UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHPECÓ –
UNOCHAPECÓ
ÁREA DAS CIENCIAS EXATAS E AMBIENTAIS
CURSO: AGRONOMIA
DISCIPLINA: USO, MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO
PROFª: CAROLINA RIVIERA DUARTE MALUCHE BARETTA
Rotação de culturas
Acadêmicos: Elston Kraft
Felipe da Silva
Giovani Citadella
Mauro Metz
Emerson Ferrão
Chapecó – SC, Jun. 2015
HISTÓRICO
 Bray; Schnitker (1956 apud GEBREMEDHIM; SCHWAB; 1998 apud MELLO
2015), a prática da rotação de culturas vem sendo estudada ao longo dos
anos. Em 1888 os cientistas começaram a explicar o papel de leguminosas
na prática da rotação de culturas. A Universidade de Illinois e Kansas State
College, nos Estados Unidos, iniciaram os estudos sobre a rotação de
culturas em 1876 e 1909, respectivamente.
 Para Higgs; Peterson e Paulson (1990 apud Mello 2015), os autores citam
que nos anos de 1940 e 1950, a agricultura nos Estados Unidos iniciou um
processo de transição para a prática da monocultura, onde era utilizada
uma tecnologia baseada em combustíveis fósseis. Os produtores agrícolas
acreditavam que os benefícios da rotação seriam substituídos por esta
nova tecnologia, porém, com as mudanças ocorridas na economia
agrícola, as preocupações ambientais e os resultados de estudos sobre a
rotação no longo prazo, fizeram com que os produtores viessem a voltar a
realizar a prática da rotação.
CONCEITOS
 Conceitualmente, a rotação de culturas consiste em alternar no tempo, o
cultivo de espécies vegetais numa determinada área, preferencialmente
com culturas que possuem sistemas radiculares diferentes (gramíneas e
leguminosas, por exemplo) onde cada espécie deixa um efeito residual
positivo para o solo e para a cultura sucessora (EMBRAPA, 2007).
 Segundo Derpsch (1985; Apud EMBRAPA, 2007), é uma sucessão ordenada
de diferentes culturas num espaço de tempo, na mesma gleba, desde
que uma mesma cultura não seja implantada no mesmo local por um
período antes à um ano.
 Franchini et al (2011), alternância ordenada de diferentes culturas, em
determinado espaço de tempo (ciclo), na mesma área e na mesma
estação do ano.
CONCEITOS
 Do ponto de vista fitopatológico, consiste em se deixar de semear trigo ou
soja por exemplo até o momento em que haja a completa decomposição
dos restos culturais; exemplo trigo/soja, ervilhaca/milho, (REIS, 1991).
 A rotação de culturas é uma prática recomendada para reduzir o
potencial de inoculo de patógenos para as culturas posteriores que
sucedem no mesmo local de plantio ou interromper o ciclo de
determinadas pragas (ANDREOLA; FERNANDES, 2007).
CONCEITOS
 De acordo com os mesmo autores a maior diversificação vegetal
promove maior diversidade de organismos invertebrados que incorporam
ao solo os resíduos vegetais criando uma condição favorável ao ataque
dos microrganismos.
 Bertoni; Lombardi Neto (2008 apud Mello 2015) descrevem que a rotação
de culturas influência positivamente no controle de algumas ervas
daninhas, já que alguns tipos de organismos se desenvolvem mais em um
tipo de planta do que em outros. O controle se dá devido ao fato da
quebra do local de produção que se altera de um ano para o outro.
CONCEITOS
 O mesmo ainda descreve que quando não se é utilizado a rotação de
culturas o solo pode sofrer danos: perda de produtividade, resultando em
fatores como a erosão, infestação do solo por pragas e moléstias
especificas de algumas culturas
CONCEITOS
 No entanto, buscando reduzir a vulnerabilidade do monocultivo é
fundamental a presença de outras espécies cultivadas, que tornam, ao
longo do tempo, o sistema mais produtivo e ambientalmente mais
sustentável. Essas espécies (adubos verdes ou plantas de cobertura,
produção comercial de grãos), têm o seu desenvolvimento dependente
das condições do solo, do clima e da época de cultivo.
