A FILOSOFIA NO ENSINO
PROFISSIONAL TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO
Francisco Rokes Sousa Leite
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA)
RESUMO:
Na filosofia inserida no esnino profissional técnico de nível médio há um debate reflexivo
entre as transformações educacionais no campo da utillidade da disciplina no mercado de
trabalho, designadamente nos cursos do IFMA - Campus Santa Inês. Ascende o desafio para
professores e estudantes, visto que a matéria assumiu uma reconfiguração em tal modalidade
de ensino, devido às transformações da sociedade contemporânea. A discussão contribui para
aperfeiçoamento do ensino de filosofia, como condição sine qua non de emancipação do
sujeito que se prepara para o mundo do trabalho. O objetivo fundamental deste artigo é
investigar as confluências e antagonismos nas transformações educacionais no ensino de
filosofia, de forma crítico e reflexiva, na educação profissional técnica de nível médio. A
problemática destaca a constituição do pensmento crítico na realidade ideológica de formação
profissional logo ao final da educação básica; lança uma reflexão para as confluências ou
antagonismos da filosofia na educação profissional; e os propósitos de formação integral dos
Institutos Federais de Educação. O percurso metodológico da pesquisa caracterizou-se em
exploratória-descritiva, visto que admitiu conhecer a população e fenômeno sob a utilização
de técnicas padronizadas de coleta de dados, e em seguida explicar detalhadamente os
fenômenos sociais envolvidos. A discursão e análise dos dados primaram por interpretações
quantitativas e qualitativas, isto é, tratando a extensão e intensidade do problema. Os
resultados da pesquisa evidenciam que o labor visceral do trabalhador pode ter raízes no
ensino profissionalizante de nível médio, devido à ausência de uma conxtualização filosófico
significativa, levando ao trabalho, às vezes, inútil e sem esperando de melhor ascensão social.
O referencial teórico pautou-se inicialmente na legislação sobre o histórico da Filosofia no
ensino médio e a obrigatoriedade da matéria no contexto educacional; bem como em autores
como Ghedin (2008) ao passo que vislumbra a filosofia com um espaço no ensino médio,
tanto no campo político como institucional; Marilena Chauí (2010), ao afirmar que
alimentarmos o desejo de conhecer além do estabelecido pela educação profissional; Pagni
(2007), ao asseverar que a consciência é racionalmente formada e deve ser direcionada à
“constituição de uma moralidade autônoma”; MOLL (2010) ao enxergar a educação
profissional técnica de nível médio como algo precário na formação cidadã; e Marcuse (1968),
com as novas formas de controle e o cerceamento da liberdade. As conclusões perempitórias é
que a capacidade de inventar, criar, refletir, criticar é tolhida no ‘novo ensino médio’, uma boa
parte disso centra-se na formação técnica, ininimiga da liberdade. Logo, a vida na escola
torna-se mecânica, ao ponto de se intensificar mais adiante, no trabalho. As escolhas
incostantes, e a dominação da mente e corpo são inevitáveis, porque as vontades são sempre
impostas, desde a escolha da profissão ao currículo escolar, deduz-se que o trabalhador é
incapaz de pensar suas ações com toda a opressão sofrida dia-a-dia no trbalho.
PALAVRAS-CHAVE: Filosofia. Ensino Médio Profissionalizante.
1 INTRODUÇÃO
A filosofia deve ser tratada como base fundamental para o ensino Tal argumento
instrumento para formação de seres pensantes, construtores de uma visão crítica e reflexiva do
mundo e das pessoas, sobretudo no que concerne os estudantes prestes entrarem no mercado
de trabalho. Ou seja, os jovens da educação profissional técnica de nível médio têm no ensino
de Filosofia a possibilidade de mais livres e emitirem um pensamento independente,
problematizador do cotidiano do trabalho, algo impotante para consquista da cidadania.
