Anuário Brasileiro da 997718087493134 ISSN 1808-7493 Brazilian Soybean Yearbook Com Fox, este anúncio é o mais próximo que a ferrugem vai chegar da lavoura do Walter Horita. Walter Horita. Grupo Horita - Barreiras/BA Com a confiança dos produtores, a eficácia de Fox hoje é a solução absoluta para a soja brasileira, graças à sua molécula inédita e seu grupo químico exclusivo. Faça como o Walter Horita: torne-se você também um fã do fungicida que mais cresce em uso no Brasil. Mais de 40 milhões de hectares tratados; Maior eficácia contra Ferrugem; Excelente controle da Antracnose, Oídio e Mancha-Alvo. Fox – De primeira, sem dúvida. www.bayercropscience.com.br 0800 011 5560 Sílvio Ávila Expediente/Publishers And Editors Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RS Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940 Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944 E-mail: [email protected] [email protected] Site: www.editoragazeta.com.br EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA. CNPJ 04.439.157/0001-79 Diretor-Presidente: André Luís Jungblut Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann Diretor-Comercial: Raul José Dreyer Diretor-Administrativo: Jones Alei da Silva Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib ANUÁRIO BRASILEIRO DA Soja 2013 Editor: Romar Rudolfo Beling; textos: Cleonice de Carvalho, Benno Bernardo Kist, Cleiton Evandro dos Santos, Erna Regina Reetz e Heloísa Poll; supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann), Robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado; arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografias de Inor Assman; edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado; marketing: Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs e Rafaela Jungblut; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; distribuição: Simone de Moraes; impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC). Ficha ISSN 1808-7493 A636 Anuário brasileiro da soja 2013 / Cleonice de Carvalho ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora Gazeta Santa Cruz, 2013. 144 p. : il. ISSN 1808-7493 1. Soja – Cultivo – Brasil. 2. Ferrugem asiática. I. Carvalho, Cleonice de. CDD : 633.340981 CDU : 633.34(81) Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197 É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte. Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited. 2 MAIS VAGENS E GRÃOS Opera ® SUA SOJA TURBINADA, DO PLANTIO À COLHEITA. Você pode mais. Sua lavoura pode mais. MAIS FOLHAS Comet ® MAIS RAÍZES Standak Top ® 0800 0192 500 www.agro.basf.com.br Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros métodos de controle dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Uso exclusivamente agrícola. Registro MAPA: Standak® Top nº 01209, Comet® nº 08801 e Opera® nº 08601. Sistema AgCelence Soja Inor Ag. Assmann Sumário /Summary 08. 40. 104. 140. 4 Apresentação INTRODUCTION mercado MARKET Os negócios com esse grão tecnologia TECHNOLOGY As novidades para o setor eventos EVENTS A agenda dessa cadeia 14. 64. 136. produçÃO PRODUCTION A colheita de soja no Brasil perfil PROFILE A lavoura nas várias regiões painel PANEL Produtos e lançamentos Sílvio Ávila Apresentação /introduction Com a a l t o o b d a Uma combinação de fatores mais do que propícia está fazendo as lavouras de soja se espalharem em ritmo frenético, alucinante, pelo território brasileiro. Onde houver um espaço disponível ou em condições de ser transformado em lavoura, o produtor rural não hesita em preparar a terra e semear mais um cantinho com a oleaginosa. Com as cotações internacionais bastante remuneradoras e a demanda aquecida, o entusiasmo no meio rural é pleno. Por isso, esse grão redondinho inspira a metáfora: a soja está com a bola toda. Graças à conjuntura de mercado e ao clima favorável ao desenvolvimento das plantas, o Brasil encerrou o ciclo 2012/13 com a colheita recorde de 81,4 milhões de toneladas. O salto em relação ao período anterior foi de quase 25%. Ou seja, entre uma safra e outra, o desempenho nacional foi um quarto maior. Isso permite ter ideia clara do fôlego com que o País pode ampliar, em curto espaço de tempo, a sua produção. A nova temporada, a ser plantada no segundo semestre de 2013, dá claros indicativos de nova expansão em área e, certamente, em volume. Portanto, mais um resultado recorde vem por aí. A fim de alcançar o objetivo, a cadeia produtiva segue atenta aos elementos-chave que podem garantir qualidade e lucro. As melhorias que têm sido introduzidas em cultivares, sistemas de produção e controle de pragas, doenças e invasoras mostram seu pleno acerto. Os organismos de pesquisa, com destaque para a liderança exercida pela Embrapa Soja, a cada ano disponibilizam inovações fundamentais. Para o ciclo 2013/14, a oferta de sementes de soja Intacta, finalmente avalizada pela China, principal importadora do grão nacional, promete ser a grande novidade. Como as variedades trangênicas já ocupam mais de 90% da área cultivada com a oleaginosa no Brasil, suas vantagens em termos de produtividade e de resistência a pragas começam a ser decisivas para a segurança do produtor quanto ao sucesso da colheita. Se o clima se mostrar favorável às plantações, e com a manutenção das cotações em níveis remuneradores, não restam dúvidas de que a nova safra será, uma vez mais, a maior de todas. A energia que vem da soja não é apenas essencial para o ser humano e para os animais: ela é a grande responsável pelos avanços que ocorrem na socioeconomia em todas as regiões do Brasil. Afinal, onde há soja, há gente ganhando dinheiro. E...se em 2014 o País sediará a Copa do Mundo de futebol, não custa lembrar que, a exemplo da seleção canarinho, a soja brasileira também conquista o planeta. Pode aplaudir. n 8 9 Having Inor Ag. Assmann A very favorable combination of factors is almost frenetically spreading soybean fields across the entire Brazilian territory. Wherever there is space available or fit for agriculture, farmers do not hesitate in turning it into arable land and seed soybean in it. With international prices running high and demand on the rise, there is much excitement in the rural setting. This is why this round kernel gives rise to the metaphor: soy has it all. Thanks to the market scenario and favorable climate conditions for plant development, Brazil ended the 2012/13 cycle with a harvest of 81.4 million tons. The jump from the previous period amounted to almost 25%. That is to say, from one crop to the next, performance went up by one fourth. This gives a clear idea about the chances for the Country to expand, in the short run, its production volumes. The new season, starting in the second 10 it all half of 2013, is again hinting at area expansions and, certainly, at higher volumes to be harvested. Therefore, another record result is on the way. In order to achieve this goal, the supply chain continues focused on the key elements that might turn into an assurance for quality and profits. There have been improvements in cultivars, production systems, and in the control of pests, weeds and diseases. All of them proved to be very effective. Research institutions, where the highlight is Embrapa Soy, have been coming up with fundamental innovations, year after year. For the 2013/14 growing season, the availability of Intacta soy seed, finally with the approval of China, major soy importer, has it all to be the great novelty. Since transgenic varieties already account for 90% of all areas devoted to soybean crops in Brazil, its advantages in terms of resistance to diseases and pests are beginning to play a decisive role for the farmers to achieve successful harvests. If climatic conditions are favorable to the plantations, with prices continuing high, there is no doubt that the new crop, now about to begin, will again be an alltime record. Energy that comes from soybeans is not only essential to humans and animals: it is responsible for the advances in the socio-economic standards of all Brazilian regions. After all, where there is soybean, there are people making money. And...if in 2014 the Country is hosting the FIFA World Cup, it might be a good idea to recall that, following on the heels of the Brazilian National Football Team, Brazilian soybean is also conquering the planet. n financiado pelo FINAME BNDES COM O IPANEMA É MAIS FÁCIL E A PRODUTIVIDADE VAI ÀS ALTURAS O Ipanema vem contribuindo para a trajetória de sucesso do o solo, pousa e decola, mesmo em pistas rústicas. Além disso, agronegócio do Brasil, há mais de 40 anos, com a mesma tem fácil manutenção. certeza de produtividade, que passa de geração para geração. Fabricado pela Embraer, o Ipanema é o único avião no mundo Continua sendo a melhor forma para realizar diversas tarefas a ser movido também a etanol. Ter um avião Ipanema ou no campo. É possível utilizar em todos os tipos de terreno, solicitar os serviços de um é mais fácil do que você imagina. mesmo após as chuvas. Não amassa a cultura, não compacta Consulte o site: www.aeroneiva.com.br. 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É por isso que entende as necessidades e oferece soluções personalizadas em produtos e serviços para os produtores. Inovações que abrem novas possibilidades para toda a cadeia produtiva e contribuem para o crescimento da agricultura nacional. ®™Marcas registradas de The Dow Chemical Company ou companhias afiliadas. Exalt® é um produto em fase de registro pela Dow AgroSciences. Primo® é produto registrado pela Agrobio. Platinum Neo é marca registrada de Syngenta Proteção de Cultivos. Verdict® R possui restrição de uso no Estado do Paraná. Glizmax www.dowagro.com.br | 0800 772 2492 Sílvio Ávila Produção /production Terras do sem fim 14 Influenciados pelas perdas na colheita dos Estados Unidos, os produtores brasileiros fecham o ciclo 2012/13 com mais um recorde na safra de soja Assim como tem acontecido com o milho, pode-se dizer que este também é o momento da soja no Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acaba de confirmar mais um recorde de produção da oleaginosa no País. Pelo levantamento de agosto de 2013, a colheita total será de 81,5 milhões de toneladas na safra 2012/13, registrando, assim, incremento de 22,7% sobre o período anterior. O resultado é o reflexo do acréscimo na área plantada, além da maior produtividade, em ambos os casos de 10%. Os agricultores brasileiros resolveram investir mais no grão para aproveitar o cenário que se formou com a queda da colheita nos Estados Unidos, os maiores fornecedores do grão no mundo. Mesmo com a forte estiagem, os norte-americanos conseguiram atingir a 82 milhões de toneladas na temporada 2012/13, diante do resultado de 84,2 milhões de toneladas no período anterior. O ciclo 2013/14 no Brasil deverá novamente apresentar recorde. Conforme o analista do mercado da soja da Conab, Leonardo Amazonas, a área plantada receberá incremento de 5% em relação à fase anterior, ultrapassando os 29 milhões de hectares. Já a produção, caso não haja nenhum problema climático significativo, deve se situar entre 87 milhões de toneladas e 90 milhões de toneladas. Em termos mundiais, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima colheita de 281,7 milhões de toneladas na safra 2013/14, o que significa aumento de 5,2% sobre o período anterior, que deve fechar em 267,5 milhões de toneladas. Desse total, os Estados Unidos aparecem com 88,6 milhões de toneladas, enquanto o Brasil tem previsão de colheita de 85 milhões de toneladas. Assim como na produção, o Brasil também tem conseguido ampliar a sua participação nas exportações de soja. Mesmo com números diferentes, todas as fontes apontam para avanço nos embarques em 2013. É o caso, por exemplo, da Conab, que em agosto de 2013 previa embarques na ordem de 37,8 milhões de toneladas para o período, com acréscimo de 16% sobre o ano anterior. O aumento pode se aproximar de 24% quando levadas em conta as informações da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), de julho de 2013. A entidade aponta volumes de exportação do grão no total de 31,9 milhões de toneladas e de 39,5 milhões de toneladas, respectivamente, para os anos comerciais 2012/13 e 2013/14 (fevereiro a janeiro). O último número previsto ultrapassaria, portanto, o divulgado pelo USDA para o caso norte-americano em agosto de 2013, que ficaria em 37,6 milhões de toneladas no ciclo 2013/14 (outubro a setembro). n Produção, área