Física Atômica e Molecular
1. Estrutura do átomo
Quando o átomo está no estado isolado (livre da influencia de fatores externos), o número de
prótons é sempre igual ao número de elétrons.
O número atômico (Z) de um átomo, por definição, é o número de prótons existentes no seu
núcleo. Z representa, portanto, a carga nuclear relativa e caracteriza perfeitamente cada tipo
de átomo. Por exemplo, o sódio tem número atômico Z = 11.
2. Níveis energéticos ou camadas eletrônicas
O volume do átomo é determinado pelos átomos. Como alguns desses elétrons são mais
facilmente removíveis que outros, isso nos leva concluir que alguns elétrons estão mais
próximas do núcleo do que outros.
À medida que se aproxima do núcleo, a energia potencial do elétron, devido à atração pelo
núcleo, diminui, enquanto sua velocidade e, consequentemente, sua energia cinética
aumentam. De um modo geral, a energia total do elétron aumenta à medida que o elétron se
afasta do núcleo.
Nos átomos dos elementos químicos conhecidos, podem ocorrer 7 níveis de energia
representados, respectivamente, a partir do núcleo, pelas letras K, L, M, N, O, P, Q ou pelos
números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. Estes números são chamados de números quânticos principais,
representando aproximadamente a distância do elétron ao núcleo, assim como a energia do
elétron. Se um elétron tem número quântico principal igual a 3, ele pertence à camada 3 (ou
M) e tem a energia desse nível.
Cada camada pode ter um número máximo de elétrons:
1
2
2
8
3
18
4
32
5
50
6
72
7
98
Por exemplo, um átomo com número atômico 17 terá 3 camadas:
1
2
2
6
3
7
O nível de energia mais externo do átomo é denominado camada de valência. Assim, no
átomo do exemplo anterior é a camada 3.
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Anderson Ferreira Sepulveda
3. Subníveis de energia
Quando um elétron passa de um nível de energia mais afastado para outro mais próximo do
núcleo, é, na realidade, a composição de várias ondas luminosas mais simples. Conclui-se
então que o elétron percorre o caminho “aos pulinhos”, isto é, os níveis de energia
subdividem-se em subníveis de energia.
Esses subníveis são: s (com número máximo de 2 elétrons), p (limite máximo de 6), d (10
elétrons) e f (14 elétrons).
Para se dar a configuração eletrônica de um átomo, colocam-se os elétrons, primeiramente,
nos subníveis de menor energia (estado fundamental).
Por exemplo, sódio Na: 1s2, 2s2, 2p6, 3s1.
4. Níveis energéticos e distribuição eletrônica
A energia total (𝐸) de um elétron em uma orbita é a soma das energias potencial (𝑈) e cinética
(𝐾). Demonstra-se que a energia total é:
𝐸 = −13,6
𝑍2
𝑛2
(𝑒𝑚 𝑒𝑉)
As energias potencial e total crescem para a periferia do átomo, enquanto a energia cinética
decresce no mesmo sentido. Para um nível bastante afastado, a energia total é por convenção
igual a zero. Por isso o sinal negativo na equação acima!
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A partir da equação que dá a energia total, pode-se obter o seguinte diagrama energético para
o hidrogênio (Z = 1), a atribuindo a n os valores 1, 2, 3...
Para o átomo de hidrogênio, as energias dos estados eletrônicos permitidos são dadas por:
𝑛=1 ⟶𝐸=
−13,6
= −13,6 𝑒𝑉
12
𝑛=2 ⟶𝐸=
−13,6
= −3,4 𝑒𝑉
22
Quando n tende a infinito, o elétron está de fato separado do átomo, sendo a energia nula.
Dizemos que um átomo está no estado fundamental (normal), quando seus elétrons
apresentam as mais baixas energias possíveis. Se a energia for absorvida por um átomo no
estado fundamental, o valor de n aumentará. Dizemos, então, que o átomo está em um estado
excitado, podendo voltar ao normal emitindo energia.
5. Modelo orbital
“Orbital é a região do espaço que o elétron ocupa a maior parte do tempo.”
“Orbital é a região do espaço de máxima probabilidade de se encontrar o elétron.”
Os orbitais atômicos têm distribuição definida no espaço. Os orbitais s são esfericamente
simétricos ao redor do núcleo. Os orbitais p têm a forma de halteres. Os números quânticos
magnéticos governam a orientação. Esses três halteres são representados por px, py e pz e
estão orientados segundo os três eixos cartesianos. Em um orbital p existe um plano nodal
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passando pelo núcleo, onde a probabilidade de se encontrar o elétron é zero. Os três orbitais p
estão em eixos perpendiculares.
Por exemplo, o flúor, que tem 9 elétrons; e oxigênio, com 8 elétrons. Se fizer a distribuição
dos elétrons pelas camadas, o flúor terá 2 halteres (um no eixo x e outro no y); no caso do
oxigênio, 1 halter (no x).
6. Ligação carbono-carbono sob o ponto de vista dos orbitais
A configuração do átomo de carbono no estado fundamental é:
De acordo com essa estrutura, deveria o carbono ser bivalente, pois poderia emparelhar dois
elétrons, respectivamente nos orbitais 2px e 2py.
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No entanto, o carbono é tetravalente. Ocorre com esse elemento o fenômeno da hibridização.
Na ligação simples, o orbital 2s se hibridiza com os três orbitais 2p, dando origem a quatro
orbitais hibridizados sp3, apresentando estrutura tetraédrica.
A ligação C-C seria formada, portanto, pela interpenetração direta de dois orbitais sp3. A essa
ligação dá-se o nome de ligação sigma (𝜎) (sp3 – sp3).
A ligação dupla C=C, envolve as hibridizações sp2. Uma das ligações é formada pela
interpenetração de dois orbitais sp2, dando origem a uma ligação sigma. A segunda ligação é
constituída pela interpenetração de dois orbitais p, dando origem a uma ligação pi (𝜋),
semelhante a duas salsichas, uma acima, e outra abaixo do plano da ligação sigma.
Já quando há tripla ligação, temos uma a interpenetração de dois orbitais sp, formando uma
ligação sigma e a interpenetração dos outros dois orbitais p, formando duas ligações do tipo pi.
Resumindo:
a) C não faz pi => sp3
b) C faz uma pi => sp2
c) C faz duas pi => sp
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