No referencial teórico, para tratar o ensino de filosofia na educação profissional
técnica nível médio, deu-se ênfase a legislação que trata da matéria, ou seja, aplicação de
medidas de urgência previstas de forma expressa, por exemplo, a promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei no 9.394/96), decretou que todo estudante
deverá ter domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia. Hoje nesse nível de
ensino tanbém a filosofia é tratada como elemento curricular obrigatório por meio da Lei no
11.684/2008. Verificará-se que mesmo com a obrigatoriedade, nos últimos tempos, a filosofia
esta passando por um processo de consolidação institucional, que determina aperfeiçoamento
da educação profissional. Tal problemática nos cerca, ao passo que os conteúdos ligados ao
campo da prática profissional não podem ser baseados numa formação tecnicista, cientificista,
propedêutica, considerando os estudantes e trabalhadores meros executores de tarefas, alheios
à perspectiva filosófica das capacidades dos sujeitos verdadeiramente humanos.
A proposta deste artigo justifica-se pelo impulso à elaboração de um pensamento
pedagógico que valorize a educação na concepção do estudante e trabalhador crítico, que visa
à melhoria da qualidade da vida social, com o pensamento filosófico predominante no
processo ensino-aprendizagem. Haja vista que as novas diretrizes curriculares dos cursos
profissionalizantes de nível médio parecem buscar atender de modo criativo às transformações
introdutórias da educação diretamente ligada ao mercado capitalista. O novo ensino médio
reinventou o currículo, mormente na educação profissional, houve reforma no projeto
da escola, sem a relação dos adolescentes e jovem com o mercado de trabalho ser
contemplada, ao ponto de prejudicar a formação humanística. Os professores de filosofia
não foram qualificados para ministrar aulas contextualizando o mercado de trabalho no ritmo
econômico que o país se encontra, necessitando de uma mão-de-obra urgente e polivalente,
capaz de dominar as novas tecnologias. Com isso o aspecto intelectual e moral ficam
vulneráveis na educação profissional, implicando um ensino de filosofia irrelevante.
A metodologia primou pelo aprimoramento de ideias proporcionadas pela
pesquisa exploratória-descritiva, apoia no estudo bibliográfico.
O universo da pesquisa
conceituou a educação profissional numa perspectiva sugestiva, reflexiva, crítica, mediadora
e didática, intercedida pelo ensino de filosofia, debatendo o assunto por meio da revisão
crítica e social. Nas discussões sobre o pensamento filosófico nos espaços da educação
profissional e mercado de trabalho, verifica-se uma vivência reservada, desvalorização social
e improdutividade intelectual. Há uma cristalização do saber, parece que todo o conteúdo
aprendido no ensino médio é suficiente e satisfatório para produzir. Assim, a rotina
metodológica da escola profissional faz do estudante um ser que banaliza o ato de trabalhar,
Dessa forma, a reflexão filosófica é escassa na escola, o saber tornar-se dogmático, e a
didática profissionaliza os estudantes para as empresas.
A problematização interroga: Filosofia é uma matéria constitutiva de um
pensameto crítico-reflexivo no ensino técnico de nível médio? Tal disciplina encontra
confluência ou antagonismo na educação profissional? Existem cobranças eminentemente
técnicistas, que divergem dos própositos de formação integral dos Insstitutos Federais de
Educação?