plantada e produtividade registraram novo incremento 15 Lands of Following on the heels of maize, one could say that this is the moment of soybean in Brazil. The National Supply Company (Conab) has just confirmed another record oilseed crop in the Country. The August 2013 survey points to a total of 81.5 million tons in the 2012/13 cycle, up 22.7% from the previous period. The result stems from the bigger planted area, besides improved productivity, reaching 10% in both cases. The Brazilian soybean farmers decided to invest more in this oilseed in order to take advantage of the crop frustration that occurred in the United States, leading grain supplier in Production, planted area and productivity register new increases 16 Inor Ag. Assmann Influenced by crop losses in the United States, Brazilian farmers are finishing the 2012/13 growing season with one more record soybean crop no end the world. In spite of the prolonged drought, the United States growers managed to harvest 82 million tons in the 2012/13 growing season, compared to the 84.2 million tons harvested in the previous cycle. The 2013/14 crop year in Brazil is poised to hit another record. According to Conab soybean market analyst Leonardo Amazonas, the planted area is estimated to soar 5% from the previous season to upwards of 29 million hectares. With regard to production, should no significant climate problem come in the way, it should range from 87 million tons to 90 million. In global terms, the United States Department of Agriculture (USDA) estimates the harvest at 281.7 million tons in the 2013/14 crop year, up 5.2% from the previous period, which is supposed to come to a close with 267.5 million tons. Of this total, the United States contributes with 88.6 million tons, while the crop in Brazil is estimat- ed at 85 million tons. In line with the bigger production volumes, Brazil has also managed to expand its share in shipments abroad. Although figures differ, all sources point to advances in shipments in 2013. It is, for example, the case of the Conab, which in August 2013 forecast shipments of 37.8 million tons for the period, up 16% from the previous year. This increase could come close to 24% if the July 2013 numbers of the Brazilian Association of Vegetable Oil Industries (Abiove) are taken into consideration. The entity points to export volumes of 31.9 million tons and 39.5 million tons, respectively, for the 2012/13 and 2013/14 (February to January) commercial years. The latest anticipated number would therefore outstrip the figure revealed by the USDA for the United States in August 2013, reckoning the crop at 37.6 million tons in the 2013/14 growing season (October to September). n Brasil bateu novo recorde na produção de soja na temporada 2012/13, um reflexo direto dos baixos estoques mundiais e das cotações em alta A perder de vista As dificuldades climáticas do ciclo 2011/12 em importantes países produtores levaram a queda na produção e nos estoques mundiais de soja. O resultado foi o aumento extraordinário das cotações do grão, que formaram o cenário perfeito para o plantio da oleaginosa na temporada seguinte no Brasil. Com aumento de 10,7% na área cultivada e de 10,8% na produtividade, a commodity simplesmente estourou, fazendo o País bater novo recorde de produção. Apesar de o fechamento da safra ocorrer somente em setembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no relatório de agosto de 2013, já O ciclo foi marcado ainda pela forte incidência da lagarta Helicoverpa 18 confirmou o expressivo desempenho. De acordo com a estatal, o Brasil colheu 81,4 milhões de toneladas no ciclo 2012/13, 22,7% a mais do que no período anterior. No total, foram preparados 27,7 milhões de hectares, que apresentaram rendimento médio de 2.938 quilos por hectare. O resultado brasileiro na safra 2012/13 é motivo de comemoração. Afinal, a colheita foi muito similar à quantidade obtida pelos plantadores dos Estados Unidos, que historicamente sempre produzem muito mais. No entanto, conforme o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, os agricultores nacionais enfrentaram alguns percalços, que impactaram negativamente na produtividade. Um dos principais problemas que afligiu as lavouras de soja, principalmente de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul, foi a presença da lagarta Helicoverpa. A praga tem como característica a voracidade do ataque, podendo destruir enormes plantações. A ferrugem asiática é outra das doenças que preocupou durante a safra, com incidência severa no Oeste mato-grossense. Fabrício Rosa lembra ainda que, durante o ciclo 2011/12 e a fase 2012/13, o Brasil viveu o ápice do gargalo logístico. Nesse período, destaca, os portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), principais portas de saída da soja brasileira para exportação, operaram no limite da capacidade de movimentação, de no máximo 8 milhões de toneladas ao mês. “Com certeza, muitos navios saíram atrasados”, menciona. Para o dirigente da Aprosoja Brasil, a curto prazo os problemas devem continuar. “Precisamos de estradas bem-estruturadas a fim de levar a soja para o Norte, o que aliviaria em 20 milhões de tonela- Sílvio Ávila UM PASSEIO PELA LAVOURA • A tour of the crop Comparativo de área, produtividade e produção das os portos do Sul do País”, entende. Rosa acredita que cerca de cinco ou seis anos sejam suficientes para reverter o quadro e desafogar os embarques pelos principais terminais do País. Aos poucos, os exportadores estão encontrando alternativas para a venda dos grãos. Conforme dados levantados pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), em 2012 os embarques pelos portos de Manaus (AM), Santarém (PA), Itaqui (MA), Salvador e Ilhéus (BA) e Vitória (ES) somaram 9,1 milhões de toneladas. No ano anterior, esses seis terminais foram responsáveis pela comercialização de 8,3 milhões de toneladas. Em 2013, de janeiro a julho, já totalizavam 7,1 milhões de toneladas. n Região/UF Área (mil há) Produtividade (kg/ha) Produção (mil t) Safra 11/12 Safra 12/13 Safra 11/12 Safra 12/13 Safra 11/12 Safra 12/13 Norte 717,6894,43.0272.954 2.172,2 2.641,9 RR 3,7 5,02.8002.800 10,4 14,0 RO 143,5167,73.2213.216462,2539,3 PA 119,2 172,22.657 3.207316,7552,2 TO 451,2549,53.0652.796 1.382,9 1.536,4 Nordeste 2.117,1 2.414,3 2.880 2.1936.096,35.294,8 MA 559,7 586,0 2.949 2.8771.650,61.685,9 PI 444,6546,42.8411.678 1.263,1916,9 BA 1.112,8 1.281,9 2.860 2.1003.182,62.692,0 Centro-oeste 11.495,2 12.778,2 3.036 2.98134.904,838.091,4 MT 6.980,5 7.818,2 3.130 3.01021.849,023.532,8 MS 1.815,0 2.017,0 2.550 2.8804.628,35.809,0 GO 2.644,7 2.888,0 3.120 2.9658.251,58.562,9 DF 55,0 55,03.200 3.395176,0186,7 Sudeste 1.606,2 1.758,2 2.899 3.0864.656,35.425,9 MG 1.024,0 1.121,2 2.987 3.0103.058,73.374,8 SP 582,2637,02.7443.220 1.597,6 2.051,1 Sul 9.106,1 9.876,4 2.037 3.03818.553,430.002,7 PR 4.460,6 4.752,8 2.453 3.34810.941,915.912,4 SC 448,3505,02.4203.080 1.084,9 1.555,4 RS 4.197,2 4.618,6 1.555 2.714 6.526,612.534,9 Norte/nordeste 2.834,7 3.308,7 2.917 2.3998.268,57.936,7 Centro/Sul 22.207,5 24.412,8 2.617 3.01258.114,573.520,0 Brasil 25.042,2 27.721,5 2.651 2.93866.383,081.456,7 Fonte: Levantamento da Conab, agosto de 2013. 19 Inor Ag. Assmann Brazil harvested a new record soybean crop in the 2012/13 growing season, directly reflecting the low global stock and better remunerating prices As far as the eye can see Climate induced problems over the 2011/12 growing season, in important soybean producing countries, were responsible for smaller production volumes and lower global stocks. As a result, soybean prices soared considerably, creating the perfect scenario for oilseed plantings in the next upcoming in Brazil. With a 10.7% increase in planted area and 10.8% in productivity, the oilseed simply skyrocketed, leading the Country to another record crop. Even before the end of the crop year, which comes to a close in September, the National Supply Company (Conab), in its August 2013 report, had already anticipated the expressive result. According to the state corporation, Brazil harvested 81.4 million tons in the 2012/13 The growing cycle was strongly influenced by Helicoverpa caterpillar outbreaks 20 crop year, up 22.7% from the previous period. In all, 27.7 million hectares were planted, with average yields of 2,938 kilos per hectare. Brazil’s performance in the 2012/13 crop year is cause for celebration. After all, the harvested volume was very similar to the amounts obtained by the farmers in the United States, where production volumes have historically been bigger. Nonetheless, according to the executive director of the Brazilian Association of Soybean Producers Association (Aprosoja-Brasil), Fabrício Rosa, the farmers in Brazil faced some hurdles, which impacted negatively on productivity. One of the major problems that affected the soy fields, particularly in Mato Grosso and Rio Grande do Sul, were the outbreaks of Helicoverpa caterpillars. The main characteristic of the pest is its voracity, leading to the destruction of entire fields. Asian rust was also cause for great concern during the growing season, with severe outbreaks in Western Mato Grosso. Fabrício Rosa recalls that the 2011/12 and 2012/13 cycles went through the worst logistic bottleneck in history. During this period, he says, the ports of Santos (SP) and Paranaguá (PR), major soybean shipment gates in Brazil, operated at the limit of their shipment capacity, totaling 8 million tons per month. “For sure, many a ship suffered delays”, he recalls. The president of Aprosoja Brasil, understands that, in the short run, the problems are poised to continue. “We need well structured roadways to take the soybean crop to the North, which would relieve the ports in the South of the Country from the burden of 20 million tons”, he argued. Rosa believes that five to six years are enough to reverse the picture and make shipments easier through all major ports across the Country. Little by little, exports are finding alternatives for shipments abroad. According to surveys conducted by the National Association of Cereal Exporters (Anec), in 2012, shipments through the ports of Manaus (AM), Santarém (PA), Itaqui (MA), Salvador and Ilhéus (BA) and Vitória (ES) totaled 9.1 million tons. In the previous year, these six terminals were responsible for the trade of 8.3 million tons. In 2013, January through July, the total had come to 7.1 million tons. n Sílvio Ávila Até onde a imaginação alcança 22 Centro-Oeste responde por mais de 45% da área cultivada com soja no Brasil, e mais da metade das lavouras estão localizadas em Mato Grosso O Centro-Oeste é o grande celeiro da soja no Brasil. Na safra 2012/13, os três estados da região, mais o Distrito Federal, plantaram 46% da área com o grão no País, chegando a 12,7 milhões de hectares. Apenas o Mato Grosso, maior produtor nacional, instalou sozinho 28% do total cultivado no período, ou 7,8 milhões de hectares. Os números apurados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) retratam bem a importância da cultura para esta parte do território brasileiro. O avanço da soja rumo ao Centro-Oeste aconteceu de forma gradual. Na década de 1970, a área cultivada não passava de 2% do total nacional. Dez anos depois, a representatividade já era de 20%; nos anos de 1990, avançou para 40%, resultado do movimento migratório de agricultores dos estados do Sul, em busca de novas terras. Os pioneiros encontraram por lá as condições climáticas ideais para implantar suas lavouras, além de grande disponibilidade de espaço. O Sul do Brasil, onde há cinco décadas a cultura da soja se instalou de forma mais efetiva, ainda concentra parcela significativa da commodity. Os três estados dessa região (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) foram responsáveis por 35% da área cultivada com o grão na safra 2012/13, somando 9,8 milhões de hectares. Paraná e Rio Grande do Sul aparecem como o segundo e terceiro maiores produtores nacionais, com 4,7 milhões e 4,6 milhões de hectares, respectivamente. Com a escassez de terras para ampliação da lavoura de soja em locais tradicionais, a cultura tem invadido novos territórios. O maior crescimento em área instalada ocorreu justamente no Norte, com 24,6% de aumento sobre o ciclo 2011/12, e no Nordeste, com 14% a mais. O destaque fica com a região batizada de Mapitoba. O nome é uma referência às sílabas iniciais dos quatro estados que possuem os maiores espaços cultivados com o grão nas novas fronteiras agrícolas. Jun- tos, os estados do Maranhão, do Piauí, do Tocantins e da Bahia somaram quase 3 milhões de hectares na temporada 2012/13. Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, o novo Código Florestal brasileiro, em vigor desde 2012, está limitando muito a expansão da soja. A legislação impõe uma série de restrições na instalação de áreas cultivadas, visando a preservação de matas, mananciais e morros. O dirigente observa que, em alguns casos, como no Mato Grosso e no Tocantins, ainda seria possível converter pastagens em lavouras. “Em algumas safras, no entanto, dependendo das cotações, os produtores optam por plantar algodão ao invés da oleaginosa”, constata. É consenso entre os analistas que o crescimento da sojicultura brasileira deve ocorrer, então, pelo incremento na produtividade. n Sul do Brasil ainda tem forte representatividade, com 35% do plantio da soja 23 Center-West is responsible for upwards of 45% of the soybean fields in Brazil, and more than half of them are located in Mato Grosso Stretching into the distance South Brazil is still very representative, with 35% of the entire crop 24 national producer, established 28% of all the fields planted over the period, or 7.8 million hectares. The figures ascertained by the National Supply Company (Conab) depict very clearly the importance of the crop for this part of the national territory. The soybean crop worked its way into the Center-West gradually. In the 1970s, the area devoted to the crop barely reached 2% of the total in the Country. Ten years later, its representativeness had climbed to 20%; in Inor Ag. Assmann The Center-West is the real Brazilian soybean granary. In the 2012/13 growing season, the three states of the region, plus the Federal District, seeded 46% of the entire soy crop in Brazil, corresponding to 12.7 million hectares. Mato Gross alone, biggest the 1990s, it jumped to 40%, resulting from the migration of farmers from the southern states, all of them in search of new lands. The pioneers found in the region the ideal climate conditions for establishing their crops, besides the availability of huge areas. South Brazil, where the first soybean crops were established in the Country some five decades ago, is still responsible for a significant portion of the commodity. The three states of the region (Paraná, Santa Catarina and Rio Grande do Sul) were responsible for 35% of the area devoted to the crop in the 2012/13 growing season, totaling 9.8 million hectares. Paraná and Rio Grande do Sul rank as second and third largest national producers, with 4.7 million and 4.6 million hectares, respectively. With land shortages in traditional soy growing areas, the crop has worked its way into new territories. The biggest increase in the establishment of soybean crops occurred in the North, where they soared 24.6% over the 2011/12 growing season, and 14% in the Northeast. The highlight is the region known as Mapitoba. The name stems from the initial syllables of four states that are home to the biggest areas devoted to the cereal in the new agricultural frontiers. Together, the states of Maranhão, Piauí, Tocantins and Bahia cultivated 3 million hectares in the 2012/13 crop year. According to the executive director of the Brazilian Association of Soybean Farmers (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, the new Brazilian Forest Code, in force since 2012, is setting limits to the expansion of the crop. Legislation imposes a series of restrictions to the establishment of new farming areas, with the purpose to preserve native Forest, water streams and hills. The official notes that, in some cases, like Mato Grosso and Tocantins, it is still possible to convert degraded pasturelands into soy fields. “In some years, nonetheless, depending on the prices fetched by the different crops, the farmers opt for cotton instead of soy”, he ascertains. It is common belief among analysts that soybean harvests should continue rising, but as a result of higher productivity rates, rather than area expansions. n Inor Ag. Assmann Brasil cresceu em produtividade graças à tecnologia, que viabilizou o avanço da soja a partir das regiões mais frias e temperadas rumo aos trópicos Com as bênçãos da pesquisa Os ganhos em produtividade impulsionaram a cultura da soja no Brasil. Em pouco mais de 30 anos, o País passou de inexpressivo fornecedor do grão a um dos maiores do mundo. Conforme o engenheiro agrônomo Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa Soja e membro fundador do Comitê Estratégico de Soja Brasil (Cesb), o principal diferencial do País é a disponibilidade de tecnologia para condições tropicais, o que possibilitou a expansão da lavoura. Em cinco anos, maiores rendimentos saltaram de 4 mil kg/ ha para 6 mil kg/ha 26 Gazzoni lembra que, no início, o plantio ocorria apenas em altas latitudes, das regiões frias e temperadas. Com o avanço da pesquisa, o cenário mudou e a cultura se expandiu País afora. “Tropicalizamos o grão e estamos nos transformando no maior produtor mundial da leguminosa, o que deve ocorrer dentro de até três anos”, prevê. Na safra 2012/13, o Brasil colheu quantidade muito próxima da dos Estados Unidos, líder na produção dessa commodity. Série histórica publicada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra bem a evolução do cultivo da soja pelo Brasil. O acompanhamento tem início na safra 1976/77 e vai até a etapa 2012/13. Entre os dois ciclos analisados, a área ocupada com a leguminosa aumentou 298,9%, passando de 6,9 milhões de hectares para 27,7 milhões de hectares. No mesmo período, a produção cresceu 570,7%, saltando de 12,1 milhões de toneladas para 81,4 milhões de toneladas. O rendimento médio da lavoura, que era de 1.748 quilos por hectare na primeira temporada observada, fechou em 2.938 quilos por hectare no último ciclo, com incremento de 68%. De acordo com o pesquisador da Embrapa, atualmente os melhores produtores da oleaginosa obtêm produtividades próximo a seis mil quilos por hectare no Brasil, teto que não passava de quatro mil quilos por hectare há cinco anos. Já nos Estados Unidos, que possuem o maior rendimento de soja no mundo, o índice é superior a 11 mil quilos por hectare. “Este deve ser um referencial para balizar o potencial brasileiro, que pode ser atingido dentro de alguns anos”, entende. n Estratégias Na média nacional, enfatiza o engenheiro agrônomo Décio Gazzoni, da Embrapa Soja, o incremento em produtividade situa-se em cerca de 1,5% ao ano, abaixo da demanda de mercado. Assim, para suprir a necessidade de abastecimento, Gazzoni aponta dois caminhos. O primeiro seria a implementação de um programa de incentivo a ganhos de rendimento, com maior adoção de tecnologia e mais cuidados no manejo da lavoura. No segundo caso, mantendo-se o ritmo de crescimento da cultura, faria-se necessária a incorporação de novas áreas. “As melhores opções são a integração com a pecuária e a recuperação de terrenos degradados”, destaca. O Comitê Estratégico de Soja Brasil (Cesb), do qual ele é membro, foi criado com o objetivo de promover estratégias que contribuam para elevar o rendimento da soja no Brasil. Anualmente, realiza o Desafio Nacional de Máxima Produtividade, que premia produtores nas categorias municipais, estaduais, regionais e nacional. Gazzoni explica que a intenção não é simplesmente bater recordes, mas conquistar novos limites de forma sustentável. “Isso significa que eles devem observar as legislações trabalhista e ambiental e que a margem do agricultor deve ser maior do que a obtida com o resultado antigo”, conclui. 27 Inor Ag. Assmann Brazil made strides in productivity thanks to technology, which expanded soybean plantations from cold and temperate zones to tropical areas Under the umbrella of research Productivity gains have always driven the soybean crops in Brazil. In just over thirty years, the Country shifted from an inexpressive supplier of the cereal to one of the largest in the world. According to agronomic engineer Décio Gazzoni, researcher with Embrapa Soy, and founder member of the Strategic Soy Committee in Brazil (Cesb), what really makes a difference in Brazil is the availability of tropical-oriented technology, which has triggered soybean field expansions. Gazzoni recalls that, in the beginning, soybean plantings were only viable in high altitudes of cold and temperate regions. More intensive research works changed this scenario and the crop found its way into remote regions throughout the Country. “We have managed to adapt the cereal to tropical conditions, and we are heading towards the leading global position on that score, which should occur in three years”, he foresees. In the 2012/13 crop year, Brazil In five years, yields jumped from 4 thousand kilograms per hectare to 6 thousand 28 harvested an amount that almost matched the crop in the United States, leader in the production of this commodity. A historical series published by the National Supply Company (Conab) clearly depicts the evolution of the crop in Brazil. The report covers all soybean crops from the 1976/77 growing season to the 2012/13 cycle. Between the two cycles covered by the analysis, the area planted to the oilseed increased by 298.9%, from 6.9 million hectares to 27.7 million. Over the period, production soared 570.7%, jumping from 12.1 million tons to 81.4 million tons. Average yields per Strategies hectare jumped from 1,748 kilos back in 1976/77 to 2,938 kilograms in the past crop year, representing an increase of 68%. According to the Embrapa researcher, nowadays the best soybean farmers achieve close to 6 thousand kilograms per hectare, quite a jump if compared to the four thousand kilograms five years ago. On the other hand, in the United States, home to the highest soybean productivity rates in the world, yields reach 11 thousand kilograms per hectare. “This could be a reference for boosting the Brazilian potential to be achieved within the following years”, he comments. n In national terms, Embrapa Soy agronomic engineer Décio Gazzoni, maintains that productivity rates are soaring about 1.5% a year, remaining below the level demanded by the market. Therefore, to meet the supply needs, Gazzoni suggests two different routes. The first would consist in the implementation of an incentive program towards yield gains, based on technology and improved management practices at field level. The second, with no changes to the growth rate of the crop, there would be need for incorporating new areas. “The best options consist in integration schemes with livestock operations and the recovery of degraded land”, he points out. The Soybean Strategic Committee (Cesb), of which he is a member, was created with the objective to promote strategies that contribute towards higher soybean yields in Brazil. The Strategic Committee holds the National Maximum Yield contest on an annual basis, and it rewards producers in the following categories: municipal, state, regional and national. Gazzoni explains that the idea is not just hitting records, but the conquest of new limits in sustainable manner. “It means that the participating farmers must comply with labor and environmental legislation, while their gains must outstrip past results”, he concludes. Divulgação Massey Ferguson Depois de atingir novo recorde na produção de soja no ciclo 2012/13, Brasil se prepara a fim de colher safra ainda maior na próxima temporada E não para por aí O Brasil se estrutura para superar o resultado alcançado na colheita de soja na safra 2012/13, quando a produção de 81,4 milhões de toneladas foi recorde. Para a temporada 2013/14, que tem início em setembro de 2013, as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicam mais uma marca histórica, entre 87 milhões de toneladas e 90 milhões de toneladas do grão. Conforme o analista do mercado da soja da estatal, Leonardo Amazonas, a área plantada deverá crescer 5%, fechando em 29,1 milhões de hectares. O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Apro- Colheita em expansão qualifica o País para liderar a sojicultura mundial 30 soja Brasil), Fabrício Rosa, acredita em aumento de 10% na produção da oleaginosa no ciclo 2013/14, o que elevaria o total obtido aos patamares previstos pela Conab. O cenário se forma a partir da leitura que os produtores estão fazendo do momento pelo qual passa a cultura. Na avaliação do