XV Curso Nacional de Atualização em PNEUMOLOGIA - CNAP SBPT 2014 Búzios, 25/Abril/2014 CNAP 2014 - Módulo Tabagismo - 8:15-8:40 - Introdução. Onde estamos no Controle do Tabagismo. Prioridades. Luiz Carlos Corrêa da Silva -8:40-9:05 - Cigarro eletrônico e Narguilé – o que o Pneumologista deve saber. José Miguel Chatkin -9:05-9:25 - Fumantes ocasional e compulsivo – dicas para o dia a dia do Pneumologista. Alberto Araújo - 9:25-9:50 - Fumante hospitalizado – oportunidade para intervenção. Alberto Araújo - 9:50-10:00 DISCUSSÃO Apresentação do Palestrante - Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva - Pneumologista do Pavilhão Pereira Filho (Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica da Santa Casa de Porto Alegre) - Doutor em Medicina: Pneumologia (UFRGS) - Título de Especialista em Pneumologia pela SBPT - Organizador de Livros de Pneumologia: “Compêndio, 1981, 1991”, “Condutas, 2001”, “Princípios e Prática, 2012”, “Tabagismo – Doença que tem Tratamento, 2012” ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Membro do Conselho Deliberativo da SBPT - Membro da Academia Sul-Riograndense de Medicina -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Colaborador em Programas e Comissões de Controle do Tabagismo: - Coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT (2013-2014) - Coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Santa Casa de Porto Alegre - Membro do Conselho Consultivo da ACTBr (Aliança de Controle do Tabagismo) - Membro da Comissão de Tabagismo da AMB ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Médico Tisiologista da Secretaria da Saúde do Estado RS (1972-1995) - Professor de Pneumologia: UFRGS (1974-2011); UFCSPA (1979-2010); UPF (1973-2011) - Presidente da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) (2000-2002) - Presidente da SPTRS (Soc. Pneumologia e Tisiologia do RS) (1980-81; 1981-83); (1997-99) - Diretor Científico da AMRIGS (Associação Médica do RS) (2002-2005, 2005-2008) - Fundador do Projeto Fumo Zero da AMRIGS (2003) e da UniAMRIGS (2006) DECLARAÇÃO SOBRE CONFLITOS DE INTERESSE (seguindo norma da ANVISA) “Não tenho conflitos de interesse...” Aliás, tenho grandes conflitos com o Setor Político que não assume seu papel e com a Indústria do Tabaco!” E um enorme interesse de controlar o Tabagismo! Luiz Carlos Corrêa da Silva 1 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA COMISSÃO DE TABAGISMO Coordenador: -Luiz Carlos Corrêa da Silva (RS) Comissão Científica: -Alberto Araújo (RJ) -Antonio Dórea (BA) -João Paulo Becker Lotufo (SP) -Keyla Medeiros Maia (MT) -Luis Suarez Halty (RS) -Maria Vera Cruz de Oliveira (SP) Participantes: mais de 200 associados da SBPT COMISSÃO DE TABAGISMO SBPT NOSSA MISSÃO: Desenvolver ações para reduzir a Epidemia do Tabagismo no Brasil, dentro do espectro de atuação da SBPT. Setores de atuação: -comunicação (informações científicas, entrevistas) *Forum de Tabagismo da SBPT – Prof. José Rosemberg -trabalho em rede com setores afins (INCA, ACTBr, etc.) -político (“advocacy”) -defesa profissional (“melhor remuneração para o tabacologista”) -capacitação -capacitação do do Pneumologista Pneumologista (e, dentro do