normativa, apesar da sua origem estrangeira, garante sempre o cumprimento da legislação local, pois se trata de um “requerimento mínimo” de respeito às leis locais, que deve, obrigatoriamente, ser atendido. Algumas medidas estão sendo adotadas pelos gestores, como forma de transcorrer o processo de certificação da melhor forma possível; medidas simples, envolvendo os processos de gestão burocrática e controle do canteiro. São elas: evitar, fundamentalmente, todo e qualquer tipo de impacto visivelmente identificável para evitar notícias de má fé, denúncias ambientais, ou da vizinhança; executar as ações em suas etapas correspondentes, sem acometer fases; evidenciar o atendimento dos requisitos, em todas as etapas; controlar as evidências de atendimento, por cada uma das etapas da construção; rastrear rigorosamente os documentos envolvidos com o projeto: notas fiscais, dados, licenças, projetos, manifestos; e etc. 196 Este processo de certificação ambiental da Arena Pantanal se tornou mais lento nos últimos meses, assim como sua obra, uma vez que a Arena Pantanal foi excluída da Copa das Confederações FIFA 2013TM, a ser realizada em junho do próximo ano, nas cidades do Rio de Janeiro-RJ, Belo Horizonte-MG, Brasília-DF, Salvador-BA, Recife-PE e Fortaleza-CE. Para que o estádio de Cuiabá não ficasse muito tempo sem ser utilizado, para a Copa do Mundo FIFA 2014TM, a SECOPA diminuiu o ritmo das obras, de forma a tornar o estádio o menos ocioso possível. Das doze cidades-sedes, o Verdão foi o que menos evoluiu, no ano de 2012. Em março, 43% das obras estavam prontas; até outubro, este percentual foi acrescido em apenas 7%. Neste mesmo período (março-outubro), o Castelão, por exemplo, avançou 32%; o Mineirão, 34%; o Mané Garrincha, 29% e a Fonte Nova, 20% (PORTAL2014, 2012a). Além disso, houve uma preocupação do Governo do Estado em arcar com os custos elevados de sua manutenção. Caso este ficasse pronto e fechado, durante um ano e meio, até os jogos oficiais, em junho de 2014. Já, ao analisar o Estádio Governador José Fragelli, comparativamente, com a síntese da sustentabilidade das principais ecoarenas pelo mundo, contata-se que a arena cuiabana é uma exceção aos outros complexos esportivos levantados e a única onde foram encontradas todas as ações comuns, desenvolvidas na metodologia desta pesquisa. É claro, que estas ações foram ratificadas através do material bibliográfico levantado, podendo alguma delas apresentar um maior número de itens de sustentabilidade, que, infelizmente, não foram levantados pela escassez de divulgação destes e/ou pela limitação imposta para averiguar ,cada um deles, in loco. Se das 8181 unidades examinadas, cerca de 1,13% apresentam algum atributo relevante de sustentabilidade associado ao seu projeto, menos de 0,14% dos estádios pesquisados contemplam todas estas; o que faz com que a Arena Pantanal destaquese no cenário mundial de complexos esportivos ambientalmente corretos. Das 81 amostras levantadas, que apresentaram, como média, 62,6% de ações sustentáveis, complexos como: o Moses Mabhida Stadium, na África do Sul; a Arena do Grêmio, em Porto Alegre; o CenturyLink Field, em Seattle, nos EUA; o Aviva Stadium, na Irlanda; a Stockholm Arena, na Suécia; e a Signal Iduna Park, na Alemanha, se destacaram por apresentar 90% das ações contempladas. Índice 10% menor, na média, do que o apresentado pela subsede cuiabana (TABELA 08). 197 TABELA 08: Análise quantitativa dos aspectos de sustentabilidade das ecoarenas mais sustentáveis. Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Ao analisar-se a TABELA 08, apura-se que preocupações com aspectos de sustentabilidade, como: “Ambiente Urbano e Paisagístico”, “Transporte”, “Água Racionalização”, “Energia - Demanda Minimizada”, “Materiais Ecológicos”, “Resíduos e Reciclagem” e “Conforto Ambiental Passivo” são comuns nas oito arenas mundiais levantadas, ambientalmente, mais corretas. O grande diferencial da Arena Pantanal, frente aos outros sete complexos, é apresentar mutuamente as ações “Água – Conservação e Reuso”, “Conforto Ambiental Ativo” e “Energia – Fontes Renováveis”. Ações que minimizam a quantidade de água e energia, provenientes da rede, necessária para o abastecimento da Arena Pantanal, reduzem a quantidade de gases poluentes desprendidos, além de fazerem jus aos desprendimentos econômicos elevadíssimos, investidos para a construção de todo o seu complexo. A Ação 05: Energia – Fontes Renováveis é exatamente a que menos aparece, em todos os 8181 estádios levantados. Das 81 ecoarenas mundiais selecionadas, apenas 33,3% destas apresentam este processo de utilização alternativa de energia. Até mesmo em Cuiabá, sua presença, através de placas fotovoltaicas, ainda não foi ratificada, mas se tornará uma obrigação, em função do financiamento disponibilizado pelo BNDES, que em suas cláusulas exige a adoção de tal medida. Já a Ação 04: Água - Conservação e Reuso é um pouco mais presente e aparece em 58% das ecoarenas mais sustentáveis. O que faz com que o CenturyLink Field, o Signal Iduna Park e a Stockholm Arena apresentem um diferencial maior, perante as outras arenas, ao se destacarem em uma ação difundida, ainda de forma limitada. 198 Ao fim das análises dos parâmetros de sustentabilidade, presentes no projeto da Arena Pantanal e de sua comparação com as principais ecoarenas mundiais, constatou-se que a adoção destas práticas é muito mais eficiente, se tomada desde a sua concepção e planejamento, onde os custos de implementação são menores e as possibilidades de intervenção são maiores. Percebeu-se também, a importância de estudos de viabilidade confiáveis, aliados à análise qualitativa do empreendimento, os quais suportam o processo de tomada de decisões de projetistas, engenheiros e arquitetos. Ou seja, construir, ou não, uma edificação mais sustentável deve ser uma decisão inicial de seus gestores, ou proprietários, a qual guiará todo o empreendimento, desde suas origens. Esta deliberação foi praticada pelo Governo de Mato Grosso, seu empreendedor local, e por toda a sua rede de integrantes, que vêm trabalhando em conjunto. Ao descartarem, prematuramente, o projeto desenvolvido por Castro Mello Arquitetos para representar Cuiabá, em seu processo de candidatura para sediar a Copa do Mundo, seus gestores estavam preocupados com a Arena Pantanal se tornar um “elefante branco”, pela fragilidade do futebol no Estado. Risco este apontado por importantes consultoras financeiras, como a Crowe Horwarth RCS em seu relatório “Gestão do Ativo Estádio – Viabilidade Econômico-Financeira de Estádios e Arenas para a Copa de 2014” e pelo próprio Tribunal de Contas da União (PORTAL2014, 2010b). Tamanhas preocupações com o contexto cuiabano e com as peculiaridades implícitas em seu sítio já ambicionavam que medidas ditas sustentáveis seriam adotadas e incorporadas ao seu novo produto final, que acabou sendo desenvolvido pelo escritório GCP Arquitetos. Uma construção sustentável, seja um moderno estádio de futebol, seja um edifício multifamiliar, nasce a partir destas atitudes ecológicas. Para isso, os envolvidos na sua concepção (empreendedores, profissionais, construtores, operários, fornecedores, futuros usuários e equipes de manutenção) tiveram, como meta, esta premissa. Entende-se este processo de forma holística, ao se buscar minimizar os impactos, sem prejuízo da qualidade da obra (CESAR; OBATA, 2012). Infelizmente, a construção sustentável ainda não é uma realidade no Brasil, uma vez que a adoção de práticas vinculadas a esta temática é dificultada por normas e empresas não preparadas, o que onera o custo da implantação destas ações. A dificuldade dos gestores da Arena Pantanal em conseguir tijolos cerâmicos 199 certificados, para o fechamento de ambientes internos, dentro do próprio Estado, é um exemplo desta falta de preparo. Em contrapartida, os benefícios decorrentes de práticas como esta, não são considerados ao longo do ciclo de vida da edificação, assim como, o da qualificação da indústria local, já que há o estimulo a produção de materiais sustentáveis, no próprio Mato Grosso, para outros empreendimentos. Hoje, um empreendimento que não adota a sustentabilidade deixa de ser competitivo, principalmente porque seus usuários estão mais conscientes e exigentes, quanto à importância de se escolherem práticas que preservem o meio ambiente e que adotem, não só medidas compensatórias, para minimizar seus impactos negativos, mas que, realmente, demonstrem, através de relatórios de sustentabilidade, ter colocado em prática os compromissos assumidos em relação aos riscos que seu negócio representa (CESAR; OBATA, 2012). É esta conscientização e sensibilização, movida pela reeducação de sua população, que estimula a edificação de empreendimentos ditos “verdes”, através de uma mudança de postura, voltada para o compromisso com as futuras gerações, na forma de se projetar e edificar. Construtoras, por exemplo, vêm se tornando cada vez mais competitivas e acreditam que tal atitude, com base em ações vinculadas a campanhas de marketing, fará com que sejam mais bem aceitas por toda a sociedade. Estas ações, sejam os parâmetros utilizados neste trabalho para estádios, sejam os destacados de cada empresa, devem ser muito bem gerenciados e, com a compreensão total de que um, não deve ser totalmente desvinculado do outro. Caso isso ocorra, teremos exemplos de “green washes”, ou seja, de práticas pouco efetivas rodeadas de discursos fervorosos e marqueteiros sobre sustentabilidade. É comum, o levantamento de arenas ditas sustentáveis, em seus discursos, mas que de fato, na prática, não apresentam informações coerentes e de fato críveis. Geralmente, estas acabam sendo limitadas a textos carentes de técnica e atendendo sempre aos mesmos itens, considerados abrangentes: ventilação natural, aproveitamento da luz natural e proteção do entorno. Todavia, nenhuma informação mais detalhada é revelada. Outro ponto a ser levantado é que ações de sustentabilidade, muitas vezes, tem um custo inicial maior e se pagam ao longo de um determinado tempo; todavia, a construção civil ainda se preocupa muito com o curto prazo e o retorno imediato de seus investimentos, o que descarta muitas destas ações (NASCIMENTO, 2010). 200 Segundo Blanco (2008), ações, por exemplo, referentes à economia de água e de energia elétrica, como as implantadas na Arena Pantanal, ou até mais desenvolvidas, devem ser altamente levadas em consideração, pois, apesar do seu custo maior de implantação, se refletem na redução de custos, com a operação e manutenção da edificação, onde estes itens representam seus maiores gastos. Se a ação referente à utilização racional de água na Arena Pantanal é bem atendida, o mesmo não se pode dizer do sistema de energia elétrica. Pelo LEEDTM, a pontuação é baixa e não vai ao encontro das ideias apresentadas por John; Sheard; Vickery (2007) e FIFA (2011), que almejam a independência do estádio da rede elétrica local. A inovação tecnológica é indispensável e um dos principais aliados na busca de horizontes de sustentabilidade para a arquitetura e para o meio urbano. Não se pode mais aceitar os prejuízos causados à cidade e à população, devido à falta de investimentos na concepção de projetos particulares sustentáveis. O estabelecimento de uma arquitetura “mais verde”, aliada ao meio ambiente circundante, é um dos primeiros passos (OLIVEIRA, 2006). Pesquisas e investimentos em novos materiais, acabamentos, posicionamento da edificação, etc, retratam uma nova forma de pensar e de minimizar os impactos negativos das construções sobre o meio ambiente. A arquitetura não deve ser prisioneira de valores plásticos e formais, como os apresentados por Castro Mello Arquitetos, no primeiro projeto cuiabano, frutos de uma globalização de valores padronizados e associações a utopias culturais. Esses valores descontextualizados e meramente simbólicos, dissociados de uma função mais plena, podem conduzi-los a inadequações ambientais (OLIVEIRA, 2006). Os paradigmas de desenvolvimento, padrões de consumo, os conceitos de conforto e segurança necessitam ser revistos, como, acertadamente, o escritório GCP Arquitetos parece ter se envolvido. Estes itens precisam ser mais racionais e menos estéticos; a função deve se sobrepor à forma em períodos de crises energéticas e ambientais, como as quais, continuamente, somos afligidos. Em épocas de escassez de materiais, a sustentabilidade deve ser o caminho e a principal vertente a qual devemos seguir. A tecnologia tem capacidade para a resolução destes problemas, mas deve ser aplicada de forma crítica e questionadora, não ignorando técnicas tradicionais e comprovadamente eficientes, mas se aliando a elas, levando os espaços construídos à sustentabilidade espacial, econômica e ambiental. 201 6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho buscou explorar os possíveis impactos da adoção de um modelo de sustentabilidade em estádios de futebol, com foco na Arena Pantanal, em CuiabáMT, em prol do meio ambiente e da inovação do setor brasileiro da construção civil. Acredita-se que o objetivo central deste trabalho foi atendido, ao refletir que a adoção de propostas de projetos sustentáveis, desde a concepção da obra arquitetônica, facilita a criatividade, maiores índices de qualidade, o desenvolvimento de novas técnicas construtivas, assim como, da manutenção e da operação da edificação, ao longo de seu ciclo de vida, sem afetar o seu ecossistema circundante em grande escala. Afinal, nenhum projeto de grandes proporções, como este, é 100% sustentável; podendo sim, ter seus impactos amenizados. Os indicadores de sustentabilidade utilizados, nesta pesquisa, como ferramentas para esta avaliação, pela sua simplicidade, facilitaram a compreensão do tema, proporcionaram a apreciação de que o estabelecimento de metas e estratégias pode ser fundamental para se alcançar bons resultados e poderão contribuir, até mesmo, com a avaliação de outras arenas. Mesmo que, a princípio, neste estudo de caso, trabalha-se apenas com a certificação mais básica do LEEDTM; isto já é um avanço para um Estado, que não apresenta nenhuma edificação com tal “selo”. Arenas como as em construção/reforma, para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM e para as Copas de 2018 e 2022, que apresentam um maior número de ações de sustentabilidade e tem esta preocupação desde a sua concepção, necessitam de uma metodologia mais aprofundada para serem comparadas entre si, ou, até mesmo, com a Arena Pantanal. Talvez, aqui, estas ações necessitassem ser desmembradas, de forma mais criteriosa, para atender a um maior número de itens pré-existentes. Pode-se demonstrar com este estudo da Arena Pantanal que, mesmo seu projeto tendo ainda muitas medidas a serem potencializadas, para contribuir 202 plenamente com o desenvolvimento sustentável, sua aplicação, na realidade da construção civil brasileira, já é um avanço. Com este estádio constatou-se que ações ecológicas não deveriam ser mais tratadas como uma questão de escolha (opcionais), para grandes empreendimentos, e, sim, de obrigação. O meio ambiente necessita deste tipo de esforço, ou investimento sustentável, principalmente em um dos setores que mais contribuem para a poluição do planeta. Só assim, se reduzirá a quantidade de insumos, de energia aplicada, de poluentes liberados, e de resíduos produzidos em grandes complexos, em prol do pleno desenvolvimento das próximas gerações. A reflexão sobre a sustentabilidade mostra que esta deve ser tratada como um requisito de projeto (integrado, e não pensado em partes), com apoio de um aparato jurídico, quando necessário, e não como um diferencial, pois se não, esta não conseguirá se sustentar, em virtude de muitas das técnicas construtivas adotadas serem mais onerosas que as tradicionais, fazendo com que, muitas vezes, o retorno econômico, só seja alcançado após muitos anos de operação e com a redução de custos com manutenção. Aqui, cabe frisar que a preocupação com o empreendimento deve se esforçar para atender positivamente e hipoteticamente ao tripé apresentado no Capítulo 02: economia, sociedade e meio ambiente; o que representaria uma mudança de paradigma no setor da construção civil. Em relação aos objetivos secundários da pesquisa, acredita-se, também, que foram atendidos. Ao abordar o contexto da sustentabilidade, desde sua contextualização histórica, passando pela sua aplicação na construção civil, até chegar às arenas, lançou-se um olhar sobre a problemática da limitação dos recursos naturais para as futuras gerações, e da construção civil, como uma das principais atividades humanas responsáveis pela degradação do planeta. Acompanhou-se, ao longo deste trabalho, a evolução do conceito de sustentabilidade, em grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas; processo este, que reflete grande parte das experiências políticas (modelos) de planejamento, urbanismo e economia que se estabeleceram em nossa história, no decorrer das décadas. Abrangendo, desde o total descaso das autoridades com o conceito base, até uma mudança de postura, focando o meio ambiente, como uma das suas principais vertentes. Alternando apenas em função dos atores envolvidos (públicos e privados) e do posicionamento da sociedade, o que beneficia 203 determinados grupos em detrimento de outros, conforme a mobilização política. Infelizmente, os impactos oriundos destes acabam sendo muito maiores que os retornos previstos e prometidos421. Apontou-se, também, a importância do papel estratégico dos Estados, por meio de financiamentos nos projetos de sustentabilidade, ligados, por exemplo, a XX Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM, mesmo que repassados à iniciativa privada. E de entidades provedoras de grandes eventos esportivos, como o COI e a FIFA, através de suas normativas e de Agências Certificadoras (mesmo que a mais internacionalmente aceita, a LEED, não seja a mais adequada para a realidade brasileira, de país periférico), de promoverem a sustentabilidade, a inovação dos equipamentos esportivos e de toda a infraestrutura necessária para a realização destes marcos midiáticos, em seus respectivos países e cidades-sedes. Estas cidades/países, hoje, se tornaram quase que verdadeiras “multinacionais”, exportando sua imagem, modelos de gestão, planejamento e urbanismo. O projeto da Arena Pantanal, por exemplo, é uma clara iniciativa do governo mato-grossense de tornar sua capital mais competitiva, de mostrar ao mundo, ao longo de quatro partidas, quando esta será o foco das atenções do planeta (mesmo que estas sejam bem mais futebolísticas), que o “celeiro do país” cresce economicamente e urbanisticamente de forma sustentável, integrado a logística nacional. Muito mais que um paraíso ecológico, o Estado tenta se (a)firmar, através de uma nova imagem, um “rótulo”, como sede de uma metrópole regional, de um forte entreposto comercial, além do Distrito Federal, fluxo de mercadorias e riquezas. Um discurso muito mais político, em prol de interesses privados e da especulação imobiliária, do que com as preocupações do desenvolvimento sustentável em si; e, para isso, se apoia em um projeto bastante simbólico. A “Copa Verde”, a “Copa do Pantanal”, como ficou conhecida a subsede cuiabana, assim como a “Copa da Amazônia”, como é retratada a subsede manauara, evidenciam que a inclusão destas neste torneio futebolístico não se deve ao seu futebol pouco expressivo e sim a um projeto de desenvolvimento nacional maior dito 421 Como exemplo, podemos citar: os Jogos Pan-Americanos de San Domingo, na Republica Dominicana, em 2003; os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007; a Copa do Mundo FIFA 2010, na África do Sul; os Jogos Olímpicos de Verão de Beijing, 2008, na China e os de Atenas, na Grécia, 2004, pelas suas gestões conturbadas. Para maior aprofundamento destaque-se Mascarenhas; Bienenstein; Sánchez (2011). 204 “sustentável”, que engloba seus respectivos biomas, visando lucros. As respectivas capitais do centro-oeste e do norte são vendidas a partir de “imagens síntese”, ou “ideias força”, a fim de se promoverem perante as outras entidades federativas e no mercado mundial de cidades (SÁNCHEZ, 2003). Mesmo que no período do megaevento correspondente, a adornada “vitrine” possa se revelar “vidraça”. Caso Cuiabá, seja bem sucedida com seus preparativos e com o evento em si, poderá se tornar um símbolo de cidade verde e ecológica. Podendo atrair diversos outros eventos nacionais e internacionais, além de qualificar seu turismo para todo o mundo. Segundo Mascarenhas; Bienenstein; Sánchez (2011) esses marcos são enaltecidos pelos gestores e empreendedores como valorosos legados, que podem atrair novos investimentos, colocando em vantagem, a capital do Mato Grosso, no cenário competitivo de cidades-mercadorias. Este trabalho buscou contribuir com observações da sustentabilidade, em um campo pouco explorado, o qual ainda necessita evoluir muito; através de um convite à reflexão e à discussão de uma nova maneira de se pensar eventos e projetos de grande impacto e envergadura, no mundo e em nosso país. Ressaltando a importância do setor da construção civil, seja através de financiamentos públicos, seja através da iniciativa privada (através de estímulos governamentais), na promoção da cidadania, da inovação e, principalmente, da promoção do desenvolvimento sustentável. Concluiu-se que a adoção de um estudo exploratório e de pesquisa de modelos de sustentabilidade, adotados em estádios de futebol edificados em outros países, como referência para avaliar o objeto de pesquisa em questão, foi adequado; uma vez que o ineditismo da questão fora dificultador na obtenção de bases teóricas e de um modelo de comparação e análise. Soma-se a este fato, o adiamento da conclusão das obras da Arena Pantanal para meados de 2013, em função da exclusão de Cuiabá para a realização da Copa das Confederações FIFA 2013, em detrimento ao prazo original, final de 2012, o que impediu possíveis medições necessárias. Além da dificuldade de acesso, a informações do projeto e do acompanhamento das obras da construção do Estádio Governador José Fragelli, por parte das autarquias do governo do Estado de Mato Grosso. Talvez, com a conclusão de todos os projetos e com o encerramento da XX Copa do Mundo FIFATM Brasil 2014, um estudo quantitativo possa vir a ser realizado, o que contará, também, com os relatórios de 205 análise e impacto a serem produzidos por cada uma das cidades-sede e pelas esferas de governo responsáveis, em função da repercussão do evento. A conclusão deste é que a adoção de propostas de projeto, “ditas sustentáveis”, traduzidas, neste trabalho, pelas iniciativas para se obter uma pontuação mais elevada de certificação LEED, ou de atender um maior número de ações consideradas sustentáveis é altamente benéfica para o meio ambiente, desde que estejam elencadas nas premissas de idealização e concepção do projeto. O que torna o país inclusivo, ao harmonizar suas ações industriais com as demandas/limites naturais, através das inovações do setor da construção civil (BISMARCHI, 2011). Ainda que muito desta “sustentabilidade”, fundamental para o recebimento de financiamento do BNDES, tenha, por trás, muito de pesadas campanhas de marketing do que de mecanismos de redução de impactos ambientais. Entretanto, estas medidas tão escassas, de preocupação com o meio ambiente, como a do objeto pesquisado, são um avanço e servirão de referencial teórico para que novos/futuros projetos possam vir a ser estudados, caso-a-caso, em seu ambiente circundante, em seus pormenores, não havendo uma fórmula/lei geral para ser aplicada. Com a evolução desta pesquisa, alguns pontos relevantes foram identificados, abrindo uma gama de possibilidades para novos estudos decorrentes do processo de sustentabilidade, que se planeja pesquisar em próximas oportunidades, a saber: Uma análise do “durante” e do “pós-copa”, em Cuiabá, principalmente de seu estádio e de seu entorno (infraestrutura disponibilizada, saneamento, drenagem, sistema viário). Consistirá este equipamento de um “elefante branco” (SALGADO, 2011), sem uso, como é duramente apontado? Será que a Arena Pantanal e seu usufruto estarão acessíveis para toda a sociedade? Ou somente seu entorno será passível de atividades esportivas? Como ocorre, na metrópole fluminense, com o Maracanã e o Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), como apontam Mascarenhas; Bienenstein; Sánchez (2011). Um estudo a respeito das preocupações com estádios e com a sustentabilidade, da Copa do Mundo do Brasil 2014, e sua influência direta em países também em desenvolvimento, que virão a receber os próximos 206 mundiais: Rússia, 2018 e Catar. E, principalmente, aos países limítrofes Argentina e Uruguai, que se propuseram a sediar conjuntamente o mundial de 2030, que marca o centenário das copas e da sede uruguaia de 1930. Uma metodologia própria para a análise comparativa ambiental e econômica de estádios de futebol, respeitando as peculiaridades culturais, bioclimáticas e geográficas, não necessariamente por somatório de pontos, e sim, por auditorias presenciais, sistemas de gestão e cálculos matemáticos relevantes. De forma a qualificar, quantitativamente, que arena é mais sustentável e de que forma o êxito fora alcançado. Esta mesma metodologia poderia ser aprimorada, para poder trabalhar com arenas que apresentem quesitos de sustentabilidade, desde sua concepção, como as do Mundial de 2014. As coberturas são cada vez mais exigidas em estádios de futebol, não só pela proteção a intempéries, mas pelo conforto ambiental e pelo isolamento acústico gerados e por mecanismos associados a elas como: recuperação e coleta de água pluviais; instalação de placas de energia solar e fotovoltaicas; dentre outros. Desta forma, sua concepção, materiais empregados e estrutura são uma temática que já conta com certa dedicação de pesquisadores, principalmente estrangeiros, mas ainda tem muito para ser explorada. A análise detalhada, de cada um dos subsistemas de um estádio de futebol, ou de uma edificação análoga, providos por seus projetistas: desde a sua concepção, passando pela sua execução e gestão, até alcançar o funcionamento e a manutenção. Englobando, por exemplo: sistemas de reaproveitamento e captação de águas pluviais, sistemas de uso de energia e eficiência, sistemas de reaproveitamento de dejetos líquidos e sólidos, dentre outros detalhes importantíssimos para a construção de um futuro sustentável. O estudo dos meios de transporte utilizados no deslocamento de uma Copa do Mundo; já que, comparativamente à centralidade dos Jogos Olímpicos, sua dispersão, em diversas cidades-sedes, agrava e contribui com a emissão de 207 gases de efeito estufa, de forma mais danosa que a construção de uma arena. São estes gases, provenientes destes deslocamentos, os maiores geradores da poluição atmosférica associada a grandes eventos esportivos mundiais. O papel das barreiras e empecilhos criados dentro da estrutura da construção civil, para soluções de edificações mais sustentáveis: o costume de se projetar em equipes isoladas, onde o projeto deveria ser integrado; a cultura administrativa da licitação e contratação pelo menor preço; a ausência de uma fiscalização adequada; a descontinuidade dos contratos, que finalizam antes do término da obra; a falta de consciência ambiental por parte dos órgãos públicos e das empresas de projeto e obras; a ausência de uma gestão ambiental da administração pública; a continuidade de um aparato legislativo ultrapassado; a necessidade da incorporação de critérios ambientais, ainda renegados; a necessidade de se requalificar a mão-de-obra para mudanças na cultura da construção, que privilegia materiais tradicionais; a documentação, avaliação e análise de todas as etapas, de forma a prover subsídios para projetos futuros; este é outro importante tema a ser aprofundado, a partir de pesquisas. 