Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE/SOEBRAS Gilson José Enriconi dos Anjos Prevalência do Bruxismo e Critérios de Diagnóstico. Florianópolis – 2011 GILSON JOSÉ ENRICONI DOS ANJOS Prevalência do Bruxismo e Critérios de Diagnóstico. Monografia apresentada ao programa de pós-graduação do Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE/ SOEBRAS Núcleo Florianópolis, como parte dos requisitos a obtenção do título de Especialista em Ortodontia. Orientador: Dr. Ronaldo S. Ruela Florianópolis – 2011 GILSON JOSÉ ENRICONI DOS ANJOS Prevalência do Bruxismo e Critérios de Diagnóstico. Monografia apresentada ao programa de pós-graduação do Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE/ SOEBRAS Núcleo Florianópolis, como parte dos requisitos a obtenção do título de Especialista em Ortodontia. Orientador: Dr. Ronaldo S. Ruela DATA DA APROVAÇÃO: 27/05/2011 MEMBROS DA BANCA: PROF. RONALDO S. RUELA (DOUTOR) – INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FUNORTE PROF. HENRIQUE DAMIAN ROSÁRIO(MESTRE) – INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FUNORTE PROFA. GISELA CRIPPA FURTADO (ESPECIALISTA) – INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FUNORTE “É mais importante conhecermos nossas origens do que nosso destino” Eng. Escritor. Gilvan José Acosta Enriconi. DEDICATÓRIA Este trabalho dedico a Anelisa e Luísa, esposa e filha, razão de minha motivação. AGRADECIMENTOS Agradeço a meu pai, Walter Zer dos Anjos * 1937 + 2011. Agradeço a Deus. RESUMO Este trabalho é um levantamento epidemiológico exploratório que foi realizado na clinica de ortodontia do Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE/SOEBRAS Núcleo Porto Alegre, onde foram examinados os prontuários dos pacientes e realizado uma entrevista com os especializandos. Através dos prontuários dos pacientes, determinouse a prevalência do Bruxismo como sendo de 16,4%, na primeira consulta. Através da entrevista aos especializandos, identificou-se quais os critérios para o diagnóstico do bruxismo na pratica da ortodontia. Foi realizado também uma revisão da literatura com intuito de conhecer, estudar, e comparar o conceito, o diagnóstico e a prevalência de bruxismo. Palavras chave: Bruxismo. Prevalência. Critériosde diagnóstico. ABSTRACT The work is an exploratory epidemiological survey was conducted in the orthodontic clinic of the institute of health sciences - FUNORTE / SOEBRAS Núcleo Porto Alegre, where we examined the patients' medical records and conducted an interview with the trainees. Through the medical records of patients dermine the prevalence of bruxism in the first consultation as 16.4%.Through interviews with trainees, we identified criteria adopted for the diagnosis of bruxism in the practice of orthodontics.Was also carried out a literature review in order to understand, study and compare the concept, diagnosis and prevalence of bruxism. Key words: Bruxism. Prevalence. Diagnostic criteria. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Diversidade da Graduação.______________ p. 27 Quadro 2 – Distribuição alunos / turma._____________ p.28 Quadro 3 – Gênero e idade da amostra._____________ p.29 Quadro 4 – Distribuição dos pacientes / turma._______ p.30 Quadro 5 - Prevalência total de bruxismo. ___________ p.31 Quadro 6 – Critério 1.___________________________ p.32 Quadro 7 – Critério 2.___________________________ p.33 Quadro 8 – Critério 3.___________________________ p.34 Quadro 9 – Critério 4.___________________________ p.35 Quadro 10 – Critério 5.__________________________ p.36 Quadro 11 – Critério 6.__________________________ p.37 Quadro 12 – Critério 7.__________________________ p.38 Quadro 13 – Critério 8.__________________________ p.39 Quadro 14 – Critério 9.__________________________ p.40 Quadro 15 – Critério 10._________________________ p.41 Quadro 16 – Critério 11._________________________ p.42 Quadro 17- Critério 12.__________________________ p.43 Quadro 18- Critério 13.__________________________ p.45 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 2- Diversidade da Graduação.______________ p. 28 Gráfico 2 - Distribuição alunos / turma._____________ p.29 Gráfico 3 - Gênero e idade da amostra._____________ p. 30 Gráfico 4 - Distribuição dos pacientes / turma._______ p. 31 Gráfico 5 - Prevalência total de bruxismo. ___________ p.32 Gráfico 6 - Critério 1.____________________________ p.33 Gráfico 7 - Critério 2.____________________________ p.34 Gráfico 8 - Critério 3.____________________________ p.35 Gráfico 9 - Critério 4.____________________________ p.36 Gráfico 10 – Critério 5.___________________________ p.37 Gráfico 11 – Critério 6.___________________________ p.38 Gráfico 12 – Critério 7.