possível, de todos que se interessem) para tratamento do tabagismo COMISSÃO DE TABAGISMO SBPT PRINCIPAIS AÇÕES PARA 2014: -CNAP -CNAP 2014 2014 (Búzios, (Búzios, 25/Abril) 25/Abril) -SBPT 2014 (Gramado, Outubro) Curso Pré-Congresso, 4 turnos de atividades científicas -PECs (em organização, diversas regiões) -Datas do Tabagismo (31/Maio, 29/Agosto) -Ações de Advocacy, geralmente em parceria com ACTBr, INCA, MS, CONICQ, e outras instituições. -Inserções na Mídia sobre Tabagismo e seu Controle (entrevistas, notícias, artigos, etc.) Informações sobre a Comissão de Tabagismo: site da SBPT 2 XV CURSO NACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM PNEUMOLOGIA - CNAP SBPT 2014 Búzios, 25/Abril/2014 - 8h15-8h35 - TABAGISMO Introdução Onde estamos Atuais prioridades Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva TABACO E TABAGISMO O TABACO é um produto comercializado na forma de cigarros e outros derivados. Representa uma grande fonte de renda, principalmente para a Indústria do Tabaco, e outros setores envolvidos nesta cadeia. O TABAGISMO é uma doença gerada pelo tabaco. Causa de graves problemas de Saúde a Alta Mortalidade. TABACO E DESFECHOS COMÉRCIO GANHOS TABACO ►RÁPIDOS, IMPOSTOS PARA POUCOS ▼ = NEGÓCIO PARA A INDÚSTRIA E OUTROS GASTOS ◄ ▼ E PERDAS TABAGISMO CONSUMO LENTAS, DOENÇAS E CONSEQUÊNCIAS PARA MUITOS = DANOS À SAÚDE. MORTES. PREJUÍZO PARA TODOS 3 U.S. Department of Health and Human Services Centers for Disease Control and Prevention Morbidity and Mortality Weekly Report. Vol. 63 / No. 13 - April 4, 2014. CDC Grand Rounds: Global Tobacco Control Samira Asma, Yang Song, Joanna Cohen, Michael Eriksen, Terry Pechacek, Nicole Cohen, John Iskander. - Século XX: tabaco contribuiu para 100 milhões de mortes. - 2011: 6 milhões de mortes (superior à AIDS + TB + Malária). - 2030: 8 milhões de mortes (impedir isto é O DESAFIO!). - Produção mundial: (1880 => 2009) = 10 bilhões => 6 trilhões de cigarros, anualmente. - Cinco países consomem 58% do total: China=38%, Rússia=7%, EEUU=5%, Indonésia=4%, Japão=4%. - O Brasil é o maior exportador de folha de tabaco. - 500 milhões de pessoas, vivas hoje, morrerão por fumar. O MÉDICO / PNEUMOLOGISTA PRECISA ATUAR COM A MAIOR INTENSIDADE NO TABAGISMO! O Pneumologista deve “apropriar-se” das questões relativas ao tabagismo. Deve ser um líder! Deve ser um exemplo! PAPEL DO PNEUMOLOGISTA Promover, incessantemente, ambientes 100% livres do tabaco! - Nos locais de trabalho: ambulatório, clínica, hospital, etc. - Nos ambientes sociais: amigos e cidadãos - Nos ambientes políticos: praticar o advocacy! Para os pacientes fumantes, sempre fazer pelo menos uma abordagem mínima! 4 OPORTUNIDADES NO CONSULTÓRIO -Sobre NARGUILÉ e CIGARROS ELETRÔNICOS (“ecigarettes”): - pouco se sabe sobre seus riscos; SEMPRE FAZER UMA ABORDAGEM MÍNIMA - são necessários estudos qualificados; - devem ser proibidos em ambientes fechados, da mesma forma que cigarros manufaturados; (1) Você fuma? Resposta NÃO => é fumante passivo? - não devem prejudicar as políticas de controle do Resposta SIM => prosseguir tabaco e do tabagismo. (2) Quer parar? (3) Como pretende parar? (4) Quer auxílio? MUDANDO PARADIGMAS Nunca pressupor que o paciente “sabe o suficiente” sobre Tabagismo. Ele até pode pensar que sabe, mas sempre poderemos contribuir... Explicar oportunamente, em linguagem simples e clara o que é Tabagismo, como é a Dependência, que parar de fumar não é nenhum “bicho de sete cabeças”, e que o Tratamento é muito eficaz, desde que feito adequadamente. 