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O famigerado capitalismo não aceita que o jovem egresso do ensino médio esteja sem um
emprego. Fator que pode contribuir para o esvaziamento do currículo, tal qual ocorreu na Lei
n° 4.024/1961, momento que a filosofia deixou de ser obrigatória. Assim como na Lei n°
5.692/1971, ocasião que a filosofia foi excluída do currículo escolar oficial. Porém a Lei n°
9.394/1996 determinou que ao final do ensino médio os conteúdos de Filosofia fossem
dominados pelo estudante, visto que é necessária para o exercício da cidadania, formação
integral e qualificação profissional. Por conseguinte, a discussão não é simplória, como está
última lei discorre sobre a filosofia. Porque temos ainda a Lei no 11.684/2008, que a pondera
como disciplina obrigatória nos currículos do ensino médio. Nesse contexto, o Decreto no
5.254/2004, deu indepencia entre a formação média e profissional, ou seja, podem ser
oferecidadas como partes autônomas, todavia, observa-se que os Insitutos Federais de
Educação priorizam os cursos integrais. Nos estudos de Ghedin (2008) a filosofia ainda
necessita de espaço no ensino médio, tanto no campo político-institucional como no plano de
sua efetivação no currículo. Diante dessa concepção a educação técnica que prepara
estudantes para ingressão no mercado de trabalho precisa de pressupostos epistemológicos e
metodológicos condizentes com o futuro desse novo trabalhador, mais jovem e, às vezes,
inexperiente. Cabe aqui fazer uma reminiscência à Marilena Chauí (2010), quando assevera
que, têm-se ideias que não questionamos e aceitamos tacitamente nossa existência sem
alimentarmos o desejo de conhecer além do estabelecido pela educação profissional.
Elenca-se ainda a visão de Kant, ao afirmar que a consciência não é algo que nasce pronta; ela
necessita ser formada “racionalmente” e deve ser direcionada à “constituição de uma
moralidade autônoma” (PAGNI, 2007, p. 183). Dessa forma, o ato de filosofar não é uma
imposição doutrinária, com Kant, Hegel e Marx apontam, é, sobretudo, tornar o indivíduo
com liberdade de pensamento, de oportunidade para saber o que é trabalho, seus sentidos
humanos intrínsecos, questões que a escola não responde, devido ao tecnicismo exacerbado da
educação prossional. O ensino sistêmico e a prática pedagógica dogmática controlada pelo
mercado nunca servirá como exemplo para o ensino de filosofia. Portanto, “a educação
profissional técnica de nível médio não pode ser a precarização da formação cidadã, nem a
pseudo qualificação para o trabalho” (MOLL, 2010, p. 361).
3 OBJETIVOS
O objetivo principal deste artigo é analisar confluências e antagonismos nas
transformações educacionais no ensino de filosofia, de forma crítico-reflexiva, na educação
profissional técnica de nível médio. Os objetivos específicos perpassam por identificar os
desafios da prática do ensino da filosofia na educação profissional; discutir a importância e
função da filosofia na educação profissional e o desenvolvimento da consciência política dos
estudantes nessa modalidade de ensino; avaliar a função da filosofia na educação profissional
técnica como condição de emancipação do sujeito; expor a situação dos egressos da educação
profissional, no que concerne ao pensamento produtivo, crítico e reflexivo.
4 METODOLOGIA
O percurso metodológico para desenvolver a pesquisa quanto ao objetivo foi
exploratória-descritiva, visto que admitiu caracterizar a população e fenômeno sob a
utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, e em seguida explicar detalhadamente
os fenômenos sociais. A pesquisa científica exploratória possibilitou a descrição acurada dos
fatos. Para Gil (2010, p.47) “algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação
da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação”.
Realizou-se uma pesquisa descritiva que se aproximou da explicativa. Portanto,
desenvolveu-se uma pesquisa exploratória, descritiva sob um olhar crítico-reflexivo do
problema da educação integral, filosofia e do mercado de trabalho.
Os participantes da pesquisa foram docentes e discentes do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnolociga do Maranhão, aqueles contabilizando 6 (seis), e estes
computaram 120 (cento e vinte), amostra suficiente para se coadunarem aos objetivos e
problemáticas da investigação.
O procedimento adotado inicialmente para a coleta de dados desemborcou na
abordagem de revisão bibliográfica, com planejamento, seleção e estudos do material
bibliográfico; apreciações de atividades pedagógicas com textos filosóficos, pesquisas em
bibliotecas digitais, a fim de discutir e examinar as propostas de conteúdo programático
referenciadas nos projetos de cursos e planos de ensino da educação profissional de nível
médio, sobretudo os oferecidos pelo Instituto Federal de Educação do Maranhão - Campus
Santa Inês. Os instrumentos de coleta de dados incluiram também um breve questionário,
entrevistas e observação. A discursão e análise dos dados primaram por interpretações
quantitativas e qualitativas, isto é, tratando a extensão e intensidade do dos dados.