208 209 REFERÊNCIAS 24HORASNEWS. Torre de Iluminação do Verdão é Demolida. In: Portal 24HorasNews, 17 mai. 2010. Disponível em: <http://www.24horasnews.com.br/in dex.php?mat=328858>. Acesso em: 12 out. 2012. AALTONEN, G. The History of Architecture. Icon Buildings Throughout The Ages. New York-NY, USA. Metro Books, 2008. 256 p. ALMEIDA, M.; DIAS, A. C.; DIAS, B.; ARROJA, L. M. A Declaração Ambiental de Produto Para Materiais de Construção. Universidade de Aveiro, 12 mai. 2011. PowerPoint, 21 slides. Guimarães, Portugal. Disponível em: <http://acv.ibict.br/publicacoes/trabalhos-apresentados-em-eventos/3_ACV%20Mari sa%20Almeida.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2012. ANCPC - ARTICULAÇÃO NACIONAL DOS COMITÊS POPULARES DA COPA. Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil. In: Portal Popular da Copa e das Olimpíadas. 2011. Disponível em: <http://www.portalpopular dacopa.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=198:dossi%C3%AA-naci onal-de-viola%C3%A7%C3%B5es-de-direitos-humanos>. Acesso em: 06 dez. 2012. ANDRADE, E. M. N. de. Sustentabilidade em Áreas Urbanas: Análise do Sistema Viário do Campus Sede da UFMT. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental. Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá-MT. 2010. 194 p. ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO. Especial Construção Sustentável. Edição 01. São Paulo: Editora Abril S. A., 2010. 130 p. BAKEMA, G.; SNIJDERS, A. L. Field Heating and Space Cooling at “Gelredome” Multifunctional Stadium in Arnhem; an Example of Heat-Pump Application in the Netherlands. 1998. Disponível em: <http://intraweb.stockton.edu/eyos /energy_studies/content/docs/proceedings/BAKEM.PDF>. Acesso em: 19 abr. 2012. BAPTISTA, L. B. Agenda 21, Uma Experiência em Volta Redonda. Dissertação de Mestrado em Arquitetura & Urbanismo. Área de Concentração: Gestão do Espaço Urbano. Universidade Federal Fluminense. Niterói, Rio de Janeiro, 2008. 129 p. BANERJEE, N. Philadelphia Eagles Go Greener With Eco-friendly Stadium. In: Los Angeles Times, 09 jan. 2011. Disponível em: <http://articles.lati mes.com/2011/jan/09/nation/la-na-envir onmental-eagles-20110109>. Acesso em: 13 abr. 2012. BERROCAL, G. Introdução à Construção Sustentável e Aplicação da Certificação LEED-NC na Arena Pantanal. In: Concremat Engenharia e Tecnologia S/A. Apresentação de PowerPoint, 2012. 149 p. BILENKY, T. BNDES Força Estádios a Ficar "Verdes" Para Copa-14. In: Portal UOL, 20 jun. 2010. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/ me2006201012.htm>. Acesso em: 20 nov. 2012. 210 BISMARCHI, L. F. Sustentabilidade e Inovação no Setor Brasileiro da Construção Civil: Um Estudo Exploratório Sobre a Implantação da Política Pública Baseada em Desempenho. Dissertação de Mestrado em Ciência Ambiental. Universidade de São Paulo. São Paulo-SP. 2011. 173 p. BLANCO, M. Ecoeficiência. In: Revista Construção Mercado n° 87, out. Editora PINI. 2008. Disponível em: <http://revista.construcaomercado.com.br/negocios incorporacao-construcao/87/artigo120605-1.asp.>. Acesso em: 30 set. 3012. BLOG COPA VERDE. Entrevista com Ian McKee e Vicente de Castro Mello. In: The Copa Verde Plan: Blog, 20 fev. 2010 Disponível em: <http://blog.copaverde.com/2010/02/20/entrevista-com-ian-mckee-e-vicente-decastro-mello/>. Acesso em: 09 jul 2012. BOL. Distúrbios de Port Said Entram Para Rol de Tragédias nos Estádios de Futebol. In: BOL Notícias, 01 fev. 2012. Disponível em: <http://noticias.bol.uol. com.br/esporte/2012/02/01/disturbios-de-port-said-entram-para-rol-de-tragedias-nosestadios-de-futebol.jhtm>. Acesso em: 11 jul. 2012. BRASIL, P. de C. Diretrizes Para um Modelo de Gerenciamento do Processo do Projeto em Edificações Sustentáveis. Dissertação de Mestrado em Arquitetura & Urbanismo. Área de Concentração: Projeto, Produção e Gestão do Edifício. Universidade Federal Fluminense. Niterói, Rio de Janeiro, 2010. 129 p. BRASIL. Mato Grosso Negocia Desocupação de Área Militar Para Projetos de Mobilidade. In: Portal da Copa, 23 set. 2011. Site do Governo Federal sobre a Copa do Mundo FIFA 2014TM. Ministério dos Esportes. Disponível em: < http://copa2014admin.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/mato-grosso-negocia-desocupa cao-de-areamilitar-para-projetos-de-mobilidade>. Acesso em: 18 nov. 2012. _______. Madeira Certificada, Carbono Neutralizado e Elevadores Inteligentes: Arena Pantanal. In: Portal da Copa, 22 fev. 2012. Site do Governo Federal sobre a Copa do Mundo FIFA 2014TM. Ministério dos Esportes. Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/sustentabilidade-uma-das-marcas-naarena-pantanal-em-cuiaba>. Acesso em: 19 nov. 2012. _______. Arena Pantanal - Estádio José Fragelli. In: Portal da Copa, mar. 2012a. Site do Governo Federal sobre a Copa do Mundo FIFA 2014TM. Ministério dos Esportes. 2012a. Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/arena/cuiaba>. Acesso em: 22 mai. 2012. _______. Pórticos Para Sustentar Cobertura da Arena Pantanal Começam a Ser Montados. In: Portal da Copa, 29 jun. 2012b. Site do Governo Federal sobre a Copa do Mundo FIFA 2014TM. Ministério dos Esportes. Disponível em: <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/porticos-para-sustentar-cobertura-daarena-pantanal-comecam-ser-montados>. Acesso em: 20 nov. 2012. CABRAL, V. Mato Grosso Deve Receber R$ 26 Bilhões de Investimentos Até 2014. In: Olhar Direto - Notícias de MT, 21 ago. 2012. Disponível em: < http://www. olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Mato_Grosso_deve_receber_R_26_bil hoes_de_investimentos_ate_2014&id=276003>. Acesso em: 01 dez. 2012. 211 CAPE TOWN CITY. Green Goal Action Plan. 2010 FIFA World CUP. Cape Town, South Africa: SAppi, 2008. 60 p. _________________. Green Goal Progress Report. 2010 Fifa World Cup. Cape Town, South Africa: Sappi, 2009. 45 p. CARVALHO, E.; SANCHEZ, G.; MENICONI, T. Países Aprovam Rascunho da Rio+20 que Vai Para Chefes de Estado. In: G1 Natureza Rio + 20, 19 jun. 2012. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/rio20/noticia/2012/06/paises-concorda m-sobre-texto-da-rio20-que-sera-levado-chefes-de-estado.html>. Acesso em: 02 jul. 2012. CARVALHO, M.; SPOSTO, R. Metodologia Para Avaliação de Sustentabilidade de Habitações de Interesse Social com Foco no Projeto. In: Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 12, n. 1, p. 207-225, Recebido em 07/07/11 jan./mar. 2012. CBCS – CONSELHO BRASILEIRO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL. Materiais, Componentes e a Construção Sustentável. In: Comitê Temático de Materiais. São Paulo, ago. 2009. Disponível em: <http://www.cbcs.org.br /userfiles/ comitestematicos/materiais/CT_materiais.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2012. CEOTTO, L. H. Construção Civil e o Meio Ambiente. In: Notícias da Construção, São Paulo, n° 51, nov. 2006. Seção Qualidade e Produtividade. Disponível em: <http://www.sindusconsp.com.br/downloads/imprensa/noticiasda construcao/2006/ ed51.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2012. CERETO, M. P. Arquitetura de Massas: O Caso dos Estádios Brasileiros. Dissertação de Mestrado em Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2004. 258 p. CESAR, V. A. B. S. S.; OBATA, S. H. Indicadores de Sustentabilidade: Uma Proposta Para a Sustentabilidade das Construções. In: VIII Congresso Nacional de Excelência em Gestão. Anais. Niterói - RJ, jun. 2012. CD-ROM. 2012. 19 p. CIB - INTERNATIONAL COUNCIL FOR RESEARCH AND INNOVATION IN BUILDING AND CONSTRUCTION. Agenda 21 for Sustainable Construction in Developing Countries: A Discussion Document. Boutek Report No Bou/E0204, Pretoria, South Africa, 2002. CIC - CÂMARA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Guia de Sustentabilidade na Construção. Belo Horizonte: FIEMG, 2008. 60p. CNUMAD - CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Agenda 21. 2. Ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas. 1997. CO2Zero - EDIÇÃO DE INFORMAÇÕES E SERVIÇOS LTDA. Brasil 2014 Estudo de Impacto de Emissões em CO2 Equivalente. São Paulo-SP, 2012. 19p. 212 COELHO, P. Assembleia ‘Fecha’ AGECOPA e Cria SECOPA com Emendas de Deputados. In: Portal HíperNotícias, 29 set. 2011. Disponível em: <http://hip ernoticias.com.br/TNX/conteudo.php?sid=170&cid=5650>. Acesso em: 27 nov 2012 COLE, R. J.; ROUSSEAU, D.; THEAKER, I. T. Building Environmental Performance Assessment Criteria: Version 1 – Office Buildings. The BEPAC Foundation, Vancouver, Canada, 1993. COLE, R. J.; LARSSON, N. Green Building Challenge’98. In: Second International Conference Buildings and the Environment. Proceedings. Paris, France, 1997. p 19-29. CORBELLA, O.; YANNAS, S. Em busca de uma Arquitetura Sustentável para os Trópicos: Conforto Ambiental. 2 ed. Revisada ampliada. Rio de Janeiro: Revan, 2009. 308 p. COSTA, A. C. da. Sustentabilidade e o Processo de Planejamento e Gestão Urbana. Uma reflexão Sobre o Caso de Rio das Ostras (RJ). Dissertação de Mestrado em Arquitetura & Urbanismo. Área de Concentração: Projeto, Produção e Gestão do Edifício. Universidade Federal Fluminense. Niterói, R de Janeiro, 2008. 166 p. CREDÍDIO, F. Construções Sustentáveis: Conforto e Respeito ao Meio Ambiente – Parte 1. In: Virtual Book. 2008. Disponível em: <http://www.ifk.org.br/construcoes_sustentaveis:_conforto_e_respeito_ao_meio_am biente_parte _1 _ 344.html>. Acesso em: 08 jul. 2012. DEPROFT, N.; AMADÒ, G.; SPAMPINATO, A. Stadium List. 2012. Disponível em: <http://www.worldstadiums.com/>. Acesso em: 14 mar. 2012. DINIZ, A. Construção da Arena Pantanal Adota Medidas Contra Calor. In: Portal Grande Área Esportes, 12 set. 2012. Disponível em: <http://www.grandearea. com/index.php/giro-brasil/4983-construcao-da-arena-pantanal-adota-medidas-contracalor.html> Acesso em: 20 nov. 2012. DOURADO, R. Verdão é Reformulado 36 anos Depois da Inauguração. In: Blog do Romilson, 28 ago. 2009. Disponível em: <http://www.rdnews.com.br/blog/ topico/cuiaba-antiga>. Acesso em: 06 out. 2012. _____________. Cuiabá é Anunciada Oficialmente Como Sede da Copa/2014. In: Blog do Romilson, 31 mai. 2009a. Disponível em: < http://www.rdnews.co m.br/blog/post/cuiaba-e-anunciada-oficialmente-como-sede-da-copa-2014>. Acesso em: 06 out. 2012. DUTRA, M. J. de L. Copa do Mundo FIFA - Programa Green Goal. In: 1º Encontro Municipal de Administração Pública – Desafios e Perspectivas para a Copa 2014. Prefeitura de Manaus, SEMMAS - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, 15 abr. 2010. Disponível em: <http://fespm.manaus.am. gov.br/wpcontent/uploads/2010/04/Green-Goal-Semin%C3%A1rio.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2012. 213 EDM - ELECTRICIDADE DE MOÇAMBIQUE, E.P. Como Racionalizar Energia Elétrica. 2012. Disponível em: <http://www.edm.co.mz/index.php?option=com_ content&view=article&id=125%3Acomo-poupar-energia-electrica&catid=62%3Apo io-ao-cliente&Itemid=84&lang=pt>. Acesso em: 20 nov. 2012. EDWARDS, B. O Guia Básico para a Sustentabilidade. Trad.: Claudia Ardións Espasandin. Barcelona: GG. 2008. 226 p. EFO – ENGLAND FOOTBALL ONLINE. The World's First Official International Football Match. 2012. Disponível em: <http://www.englandfootball online.com /Seas1872-00/1872-73/M0001Sco1872.html>. Acesso em: 17 set 2012. FIFA - FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE FOOTBALL ASSOCIATION. Football Stadiums - Technical Recommendations and Requirements. Zürich, Switzerland: FIFA, 4th Edition, 2007. 248 p. ______. Safety Regulations. Zürich, Switzerland: FIFA, 1st Edition, 2008. 32 p. ______. Home of FIFA. Zürich, Switzerland: FIFA, RVA, Altstatten, 2010. 27 p. ______. International Fifa Fan Fest Rio de Janeiro. 2010a. Disponível em: <http://www.fifafanfestrio.com/index.php?option=com_content&view=article&id=4 6&Itemid=53>. Acesso em: 02 out. 2012. ______. Football Stadiums- Technical Recommendations and Require-ments. Zürich, Switzerland: FIFA, 5th Edition, 2011. 419 p. _______. Divulgado o Relatório do Programa Green Goal 2010 na Cidade do Cabo. 20 jul. 2011a. Disponível em: <http://pt.fifa.com/worldcup/archive/south africa2010/news/newsid=1477807/index.html>. Acesso em: 21 mar. 2012. _______. Primeiro Programa Ambiental em uma Copa do Mundo Sub-20 da FIFA. In: Site da FIFA, 12 ago. 2011b. Disponível em: <http://pt.fifa.com/u20world cup/ organisation/media/newsid=1491444/index.html>. Acesso em: 23 mar. 2012. _______. A FIFA e o Meio Ambiente. In: Site da FIFA. 2012. Disponível em: < http://pt.fifa.com/aboutfifa/socialresponsibility/environmental.html>. Acesso em: 22 mar 2012. _______. My Game is Fair Play. In: Site da FIFA. 2012a. Disponível em: <http:// pt.fifa.com/aboutfifa/socialresponsibility/fairplay/index.html. Acesso em: 15 jul. 2012. FOLHA DE SÃO PAULO. Fifa Oficializa Brasil Como Sede da Copa do Mundo2014 In: Folha de São Paulo – Esporte, 30 out. 2007. Disponível em: < http://www 1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u341044.shtml>. Acesso em: 01 dez. 2012. ________________________. Brasil Vê Agora Disputa Interna Para a Definição das Subsedes da Copa In: Folha de São Paulo - Esporte, 30 out. 2007a. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u341099.shtml>. Acesso em: 01 dez. 2012. 214 FOLHA DE SÃO PAULO. Confira Outras Tragédias em Estádios de Futebol. In: Folha de São Paulo - Esporte, 01 fev. 2012. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1042705-confira-outras-tragedias-em-esta dios-de-futebol.shtml>. Acesso em: 11 jul. 2012. GBC - GREEN BUILDING COUNCILS BRASIL. Certificações. 2012. Disponível em: <http://www.gbcbrasil.org.br>. Acesso em: 09 jul. 2012. GLOBOESPORTE.COM. TCU: Custo da Copa Cresceu 9% e Orçamento Atual é de R$ 27,4 bilhões. In: GloboEsporte.com, 09 jun. 2012. Disponível em: <http:// globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2012/06/tcu-custo-da-copacresceu-9-e-orcamento-atual-e-de-r-274-bilhoes.html>. Acesso em: 01 dez. 2012. GODOY, C. B. Análise Crítica da Metodologia do Cálculo Prescritivo do Regulamento Técnico da Qualidade para Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos. Dissertação de Mestrado em Arquitetura & Urbanismo. Área de Concentração: Gestão do Espaço Urbano. Universidade Federal Fluminense. Niterói, Rio de Janeiro, 2009. 140 p. GOMIDE, T. L. F.; PUJADAS, F. Z. A.; NETO FAGUNDES, J. C. P. Técnicas de Inspeção e Manutenção Predial. São Paulo: Editora PINI, 2006. GONÇALVES, J. A Sustentabilidade do Edifício Alto: Discussão Sobre a Inserção Urbana de Edifícios Altos. Tese Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo-SP, 2003. GRUPOSTADIA. Arena Cuiabá. 2012. Disponível em: < http://www.grupostadia. com.br/sport/projetos-sport/arena-cuiaba>. Acesso em: 12 out. 2012. HAMILTON, S.; HAMILTON, W. SHANGE, L. África do Sul Ganha a Copa do Mundo… Da Desigualdade. In: Portal LSR, 09 jun. 2010. Disponível em: <http://www.lsr-cit.org/internacional/africa/653-africa-do-sul-ganha-a-copa-domundo-da-desigualdade>. Acesso em: 02 dez. 2012. HETZEL, J. Haute Qualité Environnementale du Cadre Bâti: Enjeux et Pratiques. AFNOR: France. 2003, 292p. HUOVILA, P. Framework and Indication For Sustainable Urban Development. In: WORLD SUSTAINABLE BUILDING CONFERENCE, 8., Melbourne, 2008. IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010. 2010. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/top window.htm?1>. Acesso em: 01 out. 2012. ______________________________________ . Contas Regionais do Brasil 2005 2009. 2011. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ home/estatistica/economia/ contasregionais/2009/contasregionais2009.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2012. IDEC – INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Avaliação Comparativa da Responsabilidade Socioambiental dos Bancos no Brasil. São 215 Paulo-SP. 2008. Disponível em: <http://www.idec.org.br/arquivos/RSE_ bancos_RelatorioFinal.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2012. IG. Tragédia no Egito é uma das Piores da História. In: Portal IG São Paulo, 01 fev. 2012. Disponível em: <http://esporte.ig.com.br/futebol/tragedia-no-egito-e-umadas-piores-da-historia-confira/n1597609810837.html>. Acesso em: 11 jul 2012. IOC - International Olympic Committee. The Environment and Sustainable Development. 2009. Disponível em: <http://www.olympic.org/Documents/Referen ce_documents_Factsheets/Environment_and_substainable_developement.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2012. JOHN, G.; SHEAARD, R.; VICKERY, B. STADIA: A Design and Development Guide. Fourth Edition Architectural Press: 2007. 306 p. JOHN, V. M. (Coord.). Desenvolvimento Sustentável, Construção Civil, Reciclagem e Trabalho Multidisciplinar. 2009. Disponível em: <http://www.reci clagem.pcc.usp.br/des_sustentavel.htm>. Acesso em: 03 jul. 2012. JÚNIOR, G. P. Copa e Olimpíadas Trarão R$ 185 Bilhões ao PIB. In: Itweb, 02 ago. 2011. Disponível em: <http://itweb.com.br/45824/copa-e-olimpiada-trarao-r185-bilhoes-ao-pib/>. Acesso em: 20 mai. 2012. KONCHINSKI, V. Estudo Sobre VLT de Cuiabá Revela Incertezas Sobre Legado e Preocupação Quanto a Prazo. In: Portal UOL Copa 2014, 05 set. 2012. Disponível em: <http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2012/09/05/estudo -sobre-vlt-de-cuiaba-revela-incertezas-sobre-legado-e-preocupacao-quanto-a-prazo. htm>. Acesso em: 18 nov. 2012. KPMG INTERNATIONAL. Mega Eventos Esportivos - Credenciais Globais. Suíça: KPMG Auditores Independentes, 2009. 9 p. KUMMERT, M. Feasiblity of a Hybrid CHP/GSHP System for the Tynecastle Stadium. 2008. Disponível em: <https://pure.strath.ac.uk/portal/en/publica tions/feasiblity-of-a-hybrid-chpgshp-system-for-the-tynecastle-stadium%283995 aafe-0a52-4681-9c03-cf1a9b81ae84%29/export.html>. Acesso em: 22 abr. 2012. LAMBERTS, R.; GHISI, E.; PEREIRA, C. D.; BATISTA, J. O. Casa Eficiente: Bioclimatologia e Desempenho Térmico. Volumes I. Florianópolis: UFSC/ LabEEE, 2010. 123p. Disponível em <http://www.labeee.ufsc.br/downloads>. Acesso em: 19 ago. 2012. LIMA, M. Arena Pantanal Ganha Prêmio Internacional. In: Portal PINI Web, 05 nov. 2010. Disponível em: < http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/a rena-pantanal-ganha-premio-internacional-191047-1.asp>. Acesso em: 15 nov. 2012. _________. Obras Para Mobilidade Urbana em Cuiabá Começam em Abril. In: Portal PINI Web, 03 jan. 2011. Disponível em: < http://www.piniweb.com.br/ construcao/infra-estrutura/obras-para-mobilidade-urbana-em-cuiaba-comecam-emabril-206257-1.asp>. Acesso em: 18 nov. 2012. 216 LOMARDO, L. L. B.; ROSA, C. C.; LUIZ, D. M.; TRINDADE, G. L. A Casa da Descoberta: A Difusão do Uso Eficiente de Energia via um Museu de Ciência. Niterói, Rio de Janeiro, 2005. LOPES, J. M. Infraestrutura Aeroportuária Copa do Mundo 2014. In: VI Seminário ALACPA de Pavimentos Aeroportuários; IV FAA Workshop. INFRAERO Superintendência de Estudos e Projetos de Engenharia – DEPE, 2009 45 p. MACIEL, M. M. Sonho Tornou-se Realidade. In: O Estado de Mato Grosso, 01 jan. 1976. Cuiabá, Mato Grosso. p. 07. MANFRIM, J. Gramados Ainda Mais Verdes. In: Planeta Sustentável Editora Abril, 25 nov. 2009. Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ desenvolvimento/gramados-ainda-mais-verdes-fifa-estadios-copa-2014-515614. shtml?func=1&pag=0&fnt=9pt>. Acesso em: 02 ago. 2012. MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis: os Requisitos Ambientais dos Produtos Industriais. São Paulo: Edusp (Trad. Astrid de Carvalho). 2002. MARTINS, D. F. Sustentabilidade no Canteiro de Obras. Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2010. 90 p. MASCARENHAS, G.; BIENENSTEIN, G.; SÁNCHEZ, F. O Jogo Continua: Megaeventos Esportivos e Cidades. Rio de Janeiro: EdUERJ. 2011. 302 p. MASSIMINO, R. O Conceito de Arena é Puro Marketing, diz Arquiteto da Copa. In: Portal 2014, 15 mai. 2012. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br/noticias/9868/O+CONCEITO+DE+ARENA+E+PUR O+MARKETING+DIZ+ARQUITETO+DA+COPA.html>. Acesso em: 13 jul. 2012. MATIAS, M. Os Efeitos dos Megaeventos Esportivos nas Cidades. In: Turismo & Sociedade, Curitiba, v. 1, n. 2, p. 175-198, 2007. out. 2008. MÁXIMO, J. Organizar a Copa de 50 Foi Mais Fácil do Que Ganhá-la. In: Jornal O GLOBO, 01 jun. 2009. Caderno de Esportes: As 12 para 14, Rio de Janeiro-RJ MELENDEZ, A. Estádio, Cuiabá: Castro Mello Arquitetos. In: ProjetoDesign, 348° Edição, fev. Disponível em: Portal ArcoWeb, 06 mai. 2009. <http://www.arcoweb. com.br/arquitetura/castro-mello-arquitetos-estadio-cuiaba-06-05-2009.html>. Acesso em: 06 out. 2012. MESTRE, A. M.; LOPES, F. S. Carta Olímpica. Em vigor desde: 11 fev. 2010. Lisboa, Portugal, 15, jun. 2010. Disponível em: <http://cev.org. br/biblioteca/cartaolimpica/#2.%20missao>. Acesso em: 21 abr. 2012. MONTEIRO, U. Telhas Solares Solesia. 2010. <http://www.umbelino.pt/solesia/>. Acesso em: 20 nov. 2012. Disponível em: 217 MOTTA, C. PIB do PAN Chega a R$ 5,7 Bilhões. In: O Globo, 14 jul. 2007. Disponível em: <http://rubemmedinaescondido.blogspot.com.br/2007/07/pib-do-panche ga-r-57-bilhes.html>. Acesso em: 20 mai. 2012. MOTTA, S. R. F.; AGUILAR, M. T. P.; ANDERY, P. R. P. Um Modelo de Inserção da Sustentabilidade no Processo de Produção da Edificação. In: Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído. São Paulo, 2009. NASCIMENTO, T. C. Influência da Eficiência no Uso da Água e Energia no Custo do Ciclo de Vida de uma Moradia Multifamiliar Popular em Belo Horizonte - Brasil. Dissertação de Mestrado em Construção Civil. Área de Concentração: Materiais da Construção Civil. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2010. 150 p. NEUFERT, P. Arte de Projetar em Arquitetura. Portugal: Gg - Gustavo Gili, 17ª Edição. 2004. 618 p. OC - ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal Legacy Report. Frankfurt, Alemanha. 2006. 120 p. OC - ORGANIZING COMMITTEE FIFA WOMEN'S WORLD CUP 2011. Football’s Footprint - Legacy Report. Frankfurt, Alemanha. 2011. 65 p. OLIVEIRA, T. F. C. S. de. Sustentabilidade e Arquitetura: Uma Reflexão Sobre o Uso do Bambu na Construção Civil. Dissertação de Mestrado em Dinâmicas do Espaço Habitado. Universidade Federal de Alagoas. Maceió-AL, 2006. 136 p. OLIVEIRA, T. A. de; RIBAS, O. T. Sistemas de Controle das Condições Ambientais de Conforto. Ministério da Saúde. Secretária de Assistência à Saúde. Série Saúde & Tecnologia. Brasília-DF, 1995. 92 p. ONU - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Report of the World Commission on Environment and Development: Our Common Future. New York: WCED. 1987. Disponível em: <http://www.un-documents.net/wced-ocf.htm>. Acesso em: 20 mai. 2012. PASSOS, J. M. Mundial Criará 3,6 Milhões de Empregos Por Ano. In: Jornal O GLOBO, 01 jun. 2009. Caderno de Esportes: As 12 para 14, Rio de Janeiro-RJ. PLA, V. L. M. Mapa dos Biomas Mato-Grossenses. SEMA – Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Governo de Mato Grosso, 15 mar. 2011. Disponível em: <http://www.sema.mt.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=170 &Itemid=107>. Acesso em: 25 jul. 2012. PNUD - PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Ranking do IDH dos Municípios do Brasil 2003. 2000. In: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2003. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/IDH_Municipios_Brasil_2000.aspx?indiceAc cordion=1&li=li_Ranking2003>. Acesso em: 01 out. 2012. 218 POLOKWANE MUNICIPALITY. Greening Plan for the 2010 Soccer World Cup. Pretoria, Província de Limpopo, África do Sul Mar. Edição: Future Works. 2009. 54 p. PORTAL2014. Cuiabá Avisa: Vai Usar 100% de Dinheiro Público em Novo Estádio. In: Portal 2014, 10 jun. 2009. Disponível em: < http://www.portal2014. org.br/noticias/367/CUIABA+AVISA+VAI+USAR+100+DE+DINHEIRO+PUBLI CO+EM+NOVO+ESTADIO.html>. Acesso em: 17 nov. 2012. ___________. Afinal, Qual é o Projeto de Cuiabá? In: Portal 2014, 09 jul. 2009a. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br/noticias/717/AFINAL+QUAL+E+O + PROJETO+DE+CUIABA.html>. Acesso em: 17 nov. 2012. ___________. Novo Verdão, Flexível e Sustentável In: Portal 2014, 10 dez. 2009b. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br/noticias/1731/NOVO+VERDAO+ FLEXIVEL+E+SUSTENTAVEL.html>. Acesso em: 17 nov. 2012. ___________. Reciclagem Deve Gerar Economia de Até R$ 1,2 mi na Arena Pantanal. In: Portal 2014, 09 ago. 2010. Disponível em: <http://www.portal2014. org.br/noticias/4888/RECICLAGEM+DEVE+GERAR+ECONOMIA+DE+ATE+R+ 12+MI+NA+ARENA+PANTANAL.html>. Acesso em: 12 out. 2012. ___________. Licitação do Novo Verdão é Homologada. In: Portal 2014, 31 mar. 2010a. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br/noticias/2450/LICITACAO+ DO+NOVO+VERDAO+E+HOMOLOGADA.html>. Acesso em: 17 nov. 2012. ___________. Sete Estádios da Copa Podem Virar "Elefantes Brancos", Diz Estudo. In: Portal 2014, 25 jun. 2010b. Disponível em: < http://www.portal2014.org.br/ noticias/4038/SETE+ESTADIOS+DA+COPA+PODEM+VIRAR+ELEFANTES+B RANCOS+DIZ+ESTUDO.html>. Acesso em: 25 nov. 2012. ___________. Salvador Vai Empregar Ex-presidiários em Obras da Copa. In: Portal 2014, 01 jul. 2011. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br/noticias/7413/SALVADOR+VAI+EMPREGAR+ EXPRESIDIARIOS+EM+OBRAS+DA+COPA.html>. Acesso em: 09 jul. 2012. ___________. Arena Pantanal Contrata Mão de Obra Egressa do Trabalho Escravo. In: Portal 2014, 25 mai. 2011a. Disponível em: <http://www.portal 2014.org.br/noticias/7095/ARENA+PANTANAL+CONTRATA+MAO+DE+OBRA +EGRESSA+DO+TRABALHO+ESCRAVO.html>. Acesso em: 27 nov. 2012. ____________. Fifa Investirá US$ 20 milhões para que Copa de 2014 Seja Sustentável. In: Portal 2014, 19 jun. 2012. Disponível em: <http://www.portal2014. org.br/noticias/10158/FIFA+INVESTIRA+US+20+MILHOES+PARA+QUE+COP A+DE+20 14+SEJA+SUSTENTAVEL.html>. Acesso em: 09 jul. 2012. ____________. Após "Marasmo", Arena Pantanal Chega a 50,3% das Obras Concluídas In: Portal 2014, 01 nov. 2012a. Disponível em: <http://www.portal2014. org.br/noticias/10982/APOS+MARASMO+ARENA+PANTANAL+CHEGA+A+50 3+DAS+OBRAS+CONCLUIDAS.html>. Acesso em: 25 nov. 2012. 