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O MULTICULTURALISMO NA EDUCAÇÃO DOS SURDOS:
A resistência e relevância da diversidade para a educação dos surdos
Larissa Verônica Moreira Ribeiro¹
RESUMO: Busca-se analisar as constantes maneiras das entidades e instituições de
promoverem uma educação inclusiva dos portadores de deficiências no ensino básico.
Verifica-se aqui mais especificamente o caso do surdo e/ou deficiente auditivo no cotidiano
escolar e como os profissionais lidam com essa realidade. Questiona-se a necessidade do
preparo e qualificação para com estes mas, principalmente, discute o multiculturalismo como
discurso a fim de promover a inclusão desses cidadãos.
Palavras-Chave: Surdo. Deficiente Auditivo. Inclusão. Multiculturalismo.
ABSTRACT:
Seeks to analyze the constants of the ways organizations andinstitutions to
promote an inclusive
education of
more particularly
true
of
how professionals
deal with
disabled
the deaf
this
and /
people ineducation. There
orhearing
reality. We
question
impaired in
the need
school
is here
life and
for preparation and
qualificationto these but mainly discusses multiculturalism as a discourse to promote the
inclusion
of
these citizens.
Keywords: Deaf. Deaf. Inclusion. Multiculturalism.
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INTRODUÇÃO
É cada fez mais forte a insistência nos diferentes meios de divulgação sobre a
necessidade de inclusão das pessoas chamadas deficientes ou portadoras de deficiência no
ensino regular. Essa iniciativa é orquestrada pelas políticas que tem instituído um discurso de
solidariedade e de multiculturalismo nos seus documentos oficiais, sem, no entanto,
apontarem caminhos de superação efetiva dos mecanismos subliminares de exclusão que
ainda assolam o ensino regular.
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¹Graduada em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Maranhão. Pós Graduanda em Educação
Inclusiva pelo Instituto Athena de Educação.
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Na verdade, as escolas são organizadas para conviverem com uma exclusão sutil
diferente da exclusão física de antes. Ela se dá por dentro do sistema, apresentada nos fracos
resultados acadêmicos que são maquiados e transformados em respeito às diferenças
individuais e às diferentes culturas.
Percebe que, de fato, o que importa é que, estatisticamente, todos permaneçam na
escola. Esse é um quadro contraditório, porque, ao mesmo tempo em que se institui um
discurso coerente com alguns princípios de humanidade, destitui-se das pessoas o direito de
participação social em condições de igualdade.
Embora entende-se que o discurso da inclusão dos chamados deficientes, defenda
a idéia de ajustamento, dos diversos âmbitos de atuação social, na verdade, para “receber”
essa pessoa, difere teoricamente das políticas de integração.
Com relação aos alunos surdos, em geral, a recomendação de inclusão tem levado
em conta sua forma de comunicação: a língua de sinais. Entretanto, essa fica restrita ao
intérprete e ao surdo, desconsidera a interação com o professor e com os demais colegas, a
importância das relações humanas, dos processos de formação de identidade e do
estabelecimento de conexão entre os conteúdos de conhecimentos.
O presente trabalho pretende oferecer subsídios para um olhar diferenciado sobre
a questão da inclusão dos surdos no ensino regular. Procura superar a discussão técnica que
permeia as políticas públicas, que tratam sobre o assunto, inserindo-a numa visão políticopedagógica. Para tanto, expõe alguns critérios que podem servir de reflexões sobre o ensinar e
o aprender para Surdos.
2 MULTICULTURALISMO
O multiculturalismo constitui-se como reconhecimento de diferenças e
individualidades de cada indivíduo. Tais diferenças discutidas relacionam-se as diferenças de
valores, crenças e costumes. Num país tão hibrido quanto o Brasil, conviver com o
multicultural não deveria ser um problema, a mistura de etnias, o regionalismo em um país de
extensão territorial imensa é que constituem esse multiculturalismo.
Sabendo-se que as culturas são produtos de determinados contextos sociais,
subtende-se que quando uma cultura é posta em contato com outra, uma tende-se a adaptar-se
a segunda, entretanto isso não é decorrente da atual globalização, mas sim, da questão de
“sobrevivência” ou adaptação (pode-se assim dizer) de um determinado grupo na sociedade.