Além disso, registraram-se ainda os confritos da filosofia com a educação
profissonal na sociedade contemporânea, isto é, quando se evidenciou a individualidade, o
consumo, a informação descontextaulizada, e o conhecimento efêmero, ademais a formação
rápida para o mercado. A coleta de dados deu importância também às pesquisas em análises
documentais, sobretudo na legislação educacional; registros sobre as dificuldades de formação
de professores de filosofia para a educação técnica. Depois se organizou os registros que
apontavam inéditos caminhos do ensino de filosofia na formação profissional técnica de nível
médio.
Para consubstanciar a metodologia houve reuniões semanais, acompanhamentos e
orientações com a ajuda de professores colaboradores; e demais envolvidos tentando construir
um quadro sintético da situação em tela.
5 RESULTADOS E DISCURÇÕES
A discussão elevou à problemática inicialemnte a dualidade existente entre às
técnicas mecânicas e emancipatórias na educação profissional. A partir daí identificou-se as
principais carências e avanços do ensino de filosofia nas matrizes curriculares de nível médio
profissionalizante. A perspectiva reflexiva e crítica da realidade das condições de
empregabilidade do sujeito revelou tratamento configurador da “bestialização” do estudante e
dependência intelectual, já que poucos que ingressam no primeiro ano do ensino médio
profissional técnico de nível médio sabendo expressar a importância dos conhecimentos
filosógficos na formação a priori e a posteriori.
A filosofia contém aspectos capitais de ‘indeterminação’. O estudo da materia até
apresenta-se de forma minuciosa para o entendimento do seu sentido insigne de formação
humana, todavia a institucionalização da disciplina no ensino técnico profissionalizante de
nível médio é desfocada dos propósitos críticos. Ao passo que a identificação do problema
coloca-a como uma mera área do conhecimento desintegrado do perfil de formação dos
trabalhadores egressos da educação básica. Enfim, a ação de pensar o próprio pensamento na
‘escola técnica’, talvez não seja algo tão estimulante para os estudantes, pois não possibilita o
exercício da reflexão crítica sobre o ser real.
Não obstante, não se deve furtar que tal exercício é a ligação de dois pontos da
realidade: primeiro da trajetória produzida ao longo da história da Filosofia, segundo da causa
dos problemas que a disciplina examina na realidade contemporânea, irremediavelmente
ligada ao trabalho, às vezes, sem a produção dos resultados devidos (formação de sujeitos
críticos e reflexivos capazes de mudar a realidade que o cerca, visto que o oprime
impetuosamente). Diante do compromisso da filosofia, com ideias e valores ligados à
autonomia e emancipação do pensamento humano, pode-se consolidar o pensamento
construtor que situa o sujeito no mundo, a partir do momento que passa a interrogar-se sobre a
relação da filosofia com as várias ciências na formação técnica.
No ensino médio existe uma espécie de alienação, com a dimensão técnica
sobrepondo a autonomia dos aprendentes em inovar e pensar por si.
O estudante
expropriando-se do ato reflexivo, destituindo o raciocício, sem questionar o mundo e as
pessoas que o ordena a trabalhar de maneira incessante. De acordo com o práticado na
educação profissional, pensar e refletir, viram uma obrigação externa, necessária somente se
for produzir lucros no trabalho.
A filosofia ainda não é discutida, na educação profissional, como um conteúdo
transformador do currículo, com a elaboração de diretrizes que assegurem pedagógica e
cultural reflexiva e crítica, tornando o estudante potencial trabalhador perfectível. É ausente a
liberdade para questionamento do ensino vivo e atuante, com isso a escola, professores, e
estudantes ficam a mercê da indústria cultura sem entender de fato se a educação é de
qualidade para todos.