219 PORTELA, L. V. de S. Estádio José Fragelli, Mas Pode Chamá-lo de Verdão. In: Hisrel, 04 out. 2012. Original: 16 mai. 2008. Disponível em: <http://hisrel.blog spot.com.br/2012/04/estadio-jose-fragelli-mas-pode-chama-lo.html>. Acesso em: 04 out. 2012. PRADA, R. Após Escolha da Fifa, Cuiabá Muda Arquiteto e Projeto do Verdão. In: Portal Arquitetura, 06 jun. 2009. Disponível em: <http://www.arquitetura. com.br/noticias/noticia.php?idNot=486>. Acesso em: 12 out. 2012. PROVINCIAL GOVERNMENT OF THE WESTERN CAPE. Reflecting on Strategy, Building Legacy Report on the 2010 FIFA World Cup™. Cape Town, South Africa: Hansa Print. 2011. 215 p. RAMOS, R. Futebol: Ideologia do Poder. Editora; Vozes. Petrópolis-RJ, 1984. RECORD. FIFA Escolhe Alemanha para Organizar Mundial - 2006 Candidatura Europeia Bateu África Do Sul por um Voto. In: Portal Record, 06 jul. 2000. Disponível em: <http://www.record.xl.pt/Futebol/Internacional/interior. aspx?content_id=38667#CommentsArea>. Acesso em: 23 mar. 2012. REDAÇÃO ECOD. Como a energia solar será implantada nos estádios da Copa do Mundo?. In: Portal EcoD, 25 abr. 2012. Disponível em: <http://www.eco desenvolvimento.org/posts/2012/abril/como-a-energia-solar-sera-implantada-nosestadios>. Acesso em: 20 nov. 2012. REIS, M. Na África do Sul, G1 Mostra as Cidades com Maior Desigualdade Social do Mundo. In: Portal G1, 28 mar. 2010. Disponível em: <http://g1. globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1547516-17084,00.html>. Acesso em: 02 dez. 2012. RIBEIRO, L. C. Brasil: Futebol e Identidade Nacional. In: EF y Deportes Revista Digital, Buenos Aires-Argentina Ano 08 n 56. 2003. Disponível em: < http://www.efdeportes.com/efd56/futebol.htm>. Apresentado no IV Encontro do Esporte e Ciencias Sociais, Buenos Aires, nov. 2002. Acesso em: 02 dez. 2012. SACHS, I. Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2002. SALGADO, D. Quatro Elefantes Incomodam Muita Gente. In: Portal 2014, 23 set. 2011. Disponível em: <http://www.portal2014.org.br/blog/noventaminutos/?p=190>. Acesso em: 19 jun. 2012. SÁNCHEZ, F. A Reinvenção das Cidades para um Mercado Mundial. Chapecó: Argos. 2003. SATTLER, M. A. Sustentabilidade: A Construção Fazendo a Sua Parte. Conselho em Revista – Matéria, n° 33, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. 2007. SATTLER, M. A.; PEREIRA, F.O.R. Construção e Meio Ambiente. Porto Alegre: ANTAC. Coleção Habitare, v.7. 2006. 296 p. 220 SECOPA - SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA PARA A COPA DO MUNDO EM MATO GROSSO (2012). O Verdadeiro Legado da Copa em Mato Grosso. In: Governo do Estado, 19 jun. Disponível em: <http://www.cuiaba2014.mt.gov.br/ index2.php?sid=291>. Acesso em: 01 out. 2012. _______. Principais Obras. In: Governo do Estado, 15 jun. 2012a. Disponível em: <http://www.cuiaba2014.mt.gov.br/index2.php?sid=295>. Acesso em: 02 out. 2012. _______. Campos Oficiais de Treinamento - COT. In: Governo do Estado, 15 jun. 2012b. Disponível em: <http://www.cuiaba2014.mt.gov.br/index2.php? sid=363>. Acesso em: 02 out. 2012. _______. FIFA Fan Fest. In: Governo do Estado, 15 jun. 2012c. Disponível em: <http://www.cuiaba2014.mt.gov.br/index2.php?sid=362>. Acesso em: 02 out. 2012. _______. Principais Ações. In: Governo do Estado, 14 jun. 2012d. Disponível em: <http://www.cuiaba2014.mt.gov.br/index_list.php?tip=not&sid=278>. Acesso em: 03 out. 2012. _______. Câmaras Temáticas. In: Governo do Estado, 24 mai. 2012e. Disponível em: <http://www.cuiaba2014.mt.gov.br/index2.php?sid=279>. Acesso em: 03 out. 2012. _______. Arena Pantanal. In: Governo do Estado, 25 jun. 2012f. Disponível em: <http://www.mtnacopa.mt.gov.br/index2.php?sid=388>. Acesso em: 15 nov. 2012. _______ . Governo de Mato Grosso na Copa. Apresentação de PowerPoint. 2012g. _______. Programas da Matriz FIFA. In: Governo do Estado, 25 mai. 2012h. Disponível em: <http://www.mtnacopa.com.br/index2.php?sid=277>. Acesso em: 01 dez. 2012. SEGALLA, V. Governo do DF Decide Abrir Mão de Dinheiro do BNDES na Construção de Arena para Copa. In: UOL Esporte, 29 out. 2011. Disponível em: <http://m.esporte.uol.com.br/futebol/copa-2014/ultimas-noticias/2011/10/29/gover no-do-df-decide-abrir-mao-de-dinheiro-do-bndes-na-construcao-de-arena-para-copa. htm>. Acesso em: 22 mai. 2012. SEIFFERT, M. E. B. Gestão Ambiental: Instrumentos, Esferas de Ação e Educação Ambiental. São Paulo: Atlas. 2007. SILVA, V. da. Cuiabá - MT e a Copa 2014: Do Sonho à Realidade. In: XII SIMPURB - Simpósio Nacional de Geografia Urbana. Ciência e Utopia. Belo Horizonte, Minas Gerais 16 a 19 de novembro. 2011. Disponível em: <http://xiisimpurb2011.com.br/app/web/arq/trabalhos/a6d6e950924c24c31f63daaf81 acad7e.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2012. 12 p. SILVA, V. G. da. Metodologias de Avaliação de Desempenho Ambiental de Edifícios: Estado Atual e Discussão Metodológica. In: Habitação mais Sustentável. Documento 5. Projeto FINEP 2386/04: Tecnologias para construção habitacional mais sustentável. São Paulo, 2007. 60p. 221 SILVA, V. G. da. Gestão Sustentável de Facilidades. In: Palestra no 1º Seminário Sustentabilidade e Facilities. ABRAFAC/CBCS: São Paulo, 27 mai, 2009. SINAENCO - SINDICATO DA ARQUITETURA E DA ENGENHARIA. Vitrine ou Vidraça - Desafios do Brasil para a Copa de 2014. Indusplan: 2009. 128 p. SIQUEIRA, F. M. B. Valorização Imobiliária do Entorno do Estádio Verdão Face à Copa do Mundo de 2014. Dissertação de Mestrado em Geografia. Área de Concentração: Ambiente e Desenvolvimento Regional. Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, Mato Grosso, 2012. 119 p. SOCOG - SYDNEY ORGANISING COMMITTEE FOR THE OLYMPIC GAMES. Official Report of the Xxvii Olympiad - Volume One - Preparing for the Games. Australia: Paragon Printers Australasia. 1st Edition. 2001. 420 p. SOUZA, A. C. A. A Evolução da Política Ambiental no Brasil do Século XX. 2010. Disponível em: <http://www.achegas.net/numero/vinteeseis/ana_sousa_26. htm>. Acesso em: 26 jun. 2012. SPINELLI, E. Abertura da Copa Será no Novo Estádio do Corinthians, em Itaquera. In: Folha de São Paulo – Esporte 27, ago. 2010. Disponível em: < http:// www1.folha.uol.com.br/esporte/790211-abertura-da-copa-sera-no-novo-estadio-docorinthians-em-itaquera.shtml>. Acesso em: 01 dez. 2012. SPORTV. BNDES é o Principal Incentivador da Copa Ecológica, Diz Especialista. In: SporTV News, 09 fev. 2012. Disponível em: <http://sportv.globo. com/site/programas/sportv-news/noticia/2012/02/bndes-e-o-principal-incentivadorda-copa-ecolo gica-diz-especialista.html>. Acesso em: 22 mai. 2012. TERRA. Relembre 12 Tragédias em Estádios do Futebol Mundial. In: Terra Futebol, 02 fev. 2012. Disponível em: <http://esportes.terra.com.br/futebol/fotos/0,, OI186634-EI1832,00-Relembre+tragedias+em+estadios+do+futebol+mundial.html>. Acesso em: 11 jul. 2012. VEIGA, J. E. Do Global ao Local. Campinas: Armazém do Ipê. 2005. VIGGIANO, M. S. Edifícios Públicos Sustentáveis. Brasília: Senado Verde, 2010. VILARON, W. Obras em Estádios já Passam dos R$ 6 Bilhões. In: O Estadão, 17 abr. 2010. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,obr as-emestadios-ja-passam-dos-r-6-bilhoes,539821,0.htm>. Acesso em: 20 mai. 2012. VILELA, P. Criada para 'Enxugar Máquina', SECOPA Nomeia Oito Novos Nomes. In: Olhar Direto - Notícias de MT, 29 ago. 2012. Disponível em: <http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Criada_para_enxugar_m aquina_Secopa_nomeia_8_novos_nomes&id=277371>. Acesso em: 27 nov. 2012. VITRUVIUS. Arena Pantanal. In: Portal Vitruvius, Projetos, São Paulo, 12.133, fev. 2012. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/12. 133/4203>. Acesso em: 14 nov. 2012. 223 ANEXOS ANEXO 1. LEED para Novas Construções 2009 – Registro Projeto Checklist. 224 225 APÊNDICES APÊNDICE 1. Fichas dos principais estádios de futebol sustentáveis, do Mundo. Continente/País: África/África do Sul Cape Town Stadium Eco Medidas: Entorno: Destacado em uma paisagem marcante, no centro de um parque urbano de 60 hectares, próximo ao mar. Água: Proporciona uma economia de 27% no consumo de água. Foram instalados vasos sanitários com duas opções de descarga, assim como chuveiros e torneiras de baixo fluxo de vazão. Além disso, as águas do manancial de Oranjezicht, nas encostas da Table Mountain, cadeia de montanhas que marca o relevo da cidade, passaram a Fonte: www.blitzbokke.com Acesso 15/04/2012 irrigar o parque do Green Point, o que representa uma economia de 580 milhões Localização: Cidade do Cabo (cidade) de litros de água potável por ano. Western Cape (província) Energia: O projeto do estádio proporcioCapacidade: 66.000 pessoas (Copa) na uma economia estimada em 15% no 55.000 pessoas (hoje) uso da eletricidade em função da ilumiEstimativa: 609 milhões (US dólares) nação em LED e pela automação de Arquiteto(s): GMP, Louis Karol, Point sistemas. Início da obra: 26 de março de 2007 Resíduos: Foram reaproveitados 95% Inauguração: 14 de dezembro de 2009 dos materiais do antigo estádio (aço, Outros nomes: Green Point (referência plástico, concreto e madeira). ao antigo estádio demolido) Conforto Ambiental: O estádio é ainda Mandante: Ajax Cape Town (futebol) marcado pelo aproveitamento racional da Finalidade: Multiuso: futebol, rúgbi, iluminação e da ventilação naturais, eventos no geral e concertos musicais. assim como das áreas refrigeradas. Eventos: Copa do Mundo FIFA 2010, Campeonato Sul-africano de Futebol. Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: FIFA FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE FOOTBALL ASSOCIATION. Divulgado o Relatório do Programa Green Goal 2010 na Cidade do Cabo. 20 jul. 2012. Disponível em: <http://pt.fifa.com/world cup/archive/southafrica2010/news/news id=1477807/index.html>. Acesso em: 21 mar. 2012. 226 Continente/País: África/África do Sul Mbombela Stadium Eco Medidas: Água: O estádio conta com o reaproveitamento da água de chuva para irrigação do gramado e de áreas verdes, através de tubulações especiais, e uma reserva para até 30.000m³. Recupera calor da refrigeração, por sua vez, para o aquecimento de água para os mais variados usos da edificação. Energia: Utiliza painéis solares conectados diretamente à rede do edifício. Materiais: Uma pegada de carbono de baixo impacto foi alcançada através da Fonte: www.blitzbokke.com Acesso 15/04/2012 minimização da utilização de componentes vindos do exterior, ou seja, Localização: Nelspruit (cidade) utilizaram-se insumos locais, tanto Mpumalanga (província) quanto possível. Capacidade: 43.589 pessoas Conforto Ambiental: A cobertura, em Estimativa: 140 milhões (US dólares) material transparente para facilitar a Arquiteto(s): R&L Architects iluminação, fica localizada a seis metros Início da obra: Fevereiro de 2007 de altura do último assento, favorecendo Inauguração: 16 de maio de 2010 também, a ventilação natural, através de Outros nomes: “Estádio Girafa” (apelido uma ancoragem em suportes desenhados referente aos 18 suportes da cobertura). para se assemelharem a girafas. Mandante: Bidvest Wits (futebol) e Pumas (rúgbi) Finalidade: futebol, rúgbi, eventos no geral e concertos musicais. Eventos: Copa do Mundo FIFA 2010, Campeonato Sul-africano de Futebol Acesso e Transporte: Westaffin Station (sistema ferroviário de Nelspruit) Fonte: SOUTH AFRICA. National Legacy Report for the Greening of the 2010 FIFA World CupTM. 2011 South Africa: Environmental Affairs Department. 120 p. 227 Continente/País: África/África do Sul Moses Mabhida Stadium Eco Medidas: Entorno: Localizado ao final de um parque urbano linear de 2.5 km de extensão, junto ao Oceano Índico, tem sua arquitetura marcada por um arco emblemático com bondinho turístico (sky car), sobre o campo, de 106 m de altura. A sua construção levou em consideração o controle de resíduos e a proteção de 80% da cobertura vegetal nativa. Água: Apresenta um sistema de conservação de água de 70% dos recursos e reaproveitamento de água de chuva. Fonte: www.chuteagool.wordpress.com Acesso 15/04/2012 Energia: A iluminação em LED, por exemplo, em seu grande arco com 15 mil Localização: Durban (cidade) KwaZulu-Natal (província) lâmpadas, representa uma economia de 20% com o consumo energético. Capacidade: 62.760 pessoas (Copa) Algumas outras facilidades são: a 54.000 pessoas (hoje) automação de sistemas e a eficiência 85.000 (ampliação futura) energética - podendo ser refrigerado, ou Estimativa: 450 milhões (US dólares) aquecido facilmente. Arquiteto(s): GMP Arquitetos, AmbroMateriais: É o único estádio da África Afrique, Theunissen Jankowitz do Sul considerado “carbono neutro”, Início da obra: 01 de abril de 2007 pois 85% dos insumos vieram de fontes Inauguração: 28 de novembro de 2009 locais. Outros nomes: Durban Stadium (podem- Resíduos: Projetado e construído em prol do se tornar olímpico, caso seja sede). do respeito ao meio ambiente utilizou 30 Mandante: AmaZulu (futebol) mil metros cúbicos de concreto do Finalidade: Multiuso: esportes, eventos, estádio local, anteriormente demolido. lazer, uso social e concertos musicais. Conforto Ambiental: A cobertura Eventos: Copa do Mundo FIFA 2010, apresenta uma membrana revestida com Campeonato Sul-africano de Futebol Politetrafluoretileno (PTFE), ou Acesso e Transporte: Umgeni Station simplesmente Teflon®, o que permite (sistema ferroviário de Durban) 50% da luz natural através da superfície, Fonte: GREENING2010. Durban. 2008 proporcionando proteção contra os raios Disponível em: <http://www.greening solares e a chuva. A fachada, que segue 2010.co.za/index.php?option=com_conte as ondulações do volume, protege contra nt&task=view&id= 327&Itemid=338>. as frequentes correntes de vento e Acesso em 15 abr. 2012. permite a ventilação natural. 228 Continente/País: África/África do Sul Nelson Mandela Bay Stadium Eco Medidas: Entorno: Localizado em um Parque Urbano, próximo a um espelho d’água, teve suas medidas de sustentabilidade amplamente divulgadas na sociedade. Água: Sua cobertura permite a captação e reuso da água de chuva com até 35% de economia do consumo regular. Energia: Quanto ao setor energético foram instalados sensores de presença em corredores e escritórios, assim como lâmpadas florescentes compactas. Além da construção e da instalação de sistemas Fonte: www.celsojunior.net Acesso 15/04/2012 de gestão, que permitem o controle de zonas e espaços subutilizados, o que Localização: Port Elizabeth (cidade) favorece a minimização do consumo Eastern Cape (província) energético, do consumo desnecessário e Capacidade: 48.459 pessoas (Copa) do aquecimento durante períodos de 42.486 pessoas (hoje) baixa utilização. Estimativa: 159 milhões (US dólares) Conforto Ambiental: A cobertura em Arquiteto(s): Architectural D. Associates estrutura de PTFE é orientada para as Dominic Bonnesse Archit melhores condições climática; o que Início da obra: 2007 protege seus espectadores não apenas dos Inauguração: 06 de junho de 2009 raios solares, mas também das frequentes Outros nomes: “Sunflower” (Estádio Gi- e violentas rajadas de vento do Índico. rassol) em função do design da cobertura Mandante: Eastern Prov. Kings (rúgbi) Finalidade: Multiuso: futebol, rúgbi e concertos musicais. Eventos: Copa das Confederações FIFA 2009, Copa do Mundo FIFA 2010. Acesso e Transporte: Sydenham e North End Station localizadas a 2km da Arena (sistema ferroviário de Port Elizabeth). Fonte: SOUTH AFRICA. National Legacy Report for the Greening of the 2010 FIFA World CupTM. 2011 South Africa: Environmental Affairs Department. 120 p. 229 Continente/País: África/África do Sul Peter Mokaba Stadium Eco Medidas: Entorno: Os calçamentos são permeáveis facilitando a percolação do lençol freático. No paisagismo fora utilizado vegetação nativa, o que reduz os gastos com irrigação. Água: O estádio faz a coleta da água de chuva, em um tanque de 50 m³, para fins de irrigação. Os equipamentos sanitários também apresentam baixo fluxo de vazão. Energia: Apresenta o monitoramento dos gastos energéticos e da climatização. Fonte: www.br.taringa.net Acesso 15/04/12 Materiais: Na sua construção, monitorada por um consultor ambiental, foram Localização: Polokwane (cidade) utilizados resíduos locais para aterros e a Limpopo (província) utilização de pedras locais para material Capacidade: 41.733 pessoas de enchimento de formas. Estimativa: 150 milhões (US dólares) Resíduos: O complexo apresenta Arquiteto(s): AFL Architects separação de resíduos, por categoria, dos Início da obra: 2007 eventos que lá ocorrem, para reciclagem. Inauguração: 2010 Conforto Ambiental: Como forma de Outros nomes: manter o conforto ambiental interno Mandante: Black Leopards (futebol) utiliza a ventilação cruzada e a Finalidade: Multiuso: futebol, rúgbi e iluminação natural, como medidas de atividades culturais e comerciais. baixo custo. Eventos: Copa do Mundo FIFA 2010, Campeonato Sul-africano de Futebol Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: POLOKWANE MUNICIPALITY. Greening Plan for the 2010 Soccer World Cup. Pretoria, Província de Limpopo, África do Sul Mar. Edição: Future Works. 54 p. 2009. 230 Continente/País: África/África do Sul Soccer City Stadium Eco Medidas: Entorno: Construído originalmente em 1987 foi reformado em função da identidade local e de seu entorno. O projeto conceitual remete a um pote cerâmico típico, a cabaça. A única cidade, da Copa do Mundo FIFA 2010TM, que apresentava dois estádios na competição: o Soccer City e o Ellis Park Stadium plantou 200 mil árvores como forma de minimizar a emissão de carbono das construções e reformas para a Copa. Água: Quanto ao uso de água, o Fonte: www.basf-cc.ae/en/News2/Pages/BASF SoccerStadiuminSA.aspx. Acesso 15/04/12 reaproveitamento da água da chuva envolveu a transformação de um fosso Localização: Johanesburgo (cidade) descoberto em um reservatório de água Gauteng (província) coberto para a irrigação do gramado e Capacidade: 94.787 pessoas (Copa) atividades de limpeza. O estádio trabalha 88.460 pessoas (hoje) com uma meta de utilização de 80% de Estimativa: 440 milhões (US dólares) água reciclada para a irrigação do campo, Arquiteto(s): Boogertman Urban Edge dos 100 mil litros diários necessários. Os and Partners e Populous equipamentos sanitários apresentam Início da obra: Fevereiro de 2007 controle do sistema de fluxo e vazão, Inauguração: Dezembro de 2009 podendo este ser ajustado de acordo com Outros nomes: FNB Stadium (naming a necessidade e a frequência. rights de uma rede bancária sul-africana) Energia: Quanto ao setor energético, o Mandante: Kaizer Chiefs (futebol) e a Soccer City utiliza lâmpadas compactas Seleção Sul-africana de futebol fluorescentes; além de ter instalado e Finalidade: Multiuso (futebol, rúgbi, construído um sistema de gestão de eventos religiosos e concertos musicais). zonas que permite o controle individuaEventos: Copa do Mundo FIFA 2010, lizado, minimizando custos com Campeonato Sul-africano de Futebol eletricidade e aquecimento de áreas não Acesso e Transporte: Nasrec Station operantes, em períodos de uso reduzido. (sistema metroviário de Johanesburgo) Materiais: A fachada é revestida com 40 Fonte: SOUTH AFRICA. National mil painéis de fibra de vidro e concreto, Legacy Report for the Greening of the mais ecológicos e com potencial de 2010 FIFA World CupTM. 2011 South aquecimento global 40% menor que os Africa: Environmental Affairs Depart- tradicionais de fibra de vidro, cimento ment. 120 p. e/ou alumínio, atualmente utilizados. Conforto Ambiental: Controle de áreas refrigeradas e aquecidas e favorecimento da ventilação e da iluminação naturais. 231 Continente/País: América/Argentina Estádio Ciudad de La Plata Eco Medidas: Entorno: Está inserido em um parque urbano arborizado. Materiais: A cobertura usa o PTFE tensionado em forma de duas tendas amarradas. A solução é mais barata e mais leve que as coberturas de estádios tradicionais que consomem maior quantidade de materiais. Conforto Ambiental: Esta mesma cobertura tem propriedades térmicas melhores que as executadas com Fonte: www.globoesporte.globo.com/platb/fute materiais metálicos tradicionais e é bolargentino/2011/02/18/principal-palco-da-co menos poluente que as de policarbonato. pa-america-e-reaberto-na-argentina/ Sua acústica também é melhor, pois em Acesso 15/04/12 uma tempestade este material ameniza o Localização: La Plata (cidade) som, ao contrario da metálica, que o Buenos Aires (província) realça. Capacidade: 50.000 pessoas Estimativa: 216 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Roberto “Nolo” Ferreira Início da obra: Construído em 1987 Abertura parcial 2003 Inauguração: 12 de fevereiro de 2011 Outros nomes: Est. Único de La Plata Mandante: Estudiantes de La Plata e Gimnasia y Esgrima de La Plata (futebol) Finalidade: Multiuso: futebol, eventos esportivos, comerciais e shows musicais. Eventos: Copa América 2011, Copa Santander Libertadores da América 2009 Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: ARCH DAILY. Estadio Único Ciudad de La Plata / Roberto Ferreira & Arquitectos Asociados. 12 nov. 2011. Disponível em: <http://www.archdaily. com/ 183538/estadio-unico-ciudad-de-laplata-roberto-ferreira-arquitectos-asocia dos/?utm _source=feedblitz&utm_medi um=FeedBlitzEmail&utm_campaign=0 &utm_content=383045>. Acesso em: 15 abr. 2012. 232 Continente/País: América/Brasil Arena Grêmio Eco Medidas: Entorno: O projeto busca a certificação LEED, sendo assim, destacam-se as seguintes medidas sustentáveis: estacionamento com mais de 50% das vagas cobertas, reduzindo o efeito da ilha de calor e vagas preferenciais para veículos de baixa emissão de poluentes e de incentivo a caronistas. O projeto infiltra mais água de chuva para dentro do terreno em comparação às condições originais do terreno, reduzindo cheias. Água: A cobertura capta água de chuva Fonte: www.globoesporte.globo.com/futebol/ times/gremio. Acesso 15/04/12 para 50% da irrigação do gramado, que é automatizada, economizando mais 30% Localização: Porto Alegre (cidade) Rio Grande do Sul (estado) de água potável. As águas pluviais captadas, também são utilizadas em Capacidade: 60.540 pessoas aparelhos sanitárias. Quanto ao Estimativa: 465 milhões (R$ reais) esgotamento sanitário este terá seu fluxo Arquiteto(s): Antônio Monteiro, reduzido em 20%, ao utilizar metais, Pedro Santos louças e válvulas mais eficientes. Início da obra: 20 de setembro de 2010 Energia: Quanto às questões energéticas Inauguração: 08 de dezembro de 2012 há pelo menos 10% de redução do Outros nomes: consumo de energia anual, através do uso Mandante: Grêmio Foot-Ball Porto de ar condicionados de alta eficiência e Alegrense (futebol) iluminação com baixos níveis de Finalidade: Multiuso: futebol, shows, e- potência. ventos, conferências, espaços comerciais Materiais: Sua construção está Eventos: Centro de Treinamento para a incorporando o máximo de materiais Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 regionais, reciclados, e certificados, além Acesso e Transporte: Estação Anchieta de tintas, selantes e vernizes com baixa (sistema metroviário de Porto Alegre) emissão de compostos voláteis. Fonte: GRÊMIO ARENA. Certificação Resíduos: A arena contará com áreas LEEDTM. In: Arena Grêmio, 17 jun, permanentes de segregação de resíduos e 2011. Disponível em: <http://arena.gre promoverá campanhas de conscientimio.net/#!/diferenciais/288-certificacao- zação, para seu público, das medidas leed>. Acesso em: 01 ago. 2012. sustentáveis adotadas. Conforto Ambiental: Cobertura na cor clara, de alta refletividade, minimizando os ganhos com calor e reduzindo a carga térmica da construção. 233 Continente/País: América/Brasil Arena Palestra Itália Eco Medidas: Entorno: O projeto prevê uma ampla integração com a malha urbana da Zona Oeste paulistana. A Arena que apresenta gramado elevado, em relação ao nível do solo, está se preocupando com o remanejo de espécies arbustivas. Água: Dentre as questões referentes à redução do consumo de água destacamse: a utilização de torneiras com temporizadores, captação de água de chuva e louças com baixo fluxo de vazão. Energia: A iluminação racionalizada Fonte: www.legiaopalestrina.blogspot.com.br/ Acesso 15/04/2012 contará com lâmpadas de LED. Resíduos: O novo estádio do Palmeiras Localização: São Paulo (cidade) está reciclando e reutilizando mais de 20 São Paulo (estado) mil m³ de concreto e 4 mil toneladas de Capacidade: 45.000 pessoas (previsão) aço do antigo estádio para os mais Estimativa: 330 milhões (R$ reais) diversos fins, dentre eles destacamos a Arquiteto(s): Tomás Taveira execução de sub-base de calçamentos e Início da obra: Outubro de 2010 de projetos dos empreendimentos em Inauguração: Outubro de 2013 (prev.) anexo, ao complexo. Outros nomes: Parque Antárctica Conforto Ambiental: A envoltória é Mandante: Sociedade Esportiva permeável facilitando a iluminação e a Palmeiras (futebol) ventilação naturais. Finalidade: Multiuso: esportes, shows, concertos e outros eventos coorporativos Eventos: Centro de Treinamento para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 Acesso e Transporte: Estação PalmeirasBarra Funda (linhas de metrô e trem) Fonte: NOVA ARENA. Nova Arena: o Complexo Multiuso Mais Moderno da América Latina. 2012. Disponível em: <http://www.novaarena.com.br/2012/pro jeto.asp>. Acesso em: 15 abr. 2012. 234 Continente/País: América/Brasil Estádio Governador Roberto Santos Eco Medidas: Entorno: Dentre as poucas medidas sustentáveis adotadas, nesta reforma, destaca-se: a criação do esgotamento sanitário, até então inexistente. Energia: A colocação de 1,7 mil módulos de placas solares em sua cobertura, com carga de 630 MWh/ano, equivalente a uma produção 75% maior que a do estádio, em um ano. O primeiro da América Latina, a usar este tipo de tecnologia, com o apoio de uma equipe técnica alemã, o que representa uma Fonte: www.saofrancisconoticias.com.br. Acesso 15/04/2012 economia de cerca de R$ 120 mil por ano, sob a coordenação da Universidade Localização: Salvador (cidade) Federal de Santa Catarina. Ocorreu Bahia (estado) também a troca de lâmpadas por modelos Capacidade: 31.677 pessoas mais eficientes, melhorando a Estimativa: 21 milhões (R$ reais) luminosidade. 