dirigente, a decisão para a nova temporada baseia-se na intenção de plantio nos Estados Unidos, principal fornecedor mundial, além do aumento da demanda mundial do grão. Relatório do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA), de agosto de 2013, indica que esse país vivencia retomada na sua produção, estimada em 88,6 milhões de toneladas. Na safra 2012/13, uma severa estiagem prejudicou a cultura, que fechou com resultado de 82 milhões de toneladas, praticamente o mesmo colhido pelos brasileiros. De acordo com Fabrício Rosa, as previsões para os Estados Unidos ainda devem cair mais, pois os produtores atrasaram o plantio. “Há grande chance de a colheita da soja e do milho acontecer em pleno período de geada no hemisfério norte”, especula o diretor-executivo da Aprosoja Brasil. Mas o aumento da safra brasileira é também consequência direta da boa remuneração obtida pelos produtores nas duas últimas temporadas. Rosa lembra que, mesmo com a depreciação dos preços, a partir de maio de 2013, acarretada por problemas logísticos, os patamares alcançados ainda eram considerados bons. Ele acredita que no ciclo 2013/14 as cotações da soja deverão ficar acima da média histórica. n 31 It won’t stop there After hitting a new record soybean crop in the 2012/13 growing season, Brazil is getting ready to harvest an even bigger one in the next season Brazil is now preparing to outstrip the result achieved in the 2012/13 soybean crop, when the production of 81.4 mil- Inor Ag. Assmann Ever-increasing harvests qualify Brazil towards the leadership in the global soybean business 32 lion tons was an all-time record. For the 2013/14 growing season, which starts in September 2013, projections by the National Supply Company (Conab), point to another historical mark, from 87 million tons to 90 million. According to Conab soybean analyst Leonardo Amazonas, the planted area is poised to increase by 5% to a total of 29.1 million hectares. The executive director of the Brazilian Association of Soybean Farmers (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, believes in a 10-percent rise in the 2013/14 soybean crop size, which will match the total to the numbers estimated by Conab sources. The scenario builds up from the reading of what the farmers are now doing at this stage of the crop. In the official’s view, the decision for the new season is based on the planting intentions in the United States, leading global supplier, besides the growing demand for the grain at world level. A report by the United States Department of Agriculture (USDA), published in August 2013, points to the fact that the farmers in the United States are set to resume their production, estimated at 88.6 million tons. In the 2012/13 crop year, a severe drought jeopardized the crop, which came to a close with 82 million tons, practically on a par with the volume produced in Brazil. Fabrício Rosa maintains that the projections for the crop in the United States should drop even further, once the farmers delayed their plantations. Soybean and corn harvesting operations are likely to take place in frosty weather conditions in the northern hemisphere”, the executive director of Aprosoja Brasil said. The bigger soybean crop in Brazil is also a direct consequence of the higher remuneration fetched by the farmers in the two past crops. Rosa recalls that, in spite of price drops, as of May 2013, brought about by logistic problems, the levels achieved were still viewed as high. He believes that in the 2013/14 cycle soybean prices should remain above historical averages. n Sílvio Ávila Bonito de Até há pouco tempo era impensável que o Brasil alcançasse os Estados Unidos em quantidade de soja produzida. Na safra 2012/13, contudo, a colheita dos dois países foi praticamente a mesma, com ligeira vantagem para os norte- Se os preços seguirem bons, Brasil tende a chegar muito rápido ao topo 34 ver Disputa entre norte-americanos e brasileiros pela liderança na produção mundial de soja reserva capítulos emocionantes para os próximos anos -americanos. Isso leva a crer que a possibilidade de a liderança na produção e no mercado mundial do grão mudar de mãos não é tão absurda assim. Na interpretação do pesquisador Amélio Dall’Agnol, chefe de Transferência de Tecnologias da Embrapa Soja, assumir a ponta no ranking dos maiores fornecedores da oleaginosa é apenas questão de tempo para o Brasil. Ele arrisca que em uma década o País já poderá estar estabilizado como o maior produtor de soja do mundo. A façanha, explica, dependerá dos preços de mercado da commodity. “Se as cotações continuarem altas, isso ocorrerá mais rapidamente; se caírem, acontecerá um pouco mais adiante”, opina. Manter o crescimento gradual da produção nacional passa ainda por outros fatores, segundo o pesquisador da Embrapa. “O desafio, no campo tecnológico, é tornar mais eficientes os métodos de controle de doenças, invasoras e pragas e desenvolver variedades mais resistentes às variações climáticas”, refere. “Tudo isso sem aumentar o custo de produção, e ampliando a produtividade por área.” O Ministério da Agricultura, Pecuária Competition between the United States and Brazil for the leadership in soybean production has surprising steps in store for the coming years Eye-pleasing e Abastecimento (Mapa) estima para o período de uma década – safras 2012/13 a 2022/23 – incremento de 21,8% na produção brasileira de soja, que assim chegaria a 99,2 milhões de toneladas. A previsão se deve ao avanço da demanda, tanto no mercado interno quanto no exterior. Além da maior quantidade de rações para os animais, deve haver mais interesse no uso da oleaginosa para a produção de biodiesel. Em 2013, essa finalidade implicou na destinação de 10 milhões de toneladas, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). n Up until some years ago, it was out of the question for Brazil to think of producing as much soy as the United States. In the 2012/13 growing season, nevertheless, the two countries harvested almost the same amount of the oilseed, with a slight difference in favor of the United States. This makes us believe that the global leadership in the production of the crop may shift from one country to the other. Researcher Amélio Dall’Agnol, head of Embrapa Soybean’s Technology Transference Department, has it that climbing to the top position in the ranking of the largest soybean producers boils down to a question of time for Brazil. He goes so far as to say that in one decade Brazil will definitely assume its position as leading soy producer in the world. This extraordinary deed, he explains, will depend a lot on the prices of the commodity in the international market. “If prices continue high, it will take less time; if they drop, it will happen later”, he argues. Gradual increases in the national production volumes depend on other factors, too, the Embrapa researcher comments. “The challenge, in the technological field, consists in coming up with more efficient pest, weed and disease control methods, and in developing varieties that are more resistant to climatic variations”, he adds. “Everything without increasing the production cost, while expanding the productivity rates per area”. The projections of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa) for the period of one decade - 2012/13 to 2022/23 growing seasons – point to an increase of 21.8% in the Brazilian soy production volumes, thus reaching 99.2 million tons. The forecast is based on soaring demand, both at home and abroad. Besides the need for larger quantities destined for animal feed, there should be increasing interest in soybean for the production of biodiesel. In 2013, this purpose required the destination of 10 million tons, from sources of the Brazilian Association of Vegetable Oil Industries (Abiove). n Should prices continue attractive, Brazil tends to climb to the top position very soon 35 Inor Ag. Assmann USDA prevê que produção mundial de soja ultrapassará a 280 milhões de toneladas na safra 2013/14, com avanço de 5,3% sobre o ciclo anterior Rédea Colheita maior se deve à recuperação da cultura nos Estados Unidos 36 solta A produção mundial de soja deverá crescer 5,3% na safra 2013/14. A projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no relatório divulgado em agosto de 2013, indica que o total poderá chegar a 281,7 milhões de toneladas, contra 267,5 milhões de toneladas do período anterior. A maior disponibilidade de grãos servirá para atender ao consumo que, segundo o orgão, será de 268,7 milhões de toneladas, 4,2% a mais do que no ciclo 2012/13. O aumento de produção deve-se principalmente à recuperação do cultivo nas lavouras norte-americanas, que sofreram com a estiagem prolongada na etapa 2012/13. Pela estimativa do USDA, os Estados Unidos vão colher 88,6 milhões de toneladas na temporada 2013/14, mantendo assim a liderança mundial. No período anterior, a safra não passou de 82 milhões de toneladas, praticamente empatada com o resultado obtido pelos produtores brasileiros. No caso do Brasil, o departamento norte-americano estima safra de 85 milhões de toneladas. O País, no entanto, segue como o principal exportador da oleaginosa. Pela projeção do USDA, os embarques devem ficar em 41,5 milhões de toneladas no ciclo 2013/14, ante 39,2 milhões de toneladas no anterior. Nos dois períodos, os Estados Unidos venderam 37,6 milhões de toneladas e 35,7 milhões de toneladas, respectivamente. O mercado chinês continua sendo a principal “cobiça” dos países expor- ascensão do País no ranking dos maiores tadores de soja. O USDA calcula em 69 produtores e exportadores da oleaginosa. milhões de toneladas as importações do No entanto, lembra que o Brasil não pode país asiático na temporada 2013/14, 10 deixar de enfrentar os seus problemas inO UNIVERSO DA SOJA milhões a toneladas) mais do que na ternos, como as dificuldades de logística e Produçãode (emtoneladas milhões de safra Nesse cenário, o órgão nor- as questões fundiárias, com desapropriaPaísanterior. 2011/122012/132013/14 te-americano os estoques finais Estados Unidoscalcula 84,1 82 88,6 ções de terras produtivas para reforma de soja em 72,2 milhões toneladas, Brasil 66,5de82 85 agrária e concessão de áreas a grupos indígenas. A morosidade no registro de novos 16,2% acima do nível da safra 2012/13. Argentina 40,149,553,5 O diretor-executivo da Associação BraTotal mundo 239,1267,5281,7 produtos químicos para combate a pragas sileira dos Produtores de Soja (Aprosoja e doenças também é visto como empeciFonte: USDA, agosto de 2013. lho para o maior crescimento da safra. n Brasil), Fabrício Rosa,évê com bons olhos a o ciclo Obs: A safra 2012/13 estimativa, enquanto 2013/14 ainda é uma projeção. 