Os direitos e liberdade que foram fatores assaz vitais nas origens e fases iniciais da
sociedade industrial renderam-se a uma etapa mais avançada dessa sociedade; estão
perdendo o seu sentido, liberdade de palavra e liberdade de consciência foram –
assim como o livre empreendimento, que elas ajudaram a promover e proteger –
ideias essencialmente críticas destinadas a substituir uma cultura material e
intelectual obsoleta por outra mais produtiva e racional. (MARCUSE, 1968, p. 23).
Dessa forma, a vida na polis ‘desconfigura’ o sufjeito que frequenta a escola
profissonde de nível médio, pois o prepara apenas para o trabalho repetitido e estressante.
5.1 O Novo Ensino Médio
O novo ensino médio, pautado na educação profissional, estabelece uma
metodologia de ensinar filosofia aos estudantes, agora provaca-os e desperta-os para a
inovação, além de colaborar para amenizar as ‘desigualdades intelectuais’ (quando os
sujeitos apresentam-se com possibilidades diferentes de empredo, devdido possuirem
informações e capacidade de criticar distintas). A nova fase desse nível de ensino vende o
discurso com a promessa que chega ao ponto de afirmar: - “O egresso da educação
profissional, em nível médio, está ganhando mais do que aqueles graduados”. Igualmente,
políticos, emprensa e instituições de ensino reproduzem tal discurso, como se a formação para
o mundo do trabalho garantisse as realizações pessoais dos adolescentes e jovens. A pesquisa
evidencia a desão em massa dos estudantes ao novo modelo de educação integrada (ensino
médio e técnico, concomitantemente), contudo, todas as questões investigadas e expostas
corroboram que não são autênticas as condições de disputar uma vaga no mercado de
trabalho, posto a depenência e vinculação com as políticas neoliberais por parte das escolas.
Nesse contexto, a filosofia não se coadunou à mudança no ensino médio, com a
formação de milhaares de ‘técnicos’, com a perspectiva de empregabilidade e ao mesmo
tempo classificados como robôs de fabricas. Não pensam, não mudam, não vislumbras uma
transformação pessoal e nem se revoltam contra o sisstema que explora sua mão-de-obra.
Para os estudantes, são latentes os qusetionamentos, premeiro que o vestibular
tornou-se o único e massacrante método de ingressar no ensino superior, baseado naquela
avaliação momentânea e reducionista, e, cursar a educação profissional é a saída, fácil e barata
de alimentar as esperanças de um bom emprego? Segundo que essa mudança para a inclusão
social é uma boa alternativa de aumentar especialização dos trabalhadores?
Conforme os professores envolvidos do IFMA - Campus Santa Inês deve-se
considerar a boa escola, aquela que oferece o maior número de informações, mesmo que não
seja importante para o estudante. Assim, a substituição de um método pelo outro - formação
geral pela qualificação profissional – contém nesta última, três anos de preparação para a
‘escravidão modera’, onde existe relação desigual entre trabalhador e empregador.
Portanto, definitivamente o ensino de filosofia necessita rediscutir sua utilidade e métodos, o
essencial é qualificar professores e conscientizar estudantes para não reproduzirem a
sociedade de classes. O formalismo dos cursos técnicos e seus conteúdos herméticos, sem
desenvolvimento do pensamento crítico é a prova de que a filosofia verdadeira é renegada no
processo educativo em nível médio profissionalizante. Porque há muitas capacidades, das
pluralidades culturais juvenis, desperdiçadas. Com isso, bastantes estudantes são vistos como
desinteressados, à medida que suas predileções não se coadunam com os interesses
tecnicistas. Conquanto, não se possa recusar a inserção e/ou preparação do cidadão para o
mundo do trabalho logo na educação básica, só pode ser de maneira demasiada e detidamente
focçada, em interesses imperantes fora da escola.
