VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL ENGENHEIRO AGRÔNOMO NO MUNICIPIO DE VERA CRUZ DO
OESTE - PR
CARA, Diego.1
ENGROFF, Graciani Amélia.2
CORTINA, Luciana.3
FRITSCH, Tatiane Andreia.4
SIMONETTI, Ana Paula Moraes Mourão 5
RESUMO
O presente trabalho tem a finalidade de verificar a valorização do profissional Engenheiro Agrônomo no município de Vera Cruz do Oeste-PR.
Avaliar a importância do profissional no meio rural, e também como os produtores recebem as ideias repassadas pela assistência técnica a campo. O
trabalho foi realizado através de trinta questionários diretos com produtores rurais do município com questões exploratória e descritiva com variáveis
quantitativas e qualitativas. Após a realização das entrevistas o que mais os produtores valorizam nos profissional que irão atendê-los são a
honestidade e o respeito, porém também ressaltaram a importância do conhecimento e a pontualidade. Segundo os entrevistados o profissional pode
sim ser um exemplo à campo, influenciando jovens a permanecerem no meio rural, porem sem deixar os estudos. De forma geral todos os agricultores
acham de extrema importância a presença de um profissional, para que possa auxilia-los nos esclarecimentos de duvidas e também propondo novas
ideias de melhorias para a propriedade.
PALAVRAS-CHAVE: Assistência técnica, Engenheiro Agrônomo, Produtor Rural..
APPRECIATION OF THE PROFESSIONAL AGRONOMIST IN THE MUNICIPALITY OS VERA CRUZ WEST - PR
ABSTRACT
This study aims to verify the valuation of professional agronomists in the municipality of Vera Cruz West-PR. Assess the importance of professional
in rural areas, and also as producers get ideas passed by the technical field assistance. The study was conducted through questionnaires with direct
thirty farmers of the municipality with exploratory and descriptive questions with quantitative and qualitative variables. After the interviews that most
producers value the professional who will serve them are honesty and respect, but also stressed the importance of knowledge and punctuality.
According to respondents the professional can rather be an example to the field, influencing young people to remain in rural areas, however without
leaving the studies. Generally all farmers think of extreme importance to the presence of a professional, so you can assist them in the clarification of
doubts and also proposing new ideas for improvements to the property.
Key words: Technical assistance, Agronomist, Rural Producer
1. INTRODUÇÃO
Infelizmente, para a maioria das pessoas a valorização do profissional significa ganhar mais, valer mais em
dinheiro. O que falta entender é que ganhar mais não significa automaticamente, ser o mais valorizado. No entanto,
quando você realmente é valorizado pelo mercado, ganhar mais é uma consequência natural, a valorização do
profissional vem desde a empresa até o seus clientes (PADILHA, 2009).
Hoje umas das áreas que mais crescem no Brasil é o agronegócio, por isso da importância de um profissional
experiente para essa área, é ai que entra o Engenheiro Agrônomo, o profissional responsável pelo planejamento,
orientação e execução dos trabalhos relacionados à produção agropecuária, alimentos de origem vegetal e animal, até
sua liberação para a comercialização e consumo (LAUER, 2013).
A história da Agronomia brasileira começou junto do surgimento da Agricultura no nosso país. Ao lado dos
grandes fazendeiros, desde o início da colonização ao estabelecimento da República, a ciência agrária se mostrou uma
importante personagem na evolução da economia agrícola. No período Brasil Colônia. D. João VI criou dois cursos
práticos de agricultura, em 1812 na Bahia e em 1814, no Rio de Janeiro. Em 1859, criaram o Imperial Instituto Baiano
de agricultura. Em 1875 foi fundada a primeira escola de Agronomia no Brasil, que hoje integra a Universidade Federal
da Bahia em São Bento das Lages. Neste mesmo período, o Rio Grande do Sul também passava por uma crise
econômica no meio rural. Com os mesmos objetivos dos nordestinos em melhorar a ciência econômica e agrária na
região, foi criada em 1883, em Pelotas, a Imperial Escola de Medicina Veterinária e de Agricultura Pratica, segunda
escola do país. Em 1887, foi fundado o IAC – Instituto Agronômico de Campinas. Em 1901 foi criada a Escola
Graduando em Agronomia. Faculdade Assis Gurgacz – Pr. [email protected]
Graduanda em Agronomia. Faculdade Assis Gurgacz – Pr. [email protected]
Graduanda em Agronomia. Faculdade Assis Gurgacz – Pr. [email protected]
4
Graduanda em Agronomia. Faculdade Assis Gurgacz – Pr. [email protected]
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Engenheira Agronôma. Mestre em Agronomia (UEL). Coordenadora do Curso de Agronomia da Faculdade Assis Gurcacz – Pr.