___________________________ p.39 Gráfico 13 – Critério 8.___________________________ p.40 Gráfico 14 – Critério 9.__________________________ p.41 Gráfico 15 – Critério 10.__________________________ p.42 Gráfico 16 – Critério 11.__________________________ p.43 Gráfico 17- Critério 12.___________________________ p.44 Gráfico 18- Critério 13.___________________________ p.45 LISTA DE FOTOS Foto 1- Fachada FUNORTE SOEBRAS núcleo Porto Alegre.____ p.22 Foto 2 - Clínica de ortodontia.___________________________ p.23 Foto 3 - Entrevista com especializando.___________________ P. 25 Foto 4 - Pesquisa nos prontuários._______________________ P.25 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 12 2 REVISÃO DA LITERATURA CONCEITOS DO BRUXISMO E CLASSIFICAÇÃO PREVLÊNCIA DO BRUXISMO DIAGNÓSTICO DO BRUXISMO 13 3 PROPOSIÇÃO 21 4 METODOLOGIA 22 5 RESULTADOS 27 6 DISCUSSÃO 46 7 CONCLUSÃO 48 REFERÊNCIAS 49 ANEXOS 53 1. INTRODUÇÃO As atividades do sistema estomatognático podem ser divididas em funcionais e parafuncionais. As atividades parafuncionais são hábitos associados ao aumento da função muscular normal, ou seja, aumento da atividade muscular acima daquela necessária a função. Um tipo de parafunção é o bruxismo. Ato aparentemente simples, de apertar e ranger os dentes, o bruxismo, traz conseqüências a todo o sistema estomatognático, pois envolve questões musculares, articulares e dento-periodontais e no crescimento e desenvolvimento craniofacial. Sua etiologia envolve desequilíbrio oclusal, distúrbios neurológicos e hiperatividade muscular, ligados a fatores emocionais, como, a ansiedade e o stress. Seus efeitos deletérios, levam a falência do sistema estomatognático e aos fracassos nos tratamentos odontológicos. A prevalência e a incidência de bruxismo tem sido objeto de estudos epidemiológicos. A falta de uniformidade e padronização dos critérios para o diagnóstico do bruxismo tem resultado em uma grande variação de sua prevalência o que dificulta o estabelecimento de parâmetros comparativos. A incidência de problemas clínicos relacionados a esta parafunção, leva-nos a realizar uma revisão da literatura e um trabalho de campo que pretende ser uma contribuição ao estudo da prevalência do bruxismo. O objetivo deste trabalho é conhecer o protocolo para o diagnóstico do bruxismo utilizado pelos especializandos em ortodontia do Instituto de Ciências da Saúde - FUNORTE/SOEBRAS Núcleo Porto Alegre, que reúne critérios baseados em suas experiências clinicas, e na sua diversidade de formação e de graduação. Pretendeu-se também conhecer, estudar, e comparar a prevalência de bruxismo descrita na literatura, com os dados coletados nos pacientes do Curso de Especialização em Ortodontia do Instituto de Ciências da Saúde - FUNORTE/SOEBRAS Núcleo Porto Alegre. 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 CONCEITOS DO BRUXISMO E CLASSIFICAÇÃO. O termo bruxismo deriva da palavra grega “Brychein” que significa apertamento, fricção ou atrito entre os dentes, com força e sem finalidade funcional. Molina (1989) ainda cita que foi em 1907 que os autores, Marie e Pietkiewiez introduziram o termo “La Bruxomanie” para designar o hábito de cerramento de dentes e, somente em 1931, através de Frohman o termo “Bruxismo” passou a ser usado. A falta de um perfeito entendimento da relação entre fatores etiológicos e mecanismos subgrupo de desordens fisiopatológicos envolvidos temporomandibulares em cada direciona sua classificação com base preferencialmente em seus sinais e sintomas do que em sua etiologia. (MONGINI, 1998). Andrade et al. (1997) classificam este hábito em dois tipos: bruxismo e briquismo. O primeiro é um ranger de dentes que ocorre durante o sono, de caráter fisiológico e rítmico; o segundo ocorre durante o dia e após o aparecimento de um atrito dental inicial. De caráter patológico, o briquismo altera e desequilibra todo o sistema estomatognático, com seqüelas permanentes. O bruxismo é o resultado de uma incoordenação neuromotora dos músculos mastigatórios e está associado a outros hábitos bucais viciosos, tais como: repetidas oclusões dentárias, como tique nervoso; projeção ou lateralização mandibular nos movimentos de abrir a boca; mastigar ou falar temporomandibular (CANONGIA, 1996). e estalar a articulação O bruxismo pode ser classificado em vigília e do sono. No bruxismo em vigília observa-se, em indivíduos acordados o apertar e as vezes o ranger de dentes, sendo que esta atividade involuntária da musculatura da mandíbula freqüentemente é uma reação a algum estimulo, sendo relatada como habito do individuo. No bruxismo do sono, ocorre uma atividade involuntária da musculatura da mandíbula, caracterizada pelo ranger ou