Independentemente da cultura e da região, elas são importantes para a
produção de palhada para o controle da erosão, elevação dos níveis de
carbono no solo, diminuição de ervas daninhas, fertilização dos solos e
ciclagem de nutrientes (GARCIA et al.,1996; CATELLAN, 1997; AITA;
GIACOMINI, 2006; Apud EMBRAPA, 2007).
CONCEITOS
 Dessa forma para uma rotação de culturas adequada deve-se considerar
alguns aspectos.
Exemplo:
 Culturas alternadas de espécies com habilidade diferenciada quanto ao
aproveitamento de nutrientes do solo com sistema radicular desenvolvidos, para
alcançar profundidades variadas;
 Culturas alternadas de espécies susceptíveis a doenças ou praga com outras
resistentes;
 Utilização de espécies que apresentam efeitos negativos ou positivos de uma
cultura sobre a subsequente;
 Alternar culturas que tendem a exaurir o solo com culturas que contribuam para
melhorar a fertilidade do mesmo;
 Considerar o maior aproveitamento de maquinas.
Objetivos da rotação de cultura
 Diversificar a renda na propriedade rural;
 Melhorar o aproveitamento de maquinas e mão de obra disponível na
propriedade;
 Manter e melhorar a fertilidade do solo;
 Diminuir a incidência de pragas, doenças e plantas daninhas;
 Diminuir a perda de solo, auxiliando no controle a erosão;
 Estabilizar e aumentar a produção das culturas;
 Viabilizar o sistema de plantio direto.
Efeitos na física do solo
 Fator determinante da produção das culturas;
 Efeito direto no crescimento e desenvolvimento radicular;
 Efeito indireto na química e biologia do solo;
 Melhora a estrutura de solo;
 Proporciona a estabilidade dos agregados;
 Diminuição da resistência mecânica;
 Aumento da aeração dos solo;
 Aumento da taxa de infiltração e retenção de água no solo;
Efeito na química do solo
 Possibilita o aumento de fitomassa;
 Aumento da MOS;
 Melhoria da fertilidade;
 Melhor aproveitamento dos nutrientes.
Efeitos na biologia do solo
 Aumento na diversidade de microorganismos;
 Ciclagem e reciclagem de nutrientes;
 Fixação biológica de N;
 Aumento na taxa de composição.
Vantagens
 Menos dependente do clima;
 Conserva as propriedades do solo e mantém a produtividade;
 Melhora o aproveitamento do solo;
 Controle de pragas e invasoras;
 Mantem ou até mesmo aumenta o rendimento;
 Menos dependente das oscilações de mercado;
 É a base de qualquer progresso sólido, sustentável e duradouro.
Desvantagens
 Planejamento mais difícil;
 Mais capital investido, especialmente em máquinas;
 Mecanização mais difícil em algumas ocasiões;
 Depende muito de um bom feitor que dirige os trabalhos;
 Vários picos de trabalho;
 Comercialização, as vezes mais difícil;
 Dificuldade de créditos para culturas de menor expressão econômica.
Aveia +
Nabo
Milho
Soja
Canola
Fonte: Souza et al (2012, p.88), adaptado por Mello (2015, p.14).
Rotação x Sucessão
Efeito de sistema de rotação de cultura no
rendimento de grãos de trigo (t/ha) , de 19991 a
1995.
4
3,51
3,5
3,63
3,41
3,56
3,48
3,53
3,29
RENDIMENTO T/HA
3
2,5
2,24
2
1,5
1
0,5
0
T
E/T
A/E/T
Ap/A/E/T
A/E/T
TRATAMENTOS
A/E/T/T
A: Aveia Branca; Ap: Aveia preta; E: Ervilhaca; T: Trigo.
Ap/A/E/T
Ap/A/E/T/T
Fonte: Santos et al., (1998,
Apud, EMBRAPA 2001).
Efeito do sistema de rotação de culturas e de sistemas
de manejos de solo na ocorrência de plantas
daninhas/m² na cultura do trigo após 6 anos de cultivo.
164
180
160
PLANTAS M²
140
120
102
100
80
60
40
36
44
41
30
17
24
20
0
PD c/R
PD s/R
PC c/R
SISTEMA DE CULTIVO
Gramineas
Leguminosas
PD: Plantio direto; PC: Plantio convencional;
c/R: Com rotação; s/R: Sem rotação
PC s/R
Fonte: Ruedell (1995,
Apud EMBRAPA, 2001).