5,5 milhões (R$ reforma) Conforto Ambiental: Seu formato de Arquiteto(s): Estado da Bahia arquibancada em ferradura facilita Início da obra: 2011 questões de conforto ambiental. Inauguração: 1979 e 2012 (Reforma) Outros nomes: Estádio do Pituaçu (nome do bairro, onde está localizado) Mandante: Bahia F. C. (futebol) em função das reformas da Arena Fonte Nova Finalidade: Multiuso: futebol, shows, feiras e outros eventos sociais Eventos: Centro de Treinamento para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: MAIA, G. Estádio de Pituaçu, em Salvador, Inaugura Sistema de Energia Solar Nesta Terça-feira. In: NE10/Bahia, 10 abr. 2012. Disponível em: <http://ne10.uol.com.br/canal/cotidia no/nordeste/noticia/2012/04/10/estadiode-pituacu-em-salvador-inaugura-siste ma-de-energia-solar-nesta-tercafeira-336 733.php>. Acesso em: 15 abr. 2012. 235 Continente/País: América/Brasil Estádio Olímpico João Havelange Eco Medidas: Água: Apresenta poucas medidas que o tornam ecologicamente sustentável, dentre elas, sobressai-se a coleta de água de chuva da cobertura para duas cisternas, com capacidade de 470 mil litros de água, que retêm até um milhão e meio de litros. Esta água, que representa uma economia de 11 milhões de litros anuais do sistema público de abastecimento e R$ 20 mil mensais, é destinada a irrigação dos gramados, limpeza, sistema de combate a incêndio, Fonte: www.minhaalmacanta.blogspot.com Acesso 15/04/2012 refrigeração e ao uso em descargas e aparelhos sanitários. O sistema é Localização: Rio de Janeiro (cidade) composto de filtros, acessórios e Rio de Janeiro (estado) cisternas de armazenamento, desenvolCapacidade: 46.931 pessoas (hoje) vido por uma empresa alemã e fabricado 60.000 (ampliação 2016) no Brasil. Toda esta água captada, se não Estimativa: 380 milhões (R$ reais) fosse aproveitada, escoaria em direção as Arquiteto(s): Carlos Porto galerias pluviais de drenagem da Zone Início da obra: 2003 Norte carioca, já saturadas. Inauguração: 30 de junho de 2007 Energia: Na parte energética, telões em Outros nomes: Stadium Rio, Engenhão LED e uma gestão mais econômica (nome do bairro, onde fica localizado). também foram pensadas por seus Mandante: Botafogo de Futebol e arquitetos em sua concepção. Regatas (futebol) Finalidade: Multiuso: futebol, atletismo, shows, feiras e outros eventos culturais Eventos: Jogos Pan-americanos de 2007, Jogos Parapan-americanos de 2007 Acesso e Transporte: Estação Engenho de Dentro (sistema ferroviário do Rio) Fonte: FUTEBOL INTERIOR. Gramado do Engenhão Será Irrigado com Água de Chuva. 2007. Disponível em: <http://www.futebolinterior.com.br/canal /futebol_brasil/15877+Gramado_do_En genhao_sera_irrigado_com_agua_de_chu va>. Acesso em: 09 abr 2012. 236 Continente/País: América/Brasil Eco Estádio Janguito Malucelli Eco Medidas: Entorno: É o primeiro estádio ecológico do Brasil, nas proximidades do Parque Barigüi, na capital paranaense, onde se encontra totalmente inserido, com simplicidade em seu contexto, com área aproximada de 1,4 milhões de metros quadrados. Sua arquibancada foi erguida no desnível taludado natural da lateral do terreno, onde os assentos foram fixados diretamente sobre o gramado, como forma de causar o menor impacto ambiental possível. Fonte: www.panasonic.com.br/ecoideas/blog/ Acesso 15/04/2012 Materiais: Concreto só fora utilizada em áreas obrigatórias por lei como nos Localização: Curitiba (cidade) calçamentos de circulação dos Paraná (estado) torcedores. Toda a madeira utilizada, na Capacidade: 6.000 pessoas (hoje) construção, teve como origem áreas de Estimativa: 1,2 milhão (R$ reais) reflorestamento. Arquiteto(s): Grupo J. Malucelli Resíduos: Reutilizou ferro proveniente Início da obra: Início da obra: 2007 de dormentes de ferrovias desativadas. Inauguração: 07 de julho de 2007 Conforto Ambiental: Pelo seu contexto Outros nomes: Eco Estádio, Janguitão urbano e arquitetura simplificada tem a Mandante: Sport Club Corinthians ventilação e a iluminação naturais Paranaense (futebol) potencializadas e exploradas ao máximo. Finalidade: Multiuso: futebol, lazer e outros eventos culturais Eventos: Jogos do Campeonato Paranaense de Futebol Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: JMALUCELLI. EcoEstádio Janguito Malucelli. 2012. Disponível em: <http://www.jmalucelli.com.br/in dex.php?pag=empresas&t_cod=99&subg rupo= eco_estadio_janguito_malucelli>. Acesso em: 15 abr. 2012. 237 Continente/País: América/Canadá BC Place Stadium Eco Medidas: Entorno: A partir de 2011, a Arena se tornou carbono neutro, principalmente em função da sua preocupação com o desperdício de insumos. Energia: A cobertura recém-reformada é muito mais eficiente, analisando os aspectos energéticos, do que a original, poupando 25% de energia (ou cerca de US 350.000 milhões de dólares por ano). Um adicional de 100.000 de dólares, por ano, será salvo em custos de manutenção. A nova iluminação da cobertura, em Fonte: www.flickr.com. Acesso 16/04/2012 LED, apesar do alto investimento inicial representa uma grande redução de custos Localização: Vancouver (cidade) com o consumo energético. C. Britânica (província) Capacidade: 54.320 (futebol americano) Materiais: O gramado é sintético feito com material ambientalmente correto e 21.000 (futebol) de melhor adaptação às condições Estimativa: 260 milhões (US dólares) climáticas locais e ao seu fechamento. 563 milhões (reforma) Conforto Ambiental: Foi a primeira Arquiteto(s): Phillips Barratt (1983) arena coberta de seu país e possuía a Stantec Architecture (2010) maior cobertura inflável do mundo até 04 Início da obra: Abril de 1981 (original) de maio de 2010, quando após alguns Abril de 2010 (reforma) incidentes, foi proposta a sua Inauguração: 19 de junho de 1983 (orisubstituição. Após a reforma, se tornou o ginal) /30 de setembro de 2011 (reforma) estádio com o maior cabo de aço Outros nomes: sustentando uma cobertura retrátil de Mandante: British Columbia Lions (fut. ETFE, o que permite a iluminação americano), Vancouver Whitecaps (fut.) natural da arena e o fechamento de sua Finalidade: Multiuso: esportes, comercobertura, em 20 minutos, em dias cio, shows, eventos e automobilismo chuvosos e no rigoroso inverno local. Eventos: Expo 1986, Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno de 2010 Acesso e Transporte: Stadium Chinatown Sky Train Station (sistema metroviário da cidade de Vancouver) Fonte: BC PLACE. The New Stadium. 2011. Disponível em: <http://www.bcpla ce.com/index.php/roof.html> Acesso em: 16 abr. 2012. 238 Continente/País: América/Chile Est. Nacional Julio Martínez Prádanos Eco Medidas: Entorno: Em 15 de junho de 2009, a então presidente Michelle Bachelet apresentou um plano de intervenções em todo o conjunto que foi cumprido parcialmente em função do terremoto que atingiu o Chile em 27 de fevereiro de 2010, o que inverteu as prioridades. Sua reinauguração parcial ocorreu em 12 de setembro de 2010. Com a posse do atual presidente, Sebastián Piñera, foi proposto em 03 de junho de 2011, o aumento da capacidade para 70 mil, além da inserção Fonte: www.panasonic.com.br/ecoideas/blog/ Acesso 15/04/2012 deste em um contexto sustentável com 63,5 hectares, com a disposição de 15 Localização: Santiago (cidade/região) mil novas espécies arbóreas, um Capacidade: 70.000 pessoas (original) complexo recreativo e desportivo. Este 47.000 pessoas (hoje) complexo denominado “Parque de la Estimativa: 38 milhões (US dólares) Ciudadanía” custará 25 milhões de 42 milhões (reforma) dólares, sendo escolhido em um concurso Arquiteto(s): Karl Brunner (1938) / internacional de arquitetura, vencido pela Álvaro Costa, Francisco Romero e Max equipe formada por Teodoro Fernández, Decombe (Atual Remodelação) Rodrigo Pérez de Arce e Owar Início da obra: 1937 (original) / 15 de Arquitectos; para equiparar o principal junho de 2009 (reforma) estádio chileno as principais arenas Inauguração: 03 de dezembro de 1938 mundiais de qualidade. A previsão da (original) / Reforma 2014 (previsão) entrega deste parque urbano também é Outros nomes: Est. Nacional do Chile, para 2014, quando o Chile sediará os El Coloso de Ñuñoa, El Pasional Jogos Sul-Americanos, um evento Mandante: Club Universidad de Chile multiesportivo, no estilo das Olimpíadas. (futebol) e Seleção de Futebol do Chile Energia: Nesta reforma o estádio contará Finalidade: Multiuso: futebol, atletismo, com uma iluminação mais moderna e concertos, eventos religiosos e shows eficiente. Eventos: Copa do Mundo FIFA de 1962, Conforto Ambiental: A nova proposta Copa América 1991 e 2015 prevê que o estádio receba cobertura Acesso e Transporte: Estación Ñuble favorecendo as questões de conforto (sistema metroviário de Santiago) ambiental e facilitando a iluminação Fonte: VARAS, C. ¿El Cóndor de Pi- natural e a ventilação cruzada; já que este ñera y Mardones en el Estadio Nacio- se localiza no centro de um parque nal? Concurso Público Por Favor… In: urbano. Plataforma Urbana, 02 fev., 2010. Disponível em: <http://www.plata formaurbana .cl/archive/2010/02/02/el-estadio-naciona l-de-pinera-y-mardones-condores-volcan es-y-regiones-se-toman-el-complejo-dep ortivo/#more-14431>. Acesso: 01/04/12. 239 Continente/País: América/Costa Rica Estádio Nacional da Costa Rica Eco Medidas: Entorno: Localizado integrado ao Parque Metropolitano de La Sabana, uma grande área verde da capital San José, Sua construção se sucedeu através de uma doação proporcionada pela China, após acordos internacionais bilaterais entre estes dois países Energia: É o estádio mais moderno e tecnológico (telões de LED e iluminação de última geração) da América Central e do Caribe, respeitando os preceitos ambientais e esportivos do COI. Fonte: www.google.com.br Acesso 21/08/2012 Conforto Ambiental: Apresenta cobertura que favorece a penetração de Localização: San José (cidade) iluminação e ventilação naturais. San José (província) Capacidade: 35.175 pessoas (hoje) Estimativa: 110 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Anhui Foreign Economic Construction (Group) Co. Início da obra: 12 de março de 2009 Inauguração: 10 de janeiro de 2011 Outros nomes: Mandante: Seleção da Costa Rica Finalidade: Multiuso: futebol, atletismo, museu, concertos, eventos e shows Eventos: Copa do Mundo Feminina Sub17 FIFA 2014 Acesso e Transporte: Parada del Tren Urbano del MAG (sistema ferroviário) Fonte: RODRÍGUEZ, J. L. China Entregó el Estadio com un Mes de Antecipación. In: La Nación, 11 jan. 2011 Disponível em: <http://www.naci on.com/2011-01-11/Deportes/NotasDes tacadas/Deportes2647793.aspx>. Acesso em: 21 ago. 2012. 240 Continente/País: América/Estados Unidos da América CenturyLink Field Eco Medidas: Entorno: Palco de alguns amistosos da seleção brasileira de futebol, a redução das emissões de carbono deste projeto ultrapassam 1.346 toneladas métricas por ano, principalmente ao estimular o abundante transporte público local. Água: Economizam, 1.342,660 litros de água, anualmente, com equipamentos eficientes e mais 1,8 milhões de dólares com o gramado artificial, o que dispensa serviços de aquecimento e irrigação. Energia: Em sua cobertura foram Fonte: www.seahawknationblog.com Acesso 21/08/2012 instalados 3750 painéis solares com capacidade energética para 830.000 Localização: Seattle (cidade) kWh; aliada a uma iluminação de alta Washington (estado) eficiência. Conta ainda com a Capacidade: 38.500 pessoas (soccer) mecanização dos sistemas o que permitiu 67.000 (fut. americano) uma redução da dependência dos 72.000 (expansão) serviços públicos em 21%, anualmente. Estimativa: 360 milhões (US dólares) Materiais: Sua construção incorporou o Arquiteto(s): Ellerbe Becket, máximo de materiais regionais, LMN Architects reciclados, e certificados. Início da obra: Setembro de 1998 Resíduos: Foi construído com a reciclaInauguração: 28 de julho de 2002 gem de quase metade dos resíduos de seu Outros nomes: Seahawks Stadium, estádio antecessor. Quanto à gestão de Qwest Field resíduos sólidos, estimula a conscientizaMandante: Seattle Seahawks (fut. ameri- ção de seus usuários com programas de cano) e Seattle Sounders FC (futebol) reciclagem de resíduos e compostagem. Finalidade: Multiuso: esportes, mostras, Conforto Ambiental: A cobertura apenas shows, edifício-garagem e feiras nas laterais do gramado facilita a Eventos: Copa Ouro da CONCACAF incidência de iluminação natural e da 2005 e 2009 ventilação cruzada. Acesso e Transporte: Seattle King Street Station (sistema ferroviário de Seattle) Fonte: CENTURYLINK FIELD. Sustainability at CenturyLink Field. 2012. Disponível em: <http://www.centu rylinkfield.com/sustainability-at-century link/>. Acesso em: 22 ago. 2012. 241 Continente/País: América/Estados Unidos da América Cowboys Stadium Eco Medidas: Entorno: Dentre as preocupações com o seu entorno destaca-se a pavimentação com materiais permeáveis o que facilita a drenagem e reduz áreas de inundação. Água: Há o consumo de um milhão de litros de água anuais focado em iniciativas verdes. Energia: O estádio é capaz de consumir 20% menos energia do que estádios da mesma magnitude. Materiais: Insumos locais foram utilizados na sua construção ao máximo. Fonte: www.twistedsifter.com Acesso 22/08/2012 Resíduos: Dentre as questões de gestão de resíduos destacamos um biorreator de Localização: Arlington (cidade) compostagem para matéria orgânica, um Texas (estado) programa de reciclagem abrangente e a Capacidade: 80.000 pessoas redução de 25% de seus resíduos sólidos. 110.000 (expansível) Conforto Ambiental: Foi construído com Estimativa: 1,3 bilhão (US dólares) o maior teto retrátil do mundo, pode Arquiteto(s): HKS Sports & fechar seus painéis em 12 minutos, Entertainment Group dependendo das condições climáticas. Início da obra: 20 de setembro de 2005 Esta facilidade permite um maior número Inauguração: 27 de maio de 2009 de eventos realizados com iluminação Outros nomes: The Palace in Dallas, natural, ao mesmo tempo, em que Cowboys Cathedral impede que o gramado seja natural. A Mandante: Dallas Cowboys operacionalidade de sua envoltória e a (futebol americano) presença de portas retráteis proporciona a Finalidade: Multiuso: esportes, shows e circulação de ar durante seus jogos. outras atividades do entretenimento. Eventos: Copa Ouro da CONCACAF 2009 e 2011, XLV Super Bowl 2011 Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: ARLINGTON. Cowboys Stadium Construction. City of Arlington, Texas, USA. 2012. Disponível em: <http://www.arlingtontx.gov/cowboys/co nstruction.html>. Acesso em: 22 ago. 2012. 242 Continente/País: América/Estados Unidos da América Lincoln Financial Field Eco Medidas: Entorno: A equipe de projetistas calculou as emissões de gases provenientes das atividades de uso de seu complexo e planta árvores para compensar a pegada de carbono. O estádio fica localizado em um complexo esportivo ao lado de um parque urbano. Energia: O estádio produz 97% de toda a sua energia através de fontes renováveis, o que representa, a nível de comparação, ao utilizado por 26 mil residências ao longo de um ano. Dentre Fonte: www.lincolnfinancial.rockandbus.com/ Acesso 22/08/2012 as medidas adotadas destacam-se: a instalação de 80 turbinas eólicas, ao Localização: Filadélfia (cidade) longo da fachada superior do estádio e Pensilvânia (estado) 2.500 painéis solares em balanço; além Capacidade: 67.594 pessoas de uma subestação de 7,6 megawatts Estimativa: 512 milhões (US dólares) dual-fuel no local. Arquiteto(s): NBBJ e Materiais: Na gestão de materiais, houve Agoos Lovera Architects a substituição por recicláveis, por Início da obra: 07 de maio de 2001 exemplo, os copos plásticos foram Inauguração: 03 de agosto de 2003 substituídos por um à base de milho, ou Outros nomes: The Linc (naming rights), seja, mais biodegradável. Philadelphia Eagles Stadium Resíduos: Atualmente, 80% dos resíduos Mandante: Philadelphia Eagles gerados são reciclados, entretanto a (futebol americano) administração objetiva alcançar 95% do Finalidade: Multiuso: esportes, shows e total. Todas estas mudanças acarretaram outras atividades do entretenimento 30 milhões de dólares em despesas, mas Eventos: IV Copa do Mundo FIFA EUA significarão uma economia de 60 de Futebol Feminino 2003 milhões de dólares nos próximos 20 Acesso e Transporte: A T and T Station anos. E para o meio ambiente serão (sistema metroviário da Filadélfia) poupados o equivalente a 500.000 barris Fonte: BANERJEE, N. Philadelphia de petróleo em gás carbônico Eagles Go Greener With Eco-friendly Conforto Ambiental: A ausência de Stadium. In: Los Angeles Times, 09 jan. cobertura facilita a permeabilidade de 2011. Disponível em: <http://articles.lati raios solares e da ventilação cruzada. mes.com/2011/jan/09/nation/la-na-envir onmental-eagles-20110109>. Acesso em: 13 abr. 2012. 243 Continente/País: América/Estados Unidos da América Lucas Oil Stadium Eco Medidas: Água: Há a utilização de torneiras temporizadoras, sanitários eficientes e a correta infiltração da água de chuva. Energia: Quanto aos sistemas energéticos, há um controle de climatização e da iluminação de áreas que não estão sendo utilizadas; e a utilização de lâmpadas fluorescentes compactas. Materiais: Materiais sustentáveis são sempre preferidos, o que faz com que, por exemplo, produtos de limpeza Fonte: www.stonycreeklifestyle.com Acesso 22/08/2012 utilizados sejam apenas biodegradáveis. Resíduos: Na demolição do estádio Localização: Indianapolis (cidade) antecessor, parte da cobertura foi doada Indiana (estado) para abrigos, assim como seu mobiliário. Capacidade: 63.000 pessoas O estádio, atualmente, conta com um 70.000 (expansível) programa gestão de resíduos, o que faz Estimativa: 720 milhões (US dólares) com que bebedouros sejam utilizados ao Arquiteto(s): HKS Inc e A2so4 em vez de garrafas de água, como forma Início da obra: 20 de setembro de 2005 de evitar o desperdício. Inauguração: 16 de agosto de 2008 Conforto Ambiental: Foi construído com Outros nomes: New RCA Dome teto retrátil de 9 minutos e paredes de Mandante: Indianapolis Colts janela de vidro operáveis, em função das (futebol americano) condições climáticas e do conforto Finalidade: Multiuso: esportes, shows e ambiental natural. centro de convenções Eventos: XLVI Super Bowl 2012 Acesso e Transporte: Indianapolis Antrak Station (sistema ferroviário). Fonte: FRITZE, J. City Quietly Studying Designs for Colts Stadium. In: Ballparks, 23 jul. 2004. Disponível em: <http://football.ballparks.com/NFL/ IndianapolisColts/newindex.htm>. Acesso em: 22 ago. 2012 244 Continente/País: América/Estados Unidos da América MetLife Stadium Eco Medidas: Entorno: Poupou 1,68 milhões de t de CO2 no seu primeiro ano de operação. Hoje, volta-se para questões de gestão com baixo impacto ambiental. Ademais, houve uma preocupação com o plantio de espécies nativas, o ecossistema circundante e com a utilização de máquinas com combustíveis menos poluentes. O complexo desenvolve programas de conscientização ecológica de seus usuários e funcionários e só adquiri produtos e serviços que tenham esta preocupação. Fonte: www.totalprosports.com Acesso 22/08/2012 Água: Reduziu a demanda média em cerca de 11.000 m³ por ano, ou seja, 25% Localização: East Rutherford (cidade) se comparado ao antigo estádio. A New Jersey (estado) recarga do lençol freático foi facilitada, Capacidade: 82.566 pessoas através da utilização de pedriscos para Estimativa: 1,6 bilhão (US dólares) forração, uma economia de 2 milhões de Arquiteto(s): EwingCole, Skanska AB, litros de água, por ano. O gramado sinté360 Architecture tico economiza 3.500 m³ de água ao ano. Início da obra: 05 de setembro de 2007 Energia: Com uma metragem quadrada, Inauguração: 10 de abril de 2010 duas vezes maior que seu antecessor Outros nomes: New Meadowlands Stad. economiza 30% a mais de energia. O Mandante: New York Giants e New sistema de energização é descentralizado York Jets (fut. americano) e com lâmpadas florescentes compactas, Finalidade: Multiuso: esportes, shows e reduzindo custos de áreas não utilizadas. eventos midiáticos Os equipamentos de ventilação, calefaEventos: XLVIII Super Bowl 2014, ção e iluminação são 25-50% mais eficiAmistosos da Seleção Americana entes. Está sendo estudada a implanAcesso e Transporte: Meadowlands tação de um sistema de energia solar. Sports Complex Station (ferrovia). Materiais: A construção incorporou Fonte: NJSEA - NEW JERSEY materiais ecológicos. Destacam-se a utiSPORTS AND EXPOSITION AUTHO- lização de assentos fabricados com RITY; NMST - NEW MEADOW- plástico reciclado e sucata de ferro e LANDS STADIUM COMPANY, LLC. produtos com baixa emissão de COVs. New Meadowlands Stadium Project - Resíduos: Reutilizou cerca de 40.000t de Scoping Document. 2006. East Ruther- aço reciclado (50% de seu percussor, o ford - New Jersey , USA. 35 p. Giants Stadium) e reciclou 82% dos resíduos gerados na construção. Das 70t médias produzidas em uma partida, 25% já fazem parte de um programa de redução, além da matéria orgânica já ser encaminhada para composteiras. Conforto Ambiental: Eficiência dos aparelhos de calefação e aproveitamento da iluminação e ventilação naturais. 245 Continente/País: América/Estados Unidos da América University of Phoenix Stadium Eco Medidas: Entorno: Um dos estádios mais modernos do mundo apresenta gramado móvel que pode ser recolhido para atividades não esportivas. Visitas e atividades de manutenção substituíram os tradicionais carros elétricos, ou a gás por bicicletas, transporte mais ecológico. Água: Como forma de reduzir o consumo de água apresenta materiais, ou sistemas a vácuo de limpeza (25% mais econômicos e ecológicos), demonstrando a preocupação ambiental de seus Fonte: www.football.ballparks.com Acesso 23/08/2012 gestores. Equipamentos sanitários, também buscam economizar água, através de Localização: Glendale (cidade) dois acionamentos de descarga distintos. Arizona (estado) Energia: Há uma intensa utilização de Capacidade: 63.400 pessoas equipamentos eficientes, iluminação em 78.600 (expansão) LED, controle de áreas não utilizadas Estimativa: 455 milhões (US dólares) que tem seus circuitos desabilitados; e o Arquiteto(s): Peter Eisenman uso de 503 sensores de movimento para Populous (HOK Sport) controle e redução de gastos. Início da obra: 12 de abril de 2003 Materiais: Materiais locais e com parte Inauguração: 01 de agosto de 2006 de seu conteúdo reciclado foram Outros nomes: Cardinals Stadium preferidos; por exemplo, o plástico Mandante: Arizona Cardinals constituinte dos assentos apresenta 10% (futebol americano) de sua composição de material reciclado. Finalidade: Multiuso: esportes, shows, Resíduos: O estádio gera 120 toneladas exposições e eventos midiáticos de material reciclável por ano, tanto que Eventos: XLII e XLIX Super Bowl campanhas de direcionamento correto de (2008 e 2015), Amistosos da seleção resíduos e a conscientização de seus Acesso e Transporte: Arena necessita de usuários são frequentes. transporte de massa mais apropriado. Conforto Ambiental: Seu teto retrátil Fonte: UNIVERSITY OF PHOENIX. pode fechar em 15 minutos, o que facilita Cardinals Stadium Design. 2010. a entrada de iluminação e ventilação Disponível em: <http://www.azcardinals. naturais. com/stadium/design.html>. Acesso em: 23 ago. 2012. 246 Continente/País: América/México Estádio Omnilife Eco Medidas: Entorno: Sua inserção na paisagem é constantemente comparada a um disco voador em pouso, ou um vulcão, pelo desenho da cobertura, já que seu Estado localiza-se em uma área geológica instável. O estádio está inserido em uma área verde com sete hectares de mata nativa; a preocupação com o “verde” pode ser percebida, também, em sua envoltória. Água: A mesma cobertura que é sinônimo de ironias é capaz de captar Fonte: www.msn.mediotiempo.com/negocios Acesso 23/08/2012 30.000 m³ de águas pluviais, anualmente, para fins não potáveis como: limpeza, Localização: Zapopan (cidade) irrigação e aparelhos sanitários. Quanto Jalisco (estado) às águas residuais, estas são tratadas nas Capacidade: 49.850 pessoas proximidades do Estádio e utilizadas em Estimativa: 146 milhões (US dólares) usos não potáveis. Arquiteto(s): VFO Arquitectos (HKO), Materiais: O estádio que tem seu nome Jean Marie Massaud e Daniel Pouzet patrocinado por uma empresa mexicana Início da obra: 09 de maio de 2007 de suplementos alimentares apresenta Inauguração: 29 de julho de 2010 gramado sintético, considerado uma Outros nomes: Volcano Stadium, Chivas “afronta” ao futebol deste país, mesmo Stadium e Estádio Guadalajara que resista a usos consecutivos e Mandante: Club Deportivo Guadalajara, necessite de pouca água para sua Chivas Rayadas (futebol) manutenção. Finalidade: Multiuso: esportes, shows, Conforto Ambiental: O distanciamento cinema infantil, lojas e salões de beleza da cobertura do último assento facilita a Eventos: XVI Jogos Pan-Americanos ventilação cruzada e permite a entrada de Guadalajara 2011, Libertadores 2010 iluminação natural neste equipamento. Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: OLIVEIRA, L. Volcano Stadium. In: Blog Gol de Arquitetura, 23 ago. 2009. Disponível em: <http://gol daarquitetura.blogspot.com.br/2009/08/v olcano-stadium.html>. Acesso em: 23 ago. 2012. 247 Continente/País: América/Peru Estádio Nacional do Peru Eco Medidas: Entorno: Através de um acordo firmado entre o Instituto Peruano de Desportes e a Universidade Nacional de Engenharia, o estádio quinquagenário da capital foi remodelado e ampliado (escritórios e pista de atletismo), sem perder suas características originais: como a grande torre, os louros desportivos e sua integração ao Parque de la Reserva / Circuito Magico del Agua. Energia: A iluminação, telões e efeitos cenográficos luminotécnicos da fachada Fonte: www.foroperu.com Acesso 23/08/2012 contam com lâmpadas LED que são mais econômicas e permitem uma ampla gama Localização: Lima (cidade/província) de cores. Capacidade: 39.305 pessoas Materiais: A cobertura foi revestida por Estimativa: 70 milhões (US dólares) uma manta em membrana geotêxtil que Valor da reforma 2011 “flutua” sobre as arquibancadas. Arquiteto(s): José Bentín Diez Canseco, Conforto Ambiental: Uma nova envoltoMiguel Dasso ria foi fixada em estrutura metálica e Inauguração: 27 de outubro de 1952 revestida com chapas metálicas perfuraRemodelação: 24 de julho de 2011 das que facilitam a ventilação, o conforto Outros nomes: El Coloso de José Díaz, ambiental e a visão do interior para fora, Estádio Nacional de Lima contudo o contrário não é possível. Mandante: Seleção de futebol do Peru Finalidade: Multiuso: esportes, shows, exposições e eventos midiáticos Eventos: Campeonato Mundial de Futebol Sub-17 2005, Copa América 2004 Acesso e Transporte: Estación Estadio Nacional (sistema de BRTs de Lima). Fonte: DELGADO, C. M. Proyecto Remodelación Estadio Nacional Lima. In: Bitácora - Arquitectura Peruana, 14 mar. 2009. Disponível em: <http://arqui tecturaperuana.blogspot.com.br/2009/03/ proyecto-remodelacion-estadio-nacional. html> Acesso em: 23 ago. 2012. 