5 PROPOR SEMPRE AO PACIENTE FUMANTE UM PLANO PARA CESSAÇÃO Maneiras de parar de fumar Abstinência 12 meses 1.Iniciativa própria – o fumante para por si mesmo <06% 2.Intervenção breve - aconselhamento sistemático (é importante acompanhar o paciente) <10% 3.Tratamento com recursos recomendados pelas Diretrizes - INCA, SBPT, etc. (TCC e Medicamentos) 20-40% 4.Programa de Tratamento multidisciplinar: (1) terapia cognitivo-comportamental (TCC) (2) esquema combinado (TRN, BUP, VAR) (SN: psicoativos para controle de transtornos) >40% Programa de Tratamento do Tabagismo no Consultório (abordagem intensiva) FASE INTENSIVA (2 meses): 1ª.Consulta: avaliação (aspectos pessoais; histórico do tabagismo; exames necessários). Entrevista Motivacional. Plano Terapêutico. 2ª.Cons.(2ª.Semana): + escolherESTA esquemaPROPOSTA (TCC / Medicamentos?). A SBPT JÁcont. ENVIOU 3ª.Cons.(3ª.Semana): cont. + Dia “D” (preparação). PARA A AMB - EM SEGUIDA PODERÁ SER ACEITA E INCLUÍDA NA CBHPM 4ª.Cons.(4ª.Semana): cont. + prevenção recaída + ajustes medic. 5ª.Cons.(5ª.Semana): idem 6ª.Cons.(6ª.Semana): idem 7ª.Cons.(7ª.Semana): idem 8ª.Cons.(8ª.Semana): idem FASE DE MANUTENÇÃO (tempo?) (6 meses / 12 meses/ ou mais?) 6 OPORTUNIDADES NO HOSPITAL CONCEITOS PRECISAM SER MELHOR CONHECIDOS POR TODOS O TABAGISMO É UMA DOENÇA DE DEPENDÊNCIA DA NICOTINA (DN). ALÉM DA DN, HÁ OUTROS FATORES, PRINCIPALMENTE COMPORTAMENTAIS, INDIVIDUAIS OU COLETIVOS, QUE INDUZEM A FUMAR E DIFICULTAM PARAR DE FUMAR. QUAIS SÃO ESTES FATORES? Dependência química (NICOTINA) Dependência psicológica Ansiedade / Depressão / outros transtornos Auto-estima baixa Automatismos / Gatilhos Psicossociais / Culturais / Costumes Genética Censuras / Pressões Leis “Antifumo” Outros... 7 “NEUROBIOLOGIA DA DEPENDÊNCIA DA NICOTINA” AUMENTANDO O NÍVEL DA DOPAMINA – ocorrem “efeitos positivos”, que possibilitam as sensações gratificantes, percebidas pelo fumante. AS PESSOAS NÃO FUMAM PORQUE QUEREM! FUMAM POR SEREM DEPENDENTES! Nucleus Nicotina Dopamina Receptores α2β4 accumbens (nAcc) Área tegmentar ventral (VTA) TABAGISMO: O QUE É E O QUE NÃO É TABAGISMO É (VERDADEIRO): -DOENÇA DE DEPENDÊNCIA -MULTIFATORIAL -FATOR DE RISCO PARA DOENÇAS GRAVES -RELACIONADO COM ALTA MORTALIDADE “TABAGISMO É” (AINDA É DITO, MAS NÃO É) (FALSO): -ESTILO DE VIDA -CHARME -FATOR DE SOCIABILIDADE -EXPRESSÃO DE “LIVRE ARBÍTRIO” -UMA OPÇÃO PARA A VIDA DAS PESSOAS -VANTAGEM ECONÔMICA PARA GOVERNO E SOCIEDADE “O TABAGISMO É UMA EPIDEMIA” “Agente causal”: tabaco (cigarro). “Vetores”: “O TABAGISMO É UMA - “Disseminadores”: indústria e comerciantes VERDADEIRA - “Fontes de contágio”:EPIDEMIA, amigos e indutores FatoresALASTROU-SE que aumentam a “virulência” do agente (tabaco) POIS PELO MUNDO TODO e/ou reduzem a “resistência” do hospedeiro: E => TEM ALTA agradáveis PREVALÊNCIA!” -aditivos odor/sabor para atrair a vítima -amônia => aumenta absorção da nicotina -artimanhas midiáticas => aumentam indução e impulso -genótipos => podem facilitar a dependência 8 Epidemia do Tabagismo: obstáculos / situações a considerar para controle 1. Doença de DEPENDÊNCIA, MULTIFATORIAL 2. Costuma relacionar-se com PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS 3. INFLUENCIADA POR COSTUMES - sociais, culturais, familiares... 