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A escola por ser ambiente de socialização onde discute a diversidade cultural,
social e racial é importante que haja o convívio multicultural o que proporcionará diálogo
com os valores e trocas de experiências.
Diante disso, para que se compreenda o multiculturalismo no contexto da Surdez
é preciso compreender, primeiramente, a condição cultural e identitaria específica que tem
sido atribuída a Comunidade Surda.
É necessário situar historicamente a problemática surdez versus linguagem, a fim
de que se compreenda o estigma milenar que recai sobre o conceito surdez, assim como as
diferentes visões e transformações sofridas por esse conceito ao longo da história. A surdez
vem sofrendo alterações e constantes revisões.
Acredita-se, que na Antiguidade o pensamento era possibilitado e organizado pela
fala. Os surdos, assim, eram considerados seres desprovidos de pensamento e, portanto,
amaldiçoados pelos Deuses.
No período da Antiguidade a Idade Média, os surdos não possuíam direitos legais
e eram impedidos de exercer papéis sociais. Quem não ouvia, não podia se casar, votar,
adquirir bens ou herança. Eram considerados menos que humanos e mantidos exclusos dos
processos sociais.
Moores apud Lacerda (1998) confirma o relato através da seguinte afirmação:
“durante a Antiguidade e por quase toda a Idade Média pensava-se que os surdos não fossem
educáveis, ou que fossem imbecis”.
A partir da Idade Moderna, no entanto, observa-se pela Europa, em iniciativas
isoladas um princípio de tentativa de educação para surdos. Alguns professores se dispuseram
educá-los, o que pode ser considerado na conjuntura da época, um expressivo avanço. Tendo
alguns professores se dedicado à educação de surdos a partir aproximadamente da última
década do século XV, divergências quanto aos métodos educacionais, utilizados por esses
profissionais culminaram no I Congresso de Educação de Surdos do mundo, congregando
profissionais de diferentes países na Itália, em 1980, onde se discutiram aspectos sobre as
experiências e impressões sobre o trabalho realizado ate então. Sobre isso:
Surgem relatos de diversos pedagogos que se dispuseram a trabalhar com surdos,
apresentando diferentes resultados obtidos com essa prática pedagógica. O propósito
da educação dos surdos, então, era que estes pudessem desenvolver seu pensamento,
adquirir conhecimentos e se comunicar com o mundo ouvinte (LACERDA, 1998).
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Sobre tais divergências Lacerda (1998) afirma ainda que “era frequente na época
manter em segredo o modo como se conduzia a educação dos surdos. Cada pedagogo
trabalhava autonomamente e não era comum a troca de experiências”.
Nessa ocasião chega-se à conclusão de que os surdos deveriam ser ensinados
através da língua oral, de terapias que estimulariam o desenvolvimento da fala. Para os
oralistas, a linguagem falada era prioridade na forma de comunicação dos surdos a
aprendizagem dessa oralidade, era considerada imprescindível para o aprendizado da criança.
É importante ressaltar que o uso de gestos e sinais era terminantemente proibido pela classe
oralista.
Foi somente a partir da década de 60 do século XX que lingüistas da Gallaudet
College, liderados por Stokoe, chegam a conclusão, ao descrever a Língua de Sinais
Americana (ASL), que o sistema de comunicação utilizado pelos surdos, era um sistema
lingüístico natural e articulado.
Nessa concepção Lacerda (1998) diz ainda que “apesar da proibição dos oralistas
no uso de gestos e sinais, raramente se encontrava uma escola ou instituição para surdos que
não tivesse desenvolvido, às margens do sistema, um modo próprio de comunicação através
dos sinais”.
Na visão de Behares apud Lodi (2004) “foi a partir desses estudos que a Língua
de Sinais passou a ser vista como estrutura multiarticulada e multinivelada com base nos
mesmos princípios gerais de organização que podem ser encontrados em qualquer língua”. A
partir de então, a relação dos surdos com a linguagem começa a deixar de ser vista como
deficitária.