248 Continente/País: Ásia/Catar Sheikh Jassim Bin Hamad Stadium Eco Medidas: Energia: Com uma arquitetura marcada pelo design passivo, elementos de construção pré-moldados e por quatro torres de 45 metros de altura, em cada uma das quinas do estádio, é uma raridade no Oriente Médio; placas fotovoltaicas, instaladas no estádio, captam energia solar, convergem-na em eletricidade que resfria o estádio, através da parte inferior do assento, com emissão zero de dióxido de carbono. Conforto Ambiental: Apesar das tempeFonte: www.mltqa.com/up//uploads/images/ Acesso 23/08/2012 raturas, no verão, alcançarem os 45° C é climatizado. Em uma partida realizada Localização: Doha (cidade) com temperatura externa a 39° C, um Dawhah (municipalidade) espectador poderá assistir a esta com a Capacidade: 17.000 pessoas temperatura agradável de 19° C. Todo Estimativa: Não divulgada este sistema demorou 4 meses para ser Arquiteto(s): Ali Sharaf totalmente instalado, permitindo medidas Início da obra: 1974 (original) de poupança de energia e conforto 2009 (reforma) ambiental. A execução ficou a cargo da Inauguração: 1975 (original) empresa Arup Associates, com sede em 2010 (reforma) Londres, que está trabalhando com um Outros nomes: Al-Sadd Stadium projeto de máximo aproveitamento de Mandante: Al-Sadd (futebol), Segunda energia solar de regiões áridas. casa da Seleção Nacional431 Finalidade: Multiuso: esportes, shows, exposições e eventos midiáticos Eventos: Copa das Nações do Golfo 2004, XV Jogos Asiáticos de Doha 2006 Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: QATARCLICK. Qatar to Tap Solar Energy. In: Qatarqlick, 16 set. 2010. Disponível em: <http://www.qatar qlick.com/technology/item/510-qatar-to-t ap-solar-energy.html>. Acesso: 05/04/12. DONGES STEELTEC. Stadium Roofing- Jassim-Bin-Hamad Stadium, Doha - Qatar. 2012. Disponível em: <http: //www.donges-steeltec.de/en/product-gro ups/sports-facilities/stadium-roofs/stadiu m-roofing-al-sadd/> Acesso: 23/08/12. 43 Foi à casa da seleção até a inauguração do Estádio Internacional de Khalifah, também em Doha, construído em 1976 e remodelado em 2005. Sua capacidade atual é de 50.000 espectadores e foi apresentado como uma das subsedes da Copa do Catar 2022, onde terá acrescido 18.030 assentos. 249 Continente/País: Ásia/Cazaquistão Astana Arena Eco Medidas: Entorno: Com a preocupação de sua inserção na paisagem, o estádio de forma elíptica é o símbolo da cidade. Energia: O projeto apresenta soluções inovadoras adotando princípios de alta tecnologia para a gestão operacional, a interação com o meio ambiente e, especialmente, com as condições climáticas rigorosas do inverno cazaque. Materiais: O gramado, entretanto, é artificial, o que favorece pelo menos a economia hídrica. Fonte: www.zerozero.pt/img/estadios/364/ Acesso 23/08/2012 Conforto Ambiental: Apresenta cobertura retrátil de 10 mil m² e 20 Localização: Astana (cidade) minutos de acionamento, em Astana (província) policarbonato, o que facilita a entrada da Capacidade: 30.000 pessoas iluminação natural. Suas paredes em Estimativa: 185 milhões (US dólares) concreto isolam o estádio das baixas Arquiteto(s): Tabanlıoğlu Architects temperaturas externas do inverno. Início da obra: 2006 Inauguração: 03 de julho de 2009 Outros nomes: Lokomotiv Astana Stad. Mandante: Lokomotiv Astana (futebol), Seleção do Cazaquistão Finalidade: Multiuso: esportes, shows, exposições e eventos internacionais Eventos: VII Jogos Asiáticos de Inverno 2011, Campeonato Cazaque de Futebol Acesso e Transporte: Turan Station (sistema de transporte público de Astana) Fonte: ARCSPACE. Tabanlioglu Architects Astana Arena. In: ArcSpace, 25 jan. 2010. Disponível em: <http:// www.arcspace.com/architects/tabanliogl u/astana-arena/astana-arena.html>. Acesso em: 23 ago. 2012. 250 Continente/País: Ásia/China Bao'an Stadium Eco Medidas: Água: A cobertura, marca deste estádio, permite a entrada de luz através de seu material “filme luz”, ao mesmo tempo em que coleta água de chuva, para reuso. Energia: Quanto aos recursos energéticos, há a economia de energia através de um sistema de consumo mais eficiente e pelo uso de lâmpadas LED. Materiais: A referência ao bambu, matéria-prima abundante e com baixo gasto de energia, na China, está presente em todo o estádio, dos elementos Fonte: www.images.wordlesstech.com Acesso 29/08/2012 estruturais verticais que sustentam a cobertura, à produção de mobiliário Localização: Shenzhen (cidade) interno sustentável. Guangdong (província) Conforto Ambiental: A fachada do Capacidade: 40.050 pessoas estádio é bastante permeável, o que Estimativa: 133 milhões (US dólares) facilita a circulação de pessoas e da Arquiteto(s): Gerkan, Marg & Partners ventilação natural, ao mesmo tempo em Início da obra: 2009 que evita dificuldades em casos de Inauguração: 2011 chuvas, ou insolações excessivas. Outros nomes: Bamboo Stadium Mandante: Shenzhen Ruby Football Club (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, shows, exposições e eventos internacionais Eventos: Jogos Universitários Mundiais de Verão 2011, Super Liga Chinesa Acesso e Transporte: Interligada a rede pública de transporte de Shenzhen. Fonte: XIMIN, H. Bamboo Forest a Stage for Football. In: Shenzhen Daily, 24 jun. 2011. Disponível em: <http://sztqb.sznews.com/page/641/2011 -06/24/E08/20110624 E08_pdf.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2012. 251 Continente/País: Ásia/China Estádio Nacional de Beijing Eco Medidas: Entorno: É marcado pela monumentali dade e pela sua posição estratégica no centro de um parque olímpico urbano arborizado. Água: A cobertura facilita a apreensão de água de chuva como medida para reduzir o consumo, assim como, o complexo tem seus rejeitos líquidos tratados na Estação de Tratamento de Esgotos de Oinghe, que processa até 80.000m³, por dia, que são armazenados em poços subterrâneos adjacentes. Estas Fonte: www.globoesporte.globo.com Acesso 29/08/2012 medidas reduzem a necessidade do estádio de utilizar a água doce tratada, já Localização: Beijing (cidade) que o processado é utilizado para o Beijing (municipalidade) paisagismo, incêndios e limpeza. Capacidade: 80.000 pessoas (hoje) Energia: O estádio capta energia solar. 91.000 (Olimpíadas 2008) Conforto Ambiental: Destaca-se pela Estimativa: 457 milhões (US dólares) envoltória em estrutura metálica, Arquiteto(s): Herzog & de Meuron, facilitadora da ventilação natural, mas ArupSport, Research Group constituída por mais de 110.000 Início da obra: 24 de dezembro de 2003 toneladas de aço, medida nada Inauguração: 28 de junho de 2008 sustentável. Para a permeabilidade da luz Outros nomes: Estádio Olímpico da solar e uma sensação de leveza China e Ninho de Pássaro estrutural, no estádio, foi fixada entre as Mandante: Não há um mandante de vigas de aço uma membrana dupla, futebol neste estádio (ocioso) semitransparente de ETFE, que oferece Finalidade: Multiuso: esportes, shows, maior proteção acústica, resistência aos exposições e eventos internacionais ventos, as águas pluviais e aos raios Eventos: Jogos Olímpicos e Paraolímultravioleta. Foram utilizados 884 painéis picos de Verão de Beijing 2008 individuais de ETFE, que cobrem um Acesso e Transporte: Olympic Sports total de 38.500 metros quadrados da Center Station (sistema metroviário). envoltória. Já a superfície inferior do Fonte: ASTON, A. Can China Go estádio foi revestida com 1,044 painéis Green? In: BloombergBusinessweek de PTFE, que cobrem 53.000 m² de área, Magazine, 14 mai. 2009. Disponível em: melhoram a acústica e colaboraram com <http://images.businessweek.com/ss/09/0 iluminação natural, ao diminuir o brilho 5/0514_green_ china_awar dees/9.htm>. e ajudar a sombrear, permitindo um Acesso em: 07 abr. 2012. ambiente mais favorável às competições. 252 Continente/País: Ásia/Coreia do Sul Jeonju World Cup Stadium Eco Medidas: Entorno: Dentre as poucas medidas sustentáveis levantadas deste estádio está sua localização estratégica no centro de um parque urbano de lazer e recreação. Água: Destaca-se a incorporação da coleta de água pluvial, através de um tanque de armazenamento, com capacidade para 21,3 m³ e o uso de equipamentos sanitários mais econômicos. Conforto Ambiental: Sua cobertura, em formato de leque de bambu, um produto tipicamente local, além de coletar água Fonte: www.english.whatsonkorea.com Acesso 29/08/2012 da chuva é favorável ao conforto ambiental passível. Localização: Jeonju (cidade) North Jeolla (província) Capacidade: 42.477 pessoas Estimativa: 141 milhões (US dólares) Arquiteto(s): POSCO Architects Início da obra: 19 de fevereiro de 1999 Inauguração: 08 de novembro de 2001 Outros nomes: "Fort Jeonju" Mandante: Jeonbuk Hyundai (futebol) Finalidade: Uso exclusivo do futebol Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA 2002 Coreia do Sul - Japão Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: SOCCERPHILE. Jeonju World Cup Stadium. 2002. Disponível em: <http://www.soccerphile.com/soccerphil e/archives/wc2002/fo/kv.html#je>. Acesso em: 29 ago. 2012. 253 Continente/País: Ásia/Coreia do Sul Suwon World Cup Stadium Eco Medidas: Entorno: Dentre as poucas medidas sustentáveis levantadas deste estádio está sua localização urbana preocupada com o contexto de inserção. Água: Destaca-se a retenção da água de chuva em um tanque de 24,5m³, para usos de manutenção do estádio, o que de certa forma contribui para evitar inundações e desastres naturais. A água reciclada é utilizada para instalações sanitárias, rega de jardins e áreas verdes, bem como para a limpeza de sanitários. Fonte: www.worldstadiums.com Acesso 29/08/2012 Conforto Ambiental: Sua cobertura, em formato de um grande pássaro, além de Localização: Suwon (cidade) coletar água da chuva é favorável a Gyeonggi-do (província) ventilação cruzada. Capacidade: 43.288 pessoas Estimativa: 193 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Sam Woo Architects Início da obra: Junho de 1997 Inauguração: 13 de maio de 2001 Outros nomes: Grande Pássaro Mandante: Suwon Samsung Blue Wings (futebol) Finalidade: Uso exclusivo do futebol Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA 2002, Copa das Confederações 2001 Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: SOCCERPHILE. Jeonju World Cup Stadium. 2002. Disponível em: <http://www.soccerphile.com/soccerphil e/archives/wc2002/fo/kv.html#je>. Acesso em: 29 ago. 2012. 254 Continente/País: Ásia/Japão Estádio Shizuoka Ecopa Eco Medidas: Entorno: Erguido em um parque montanhoso com 269 hectares de preocupações paisagísticas, apresenta questões sustentáveis até em sua denominação. A palavra Ecopa é formada pela aglutinação dos sufixos “eco” de ecologia e “pa” de parque. Seu complexo é voltado para diversas atividades esportivas e conta com lagos, áreas para estacionamento, um ginásio poliesportivo, um estádio auxiliar e áreas de preservação ambiental e para Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/ Acesso 29/08/2012 entretenimento diverso. Água: Destaca-se a reutilização da água Localização: Fukuroi (cidade) de chuva para irrigação, através de uma Shizuoka (província) cobertura de PTFE com 23 mil m². Capacidade: 50.889 pessoas Energia: Destaca-se a utilização racional Estimativa: 368 milhões (US dólares) dos aparelhos condicionadores para o Arquiteto(s): AXA SATOW Inc. armazenamento de gelo. Início da obra: 03 de março de 1998 Materiais: Priorizou-se insumos locais e Inauguração: 26 de março de 2001 com algum tipo de material reciclado em Outros nomes: Shizuoka Stadium sua composição. Mandante: Jubilo Iwata, Shimizu Conforto Ambiental: O aquecimento de S-Pulse (futebol) água se dá através do uso de um sistema Finalidade: Multiuso: esportes, shows, de energia solar. A forma arquitetônica eventos culturais e artísticos da cobertura facilita o máximo Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA aproveitamento da iluminação e da 2002 Coreia do Sul - Japão ventilação naturais. Acesso e Transporte: Aino Station (sistema ferroviário de Fukuroi). Fonte: OSPMO - OGASAYAMA SPORTS PARK MANAGEMENT OFFICE. Ecopa Stadium / Ecopa Arena - Welcome to ECOPA. 2002. 8 p. 255 Continente/País: Ásia/Japão Estádio Toyota Eco Medidas: Entorno: Na implantação do projeto foram levados em conta questões ambientais, pela proximidade deste com um corpo hídrico e um canal de irrigação. Água: A arena apresenta coleta e reuso das águas pluviais, através da cobertura. Energia: Materiais e sistemas mais eficientes foram concretizados para potencializar sua eficiência energética. Resíduos: Há uma preocupação com os resíduos gerados, pelo complexo, e sua Fonte: www.worldstadiums.com Acesso 29/08/2012 correta destinação. Conforto Ambiental: É marcado por Localização: Toyota (cidade) uma cobertura retrátil em cloreto de Aichi (província) polivinila (PVC), revestida por fibra de Capacidade: 45.000 pessoas poliéster de alto desempenho, que lembra Estimativa: 377 milhões (US dólares) um acordeão, leva uma hora para ter seu Arquiteto(s): Kisho Kurokawa acionamento concluído, em condições Início da obra: 1997 climáticas desfavoráveis. Inauguração: 21 de julho de 2001 Outros nomes: Stade Toyota Mandante: Nagoya Grampus Eight (fut), Toyota Verblitz (rúgbi) Finalidade: Uso exclusivo desportivo Eventos: Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, Liga Japonesa Acesso e Transporte: Toyotashi e Shintoyota Stations (sistema ferroviário). Fonte: TAKAHASHI, M. Sports Facilities With a Cultural Aspect / Toyota Stadium 2002. Disponível em: <http://www.taiyokogyo.co.jp/wc_stadiu m/stadium_ e/eng/camp/index. html>. Acesso em: 06 abr. 2012. 256 Continente/País: Ásia/Japão Misaki Park Stadium Eco Medidas: Água: Utiliza água de poços locais para usos diversos e para poupar água da rede. Energia: Desde março de 2010, passa por testes da empresa japonesa de comércio eletrônico Rakuten Inc., que instalou painéis geradores de eletricidade, através da vibração dos torcedores, nos pisos das arquibancadas. Esta energia, a primeira experiência do gênero, é conduzida para a central energética do estádio, de onde é distribuída para os mais diversos usos de Fonte: www.google.com. Acesso 29/08/2012 toda a arena. Conforto Ambiental: O estádio que Localização: Kobe (cidade) originalmente não apresentava cobertura Hyogo (província) na parte posterior das linhas de fundo do Capacidade: 42.000 pessoas (Copa) gramado, reduziu sua capacidade após o 30.132 (atualmente) torneio da FIFA e reinstalou a cobertura Estimativa: 280 milhões (US dólares) de forma retrátil, com operação de 20 Arquiteto(s): Obayashi Corp. minutos, para proteger seus usuários de Início da obra: 1997 condições climáticas desfavoráveis. A Inauguração: Outubro de 2001 arena conta com um sistema de ar Outros nomes: Kobe Wing Stadium condicionado/ aquecimento através do Mandante: Vissel Kobe (futebol), Kobe piso, como forma de economizar energia. Steel Kobelco Steelers (rúgbi) Finalidade: Multiuso: esportes, shows e eventos diversos Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA 2002 Coreia do Sul - Japão Acesso e Transporte: Wadamisaki Station (sistema metroviário de Kobe). Fonte: SHEPPARD, T. Sports Fans Generate Electricity in Japan. 2011. Disponível em: <http://www.asia.youthleader.org/?p=2580>. Acesso em: 07 abr. 2012. 257 Continente/País: Ásia/Japão Nissan Stadium Eco Medidas: Água: Dentre as poucas medidas sustentáveis levantadas, destacam-se: a utilização do esgoto tratado na Estação de Tratamento de Kohoku, para regar o relvado e para utilização em louças sanitárias; combinado com a água reutilizada da captação do telhado. Energia: O estádio conta com uma iluminação eficiente que minimiza gastos desnecessários da energia da rede. Conforto Ambiental: Quanto ao conforto, a envoltória impede a emissão Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/ Acesso 29/08/2012 de ruídos; assim como, a cobertura tem uma parte móvel e outra estática para Localização: Yokohama (cidade) melhorar o conforto interno. Kanagawa (província) Capacidade: 72.327 pessoas Estimativa: 600 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Matsuda-Hirata, Tohata Architecture Office Início da obra: Janeiro de 1994 Inauguração: 01 de março de 1998 Outros nomes: Yokohama International Stadium Mandante: Yokohama F. Marinos (fut.) Finalidade: Multiuso: esportes, shows, eventos culturais e de entretenimento Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA 2002, Copa das Confederações 2001 Acesso e Transporte: Shinyokohama e Kozukue Stations (sistema ferroviário). Fonte: YSA - YOKOHAMA SPORTS ASSOCIATION. Overview of the Facility. 2012. Disponível em: <http://www. nissan-stadium.jp/english/site.php#01>. Acesso em: 29 ago. 2012. 258 Continente/País: Ásia/Japão Saitama Stadium 2002 Eco Medidas: Água: Conta com um sistema de drenagem e purificação que recolhe águas pluviais em tanques de 3.250 toneladas e as utiliza para irrigação do gramado e sanitários. Conforto Ambiental: Garante um ambiente propício, o ano todo, para o crescimento da grama, através de um sistema computadorizado de controle de temperatura do solo. Este corresponde a 40 km de tubos sem costura com 20 mm de diâmetro, sob a superfície do campo, Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/ Acesso 29/08/2012 onde as águas quente e fria podem ser distribuídas. Localização: Saitama (cidade) Saitama (província) Capacidade: 63.700 pessoas Estimativa: 350 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Azusa Sekkei Co., Ltd. Início da obra: 09 de maio de 1998 Inauguração: 13 de outubro de 2001 Outros nomes: Estádio Saisuta, Saitama Stadium Mandante: Urawa Red Diamonds (fut.) Finalidade: Uso exclusivo do futebol Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA 2002, Liga Japonesa de Futebol Acesso e Transporte: Urawamisono Station (sistema ferroviário de Saitama). Fonte: SAITAMA. Saitama Stadium 2002 - Information. 2012. Disponível em: <http://www.stadium2002.com/en/ index.php>. Acesso em: 29 ago. 2012. 259 Continente/País: Ásia/Japão Sapporo Dome Eco Medidas: Energia: Marcado por uma cúpula de grandes dimensões, quando se há necessidade de se refrigerar o ambiente, para se economizar energia, o ar frio é lançado para sua periferia. Materiais: É utilizada simultaneamente para o beisebol (através de um gramado artificial e fixo) e para o futebol (relvado natural e móvel). Para esta transformação, o campo desliza para o exterior do estádio, em aproximadamente cinco horas, girando 180°. Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/ Acesso 29/08/2012 Conforto Ambiental: Sua cobertura foi projetada para facilitar a dispersão do Localização: Sapporo (cidade) acumulo de neve, sem a necessidade de Hokkaido (província) gastos com a sua retirada. A ventilação e Capacidade: 41.484 pessoas a iluminação naturais são facilitadas Estimativa: 510 milhões (US dólares) através de pequenas aberturas Arquiteto(s): Hiroshi Hara mecanizadas da cobertura. Em função Início da obra: 1998 das fortes nevascas locais, o aquecimento Inauguração: 03 de junho de 2001 foi facilitado enterrando boa parte da Outros nomes: Hiroba Stadium estrutura ao solo. Mandante: Hokkaido Nippon Ham Fighters (beisebol), Consadole Sapporo (fut) Finalidade: Multiuso: esportes, shows e eventos diversos Eventos: XVII Copa do Mundo FIFA 2002, Liga Japonesa de Futebol Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: SAPPORO DOME. In Sapporo Dome, the Use and Device of Ecofriendly Technique are Performed in Such a Place. 2012. Disponível em: <http://www.sapporo-dome.co.jp.e.cx. hp.transer.com/kankyo/gijutsu.html>. Acesso em: 06 abr. 2012. 260 Continente/País: Ásia/ Taiwan (República da China) Kaohsiung National Stadium Eco Medidas: Energia: A arena que se destaca pela sua cobertura, em formato de dragão, quando vista de cima, tem nesta um de seus maiores triunfos. Composta por 8.844 painéis de captação de energia solar, em uma área de 14.155m². Estes painéis fotovoltaicos são suficientes para suprir todas as necessidades de energia do estádio, composto por 3.300 luzes, em apenas seis minutos, e dois telões gigantes. Os 1.14 GW hora produzidos são capazes, também, de iluminar 80% Fonte: www.gio.gov.tw Acesso 30/08/2012 das residências do entorno, ou podem ser armazenados em baterias especiais. O Localização: Kaohsiung (cidade) uso desta fonte de energia renovável e Kaohsiung (condado) limpa evita a emissão de 660 toneladas Capacidade: 40.000 pessoas de CO2, na atmosfera, anualmente. 55.000 (ampliação) Materiais: A arena teve outras Estimativa: 150 milhões (US dólares) preocupações ambientais: foi construída Arquiteto(s): Toyo Ito apenas com matérias-primas locais, e Início da obra: 2007 utilizou elementos reciclados em sua Inauguração: Junho de 2009 construção. Outros nomes: Taiwan Solar Power Conforto Ambiental: Sua cobertura, Stadium, National Stadium além de favorecer a captação de energia Mandante: Seleção de Taipé Chinês de solar foi projetada para resfriar naturalFutebol mente as arquibancadas e aproveitar ao Finalidade: Multiuso: esportes, shows e máximo a iluminação natural. eventos diversos Eventos: VIII Jogos Mundiais de 2009 Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: PHAM, D. Dragon-Shaped Solar Stadium in Taiwan is 100% Powered by the Sun. In: Inhabitat, 15 mar. 2011. Disponível em: <http://inhabi tat.com/taiwan%E2%80%99s-solar-sta dium-100-powered-by-the-sun/>. Acesso em: 04 set. 2012. 261 Continente/País: Europa/Alemanha Allianz-Arena Eco Medidas: Entorno: O estádio conta com garagens de 70 mil m² com telhado verde, preocupações paisagísticas e com o sistema de infiltração, através de pisos permeáveis, para promover o ciclo da água. Água: O gerenciamento de águas pluviais é abrangente com infiltração, através de tanques de decantação e reutilização. Apresenta descargas com fluxo de vazão reduzido e automáticas. Energia: A gestão energética reduziu os gastos pela metade. Dispensou uma Fonte: www.blog.rklarquitetura.com.br Acesso 18/12/2012 unidade de fornecimento a diesel de emergência por estar conectado a duas Localização: Munique (cidade) linhas de fornecimento, independentes. Baviera (estado) Resíduos: O estádio preza em sua gestão, Capacidade: 69.901 pessoas (2006-12) por materiais recicláveis, redução de 71.137 (hoje) embalagens e a coleta seletiva. 67.812 (partidas internac.) Conforto Ambiental: A temperatura de Estimativa: 370 milhões (US dólares) aquecimento interno é automatizada e Arquiteto(s): Herzog & de Meuron recupera calor do sistema de eletricidade. ArupSport São utilizadas caldeiras de condensação Início da obra: 21 de outubro de 2002 de 5 a 10% mais eficientes. O sistema de Inauguração: 30 de maio de 2005 refrigeração dos ambientes é controlado Outros nomes: München Arena, por meio de sondas de CO2, o que Munich Stadium significa que o ar fresco é fornecido, de Mandante: FC Bayern Munich e TSV acordo com a qualidade do ar e com a 1860 München (futebol) necessidade. Cada área de aquecimento Finalidade: Multiuso: esportes, concerda arena pode ser controlada individualtos musicais e eventos especializados mente, o que economiza eletricidade e Eventos: Bundesliga, Copa Audi 2009 e calor. 2011, XVIII Copa do Mundo FIFA 2006, Liga dos Campeões da UEFA 2011-12. Acesso e Transporte: Fröttmaning Station (sistema metroviário d’ Munique) Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 262 Continente/País: Europa/Alemanha AOL Arena Eco Medidas: Entorno: O projeto é integrado ao Parque Urbano de Altonaer Volkspark que conta com 205 hectares de área. Água: Apresenta descargas com fluxo de vazão reduzido e automáticas. A água de chuva é desviada para corpos hídricos receptores adjacentes e será utilizada, através de poços, para a irrigação do gramado e instalações sanitárias. Energia: O estádio é abastecido através de uma combinação de calor e energia; e tenta poupar nos gastos de energia. Fonte: www.casqueiforapraalemanha.blogspot. com.br/2010/10/ Acesso 18/12/2012 Resíduos: O estádio preza em sua gestão, Localização: Hamburgo (cidade-estado) por materiais recicláveis, redução de embalagens e a coleta seletiva. Capacidade: 75.000 pessoas (original) Conforto Ambiental: O aquecimento do 57.000 (hoje) estádio evita a utilização de energia 51.500 (partidas internac.) elétrica, substituindo esta fonte por Estimativa: 132 milhões (US dólares) biogás, ou calor recuperado. O biogás é Arquiteto(s): Não disponível fornecido através de uma usina moderna Início da obra: 1951(original) 30 de abril de 1998 (ref.) nas proximidades do estádio que consome 20.000 toneladas de resíduos Inauguração: 12 de julho de 1953 (orig) biodegradáveis, por ano. 02 de setembro de 2000 (ref) Outros nomes: HSH Nordbank Arena, Imtech Arena, Volksparstadion Mandante: Hamburger SV (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Bundesliga, Copa do Mundo de 1974 e 2006, Euro 1988 e UEFA 2010 Acesso e Transporte: Stellingen Station (sistema ferroviário de Hamburgo). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 263 Continente/País: Europa/Alemanha AWD Arena Eco Medidas: Entorno: É localizado integrado ao perímetro do parque urbano, onde está localizado o lago artificial Maschsee. Água: Quanto a racionalização de água utiliza mictórios a seco com tecnologia de diafragma. Utiliza dos rios e do lago Mashsee para a irrigação do gramado. Energia: O estádio é abastecido através de uma combinação de calor e energia; e recebeu uma gestão energética ardilosa. Conforto Ambiental: O estádio conta com um sistema de aquecimento das Fonte: www.zerozero.pt/estadio.php?id=170 Acesso 18/12/2012 cabines. E Cobertura em ETFE assimétrica para aproveitar ao máximo a Localização: Hannover (cidade) iluminação e a ventilação naturais. Baixa Saxônia (estado) Capacidade: 86.000 pessoas (original) 49.000 (hoje) 43.000 (partidas internac.) Estimativa: 85 milhões (US dólares) Valor da reforma de 2003 Arquiteto(s): Heinz Goesmann, Konwiarz Richard e Rudolf Hillebrecht (original), Schulitz & Partners (2003) Início da obra: 1952 (original) Março de 2003 (reforma) Inauguração: 26 de setembro de 1954 (original), Dezembro de 2004 (reforma) Outros nomes: Niedersachsenstadion, Hannover 96 Arena e Hannover Stadium Mandante: Hannover 96 (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Bundesliga, Copa do Mundo FIFA de 1974 e 2006, EuroCopa 1988, Copa das Confederações FIFA 2005 Acesso e Transporte: HannoverLinden/Fischerhof e Stadionbrücke Station (sistema ferroviário de Hannover). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 264 Continente/País: Europa/Alemanha Bay Arena Eco Medidas: Entorno: É localizado integrado ao perímetro do Sportpark Leverkusen, parque urbano e de práticas esportivas. Água: Utiliza água de poço para a irrigação do gramado, economia de 5.882 m³ de água, por ano; além de utilizar mictórios a seco, uma economia de 1,176 m³ de água potável, por ano. Energia: Lâmpadas de LED são utilizadas na iluminação da cobertura e substituíram boa parte das lâmpadas Fonte: www.thetrequartista.files.wordpress.com/ alógenas dos ambientes internos. Foram Acesso 19/12/2012 instalados também, sensores de presença. Já os transformadores são ligados só Localização: Leverkusen (cidade) Renânia do Norte-Vestfália (estado) quando realmente necessários. Materiais: Utiliza materiais de limpeza Capacidade: 20.000 pessoas (original) menos nocivos ao meio ambiente. 30.210 pessoas (hoje) Resíduos: Retorna para fornecedores, Estimativa: 93 milhões (US dólares) Valor da remodelação 2007 por ano, 12 m³ de resíduos e embalagens. Arquiteto(s): Max Bogl e Köster Bau Conforto Ambiental: A cobertura facilita (original); HPP Hentrich-Petschnigg & a proteção a intempéries, ao mesmo tempo, que permite o aproveitamento da Partner (remodelação 2007) iluminação natural. A envoltória facilita Início da obra: 23 de abril de 1956 (orig) a circulação de ar no interior da arena. 1986 (renovação) , 2007 (remodelação) Inauguração: 02 de agosto de 1958 (original), 1997 (fim da renovação), 15 de agosto de 2009 (fim da remodelação). Outros nomes:Ulrich-Haberland-Stadion Mandante: Bayer 04 Leverkusen (fut.) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino 2011, Bundesliga Acesso e Transporte: Leverkusen Mitte Station (sist. ferroviário de Leverkusen) Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WOMEN'S WORLD CUP 2011. Football’s Footprint - Legacy Report. 2011. Frankfurt, Alemanha. 65 p. 265 Continente/País: Europa/Alemanha Borussia-Park Eco Medidas: Água: Utilização de mictórios mais ecológicos, com baixa utilização de água, uma reserva de 100 m³ de água, por jogo. E aspersores de água para o gramado, durante o verão, mais ecológicos, que economizam 25.000 m³ de água, por ano. Energia: Substituição da iluminação convencional por LED, nas áreas VIP, na esplanada e nos corredores internos, uma redução de 15,284 kWh de energia/ano. Conforto Ambiental: Ajusta manualmente o aquecimento e a refrigeração do Fonte: www.skyscrapercity.com Acesso 19/12/2012 estádio, com base em condições Localização: Mönchengladbach (cidade) meteorológicas. Vinte e oito quiosques Renânia do Norte-Vestfália (estado) receberam aquecedores elétricos, uma economia de 4.005 kWh de energia / mês Capacidade: 54.019 pessoas (hoje) de inverno. 45.500 (partidas internac.) Estimativa: 112 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Planungsgruppe B Início da obra: 13 de novembro de 2002 Inauguração: 30 de julho de 2004 Outros nomes: New Bökelberg Stadium Mandante: Borussia Mönchengladbach (time da primeira divisão da Bundesliga) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino 2011, Bundesliga Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WOMEN'S WORLD CUP 2011. Football’s Footprint - Legacy Report. 2011. Frankfurt, Alemanha. 65 p. 266 Continente/País: Europa/Alemanha Frankenstadion Eco Medidas: Entorno: Localizado integrado à área do Volkspark Dutzendteich, parque urbano e de práticas esportivas de Nuremberg é um exemplo de adaptação de estruturas históricas ao conceito de sustentabilidade conta com 15.000 m² de áreas de estacionamento revestidas com cascalho permeável e gramadas. Quiosques do entorno receberam cobertura verde. Água: Reutiliza água de chuva para aspersão do gramado e limpeza, através de três tanques com volume total de Fonte: http://www.hpp.com/de/projekte/ Acesso 19/12/2012 1.000 m³. Mictórios a seco, também, foram instalados. A água de chuva é Localização: Nuremberg (cidade) desviada para os corpos hídricos Baviera (estado) receptores adjacentes. Capacidade: 50.000 pessoas (original) Energia: Utiliza um sistema alternativo 48.548 pessoas (hoje) de energia, através de geradores a diesel 44.308 (partidas internac.) e de um sistema de placas fotovoltaicas Estimativa: 75 milhões (US dólares) instaladas em sua cobertura de 12 mil m² Valor da reforma de 2002 Arquiteto(s): Otto Ernst Schweizer-1928 (250 kWp / 1,68 MWh ao ano). Apresenta um sistema de aquecimento do Início da obra: 1925 (original); 1987, 1991, 2002 (renovações) gramado mais eficiente e com menor desprendimento energético. Poupa Inauguração: 1928 (original) energia, ao fornecer aos quiosques do 24 de Abril de 2005 entorno, gás e não eletricidade para Outros nomes: Stadion Nürnberg, Maxaquecimento de água e chapas de cozinha Morlock-Stadion, Städtisches Stadion, o que aumenta a eficiência. EasyCredit-Stadion (namings rights) Resíduos: Há a gestão ambiental correta Mandante: FC Nürnberg (futebol) dos resíduos produzidos e uma continua Finalidade: Multiuso: esportes, concerbusca por um melhor desempenho tos musicais e eventos especializados ambiental. Eventos: Jogos Olímpicos de 1972, Copa Conforto Ambiental: O gramado conta do Mundo FIFA 2006, Copa das com um sistema de aquecimento, assim Confederações FIFA 2005, Bundesliga como os ambientes internos, que fora Acesso e Transporte: Nürnberg otimizado. São utilizadas caldeiras de Frankenstadion Station (sistema condensação de 5 a 10% mais eficientes. ferroviário de Nuremberg). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 267 Continente/País: Europa/Alemanha Fritz-Walter-Stadion Eco Medidas: Entorno: É localizado na borda do Parque de Vida Selvagem de Kaiserslautern, o que mostra a preocupação ecológica do projeto. Água: Para a racionalização da água foram instalados mictórios a seco e descargas automáticas. Energia: Apresenta energia fotovoltaica em três setores de sua cobertura, em uma área de 6.000 m², com 5.000 módulos de placas. Em dias ensolarados a produção é de até 800 kWp, podendo gerar, por ano, Fonte: www.my.opera.com/miss2incredible Acesso 19/12/2012 até 720.000 kWh, o suficiente para abastecer, anualmente, 200 casas. Localização: Kaiserslautern (cidade) Renânia-Palatinado (estado) Lâmpadas fluorescentes de última geração foram utilizadas e economizam Capacidade: 49.780 pessoas (hoje) 20% a mais que modelos anteriores. 38.000 pessoas (original) Resíduos: O estádio preza em sua gestão, 43.450 (partidas internac.) por materiais recicláveis, redução de Estimativa: 101 milhões (US dólares) embalagens e a coleta seletiva. Valor da reforma de 2002 Conforto Ambiental: A cobertura facilita Arquiteto(s): Folker Fiebiger (reforma) o conforto térmico e o aproveitamento da Início da obra: 1920 (original) iluminação natural. 2002 (renovação) Inauguração: 13 de maio de 1920 (orig) 06 de maio de 2006 (fim da renovação) Outros nomes: Betze, Betzenbergstadion Mandante: FC Kaiserslautern (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Copa do Mundo FIFA 2006, Bundesliga (Liga Alemã de Futebol) Acesso e Transporte: Kaiserslautern Hbf Station (sistema ferroviário e de trens de alta velocidade de Kaiserslautern). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 268 Continente/País: Europa/Alemanha Glücksgas-Stadion Eco Medidas: Entorno: É localizado integrado ao Parque Bürgerwiese, o mais antigo do local. Água: Utiliza poços subterrâneos para a irrigação do gramado, uma economia de 1.979 m³ de água, por ano. Energia: Desenvolveu de um sistema de monitoramento e gestão de energia e instalou telões em LED, mais eficientes. Resíduos: Criou uma área central para o recebimento de resíduos, já que com a separação destes, se reduz o custo com Fonte: www.br.soccerway.com/teams/germany/ sua eliminação e destinação final. Acesso 19/12/2012 Conforto Ambiental: Conta com um sistema de aquecimento, refrigeração e Localização: Dresden (cidade) ventilação (95,000m³/h), 30% mais Saxônia (estado) econômico, o que reduz a emissão de Capacidade: 32.066 pessoas (hoje) 30.5 toneladas de CO2 e de 665.000 kWh 36.000 (concertos) de energia, por ano. A cobertura com 27.190 (partidas internac.) 4.800m² de plástico transparente facilita Estimativa: 61 milhões (US dólares) a iluminação natural do campo. O Arquiteto(s): Beyer + Partner Início da obra: 12 de novembro de 2007 isolamento acústico reduz os ruídos a 100 decibéis. Inauguração: 15 de setembro de 2009 Outros nomes: Stadion Dresden, Dynamo-Stadion, Rudolf-Harbig-Stadio Mandante: Sportgemeinschaft Dynamo Dresden (time da segunda divisão alemã) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub-20 de 2010, Copa do Mundo de Futebol Feminino FIFA 2011 Acesso e Transporte: Lennéplatz e Großer Garten Stations (sistema de trens elétricos de Dresden). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WOMEN'S WORLD CUP 2011. Football’s Footprint - Legacy Report. 2011. Frankfurt, Alemanha. 65 p. 269 Continente/País: Europa/Alemanha Gottlieb-Daimler-Stadion Eco Medidas: Entorno: Localizado no centro de um complexo esportivo e de lazer da montadora de veículos Mercedes-Benz, apresenta parte de suas coberturas com telhado verde. Água: Capta águas pluviais em sua cobertura de 14 mil m², armazenando-a em uma cisterna com 350 m³ de volume. A racionalização da água conta com monitoramento digital constante, reguladores de fluxo e mictórios a seco com tecnologia diafragma. Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/ Acesso 19/12/2012 Energia: Dois telões em LED com 603.136 lâmpadas são encontrados na Localização: Stuttgart (cidade) Bade-Vurtemberga (estado) arena, assim como lâmpadas fluorescentes de última geração para economizar Capacidade: 60.441 pessoas (hoje) 20% de energia. A arena busca a máxima 70.000 (original) racionalização de suas instalações. 54.906 (partidas internac.) Conforto Ambiental: A cobertura em Estimativa: 77 milhões (US dólares) PVC revestida em poliéster permite a Valor da reforma de 2006 transmitância da luz em 8%. Em função 84 milhões (US dólares) das baixas temperaturas alemãs, sob a Valor da reforma de 2011 grama (cerca de 20 cm), existem mais de Arquiteto(s): Paul Bonatz (original) 20 km de tubos de aquecimento 'asp' architekten Stuttgart (reformas) instalados. O isolamento térmico da Início da obra: 1929 (original) 1971, 1993, 1999, 2004 (reformas), 18 de maio envoltória do estádio, com mantas de fibra mineral com 15 a 20 cm de de 2009 (retirada da pista de atletismo) espessura, economizam custos com a Inauguração: 23 de julho de 1933 (orig) energia e o aquecimento, cerca de 20%, 1973, 1994, 2003, 2005, 2011 (fim das ou 300.000 kWh. A temperatura de reformas e da retirada da pista atlética) aquecimento interno é automatizada e a Outros nomes: Mercedes-Benz Arena, refrigeração utiliza vapor de água. Há a Adolf-Hitler-Kampfbahn, Neckarstadion recuperação do calor para aquecimento. Mandante: VfB Stuttgart (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados. Eventos: Eurocopa 1988, Bundesliga, Copas do Mundo FIFA de 1974 e 2006 e Campeonato Mundial de Atletismo- 1933 Acesso e Transporte: Stuttgart Neckarpark (Mercedes-Benz) Station (sistema ferroviário de Stuttgart). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 270 Continente/País: Europa/Alemanha Olympiastadion Eco Medidas: Entorno: Com arquitetura marcante no centro do Parque Olímpico de Berlim, construído ainda no período nazista alemão apresenta preocupações de cunho ambiental: da pavimentação permeável, até sua frota de veículos, que fora substituída, parcialmente, por veículos elétricos de baixa emissão de carbono. Água: Acionamentos de descargas foram otimizados com uma economia anual de 1.200 m³ de água, através de 3 litros de vazão e origem de águas pluviais. Conta Fonte: www.atletismoenmexico.com/ Acesso 19/12/2012 com uma cisterna para captação de água de chuva com 1.400 m³ de capacidade, Localização: Berlim (cidade) que permite dez regas do gramado. A Berlim (estado) economia anual com a captação de água Capacidade: 74.244 pessoas (hoje) de chuva é de 15.000m³. 110.000 (original) Energia: Buscou a eficiência energética Estimativa: 330 milhões (US dólares) do estádio, através da readequação do Valor da reforma de 2004 sistema de iluminação noturna, uma Arquiteto(s): Werner March (original), economia de 22.600 kWh, por ano, por Gerkan, Marg und Partner (renovação) exemplo; a instalação de timmers em Início da obra: 1934 (original) escadas e corredores (menos 7.000 kwh); 03 de julho de 2000 (renovação) e a redução do transformador de Inauguração: 01 de ago. de 1936 (orig.) voltagem de 420V para 400V. Dispensou 31 de julho de 2004 (renovação) uma unidade de fornecimento a diesel de Outros nomes: Est. Olímpico de Berlim, emergência por estar conectado a duas Deutsches Stadion linhas de fornecimento, independentes. Mandante: Hertha BSC Berlin (futebol) Resíduos: Gere seus resíduos de forma e Seleção de Futebol da Alemanha mais adequada com a redução de 400 m³ Finalidade: Multiuso: esportes, concerde produção por ano. tos musicais e eventos especializados Conforto Ambiental: Parte da cobertura Eventos: Jogos Olímpicos de Verão de central de 42.000 m² é transparente como 1936, Copa do Mundo FIFA 1974, 2006 forma de permitir a entrada de e Copa do Mundo de Atletismo de 2009. iluminação natural. O formato de Acesso e Transporte: Olympia-Stadion ferradura facilita a entrada da ventilação Station (sist. ferro/metroviário d’ Berlim) natural. Foram feitos ajustes e a automaFonte: OC ORGANIZING tização dos sistemas de aquecimento e COMMITTEE FIFA WORLD CUP refrigeração, o que representa uma 2006. Green Goal - Legacy Report. economia anual de 122.000 kWh. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 271 Continente/País: Europa/Alemanha Rewirpower Stadion Eco Medidas: Água: Apresenta descargas com fluxo de vazão reduzido e ativação automática. Energia: Apresenta sistema alternativo de energia elétrica renovável; e buscou poupar ao máximo energia através de lâmpadas, alarmes de detecção e medidas para reduzir a duração da iluminação. Resíduos: Apresenta uma gestão mais adequada de seus resíduos ao utilizar caçambas de separação e produtos com menos embalagens. Conforto Ambiental: A cobertura com Fonte: www.st-anna-schule.eu/content/ pouca projeção facilita a entrada da Acesso 19/12/2012 ventilação e da iluminação naturais. Localização: Bochum (cidade) Renânia do Norte-Vestfália (estado) Capacidade: 50.000 pessoas (original) 31.328 (hoje) Estimativa: Não divulgada Arquiteto(s): Não disponível Início da obra: Março de 1976 Inauguração: 21 de julho de 1979 (orig) Outros nomes: Ruhrstadion, Stadion an der Straße Castroper Mandante: VfL Bochum (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Eurocopa Sub-21 de 2004, Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub-20 de 2010 e Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino Alemanha 2011 Acesso e Transporte: Rewirpower Stadion Station (sistema de trens elétricos de Bochum). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WOMEN'S WORLD CUP 2011. Football’s Footprint - Legacy Report. 2011. Frankfurt, Alemanha. 65 p. 272 Continente/País: Europa/Alemanha RheinEnergieStadion Eco Medidas: Entorno: Localiza-se no interior do Parque Esportivo de Müngersdorf, em meio a extensiva vegetação nativa; o que fez com que áreas de estacionamento fossem pavimentadas com material permeável feito com tapetes treliçados de plástico reciclado, com grama. Água: Apresenta descargas com fluxo de vazão reduzido e automatizadas. Energia: Apresenta medidas de poupança de energia através de lâmpadas, alarmes de detecção e medidas Fonte: www.acdckarten.info/03/ Acesso 19/12/2012 para reduzir a duração da iluminação. Conforto Ambiental: Para o aquecimenLocalização: Colônia (cidade) Renânia do Norte-Vestfália (estado) to interno, a energia que seria perdida com o ar residual é recuperada por meio Capacidade: 61.000 pessoas (original) de trocadores de calor e reutilizada na 50.997 (hoje) calefação. 46.134 (partidas internac.) Estimativa: 157 milhões (US dólares) Arquiteto(s): GMP e Max Bögl Início da obra: 1972 (original) 2003 (reforma) Inauguração: 12 de novembro de 1975 (original) 31 de março de 2004 (reforma) Outros nomes: Müngersdorfer Stadion, Colônia Stadium Mandante: 1. FC Köln (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Copa do Mundo FIFA 2006, Copa das Confederações FIFA 2005, Bundesliga (“B”), Copa UEFA 2004/05. Acesso e Transporte: RheinenergieStadion Station (sistema metroviário da região metropolitana de Colônia). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 273 Continente/País: Europa/Alemanha Rhein-Neckar-Arena Eco Medidas: Água: Racionalização da utilização da água e verificação dos fluxos d’descarga, alterando quando necessário, o consumo de 9 para 6 litros, por acionamento, o que gerou uma economia de 850 m³, por ano. Energia: Otimização do acionamento da iluminação, ventilação e da refrigeração, uma economia anual de 5.000 kWh. Utilização de iluminação LED, nas fachadas e em áreas internas, economizando 13.750 kWh de energia. Resíduos: Instalação completa e bem Fonte: www.data.motor-talk.de/data/ Acesso 19/12/2012 sinalizada de local adequado para substâncias nocivas ao meio ambiente. Localização: Sinsheim (cidade) Baden-Württemberg (estado) Conforto Ambiental: Controle dos aquecedores elétricos, nos banheiros de Capacidade: 30.164 pessoas (hoje) áreas públicas, com base na temperatura 25.641 (partidas internac.) externa - economia de 90.000 kWh – Estimativa: 80 milhões (US dólares) assim como do isolamento dos tubos de Arquiteto(s): Eheim Moebel aquecimento. Fora efetivado uma Sattler Europe economia de 10-15% do óleo para Início da obra: 25 de maio de 2007 aquecimento, com base na redução da Inauguração: 24 de janeiro de 2009 temperatura de fluxo. Outros nomes: New Dietmar-HoppStadion, Wirsol Rhein-Neckar-Arena Mandante: TSG 1899 Hoffenheim (fut) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino Alemanha 2011, Festival de Ginástica Alemão 2013 Acesso e Transporte: Sinsheim Museum/Arena Station (sistema ferroviário de Sinsheim). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WOMEN'S WORLD CUP 2011. Football’s Footprint - Legacy Report. 2011. Frankfurt, Alemanha. 65 p. 274 Continente/País: Europa/Alemanha Signal Iduna Park Eco Medidas: Entorno: Localizado no interior do Parque Esportivo Freibad Volkspark apresenta preocupações paisagísticas com seu entorno. Água: Conta com reguladores de fluxo em descargas com vazão de cinco litros. A água de chuva é desviada para corpos hídricos receptores adjacentes. Energia: Em 2011, na cobertura, um sistema fotovoltaico fora construído sobre o setor norte. A planta tem uma capacidade de 924 kWp e foi construído Fonte: www.zerozero.pt/estadio.php?id=166 Acesso 19/12/2012 pela empresa de energia solar Q-Cells. O estádio conta com telões e a publicidade Localização: Dortmund (cidade) Renânia do Norte-Vestfália (estado) do gramado em monitores LED. O número de lâmpadas foi reduzido em Capacidade: 54.000 pessoas (original) função de um estudo de intensidade 81.264 pessoas (hoje) luminosa. O consumo de energia por 65.718 (partidas internac.) jogo é de cerca de 10 mil kWh, um jogo Estimativa: 264 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Planungsgruppe Drahtler, à noite com holofotes consome 3,5 MW. Materiais: Dortmund se esforçou para Ulrich Drahtler, Schulte-Ladbeck utilizar produtos e materiais locais. Início da obra: 1971 (original); 1992, 1995, 2002, 2005 (ampliações) Resíduos: O estádio preza em sua gestão, por materiais recicláveis, redução de Inauguração: 02 de abril de 1974 (orig.) embalagens e a coleta seletiva. Outros nomes: Yellow Wall, Dortmund Conforto Ambiental: A fachada do Stadium, Westfalenstadion estádio, em vidro, facilita o aquecimento Mandante: Ballspiel-Verein Borussia interno, permitindo partidas no inverno. 1909 e. V. Dortmund (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Copa do Mundo FIFA 1974, 2006, Liga dos Campeões da UEFA 2000/01, Bundesliga Acesso e Transporte: Westfalen Stadion e Dortmund Signal Iduna Park Stations (sistema ferroviário e metroviário da região metropolitana de Dortmund). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 275 Continente/País: Europa/Alemanha SGL Arena Eco Medidas: Entorno: É o primeiro estádio de futebol, no mundo, carbono neutro, construído em etapas, podendo receber uma ampliação. A neutralidade do carbono foi conseguida por meio de bombas de calor que alcançam a temperatura desejada. Água: A irrigação do campo é efetivada através de poços, uma economia de 3.100m³ de água potável, por ano. Quanto à racionalização da água, os mictórios passaram a ser acionados Fonte: www.winsportscommesse.com Acesso 19/12/2012 individualmente, uma economia de 2.500 m³ de água e de esgoto, por ano. Localização: Augsburgo (cidade) Energia: Uma caldeira de biogás fornece Baviera (estado) a energia alternativa necessária em jogos, Capacidade: 30.660 pessoas (hoje) durante o horário de pico. Quanto à 28.367 (partidas internac.) racionalização, a iluminação interna é 49.000 (expansão futura) dividida em grupos, que podem ser Estimativa: 60 milhões (US dólares) acionados separadamente, uma economia Arquiteto(s): Bernhard & Kögl Início da obra: 16 de novembro de 2007 de 15.700 kWh de energia, por ano. Conforto Ambiental: Em relação ao Inauguração: 26 de julho de 2009 conforto térmico, a arena conta com a Outros nomes: Augsburg Arena, verificação de superfícies aquecidas Impuls Arena utilizando câmeras de imagem térmica, o Mandante: FC Augsburg 1907 (futebol) que reduz o desprendimento energético. Finalidade: Multiuso: esportes, concerAlém de utilizar sistemas de tos musicais e eventos especializados aquecimento e resfriamento neutros em Eventos: Copa do Mundo de Futebol emissões de CO . 2 Feminino Sub-20 de 2010, Supercopa da Alemanha 2010, Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino Alemanha 2011 Acesso e Transporte: Haunstetten Siemens II Station (sistema de trens elétricos de Augsburgo). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WOMEN'S WORLD CUP 2011. Football’s Footprint - Legacy Report. 2011. Frankfurt, Alemanha. 65 p. 276 Continente/País: Europa/Alemanha Veltins-Arena Eco Medidas: Entorno: Marcado por um gramado retrátil que leva quatro horas para sua operação, localiza-se no meio de um parque esportivo utilizado para o lazer da população de Gelsenkirchen. Água: Reguladores de fluxo foram utilizados em descargas com apenas 4.5 litros de vazão. A água de chuva é desviada para corpos hídricos receptores adjacentes. Energia: Apresenta um sistema de aquecimento do gramado mais eficiente e Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/ Acesso 19/12/2012 com menor desprendimento energético. Resíduos: O estádio preza em sua gestão, Localização: Gelsenkirchen (cidade) Renânia do Norte-Vestfália (estado) por materiais recicláveis, redução de embalagens e a coleta seletiva. Capacidade: 61.481 pessoas (hoje) Conforto Ambiental: A cobertura móvel 53.473 (partidas internac.) facilita o conforto ambiental interno, Estimativa: 253 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Hubert Petschnigg, Günter assim como isola acusticamente a arena para shows em 105 decibéis. A Kus, Hentrich e Partne Início da obra: 21 de novembro de 1998 temperatura de aquecimento interno é automatizada e utiliza gás encanado. Para Inauguração: 13 de agosto de 2001 o aquecimento interno, a energia que Outros nomes: Arena AufSchalke, seria perdida com o ar residual é New Parkstadion recuperada por meio de trocadores de Mandante: FC Schalke 04 (futebol) calor e reutilizada na calefação. Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Liga dos Campeões da UEFA 2004, Copa do Mundo FIFA 2006, Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo 2010, Grand Prix de Motovelocidade 2007 e 2008 e Bundesliga. Acesso e Transporte: Veltins-Arena Station (sistema de trens elétricos da região metropolitana de Gelsenkirchen). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 277 Continente/País: Europa/Alemanha Volkswagen Arena Eco Medidas: Entorno: Localizado no Autostadt, um complexo esportivo e de lazer da montadora de veículos Volkswagen, apresenta automóveis elétricos preocupados com o meio ambiente, que economizam 800 litros de diesel por ano. Água: Dentre as medidas de economia de água, destaca-se a instalação de mictórios a seco em seus banheiros. Materiais: Utiliza papéis 100% reciclados para materiais de divulgação. Resíduos: Efetiva a correta triagem de Fonte: www.vfl-wolfsburg.de/fileadmin Acesso 19/12/2012 seus resíduos para a destinação final. Conforto Ambiental: A cobertura retrátil Localização: Wolfsburg (cidade) e translucida facilita o aproveitamento Baixa Saxônia (estado) máximo da iluminação natural e facilita o Capacidade: 30.000 pessoas (hoje) conforto térmico em dias muito frios. Estimativa: 70 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Hentrich - Petschnigg & Tanto o gramado quanto a arena contam Partner KG (HPP), Düsseldorf, nb + b com um sistema eficiente de calefação. Architekten und Ingenieure, Wolfsburgo Início da obra: Maio de 2001 Inauguração: 13 de dezembro de 2002 Outros nomes: VFL Stadion Mandante: VfL Wolfsburg (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminimo 2011, Bundesliga Acesso e Transporte: Wolfsburg Hbf Station (sist. de trens de alta velocidade). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WOMEN'S WORLD CUP 2011. Football’s Footprint - Legacy Report. 2011. Frankfurt, Alemanha. 65 p. 278 Continente/País: Europa/Alemanha Waldstadion Eco Medidas: Entorno: Obra mais importante de um parque urbano e esportivo de Frankfurt que conta com a pavimentação permeável para reduzir áreas de dilúvio e apreensões com gases e ruídos gerados. Água: Conta com um grande sistema de infiltração subterrânea, de 1.715 m³, de águas pluviais, em nove mil blocos ocos de plástico, que está conectado a uma cisterna, com aprox. 200 m³ de volume, para as necessidades do complexo. Oferece descargas com vazão reduzida. Fonte: www.novomilenio.inf.br/real/ Acesso 19/12/2012 Energia: Dentre as medidas de racionalização apresenta sensores de Localização: Frankfurt (cidade) presença, para controle de iluminação; Hesse (estado) controladores de fluxo de refrigeradores, Capacidade: 52.000 pessoas (hoje) otimização energética e treinou seus 48.132 (partidas internac.) funcionários para lidar corretamente com 65.000 (concertos) equipamentos eletrônicos. Estimativa: 166 milhões (US dólares) Conforto Ambiental: Apresenta teto Arquiteto(s): GMP - Gerkan, Marg und Partner e Max Bögl (remodelação) retrátil para facilitar o conforto térmico interno, seja para dias frios, ou de verão. Início da obra: 17 de junho de 2002 E proteção para a incidência solar de (reconstrução) áreas voltadas para a fachada sul. O calor Inauguração: 21 de maio de 1925 (orig.) do ar das cozinhas é recuperado para o 15 de junho de 2005 (reconstrução) aquecimento interno. São utilizadas Outros nomes: Commerzbank-Arena (na caldeiras de condensação de 5 a 10% -ming rights de uma rede bancária alemã) mais eficientes. Já, quanto aos Mandante: Eintracht Frankfurt (futebol) aquecedores elétricos estes contam com Finalidade: Multiuso: esportes, concertemporizadores automáticos, conservantos musicais e eventos especializados do 4.000 kWh, por ano. Quanto aos Eventos: Copa do Mundo FIFA 1974 e sistemas de refrigeração e ventilação, 2006, Eurocopa 1988, Bundesliga, Copa estes apresentam fluxos de saída das Confederações de 2005, Copa do controlados, minimizando o consumo Mundo Feminina de Futebol 2011. energético em 135.000 kWh. Acesso e Transporte: Frankfurt am Main Stadion Station (sistema ferroviário da região metropolitana de Frankfurt). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 279 Continente/País: Europa/Alemanha Zentralstadion Eco Medidas: Entorno: Construído sobre seu antigo estádio, foi conectado a velha estrutura através de passarelas em meio a árvores e áreas de vegetação nativa; de forma a minimizar os custos com sua manutenção e não destoar com a paisagem marcada por um parque urbano e pelo zoológico local. Água: Apresenta descargas e torneiras com fluxo de vazão reduzido e automáticas para reduzir o consumo de água. Energia: O estádio é abastecido através de uma combinação de calor e energia. E Fonte: www.arctecart.com.br/2011/05/ Acesso 19/12/2012 buscou poupar ao máximo energia através de lâmpadas, alarmes de detecção Localização: Leipzig (cidade) e medidas para reduzir a duração da Saxônia (estado) iluminação. Capacidade: 44.300 pessoas (hoje) 50.000 pessoas (concertos) Conforto Ambiental: A cobertura facilita a acústica da arena e a penetração de Estimativa: 127 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Wirth+Wirth, Glöckner ventilação e iluminação naturais. A arena Architekten, Körber, Barton, Fahle, IPL conta com um sistema de aquecimento que reduz os gastos com energia elétrica. Ingenieurplanung Leichtbau, GmbH, Zech Planungs GmbH Leipzig Início da obra: Dezembro de 2000 Inauguração: 07 de março de 2004 Outros nomes: Red Bull Arena Mandante: R Ballsport Leipzig e 1. FC Lokomotive Leipzig (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos musicais e eventos especializados Eventos: Copa das Confederações FIFA 2005 e Copa do Mundo FIFA 2006. Acesso e Transporte: Sportforum Station (sistema de trens elétricos de Leipzig). Fonte: OC ORGANIZING COMMITTEE FIFA WORLD CUP 2006. Green Goal - Legacy Report. 2006. Frankfurt, Alemanha. 120 p. 280 Continente/País: Europa/Áustria UPC Arena Eco Medidas: Energia: A unidade ganhou um prêmio, em 2002, e foi considerada, até 2006, como o maior projeto de energia solar do país. Sua iniciativa vem incentivando outros países do continente a utilizar a energia solar para o aquecimento urbano. É capaz de produzir 540 MWh por ano e comparado a uma caldeira de óleo reduz a emissão de gás carbônico, anualmente, em 250.000 kg. Conforto Ambiental: Um dos anexos do Fonte: www.itecaudio.si/itecref/upc_arena.html complexo apresenta uma cobertura que Acesso 17/04/2012 conta com um sistema de aquecimento através de 1407 m² de painéis solares, Localização: Graz (cidade) que alimentam diretamente a rede Estíria (estado) urbana. Capacidade: 15.400 pessoas (hoje) Estimativa: 27 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Jörg Wallmüller, Dietrich Ecker, Herbert Missoni e Franz Cziharz Início da obra: 1995 Inauguração: 09 de julho de 1997 Outros nomes: Arnold Schwarzenegger Stadium e Stadion Graz-Liebenau Mandante: Grazer AK e SK Sturm Graz (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, lazer, serviços, shows e eventos comerciais Eventos: Supercopa Austríaca de Futebol, Copa da Áustria Acesso e Transporte: Stadion Liebenau e Dr. Lister Gasse Stations (sistema de bondes elétricos de Graz). Fonte: STADION GRAZ. UPC Arena. 2012. Disponível em: <http://www.mcg. at/en/upc_arena>. Acesso em: 17 abr. 2012. 281 Continente/País: Europa/França Stadium du Littoral Eco Medidas: Entorno: Localizado dentro de um parque esportivo é o primeiro complexo do tipo erguido no norte da França com a intenção de integrar vários esportes. Água: Apresenta uma cisterna para águas pluviais com 8 m³ de capacidade para limpeza e aparelhos sanitários. Energia: Busca a utilização racional de energia elétrica através de uma iluminação de baixa emissão e de 700 metros quadrados de painéis fotovoltaicos que foram embutidos na Fonte: www.archdaily.com/179962/ Acesso 23/12/2012 cobertura e produzem eletricidade para suas necessidades e o excedente é Localização: Grande Synthe (cidade) Nord-Pas-de-Calais (reg. administrativa) vendido para a concessionária. O sistema de produção de energia em breve será Capacidade: 617 assentos (hoje) concluído com a instalação de uma Estimativa: 5,2 milhões (US dólares) turbina eólica, para o norte do complexo, Arquiteto(s): OLGGA Architects fazendo com que a edificação produza (Alice Vaillant, Guillaume mais energia do que consuma. Grenu, Nicolas Le Meur) Materiais: Empregou materiais duráveis Início da obra: Não disponível em sua construção para garantir a Inauguração: 04 de setembro de 2011 durabilidade das estruturas e a facilidade Outros nomes: Não disponível da manutenção. Mandante: Olympique Grande-Synthe Conforto Ambiental: Apresenta 40 m² de Football (futebol) painéis solares responsáveis por 50% das Finalidade: Esportes: BMX, rúgbi, arco necessidades energéticas de água quente. e flecha, futebol, atletismo e ciclismo. Quanto a calefação utiliza duas bombas Eventos: Championnat de France Amade calor combinadas com um sistema de teur 2 (quinta divisão do futebol francês) ventilação alternativo que evita a perda Acesso e Transporte: Estação de trem no de calor. Utiliza, também, PTFE com a encontro das ruas De la Gare com Du função de delimitar espaços, manter a Chemin de Fer (sistema ferroviário da transparência, permitir a ventilação; ao cidade de Grande Synthe). mesmo tempo em que, dependendo da Fonte: ARCH DAILY. Stadium du iluminação, mantém a privacidade. Littoral / OLGGA Architects. 01 nov. 2011. Disponível em: <http://www.arch daily.com/179962/stadium-du-littoralolgga-architects/>. Acesso em: 23 dez. 2012. 282 Continente/País: Europa/Holanda (Países Baixos) Amsterdam Arena Eco Medidas: Água: A arena passa por um processo de implantação de um sistema de reutilização das águas pluviais. Energia: A arena está implantando um sistema de captação de energia solar através de placas fotovoltaicas instaladas em sua cobertura. Materiais: No momento, a arena passa por reformas para tornar-se neutra em emissões de gases estufa, até 2015. Dentre as transformações destaca-se: a Fonte: www.worldstadiums.com/stadium_menu/ substituição dos assentos por um Acesso 19/04/2012 especial, brasileiro, em plástico, obtido através da cana-de-açúcar. Localização: Amsterdã (cidade) Resíduos: O estádio apresenta um Holanda do Norte (prov.) sistema de gestão de resíduos dos Capacidade: 52.342 pessoas (futebol) eventos realizados em seu complexo. 68.000 pessoas (shows) Conforto Ambiental: Apresenta cobertuEstimativa: 184 milhões (US dólares) ra retrátil, facilitando a iluminação Arquiteto(s): Rob Schuurman e natural e a ventilação interna, a operação Sjoerd Soeters dura cerca de 18 minutos, entretanto o Início da obra: 1993 gramado é extremamente prejudicado Inauguração: 14 de agosto de 1996 pela baixa luminosidade. Outros nomes: “A Arena” Mandante: AFC Ajax (futebol) e a Seleção Neerlandesa de Futebol Finalidade: Multiuso: futebol, concertos, convenções e exposições Eventos: Eurocopa 2000 e Liga dos Campeões da UEFA Acesso e Transporte: Bijlmer ArenA Station (sistema metroviário e ferroviário de Amsterdã). Fonte: PONTES, N.; SCHOSSLER, A. Amsterdam Arena Vai Instalar Assentos Feitos de Plástico Verde Brasileiro. In: DW - Deutsche Welle, 19 jan. 2012. Disponível em: <http://www. dw.de/dw/article/0,,15672456,00.html>. Acesso em: 19 abr. 2012. 283 Continente/País: Europa/Holanda (Países Baixos) GelreDome Eco Medidas: Energia: Apresenta um sistema de aquecimento e refrigeração, através de fontes renováveis, principalmente através da utilização do lençol freático, o que favorece o conforto interno, através de um rigoroso controle de clima. Materiais: Primeiro estádio do mundo a utilizar assentos recicláveis de plástico. Conforto Ambiental: Apresenta cobertura retrátil, facilitando a iluminação natural e a ventilação interna. Seu gramado é móvel, podendo ser Fonte: www.arneym.nl/images/37cagelredo egacv9w0619.jpg. Acesso 19/04/2012 recolhido para shows e concertos, sem ser danificado, em seis horas. Localização: Arnhem (cidade) Gelderland (província) Capacidade: 25.000 pessoas (futebol) 34.000 pessoas (shows) Estimativa: 92 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Alynia Architecten Início da obra: 12 de julho de 1996 Inauguração: 25 de março de 1998 Outros nomes: Karel Aalbers Stadium e Vitesse Stadium Mandante: SBV Vitesse (futebol) Finalidade: Multiuso: futebol, concertos, convenções e exposições Eventos: Eurocopa 2000 e Campeonato Holândes de Futebol (Eredivisie) Acesso e Transporte: Arena necessita de transporte de massa mais apropriado. Fonte: BAKEMA, G.; SNIJDERS, A. L. Field Heating and Space Cooling at “Gelredome” Multifunctional Stadium in Arnhem; an Example of Heat-Pump Application in the Netherlands. 1998. Disponível em: <http://intraweb.stockto n.edu/eyos/energy_studies/content/docs/ proceedings/BAKEM.PDF>. LARIVE, J. Recycling of Old Plastic. In: Jornal Oficial da União Europeia, 13 out. 1997. Publicado ofic. em: 08 jun. 1998. Disponível em: <http://eur-lex. eu ropa.eu/LexUri Serv/LexUriServ.do?uri= CELEX:91997E3137:EN:HTML>. Acessos em: 19 abr. 2012. 284 Continente/País: Europa/Irlanda Aviva Stadium Eco Medidas: Entorno: A preocupação com o entorno é marcada pela instalação de ninhos artificiais para pássaros e outros animais silvestres, no corpo hídrico adjacente ao estádio. Água: A arena promove: a coleta e o armazenamento de 320 mil litros de água de chuva para irrigação do gramado; mictórios a seco (economia de 20 mil litros de água, em um único evento) e o gerenciamento correto da água. Fonte: www.pmgroup-global.com/aboutus/keypr Energia: O excelente gerenciamento de ojects/aviva-stadium-redevelopment-ireland.aspx. energia é demonstrado, por exemplo, Acesso 17/04/2012 pelas escadas rolantes que só funcionam quando solicitadas. Localização: Dublin (cidade/condado) Materiais: Empregou concreto com Capacidade: 51.700 pessoas (hoje) baixa emissão de gás carbônico em sua Estimativa: 540 milhões (US dólares) construção. Arquiteto(s): Populous e Resíduos: Construído para substituir o Scott Tallon Walker antigo estádio Lansdowne Road, Início da obra: Março de 2007 reutilizou toda a estrutura metálica de seu Inauguração: 14 de maio de 2010 antecessor. Já o gerenciamento estratégiOutros nomes: New Lansdowne Road co do lixo vem de um fundo anual Mandante: Seleções Irlandesas de comunitário de 100 mil euros, para Futebol e Rúgbi e Leinster Rúgbi estímulo da produção local de bens. Finalidade: Multiuso: esportes, shows e Conforto Ambiental: Conta com um concertos sistema de transferência térmica que Eventos: Final da Liga Europa da UEFA aquece a água de banheiros e cozinhas, 2011, Copa da Irlanda através do calor produzido na Acesso e Transporte: Lansdowne Road refrigeração de seus geradores elétricos. Station (sistema ferroviário de Dublin). Outro grande realce é o material Fonte: REDAÇÃO ECOD. Irlanda transparente que constitui a envoltória, Inaugura Estádio Sustentável com que permite a melhor penetração e Capacidade para 50 mil Espectadores. aproveitamento da luz natural; que In: Portal EcoD, 18 mai. 2010. associado a um sistema de isolamento Disponível em: <http://www.ecode acústico, abafa o ruído emitido no local e senvolvimento.org/noticias/irlanda-inaug o reduz para 53 decibéis (semelhante ao ura-estadio-sustentavel-com#ixzz1qdYF ruído de uma impressora a um metro de fJFe>. Acesso em: 30 mar. 2012. distancia da fachada). 285 Continente/País: Europa/Portugal Estádio do Dragão Eco Medidas: Água: Foram aplicados temporizadores nas torneiras e reutilização das águas pluviais, para irrigação do gramado. Energia: Foi o primeiro estádio europeu a conseguir a certificação “GreenLight”, da Comissão Europeia, para esforços realizados em termos da utilização racional de energia e da qualidade da iluminação; tais medidas acarretaram em uma redução de 18% do consumo elétrico. No Estádio do Dragão localizase a central de gestão técnica de todo o Fonte: www.fcporto24.com/fcporto.php Acesso 02/05/2012 complexo, constituído por 142 câmaras de vídeo-vigilância; deste é possível Localização: Porto (cidade/distrito) assegurar a boa gestão de recursos, Capacidade: 50.399 pessoas (hoje) tornando possível, à distância de um Estimativa: 130 milhões (US dólares) clique, gerir os diversos sistemas de Arquiteto(s): Manuel Salgado iluminação, auxiliando, por exemplo, aos Início da obra: 2001 já instalados sensores de presença. Inauguração: 16 de novembro de 2003 Resíduos: As boas práticas de reciclaOutros nomes: (Novo) Estádio das Antas gem e campanhas de conscientização Mandante: Futebol Clube do Porto ambiental, também são um dos destaques Finalidade: Multiuso: esportes, concerdesta arena que produz cerca de quatros tos, serviços, shows e eventos comerciais toneladas de resíduos por partida. Eventos: Euro 2004, Campeonato Portu- Conforto Ambiental: Conta com a guês de Futebol (Liga Zon Sagres) instalação de painéis solares térmicos Acesso e Transporte: Estação Estádio do para o aquecimento da água; o que Dragão (sistema metroviário do Porto). representa uma economia de 30% do Fonte: GREEN SAVERS. A Sustenta- consumo total. A ventilação e a bilidade do Estádio do Dragão (com iluminação naturais tiveram destaque Vídeo). In: Green Savers, 24 jan. 2012. também em sua concepção. Disponível em: <http://greensavers. sapo. pt/2012/01/24/a-sustentabilidade-do-esta dio-do-dragao-com-video/>. Acesso em: 03 mai. 2012. 286 Continente/País: Europa/Reino Unido - Inglaterra Estádio Olímpico de Londres Eco Medidas: Entorno: O estádio está no extremo sul do Parque Olímpico Urbano entre rios e afluentes e visa se tornar uma nova área de lazer londrino revitalizando uma área degradada a leste da capital. Durante os quase três anos de obra, mais de 60% dos materiais de construção foram levados por via férrea ou fluvial, reduzindo as emissões atmosféricas de carbono. Água: O estádio conta com a coleta e o armazenamento de águas pluviais para a irrigação do gramado, lavagem de áreas e Fonte: www.sportv.globo.com/platb/files/ Acesso 09/12/2012 para descargas sanitárias. Energia: Sete turbinas eólicas foram Localização: Newham (cidade) instaladas no Parque Olímpico pela Londres (região) empresa Quiet Revolution para atender Capacidade: 60.000 pessoas (hoje) as necessidades do complexo. Cada uma 80.000 (Olimpíadas) 25.000 (capacidade mínima) conta com 18 m de altura, carca de 8kW de potência por unidade, podendo gerar Estimativa: 777 milhões (US dólares) atá 7500 kWh/ano de energia com Arquiteto(s): Populous e Peter Cook velocidade média de ventos de 7m/s. Início da obra: 22 de maio de 2008 Materiais: Sua flexibilização e a possibiInauguração: 05 de maio de 2012 lidade do desmonte do anel superior Outros nomes: Stratford Stadium, fazem com que seus materiais possam ser Estádio da Ilha utilizados em outros equipamentos Mandante: West Ham United (time da esportivos. O material da cobertura é segunda divisão do futebol inglês) feito em plástico PVC (em vez de aço Finalidade: Multiuso: esportes, concereste quando utilizado fora mais leve) tos musicais e eventos especializados para reduzir custos e o impacto Eventos: Jogos Olímpicos e Para- ambiental. A envoltória é feita com olímpicos de 2012, Premier League, tecidos coloridos. O estádio foi Campeonato Mundial de Atletismo 2017. construído usando mais de 50% de Acesso e Transporte: Stratford Station materiais reciclados, incluindo armas (sistema ferroviário e metroviário da apreendidas pela polícia. A arena, região metropolitana de Londres). também possui concreto com teor 40% Fonte: NEWCOMB, T. O Estádio menor de carbono do que o habitual, a Olímpico Mais Leve e Responsável Já partir de resíduos industriais. Construído. In: Popular Science Brasil Resíduos: As 800 mil toneladas de solo Tecnologia, 02 ago. 2012. Disponível retiradas para o rebaixamento de 20 em: <http://popscibrasil.uol.com.br/tec metros, para a sua construção, foram nologia/o-estadio-olimpico-mais-leve-e-r utilizadas no próprio Parque Olímpico. esponsavel-ja-construido/>. Acesso em: Conforto Ambiental: A cobertura parcial 09 dez. 2012. do estádio facilita a entrada de iluminação e ventilação naturais. 287 Continente/País: Europa/Reino Unido - País de Gales Millennium Stadium Eco Medidas: Entorno: O complexo encontra-se inserido na área central da cidade nas proximidades do Rio Taff, do Parque Cardiff Arms e do Castelo de Cardiff o que redobrou a atenção de seus designers com sua inclusão na paisagem e entorno. Água: A grama natural foi colocada em um sistema modular que contém irrigação e drenagem próprias e que pode ser removida para outros eventos. Esta irrigação é efetivada com água de chuva captada da cobertura. A racionalização Fonte: www.bbc.co.uk/wales/scrumv/images/ Acesso 15/12/2012 da água marca a nova gestão do estádio. Energia: A iluminação dos novos Localização: Cardiff (cidade) holofotes é 78% mais eficiente e reduz o Gales do Sul (região) consumo elétrico, assim como, as mais Capacidade: 74.500 pessoas (hoje) de 450 luminárias em LED instaladas e Estimativa: 200 milhões (US dólares) pelo uso de frigoríficos mais eficientes. Arquiteto(s): Bligh Lobb Sports O estádio busca o aprimoramento da Architecture (Populous) gestão e da racionalização energética, Início da obra: Setembro de 1997 seja por controle eletrônico, seja pela Inauguração: 26 de junho de 1999 limitação de áreas sem uso iluminadas. Outros nomes: Stadiwm y Mileniwm Materiais: A equipe de manutenção usa Mandante: Seleção Galesa de Rúgbi e produtos menos nocivos ao meio Seleção Galesa de Futebol ambiente sempre que possível. Finalidade: Multiuso: esportes, concerResíduos: A gestão de resíduos prioriza a tos musicais e eventos especializados reciclagem e a transformação da matéria Eventos: Copa do Mundo de Rúgbi orgânica em energia elétrica. Esta busca 1999, 2007, 2015 e Jogos Olímpicos de pela boa gestão é divulgada entre todos Verão Londres 2012 (futebol) os funcionários, usuários e fornecedores. Acesso e Transporte: Cardiff Central Com isto, 71,52 toneladas de resíduos Station (sistema ferroviário de Cardiff). deixaram de ir para aterros sanitários. Fonte: MILLENNIUM STADIUM. Conforto Ambiental: A cobertura móvel Millennium Stadium Sustainable facilita a incidência de iluminação e Development. In: Portal Millennium ventilação naturais, ao mesmo tempo, Stadium, 2009. Disponível em: que protege seus espectadores das <http://www.millenniumstadium.com/inf condições adversas do tempo. Sistemas ormation/sustainability.php>. Acesso em: de ventilação, refrigeração e 15 dez. 2012. aquecimento foram aprimorados para reduzir o consumo energético. 288 Continente/País: Europa/Reino Unido - Inglaterra Princes Park Eco Medidas: Entorno: A preocupação com sua inserção na paisagem começou na sua concepção. O gramado foi rebaixado dois metros em relação ao nível da rua para diminuir a poluição sonora e visual. A terra retirada foi reutilizada no paisagismo ao redor do estádio. A área onde está localizado ainda apresenta contornos de grande preservação ambiental. Água: Água de chuva é coletada e direcionada para dois grandes lagos artificiais localizados ao norte da área do Fonte: www.providerfiles2.thedms.co.uk/ Acesso 10/12/2012 estádio. Esta água é reutilizada para atividades de limpeza, descargas e Localização: Dartford (cidade) irrigação do gramado. Os lagos além Kent (condado) Capacidade: 4.100 pessoas (capacidade) desta função foram construídos para potencializar a estética do complexo e 642 assentos (hoje) para servir de atração para a fauna local. Estimativa: 11 milhões (US dólares) Energia: Possui painéis de energia solar Arquiteto(s): Alexander Sedgley Início da obra: 14 de novembro de 2005 em sua cobertura que geram sua própria eletricidade e abastecem diversas áreas. Inauguração: 11 de novembro de 2006 A Iluminação é de baixo consumo. Outros nomes: Dart Stadium Materiais: A cobertura reutiliza madeira Mandante: Dartford F.C. (futebol) tratada para sua sustentação. Finalidade: Multiuso: campo comunitá- Conforto Ambiental: A cobertura do rio de treinamento, estádio de futebol, estádio recebeu forração vegetal para clube privado, campo de golfe e corrida fazer a filtragem natural do ar de rua e permite eventos especializados. atmosférico. Caldeiras de condensação Eventos: Partidas da quinta divisão do foram utilizadas para fornecer um futebol inglês. sistema mais eficiente de calefação; Acesso e Transporte: Arena necessita de assim como, uso do aquecimento transporte de massa mais apropriado, radiante na sede do clube, que recebeu conta apenas com pontos de ônibus. um isolamento térmico mais eficiente Fonte: BRANDON, B. The World para manter sua temperatura ideal. Games Stadium and Eco-friendly Sta- Coletores solares aquecem a água, que dia In: Portal Pi, 30 jul. 2009. Disponí- armazenada em cilindros de alumínio, vel em: <http://pitchinvasion.net/blog/20 será reutilizada para necessidades locais. 09/07/30/the-world-games-stadium-and-e co-friendly-stadia/>. Acesso: 10/12/2012. OLIVEIRA, L. Estádios que Visam à Sustentabilidade. In: Blog Gol de Arquitetura, 11 ago. 2009. Disponível em: <http://goldaarquitetura.blogspot.co m.br/2009/08/estadios-que-visam-sustent abilidade.html>. Acesso: 10 dez. 2012. 289 Continente/País: Europa/Reino Unido - Inglaterra Wembley Stadium Eco Medidas: Entorno: O estádio equilibrou a quantidade de cortes e aterros de sua construção para evitar a retirada de grandes quantidades de terra. Sua inserção na paisagem tem sua origem em um projeto de 1923 que fora demolido. Água: O estádio trabalha com várias iniciativas de racionalização para reduzir o consumo local de água, decorrente de suas atividades, são processados e estocados 600 m³ de água na própria arena. Energia: O estádio é alimentado 100% Fonte: www.london-attractions.info Acesso 19/12/2012 por energia verde comprada do operador. Sistemas elétricos e equipamentos são Localização: Brent (cidade) utilizados da forma mais eficiente Londres (região) possível. Em dias onde não ocorrem Capacidade: 90.000 pessoas (hoje) 86.000 (futebol americano) eventos, toda a iluminação não essencial é desligada, inclusive a do arco da 75.000 (concertos) cobertura. Assim, desde 2007, o Estimativa: 1,3 bilhão (US dólares) consumo energético fora reduzido e as Arquiteto(s): Foster and Partners, emissões de carbono relacionadas Populous, Nathaniel reduzidas em 28%. Lichfield and Partners Resíduos: Através de um programa de Início da obra: 30 de setembro de 2002 recuperação (transformação de restos em Inauguração: 09 de março de 2007 eletricidade) e de reciclagem de resíduos Outros nomes: The Venue of Legends, (taxa atual de 76%), o estádio não envia New Wembley mais dejetos para o aterro sanitário local. Mandante: Seleção Inglesa de Futebol Conforto Ambiental: A cobertura retrátil Finalidade: Multiuso: esportes, concerfacilita o aproveitamento da iluminação e tos musicais e eventos especializados da ventilação naturais no interior do Eventos: Liga dos Campeões da UEFA estado. Protegendo seus espectadores do 2011 e 2013, Jogos Olímpicos de Verão rigoroso inverno londrino. 2012, Campeonato Inglês de Futebol. Acesso e Transporte: Wembley Park, London Underground e Wembley Central Stations (sistema ferroviário e metroviário metropolitanos de Londres). Fonte: WEMBLEY NATIONAL STADIUM. Stadium Guide Sustainability. 2012. Disponível em: <http://wembleystadium.com/TheStadiu m/StadiumGuide/Sustainability> Acesso em: 24 dez. 2012. 290 Continente/País: Europa/Romênia Cluj Arena Eco Medidas: Entorno: Por estar localizado nas proximidades do Rio Someşul Mic e a oeste do Parque Central, a preocupação com a sustentabilidade advém da concepção projetual, ou seja, da inserção do estádio, na cidade, e a sua integração interior- exterior, marcada pela limpidez dos elementos construtivos. Conforto Ambiental: A forma arquitetônica da cobertura facilita o máximo aproveitamento da iluminação e da ventilação naturais. Fonte: www.skyscrapercity.com/ showthread.ph p?p=89051899 Acesso 19/04/2012 Localização: Cluj-Napoca (cidade) Cluj (distrito) Capacidade: 30.335 pessoas (hoje) Estimativa: 60 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Dico si Tiganas Início da obra: 15 de julho de 2009 Inauguração: 11 de outubro de 2011 Outros nomes: Ion Moina (antiga arena) Mandante: FC Universitatea Cluj (fut.) Finalidade: Multiuso: esportes, lazer, shows e eventos comerciais Eventos: Campeonato Romeno Acesso e Transporte: Sta ia Uzinei Electrice e Sta ia Parcul Central (sistema de transporte público de Cluj-Napoca) Fonte: CLUJ, S.C. F. C. U. Stadion. 2012. Disponível em: <http://www.uni versitateacluj.ro/Stadion.html> Acesso em: 04 set. 2012. 291 Continente/País: Europa/Suécia Friends Arena Eco Medidas: Entorno: Seu design e sua localização visam revitalizar e transformar uma área da Região Metropolitana de Estocolmo, de origem industrial, em uma das áreas mais sustentáveis e economicamente viáveis de toda a Suécia. Água: Capta água de chuva para a irrigação do gramado, limpeza e para o acionamento de equipamentos sanitários eficientes. Energia: Conta com iluminação em LED, uma das técnicas mais eficientes, Fonte: www.stadiumguide.com/friendsarena/ Acesso 07/01/2012 modernas e econômicas; não só internamente, como também ao longo de Localização: Solna (cidade) toda a sua fachada. Estocolmo (condado) Conforto Ambiental: A arena por contar Capacidade: 50.000 pessoas (futebol) com um teto retrátil, o que facilita a 67.500 pessoas (shows) utilização de recursos naturais como o Estimativa: 391 milhões (US dólares) vento e a luz solar, durante o verão, Arquiteto(s): Berg Arkitektkontor, funcionará durante todo o ano. Para o Krook & Tjäder, inverno, o estádio conta com um sistema C. F. Møller e HOK Sport Início da obra: 07 de dezembro de 2009 de aquecimento eficiente e moderno. Inauguração: 27 de outubro de 2012 Outros nomes: Swedbank Arena, Arenastaden Mandante: Seleção Sueca de Futebol e AIK Fotboll (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes (incluindo os de inverno), concertos e outros Eventos: Campeonato Europeu de Futebol Feminino 2013, Superliga Sueca Acesso e Transporte: Solna Station (sistema ferroviário de Solna). Fonte: FRIENDS ARENA. Välkommen Till Friends Arena - De Stora Ögon blickens Arena. 