4. É UM GRANDE NEGÓCIO => MUITO PODER ECONÔMICO para I.T. 5. Forte lobby da indústria do tabaco na MÍDIA e na POLÍTICA 6. É UMA “EPIDEMIA” de controle lento 7. EDUCAÇÃO e PREVENÇÃO geram resultados a médio/longo prazo 8. ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL não é prática habitual das pessoas 9. LEIS ANTIFUMO – difíceis de implantar por interesses setoriais 10.GOVERNO e SOCIEDADE CIVIL têm sido pouco parceiros e sem consistência para Controle do Tabaco e do Tabagismo Epidemia do Tabagismo: caminhos / oportunidades para controle 1. TRATAMENTO DO TABAGISMO (TT) => é eficaz 2. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL => é a base do TT 3. Nas intervenções, considerar costumes, fatores sociais e culturais 4. A INDÚSTRIA precisa PAGAR CARO pelos danos que causa 5. POLÍTICOS devem defender o povo e não quem os patrocina 6. ACORDOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO devem ser ajustados 7. EDUCAÇÃO em Saúde e maior PROTEÇÃO dos jovens 8. ESTILO DE VIDA precisa ser trabalhado com mais consistência 9. SOCIEDADE CIVIL deve atuar mais e exigir mais do GOVERNO 10. LEI ANTIFUMO (Lei Fed. 12.546/2011) é a PRIORIDADE POLÍTICA NÚMERO UM, pois é a medida de controle mais eficaz a curto prazo A EPIDEMIA DO TABAGISMO, NO MUNDO, ESTÁ AVANÇANDO! SITUAÇÃO MUNDIAL (seg. OMS, 2013) 100 mil jovens iniciam a fumar a cada dia 1,3 bilhão de pessoas fumam 6 milhões de mortes /ano, por doenças tabaco-relacionadas 100.000 x 365 = 36,5 Milhões O consumo do tabaco está aumentando nas regiões mais pobres do mundo (particularmente, África, Índia e China) e entre as pessoas mais pobres/menor escolaridade de qualquer lugar. 9 -Sobre NARGUILÉ e CIGARROS ELETRÔNICOS (“ecigarettes”): A EPIDEMIA DO TABAGISMO, NO BRASIL, ESTÁ DIMINUINDO! - pouco se sabe sobre seus riscos; - são necessários estudos qualificados; - devem ser proibidos em ambientes fechados, da mesma forma que fumava cigarros// manufaturados; - 1989: 35% dos brasileiros 2012: 14% = 24 milhões - não devem prejudicar as políticas de controle do - No. ex-fumantes: 26 milhões = muitos fumantes parando! tabaco e do tabagismo. - A legislação é atualizada, mas falta processo educativo, decisão política e envolvimento das lideranças. - Lei antifumo 12.546 (14/12/2011): - extingue fumódromo, AINDA NÃO FOI REGULAMENTADA! -MAS, aumenta controle da propaganda nos pontos de venda, - proibe aditivos que suavizam sabor e aroma - Pontos negativos para o controle do tabagismo: -enorme movimento financeiro: indústria, impostos, mídia -políticos / lobistas trabalham para a indústria do fumo CONVENÇÃO QUADRO DA OMS (Primeiro Tratado Internacional de Saúde Pública) O Brasil precisa alinhar-se com mais vigor e seriedade com a Convenção Quadro ... ... e tudo começa pela regulamentação