apertar dos dentes em indivíduos durante o sono. (LAVIGNE et al., 2003). Segundo Molina (1989) o ato de ranger os dentes acontece na fase do sono, conhecida como paradoxal que são as fases anteriores e posteriores ao sono profundo. O mesmo autor classifica o bruxismo segundo a relação maxilomandibular e dental, ou seja, bruxismo cêntrico e excêntrico. Nos indivíduos com bruxismo cêntrico, ocorre apertamento dental em oclusão cêntrica e/ou relação cêntrica. A contração muscular é isométrica, o que propicia o acúmulo de irritantes locais, principalmente ácido acético e ácido lático. Não apresenta facetas de desgaste dental de deslizamento, e os indivíduos, com esse tipo de bruxismo, podem apresentar contatos prematuros cêntricos com ou sem tensão emocional aumentada. Nos casos de bruxismo excêntrico, há apertamento e deslizamento dos dentes nas posições protrusivas e laterais-protusivas. As facetas de desgaste são excêntricas, tanto nos dentes anteriores como nos posteriores, e os contatos prematuros podem ser cêntricos ou excêntricos. (MOLINA, 1989). Para Ramfjord & Ash (1972) a contração muscular no bruxismo cêntrico não é somente isométrica, é também isotônica, porque no apertamento ocorrem pequenos movimentos da mandíbula e conseqüente alteração no comprimento dos músculos envolvidos. Durante, bruxismo forças excessivas são aplicadas aos músculos elevadores da mandíbula (masséter, temporal, pterigoideo medial e pterigoideo lateral), principalmente nos movimentos de fechamento, lateralização e protrusão. Nos contatos dentais normais, realizados na mastigação, as forças musculares aplicadas são de acordo com a consistência do alimento e dos hábitos mastigatórios. (RAMFJORD & ASH 1972). Essas forças variam de 7 a 25 kg. Em bruxômanos, MOLINA (1989) observou forças musculares de até 150 kg. Tanto o bruxismo em vigília quanto o bruxismo do sono podem ser primários, quando denominado bruxismo secundários quando ocorrem primário ocorrem sem ou em causa especifica, idiopático, decorrência ou sendo podem de ser distúrbios neurológicos ou psiquiátricos (como doença de Parkinson, epilepsia, depressão esquizofrenia) (neurolépticos, ou anfetaminas, em decorrência antidepressivos, de medicação inibidores da receptação da serotonina, cocaína ) ( HUYNH et al., 2007). Sendo assim, o bruxismo constituiria um hábito parafuncional oral, uma vez que ocorreriam contatos dentais fora das funções normais, podendo manifestar-se sob a forma de ranger ou de apertar os dentes (AMERICAN ACADEMY OF OROFACIAL PAIN, 1996). 2.2 PREVALÊNCIA DO BRUXISMO. Attanasio (1997) e Guedes & Bonfante (2001) relataram que, devido às diferentes metodologias e amostras, bem como falta de critérios de diagnóstico previamente estabelecidos, a prevalência dos sintomas relacionados ao bruxismo variaria fortemente, dificultando a precisão da sua determinação. A prevalência do bruxismo é obscura, variando de 15% a 90% na população adulta e 7% a 88% nas crianças (ATTANASIO, 1991; BISHOP et al, 1997). As pessoas portadoras de oclusão alterada têm tendência particular ao bruxismo, e, 80% da nossa população parece que sofre com o bruxismo. (MOTSCH, 1996). Dado interessante foi sugerido por Attanasio (1991) onde a maioria dos indivíduos apresenta sinais e sintomas de bruxismo: 5% a 20% da população geral estão atentos a execução dessa atividade parafuncional, sendo realizado a um nível subconsciente pela maioria dos portadores. Parece que de cada 5 indivíduos com bruxismo durante o sono, apenas um apresenta algum sinal ou sintoma de dor orofacial e numa população geral de adultos, 20% desses relatam apertar os dentes, mesmo acordados, por mais de uma vez na vida. (ALENCAR JR. et al, 2005). A alta incidência de hábitos mandibulares orais e moderados e severos bruxomanos pode sobrecarregar o sistema mastigatório e ser responsável em parte pelo desenvolvimento de sinais e sintomas das desordens da articulação, músculos e patologias dentais. (MINAGI et al, 1998). A incidência deste hábito tem crescido enormemente, 80% a 90% da população, incluindo crianças são portadoras de sinais e sintomas de bruxismo. (MACIEL, 1996). É provável que todas as pessoas passem um período de suas vidas rangendo ou apertando os dentes (KAMPE, 1997). Embora existam limitações, estudos têm mostrado que a taxa de prevalência em crianças maiores de 11 anos de idade é a mais alta, variando entre 14% e 20%. (ABE e SHIMAKAWA, 1966). Nos adultos jovens, entre 18 e 29 anos de idade, é de 13%, diminuindo ao longo da vida para 3% em indivíduos acima de 60 anos de idade. (LAVIGNE e MONTPLAISIR, 1994) A prevalência na população idosa deve ser maior que a estimada, já que as próteses totais em acrílico previnem os sons de ranger de dentes. Não tem sido encontrada diferença de gênero para a ocorrência do bruxismo do sono. (LAVIGNE e MONTPLAISIR, 1994) Kwok et al.