37 USDA anticipates a global soybean crop of upwards of 280 million tons in the 2013/14 growing season, up 5.3% from the previous year In global terms, the soybean crop is projected to soar 5.3% in the 2013/14 growing season. The report by the United States Department of Agriculture (USDA), published in August 2013, indicates that the total may reach 281.7 million tons, against 267.5 million in the previous period. The bigger amount of grains will meet the consumption needs which, according to the organ, are projected to reach 268.7 million tons, up 4.2% from the 2012/13 cycle. The bigger production volumes result from the recovery of the soybean fields in the United States, which were badly hit by the prolonged drought in 2012/13. USDA estimates the crop of the United States at 88.6 million tons in the 2013/14 growing season, thus keeping the leadership on that score. In the previous period, the crop remained at 82 million tons, almost on a par with the Brazilian crop. In the case of Brazil, the North-American organ projects a crop of 85 million tons. The Country, nonetheless, continues as leading exporter of the oilseed. According to USDA’s projections, shipments abroad should remain at 41.5 million tons in the 2013/14 cy- The credit of the bigger volume harvested in the United States goes to the efforts in recovering the crop 38 Sílvio Ávila On a loose rein cle, against the 39.2 million tons in the previous period. In the two periods, the United States exported 37.6 million tons and 35.7 million tons, respectively. The Chinese market has been elected the destination “of choice” by most soybean exporting countries. USDA estimates the Asian Giant soy imports at 69 million tons in the 2013/14 growing season, up 10 million tons from the previous year. Within this scenario, the North-American organ projects ending stocks at 72.2 million tons, up 16.2% from the 2012/13 cycle. The executive director of the Brazilian Association of Soybean Farmers (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, expresses satisfaction at Brazil’s leading position among the relevant oilseed producers and exporters. Nonetheless, he recalls that Brazil cannot afford to overlook its own internal problems, such as logistic hurdles and real estate questions, with expropriation of arable land for agrarian reform purposes and the concession of land to indigenous peoples. The long time it takes for registering new chemical products for fighting pests and diseases, is also seen as a hurdle in the way towards a bigger crop. n Inor Ag. Assmann Mercado /market tamanho De bom 40 Conab prevê que estoque de passagem de soja em 2013 ficará em 1,83 milhão de toneladas e que não devem ocorrer problemas no abastecimento A disponibilidade interna de soja, embora haja também previsão de fragilidade na oferta, não deverá enfrentar problemas em 2013, na opinião de Leonardo Amazonas, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No levantamento de safra apresentado pela instituição em agosto, o quadro de oferta e demanda do grão prevê estoque de passagem de 1,839 milhão de toneladas, o que, no entender do analista, é razoável, nem tão alto, nem tão baixo. O número, analisa Leonardo, ainda é um pouco apertado, por conta da menor produção anterior. Em virtude disso, o estoque no final de 2012 ficara em apenas 444 mil toneladas. Por outro lado, não é muito elevado, porque, ao lado da colheita maior em 2013, também ocorre expressivo incremento na exportação do produto. A expectativa da companhia de abastecimento é de que as vendas externas devem bater em 38 milhões de toneladas em 2013. O fiel da balança, completa ele, estaria na diminuição do esmagamento do grão, diante da menor demanda externa de óleo e da própria retração industrial, devido à conjuntura existente. O consumo interno de soja estimado pela Conab para 2013 é da ordem de 42,4 milhões de toneladas. Para tanto, considera a produção de 29,73 milhões de toneladas de farelo de soja e de 7,53 milhões de litros de óleo. Já em nível da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a previsão fica, respectivamente, em 27,9 milhões de toneladas de farelo e 7,05 milhões de litros de óleo (no ano comercial de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014). O entendimento do analista governamental é de que em 2013 não deverá ocorrer maior dificuldade de abasteci- mento. Desse modo, os setores de carnes, que se valem do farelo de soja, deverão ter menor pressão de preço, como já vinha sendo verificado no mercado. Para 2014, ainda segundo as projeções da companhia de abastecimento, a demanda interna vai manter o crescimento. Com índices de 4% a até 6%, um pouco inferiores à expansão prevista na área de cultivo e na produção, o consumo da oleaginosa em 2014 no Brasil poderá ficar entre 44 milhões de toneladas e 45 milhões de toneladas. Em nível de decênio, as estimativas feitas pelo Mapa no que diz respeito ao mercado doméstico em 2023 passam de 50 milhões de toneladas, podendo chegar a 59 milhões de toneladas, por conta, especialmente, da boa absorção para a fabricação de rações animais e para a produção de biodiesel. n Aumento na exportação equilibra-se com diminuição do esmagamento FLUXO DE MERCADO • Market fbw Oferta e demanda de soja (em mil toneladas) Safra Produção Importação Suprimento Consumo Exportação Estoque 2010/11 75.324,3 41,0 77.972,5 41.970,032.986,0 3.016,5 2011/12 66.383,0 266,569.666,036.754,032.468,0 444,0 2012/13 81.456,7 150,0 82.050,7 42.401,437.810,0 1.839,3 Fonte: Conab, levantamento de agosto de 2013. 41 Fairly large Conab estimates the soybean ending stocks at 1.83 million tons in 2013, meaning that no supply problems will occur Domestic soybean supplies, though difficulties might occur on that score, should face no problems throughout 2013, says Leonardo Amazonas, market analyst with the National Supply Company (Conab), a division of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa). In the crop survey conducted by the institution in August, the supply and demand picture of the oilseed Inor Ag. Assmann Soaring exports equate with declining soybean processing at home 42 pointed to an ending stock of 1.839 million tons, which, in the analyst’s view, sounds reasonable, neither too large, not too small. Analyst Leonardo has it that the number is rather tight, on account of the smaller previous year’s crop. In light of this, the ending stock in 2012 had remained at only 444 thousand tons. On the other hand, it is not that large, because, simultaneously with the bigger crop in 2013, expressive increases of soybean exports have been occurring. The expectation of the supply company is for foreign sales to reach 38 million tons in 2013. The balance, he argues, would lie in the smaller amounts of soybean crushed at home, in light of the declining demand for oil from abroad and on account of the in- dustrial crisis itself, because of the existing commercial scenario. Domestic soybean consumption, estimated by Conab for 2013 should remain at 42.4 million tons. Within this context, the analyst considers a production of 29.73 million tons of soy meal and 7.53 million liters of soybean oil. On the other hand, sources from the Brazilian Association of Vegetable Oil Industries (Abiove), refer to production volumes of 27.9 million tons of soybean meal and 7.05 million liters of oil, respectively (in the February 2013 through January 2014 commercial year). The government analyst maintains that there should be no supply problems in 2013. As a result, the meat sectors, which rely on soybean meal, should not suffer much price pressure, as it has occurred in past years. For 2014, equally according to projections by the supply company, domestic demand is supposed to continue soaring. Increasing at a rate of 4% to 6%, somewhat inferior to the estimated expansion in the planted area and in production, the consumption of the oilseed in Brazil in 2014 is likely to remain between 44 million and 45 million tons. In decade terms, the Mapa estimates domestic consumption at upwards of 50 million tons in 2023, but with chances to soar to 59 million tons, on account of the ever-increasing demand from the livestock feed industries and from biodiesel production plants. n Fertilizante foliar da Yara para plantas geneticamente modificadas, TM quando a planta mais precisa. Para saber mais acesse www.yarabrasil.com.br YaraVita Glytrel MnP YaraVita Glytrel MnP TM YaraVita Glytrel ZnP YaraVita Glytrel ZnP TM TM *Imagem*Imagem meramente meramente ilustrativailustrativa Fertilizante foliar da Yara para plantas geneticamente modificadas, quando a planta mais precisa. Para saber mais acesse www.yarabrasil.com.br 44 Inor Ag. Assmann Nas nuvens Exportação brasileira de soja em grão dá grande pulo em 2013 e em meados de agosto já ultrapassava a marca alcançada na temporada anterior A escalada do Brasil na venda externa de soja em grão, que se confirma a cada ano neste milênio, dá enorme salto em 2013. Dependendo da base de dados de 2012 e da origem das novas projeções, o crescimento previsto sobre esta temporada pode alcançar de 15% a 24%. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou no início de agosto de 2013 previsão de exportações na ordem de 37,81 milhões de toneladas para o período. Elas representariam acréscimo superior a 16% sobre as 32,47 milhões de toneladas que considerava para 2012. O aumento fica em 15% se o número do ano em foco for de 32,92 milhões de toneladas, conforme divulgado pela Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec). Mas o índice se aproxima de 24% quando a fonte, com informações atualizadas GORDOS VOLUMES • Lush volumes Exportações brasileiras de soja em grão Ano Mil toneladas 201029.073 201132.986 201232.916 2013*37.810 em 31 de julho de 2013, é a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A entidade aponta volumes de exportação do grão no total de 31,9 milhões de toneladas e 39,5 milhões de toneladas, respectivamente, para os anos comerciais 2012/13 e 2013/14 (de fevereiro de um ano a janeiro de outro). O último número previsto para a comercialização externa brasileira ultrapassaria, assim, o divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para aquele país em agosto de 2013, que ficaria em 37,69 milhões de toneladas no ciclo 2013/14 (outubro-setembro). Esta posição de destaque do produto brasileiro está sendo alcançada graças à capacidade e à segurança produtiva do País, bem como por sua qualidade expressa em altos teores de óleo e de proteína, além de terem contribuído recentemente problemas climáticos nas nações concorrentes. “O Brasil mostra grande capacidade empresarial de produção, em que são comuns áreas na ordem de 15 mil hectares, como ocorre no Mato Grosso e em novas fronteiras para onde o produtor expande a cultura, inclusive com menor interferência do clima”, analisa Sérgio Castanho Teixeira Mendes, diretor geral da Anec. Isto dá garantia aos mercados, assim como o fato de o País ser, entre os grandes fornecedores do grão, o único com reais perspectivas de crescer fortemente no cultivo, acrescenta o dirigente. Afora problemas logísticos que precisam ser resolvidos, Mendes não vê barreiras ao crescimento da exportação brasileira da soja em grão, o que já não ocorre com o industrializado, que enfrenta ônus tributários. Estes também devem ser retirados, no seu entendimento. A Abiove tem a mesma avaliação. A entidade prevê que, no ano-comercial 2013/14, pela primeira vez haverá maior volume exportado em grão do que o total processado no País (que deve ficar em 36,7 milhões de toneladas). No ano civil de 2013, em meados de agosto, já se registrava a negociação de 34,9 milhões de toneladas, volume maior do que o total da temporada anterior. Em relação a 2014, as projeções da Conab para as vendas da oleaginosa já se situam entre 40 e 41 milhões de toneladas, enquanto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vislumbra 2023, quando estas operações poderão alcançar entre 47 a 56 milhões de toneladas. n Brasil se coloca na linha de frente do comércio internacional do grão Fonte: Anec/MDIC * Previsão: Conab. 45 Inor Ag. Assmann Brazilian soybean exports take a leap forward in 2013, and in mid-August have already outstripped last year’s total In the clouds Brazil’s escalating soybean exports, particularly since the beginning of the new millennium, made a big leap in 2013. Depending on 2012 data and on the origin of the new projections, the forecast growth could be up 15% to 24% from that season. In early August 2013, the National Supply Company (Conab) estimated Brazilian soybean exports at 37.81 million tons for the period, up 16% from the 32.47 million tons projected for 2012. It will represent a 15-percent increase if the figure of the year in question reaches 32.92 million tons, according to sources from the National Association of Cereal Exporters (Anec). But this rate gets close to 24% when the source, with data updated on July 31st 2013, is the Brazilian Association of Vegetable Oil Industries (Abiove). The en- Brazil is a front-runner in international grain trade 46 tity points to total grain export volumes of 31.9 million tons and 39.5 million tons for the 2012/13 and13/14 commercial years (February through January), respectively. The latest forecast number referring to Brazil’s foreign soybean trade would then outstrip the one released by the United States Department of Agriculture (USDA) for that country, in August 2013, which refers to 37.69 million tons in the 2013/14 growing season (October - September). This prominent position of the Brazilian cereal has been conquered thanks to the Country’s production security and capacity, as well as to the high content of oil and protein of the beans, while the unfavorable climate conditions experienced by the competitor countries are also a factor. “Brazil excels in production entrepreneurship, where 15-thousand hectare areas are not a rare thing, particularly in Mato Grosso and in new agricultural frontiers conquered by the crop, with climate conditions are even more favorable”, Anec general director Sérgio Castanho Teixeira Mendes said. It makes the markets feel confident, and also because the Country, as