Por conseguinte, o novo ensino médio profissional não investiga as novas e
atualizadas didáticas na área de filosofia, contemplando todo o potencial da matéria, logo não
se afastar da subserviência que o trabalho moderno prescreve ao jovem.
6 ENSINO DE FILOSOFIA NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DO
MARANHÃO – IMFA CAMPUS SANTA INÊS
A pesquisa apresenta agora um gráfico, com resultados colhidos a partir de entrevista
no ensino médio profissional técnico de nível médio. Os números corroboram com as
discussões e os problemas levantados em tela. O gráfico abaixo demonstra a apli aos estudantes
do IFMA - Campus Santa Inês.
Figura 1 – Você considera importante o ensino a matéria de Filosofia?
A priori observa-se a quantidade espantosa de estudantes que acreditam não ser
imprescindível o ensino da disciplina Filosofia, são mais 56% (cinquenta e seis por cento). Então,
imagina-se, como formular e propor problemas nos diversos campos do conhecimento para tais
discentes? Caso a realidade sócio-histórica-política e o fenômeno educacional não possibilitar a
compreensão das questões acerca do sentido e da significação da própria existência filosófica,
verdadeiramente não existe importância da disciplina Filosofia.
Analisa-se também a quantidade de estudantes que não sabem dizer qual o valor da filosofia
no ensino médio, mais uma vez surpreende, pois são 20% (vinte por cento). Comprova-se que a
identidade, objetivos, competências e habilidades, conteúdos e metodologias da filosofia são mal
explicados e apresentados aos estudantes, conquanto seja uma disciplina obrigatória, isto é, deveria
integrar os projetos dos cursos técnicos da educação profissional com mais consolidação institucional.
Não obstante, vinte e quatro por centos dos estudantes, consideram indispensável a reflexão
filosófica. Logo, é insuficiente a mobilização educacional que evidencie e destaque a filosofia,
sobretudo no primeiro ano do ensino médio profissionalizante, os estudantes estigmatizam os
conhecimentos filosóficos, quiçá, durante toda sua vida acadêmica.
Destarte, a filosofia, como vem sendo ministrada no ensino médio profissionalizante,
alimenta mais o pensamento acrítico, seja por falta de esclarecimento docente, quanto à
interdisciplinaridade que a filosofia deve proporcionar, seja pela incompreensão dos objetivos do
ensino médio atual pelo discente. O conhecimento norteador da filosofia é a reflexão critica, e o papel
central de tal disciplina é dá soluções adequadas para problemas adequados, fato que a educação
profissional no ensino médio não consegue, já que existe uma separação entre o conhecimento
humanístico e o técnico.
7 O ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO
A educação brasileira está mudando com a expansão dos cursos técnicos em nível médio. De
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei n° 9.394/1996, a educação
profissional é divida em duas etapas: educação básica e educação superior. No entanto, essa divisão
não é feita aleatoriamente, mas nas diferentes etapas da vida do sujeito, sempre com a contribuição
para o exercício da cidadania e reconhecimento da importância dos processos educativos formais.
Entretanto, isso não causou uma solução mágica no contexto do ensino médio, mormente na
educação profissional. Igualmente, o currículo teve quebra e fragmentou-se, destituindo-se dos
conhecimentos filosóficos efetivos, uma vez que a finalidade formadora dos cidadãos na escola não
desemborca de fato nos princípios estéticos, éticos e políticos.
O ensino médio de qualidade só é possível se for incluído na grade curricular o ensino de
Filosofia com as vertentes críticas e reflexivas, estabelecidas às condições adequadas de debates que
assegurem melhorias nos recursos humanos e materiais da disciplina.
Assim, as discussões
interdisciplinares no currículo não podem ser uma vulgarização perigosa, como ocorre na educação
profissional, com péssimos resultados no campo do desenvolvimento humanístico. Nesse prisma, a
didática do ensino de filosofia dificilmente resolverá os problemas de formação integral dos
estudantes apenas com métodos animados, supostamente críticos, pois a realidade é que na educação
profissional há uma volatilidade de informações que afetam a ampliação de conhecimentos sobre o
mundo e as pessoas. O trabalho pedagógico com a criação de conceitos é uma saída profícua.