(2002) utilizaram a polissonografia para avaliar distúrbios do sono em criançasde 5 a 11 anos e constataram que o bruxismo esteve presente em 8,5% delas. Biondi et al. (2003) trabalharam com escolares na faixa etária entre 2 e 12 anos e encontraram uma prevalência de 29% de bruxômanos. Valera et al. (2003) estudaram a prevalência de parafunções em crianças de 3 a 6 anos sendo 43% delas portadoras do hábito de bruxismo. Chefetz et al. (2005) avaliaram o hábito de bruxismo em crianças de 7 a 9 anos e constataram que a prevalência foi de 38%. É fácil dizer como interpretação dos resultados da epidemiologia ajudará aos dentistas de como diagnosticar e tratar os sinais e sintomas da DTM. A pesquisa epidemiológica ainda terá grandes potenciais no campo da DTM, mesmo com suas numerosas polêmicas. (ZARB et al., 2000). 2.3. DIAGNÓSTICO DO BRUXISMO. O Bruxismo cêntrico e excêntrico são considerados como importantes fatores iniciadores e perturbadores das desordens temporo mandibulares (CAMPARIS et al., 2001). As forças aplicadas durante a parafunção possuem direção horizontal, que não são bem toleradas e a contração muscular e do tipo isométrica, não fisiológica, sendo que os reflexos protetores estão ausentes e a força de contato dentário pode chegar a mais de 28.000 Kg/seg, ocorrendo, muito provavelmente, efeitos patológicos (OKENSON, 1992). A presença de parafunção aumenta o risco à fratura e trincas dentais, principalmente, quando associada às interferências oclusais. (RATCLIFF et al., 2001). O bruxismo aumenta o tônus muscular, gerando hipertrofia uni ou bilateral dos músculos mastigatórios, principalmente os masseteres. A hipertrofia e hiperfunção desse músculo podem influenciar o desenvolvimento mandibular durante o crescimento, levando a uma acentuada assimetria facial. (RAMFJORD & ASH, 1972). Para que ocorram alterações patológicas no sistema estomatognático do indivíduo portador de bruxismo, Molina (1989) preconiza a necessidade de três fatores: persistência do hábito; intensidade do hábito; duração dos períodos de apertamento e deslizamento dental. Barret e Hanson (1995) relacionam ao bruxismo outros sinais e sintomas, tais como: fadiga da oclusão não mastigatória, irritabilidade e/ou sensibilidade dos dentes, episódios de mordidas nas bochechas, lábios, língua e presença de cefaléias. Mais de 50% das pessoas que apresentam dores de cabeça crônica, provavelmente, têm alterações emocionais e oclusais associadas ao bruxismo. (Molina, 1995) Para Frasca e Mezzomo (1996), esse hábito pode causar perfuração de disco articular, fratura de dentes, doença articular degenerativa, dores no pescoço e colo e má oclusão. De acordo com a Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono (CIDS-2) o diagnóstico do Bruxismo do Sono pode ser clínico e/ou laboratorial. (INTERNATIONAL CLASSIFICATION OF SLEEP DISORDER). O diagnóstico clínico do Bruxismo do Sono é feito por meio dos sinais e sintomas presentes. O relato de sons de ranger de dentes durante a noite deve estar associado a um ou mais das seguintes características: desgaste anormal dos dentes, hipertrofia do músculo masseter durante apertamento voluntário, desconforto, fadiga ou dor muscular nos maxilares e travamento da mandíbula ao acordar. (INTERNATIONAL CLASSIFICATION OF SLEEP DISORDER). Outros sinais e sintomas fazem parte das características clínicas do bruxismo do sono. Dentre os sinais encontram-se: fratura dentária, endentação da língua, redução do fluxo salivar, lábios ou bochechas mordidas e queimação na língua. (OKENSON, 1996). Dentre os sintomas encontram-se: cefaléia, hipersensibilidade dentária ao quente e ao frio, dor na ATM durante a palpação ou não, redução da mobilidade da mandíbula, dificuldade de mastigar durante o café da manhã, estresse e ansiedade. (OKERSON, 1996). O diagnóstico laboratorial é feito por meio de polissonografia ou do sistema eletromiográfico portátil ambulatorial. Segundo Lavigne, et al., (1996) o diagnóstico polissonográfico é feito na presença de: 1. no mínimo de quatro episódios de bruxismo por hora de sono; 2. no mínimo seis contrações por episódio de bruxismo e/ou 25 contrações por hora de sono; 3. no mínimo dois episódios com sons de ranger de dentes. O registro polissonográfico de um indivíduo com suspeita de Bruxismo do eletrooculograma Sono deverá (EOG) eletroencefalograma direito (EEG), incluir e eletrodos as seguintes esquerdo, de dois medidas: canais eletromiografia de (EMG) colocados nos lados direito e esquerdo dos músculos masseteres, e nas regiões dos músculos mentoniano e