Efeitos da rotação de cultura sobre os
componentes de rendimento da cultura da
soja.
Produtividade, quantidade de P extraído e
eficiência de extração de P, por cultura e por
sistema de culturas, em área manejada sob
SPD há 22 anos.
Embrapa Soja, Londrina/PR, 2010.
Teores de Ca na camada 0-20 cm e variação em
relação ao teor inicial após sete anos sob
diferentes sistemas de rotação de cultura.
TS: Trigo; Soja
TSA: Trigo; Soja; Aveia; Soja
TMA: Soja; Tremoço; Milho; Aveia; Soja
TM: Tremoço; Milho; Trigo; Soja
Fonte: Franchini et al., (2000).
Densidade de um Latossolo Vermelho
Distroférrico manejado sob sistema plantio
direto em função do sistema de culturas
Fonte: Embrapa (2010).
Produtividade da soja nas safras de
2007/2008 e 2008/2009 em função das
diferentes culturas outono/inverno.
Fonte: Embrapa (2010).
Produtividades do milho, da soja e trigo,
relativos a rotação de cultura e ao período
1992-1997
Fonte: Silveira; Stone (2003).
Desenvolvimento da cultura do milho de verão
sobre a palhada de diferentes culturas de inverno.
Embrapa Soja/Coamo, Campo Mourão/PR, 2010.
Produtividade do milho de verão sobre a
palhada de diferentes culturas de inverno.
Embrapa Soja/Coamo, Campo Mourão/PR, 2010.
Produtividade de milho safrinha em
diferentes sistemas de culturas.
Embrapa Soja/Coamo, Campo Mourão/PR, 2010.
Quantidade de N-N0 3 no solo, na camada de 0-0,4 m de
profundidade, durante o desenvolvimento da cultura do
milho sobre palhada de gramíneas e leguminosas.
Embrapa Soja/Coamo, Campo Mourão/PR, 2005.
Teor de N nas folhas no estádio de florescimento (a) e
produtividade de milho (b) cultivado sobre palhada de gramíneas
e leguminosas, com e sem aplicação de N em cobertura
Embrapa Soja/Coamo, Campo Mourão/PR, 2005.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A sustentabilidade da agricultura moderna, com elevada
demanda e pressão ambiental, exige o aperfeiçoamento contínuo
dos sistemas de produção, neste contexto que justifica-se o sistema
de rotação de culturas, por ser um sistema conservacionista
importante, entretanto para o sucesso deste sistema necessita-se
do conhecimento das particularidades de cada região e
ambiente, onde variáveis climáticas e socioeconômicas
influenciam para o estabelecimento da rotação mais adequada e
apropriada, sendo que o manejo deve ser empregado de forma
que garanta os benefícios e minimize os riscos do
empreendimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDREOLA, F.; FERNANDES, S.A.P.A Microbiota do Solo na Agricultura Orgânica e no Manejo das Culturas. In: Microbiota do solo e
qualidade ambiental. SILVEIRA, A. P. D.;FREITAS, S. S. (Eds.), Campinas: Instituto Agronômico, SP, p. 21-38, 2007.
BARROS, F. C. J. CALADO, G. J. ROTAÇÃO DE CULTURAS: Texto de apoio para as Unidades Curriculares de Sistemas e Tecnologias AgroPecuários, Tecnologia do Solo e das Culturas e Noções Básicas de Agricultura. Universidade de Évora (Escola De Ciências E Tecnologia
Departamento De Fitotecnia), ÉVORA, 2011. Disponível em:
<http://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/3103/1/rota%C3%A7%C3%B5es.pdf>. Acesso em: 15 Jun. 2015.
EMBRAPA. Tecnologias de Produção de Soja Região Central do Brasil 2004. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Soja. Sistema de produção n° 1. Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/producaosoja/rotacao.htm>. Acesso em: 16
jun. 2015.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de pesquisa Agropecuária. Rotação de Cultura. Curricular Técnica 45. Londrina – PR: Embrapa soja, 2007. p.
1 – 9.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de pesquisa Agropecuária. Importância da rotação de culturas para a produção agrícola sustentável no
Paraná. Londrina – PR: Embrapa Soja, Jun. 2010. p. 51.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Rotação de cultura em plantio direto. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2001. p. 212.
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