a huge cereal supplier, is the only one with real perspectives for strongly and steadily increase its production volumes, the official commented. Apart from some logistic problems that need to be surmounted, Mendes envisions no other barriers that could stop Brazilian soybean exports from soaring, a fact that is not happening with industrialized soybean products, now facing heavy tax burdens. In his view, such burdens should be removed. Abiove officials share the same opinion. The entity anticipates that for the first time, in the 2013/14 commercial year, soybean exports will surpass the amount processed in the Country (reckoned at 36.7 thousand tons). In the 2013 calendar year, in mid-August, 34.9 million tons had already been traded, a volume bigger than the total of the previous year. With regard to 2014, Conab’s projections concerning foreign sales of the oilseed range from 40 to 41 million tons, while the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa) is projecting soybean exports to reach from 47 to 56 million tons by 2023. n COMMITMENT, QUALITY & CONTINUITY. CGG TRADING S.A. – Address: Av. Magalhães de Castro, 4.800 – 11th Floor – ZIP Code: 05676-120 São Paulo, Brazil – Phone: +55 11 3293-2500 – Website: www.cggtrading.com COMMERCIAL TEAM | Alexander Erlea • Director ([email protected]) Patrícia Aires • Manager ([email protected]) 48 Inor Ag. Assmann O ano do dragão A China é, com folga, o maior importador da soja do Brasil e vem aumentando sua fatia na comercialização da produção brasileira. Em 2012, o dragão asiático já respondeu por cerca de 70% das 32,91 milhões de toneladas do grão exportadas pelo País. Em 2013, em sete meses, o volume embarcado para aquele destino já alcançava mais de 77% do total registrado, que era de 31,76 milhões de toneladas.Em meados de agosto, quando os números totais comercializados já chegavam a 34,91 milhões de toneladas, quase 80% correspondia às compras feitas pelo gigante oriental. Outros países asiáticos, como Taiwan, Tailândia, Vietnã e Japão, também absorvem parcela considerável da produção brasileira, o equivalente a cerca de 11% em 2012. Mas a grande fatia vai para os chineses, que mostram apetite cada vez maior. Conforme manifestações feitas a produtores brasileiros, em visita à China, em 2013, a soja do Brasil é muito competitiva naquele país, por sua alta qualidade em teor de proteína. Volume significativo ainda é destinado à União Europeia, que adquiriu 16% do grão brasileiro em 2012. Nesta região, sobressaem nas compras a Espanha e os Países Baixos. No plano global, perto de 50 países adquirem soja do Brasil. A maior parcela da soja exportada provém do maior Estado produtor, o Mato Grosso. Tanto em 2012 quanto nos primeiros sete meses de 2013, esta unidade fe- China se afirma como a grande compradora da oleaginosa comercializada pelo Brasil e já absorve perto de 80% do produto nacional derativa originou mais de 32% do volume embarcado (na ordem de 10,4 milhões de toneladas). Particularmente, em julho de 2013, registrou recorde histórico de 1,8 milhão de toneladas negociadas, 79% a mais do que o verificado no mesmo mês do ano anterior. Dos 17 estados exportadores, ainda se destacam nas vendas externas o Paraná, com 4,8 milhões de toneladas; o Rio Grande do Sul, com 4,7 milhões de toneladas; e Goiás, com 2,7 milhões de toneladas, no primeiro período levantado de 2013. Em termos de receita, o total obtido em todo ano de 2012 com as exportações de soja brasileira atingiu a US$ 17,45 bilhões, contra US$ 16,33 bilhões no exercício antecedente, de 2011. Somente nos primeiros sete meses de 2013, a comercialização já representou US$ 16,87 bilhões, enquanto no mesmo período anterior havia alcançado a US$ 14,18 bilhões. As exportações do grão, assim como de todo o complexo soja, constituem importante fonte de divisas internacionais para o Brasil, representando cerca de 11% do movimento total do País no comércio exterior. n Um terço da produção de soja tem origem no Estado do Mato Grosso 49 Inor Ag. Assmann 50 China is reaffirming its position as a relevant buyer of Brazil’s oilseed and already absorbs 80% of the national crop Year of the dragon China is by far the biggest importer of Brazil’s soybean crop and its share in this trade has recently been rising steadily. In 2012, the Asian giant accounted for about 70% of the 32.91 million tons of the cereal shipped abroad by Brazil. In the first 7 months in 2013, the volume shipped to this destination has already reached 77% of the amount of 31.76 million tons shipped abroad. In mid-August, when the total volume traded amounted to 34.91 million tons, almost 80% corresponded to the purchases by the Asian giant. Other Asian countries like Taiwan, Thailand, Vietnam and Japan, also absorb a considerable portion of the Brazilian crop, equivalent to about 11% in 2012. But the big chunk goes to the Chinese, now showing an ever increasing appetite. According to comments heard by Brazilian soy farmers at their visit to China, in 2013, Brazilian soy is very competitive in that country, for its high quality and protein content. A significant volume is also shipped to the European Union, which acquired 16% of Brazil’s soybean exports in 2012. In this region, Spain and the Netherlands are the leading buyers. In global terms, nearly 50 countries import soybean from Brazil. The biggest portion of the oilseed shipped abroad comes from the State of Mato Grosso, the leading producer in Brazil. Both in 2012 and in the first seven months in 2013 the State was the origin of 32% of the volumes that were exported (some 10.4 million tons). The month of July 2013, in particular, registered an all-time record of 1.8 million tons traded, up 79% from the same month in the previous year. Of the 17 states in Brazil that export soybean, the following are also of note: Paraná, with 4.8 million tons; Rio Grande do Sul, with 4.7 million tons; Goiás, with 2.7 million tons, in the first period surveyed in 2013. As far as revenue goes, the total obtained in 2012 from Brazilian soybean exports reached US$ 17.45 billion, against US$ 16.33 billion in the previous growing season, in 2011. In the first seven months in 2013 the OS clientes • Clients Quem importa do Brasil 10 principais destinos das exportações de soja brasileira (Volume comprado por país e total exportado – Primeiros sete meses de 2013) PaísesToneladas China24.618.970 Espanha1.210.024 Países Baixos (Holanda) 1.196.057 Taiwan (Formosa) 642.235 Tailândia549.313 Vietnã436.888 Japão350.522 Itália329.808 Arábia Saudita 328.409 Reino Unido 322.535 Total31.758.270 Fonte: Anec/MDIC trade represented US$ 16.87 billion, while in the same period the year before it remained at US$ 14.18 billion. Grain exports, as well as all other products encompassed by the soy complex, are a very relevant international source of revenue for Brazil, representing about 11% of the entire foreign trade operations. n One third of the entire soybean crop is grown in the State of Mato Grosso 51 Robispierre Giuliani Não está EMBARQUES • Shipments nada fácil Saídas do Brasil para o mundo - Movimento de exportação da soja nos 10 principais portos em 2013* PortosToneladas Santos (SP) 11.313.651 Paranaguá (PR) 4.967.945 Rio Grande (RS) 4.793.034 São Francisco do Sul (SC) 3.380.841 Vitória (ES) 2.391.452 São Luís (MA) 1.787.150 Salvador (BA) 1.401.249 Santarém (PA) 996.879 Manaus (AM) 664.819 Ilhéus (BA 59.913 Fonte: Anec/MDIC. *Até julho. Os exportadores pedem mais pressa na solução dos entraves logísticos 52 Insuficiência nas condições de escoamento da produção vem sendo agravada com o gradativo aumento no volume das exportações brasileiras A questão da infraestrutura para o escoamento da produção cada vez maior de soja, onde se destaca o movimento ainda mais crescente das exportações, é preocupação presente e renovada em toda cadeia produtiva. Além de se discutir a inadequação da logística hoje existente (pelo fato de ela se concentrar nas rodovias, em detrimento das hidrovias, que são mais baratas em longas distâncias), ganhou reforço entre 2012 e 2013 a insuficiência na estrutura, particularmente nos portos, como salienta Sérgio Castanho Teixeira Mendes, diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Em sua avaliação, o problema se agravou para a soja em virtude da atuação mais efetiva também do milho na venda externa, que dobrou em relação ao recorde anterior, de 2009. Quatro milhões de toneladas negociadas com o exterior não puderam ser despachadas em 2012 e coincidiram com a safra e a comercialização da oleaginosa no início de 2013. Isso causou mais transtorno na logística, particularmente no porto de Santos, por onde é escoado 50% do milho e 30% da soja. A presença de 15 mil carretas a mais do cereal, a disputar espaço com a oleaginosa, gerou complicações, que, além de tudo, foram agravadas por chuvas em período de carregamento, observa Mendes. A situação portuária foi enfocada por visita a diversas unidades organizada em julho de 2013 pelo Movimento Pró-Logística, do maior Estado produtor e exportador, o Mato Grosso, que reforça a necessidade de soluções mais rápidas. No contato com os portos das regiões Sul e Sudeste, por onde ocorre a maior exportação, Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do movimento, verificou que “alguns estão trabalhando no limite, e as cargas estão levando muito tempo para serem embarcadas, na maioria dos terminais”. Ressaltou a ineficiência dos acessos, entre outros pontos. Ao participar da missão e verificar limitações nos portos de Vitória (ES), Santos (SP), Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC), Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), reiterou a urgência na resolução dos gargalos existentes. Além das vias de acesso rodoferroviárias, cita o baixo calado, por falta de dragagem regular, e a insuficiente equipe de inspeção fitossanitária. Ele defende um pacto nacional para resolver os problemas de infraestrutura e logística. “É preciso melhorar a capacidade de execução dos planos que foram elaborados com ações coordenadas e alinhadas entre os órgãos das três esferas de governo”, sublinha. n 53 Poor transport conditions have been aggravated by the gradual increase in Brazilian exports easy Inor Ag. Assmann It’s not The question of the infrastructure for transporting the ever increasing soybean crops, with exports on a rising trend, is a Exporters are calling for speedy solutions to logistical hurdles 54 major and constant concern that afflicts the supply chain. Besides challenging the inadequacy of the logistics in place (for the simple fact that it concentrates on roadways, to the detriment of waterways, which are cheaper over long distances), what also gained momentum in 2012 and 2013 was the deficient structure, particularly in the ports, Sérgio Castanho Teixeira Mendes, general director at the National Association of Cereal Exporters (Anec), said. In his view, the problem got worse for the soybean crop by virtue of the better performance of maize in foreign sales, which doubled from the previous record in 2009. Four million tons negotiated abroad were not dispatched in 2012 and coincided with the oilseed sales in early 2013. This caused further troubles to logistics, especially in the port of Santos, through which 50% of the maize and 30% of the soybeans are exported. The presence of an extra 15 thousand truckloads of the cereal, competing for space with soybean, generated complications, which were further aggravated by rainy weather during loading operations, Mendes observes. The situation of the ports was the focus of the July 2013 visits organized by the ProLogistics Movement of the biggest soybean growing and exporting State, Mato Grosso, strengthening the need for speedy solutions. In his contacts with the ports of the South and Southeast regions, major export corridors, Edeon Vaz Ferreira, chief-executive officer of the movement, ascertained that some of the ports are teetering on the brink of collapse, while grain shipments are taking too long in most terminals”. Among other things, he pointed to the ineffectiveness of the access lanes. As a member of the mission responsible for checking the limitations of the ports of Vitória (ES), Santos (SP), Paranaguá (PR) and São Francisco do Sul (SC), Daniel Furlan Amaral, economy manager at the Brazilian Association of Vegetable Oil Industries (Abiove), reiterated the urgency in solving the existing bottlenecks. Besides