supra-hióide (para verificar o padrão da hipotonia do sono REM) e tibiais anteriores (para diagnosticar Síndrome dos Movimentos Periódicos dos Membros). (LAVIGNE, et al., 1996) O diagnóstico prévio de parafunções, como apertamento dentário e bruxismo, é mais fácil em indivíduos que apresentem-as com freqüência, especialmente se avaliados na fase aguda. Encontram-se facetas desgastadas, cúspides aplainadas, migrações dentárias com diastemas, mobilidade dentária, limitação da abertura bucal, estalos ou crepitações articulares, dores e edemas musculares. (BRANDÃO E BRANDÃO, 2008). Normalmente não todas, mas algumas destas características estão presentes, dependendo do limiar de tolerância de cada indivíduo, já que algumas partes do sistema estomatognático podem ser mais resistentes ou suscetíveis à hiperfunção da musculatura mastigatória. (BRANDÃO e BRANDÃO, 2008). O bruxismo pode ser avaliado através de questionários de auto-relato, exame clínico oral e estudos desenvolvidos em laboratórios do sono (polissonografias), os quais, embora mais confiáveis, têm sua utilidade diagnóstica limitada por sua complexidade de realização. (KATO, 2001). Vanderas e Manetas, em 1995, observaram em uma extensa revisão de literatura a relação existente entre más oclusões morfológicas e funcionais e o hábito parafuncional do bruxismo. Em todos os artigos estudados, a definição do hábito bruxismo foi dada como um movimento parafuncional da mandíbula com ou sem ruído, podendo ocorrer durante o dia e/ou durante a noite. Nos artigos revisados, o diagnóstico do bruxismo foi realizado por meio de exames clínicos e entrevistas ou por meio de questionários e, em alguns deles, ambos os métodos foram empregados. Antes de iniciarmos um tratamento ortodôntico, é necessária uma avaliação funcional do sistema estomatognático, incluindo a musculatura mastigatória, cervical e as articulações temporomandibulares. Mesmo os individuo assintomáticos podem apresentar certos graus de disfunção, que poderá ser identificados através de exames de palpação muscular e da articulação temporomandibular, abertura e fechamento de boca e alscuta das articulações. (AZENHA et al., 2008) 3. PROPOSIÇÃO Neste trabalho a proposta foi realizar uma pesquisa de campo, nos pacientes e especializandos, da clínica de especialização em ortodontia, do Instituto de Ciências da Saúde - FUNORTE/SOEBRAS Núcleo Porto Alegre. Determinar a prevalência do Bruxismo na primeira consulta utilizando as fichas clínicas dos pacientes que procuraram a clinica de ortodontia. Conhecer, os critérios utilizados no protocolo de diagnóstico do bruxismo pelos especializandos, com base em uma entrevista. 4. METODOLOGIA O trabalho de campo realizado foi um levantamento epidemiológico exploratório, que teve por objetivo contribuir aos estudos de prevalência do bruxismo. Pretendeu-se Conhecer, estudar, e comparar a prevalência de bruxismo descrita na literatura, com os dados coletados nos pacientes do Curso de Especialização em ortodontia do Instituto de Ciências da Saúde - FUNORTE/SOEBRAS Núcleo Porto Alegre e ainda, conhecer os critérios adotados pelos especializandos, para o diagnóstico do bruxismo na pratica ortodôntica. Critérios estes construídos nas experiências clinicas dos especializandos e na sua diversidade de suas formações e opiniões. 4.1. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA 4.1.1 LOCAL: O levantamento foi realizado na Clínica de ortodontia do Instituto de Ciências da Saúde - FUNORTE/SOEBRAS Núcleo Porto Alegre, Todos os dados foram coletados em um único módulo do Curso de Especialização em Ortodontia em 20, 21 e 22 de novembro de 2010. Foto 1 – fachada FUNORTE SOEBRAS núcleo Porto Alegre. 4.1.2 MATERIAL: Foram utilizados: equipamentos de proteção individual (gorro mascara luvas e jaleco), material de escritório (lápis, borracha, caneta), e instrumento de colheita de dados para anotação. 4.1.3 COLHEITA DE DADOS: 4.1.3.1 Amostra: Foram entrevistados os alunos que estavam presentes no módulo, totalizando 28 especializandos em ortodontia; os prontuários de todos os pacientes de todos os alunos entrevistados foram examinados, totalizando 171. Foto 2 - Clinica de ortodontia. 