A desmotivação com o oralismo e as pesquisas desenvolvidas no âmbito da língua
de sinais impulsionou novas propostas pedagógicas quanto à educação de surdos, o que
ocorreu com mais ênfase na década de 70, a qual foi denominada de Comunicação total, a
qual defende a utilização de todos os recursos lingüísticos, orais ou visuais, simultaneamente,
privilegiando a comunicação, e não apenas a língua.
A comunicação total não possui a oralidade como prioridade, mas a utiliza no
processo de comunicação com o surdo acompanhada de sinais retiradas da língua de sinais
bem como, sinais gramaticais modificados e marcadores para elementos presentes na fala,
mas ausente na língua de sinais.
Sobre outra alternativa educacional orientada ao surdo, Oliveira (2010) discorre
que “no bilinguismo o surdo deve adquirir a língua dos sinais como língua materna, com a
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qual poderá desenvolver-se e comunicar-se com a comunidade de surdos, e a língua oficial de
seu país como segunda língua”.
O objetivo primordial do bilingüismo é que a criança surda possa ter um
desenvolvimento cognitivo-linguistico equivalente ao de uma criança ouvinte, permitindo-a
construir uma auto-estima favorável a sua condição, sem perder contato com a comunidade
ouvinte.
Nessa perspectiva é possível perceber que as diferentes abordagens sobre a
educação de surdos se complementam de algum modo, e ainda, não são completas na sua
totalidade o que nos faz buscar tentativas de alcançar um método de educação mais favorável
e complexa ao desenvolvimento do surdo.
2.1 Multiculturalismo na educação de surdos
Fornecer suporte educacional e pedagógico aos profissionais que lidam com
diversas necessidades da população deveriam constituir prioridade a fim de minimizar
entraves recorrentes nessas questões de diversidades.
Atualmente percebemos percebe-se a importância da diversidade na sociedade e
ate mesmo em uma sala de aula; vê-se que o quantitativo de experiências é grande no
ambiente escolar, entretanto os professores e profissionais da educação ainda não sabem como
fazer para aproveitar tais conhecimentos.
No que concerne a educação do surdo, vários multiculturalistas reconhecem que o
surdo possui sua própria cultura e língua, mas a visão que sobressai é que estes são dotados de
uma patologia que os impedi de utilizar o senso da audição e essa se constitui como
característica maior. Para Candau apud Graff (2010) “a diversidade na educação é
ambivalência, porque é desafio a satisfazer, realidade com a qual devemos contar e problema
para o qual há respostas contrapostas.”
Na verdade, a sociedade insiste em ver o surdo através da ótica da incapacidade e
não do olhar da cultura e/ou identidade. Na comunidade surda, não se vêem como incapazes e
nem devem, apenas afirmam utilizarem uma linguagem diferente para a comunicação
(visual/gestual).
Outro fator relevante a ser mencionado são as discussões de diversidades dentro
da comunidade surda e o que tem se percebido é a fragmentação desse grupo em outro ainda
menor, o que provoca ainda maiores dificuldades, para os surdos de cor, pobres ou imigrantes,
por exemplo. Na realidade, o sofrimento é ainda maior por que atrelado ao fator “surdez” vem
outra característica ainda que o segregue ainda mais da sociedade.
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Educadores de crianças surdas tendem a buscar mais informações acerca da
multiculturalidade por lidar com crianças das mais distintas culturas e raças. De fato, a
característica “surdez” assume a identidade do individuo que a possui deixando qualquer
outro fator condicionante em segundo plano.
Quando a criança apresenta problemas de desenvolvimento no ambiente escolar, o
professor muitas vezes busca fatores de causa que sejam provenientes do ambiente familiar,
eximindo-se assim, de qualquer responsabilidade sobre tal.
No que condiz a identidade, o surdo, quanto a raça, não pode desvincular-se
desses dois fatores porque estes estão sempre com eles. Primeiramente, o individuo é notado
por sua característica aparente (a raça) e somente depois percebe-se o fator surdez, porque
esse é elemento para comunicação. Entretanto, as pesquisas apontam que, os surdos
geralmente caracterizam-se como surdos e somente depois adicionam quaisquer outras
características.