O ensino sitêmico e a prática pedagógica dogmática controlada pelos planos de cursos
técnicistas, nunca servirão de exemplo para o ensino de filosofia. Tal ensino inspira a possibilidade de
diálogo, sem sufocar a flexibilição racional. De certa forma, o ensino de filosofia tranforma-se numa
exigêcia unívoca, quando o assunto deleita-se na naturalidade técnica do pensamento.
Ponderar o ensino médio, a educação profissional, o mercado de trabalho e a filosofia
remetem a diferentes princípios heurísticos do aprendizado. A utilidade produtiva do
conhecimento científico, o pratico trabalho provisório e a hipotética garantia de tralhar
profissionalmente antes dos dezonove anos são, muitas vezes, são faláceas políticas e
irreponsáveis gerenciaiadas pelo sistema de educação nacional. Negar a possibilidade de
escolhas num país, pelo sistema de ensino, ou determinar a forma de formação dos jovens, é o mesmo
que negar-lhe tudo que alimenta seu espírito. A Filosofia no ensino médio está apenas conquistando
espaço para a efetivação no currículo, porque os objetivos de formar seres reflexivos na vida
profissional, social, civil e pessoal é ainda um desafio.
8 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E A FILOSOFIA
Na concepção filosófica a Filosofia na educação profissional técnica de nível médio não
representa um rol de atividades prontas e acabadas, pelo contrário, tal conceito deve carregar a
expressão dinâmica da cultura e identidade dos sujeitos aprendentes. Cabe aqui fazermos uma
reminiscência à Marilena Chauí (2010), à medida que assevera que, temos ideias que não
questionamos e aceitamos tacitamente nossa existência sem alimentarmos o desejo de conhecer além
do estabelecido.
A literatura pesquisada deixa transparecer que a educação profissonal não pode, tacitamente,
formar estudantes sem uma problematização dos conteúdos, sejam eles de cunho técnicos, sejam de
marcas humanísticas. Visto que por trás de determinações educacionais alheias ao nosso
conhecimento, há ideologias dominantes que destroem a capacidade racional dos esstudantes de
sentirem atratividade pelos textos clásssicosde Platão e Aristóteles. Assim, está evidente que, na
educação profissional a filosofia passa de um conjunto de sentidos e opiniões obrigatórios, para o
aprimorameto da pessoa humana, com formação ética e o desenvolvimento do pensamento crítico no
ensino médio. Ademais, o profissional formado em nível médio, com um ensino proficiente de
filosofia, possui uma contribuição importante para educação geral da sua vida. Nas palavras de
Santiago (2002), essas competências podem ser aplicadas a uma grande variedade de empregos e
permitir às pessoas adquirirem habilidades e conhecimentos específicos orientados para o trabalho,
quando estiverem no local de trabalho.
A educação financiada pelo Banco Mundial profissionalizou a filosofia, à medida que, a
educação profissional em nível médio, surgiu com pensamento assistêmático sem buscar multiplas
alternativas para os problemas. Enfim, essa modalidade de ensino combina mais com o olhar
analítico, investigativo, questionador, reflexivo e crítico. Chega de doutrinar a juventude, com pesudo
profissionalismo, pois as mesmas mentes que necessitam de trabalho, carecem uma uma reflesão
filosófica.
Caso permaneçamos com o profissionalismo precocesse, logo no ensino médio para os
estudantes, sem uma Filosofia teórica e prática transformadora, recair-se-à (lembrard das nefastas leis
sobre o ensino de Filosofia citadas neste trabalho na época da Ditadura Militar no Brasil) num saber
ilusório e antifilosófico. É hora de incutir outros valores, já que a educação profissional é uma
eminente ameça à versão reduzida do filosofar, ao impirismo repetitivo, acrítico e dependente.
