1.º Simulado ENEM 2012
Em janeiro de 2012, o mundo acompanhou em diversas mídias a notícia do
naufrágio do navio cruzeiro Costa Concórdia, quando este margeava a costa
litorânea da Itália. Contudo, não foi apenas a tragédia da morte de mais de trinta
passageiros que tornou o assunto tão comentado, mas também a intrigante ação
de diversos personagens nessa história: capitão, tripulantes, passageiros, capitania
dos portos, etc.
Os atos do capitão, dos tripulantes e dos passageiros ilustram um dilema com que
nos defrontamos todos os dias: privilegiar nosso interesse próprio ou agir em
conformidade com o dever? E quando assumir a responsabilidade por algo coloca
em xeque tudo aquilo pelo qual trabalhamos? Além disso, nesse caso, colocar a
própria vida em risco é um dever? Para quem? Para todos os envolvidos ou só para
os tripulantes? É claro que a situação do navio é extrema, pois envolve a questão
do instinto de sobrevivência, mas ela pode ser transposta para diversos cenários
cotidianos dramáticos e é por isso que dá margem a um intenso debate sobre ética:
momentos drásticos despertam o que há de pior e, também, o que há de melhor
nas pessoas. Mas quando a abnegação é ou deixa de ser um dever?
Assim, a partir da leitura dos textos motivadores, das noções e dos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação escolar, redija um texto dissertativoargumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema ÉTICA X
“SOBREVIVÊNCIA”: os limites da moralidade. Desenvolva uma análise e
argumentação em torno de exemplos que ilustrem situações difíceis assim como a
do naufrágio do Costa Concordia, ou situações cotidianas dramáticas, em paralelo
às noções de moralidade e ética. Aponte uma saída à relação conflituosa entre
dever e “sobrevivência”, seja ela biológica, corporativa, profissional, pessoal, etc.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para a defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
O Naufrágio do Costa Concordia
O cruzeiro Costa Concordia naufragou na última sexta-feira, dia 13 de janeiro, após
colidir em uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio, na costa italiana da
Toscana. Mais de 4,2 mil pessoas estavam a bordo. Até a tarde de terça-feira, dia
17, 11 mortes haviam sido confirmadas. No mesmo dia, as autoridades italianas
divulgaram que 29 seguiam desaparecidos.
Segundo as primeiras informações sobre as causas do acidente, o navio, que tem
290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas, margeava a ilha de Giglio
quando bateu em uma rocha e começou a adernar. Houve pânico entre os
passageiros, que reclamaram de despreparo da tripulação e luta por coletes salvavidas. O comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi acusado de ter
abandonado o navio.
Quase três horas após a primeira comunicação entre Capitania dos Portos e Costa
Concordia, o capitão informa que está em um barco a "estibordo" do navio, junto a
todos os outros oficiais do barco. A capitania, então, ordena que eles retornem a
bordo para coordenar o desembarque dos passageiros. Enquanto isso, ela envia ao
navio uma aeronave de socorro que identifica 100 pessoas a bordo, e tenta movêlas para que possam ser resgatadas de helicóptero. Contudo, o capitão e seus
oficiais não regressam ao barco.
Além de abandonar o navio deixando passageiros a bordo, Schettino é acusado
também de realizar manobras impudentes as quais teriam levado ao naufrágio. O
capitão navegava muito próximo à costa e acabou chocando-se contra um banco de
areia, o que ocasionou um buraco no casco e o consequente naufrágio.
Fonte: TERRA NOTÍCIAS. Costa Concordia: transcrições revelam novos detalhes do acidente.
Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5565486-EI8142,00Costa+Concordia+transcricoes+revelam+novos+detalhes+do+acidente.html>. Acesso em: 20 jan.
2012. (Adaptado)
TEXTO 2
Ética e moral
[...] A moral abrange o comportamento, ou seja, a aplicação prática dos princípios
éticos. A ética consiste no conjunto de valores e princípios, os quais visam balizar o
comportamento humano, é a teoria sobre o comportamento. São, além disso, os
princípios dos quais nos valemos em nossas decisões.
Os princípios éticos são fruto de convenções sociais, normatizações (leis), dogmas
ou máximas pessoais, as quais também podem ser inspiradas pela figura de um
ídolo, etc.
[...] Na medida em que conheço os princípios éticos, o meu comportamento diante
deles é que é ou não moral.
[...] Assim, os princípios éticos são teorias gerais sobre o comportamento e a moral
é a prática, é a decisão individual acerca da ação, a qual pode estar em
consonância ou não com tais preceitos.
Fonte: SANTOS, Jaqueline. A questão de Ética do Enem 2011. Disponível em:
<http://blog.educacional.com.br/blog_do_enem/2011/10/28/a-questao-de-etica-do-enem2011/>. Acesso em: 20 jan. 2012.
Por HikingArtist.com. Atribuição: Proibidas Obras Derivadas 2.0 Generica (CC BYND 2.0)
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