4.1.3.2 Padronização: Os dados foram coletados por único examinador, utilizando um formulário estruturado e pré-codificado, intrumento para coleta de dados, especialmente elaborado no programa World do Microsoft Ofice 2007. (Anexo 1). Conforme as recomendações éticas para pesquisa em seres humanos, os participantes (tanto alunos quanto pacientes) receberam previamente as informações sobre a pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, sendo que para os menores de 18 anos, exigiu-se a autorização do responsável. (Anexo 2) 4.1.4. Entrevista: A entrevista foi conduzida segundo um formulário estruturado e pré-codificado para o levantamento das seguintes variáveis: Data, nome do aluno, turma, local de formatura na graduação, ano da formatura e número de registro no CRO. No formulário foi registrado as respostas para uma entrevista que solicitava um, protocolo mínimo, para o diagnóstico do bruxismo na clinica ortodôntica, onde apresentou-se 13 critérios para assinalar. Cada critério sugeria uma pergunta para anamnese ou um tipo de exame clinico ou um exame complementar que levassem ao diagnóstico de bruxismo. Os especializandos foram orientados a responder: sempre; as vezes; ou nunca para cada critério, conforme o considerassem necessário ao diagnóstico do bruxismo. Ainda neste instrumento de colheita de dados, foi registrado o levantamento nos respectivos prontuários clínicos, nomes, idade e numero de pacientes atendidos e quais apresentavam bruxismo na primeira consulta. Foto3- Eentrevista com especializando. Foto 4- Pesquisa nos prontuários. 4.1.5. Categorização das variáveis: Variáveis de onde realizou-se este estudo: - diversidade do ano de graduação do especializando; - diversidade do local de graduação do especializando; - presença ou ausência bruxismo nos pacientes na consulta inicial; - idade dos pacientes; - Gênero dos pacientes; - Critérios utilizados pelos especializandos ao diagnóstico do bruxismo: Anamnese, exame clínico ou solicitação de exame complementar; Critério 1- Você range ou aperta os dentes? Já lhe disseram isto? Critério 2- Tem dores de cabeça ou faciais pela manhã? Critério 3- Desgastes dentários fraturas abfrações? Alterações periodontais? Critério 4- Palpação muscular; Critério 5 Palpação da ATM; Critério 6- Ausculta da ATM; Critério 7- Postura mandibular ( RC/H )? Limitação ou alteração nos movimentos mandibulares? Critério 8- Presença de EFL adequado? Critério 9- Você tem problemas neurológicos? (Parkinson, Epilepsia,convulsões, outro); Critério 10- Você se considera uma pessoa estressada ansiosa ou tensa? Critério 11- É fumante ou consome bebidas alcoólicas? Outras drogas? Critério 12- Toma medicamentos? Uso contínuo? Quais? Critério 13- Polisonografia? Outro tipo de exame eletromiográfico? 4.1.6 Tratamento estatístico dos dados: A análise estatística dos dados foi realizada utilizando o programa Microsoft Excel do ofice 2007 para Windows 2007®. Os dados foram analisados de acordo com a metodologia descritiva usual (frequências, médias, desvios-padrão, número máximo e número mínimo). 5. RESULTADOS Foram entrevistados 28 especializandos em ortodontia com diversidade de tempo de graduação e de instituição formadora. Universidades: URGS, UFPEL, UFSC, PUC, ULBRA, UNESP, UNISC, FUP, UNIFENAS. As datas de formatura variaram entre 1983 e 2008. 50% dos especializandos tiveram como origem a ULBRA e 50% graduados entre 2005 e 2007, assim divididos conforme o quadro e gráfico. Quadro 1 – Diversidade da Graduação. INSTITUIÇÃO U R G S U F P E L U P F U S C C U L B R A U N E S P Até1990 0 1 1 4 0 0 U U U T N P N O I F I T S F A C E L N A S 0 0 0 6 Até 2000 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2001 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2002 0 1 0 O 1 0 0 0 0 2 2003 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2004 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 2005 0 0 0 1 1 0 2 0 1 5 2006 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2007 1 0 0 0 7 0 0 0 0 8 2008 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 2009 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2010 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 1 5 14 1 2 1 1 28 ANO GRAD. TOTAL Gráfico 1 – Diversidade da Graduação. 7 URGS 6 UFPEL 5 UFSC 4 PUC 3 ULBRA 2 UNESP 1 UNISC 0 UNISC UPF PUC UNIFENAS URGS Os 28 especializandos em ortodontia do núcleo Porto Alegre da FUNORTE SOEBRAS, distribuíam-se em 3 turmas. 08 alunos na turma IV, representando 28,6% da amostra, 11 alunos na turma V, representando 39,3% da amostra e 09 alunos na turma VI, representando 32,1% da amostra. Quadro 2 – Distribuição alunos / turma. TURMA IV V VI TOTAL ALUNOS 08 11 09 28 % 28,6% 39,3% 32,1% 100% Gráfico 2 – Distribuição alunos / turma. IV V VI A amostra para o estudo de prevalência do bruxismo, continha 171 pacientes que procuraram a clínica de ortodontia para tratamento. Pacientes de ambos os gêneros e com idades variando dos 7 aos 50 anos. Eram 61 do gênero masculino e 110 do gênero feminino. A distribuição por idade foi de 39 de 7 a 13 anos, 66 de 14 a 19 anos, 37 de 20 a 30 anos, 21 de 31 a 40 anos e 8 maiores de 40 . Quadro 3 – Gênero e idade da amostra. 