[email protected]
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Agrícola Prática Luiz de Queiroz; hoje ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Em 1915, primeira
mulher a se diplomar em Agronomia, na Escola de Pelotas, RS. No século seguinte, o ensino de Agronomia era criado e
regulamentado oficialmente segundo o Decreto nº 8.319, de 20 de outubro de 1910 (GUTJAHR E CAVINATTO,
2012).
O reconhecimento do trabalho do Engenheiro Agrônomo, entretanto, só veio acontecer em 12 de outubro de
1933, com o Decreto nº 23.196, que regulamentou o exercício da profissão. Esta data, de grande importância à classe,
acabou sendo adotada como comemorativa ao Dia do Engenheiro Agrônomo.
A profissão de Engenheiro Agrônomo é uma carreira multidisciplinar. Na formação profissional, adquire-se uma
visão ampla e crítica de grande parte dos aspectos envolvidos em a ampla área de atuação e ao mesmo tempo, é
importante a interação saudável entre outras áreas de conhecimento, para que se possa oferecer aos agricultores, as
melhores alternativas no desenvolvimento de suas atividades.
Segundo Assad e Almeida (2004), o agrônomo do futuro será, talvez, um animador da mudança, capaz de ajudar
a identificar os problemas e a pesquisar as soluções junto com um grande número de parceiros, em benefício não
somente dos agricultores e da agroindústria, mas também da sociedade.
Diante dessa grande demanda cada vez mais tem-se buscado e exigido dos profissionais engenheiros agrônomos
uma formação eclética, capaz de gerar e difundir conhecimentos científicos e técnicas agronômicas adequadas e o
manejo de agro e ecossistemas sustentáveis das cadeias produtivas.
Mediante isso o presente trabalho tem por objetivo verificar como esse profissional está sendo valorizado no
meio em que atua e como ele é visto, e também se o mesmo tem a capacidade de influenciar outras pessoas a seguirem a
mesma carreira.
2. METODOLOGIA
O trabalho foi realizado no município de Vera Cruz do Oeste/PR com Latitude 25°03’28’’ e Longitude
53°52’37. Foram realizadas 30 entrevistas diretas com produtores entre os dias 01 e 07 de setembro de 2014. Esses
produtores foram escolhidos aleatoriamente, porém observando se os mesmos se encaixavam nas modalidades de
pequeno, médio ou grande produtor. Para a realização dessas entrevistas contamos com o auxilio da Secretaria de
Agricultura do município. Utilizou-se a técnica da entrevista estruturada por meio de aplicação de questionário fechado
onde às questões elaboradas eram exploratórias e descritivas, com variáveis quantitativas e qualitativas. Após os
questionários em mão os dados foram tabulados em planilha Excel, onde também foram gerados os gráficos com as
distribuições dos valores.
3. ANÁLISES E DISCUSSÕES
Segundo Laera (2012), a profissão de Engenheiro Agrônomo é uma carreira multidisciplinar. Na formação
profissional adquire-se uma visão ampla e crítica de grande parte dos aspectos envolvidos na vasta área de atuação e, ao
mesmo tempo, sabe-se da necessidade da interação saudável entre outras áreas de conhecimento, para que se possa
oferecer aos agricultores, as melhores alternativas no desenvolvimento de suas atividades.
