DIA DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO. Para este 12 de outubro acrescentei algumas informações, fazendo novas atualizações e estou postando este texto na expectativa de que possa servir de inspiração para nós. Colega, queira receber uma saudação muito especial. São quase 80 anos desde que o então Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas assinou o DECRETO Nº 23.196, de 12 de Outubro de 1933, que “Regula o exercício da profissão agronômica e dá outras providências”. Era o ano do cinqüentenário de fundação da Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” – FAEM - (mas o ato não foi conseqüência direta da data, apenas mostra que os nossos primeiros colegas tiveram que lutar durante meio século até que a legislação oficializasse nossas atribuições profissionais e então o exercício da atividade agronômica por leigos passasse a ser considerado exercício ilegal da profissão). Então os Engenheiros Agrônomos passaram a ter o exercício profissional oficialmente regulamentado no País. O Curso continuou e continua a ser Agronomia, e o profissional formado tem o título de Engenheiro Agrônomo, embora a legislação atual permita que o curso seja denominado Engenharia Agronômica. A Agronomia não é um ramo da Engenharia; é uma ciência. Nós, profissionais, recebemos o título de Engenheiro, pela formação que o curso de graduação nos dá. Temos todo o respeito e toda a admiração pela Engenharia, tanto que participamos do mesmo conselho profissional Federal e dos Estados, respectivamente CONFEA e CREA, Conselho Federal e Estadual de Engenharia e Agronomia. Aquele Decreto foi substituído pela Lei 5.194, de 24/12/1966, que regulamentou na mesma lei o exercício profissional dos Engenheiros, dos Arquitetos e dos Engenheiros Agrônomos. Essa Lei e as Resoluções 218/1973 e 1.010/2005 do CONFEA disciplinam nossa profissão. Os arquitetos criaram seu próprio conselho. E pensar que tudo começou na primeira metade do último século do milênio passado! Parece muito tempo? Pois ainda há muitos colegas que naquela época já estavam neste mundo. Durante muitos anos não havia coincidência de data para comemoração. O Rio Grande do Sul, por exemplo, comemorava no dia 8 de dezembro em homenagem à data de fundação da FAEM (08/12/1883, a mais antiga no Estado e a que há mais tempo funciona ininterruptamente no País. A primeira Escola de Agronomia do Brasil foi fundada em São Bento das Lages, em 1859, na Bahia, a qual após alguns anos de funcionamento paralisou suas atividades durante cerca de três décadas, reabrindo em Cruz das Almas. Atualmente está vinculada à Universidade Federal do Recôncavo Baiano - UFRB, criada pela Lei 11.151 de 29 de julho de 2005, para cuja criação serviu de base, com seu desmembramento da Universidade Federal da Bahia). A FAEM atualmente integra a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Na segunda metade do Século XX, com a criação da FAEAB (Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil - fundada em 12 de Outubro de 1963. Desde 14/05/1999, a FAEAB foi substituída pela CONFAEAB – Confederação das Federações de Engenheiros Agrônomos do Brasil), foi unificado nacionalmente o 12 de outubro como Dia do Engenheiro Agrônomo. É em referência à data (12/10/1933) da primeira regulamentação oficial do exercício profissional da agronomia no Brasil (a profissão já existia, mas a regulamentação que possibilitou coibir o exercício da atividade agronômica por leigos só foi possível a partir daquela data). Registra 2012 mais um marco importante para nossa profissão: 31 de dezembro é o primeiro dos marcos da necessidade de certificação das unidades armazenadoras de grãos e fibras. Até lá, no mínimo 1/6 dos silos e armazéns devem estar certificados. As Instruções Normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento explicitam que a função de Auditor Técnico do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras só pode ser exercida por Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Agrícola, e que a unidade armazenadora tenha Responsável Técnico registrado junto ao CREA do respectivo estado como uma das condições para credenciamento dessas unidades junto ao órgão governamental, como parte dos “Requisitos Técnicos Obrigatórios ou Recomendados para Certificação de Unidades Armazenadoras em Ambiente Natural” estabelecidos pela CONAB, como determinam os termos da Lei nº 9.973, de 29 de maio de 2000, e do Decreto n. º 3.855/2001. Em âmbito nacional passa a ser impositivo legal o que os CREAs de alguns estados, como o do Rio Grande do Sul, já exigiam, na normatização sobre ART (Ato Normativo n° 5, de 28 de abril de 2006, do CREA-RS) para armazenagem de produtos agrícolas. Com o que fizemos ao longo do tempo e com o que fazemos, nós, Engenheiros Agrônomos, conquistamos o respeito da sociedade. Vivemos um período de reconhecimento nacional da importância do agronegócio e, com isso, a sociedade aumenta o respeito e valoriza cada vez mais nossa profissão. É verdade que nem sempre foi assim, e cabe a nós, Engenheiro(a)s Agrônomo(a)s, a responsabilidade de mostrarmos o que somos e o valor que temos. A propósito, a valorização de nossa profissão está na dimensão exata do valor que a ela dermos e das atitudes que com ela tivermos. Título profissional é elevado título de honra. São tantas as realizações dos Engenheiros Agrônomos de todos os tempos, e em todos os locais, as quais justificam que digamos uns colegas aos outros PARABÉNS ENGENHEIRO AGRÔNOMO, PELO NOSSO DIA. É também o Dia da Criança, nosso compromisso com o futuro. E é o Dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, e símbolo da fé de muitos de nós. Que Nossa Senhora interceda por nós, junto a Deus, para que Ele continue nos abençoando e protegendo nossa profissão e nossas famílias. A profissão e os compromissos com ela são de todos nós, os profissionais de Agronomia. É necessário que tenhamos muito respeito e muito amor pela nossa profissão. É necessário que tenhamos muito respeito também pelas outras profissões (todas são ótimas e dignas, porém a nossa é A NOSSA), mas é igualmente necessário que saibamos que a responsabilidade por nossa profissão é toda e apenas nossa, algo absolutamente intransferível. Só assim teremos a garra e o destemor necessários para vencermos as imensas dificuldades que sempre enfrentaremos, pois nunca foi e nunca será diferente. É por isso que creio num Engenheiro Agrônomo que ame nossa profissão a ponto de lutar com toda a força de seu ser pelo respeito ao próximo, à sociedade e ao meio ambiente, sabedor de que a arrogância e a prepotência andam de mãos dadas com a injustiça. Que seja capaz de entender que nosso título profissional decorre de uma escolha de cada um de nós, se incorpora a nosso nome, e que por isso deve ser honrado como honramos nosso próprio nome e o de nossa família. E que faça do Título Profissional conquistado o equivalente a um Título de Honra e de Orgulho, mas sem perder a simplicidade que caracteriza os verdadeiros vencedores. Aceitem, pois, todo(a)s o(a)s Engenheiros(as) Agrônomos(as) deste País (e dos outros também) o mais fraterno dos abraços e a mais entusiasmada das SAUDAÇÕES AGRONÔMICAS, com muito orgulho. Moacir Elias, Eng° Agr°, Professor da FAEM-UFPEL. [email protected]. 12/10/2012.