7 a 13 14 a 19 20 a 30 31 a 40 Mais Total 40 Total % masc 15 24 15 5 2 61 35,7% Fem 24 42 22 16 6 110 63,3% total 39 66 37 21 8 171 x Total % 22,8 38,6 21,6 12,3 4,7% X 100% Gráfico 3 – Gênero e idade da amostra. 180 160 140 120 100 masc 80 fem 60 total 40 #REF! total fem 20 0 7 a 13 14 a 19 20 a 30 31 a 40 masc mais 40 total Os 171 pacientes estavam divididos nas 3 turmas. 48 pacientes na turma IV, representando 28,1% da amostra, 64 pacientes na turma V, representando 37,4% da amostra e 59 pacientes na turma VI, representando 34,5% da amostra. Quadro 4 - Distribuição dos pacientes / turma. TURMA PACIENTES % IV V VI TOTAL 48 64 59 171 28,1% 37,4% 34,5% 100% Gráfico 4 – Distribuição dos pacientes / turma IV V VI Pesquizou-se a ocorrência do bruxismo nos prontuários dos 171 pacientes. 28 pacientes apresentaram bruxismo e 143 não apresentaram. A prevalência total de bruxismo foi de: 16,4%. Quadro 5 - Prevalência total de bruxismo. BRUXISMO PRESENTE AUSENTE NUMERO 28 143 % 16,4% 83,6% TOTAL 171 100% Gráfico 5 - Prevalência total de bruxismo. Presente Ausente Resultado da entrevista nos especializandos: Na entrevisrta constam 13 critérios. Cada critério sugere uma pergunta para anamnese ou um tipo de exame clínico ou ainda exame complementar que levam ao diagnóstico do bruxismo. Os especializandos responderam: sempre; as vezes; ou nunca para cada critério, conforme o consideraram necessário ao diagnóstico do bruxismo. Critério 1: Você pergunta? Você range ou aperta os dentes? Já lhe disseram isto? 75% dos especializandos perguntam sempre. Quadro 6 - Critério 1. NUMERO % SEMPRE ÀS VEZES NUNCA TOTAL 21 07 00 28 75% 25% 0% 100% Gráfico 6 - Critério 1. 80 60 40 % 20 numero 0 sempre Critério 2: às vezes nunca Pergunta? Tem dores de cabeça ou faciais pela manhã? 53,6% dos especializandos consideraram que sempre devemos perguntar se tem dores de cabeça ou faciais pela manha. Quadro 7 - Critério 2. SEMPRE NUMERO % 15 53,6% ÀS VEZES 11 39,3% NUNCA 02 7,1% TOTAL 28 100% Gráfico 7 – Critério 2. 60 40 % 20 Numero 0 sempre às vezes Critério 3: nunca Verificam? Desgastes fraturas abfrações dentárias e alterações periodontais. 78,6% dos especializandos verificam desgastes fraturas abfraçoes dentárias e alterações periodontais. Quadro 8 - Critério 3. SEMPRE ÀS VEZES NUNCA TOTAL NUMERO 22 06 00 28 % 78,6% 21,4% 00% 100% Gráfico 8 – Critério 3. 80 60 40 % 20 Numero 0 sempte às vezes nunca Critério 4: Realiza? Palpação muscular. 75 % dos especializandos as vezes realizam palpação muscular. Quadro 9 – Critério 4. SEMPRE NUMERO % ÀS VEZES NUNCA 4 21 03 14,3% 75% 10,7% TOTAL 28 100% Gráfico 9 – critério 4. 80 60 40 Numero 20 % 0 presente às vezes nunca Critério 5: Realizam? Palpação das ATMs. 64,3 % dos especializandos as vezes realizam palpação da ATM. Quadro 10 – Critério 5. NUMERO % SEMPRE ÀS VEZES NUNCA TOTAL 6 18 04 28 21,4% 64,3% 14,3% 100% Gráfico 10 – Critério 5. 80 60 40 % 20 Numero 0 sempre às vezes nunca Critério 6: Realizam? Ausculta das ATMs. 67,9% dos especializandos às vezes realizam ausculta da ATM. Quadro 11 – Critério 6. NUMERO % SEMPRE ÀS VEZES NUNCA TOTAL 02 19 07 28 7,1% 67,9% 25% 100% Gráfico 11 - Critério 6. 80 60 40 % 20 Numero 0 sempre às vezes nunca Critério 7: Verifica? Postura mandibular. Limitação ou alteração nos movimentos mandibulares. 42,8 % dos especializandos verificam sempre a limitação ou alteração nos movimentos mandibulares e 46,5% somente às vezes. Quadro 12 – Critério 7. SEMPRE NUMERO % ÀS VEZES NUNCA 12 13 03 42,8% 46,5% 10,7% TOTAL 28 100% Gráfico 12 – critério 7. 60 40 % 20 Numero 0 sempre às vezes nunca Critério 8 : Mede? Presença de espaço funcional livre. 60,7 % dos especializandos as vezes mede presença de espaço funcional livre? Quadro 13 – Critério 8. NUMERO % SEMPRE ÀS VEZES NUNCA TOTAL 05 17 06 28 17,9% 60,7% 21,4% 100% Gráfico 13 – Critério 8. 80 60 40 % 20 Numero 0 sempre às vezes nunca Critério 9: Pergunta? Você tem problemas neurológicos? (Parkinson, Epilepsia,convulsões, outro.) 39,3% dos especializandos nunca perguntam se o paciente tem problemas neurológicos? (Parkinson, Epilepsia,convulsões, outro.) 35,7% sempre perguntam e 25% as vezes perguntam. Quadro 14 – Critério 9. SEMPRE ÀS VEZES NUNCA TOTAL NUMERO 10 07 11 28 % 35,7% 25% 39,3% 100% Gráfico 14 – Critério 9. 40 30 20 % 10 Numero 0 sempre às vezes nunca Critério 10: Pergunta? Você se considera uma pessoa estressada ou tensa? 46,4 % dos especializandos sempre perguntam e 46,4 % perguntam às vezes Quadro 15 – Critério 10. SEMPRE ÀS VEZES NUNCA TOTAL NUMERO 13 13 2 28 % 46,4% 46,4% 7,2% 100% Gráfico 15 – Critério 10. 60 40 % 20 Numero 0 sempre às vezes nunca Critério 11: Pergunta? É fumante ou consome bebidas alcoolicas? Outras drogas? 