Não sei se posso dizer que foi perda. Pablo Picasso já dizia “A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos”. Virtudes como o zelo bom, a caridade, o respeito, fundamentos indispensáveis a vida, às vezes nos fogem e agimos como alienados ao mundo, ou melhor à vida...Se fosse levar ao pé da letra, posso dizer, pelo menos por mim, que morro às vezes. Quem nunca de nós errou? Acima disso, a vontade de corrigir o erro e procurar ser uma pessoa melhor, isso sim, é o que devemos levar em conta e que enobrece a vida de cada um. Enobrece...Nobre, generosidade, notável, celebre, esses são só uma síntese irrelevante diante da grandeza desse homem, que nos reuniu aqui hoje, devido ao seu carisma, sua presença, prestatividade, e, acima de tudo, seu sorriso jovial, marca registrada de Dom Tadeu. Tenho que admitir que nunca tive uma relação próxima de Dom Tadeu, é verdade, mas toda a minha admiração a sua pessoa é proporcionalmente ao quadrado igual a motivação que tive para estar aqui prestando essa homenagem. Isso é uma prova clara de que respeito, admiração e carinho, não se impõem, independente do cargo que se ocupa, mas se conquista. Desde as reuniões de pais até as cerimônias do início das Olimpíadas Escolares, lá estava Dom Tadeu, sempre com palavras de incentivo e sabedoria, não renegado o toque de bom humor, característico dele, tornando os famosos sermões burocráticos e padrões em verdadeiras lições de vida e de ética. Então, sem sombra de dúvidas sinto saudade...Saudade? O que é saudade? Pesar pela ausência de alguém que nos é querido. Ausente? Afastado, distante, inexistente. Acho que o dicionário não me entende, saudade não é a palavra certa a usar. Diante de tudo isso, sinto que quem realmente saiu perdendo foi a comunidade beneditina: Professores, alunos e funcionários. Pois, como dizia Sócrates “A um homem bom não é possível que ocorra nenhum mal, nem em vida nem em morte”. Então podemos ficar tranquilos, porque bom é pouco para ele, seria uma injustiça a sua memória. Memória? Faculdade de reter as ideias adquiridas anteriormente. Reflito sobre isso e lembro como Dom Tadeu foi muito presente na minha vida aqui no São Bento, que além de um colégio preocupado com o resultado acadêmico, preocupa-se com a vida espiritual no embasamento da Teologia, definido pelo professor e diácono Gouvêa como o vestibular da vida em sua primeira aula. Seja regendo missas na Capela e encontros de espiritualidade, sua presença transmitia conforto e segurança, como a luz que me guiava para o caminho certo e que me ajudava na vida fora da sala de aula, ou seja, nas relações para com o próximo. Portanto, sendo eu, simplesmente um mero aluno dessa instituição, foi assim que pude resumir a importância dessa pessoa na minha vida, pois se eu tivesse que falar todas as qualidades desse homem, todos os alunos poderiam ficar aqui direto para a aula de segunda-feira, devido seu imenso papel e esforço feito por todos nós. Ah! Acho que agora posso dizer o que sinto nesse momento: honra. Honrado de poder estar aqui cumprindo essa singela e sucinta homenagem a Dom Tadeu e honrado de ter sido crismado a sua regência ano passado, glória que os próximos alunos, infelizmente, não poderão ter. E para concluir, diante de todo o empenho de Dom Tadeu a todos nós, posso dizer que ele não cumpriu uma promessa que havia feito a mim e a minha família: No final da crisma, disse que gostaria de realizar o meu casamento. Ou melhor, não tem jeito, com certeza, quando esse dia chegar, lá estará ele, como agora, intercedendo por nós ao lado do Grande Criador. Espero que o próximo reitor seja tão iluminado como foi Dom Tadeu, que além de reger o colégio, demonstrou profunda sensibilidade e apreço para com seus alunos. Foi um homem determinado, corajoso e honesto, sendo por tudo isto um vencedor. Que descanse em paz!