30 3 de Abril 2014 correiodominho.pt VOZ da Justiça europe direct João Gonçalves * EUROPA SEM FRONTEIRAS: A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS DE MOBILIDADE EUROPEIA EUROPA | GIUSEPPE CRISTIANO, SALVATORE BUSICO E PATRICK A. FRANZINI ESTAGIÁRIOS AO ABRIGO DO PROGRAMA DE MOBILIDADE LEONARDO DA VINCI A União Europeia (UE) está a viver um período de mudança, ao mesmo tempo desafiante e estimulante. A mudança para uma UE competitiva, de crescimento e emprego sustentáveis, ganhou uma nova dinâmica com a estratégia europeia até 2020. Esta estratégia encaminha a União Europeia para uma economia de alta tecnologia, cujas prioridades são a inovação, a criatividade e a mobilidade. Este último ponto é de fundamental importância para os jovens que sofrem a crise do mercado de trabalho. A UE apoia um grande número de atividades em matéria de educação, formação, cultura, investigação e juventude, sendo que a Comissão Europeia integrou as suas diversas iniciativas no domínio da educação e formação num programa único, o Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (Lifelong Learning Programme - LLP). Este programa, permitiu aos cidadãos acederem, em qualquer fase das suas vidas e em toda a UE, a um processo de aprendizagem dinâmico, sendo constituído por quatro subprogramas Comenius (para as escolas), Grundtvig (para a educação de adultos), Erasmus (para o ensino superior) e Leonardo da Vinci (para o ensino e formação profissionais). À data de publicação deste artigo os programas em causa foram integrados num programa comum, mais abrangente de forma a alcançar uma maior simplificação e racionalização que é o Programa Erasmus+. Considerando que o convite que nos endereçaram para escrever este artigo respeita a uma avaliação pessoal destes programas enquanto beneficiários dos mesmos, daremos enfoco aos Programas Erasmus e Leonardo da Vinci dos quais usufruímos. O programa Erasmus consistia na promoção uma abordagem a nível europeu de ensino superior, através do qual, os estudantes (por exemplo, considerando que este programa não se aplica unicamente a estu- dantes) podiam passar um período de estudos de 3 a 12 meses numa instituição de ensino superior de outro país europeu participante, podendo transferir os créditos académicos obtidos no estrangeiro para a sua instituição de origem. Oferecer aos estudantes a possibilidade de descobrirem outros países e culturas, não só enriquece a sua experiência de estudo, como promove também uma mão de obra com maior mobilidade, flexibilidade e visão europeia, aumentando a competitividade e potenciando a inovação na Europa. Desde a sua criação, em 1987, participaram no programa Erasmus mais de 2 milhões de estudantes. Por sua vez, o programa Leonardo da Vinci, destinava-se a pessoas envolvidas no ensino e formação profissional, ajudando a adquirir novas competências, conhecimentos e qualificações, e a obter o seu reconhecimento transfronteiriço de forma a melhorar a sua empregabilidade no mercado de trabalho em constante evolução. Num período de crise, e de falta de emprego, estas oportunidades revelam-se duplamente pertinentes dado que, não apenas dotam os jovens com ferramentas diferentes relativamente aos que não usufruem destes programas, com uma perspectiva mais global e com conhecimento culturalmente mais abrangente, como permitem estar em interação com outros Estados Membros possibilitando o contacto num espaço de oportunidades amplamente diferenciado. Nós, autores deste artigo, Giuseppe Cristiano, Salvatore Busico e Patrick Alessandro Franzini, graduados provenientes de Itália, estamos a beneficiar de uma subvenção Leonardo da Vinci e estamos a fazer um período de estágio de quatro meses no Centro de Informação Europe Direct de Barcelos (CIED de Barcelos). Estes Centros são serviços de informação europeia, dirigidos ao público em geral que, atuando a nível local e regional, propõem-se como Centro de Informação Europe Direct de Barcelos