Cristiano Holtz
20 Outubro 2015
cristiano holtz © dr
terça, 19:00h
Grande Auditório
MUSICA.GULBENKIAN.PT
mecenas
rising stars
mecenas
música de câmara
mecenas
concertos de domingo
mecenas
ciclo piano
mecenas
coro gulbenkian
mecenas
grandes intérpretes
terça 20 Outubro 2015
19:00h — Grande Auditório
Cristiano Holtz
20
10
cravo
Johann Sebastian Bach
Fantasia em Lá menor, BWV 922
Domenico Scarlatti
Sonata em Ré menor, K. 9
Sonata em Dó maior, K. 132
Sonata em Mi menor K. 147
Sonata em Sol maior, K. 103
Sonata em Sol menor, K. 179
Carl Philipp Emanuel Bach
Johann Sebastian Bach
Prelúdio em Sol menor, BWV 930
Suite Inglesa n.º 3, em Sol menor, BWV 808
Prélude
Allemande
Courante
Sarabande
Gavotte I
Gavotte II “La Musette”
Gigue
Sonata em Fá menor, Wq 63/6
Allegro di molto
Adagio affetuoso e sostenuto
Fantasia: Allegro moderato – Largo – Allegro moderato
intervalo
Duração total prevista: c. 1h 40 min.
Intervalo de 20 min.
Este concerto é transmitido em direto pela RTP – Antena 2
03
Johann Sebastian Bach
Fantasia em Lá menor, BWV 922
duração: c. 8’
Prelúdio em Sol menor, BWV 930
duração: c. 2’
Suite Inglesa n.º 3, em Sol menor, BWV 808
duração: c. 20’
As obras para tecla de Johann Sebastian
Bach podem ser abordadas a partir de
diferentes pontos de vista, em função da sua
diversidade. Para além das obras compostas
com preocupação didática, das obras de
caráter virtuosístico e dos grandes exemplos
do uso do contraponto, de notar ainda, na
sua produção musical, a permeabilidade de
elementos estilísticos (italianos, alemães e
franceses) e a exploração de novos caminhos,
a partir de um profundo conhecimento dos
compositores do seu tempo como Vivaldi,
Corelli, ou Telemann. Mas também o seu
próprio virtuosismo, de resto reconhecido
pelos seus pares, influenciou o seu modo
de compor para tecla.
A Fantasia em Lá menor, BW V 922,
assume a forma de um prelúdio e fuga
virtuoso. Composta possivelmente entre
1710 e 1714, foi publicada em Leipzig apenas
em 1866/67. A obra apresenta uma estrutura
livre que espelha o estilo de uma fantasia
extravagante e virtuosa, combinada com
uma secção imitativa que não apresenta
um tema de fuga tradicional e que privilegia
várias modulações.
O Prelúdio em Sol menor, BWV 930, tinha
como título original Praeambulum e integrava
04
johann sebastian bach, por elias gottlob haussmann, 1748 © dr
eisenach, 21 de março de 1685
leipzig, 28 de julho de 1750
um conjunto de obras de caráter didático
que Bach compilou para a formação musical
do seu filho Wilhelm Friedemann Bach.
Em rigor, este último também contribui para
o Klavierbüchlein für Wilhelm Friedemann Bach,
o que lançou dúvidas quanto à autoria
de algumas das peças constituintes.
O Prelúdio, com duas secções, apresenta
motivos baseados em acordes quebrados
entre as duas mãos, com algum diálogo entre
ambas, em pergunta-resposta, levando mais
longe o contraponto e a harmonia quando
comparado com os prelúdios anteriores.
As suites inglesas terão sido compostas em
Cöthen, corte onde, entre 1717 e 1723, Bach
ocupou o cargo de Kappelmeister. Apesar da sua
designação, a Suite Inglesa n.º 3, BWV 808,
aproxima-se mais do padrão da suite francesa.
O Prélude, relativamente longo, em estilo
fugado, apresenta uma textura de contraponto
densa e muito elaborada, antecedendo
as danças Allemande, Courante, Sarabande e
Gigue. De notar, por exemplo, a semelhança
do material temático entre a Allemande e a
Courante, conferindo alguma unidade à obra,
embora estas sejam bastante distintas das
restantes danças, ou das duas Gavottes, um
modelo que Bach já utilizara noutras suites.