3 TRANSFORMANDO ESCOLAS E PROFESSORES
A atuação e a forma de tratamento do aluno da Escola Inclusiva é diferente na sua
forma de tratamento em relação as escolas tradicionais. Uma das diretrizes elaborada para
essa instituição é a de que os professores mantenham uma maior proximidade com os alunos,
focando, assim, a captação das suas maiores dificuldades, como por exemplo, qual o
facilitador para um maior entendimento das aulas. Onde o resultado esperado é um maior
nível de aprendizagem.
A Escola Inclusiva também parte do princípio que a parceria dos pais é essencial
no processo de inclusão da criança na escola. Crêem também, que todas as alterações na
instituição devem ser discutidas entre pais, professores, alunos e equipe técnica. Nela o
processo educativo é entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras
de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o
mais próximo possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora
de deficiência na comunidade.
O processo de inclusão escolar requer da sociedade um novo olhar para as
diferenças do indivíduo, determinando um compromisso assumido por todos, pois o ser
humano possui como principal característica, a pluralidade, e não a igualdade ou a
uniformidade.
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Portanto, discursar sobre inclusão e escola inclusiva, supõe falar de vários
aspectos que alinhavam esses conceitos, tais como, o sujeito do processo, os princípios, as
políticas educacionais, entre outros.
E na integração do aluno surdo não é um diferente, é um desafio que deve ser
enfrentado com coragem, determinação e segurança. A decisão de encaminhar um aluno para
a classe de ensino regular deve ser fruto de um criterioso processo de avaliação. Finalmente,
deve-se ter clareza que essa integração não passa exclusivamente pela sua colocação na turma
com crianças ouvintes. A verdadeira integração implica em reciprocidade. A criança surda
poderá iniciar seu processo de integração na família, na vizinhança, na comunidade,
participando de atividades sócio-recreativas, culturais ou religiosas com crianças e adultos
"ouvintes" e dar continuidade a esse processo na escola especial ou regular, de acordo com
suas necessidades especiais. Garantir ao aluno surdo um processo de escolarização de
qualidade é fator fundamental para sua integração plena.
O aluno surdo deve freqüentar o sistema regular de ensino, porque é um cidadão
com os mesmos direitos que qualquer outro. Ele precisa de um modelo orientador da Língua
Portuguesa, de ficar exposto ao modelo lingüístico nacional, pois é no ambiente dos ouvintes
que ele viverá sempre. A aprendizagem de uma língua efetiva-se realmente quando alguém
tem o contato direto com os falantes dessa língua.
Nesse sistema, ele fará uso da leitura orofacial, exercitará a expressão oral e a
escrita, em classes especiais ou em classes comuns, com apoio de salas de recursos.
Os
professores e demais profissionais que atuam junto ao aluno surdo na escola regular devem
ser informados de que, embora ele possa não ter uma linguagem claramente expressa, poderá
ter mais chances de integrar-se, se os profissionais, principalmente o professor da classe
comum, trabalharem juntos afim de garantir, não somente a integração, mas a inclusão no
meio escolar, principalmente, acreditar de fato nas potencialidade deste aluno, observando seu
crescimento.
A inclusão surge no cenário educacional como uma nova perspectiva que envolve
rever concepções a respeito da educação, do ensinar e do aprender. Com ela emergem vários
questionamentos sobre o que fazer e como fazer. Em meio a isso, o professor, é levado a
questionar-se sobre os saberes necessários para trabalhar com crianças com necessidades
educacionais especiais, considerando que não dispôs de formação para tal.
Por conta disso, aprender a trabalhar com a inclusão é um desafio para os
docentes e para a Escola de modo geral, que necessitam criar meios para aprender a trabalhar
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com perspectiva. Assim, o professor, cuja função é ensinar, tem também a necessidade de
aprender.
Assim, a aprendizagem da docência, bem como a construção dos saberes para
trabalhar com aluno incluído pode se dar de diferentes formas. No entanto, alguns fatores se
destacam na aprendizagem do professor em relação ao aluno incluído: a experiência de
trabalho com tais alunos; o tempo, importante fator na evolução da forma de ensinar; e a
relação que estabelecemos com outros colegas, como parte de um processo interativo e
dinâmico.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos rente a um novo milênio, portanto é conveniente que adotemos uma nova
perspectiva em relação a um futuro cada vez mais próximo. E uma nova perspectiva implica
preencher um espaço que outrora fora habitado por uma concepção concordante com a
mentalidade vigente da época, mas que atualmente torna-se ultrapassada e não deve mais se
sustentar, a não ser em seus alicerces ruinosos que não mais se alinham à superfície das novas
descobertas.