the deficient accesses by road and rail, he cites shallow-draft problems caused by poor dredging operations, and the insufficient phytosanitary inspection team. He advocates the need for a national pact to solve the problem of infrastructure and logistics. “There is need for improving the execution capacity of the previously devised plans with coordinated and aligned actions by the organs of the three government spheres”, Amaral insisted. n COM AGILIDADE E TECNOLOGIA O C-PORT MOVIMENTA MAIS DO QUE GRÃOS: MOVIMENTA A ECONOMIA BAIANA. O C-Port é o maior terminal especializado na movimentação de grãos e farelos da Bahia. Realizamos embarque, desembarque, com mão de obra especializada, de forma ágil e eficaz. Todas essas qualidades fazem o C-Port movimentar anualmente 3 milhões de toneladas de grãos. A gente leva seus grãos mais longe para você ir mais longe também. Sílvio Ávila azul Excetuando situações onde houve a influência da intempérie ou de pragas, soja da temporada 2012/13 tem apresentado alta rentabilidade Tudo 56 A rentabilidade na venda da soja da safra 2012/13 do Brasil, de modo geral, foi muito boa. É a avaliação que faz o professor e doutor em economia Argemiro Luís Brum, coordenador, pesquisador e analista de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculada à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). Evidencia que, em termos de País, ocorrem variações em virtude da diferença de preços recebidos, da produtividade e de outros fatores, mas, excetuando-se casos em que influíram intempéries e questões paralelas, considera que o ano foi excelente para a soja. O analista cita dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), vinculada à Universidade de São Paulo (USP), de que na região de Londrina (PR) a rentabilidade sobre os custos variáveis chegou a 139% – ou 64%, se considerados os custos totais. Em contrapartida, na área baiana de Luís Eduardo Magalhães, em função da quebra de produção e do aumento de custos com infestação da lagarta Helicoverpa armigera, o resultado foi baixo, embora ainda positivo em 31% sobre os gastos variáveis, mas negativo de 3% no cômputo total. Já no Noroeste gaúcho e no Oeste catarinense, em termos médios, menciona Brum, o custo variável ficou em cerca de R$ 20,00 pelo saco, enquanto o preço médio recebido atingiu a R$ 53,00 pelo saco. Em relação à nova safra, o analista da Ceema comentava em agosto de 2013 que “os preços oferecidos em meados do ano estavam, na tendência, muito superiores aos que deverão vigorar quando da colheita, se ela for cheia, evidentemente”. Assim, mesmo que ainda não houvesse ocorrido tanta venda antecipada, considerava interessante realizar esta operação em nível de até 30% antes do plantio, aguardando para comercializar o restante de acordo com o comportamento do mercado. Brum observa que, em agosto, os negócios no plano externo, base Chicago, “apesar de soluços especulativos altistas em função do clima nos Estados Unidos”, apresentavam-se mais baixos do que no passado. “De valores ao redor de US$ 13,50 pelo bushel, e até mais, o próprio governo dos EUA já adiantava que espera média entre US$ 11,25 e 12,50 pelo bushel, obviamen- te se a sua colheita vier cheia (algo entre 88,6 milhões de toneladas e 93 milhões de toneladas)”, menciona Brum. E prossegue: “Dessa forma, o reflexo é de baixa nos preços brasileiros, especialmente se a América do Sul aumentar a área semeada, como se projeta, e a produção chegar a 160 milhões de toneladas em clima normal, contra 147 milhões na safra anterior”. Conforme o analista, o que estava salvando o preço da soja no País era a forte desvalorização do Real. Graças a isso, cita, o valor no balcão gaúcho, em meados de agosto de 1013, girava em média ao redor de R$ 60,00 pelo saco. Caso o câmbio tivesse permanecido em R$ 2,00 por dólar, como estava até meados de maio de 2013, o saco estaria valendo tão somente R$ 50,00. n Questão cambial favorece a valorização do produto no decorrer de 2013 57 Everything is rosy Inor Ag. Assmann In general, profit margins from sales of the 2012/13 soybean crop in Brazil were good. This is the evaluation made by professor and doctor of economy Argemiro Luís Brum, coordinator, researcher and market analyst at the International Economics and Agricultural Study Center (Ceema, in the Portuguese acronym), a division of the Regional Northeastern University of Rio Grande do Sul (Unijuí). He maintains that, at Country level, there varia- With the exception of the regions that were hit by bad weather conditions and pests, the 2012/13 soybean crop turned out to be highly profitable 58 tions by virtue of the difference in prices, in productivity and other factors, but, with the exception of cases where weather conditions and parallel questions exerted an influence, he has it that the year was excellent for soybean businesses. The analyst cites data from the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea) , of the Luiz de Queiroz College of Agriculture (Esalq), linked to the University of São Paulo (USP), referring to the region of Londrina (PR), where profitability over variable costs reached 139% – or 64%, if total costs are considered. On the other hand, in the municipality of Luís Eduardo Magalhães, in the State of Bahia, by virtue of the higher production costs and outbreaks of Helicoverpa armigera caterpillars, the result was negligible, though still positive by 31% over variable expenses, but 3-percent negative if all other variables are considered. Meanwhile, in Northeastern Rio Grande do Sul and Western Santa Catarina variable costs, according to Brum, remained at R$ 20.00 per sack, while aver- age prices reached R$ 53.00 per sack. With regard to the new crop, the Ceema analyst commented in August 2013 that “the prices fetched in mid-year were higher, if a trend is considered, than the prices to be fetched at harvesting time, if the crop remains at normal levels, of course”. Therefore, even if there had been no considerable amounts of anticipated sales, he considered it a good idea to carry out the operation at a 30-percent level before planting, waiting for trading the remainder in accordance with market behavior. Brum observes that, in August, businesses abroad under the umbrella of the Chicago stock exchange, “despite highly speculative hopes stemming from the bad weather conditions in the United Sates”, were running at a lower level compared to the past. “With values approaching US$ 13.50 per bushel, or even higher, the government of the United States made no secret of its expectation for an average price of US$ 11.25 or 12.50 per bushel, obviously under the perspectives of a lush crop (something like 88.6 million to 93 million tons)”, Brum mentions. And he adds: “This allows us to draw the conclusion that prices in Brazil will go down, particularly if Latin America increases its planted area, as projected, and if production amounts to 160 million tons under normal climate conditions, against 147 million tons in the previous growing season”. According to the analyst, it was the high devaluation of the Brazilian currency that kept the soybean business profitable. Thanks to it, he recalls, in over-the-counter trading in Rio Grande do Sul, a sack of soybean fetched about R$ 60.00 per sack, on average. If the exchange rate had remained at R$ 2.00, as it was until mid-2013, a sack of soybean would only fetch R$ 50.00. n Exchange rates boost the value of the oilseed throughout 2013 Inor Ag. Assmann De olho na próxima safra, analistas de mercado entendem que valorização cambial tem efeito positivo sobre a renda dos produtores 60 O comércio de soja no Brasil apresentava contexto bastante favorável em meados de 2013, mas os agentes da cadeia produtiva devem manter o olhar atento à conjuntura nos meses que se seguem. Na análise feita em meados de agosto, o professor e doutor em economia Argemiro Luís Brum, da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema/Unijuí), avaliava que o quadro futuro exigia cuidados. “O preço médio de balcão pode recuar no momento da colheita e talvez já no final de 2013, passada a safra dos Estados Unidos”, alertava. “Num cenário de Chicago a US$ 12,50 pelo bushel (cotação para maio de 2014) e câmbio situando-se ao redor de R$ 2,25 (valor considerado correto pela paridade de poder de compra daquela época), a soja poderá chegar, na colheita, na melhor das hipóteses, em safra cheia, a R$ 54,00 pela saca, com possibilidades concretas de recuar para R$ 50,00 pela saca”, projeta o analista. Por outro lado, na opinião manifestada por André Pessôa, da Agroconsult, ainda em agosto de 2013, “a valorização cambial traz efeito positivo para a renda do produtor brasileiro de soja, que antes estava apreensivo quanto à expectativa de redução de preços após a entrada da safra norte-americana”. Outro consultor, João Carlos Kopp, vislumbrava demanda aquecida e situação favorável ao produtor brasileiro que segurou as vendas. Para tanto, em seu entendimento, “o balanço de oferta e demanda mundial caminha para continuar nos mesmos níveis críticos do último ano, apesar de uma supersafra no Brasil e uma boa safra nos Estados Unidos”. Em relação à próxima temporada, ainda havia preocupação com o aumento de custos, particularmente nos fretes. Mas, de modo geral, havia expectativa de renda talvez menor, mas novamente positiva na nova safra, o que deve levar a incremento no cultivo, conforme os primeiros prognósticos feitos em 2013. n A perspectiva de comércio bom deve marcar o novo plantio no Brasil Medindo a temperatura 61 temperature Inor Ag. Assmann Measuring the With an eye toward the upcoming growing season, market analysts understand that the higher value of the dollar will have positive reflections on farmers’ income Soybean sales in Brazil were unfolding rather smoothly in mid-2013, but the agents of the supply chain should keep a close watch on the scenario over the coming months. In his analysis conducted in mid-August, professor and doctor of economy Argemiro Luís Brum, of the International Center for Economic Analyses and Agricultural Markets The perspective for good trade-related issues should set the tone for the new plantings in Brazil 62 Studies (Ceema/Unijuí), concluded that the picture in the future required caution. “Average retail prices could drop at harvesting time, or even at the end of 2013, as soon as the crop in the United States comes to a close”, he warned. In a Chicago Stock Exchange scenario, with a bushel fetching US$ 12.50 (price for May 2014) and an exchange rate somewhere near R$ 2.25 to the dollar (a value taken as correct due to the parity in the purchasing power of that time), a sack of soybean could reach R$ 54.00, with real chances to recede to R$ 50.00”, the analyst projects. On the other hand, in the opinion of André Pessôa, of Agroconsult, in August 2013, “the higher value of the dollar will have positive reflections on Brazilian soybean farmers’ income. These farmers had been worried about the chances for smaller prices, after the North American crop has reached the market”. Another consultant, João Carlos Kopp, spotted heated demand and a favorable scenario for those Brazilian growers who had held back their sales. To this end, in his understanding, “the balance between global supply and demand is poised to repeat last year’s critical levels, in spite of a bumper crop in Brazil and normal crop in the United States”. With regard to the upcoming growing season, there was still much concern about higher production costs, particularly transportation costs. In general, there was expectation for income, perhaps smaller, but again positive for the new crop, a fact that should lead to higher planted areas, judging from the first prognosis in 2013. n Sempre ao seu lado, sempre à frente. Juntos, produzimos mais. Sílvio Ávila Perfil /profile O que seria do Há pouco mais de 130 anos, o Brasil conheceu aquele que seria, décadas mais adiante, um dos seus maiores tesouros. Já reconhecido por tantas riquezas, o território recebeu a soja de braços abertos. Diante das primeiras dificuldades de adaptação ao clima, o Desde a sua utilização comercial, a produção de soja cresceu 50 vezes 64 País não hesitou em procurar alternativas para o seu desenvolvimento. Hoje, o “grão de ouro” contribui, e muito, para que a Nação seja lembrada, em todos os cantos, como o celeiro do mundo. Introduzida em solo nacional pelo Nordeste, a soja percorreu diferentes