Segurança energética e terrorismo devem estar no topo da agenda no Mediterrâneo | iOnline
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Segurança energética
e terrorismo devem
estar no topo da
agenda no
Mediterrâneo
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Por Agência Lusa
publicado em 20 Maio 2014 - 18:01
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Os países podem ainda cooperar a nível da formação parlamentar, diplomática,
militar ou universitária, existindo ainda “muitas áreas a explorar”, nomeadamente
o turismo e transportes e infraestruturas
O investigador Bernardo Pires de Lima, do Instituto Português de Relações
Internacionais, defendeu hoje que os países do sul e norte do Mediterrâneo devem
elevar nas suas agendas os temas da segurança energética, terrorismo em África e
imigração clandestina.
O especialista do instituto da Universidade Nova de Lisboa falava à Lusa a propósito do
II Fórum Económico e Empresarial do Mediterrâneo Ocidental e do Conselho de
Ministros dos Negócios Estrangeiros do Diálogo 5+5, que reúnem em Lisboa, nesta
quarta e quinta-feira, responsáveis políticos e empresários de Portugal, Espanha,
França, Itália e Malta (da margem norte do Mediterrâneo) e Mauritânia, Argélia, Líbia,
Marrocos e Tunísia (da margem sul).
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Pires de Lima defendeu que o Diálogo 5+5 é uma “plataforma com alguma
informalidade”, que considerou ser “o melhor modelo para aproximar as duas margens
do Mediterrâneo e potenciar um conjunto de setores que precisam de ser trabalhados”.
“Há pontos de contacto – quer de oportunidades quer de risco – que as duas margens
precisam de elevar nas suas agendas”, sustentou.
Entre as matérias que “interessa acautelar e sustentar no tempo”, o investigador
destacou a “segurança energética”, a “sustentabilidade económica das relações
comerciais - que são cada vez mais importantes entre os dois lados” e a imigração.
No entanto, o investigador do IPRI sustenta que “é preciso pensar um pouco para lá da
orla magrebina e do norte de África, uma vez que a raiz de muitos dos problemas de
segurança que afetam o norte de África e posteriormente o sul da Europa tem origem
numa geografia africana muito mais profunda”.
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O diálogo entre os 10 países deveria ter na agenda o momento atual que a Nigéria
atravessa, que é “muito instável e muito preocupante”, tratando-se de um país “onde
Portugal tem um interesse direto, uma vez que depende de gás natural e de petróleo”,
além dos problemas de “terrorismo no Mali e na República Centro-Africana”.
Por outro lado, a Líbia, um dos países que tem assento no Diálogo 5+5, mantém ainda
uma situação “profundamente instável”, defendeu, acrescentando que “o Ocidente e os
países que estiveram na liderança da intervenção da NATO em 2011 têm uma especial
responsabilidade com a estabilidade líbia, que está por garantir”.
Os países podem ainda cooperar a nível da formação parlamentar, diplomática, militar
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Segurança energética e terrorismo devem estar no topo da agenda no Mediterrâneo | iOnline
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Os países podem ainda cooperar a nível da formação parlamentar, diplomática, militar
ou universitária, existindo ainda “muitas áreas a explorar”, nomeadamente o turismo e
transportes e infraestruturas.
“Tudo isto passa por um trabalho conjunto para que haja um clima de segurança,
nomeadamente no norte de África, que ajude a consolidar o bom momento no clima
económico e social e que estanque a migração, que é uma migração de desespero e
em situação-limite, e não por vontade e por novas oportunidades no horizonte de gente
qualificada, e que acaba muitas vezes mal”, referiu.
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Bernardo Pires de Lima defendeu ainda que este mecanismo informal de diálogo entre
as duas margens do Mediterrâneo Ocidental é também “o diálogo possível no plano
multilateral entre a União Europeia e estes países de África”.
“A maior parte dos países europeus está longe de ter na sua agenda qualquer tipo de
relacionamento privilegiado com o norte de África e se não for a orla sul da Europa,
nenhuma destas questões pode ser colocada na agenda europeia”, sublinhou,
acrescentando: “É preciso que esta geografia seja colocada porque diz respeito a um
conjunto de situações que podem resvalar quer para oportunidades quer para riscos no
plano europeu”.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
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