da Lei Federal Antifumo (12.546, Dezembro/2011) Esta é uma decisão política! MECANISMOS ... Substâncias tóxicas da fumaça do cigarro => inflamação crônica, danos celulares => alterações do epitélio respiratório e do parênquima pulmonar, da parede vascular, neoplasias malignas, e outros danos Se o paciente for portador de outras condições inflamatórias => potencializa o dano. P. ex.: asma. Família, Educadores, Médicos/Pediatras devem atuar para que o jovem asmático nunca inicie a fumar. 10 PREVENÇÃO ... O MELHOR REMÉDIO PARA PREVENÇÃO, O MAIS IMPORTANTE É DIFICULTAR O ACESSO DO JOVEM AO CIGARRO. COMO FAZER?... Eis alguns pontos vulneráveis para PREVENIR A EXPERIMENTAÇÃO TABÁGICA - Transmitir aos pais e educadores como inicia a DEPENDÊNCIA DA NICOTINA. - Recriar a figura do “MELHOR AMIGO”. Será mais legal se ele curtir uma vida saudável e divertida... - Abordar questões bem práticas: “... também na futura profissão, NÃO FUMANTES LEVARÃO VANTAGEM...” - ATUAR E EXIGIR QUE O GOVERNO CUMPRA SEU PAPEL: => proibição da venda de cigarros para menores => elevação de preços => proibição da propaganda => proibição dos aditivos – produtos que dão odor e sabor agradáveis aos derivados do tabaco, etc. CONSEQUÊNCIAS DO TABAGISMO As principais causas de mortalidade humana (>70%) são as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), muito relacionadas com o Tabagismo: DCV Câncer AVE DPOC – Doença Cardio-Vascular (IAM) – Diversos locais (Pulmão) – Derrame Cerebral – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (= Enfisema + Bronquite Crônica) Parando de fumar, estas doenças diminuem mais de 30%. Câncer de Pulmão e DPOC reduzem 90%. Sem cigarros, se ganha mais 10-15 anos de Vida e com melhor Qualidade (QV)! (WHO, 2013) 11 DIAGNÓSTICO ... AVALIAÇÃO INICIAL GRAU DE MOTIVAÇÃO PARA CESSAÇÃO ESTÁGIOS COMPORTAMENTAIS (Miller e Rollnick) (Prochaska e DiClemente) GRAU DE DEPENDÊNCIA À NICOTINA (Escala de Fagerström) GRAU DE MOTIVAÇÃO FASES COMPORTAMENTAIS – A RODA DA MUDANÇA Contemplação Determinação= PREPARAÇÃO Pré-contemplação Ação = CESSAÇÃO Recaída Manutenção MILLER, W.R., ROLLNICK, S. - Entrevista Motivacional: Preparando as pessoas para a mudança de comportamentos adictivos. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001 Término GRAU DE DEPENDÊNCIA Na prática, fica caracterizada Alta Dependência se o paciente: -fuma≥20cig/dia e -fuma o 1º. cigarro logo ao acordar (até 30min) (Escala de Fagerström modificada) 12 PROGRAMA DE TRATAMENTO DO TABAGISMO No planejamento do PTT, considerar prioritariamente a realidade do paciente: -grau de motivação -grau de dependência -aspectos comportamentais -outras dependências -perfil socio-cultural, crenças, temores Definir se o programa deverá ser: INDIVIDUAL, GRUPO ou MISTO PROGRAMA PARA CESSAÇÃO DO TABAGISMO QUATRO PASSOS 1. Querer (Desejo / Motivação) 2. Preparar (Apoio técnico) (TCC: Terapia CognitivoComportamental, Medicamentos,...) 