2012. Disponível em: <http://friendsarena.se/Arenan/> Acesso em: 08 mai. 2012. 292 Continente/País: Europa/Suécia Stockholm Arena Eco Medidas: Entorno: Receberá o selo de sustentabilidade de grau mais elevado da “Miljöbyggnad”, sistema de classificação do país, pela mínima influência negativa para o meio ambiente, buscará também, o norte-americano LEED. Água: Contará com gramado artificial como forma de economizar água e facilitar a sua manutenção. Energia: Contará com o uso de energia renovável e a implementação eficaz de técnicas de eficiência energética. Fonte: www.afabonline.com.br/new/ Acesso 04/05/2012 Materiais: Está empregando, ao longo de sua construção, materiais sustentáveis. Localização: Globen (cidade) Resíduos: Contará com o gerenciamento Estocolmo (condado) estratégico e eficaz de seus resíduos. Capacidade: 30.000 pessoas (futebol) Conforto Ambiental: Apresentará teto40.000 pessoas (shows) retrátil o que facilitará o conforto térmico Estimativa: 380 milhões (US dólares) interno (sistemas de aquecimento e Arquiteto(s): White Arkitekter refrigeração), em função das baixas Início da obra: 10 de setembro de 2010 temperaturas do inverno sueco. Inauguração: Julho de 2013 (projeção) Outros nomes: Söderstadion Mandante: Hammarby Fotbol e Djurgårdens IF Fotboll (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes (incluindo equestres, no gelo e motorizados), concertos, exposições, eventos empresariais, banquetes e serviços. Eventos: Superliga Sueca e eventos internacionais de futebol Acesso e Transporte: Gullmarsplan Tbana Station (sistema metroviário e de bondes elétricos de Estocolmo). Fonte: WSP GROUP. Sustainability Strategy for Stockholm Arena. 2012. Disponível em: <http://www.wspenviron mental.com/locations/stockholm-arena-p roject/en>. Acesso em: 04 mai. 2012. 293 Continente/País: Europa/Suécia Swedbank Stadion Eco Medidas: Entorno: A arena busca contribuir para uma sociedade sustentável através de políticas de eficiência ambiental, de informação/educação e de recursos. Energia: Conta com técnicas de conservação de energia de forma responsável. Materiais: Adquiri bens, materiais e serviços, considerando seus impactos ambientais. Resíduos: Conta com ampla divulgação Fonte: www.farm4.static.flickr.com/3220/30201 e apoio legal de campanhas de 34510_ec9970a8ea_o.jpg. Acesso 08/05/2012 reciclagem e redução de materiais. Conforto Ambiental: A forma Localização: Malmö (cidade) arquitetônica da cobertura facilita o Sverige (condado) máximo aproveitamento da iluminação e Capacidade: 21.000 pessoas (hoje) da ventilação naturais. Estimativa: 102 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Fojab Arkitekter Berg Arkitektkontor Início da obra: 23 de abril de 2007 Inauguração: 13 de abril de 2009 Outros nomes: Malmö New Stadium Mandante: Malmö FF (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos e outros eventos. Eventos: Campeonato de Futebol Masculino Sub-21 Europeu, Superliga Sueca Acesso e Transporte: Triangeln Station (sistema ferroviário de Malmö). Fonte: MFF - MALMÖ FOTBOLLFÖRENING. Swedbank Station Milijö. 2008. Disponível em: <http://www.swed bankstadion.se/Om_stadion/>. Acesso em: 08 mai. 2012. 294 Continente/País: Europa/Suécia Ullevi Stadion Eco Medidas: Energia: Desde março de 2007, o estádio conta com uma das maiores usinas de energia solar da Suécia, constituída de 600 metros quadrados de painéis solares fotovoltaicos, situados na cobertura das cabines de honra e áreas VIPs. O rendimento dos 451 módulos é de 86,4 kW e a produção anual é cerca de 65 000 kWh; o que é suficiente para cobrir os gastos com a iluminação artificial de 35 eventos, com um saldo positivo. Esta pequena iniciativa Fonte: www.nflstadiumguide.com/ullevi1.jpg Acesso 08/05/2012 sustentável de 841 mil dólares, no estádio, faz parte de uma iniciativa maior Localização: Gotemburgo (cidade) Västra Götaland (condado) das esferas de governo, o projeto “Gotemburgo 2050”, que visa trabalhar Capacidade: 43.000 pessoas (futebol) uma transição energética, a longo prazo. 75.000 pessoas (shows) Conforto Ambiental: Pela ausência de Estimativa: 65 milhões (US dólares) cobertura em grande parte do estádio, o Arquiteto(s): Fritz Jaenecke aproveitamento da iluminação natural e Sten Samuelson de mecanismos de ventilação cruzada é Início da obra: Maio de 1957 maior do que em muitas arenas cobertas. Inauguração: 29 de maio de 1958 Outros nomes: Nya Ullevi, Ullevi Mandante: IFK Göteborg, Örgryte IS e GAIS Göteborg (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos e outros eventos Eventos: Copa do Mundo FIFA 1958, Copa Mundial de Atletismo de 1995 Acesso e Transporte: Goteborg Central Station (sistema ferroviário e de bondes elétricos de Gotemburgo). Fonte: GOT EVENT, AB. En av Sveriges Största Solcellsanläggning Producerar Grön el på Ullevi. 2012. Disponível em: <http://www.gotevent.se/ solceller/default.asp>. Acesso em: 09 mai. 2012. 295 Continente/País: Europa/Suíça AFG Arena Eco Medidas: Entorno: Inserido em uma cidade pequena, apresenta baixa capacidade de público o que facilita a manutenção, sem perder sua modernidade tecnológica. Tem a emissão de gases do efeito estufa, na atmosfera, controlada e limitada. Energia: Recebeu na cobertura placas fotovoltaicas, a pedido da administração municipal, para a geração de 202,4kWp de energia elétrica, suficientes para gerar 190,250 kWh, anualmente, para as Fonte: www.blogestadios.blogspot.com.br/2011 necessidades de até 50 residências. Acesso 17/05/2012 Conforto Ambiental: Apresenta cobertura descolada da última fileira de Localização: St. Gallen (cidade) assentos o que facilita a ventilação St. Gallen (cantão) cruzada e a iluminação natural. Capacidade: 19.694 pessoas (hoje) Estimativa: 360 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Bruno Clerici, Bayer Partner AG e Philippe Joye & Associés Início da obra: 14 de setembro de 2005 Inauguração: 30 de maio de 2008 Outros nomes: Stadion St. Gallen Mandante: FC St. Gallen (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos, serviços e lazer Eventos: Challenge League (A segunda divisão do campeonato suíço de futebol) Acesso e Transporte: St. Gallen Winkel Station (sistema ferroviário d’ St. Gallen) Fonte: TRITEC GROUP. IKEA flat roof AFG Arena. 2012. Disponível em: <http://www.tritec- energy.com/en/refere nce-cases/1002-ikea-flat-roof-afg-arenast-gallen/>. Acesso em: 17 mai. 2012. 296 Continente/País: Europa/Suíça Arena Thun AG Eco Medidas: Água: O gramado é artificial em função de uma economia com o aquecimento e a irrigação. A arena busca racionalizar água ao máximo, evitando desperdícios. Energia: Na cobertura do estádio, com 2624 metros quadrados, foram instaladas 1600 placas fotovoltaicas para geração de energia. Estas fornecem uma redução do consumo em 18% e uma produção anual de 440 MWh, o que corresponde ao consumo anual de 80 famílias. Conforto Ambiental: Cerca de 90% do Fonte: www.hrs.ch/typo3temp/pics/ Acesso 09/05/2012 aquecimento, em função das baixas temperaturas é feito indiretamente Localização: Thun (cidade) através de bombas de calor das águas Berna (cantão) subterrâneas e os outros 10% através da Capacidade: 10.000 pessoas (hoje) condensação a gás. A água quente (65%) Estimativa: 45 milhões (US dólares) também é obtida indiretamente através Arquiteto(s): Itten + Brechbühl AG, Brügger Architekten AG e das bombas de calor das águas subterrâneas, o restante não utiliza Pool Architekten condensação a gás. A pouca capacidade Início da obra: Março de 2010 do estádio proporciona uma cobertura Inauguração: 09 de julho de 2011 menor e um maior aproveitamento da Outros nomes: "The Jewel" (A Jóia) iluminação e ventilação naturais. Mandante: F C Thun (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos, conferências e convenções. Eventos: Superliga Suíça Acesso e Transporte: Thun Station (sistema ferroviário de Berna) Fonte: ARENA THUN AG. Solarstrom vom Arena-Dach. 2011. Disponível em: <http://www.arenathun.ch/index.php?sec tion=news&cmd=details&newsid=19>. Acesso em: 09 mai. 2012. MILELLI, A. Fussballstadien Nach Minergie. 28 jul. 2011. Disponível em: <http://www.minergie.ch/news/items/fus sballstadien-nach-minergie.html>. Acesso em: 09 mai. 2012. 297 Continente/País: Europa/Suíça Letzigrund Stadion Eco Medidas: Entorno: Em sua concepção as preocupações ambientais tiveram grande destaque para a sua correta gestão. Água: O projeto apresenta preocupações com as águas subterrâneas, toda a água de chuva que cai na cobertura é recolhida e infiltrada no solo, através de galerias. Energia: Na cobertura, fora instalada, em 2007, uma usina fotovoltaica com 1276 módulos, 2.500 m² à base da eficiente tecnologia dos monocristais, com potência de 223 mil quilowatts. Fonte: www.4.bp.blogspot.com/ Acesso 09/05/2012 Materiais: A cobertura apresenta forração em madeira certificada e tratada. Localização: Zurique (cidade) A construção teve uma preocupação Zurique (cantão) maior com a gestão de novos materiais. Capacidade: 25.000 pessoas (futebol) 30.000 pessoas (atletismo) Resíduos: A arena desde sua concepção 48.000 pessoas (concertos) apresenta preocupações com a produção e gestão de resíduos. Os 350.000 m³ de Estimativa: 94 milhões (US dólares) materiais originários do rebaixamento do Arquiteto(s): Bétrix & Consolascio, gramado tiveram reuso na própria obra, Frei & Ehrensperger Início da obra: 15 de novembro de 2005 ou foram destinados a locais próximos, evitando grandes deslocamentos. Já o Inauguração: 30 de agosto de 2007 concreto do antigo estádio demolido foi Outros nomes: Letzi, New Letzigrund reciclado para novas construções. 29.000 Stadium, Nouveau Stade m³ de material foram descartados Mandante: FC Zürich, Grasshopper corretamente. Club Zurich (futebol) Conforto Ambiental: A cobertura com Finalidade: Multiuso: esportes, concer20.000 m² elevada do último assento e tos, conferências e convenções. assimétrica, em direção a incidência dos Eventos: Euro 2008, Superliga Suíça raios solares, facilita a penetração da Acesso e Transporte: Zürich, Freihof- iluminação e ventilação naturais. strasse e Zürich, Letzigrund Stations (sistema de trens elétricos de Zurique) Fonte: HOFFMANN, G. A Maior Usina Solar do Mundo num Estádio de Futebol. In: Portal Swissinfo.ch 22 fev. 2010. Disponível em: <http://www.swiss info.ch/por/especiais/a_suica_dos_record es/recordes_mundiais/A_maior_usina_% 20solar_do_mundo_num_estadio_de_fut ebol.html?cid=8310648>. Acesso em: 17 mai. 2012. 298 Continente/País: Europa/Suíça Stade de la Maladière Eco Medidas: Entorno: As margens do Lago Neuchâtel o projeto está integrado ao contexto urbano do centro da cidade ao optar, na fachada, por elementos em vidro e aço, como forma de refletir a cidade; por apresentar um centro de compras em seu embasamento, corpo de bombeiros e uma série de outros serviços. Além de criar, na face leste, uma praça pública. Água: O gramado é artificial, apesar das controvérsias a respeito desta temática, a economia com água e manutenção, além Fonte: www.hrs.ch/index.php?id=163&L=4& Acesso 09/05/2012 da racionalização são evidentes na arena. Energia: A cobertura da arena recebeu Localização: Neuchâtel (cidade) 750 m² de placas fotovoltaicas, ou 960 Neuchâtel (cantão) placas, para a geração de 60 MW de Capacidade: 12.000 pessoas (hoje) energia elétrica anualmente, suficientes Estimativa: 214 milhões (US dólares) para abastecer 20 famílias. O estádio Arquiteto(s): Laurent Geninasca apresenta automação predial e de Bernard Delefortrie1 monitoramento, o que minimiza as Início da obra: 27 de maio de 2005 emissões de dióxido de carbono e reduz Inauguração: 18 de abril de 2007 o consumo energético de áreas ociosas, Outros nomes: La Maladière satisfazendo as normas ambientais cada Mandante: Neuchâtel Xamax (futebol) vez mais rigorosas. Finalidade: Multiuso: esportes, concerMateriais: A preocupação com materiais tos, serviços e exposições locais e com alta qualidade está na Eventos: Superliga Suíça concepção do projeto. Acesso e Transporte: Neuchâtel Station Conforto Ambiental: Para a ventilação e (sistema ferroviário e de trens de alta a refrigeração foi utilizado um sistema de velocidade de Neuchâtel). bombeamento de água do solo Fonte: NEUCHÂTEL XAMAX 1912. alternativo, já que estes equipamentos La Maladière • Le Constructeur. In: não poderiam ficar na cobertura. Portal Xamx, 2012. Disponível em: <http://www.xamax.ch/maladiere-constr ucteur.php>. Acesso em: 09 mai. 2012. 299 Continente/País: Europa/Suíça Stade de Suisse Eco Medidas: Entorno: Prédio principal de um grande complexo esportivo apresenta-se conexo a uma grande área de lazer de Berna. Água: O gramado artificial mostra a preocupação com a racionalização de água, mesmo com as reclamações, assim como equipamentos sanitários com baixo fluxo de vazão de descarga. Energia: Uma das maiores coberturas com aplicação de energia solar do mundo, o que faz com que o estádio seja autossuficiente em energia. As células Fonte: www.flickr.com/photos/camera_alex/ Acesso 17/05/2012 solares ocupam uma área de 12.000 m², cerca de 7.000 painéis e produzem 1,3 Localização: Berna (cidade) milhão de quilowatt/h de eletricidade por Berna (cantão) ano, livre de subvenção, o que Capacidade: 32.000 pessoas (futebol) corresponde ao consumo de 400 casas. O 45.000 pessoas (shows) grau de eficiência dos painéis é de 15%, Estimativa: 370 milhões (US dólares) isto é, 15% da energia que se encontra na Arquiteto(s): Rodolphe Luscher, Felix Rebmann e Jean-Pierre Schwaar luz solar é transformada em eletricidade, o que favorece a relação custo-benefício. Início da obra: 15 de junho de 2002 Conforto Ambiental: A cobertura Inauguração: 30 de julho de 2005 deslocada do último assento permite a Outros nomes: Estádio Wandkdorf Bern, incidência da iluminação e da ventilação The Swiss National Stadium naturais. Mandante: BSC - Berner Sport Club Young Boys (futebol) Finalidade: Multiuso: concertos e serviços, esportes (hóquei inclusive) Eventos: Euro 2008, Superliga Suíça Acesso e Transporte: Bern Wankdorf Station (sistema ferroviário de Berna). Fonte: HOFFMANN, G. A Maior Usina Solar do Mundo num Estádio de Futebol. In: Portal Swissinfo.ch 22 fev. 2010. Disponível em: <http://www.swiss info.ch/por/especiais/a_suica_dos_record es/recordes_mundiais/A_maior_usina_% 20solar_do_mundo_num_estadio_de_fut ebol.html?cid=8310648>. Acesso em: 17 mai. 2012. 300 Continente/País: Europa/Suíça Stade St. Jakob-Park Eco Medidas: Entorno: Prédio principal de um grande complexo esportivo e do maior centro de comércio e compras de Basileia, apresenta grande variedade de transportes. Água: Apresenta descargas com fluxo de vazão reduzido e ativação automática. Busca a máxima racionalização da água. Energia: Sua cobertura apresenta instalada cerca de 1.200 m² de placas fotovoltaicas. A produção anual é de cerca de 130 mil quilowatts/hora. ainda, como fonte de Fonte: www.zerozero.pt/img/estadios/803/67803 Apresenta Acesso 17/05/2012 alimentação, um conjunto de geradores a diesel com 600 kVA de potência. A Localização: Basileia (cidade) fachada apresenta lâmpadas fluorescente Basileia (cantão) Capacidade: 42.500 pessoas (Euro2008) mais econômicas que as tradicionais. Conforto Ambiental: A cobertura 38.000 pessoas (hoje) inclinada facilita a penetração da 33.433 pessoas (original) 60.000 pessoas (concertos) iluminação e da ventilação naturais. Estimativa: 235 milhões (US dólares) Arquiteto(s): Jacques Herzog, Pierre De Meuron Início da obra: 14 de agosto de 1999 Inauguração: 15 de março de 2001 Sofreu uma ampliação entre 2006-07 Outros nomes: Joggeli Mandante: FC Basel (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes, concertos, serviços e exposições Eventos: Euro 2008, Superliga Suíça Acesso e Transporte: Basel SBB Station (sistema ferroviário, de trens de alta velocidade e elétricos de Basileia). Fonte: HOFFMANN, G. A Maior Usina Solar do Mundo num Estádio de Futebol. In: Portal Swissinfo.ch 22 fev. 2010. Disponível em: <http://www.swiss info.ch/por/especiais/a_suica_dos_record es/recordes_mundiais/A_maior_usina_% 20solar_do_mundo_num_estadio_de_fut ebol.html?cid=8310648>. Acesso em: 17 mai. 2012. 301 Continente/País: Oceania/Austrália Brisbane Stadium Eco Medidas: Água: Através de sua cobertura, com 22 mil m², recolhe água de chuva para atividades de limpeza e irrigação do gramado. Este volume é armazenado em quatro tanques com capacidade para 1,1 milhões de litros, o que reduz a dependência do abastecimento municipal e pode ser preenchido com chuvas de cerca de 50 mm, suficientes para irrigar o gramado durante doze semanas. Resíduos: A arena vem praticando campanhas de conscientização de seus Fonte: www.footballnews.com.au/stadium.php Acesso 05/09/2012 usuários a respeito da reciclagem e da separação de resíduos por todo seu Localização: Brisbane (cidade) espaço físico. Queensland (estado) Conforto Ambiental: A cobertura, Capacidade: 52.500 pessoas (hoje) elevada em relação ao último assento, Estimativa: 280 milhões (US dólares) facilita a penetração da iluminação Arquiteto(s): Populous HOK Sport, natural e da ventilação cruzada. Venue e Event Início da obra: Julho de 2001 Inauguração: 01 de junho de 2003 Outros nomes: Suncorp Stadium, Lang Park Mandante: Queensland Rugby, Brisbane Broncos, Queensland Reds (rúgbi) e Brisbane Roar (futebol) Finalidade: Multiuso: esportes (rúgbi, futebol) e concertos musicais. Eventos: Copa Mundial de Rúgbi de 2003, Liga Australiana de Rúgbi Acesso e Transporte: Milton e Roma Street Stations (sistema ferroviário). Fonte: SUNCORP STADIUM. Suncorp Stadium is Undertaking a Number of Environmental Initiatives. 2010. Disponível em: <http://www.suncorp stadium.com.au/The_Stadium/Environm ent.aspx>. Acesso em: 05 set. 2012. 302 Continente/País: Oceania/Austrália Estádio Olímpico de Sidney Eco Medidas: Entorno: Após uma reforma, em 2003, o Estádio Olímpico de Sidney que é integrado ao meio ambiente e foi construído sobre um antigo aterro sanitário perdeu sua pista de atletismo e teve sua capacidade de assentos reduzida (81.500 espectadores, na configuração oval, para jogos de críquete e futebol australiano e 83.500 torcedores, na configuração retangular, para jogos de futebol e rúgbi). Água: O formato da cobertura favorece a Fonte: www.dailytelegraph.com.au Acesso 05/09/2012 possibilidade de se reutilizar águas pluviais, através de reservatórios de Localização: Sydney (cidade) Nova Gales do Sul (estado) apoio, para uso de sanitários. Materiais: Seus materiais foram Capacidade: 83.500 pessoas (hoje) cuidadosamente selecionados, após a 110.000 (Olimpíadas) análise de seus “ciclos de vida” para Estimativa: 690 milhões (US dólares) evitar os que gerassem poluição na sua Arquiteto(s): Populous fabricação, ou instalação, ou que Início da obra: Setembro de 1996 consumissem grandes quantidades de Inauguração: 06 de março de 1999 energia. Prezou, por exemplo, pela pouca Outros nomes: ANZ Stadium (namings utilização de aço, o que deu leveza a sua rights), Stad. Australia, Testra Stadium cobertura, bem diferente dos Estádios Mandante: Seleções australianas de Olímpicos de Athenas e Beijing. rúgbi e futebol Conforto Ambiental: O conforto Finalidade: Multiuso: esportes (motoci- ambiental interno foi favorecido por clismo, rúgbi, futebol, críquete e futebol aberturas que facilitam a circulação de ar australiano), concertos musicais, shows e e a ventilação natural, através de um eventos religiosos. sistema de refrigeração natural. Eventos: XXVII Jogos Olímpicos de Verão Sidney 2000 e Paraolímpicos Acesso e Transporte: Olympic Park Station (sistema ferroviário de Sydney). Fonte: SOCOG - SYDNEY ORGANISING COMMITTEE FOR THE OLYMPIC GAMES. Official Report of the Xxvii Olympiad - Volume One Preparing for the Games. 2001. Australia: Paragon Printers Australasia. 1st Edition. 420 p. 303 Continente/País: Oceania/Austrália Etihad Stadium Eco Medidas: Água: Sua cobertura propicia a coleta da água de chuva em seus 40 mil m² de superfície. Sua armazenagem, de 15 a 20 milhões de litros por ano, é feita em 17 tanques enterrados, com capacidade para um milhão de litros, que serão utilizados em sanitários e na irrigação do gramado. O projeto hidráulico da arena é automatizado e economiza de 20 a 30 milhões de litros, das redes da cidade, e foi implantado, em janeiro de 2009, com financiamento de 50% da concessionária Fonte: www.marketingdeportivomd.com Acesso 05/09/2012 de água local. Pode-se destacar também, na arena: equipamentos sanitários mais Localização: Melbourne (cidade) econômicos, vazões de fluxo reguladas, a Victoria (estado) instalação de uma unidade de reciclagem Capacidade: 56.347 pessoas (hoje) da água, além de campanhas de Estimativa: 460 milhões (US dólares) conscientização da importância da água. Arquiteto(s): Populous e Daryl Jackson Conforto Ambiental: Foi o primeiro Início da obra: Outubro de 1997 estádio com assentos móveis da Inauguração: 09 de março de 2000 Austrália, o que permite uma Outros nomes: Colonial Stadium, Docklconfiguração oval, ou retangular, ands Stadium, The Dome e Victoria Stad. dependendo da modalidade esportiva, Mandante: Melbourne Victory FC (fut.), entretanto, esta flexibilidade acarreta Melbourne Storm (rúgbi), Melbourne danos ao relvado. Sua cobertura é retrátil, Renegades (críquete), Carlton FC (fut. no sentido leste oeste, com oito minutos australiano) para a conclusão da sua operação o que Finalidade: Multiuso: esportes, concer- facilita a inserção de iluminação e tos musicais e eventos especializados ventilação naturais. Eventos: Jogos da Comunidade Britânica 2006 e Copa Mundial de Rúgbi 2003 Acesso e Transporte: Southern Cross Station (sistema ferroviário e de bondes elétricos de Melbourne). Fonte: AFL AUSTRALIAN FOOTBALL LEAGUE. Sustainable Initiatives With Our Partners. 2012. Disponível em: <http://www.afl.com.au/ AFL%20Green/tabid/9866/default.aspx > Acesso em: 05 set. 2012. 304 Continente/País: Oceania/Austrália Melbourne Rectangular Stadium Eco Medidas: Entorno: Foi levada em consideração, em sua implantação, uma preocupação com a inserção da arena, na malha urbana, nos acessos a bicicletários, transportes públicos e na disponibilidade de vagas exclusivas para carros elétricos. Água: Marcado por uma cobertura geodésica, sobre boa parte dos assentos, é capaz de recolher e armazenar água de chuva como forma de minimizar o consumo da rede. A utilização de aparelhos sanitários com vazão Fonte: www.prc-magazine.com Acesso 05/09/2012 controlada também fora ratificada. Energia: Sua iluminação é em LED Localização: Melbourne (cidade) (com gastos de 1/10 das lâmpadas Victoria (estado) comuns), com o que há de mais moderno Capacidade: 30.050 pessoas em tecnologia, design e economia, em 50.000 (expansível) prol de reduzir a dependência do sistema Estimativa: 268 milhões (US dólares) de iluminação pública. Em outros locais, Arquiteto(s): Cox Architects e Planners lâmpadas econômicas foram utilizadas Início da obra: Final de 2007 sempre que possíveis, paralelamente a Inauguração: 07 de maio de 2010 um sistema de automação predial, para Outros nomes: AAMI Park (nome minimizar o consumo elétrico. comercial de uma empresa de seguros) Materiais: Sua envoltória é constituída Mandante: Melbourne Victory FC, de aço bio-frame, 50% mais leve que o Melbourne Heart FC (futebol), Melbouraço comum e desprendeu menos energia ne Rebels, Melbourne Storm (rúgbi) para sua construção do que coberturas Finalidade: Multiuso: esportes, concer- similares, entretanto, esta representa um tos musicais e eventos especializados limitador para uma possível expansão. Eventos: Liga Australiana de Rúgbi e Destaca-se também, em sua construção, Campeonato Australiano de Futebol o emprego de materiais reciclados, Acesso e Transporte: Richmond Station sempre que possível; o uso de madeira de (sistema ferroviário de Melbourne). reflorestamento, ou certificada; a Fonte: AAMI PARK. Construction. edificação de lajes ocas de concreto, que 2010. Disponível em: <http://www.aami incorporam uma menor quantidade de park.com.au /desktopdefault.aspx/tabid- energia; e a aplicação de carpetes e tintas 166/115_read-102/>. Acesso em: 05 set. com baixo teor de COVs. 2012. Resíduos: A gestão de resíduos é ROLFE, P. Stadium of light. In: Herald integrada a um sistema de reciclagem. Sun, 02 ago. 2009. Melbourne, Australia. Conforto Ambiental: Sua cobertura é um Disponível em: <http://www.heraldsun. facilitador para a entrada de iluminação e com.au/stadium-of-light/story-fna7dq6e- ventilação naturais, em seu interior. 1225757119915>. Acesso em: 05 set. 2012. 305 Continente/País: Oceania/Nova Zelândia Forsyth Barr Stadium Eco Medidas: Entorno: Sua área de implantação levou em consideração a facilidade de acesso ao transporte público de qualidade, ou a pé, assim como a sua integração total a malha urbana da cidade de Dunedin. Água: A água da chuva é captada a partir da superfície do telhado com 20.500 m² e armazenada em tanques especiais para a irrigação do gramado e necessidades internas que não necessitem de água potável. Energia: Para a eficiência energética, Fonte: www.worldstadiums.com Acesso 05/09/2012 sempre que possível, os materiais empregados tem baixa incorporação e Localização: Dunedin (cidade) gastos de energia, ou são recicláveis. Otago (região) Materiais: A cobertura em ETFE, um Capacidade: 30.748 pessoas (hoje) polímero leve, dobrado, totalmente Estimativa: 163 milhões (US dólares) reciclado e translúcido é voltada para a Arquiteto(s): Jasmax e Populous face norte, o que facilita a iluminação e o Início da obra: Maio de 2009 aquecimento do estádio durante o Inauguração: 05 de agosto de 2011 inverno, de junho a setembro. Outros nomes: The Glasshouse, Otago Resíduos: O estádio foi construído Stadium, New Carisbrook reciclando 97% dos materiais utilizados Mandante: Otago United (futebol), nas edificações existentes, anteriormente, Highlanders e Otago Union (rúgbi) em seu perímetro, como: aço, madeiras, Finalidade: Multiuso: esportes, concer- blocos cimentícios e detritos de concreto. tos musicais e eventos especializados Conforto Ambiental: Conhecido pela sua Eventos: Copa Mundial de Rugby 2011 semelhança a uma “caixa de vidro” Acesso e Transporte: Dunedin Railway apresenta assentos móveis, ventilação Station (sistema ferroviário de Dunedin). natural das arquibancadas e forçada das Fonte: VENUES, D. Eco-friendly áreas internas, que consomem menos Features - Actually, It is Easy Being energia (quando estas não necessitam de Green. 2012. Disponível em: <http://ww condicionadores). w.forsythbarrstadium.co.nz/stadium/cons truction/eco-features>. Acesso em: 05 set. 2012.