Instituto Politécnico do Cávado e do Ave Campus do IPCA - Lugar do Aldão 4750-810 Vila Frescaínha S. Martinho - Barcelos Contactos Gerais Telefone: 253 802 201 Email: [email protected] Web: www.ciedbarcelos.ipca.pt Facebook: www.facebook.com/cied.barcelos Twitter: https://twitter.com/CIEDBarcelos Flickr: http://www.flickr.com/photos/ciedbarcelos intermediários entre os cidadãos europeus e a UE. O objetivo principal do CIED de Barcelos é que os cidadãos da sua área de intervenção tenham fácil acesso à informação e tenham igualmente a oportunidade de estes interagir com as instituições europeias, além de promover o debate sobre a União Europeia e as suas políticas, a nível local e regional. A existência destes Centros revelam a capacidade que as instituições europeias têm de perceber que apenas centralmente não é possível responder às necessidades dos cidadãos. Com efeito, através de 19 centros em Portugal, e 500 na UE, não só os cidadãos europeus poderão usufruir de um serviço descentralizado que possa responder às suas necessidades, como as instituições europeias poderão perceber as necessidades locais, através destes Centros que atuam no terreno. A experiência profissional e humana que estamos a vivenciar é realmente valiosa. Os técnicos do CIED de Barcelos (Alzira Costa, Coordenadora, e Mário Ferreira) colocaram-nos imediatamente à vontade, depositando em nós total confiança. Com confiança, mas simultaneamente rigor na execução das tarefas, partilharam tarefas estimulantes e de importância considerável, como por exemplo, assistência na organização de conferências, seminários e debates político institucionais e, a sensibilização dos cidadãos sobre questões de interesse europeu e bem como o impacto das atividades da UE na vida quotidiana dos mesmos. Centros como o CIED de Barcelos são de vital importância para a construção da identidade europeia e para a implementação da cidadania ativa. Esta experiência de estágio enriqueceunos profissionalmente e moralmente, acima de tudo, mostrando-nos de perto o excelente trabalho das pessoas que trabalham nos bastidores do palco chamado Europa. Durante quanto tempo devemos guardar as faturas e os comprovativos de despesas que usamos na declaração de IRS? Quatro anos é o tempo durante o qual devem ser guardados os documentos que se juntam à declaração de IRS, quer sejam documentos comprovativos de rendimentos, como declarações emitidas pela entidade patronal, pelos bancos e seguradoras se houver rendimentos de aplicações financeiras, ações, bolsa, ou outras, quer sejam faturas de despesas contraídas ao longo do ano, como por exemplo saúde, educação. Durante esse período de quatro anos o Fisco pode pedir a confirmação dos dados que foram fornecidos pelos contribuintes, caso haja uma inspeção. O mesmo acontece para as faturas daquelas atividades em que o Estado criou um sistema de incentivo ao pedido de fatura a troco de um benefício fiscal, denominado “efatura”, e que abrange as atividades de manutenção e reparação de veículos automóveis, de manutenção e reparação de motociclos, peças e acessórios, de alojamento, restauração e similares, e de atividades de salões de cabeleireiro e institutos de beleza. Também estas faturas devem ser guardadas durante quatro anos, a contar do final do ano em que foi efetuada a despesa. A maior parte das inspeções é feita na sequência de um sorteio, pelo que, qualquer contribuinte está sujeito a esta regra de sorte ou azar. Além da chamada por sorteio, estão mais sujeitos a serem chamados a uma inspeção os contribuintes que apresentem muitas despesas com saúde ou educação ou que declarem muitas aplicações com benefícios fiscais, os trabalhadores independentes que apresentem resultados negativos durante vários anos consecutivos, os casais que começaram a entregar a declaração de IRS em conjunto, porque casaram ou vivem juntos, e ainda, e porque isso não podem evitar, aqueles contribuintes que são alvo de denúncias. * Advogado