6 CONCLUSÕES
As conclusões da pesquisa revelam que a perspectiva filosófica aumenta na
educação profissional, bem como a preocupação de não separar a prerrogativa formativa
técnica e humana no sistema de ensino dos Institutos Federais de Educação. Contudo, o
problema da formação integral em nível médio não é veementemente enfrentado pela
filosofia, pois há a invasão do mercado de trabalho, dentro da escola, até mesmo antes dos
estudantes se formarem. Portanto, a maneira de ensinar filosofia tem duas vias, a de prejudicar
profundamente a vida do jovem, com saberes fúteis e desconexos do pensar o próprio
pensamento, ao passo que tem a mente invadida pela promessa de empregabilidade. E, a
verdade existencial anterior à educação profissional, que não cobra uma competência racional
pré-fabricada. A educação profissional não pode ser baseada numa formação tecnicista,
cientificista, propedêutica, considerando os estudantes e os trabalhadores meros executores de
tarefas, alheios à perspectiva filosófica das capacidades dos sujeitos verdadeiramente
humanos.
O ensino de filosofia é uma modernização da educação brasileira, com experiência
e práticas pedagógicas inovadoras, principalmente na educação profissional, pois as novas
possibilidades de tecnologia e inovação exigem uma consciência crítica. Enfim, a introdução
da filosofia na educação profissional provoca o debate no ensino da disciplina, na dimensão
técnica e humanística dos egressos do ensino médio.
Evidencia-se a necesidade de elaboração de cursos, mini-cursos, palestras
educativas e capacitação de profissionais| interessados em torna a educação profissional mais
humanística, filosófica, crítica e reflexiva com todos os envolvidos em formar jovens e
adolescentes profissionalmente ao final da educação básica, a fim de fazer ressoar a marca da
educação integral e de qualidade, capaz de garantir concomitantemente o ingresso no mercado
de trabalho, bem como a certeza que os estutantes estão preparados para continuação e
consolidação dos estudos em níveis cada vez mais altos.
É imprescindível o esclareciemento contínuo dos estudantes e promotores da
educação sobre o valor do ensino de filosofia na educação profissional técnica de nível médio,
para maioridade intelectual do sujeito no mundo do trabalho contemporâneo. Assim como
para o desenvolvimento cognitivo, proporcionado pela reflexão crítica e construtiva a respeito
da formação do homem integralmente.
Por conseguinte, a reestruturação dos currículos dos cursos técnicos em nível
médio, bem como entendimento pleno do papel da filosofia é a mudança esperada no
perfil dos concludentes dos cursos técnicos. Além de qualificação prosseguida dos
docentes, a fim de compatibilizar com as demandas de mercado no que concerne à formação
do sujeito criativo e resoluto dos problemas sociais.
REFERÊNCIAS
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Bases da Educação Nacional.
______. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de
Educação e dá outras providências.
______. Lei nº 11.684, de 2 de junho de 2008. Altera o art. 36 da Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a
Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio.
______. Educação integral: texto referência para os debate nacional. Brasília:
MEC, Secad, 2009.
______. Decreto nº 7.083, de 27 de janeiro de 2010. Dispõe sobre o Programa
Mais Educação.
CHAUÍ, Marilena de Sousa. Convite à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2010.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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MARCUSE, Herbert. A Ideologia da Sociedade Industrial. Tradução Giasone. Rebuá. 6º
ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.
SANTIAGO, Anna. Política educacional, diversidade e cultura: a racionalidade dos PCN
posta em questão. In: PIOVESAM, Américo et al. (orgs.). Filosofia e ensino em debate. Ijuí:
Editora Unijuí, 2002.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia da educação: construindo a cidadania. São
Paulo: FTD, 1994.
PAGNI, Pedro Ângelo. Infância. In: CARVALHO, A. D. V. Dicionário Temático de
Filosofia da Educação. Porto: Porto Editora, 2007.
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