Domenico Scarlatti
domenico scarlatti, por domingo antonio velasco, 1738 © dr
nápoles, 26 de outubro de 1685
madrid, 23 de julho de 1757
Sonata em Ré menor, K. 9
Sonata em Dó maior, K. 132
Sonata em Mi menor K. 147
Sonata em Sol maior, K. 103
Sonata em Sol menor, K. 179
duração total: c. 23’
O compositor napolitano Domenico Scarlatti
compôs em vários géneros musicais, obtendo
no entanto especial notoriedade pela
composição de mais de cinco centenas de
sonatas para tecla. Reconhecido como um
proeminente cravista no seu tempo, Scarlatti
teve oportunidade de viajar por vários
países e cidades da Europa, destacando-se
as passagens por Londres (1719), Portugal
(1719-1727) – onde foi professor da infanta
Maria Magdalena Bárbara – e Espanha
(1729 a 1757).
A Sonata em Ré menor, K. 9, foi publicada
em Londres em 1738/39, no volume Essercizi
per Gravicembalo, mas terá sido composta em
Portugal. Apresenta um equilíbrio entre
elementos mais vivos e uma certa elegância
no modo como trabalha o material musical,
em particular o lirismo de alguns motivos.
A Sonata em Dó maior, K. 132, data de
1756/57 e inicia-se com um tema simples que
contrasta com um segundo mais brilhante.
O compositor desenvolve a obra, do ponto
de vista formal, de modo mais livre do que
em outras sonatas. Também o tratamento
do material temático é notável, adquirindo
no desenvolvimento uma dimensão mais
dramática e apoiada no tratamento harmónico
e nas modulações. O tema do início é revisitado
no final da sonata, procurando manter sempre
o registo cantabile que a caracteriza.
A Sonata em Mi menor, K. 147, não apresenta
indicação de tempo e desconhece-se em rigor
a data de composição, embora algumas fontes
apontem para c. 1750. A intensidade dramática
da obra é marcada por uma linha melódica
intensa e pelo diálogo entre as vozes, assim
como por uma segunda secção mais viva.
A Sonata em Sol maior, K. 103, de estrutura
bipartida e marcada Allegrissimo, iniciase com um motivo na mão direita, depois
imitado na mão esquerda, ainda que este
seja interrompido e intercalado com escalas
descendentes. De notar a utilização dos
trilos na segunda secção como elementos
expressivos, retomando depois o material
temático inicial.
A Sonata em Sol menor, K. 179, em Allegro,
inicia-se com um ímpeto quase tempestuoso,
com um arpejo descendente, seguindo-se
motivos rítmicos pontuados na mão direita
acompanhados com acordes na mão esquerda.
Na segunda secção, os arpejos e escalas, assim
como os elementos cromáticos, são explorados
no diálogo entre as duas mãos, conferindo
maior intensidade musical.
05
Carl Philipp Emanuel Bach
weimar, 8 de março de 1714
hamburgo, 14 de dezembro de 1788
carl philipp emanuel bach © dr
Sonata em Fá menor, Wq 63/6
duração: c. 16’
Carl Philipp Emanuel Bach foi um dos mais
influentes compositores do seu tempo,
explorando novos caminhos estéticos
e estilísticos na sua música para tecla.
O Empfindsamer Stil, ou estilo sentimental,
que procurava a expressão direta e natural
dos sentimentos, percorre muitas das suas
obras e muito influenciaria os compositores
do Classicismo. Este caminho de expressividade
e sensibilidade, um produto das mudanças
sociais e culturais da época, torna as sonatas
para tecla de C. P. E. Bach em testemunhos
ímpares dos novos caminhos musicais, com
impacto não só na conceção do texto musical,
como no próprio papel do intérprete.
A sensibilidade é explorada através da melodia
acompanhada e do uso de cromatismos,
evitando a ornamentação excessiva.
C. P. E. Bach viveu uma grande parte da sua vida
em Berlim, de 1738 a 1768, e em Hamburgo,
de 1768 a 1788. Foi em Berlim, ao serviço de
Frederico II, o Grande, Rei da Prússia, que C. P.
E. Bach compôs a obra em programa, A Sonata
em Fá menor Wq 63/6, em três andamentos,
foi composta em 1753, ano em que publicou o
primeiro volume do tratado para instrumentos
de teclas Versuch über die wahre Art das Clavier
06
zu spielen, e o conjunto de 6 Sonatas Wq 63
Probestücke, onde se insere esta sonata.