O profissional Engenheiro Agrônomo deve ter uma formação generalista, com sólido embasamento nas áreas
fundamentais do conhecimento científico e técnico relacionado às ciências agrárias e do ambiente, sendo capaz de gerar
e difundir conhecimentos científicos e técnicas agronômicas adequadas a promover o desenvolvimento do setor
agropecuário através de uma atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas.
De forma geral quando questionados sobre qual seriam as características ideais para o bom profissional três
itens foram os mais mencionados. Com quase 70% das respostas à honestidade e o respeito com os produtores foram às
características mais mencionadas, na sequência o conhecimento e a pontualidade aparece com 50% cada um.
A atividade dos profissionais da Agronomia garante a utilização racional e técnica adequada e os recursos
naturais disponíveis e também no que diz respeito à segurança alimentar e no cumprimento da legislação, questões
fundamentais tanto para quem produz quanto para quem consome. Isso significa qualidade e economia para a população
e produtividade para quem trabalha com o agronegócio e a agricultura familiar, (CREA/PR, 2012).
Uma boa qualificação profissional vai facilitar as atividades no campo. Geralmente não há tempo para buscar
respostas e voltar com elas mais tarde, uma vez que o produtor à está esperando para tomar a decisão mais acertada
naquele momento.
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Figura 01 – Conhecimento e treinamento do profissional.
Quando os agricultores foram questionados se o profissional que o atende está devidamente capacitado para
sanar suas dúvidas, como pode ser verificado na figura 01, grande parte dos entrevistados 76,7%, declarou que sim,
porem uma minoria entorno de 10% responderam que sim, porem depende da área de atuação, já menos de 10%, que o
profissional retorna mais tarde com a solução de algum problema.
Outro item que chamou a atenção foi que os agricultores entrevistados não fazem restrição quanto a quem os
atende, visto que no setor agrícola ainda há uma divisão muito grande entre o trabalho masculino e o feminino; já que
73,3% dos entrevistados trabalhariam com ambos sem restrição. Como pode ser observado na figura 3, 16,7% dos
entrevistados ainda preferem trabalhar somente com homens, e uma minoria de 10% prefere que esse atendimento seja
feito por mulheres.
Figura 2 – Preferência no atendimento.
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Há algum tempo praticamente não existiam mulheres trabalhando na área agronômica a campo, as
atividades desenvolvidas por elas ficavam, mas restritas a laboratórios, programas de melhoramento entre outros, porem
com o advento das tecnologias o trabalho a campo foi ficando mais fácil, não precisando ser mais tão braçal a
participação da engenheira agrônoma no campo aumentou (CARDOSO, 2009).
Figura 03 – Tempo que a propriedade é assistida por um profissional Engenheiro Agrônomo.
Na maioria das vezes no trabalho a campo os resultados vem a longo prazo, e para que esse resultado aconteça
é importante um acompanhamento frequente nas propriedades. Quando o produtores foram questionados a quanto
tempo eles vem recebendo atendimento nas propriedades, a grande maioria, entorno de 60% respondeu que a mais de
quatro anos, um profissional da área agronômica visitava a propriedade.
Visitar propriedades distantes, viajar centenas de quilômetros, estas são umas das maiores dificuldades da
profissão, por isso muitas vezes a assistência técnica não consegue atender diariamente ou semanalmente as
propriedades, mediante essas dificuldades a grande parte dos profissionais visita as propriedade de forma quinzenal ou
mensal totalizando 84%. Justamente devido a essa dificuldade, nenhum produtor relatou que recebe as visitas de forma
semanal.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2014, no Brasil a estimativa de área a
ser colhida em 2014, 56,2 milhões de hectares, esse número apresentou um acréscimo de 6,4% frente à área colhida em
2013. Ano após ano esses números vêm aumentando, e com isso a procura por assistência técnica vem aumentando
também, nesse levantamento cerca de 74% dos agricultores recebem essa assistência por já estar incluso nos pacotes
oferecidos pelas cooperativas da região ou mesmo por órgãos públicos, sendo que uma minoria de 26% acha importante
ouvir a opinião de um profissional antes do desempenho de alguma atividade, ou não acha interessante investir em um
segunda opinião antes de realizar as atividades na área.