3. Marcar Dia “D” (Compromisso objetivo) 4. Manter (Prevenção da recaída) TRATAMENTO DO TABAGISMO VARIÁVEIS INTERVENIENTES RECURSOS TERAPÊUTICOS TCC Dependência química Dependência psicológica Ansiedade / Depressão Outros transtornos Psicossociais / Culturais Auto-estima baixa Automatismo / Gatilhos + + + + + + FÁRMACOS + + -TRN -Bloq. Recep. -BUP Psicoativos + Genética 13 TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL Focar em necessidades individuais - Enfocar OBJETIVO(s) para a cessação - Fortalecer a MOTIVAÇÃO do paciente - Mudar HÁBITOS (exercícios, alimentação) - Afastar GATILHOS (situações que levam a fumar) - Aprender a lidar com FRUSTRAÇÕES - Desfazer MECANISMOS AUTOMÁTICOS - Fortificar DECISÃO de parar de fumar - Reforçar MECANISMOS DE GRATIFICAÇÃO - Reforçar que está fazendo a COISA CERTA - Enfatizar BENEFÍCIOS de parar de fumar FÁRMACOS VALIDADOS POR ENSAIOS CLÍNICOS -TERAPIA DE REPOSIÇÃO DE NICOTINA (TRN) -NICOTINA: ADESIVO / GOMA / PASTILHA *(spray nasal e inalação) -INIBIDOR DA RECAPTAÇÃO DA NORADRENALINA E DOPAMINA... -BUPROPIONA -BLOQUEADOR DE RECEPTOR NICOTÍNICO -VARENICLINA OBJETIVOS DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO - Controlar/reduzir SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA (a vontade de fumar) - Auxiliar a Abordagem Cognitivo-Comportamental: -pelo controle de TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS que interferem na cessação do tabagismo, p. ex., ansiedade / depressão -pelo melhor controle de PROBLEMAS PSIQUIÁTRICOS 14 SOBRE FARMACOTERAPIA PARA TRATAMENTO DO TABAGISMO -1 de 4 fumantes que faz qualquer tratamento farmacológico para de fumar; -TRN, BUP e VAR em uso isolado: 2 a 3 vezes superior a Placebo; -Efeito Placebo existe e pode também ser útil; -Eficácia assemelhada: TRN = BUP < VAR -Considerar a visão e preferência do paciente -Considerar as necessidades do caso individual -Considerar a combinação de fármacos: TRN + BUP TRN + BUP + VAR (outras combinações) TRATAMENTO DO TABAGISMO: AINDA SOBRE MEDICAMENTOS MEDICAMENTOS PODERÃO SER USADOS, OU NÃO, CONFORME A NECESSIDADE DO CASO INDIVIDUAL. O SIMPLES USO DE MEDICAMENTO(S), SEM APOIO PROFISSIONAL - SEM TCC – NÃO COSTUMA SER EFICAZ. PARA PARAR DE FUMAR MOTIVAÇÃO E MUDANÇA COSTUMAM SER FATORES FUNDAMENTAIS! 15 -Sobre NARGUILÉ e CIGARROS ELETRÔNICOS (“ecigarettes”): CONTROLE DO TABAGISMO: QUADRO GERAL - pouco se sabe sobre seus riscos; - são necessários estudos qualificados; - devem ser proibidos em ambientes fechados, da REFORÇO mesma forma que cigarros manufaturados; - não devem prejudicar as políticas de controle do tabaco e do tabagismo. INDIVÍDUO: FUMANTE MICRO AMBIENTE NÃO FUMANTE MACRO AMBIENTE MOTIVAÇÃO -APOIO P/ PARAR -TRATAMENTO -PREVENÇÃO -EVITAR FUMO PASSIVO -AMBIENTES SEM FUMAÇA DE TABACO -POLÍTICAS DE CONTROLE = LEIS ANTIFUMO = NOVOS DESAFIOS Tabagismo: a Doença e seu Controle Fontes de informação -Diretrizes da SBPT (www.sbpt.org.br) -Convenção Quadro da OMS (www.who.int) -ACTBr (www.act.org.br) -INCA (www.inca.gov.br) - Corrêa da Silva LC e cols. Tabagismo – Doença que tem Tratamento, 2012, Artmed Editora, 309 pgs. - Corrêa da Silva LC e cols. Tabagismo (12 capítulos). In: Pneumologia: Princípios e Prática, 2012, Artmed Editora. 16 HOMENAGEM A UM SÁBIO PORTUGUÊS MENSAGEM FINAL O Pneumologista deve “apropriar-se” do tabagismo. Assistir seus pacientes com a paciência da FORMIGA e lidar com as políticas com a bravura do LEÃO. 17