O primeiro andamento inicia-se com
ímpeto, baseado em acordes quebrados
e no cruzamento de mãos, num efeito
dramático adensado pela harmonia.
Em contraste, surgem motivos de caráter
mais expressivo entre secções. O andamento
seguinte, um Adagio, revela a sensibilidade
e expressividade características na sua
produção musical, em particular para tecla.
Os ritmos pontuados contribuem para o
ambiente sostenuto, jogando igualmente
com a relação entre as vozes e com o desenho
das linhas melódicas, terminando com uma
secção mais livre e solene. A obra termina
com uma Fantasia que reúne os ingredientes
do género musical, em particular a criatividade
e a inventividade assente em recursos
estilísticos que vão desde elementos
com caráter improvisatório até ao uso de
contraponto. Este andamento inicia-se com
uma secção mais livre, seguindo-se um
Largo dramático e voltando depois ao Allegro
moderato inicial.
notas de pedro russo moreira
07
c. p. e. bach, no cravo, acompanha o rei frederico ii. adolph von menzel, 1852 ©dr
Nota Biográfica
Cristiano Holtz
cristiano holtz © dr
cravo
Desde muito cedo influenciado pela música
de Johann Sebastian Bach, o teclista
brasileiro Cristiano Holtz começou a
estudar cravo aos doze anos de idade com
Pedro Persone. Aos quinze anos viajou para
a Holanda, a convite de Jacques Ogg, com
o objetivo de prosseguir os seus estudos
musicais. Ao longo de dez anos, trabalhou
com Ogg e com outros professores, incluindo
Menno van Delft. Profundo admirador
do trabalho de Gustav Leonhardt desde
a juventude, Cristiano Holtz viria a ser
o último aluno oficial do mestre holandês.
Ao longo da sua formação e aperfeiçoamento,
trabalhou também com Pierre Hantaï,
Marco Mencoboni e Miklós Spányi, tendo
sido convidado por este último para tocar
e gravar concertos e outras peças para dois
cravos. Em 1998, Cristiano Holtz veio para
Portugal, integrando atualmente o corpo
08
docente do Instituto Gregoriano de Lisboa.
Apresenta-se regularmente como solista de
instrumentos de teclas, incluindo o cravo,
o clavicórdio e ocasionalmente o órgão, tendo
tocado em vários instrumentos históricos.
Apresentou-se em vários países europeus,
na Ásia, na América do Sul e nos Estados
Unidos da América, incluindo prestigiados
festivais de música. Muito elogiados pela
imprensa internacional, os seus recitais
e gravações foram merecedores de vários
prémios: Concurso Eldorado (São Paulo,
Brasil), Preis der Deutschen Schallplattenkritik
(Alemanha), 5 Estrelas da revista de música
antiga Goldberg, Prémio Discográfico
Geijutsu (Japão), revista Fanfarre (E.U.A.)
e duas vezes a distinção Excellent Disque da
revista Classica (França). Johann Sebastian
Bach é o centro do trabalho musical de
Cristiano Holtz.
29 + 30 Outubro
quinta, 21:00h / sexta, 19:00h —
M/6
joana carneiro © dave weiland
Orquestra
Gulbenkian
Coro
Gulbenkian
Joana Carneiro
márquez
villa-lobos
bernstein
escobar
ravel – Boléro
musica.gulbenkian.pt
mecenas
rising stars
mecenas
música de câmara
mecenas
concertos de domingo
mecenas
ciclo piano
mecenas
coro gulbenkian
mecenas
grandes intérpretes
Satélite:
Out /Nov
2015
Já disponível em
musica.gulbenkian.pt
untitled films stills, #54 – cindy sherman, 1977 © dr
Colaboram Gonçalo Frota,
Catarina Homem Marques,
Jorge Mourinha
e Sérgio B. Gomes.
Não é permitido tirar fotografias
nem fazer gravações sonoras ou filmagens
durante os concertos.
Desligue o alarme do seu relógio
ou telemóvel antes do início dos concertos.
Programas e elencos sujeitos a alteração
sem prévio aviso.
direção criativa
Ian Anderson
design e direção de arte
The Designers Republic
design gráfico
ah–ha
tiragem
200 exemplares
preço
2€
Lisboa, Outubro 2015
11
MUSICA.GULBENKIAN.PT
FUNDAÇÃO
CALOUSTE GULBENKIAN
Download

Cristiano Holtz - Gulbenkian Música