GELAMO, Rodrigo Pelloso. O ensino de filosofia no limiar da contemporaneidade: o que faz o filósofo quando seu ofício é ser professor de filosofia? São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. Ac. Esmeraldina Ac. Luciana Rodrigo Pelloso Gelamo é graduado e mestre em Filosofia e doutor em Educação. Professor do Departamento de Didática e do Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências (UNESP-Marília/SP), atua nas áreas de Filosofia da Educação e Ensino de Filosofia: formação e prática docente. Fruto de sua tese de doutorado, esta obra traz inquietações do autor, que tem início quando se depara com uma reversão do lugar que ocupava na sala de aula: deixou de ser aluno do curso de Filosofia e passou a ser professor universitário. A sala de aula, antes um lugar confortável, passou a lugar estranho, pois embora a licenciatura tenha por objetivo a formação do professor, muitas vezes não prepara satisfatoriamente o estudante para o exercício desta atividade. A partir dessas reflexões, veio a questão: “o que faz o filósofo quando seu ofício é ser professor de filosofia?”, Fundamentado em Kant e Hegel – clássicos da filosofia moderna que se ocuparam também com a importância da filosofia no processo formativo – o autor busca ir além da discussão sobre métodos, conteúdos e importância. Problematiza o próprio ensino de Filosofia como ofício, e para isso recorre ao pensamento de Deleuze e Guatarri, ressaltando o modo como cada um se relaciona com o fazer filosófico. Mas é por meio de Foucault e por uma volta à atualidade, que busca superar as imagens do pensamento criticadas por Deleuze e Guatarri. Pretende mostrar o quanto o professor, como filósofo, faz parte, ele mesmo, do processo de ensino. O autor nos convida a pensar sem os pressupostos das imagens dogmáticas e a questionar o presente, problematizando a própria existência. Por meio da ideia foucaultiana de cuidado de si, abre a relação professor-aluno, possibilitando uma atitude de maior cuidado frente ao ofício de ser professor de Filosofia. Assim, possibilitar ao ensino de Filosofia, o regate de um lugar onde se aprenda a cuidar e onde se aprenda a fazer da própria vida uma obra de arte, ate o presente que todos estamos inseridos.