QUARTA-FEIRA | 1 ABR 2015 | 05
AVEIRO
RICARDO CARVALHAL
Trinta mil euros ajudam a pôr 19
projectos de pé em toda a região
ARQUIVO
Manuel Galante (terceiro à direita), antigo autarca, foi um dos doentes que deu o seu testemunho
Doentes contam
como recuperaram
de AVC’s
Saúde Hospital assinalou dia nacional da doença com
a apresentação de um livro com relatos de doentes
Carla Real
Foi aos 63 anos (em 2010) que
Manuel Galante sentiu os primeiros sintomas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Saiu de casa para o trabalho
com uma forte dor de cabeça
e quando regressou para almoçar sentiu as pernas cederem e caiu, tendo sido transportado pelo INEM para o hospital.
O antigo presidente da Câmara de Ílhavo (durante oito
anos) e ex-administrador-delegado da extinta Associação
dos Municípios da Ria (actual
CIRA) é um dos doentes que
participou no livro “Retratos
de Esperança”, que se foca nos
testemunhos de familiares e
doentes que passaram pela
Unidade de AVC’s do Serviço
de Neurologia do Centro Hospitalar do Baixo Vouga.
Manuel Galante contou a sua
experiência de internamento
(de 20 dias no Hospital de
Aveiro e, posteriormente, na
Unidade de Cuidados Continuados de Ílhavo) e a forma
como se adaptou às sequelas
deixadas pelo AVC. “Tenho a
vantagem de ter uma casa térrea, mas, mesmo assim, tive
que equacionar algumas alterações”, contava, adiantando
que, passado o período de recuperação, hoje consegue levar uma vida normal. “Ainda
ontem trabalhei oito horas no
quintal e tenho aproveitado
para me dedicar bastante à leitura; mas é evidente que ficam
sequelas”, relata o antigo autarca, destacando a dormência
dos membros.
“Esta doença não
é o fim do mundo”
Rui Ferreira foi outro dos
doentes que contribuiu com o
seu relato, e que esteve, na manhã de ontem, na apresentação
desta publicação (em formato
“Hoje levo uma vida
normal; ainda ontem
trabalhei oito horas
no quintal”, conta
Manuel Galante,
antigo presidente
da Câmara de Ílhavo
digital), numa iniciativa promovida pelo Hospital de Aveiro
para assinalar o Dia Nacional
do Doente com AVC.
Com apenas 38 anos, foi há
dois que Rui Ferreira teve um
AVC. Natural de Águeda, casado
e com um filho, recusa-se a
olhar com fatalismo para o que
lhe aconteceu. “Esta doença não
é o fim do mundo; temos é que
nos agarrar a alguma coisa que
nos faça querer viver”, afirma
Rui Ferreira, electricista e proprietário de um café.
“No meu caso, também foi
muito importante o apoio que
recebi dos médicos e enfermeiros deste hospital, principalmente ao nível da Fisioterapia,
que me ajudou bastante e fez
com que fosse mais fácil de ultrapassar; confesso ter sido um
pouco rebelde nesta fase de recuperação, mas também foi
essa postura que me fez melhorar mais rápido”, conta.
A principal causa
de morte em Portugal
José Rente, director do Serviço de Neurologia, recordou,
nesta sessão, que o AVC é a
principal causa de morte em
Portugal, embora ressalvando
a possibilidade de recuperação
e melhoria, “graças aos profissionais de saúde, mas também
ao querer do próprio doente”.
Como principal cuidado a ter
para prevenir esta doença, o
clínico adverte para o controlo
da tensão. |
O Aveiro Cup é um dos projectos financiados pelo PAPERA em 2015
PAPERA Os 30 mil euros que
o Programa de Apoio a Projectos e Eventos da Região de
Aveiro (PAPERA) destina para
2015 foram atribuídos a um total de 19 eventos nos 11 municípios pertencentes à Comunidade Intermunicipal da Região
de Aveiro (CIRA). A assinatura
dos contratos de financiamento decorreu esta semana
na sede da CIRA, em Aveiro.
Os maiores apoios, no valor
de 2.500 euros, foram entregues à Associação Florestal do
Baixo Vouga, Associação Nacional de Empresas Florestais,
Agrícolas e do Ambiente e
Bombeiros de Albergaria-a-Velha, que em conjunto vão organizar a ExpoFlorestal, ao
Grupo Desportivo Moitense, de
Anadia, responsável pelo Torneio Internacional de Veteranos, e ao Rancho Folclórico As
Andorinhas de São Silvestre, da
Murtosa, que vai proceder à recriação das descargas comerciais nos cais e ancoradouros
com embarcações tradicionais.
O Sporting Clube de Aveiro
foi contemplado com 2.300
euros para pôr em prática o
projecto Ria Mais, ao passo
que a União Filarmónica do
Troviscal, de Oliveira do Bairro,
recebe 2.200 para organizar o
12.º Encontro Ibérico de Bandas do Troviscal.
À Associação Desportiva de
Taboeira, de Aveiro, cabem dois
mil euros para promover o
Aveiro Cup 2015 e a Associação
de Surf de Aveiro, com sede em
Ílhavo, viu serem-lhe atribuídos 1.700 euros.
A Sociedade Recreativa e
Musical Bingre Canelense, do
concelho de Estarreja, ganha
1.500 euros para celebrar “150
anos, 150 músicos e 150 vozes”.
Por outro lado, um total de oito
instituições recebe 1.250 euros:
Associação Recreativa e Cultural de Espinhel (Pateira – um
tesouro na região de Aveiro),
Liga dos Amigos de Aguada de
Cima (Escarpelada Típica), Esmoriz Ginásio Clube (7.º Torneio Internacional de Voleibol),
Náutica Desportiva Ovarense
(52.º Cruzeiro da Ria), Associação Turma dos Melhores (5.ª
Mostra de Artesanato e Gastronomia de Nespereira de
Cima e 4.º Roll Race), Severfintas Club (Mirtilo Cup), Associação de Surfistas de Vagos
(Night Drop – Surf Nocturno)
e Grupo Cénico Arlequim (Piratear Ria & Mar).
“Fortalecimento”
das associações
A Sociedade Musical Santa
Cecília, de Aveiro, embolsa mil
euros para pôr de pé a segunda
edição do Dia do Ritmo e o
mesmo montante é destinado
ao Cine-Clube deAvanca, de Estarreja, para os seus Encontros
Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia. Finalmente, o Illiabum, de Ílhavo,
realiza a décima edição do Circuito Ticha Penicheiro com o
auxílio dos 800 euros atribuídos no âmbito do PAPERA.
Números
30
Mil euros atribuídos
em 2015
19
Projectos
contemplados
2.500
Euros é o valor
dos maiores apoios
“O PAPERA tem como principal objectivo a estruturação
de plataformas de diálogo e de
parceria com as associações
sem fins lucrativos dos 11 municípios da região de Aveiro,
contribuindo para a realização
de acções que promovam o seu
fortalecimento e para a valorização das suas associações”, explica Ribau Esteves, presidente
da CIRA e da Câmara de Aveiro.
As candidaturas ao programa de apoio podem ser
efectuadas a nível individual
ou em grupo, pretendendo-se
“apoiar a capacidade de iniciativa das associações” financiando projectos que “contribuam para o desenvolvimento
e a promoção da região”, acrescenta o dirigente regional.RC
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Doentes contam como recuperaram de AVC`s