57,1% dos especializandos perguntam sempre se é fumante ou consome bebidas alcoólicas ou outras drogas? Quadro 16 – Critério 11. NUMERO % SEMPRE ÀS VEZES NUNCA TOTAL 16 9 3 28 57,1% 32,1% 10,8% 100% Gráfico 16 – Critério 11. 60 40 % 20 Numero 0 sempre Critério 12: ás vezes Pergunta? nunca Toma medicamento de uso continuo? Quais? 75% dos especializandos medicamento de uso continuo e quais? perguntam se tomamam Quadro 17 – Critério 12. SEMPRE NUMERO % ÀS VEZES 21 75,0% NUNCA 4 3 14,3% 10,7% TOTAL 28 100% Gráfico 17 – Critério 12. 80 60 40 % 20 Numero 0 sempre às vezes nunca Critério 13: Solicita? Polissonografia ou outro tipo de exame eletromiográfico. 89,3% não considera necessário solicitar polissonografia ou outro exame eletromiográfico para o diagnóstico do bruxismo. Quadro 18 – Critério 13. SEMPRE NUMERO % ÀS VEZES NUNCA TOTAL 00 3 25 28 00% 10,7% 89,3% 100% Gráfico 18 – Critério 13. 100 80 60 40 20 0 % Numero sempre às vezes nunca 6. DISCUSSÃO Várias metodologias têm sido utilizadas para diagnosticar o bruxismo. Têm sido considerados válidos os métodos com critérios, que envolvem: Auto-relato do paciente; anamnese; exame clínico; e exames complementares como a Polissonografia. Os critérios têm variado em função da diversidade da amostra, de acordo com tratamento proposto, ou a finalidade de um estudo científico ou epidemiológico. A seleção dos critérios de diagnóstico do bruxismo, também tem variado de acordo com o impacto que o mesmo gera sobre o paciente, levando em consideração os sinais e sintomas. (AZENHA, 2008; BRANDÃO e BRANDÃO, 2008; BARRET e HANSON, 1995; CAMPARIS et al., 2001; HUYNH et al.,2007; LAVIGNE et al.,1996; FRASACA e MEZOMO,1996; MINAGI et al., 1998; OKERSON,1996; RAMFJORD e ASH, 1972; RATCLIF, 2001). Neste contexto, a revisão da literatura aponta para uma prevalência ampla entre 5% e 88% da população. (ANASTASIO, 1991; BISHOP et al.,1997; LAVIGNE et al.,1996; MACIEL, 1996; MOTSCH, 1996;). Outros trabalhos sugerem uma prevalencia menor, Abe e Shimakawa. (1966) Biondi et al. (2003) Valera et al. (2003) Chefetz et al. (2005), trabalharam com crianças na faixa etária entre 2 e 12 anos e encontraram uma prevalência entre de 29% a 43% de bruxômanos. Em adultos jovens, entre 18 e 29 anos de idade, é de 13%, diminuindo ao longo da vida para 3% em indivíduos acima de 60 anos de idade. (LAVIGNE, MONTPLAISIR, 1994) No trabalho de campo, a prevalência encontrada na população, composta de ambos os gêneros e de idades entre 7 e 50 anos, foi de 16,4%. Os critérios de diagnóstico indicados por 50% ou mais dos especializandos os foram: Critérios que sempre utilizam: Você range ou aperta os dentes? Já lhe disseram isto?; Tem dores de cabeça ou faciais pela manhã?; Verifica, desgastes dentários fraturas abfrações?; Verifica alterações periodontais?; É fumante ou consome bebidas alcoólicas? Outras drogas?; Toma medicamentos? Uso contínuo? Quais? Os critérios que às vezes utilizam: Palpação muscular; Palpação da ATM; ausculta da ATM; Presença de espaço funcional livre adequado? Critérios divididos entre sempre e às vezes utilizam: Você se considera uma pessoa estressada ansiosa ou tensa?; Verifica postura mandibular, relação cêntrica ou habitual?; Verifica, Limitação ou alteração nos movimentos mandibulares? Critérios que nunca utilizam: Polisonografia? Outro tipo de exame eletromiográfico? Para a obtenção de resultados passíveis de comparação, é necessário que se desenvolva uma metodologia padronizada de diagnóstico. Este trabalho epidemiológico, de caráter exploratório, serve de base para a análise de potenciais variáveis associadas ao diagnóstico do bruxismo e que deveriam ser consideradas na realização de estudos sobre o assunto. 7. CONCLUSÃO 1- A prevalência de bruxismo na população estudada é de: 16,4% 2- A prevalência está de acordo com a literatura revisada. 3- Os critérios sugeridos pelos especializandos são: 3.1 Sempre perguntar se range ou aperta os dentes ou se já lhe disseram isto; 3.2 Sempre perguntar se tem dores de cabeça ou faciais pela manhã; 3.3 Sempre verificar desgastes, fraturas ou abfrações dentárias e alterações periodontais; 3.4 Sempre perguntar se é fumante ou consome bebidas alcoólicas ou outras drogas; 3.5 Sempre perguntar se toma medicamento de uso continuo e quais. 4- Não é necessário solicitar polisonografia ou outro exame eletromiográfico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABE, K.; SHIMAKAWA, M. Genetic and developmental aspects of sleeptalking and teeth-grinding. Acta Paedopsychiatr., Basel, v. 33, n. 11, p. 339-344, Nov. 1966. ALENCAR JR., F. G. P.; FRICTON, J.; HATHAWAY, K.; DECKER, K. Oclusao dores orofaciais e cefaléia. São Paulo: Santos, 2005. p. 289. 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