Ser Surdo, judeu, negro, índio, enfim, ser diferente dos demais configurados
como normais na concepção patológica da medicina não mais deve ser motivo de isolamento,
exclusão social, estigma, preconceito, mas sim, este é o momento propício para que ocorra
uma mudança profunda na visão e costumes dos povos, fazendo com que os diferentes se
fundam ao contexto sócio-histórico e se tornem nada mais e nada menos do que sempre foram
não só aos olhos da natureza, mas também aos olhos daquilo que todas religiões definem com
Deus: Iguais.
Por que iguais? Pois antes de explicitarmos qualquer diferença entre este ou
aquele indivíduo, todos se esquecem da essência que os constitui a todos, haja distinções ou
não, todos são humanos muito antes de qualquer outra coisa. E esta humanidade é uma luz
que deveria recair sobre todos aqueles que selecionam atributos separatistas, que segregam e
dividem os indivíduos em grupos a serem odiados, expatriados, isolados, mas nunca
integrados, compreendidos, aceitos no contexto sócio cultural que, querendo ou não, todos
coexistem em um grau maior ou menor de proximidade e convivência.
A educação é um instrumento de mudança. É ela que, direta ou indiretamente,
conduz as transformações cruciais em nossa sociedade, em nossa história, pois ela carrega o
cerne da manifestação humana - a comunicação - ferramenta indissociável de qualquer cultura
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onde a presença central se constitui em torno do ser humano. Com a educação, repassamos as
informações através da história, e a cultura permanece, sustentando a existência do homem e
expandindo-a cada vez mais, delineando os contornos que marcam sua presença, sua
existência.
Mas para que a educação dos sujeitos Surdos seja possível, usando como exemplo
a idéia de que a água só entra em uma garrafa se nela existir um orifício ou uma superfície
permeável, analogamente em qualquer indivíduo, a cultura somente se interiorizará se ela for
conduzida por um canal viável que torne possível sua recepção clara e concisa, situação nem
sempre presente na maioria dos métodos educacionais que se julgam eficientes por
beneficiarem um grande número de indivíduos, os quais, pelo visto, certamente não são os
Surdos.
Portanto, a exclusão social implica uma exclusão cultural e a ausência da cultura
leva-nos à expectativa de que uma outra implicação se imponha, alojando-se no centro das
significações, para aqueles que estão excluídos: Se os Surdos não podem se expressar, se não
lhes é facultada a chance de se constituírem como sujeitos em suas próprias identidades
culturais para que possam vir a se manifestar, restará a estes seres humanos a oportunidade de
existir? Ou mudaremos nossas expectativas, eliminaremos os impasses, os temores que
emanam da idéia do que significa diferença e adotaremos uma visão multicultural iniciando
uma eterna caminhada juntos a partir deste novo milênio?
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Francisca Socorro. Multiculturalidade. InfoEscola:navegando e aprendendo.São
Paulo:2007. Disponível em:< http://www.infoescola.com/sociologia/multiculturalidade/>
Acesso em: 14 out. 2011.
GARCIA, Barbara Gerner de. O Multiculturalismo na educação dos surdos: a resistência e
relevância da diversidade para a educação dos surdos. Atualidade da Educação Bilíngüe
para Surdos. 3.ed. Porto Alegre: Editora Mediação,2009.
LACERDA, Cristina B.F. de. Um pouco da história das diferentes abordagens na educação
dos surdos. Caderno Cedes. v.19,n.46,Campinas,set.1998. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010132621998000300007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em: 15 out.2011.
OLIVEIRA, Paulo Marcos Tujal de. História da educação dos surdos no Brasil.São Paulo:
Surdo.org.br, 2010. Disponível em: <http://www.surdo.org.br/informacao.
php?info=HistoriadosSurdos> Acesso em:16 out.2011.
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