ENERGIA Luz Solar Sabemos que o Sol é a fonte de toda energia luminosa responsável pela existência da vida na Terra. As mais diversas formas de energia são, de alguma maneira, originadas pela influência da luz solar em processo físicos, químicos ou biológicos. “As plantas transformam energia solar em química”, afirmou o médico alemão Robert Mayer em 1845, baseado nos estudos de Pelletier e Caventou que em 1817 isolaram uma substância verde nas plantas a qual deram o nome de clorofila. Desde então, reconhecemos os seres fotossintetizantes (dependentes da luz solar) como produtores de energia e, portanto, a base de toda a cadeia alimentar. Hoje sabemos que a energia solar exerce muito mais influência sobre a origem, transporte e principalmente ciclagem de energia do que exclusivamente a fotossíntese, e podemos afirmar que o papel da radiação solar no aquecimento do solo, do ar e da água e sua influência nos sistemas meteorológicos e oceanográficos, é fundamental à existência de condições favoráveis à vida em nosso planeta. Fenômenos Meteorológicos e Oceanográficos Os oceanos e a atmosfera são ambos fluidos e estão em mútuo contato físico, apresentando comportamentos semelhantes e grande interação. O aquecimento da superfície oceânica e terrestre pelo Sol, nas diferentes latitudes do globo, gera as diferenças de temperatura responsáveis pelas diferenças de pressão que proporcionam a ocorrências de ventos e correntes marinhas. A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e disponível em todos os lugares. A utilização desta fonte energética para a geração de eletricidade, em escala comercial, teve início há pouco mais de 30 anos e através de conhecimentos da indústria aeronáutica os equipamentos para geração eólica evoluíram rapidamente em termos de idéias e conceitos preliminares para produtos de alta tecnologia. Além dos ventos, as correntes marinhas, produzidas pelos ventos, gradientes de pressão e força de Coriolis, provocam a movimentação de grandes massas de água através dos oceanos, disponibilizando quantidade incrível de energia cinética; a figura ao lado apresenta um sistema visando obter energia das correntes marinhas. As correntes marítimas comportam valores consideráveis de energia cinética, mas pouco densas, e são assim difíceis de explorar, sendo os melhores lugares para exploração os Estreitos (exemplo. Estreito de Gibraltar). Diante da costa da Florida, a Corrente do Golfo é particularmente densa e poderia servir para acionar geradores de corrente; a velocidade da corrente, a aproximadamente 30 km da costa, atinge cerca de 10 km/h, calculando-se que com 50 turbinas de 150 metros de diâmetro cada uma, seria possível produzir uma potência de 20 000 MW, ou 20 vezes a potência de uma grande central convencional. Além das correntes marinhas, as marés também vêm sendo utilizadas para obtenção de energia pelo sistema de Maré-motriz - Sistema de geração de energia elétrica no qual se utiliza o movimento de fluxo das marés para movimentar uma comporta, que está diretamente ligada a um sistema de conversão, proporcionando assim a geração de eletricidade. As marés servem para gerar eletricidade que é obtida a partir do movimento regular, a cada 12 horas de elevação (fluxo) e abaixamento (refluxo) do nível do mar. Desde 1967 há uma usina maremotriz de 240 MW, com uma barragem de 750 metros de comprimento, equipada com 24 turbinas, a qual fecha a foz do rio Rance, noroeste da França. Esta usina é suficiente para a demanda de uma cidade com 200 mil habitantes. A Grã-Bretanha planeja na costa ocidental, uma usina de 16km de comprimento, que produzirá 7000 MW de eletricidade. Ainda como fonte de energia, outro processo oceanográfico que vêm sendo utilizado como fonte de energia são as ondas. Formadas pelo atrito do vento com a superfície oceânica, as ondas transportam grandes quantidades de energia. Seres Vivos Dependendo das condições climáticas, geográficas e geológicas, os diferentes ecossistemas apresentarão maior ou menor quantidades de energia. Entre os maiores produtores de energia estão os ecossistemas costeiros e as florestas tropicais. A figura abaixo demonstra a produtividade primária líquida média de alguns ecossistemas em gramas de matéria orgânica por metro quadrado (retirado de LINHARES & GEWANDSZNAJDER, 2003). Esta energia produzida pelos seres fotossintetizantes, denominada produção primária, será transferida pela cadeia alimentar em um fluxo unidirecional começando nos produtores e terminando nos decompositores. A quantidade de energia de um nível trófico é sempre maior que a energia que pode ser transferida para o nível seguinte. Isso ocorre porque todos os seres vivos consomem parte da energia nos processos de respiração, crescimento, reprodução, manutenção da temperatura e excreção. Pirâmides de energia A massa de matéria orgânica contida em um ser vivo ou em um grupo é chamada de biomassa, e é proporcional à quantidade de energia nela contida. Em uma teia alimentar, a energia contida em cada nível trófico pode ser representada por gráficos em forma de pirâmide, as chamadas pirâmides de energia. (retirado de LINHARES & GEWANDSZNAJDER, 2003). Interações entre processos meteorológicos, oceanográficos e biológicos Tratando-se de produção primária, dois fatores podem ser considerados limitantes: luz e nutrientes. Considerando a absorção da luz pelas moléculas de água, pode-se esperar que a fotossíntese ocorra apenas em uma fina camada superficial dos oceanos. Por outro lado, a morte de organismos na coluna d` água tende a transportar para o fundo grandes quantidades de matéria orgânica. A diferença de temperatura entre as camadas superficiais e profundas pode gerar uma barreira física (densidade) que impede a mistura entre estas duas camadas. Assim, percebemos que fatores como aquecimento da água e do ar, os padrões de circulação dos ventos e das correntes marinhas, bem como a poluição, influenciam de maneira significativa a produção primária dos ecossistemas marinhos e seus efeitos serão sentidos por toda a cadeia alimentar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SANTOS. A.R. Mar tecnológico. Anais do III Congresso de Direito Ambiental da UNISANTA. 2004. SCHMIEGELOW, J.M.M. O planeta azul. Rio de Janeiro. Ed. Interciência2004. LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje. São Paulo. Ed. Ática. 2003. AMABIS, J.M. & MARTHO, G.R. Conceitos de biologia. São Paulo. Ed. Moderna. 2001.