Mesmo que uma grande maioria cerca de 60% dos produtores segue o que é repassado pelo profissional que o
atende, alguns não seguem corretamente o que é indicado, 37% dos entrevistados seguem somente quando acham
necessários e 3% não cumprem nenhuma das indicações, o que dificulta muito o controle tanto de pragas como ervas
daninhas, reduzindo assim a qualidade e a quantidade de grãos colhidos e também os créditos do profissional que está
atendendo aquela propriedade, por julgarem que o mesmo não este fazendo um bom trabalho.
A ideia de que o campo é sinônimo de atraso e subdesenvolvimento começa a ficar no passado. Com o apoio
do governo e até mesmo com o incentivo de profissionais da área mais e mais jovens decidem permanecer no campo.
Para a maioria dos agricultores 83%, figura 4, acreditam que o trabalho realizado pelo Engenheiro Agrônomo incentiva
os jovens a seguirem os passos dos pais e assim estudarem e depois permanecerem no campo.
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Figura 4 – Influencia para jovens a permanecerem no campo.
Os pequenos produtores nessa região são a grande maioria, devido às cooperativas e órgãos públicos já
oferecerem assistência técnica, uma minoria de produtores, mais ou menos 10% participa de grupos de pequenos
produtores, no entanto a grande maioria 53% não vê vantagem nessas associações.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização dessas entrevistas, pôde-se concluir que a maioria dos produtores da região do município de
Vera Cruz do Oeste/PR, vê com grande importância o trabalho de um profissional engenheiro agrônomo, onde sempre
seguem as orientações repassadas e também acreditam que o mesmo pode ser um incentivador do meio rural, para que
os jovens possam a permanecer no campo. Outro ponto levantado foi que, a grande maioria não faz restrição ao
profissional que o atenderá, podendo tanto ser homem quanto, mulher, isso pode ser considerado um grande avanço
uma vez que nesse meio a tendência é que se valorize mais os profissionais do sexo masculinos.
REFERENCIAS
ASSAD, M.L.L.; ALMEIDA, J. Agricultura e sustentabilidade Contexto, desafios e cenários. Ciência & Ambiente,
n. 29, 2004. p.15-30.
CARDOSO, M.C.F. A Mulher e a Profissão Agronômica. Anais da Academia Pernambucana de Ciência
Agronômica, Recife, vols. 5 e 6, p.337-338, 2008-2009. Disponível em:
<http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/23209/1/Cardoso.pdf >. Acessado em 27.09.2014
CREA/PR. A importância da Agronomia para o desenvolvimento do Paraná e do Brasil. Outubro, 2012.
Disponível em: <http://www.crea-pr.org.br/index.php/index.php?option=com_content&view=article&id=1786:aimportancia-da-agronomia-para-o-desenvolvimento-do-parana-e-do-brasil&catid=3:newsflash>. Acessado em
20/09/2014.
GUTJAHR, J.; CAVINATTO, J. Engenheiro agrônomo: o passado e presente da "Profissão do Futuro". 2012.
Agrolink. Disponível em: <http://www.agrolink.com.br/noticias/engenheiro-agronomo--o-passado-e-presente-da-profissao-do-futuro-_157915.html>. Acessado em: 30/07/14
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Levantamento sistemático da produção
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Anais do 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2014
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LAUER, C. O mercado para o Engenheiro Agrônomo. Portal Carreira e Sucesso. 2013. Disponível em:
<http://www.catho.com.br/carreira-sucesso/noticias/guia-de-profissoes-engenheiro-agronomo>. Acessado em: 10/08/14
PADILHA, E. Valorização do Profissional. Disponível em: <http://www.eniopadilha.com.br/artigo/29>. Acessado
em: 10/08/14
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