regiões do País, provocando uma revolução raras vezes vista em outros locais do planeta. Ao longo dos anos, deixou marcas de alegria e satisfação no rosto dos produtores, dos grandes aos médios e até aqueles que mantêm pequenas propriedades, ao lado de suas famílias. A história de sucesso parece esten- der-se por muito tempo. Afinal, com o fechamento da safra 2012/13, o Brasil tende a assumir o posto de maior produtor mundial de soja, o que reforça sua trajetória de potência agrícola global. De acordo com análise realizada pela Embrapa Soja, de Londrina (PR), o sucesso da sojicultura é resultado de uma série de fatores. O amplo investimento em pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, possibilitou o crescimento da produção em cerca de 50 vezes. A área plantada, no entanto, ampliou-se apenas 18 vezes, o que reforça os bons índices de produtividade. n Apesar de no início ter apresentado dificuldades para a sua adaptação, hoje a soja é considerada umas das principais culturas agrícolas do Brasil Brasil sem ela Impacto A boa trajetória da produção de soja teve grande impacto na economia nacional. De acordo com nota técnica da Embrapa Soja, no cerrado o grão foi o principal motor de desenvolvimento. A partir da adoção da cultura, a prosperidade chegou a cidades e regiões praticamente desabitadas, além de ter auxiliado na transformação de pequenos núcleos urbanos em metrópoles regionais. Em importantes polos produtores, como Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste e Sorriso, no Mato Grosso, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é destaque. Enquanto produtores plantam sonhos, os excelentes níveis de emprego, renda, educação e saúde sinalizam, da mesma forma, para os bons frutos colhidos a cada safra. O sucesso na implementação da cultura faz com que o Brasil seja exemplo de eficiência para a produção do grão em regiões tropicais. Por isso, o País é destaque no cenário de intercâmbio agrícola internacional. Conforme a Embrapa Soja, todos os anos centenas de caravanas de produtores, engenheiros agrônomos e outros profissionais, lideranças, pesquisadores e técnicos visitam as fazendas nacionais e as instituições de pesquisa a fim de conhecer de forma aprofundada “o milagre do grão de ouro”. 65 Sílvio Ávila Although facing initial adaptation difficulties, now soybean is viewed as a major agricultural crop in Brazil What would Brazilwitbe hout it A little more than 130 years ago, Brazil came to know a crop that decades later turned out to be one of the Country’s most cherished treasures. Already known for a variety of wealth sources, the territory gave a warm welcome to soybeans. In Ever since its commercial use, soybean production increased fiftyfold 66 light of the first difficulties in adapting to the climate, the Country spared no effort in seeking appropriate varieties. Now, the “golden kernel” contributes considerably towards the nation’s worldwide reputation as a global granary. First introduced in the Northeast, the soybean has ever since spread across the most remote regions in the Country, triggering a revolution rarely witnessed in other corners of the planet. Over the years, it has brought smiles and happiness to commercial farmers, mediumsized producers, or even small-scale family farmers. The history of success seems to con- tinue over a long time. After all, at the end of the 2012/13 growing season, Brazil should climb to the position as leading global soybean producer, which reinforces its trajectory as a global agricultural power. According to an analysis conducted by Embrapa Soybean, based in Londrina (PR), the success achieved by soybean farming is the result of a lot of factors. Hefty investments in research and development, for example, have made the production volumes increase fiftyfold. The planted areas, nonetheless, expanded 18 times, attesting to ever-increasing productivity rates. n Impact The successful trajectory of the soybean crop had a huge impact on the national economy. According to a technical report by Embrapa Soybean, in the cerrado region, soybean was the real driving force behind the development. As soon as the crop was introduced, prosperity worked its way into abandoned towns and regions, transforming small urban nuclei into huge regional metropolises. In relevant producing hubs, like Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste and Sorriso, in Mato Grosso, the Human Development Index (HDI) is of note. While the farmers seed dreams, the excellent levels of employment, income, education and health equally signal the good fruits reaped at every new crop year. The success in establishing the crop has turned Brazil into an example of efficiency in the production of the kernel in tropical regions. This is why the Country is a highlight in the international agricultural interchanging scenario. Embrapa Sources refer to hundreds of caravans of producers, including agronomic engineers and other professionals, leaderships, researchers and technicians visit the Brazilian farms and research institutions in order to learn more about and get a deep knowledge of the “miraculous golden kernel”. Sílvio Ávila Em 40 anos, adaptação da soja às diferentes regiões brasileiras permitiu resultados impressionantes, como o aumento de 172% em produtividade Uma odisseia pelo País 68 De Norte a Sul, a soja brasileira tem seu valor reconhecido. Ano a ano, os grãos colhidos motivam histórias de otimismo e de muito trabalho. Cada produtor leva no peito o orgulho de fazer parte do cenário próspero da sojicultura, hoje umas das principais culturas agrícolas brasileiras. Apesar de ter sido introduzida no País em 1882, a expansão comercial do grão ocorreu somente quase um século mais tarde, no decorrer das décadas de 1960 e de 1970. No início, quando a lavoura ingressou no território nacional, pelo Nordeste, os brasileiros até viram a tentativa de cultivo fracassar. De acordo com pesquisadores da Embrapa Soja, de Londrina (PR), as variedades do grão cultivadas em âmbito global eram adaptadas a climas frios, até, no máximo, subtropicais, predominantes em latitudes próximas ou superiores a 30º. Somente 20 anos depois, a atividade foi avaliada para as condições de clima subtropical do extremo Sul do Brasil, com latitudes próximas dos 30º. No entendimento dos especialistas, o avanço da produção nacional pode ser dividido em três fases. Após a expansão no Sul, a segunda etapa marcou o desenvolvimento do cultivo na região Centro-Oeste, durante as décadas de 1980 e de 1990. Já no terceiro momento, a cultura se expandiu para a fronteira das regiões Norte e, agora, Nordeste, retornando para ambientes em que originalmente havia ingressado no País. Ainda em 1970, dentre as oito principais culturas agrícolas brasileiras, a área ocupada com soja era a de menor tamanho (1,3 milhão de hectares). Na safra 2012/13, entretanto, foram semeados nada menos que 28 milhões de hectares com esse grão, o que corresponde a mais de 50% da área total plantada nessa temporada. Em termos de produtividade, os dados impressionam ainda mais, sendo que houve aumento de 172% no período (de 1.144 kg/ha em 1970 para 3.106 kg/ha em 2011). n A pesquisa teve papel fundamental para o desenvolvimento do grão Nos trópicos Conforme dados recolhidos pela Embrapa Soja, nos anos de 1970 muitos sojicultores do Sul (pequenos produtores, com famílias numerosas, em sua maioria) enfrentavam dificuldades a fim de aumentar a área de cultivo em regiões próximas de suas propriedades, devido ao elevado preço da terra. Nessa época, as áreas para plantio eram mais baratas no Centro-Oeste, fator que provocou a migração de muitas famílias. Contudo, as variedades de soja subtropical cultivadas com êxito no Sul não se desenvolviam nas savanas do meio-oeste brasileiro. Diante desse aspecto, os produtores passaram a solicitar às instituições de pesquisa a implementação da soja tropical, adaptada às condições de baixa latitude e às altas temperaturas típicas do cerrado brasileiro. Enquanto no início da década de 1980 apenas 20% da soja brasileira era produzida no cerrado, em 1990 a participação já superava os 40%. Em 2011, foi superior a 60%. Índices de crescimento como esses tornaram o Brasil, ao longo dos anos, exemplo de eficiência em produção agrícola. 69 Sílvio Ávila An odyssey In 40 years, the adaptation of the soybean to different Brazilian regions showed significant results, like the 172-percent increase in productivity 70 through the Country From North to South, Brazilian soybean is acknowledged as a valuable crop. Year after year, the harvested grains give rise to stories of optimism and much work. Every different farmer cherishes with pride his role in the lush soybean farming scenario, now a major crop cultivated throughout Brazil. Although having been introduced in the Country in 1882, the commercial expansion of the grain occurred only a century later, during the 1960s and 1970s. In the beginning, when the crop found its way into the national territory, through the Northeast, the attempt ended up in failure. According to Embrapa Soybean researchers, based in Londrina (PR), the varieties of the cereal cultivated at global level had been adapted to cold climates or, at most, to subtropical climates, predominant in latitudes close to, or higher than 30º. Only 20 years later, the crop was evaluated for the subtropical conditions in the very South of Brazil, with latitudes close to 30º. Most specialists understand that the progress showed by soybean farming in Brazil can be split into three different stages. After expanding in the South, the second stage is characterized by the cultivation in the Center-West, during the 1980s and 1990s. In the third stage, the crop expanded towards the northern frontiers and, now to the Northeast, returning to the environments where it had originally arrived in the Country. Still in 1970, among the eight major agricultural crops in Brazil, the area devoted to soybean was the smallest of them (1.3 million hectares). In the 2012/13 growing season, however, the considerable amount of 28 million hectares were seeded with this cereal, corresponding to 50% of the total area cultivated back then. In terms of productivity, the statistical figures are even more impressive, as there was a 172-percent increase in the period (from 1.144 kg/ha in 1970 to 3.106 kg/ha in 2011). n Research played an essential role in the development of this kernel In the tropics According to data collected by Embrapa Soybean, in the 1070s lots of soybean farmers in the South (small scale farmers, with big families) faced difficulties increasing their planted areas in regions close to their farms. At that time, arable lands were cheaper in the Center-West, a factor that triggered many families to migrate to the region. Nevertheless, the subtropical soybean varieties cultivated with success in the South did not develop properly in the savannahs of the Center-West. In light of this characteristic, the farmers resorted to research institutions for implementing tropical soybean varieties, adapted to the conditions of low latitudes and high temperatures, very common in the Brazilian cerrado. While in the beginning of the 1980s only 20% of the entire Brazilian soybean volumes were produced in the cerrado, in the 1990s this share had risen to 40%. In 2011, it was upwards of 60%. Over the years, such growth indices turned Brazil into a reference of efficiency in agricultural production. 71 Sílvio Ávila Município de Sorriso, no Mato Grosso, colhe mais de 2 milhões de toneladas de soja por safra e é hoje o maior produtor do grão no mundo Motivos para sorrir Graças ao cultivo da soja, o município de Sorriso, no Mato Grosso (MT), se destaca em âmbito nacional e mundial. Situado a 412 quilômetros de Cuiabá, a capital do Estado, é o maior produtor individual brasileiro e mundial da oleaginosa. A colheita municipal totalizou 2,088 milhões de toneladas do grão em 2011, em área de 600 mil hectares, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tal desempenho também garantiu que o município fosse reconhecido como a “Ca- Em 2012, Sorriso foi reconhecido como “Capital Nacional do Agronegócio” 72 pital Nacional do Agronegócio”. O título foi conferido por meio da Lei nº 12.724, de 16 de outubro de 2012, publicada na edição do dia seguinte do Diário Oficial da União. Em âmbito local, a cidade já utilizava o slogan institucional desde que foi aprovada a Lei nº 1.893/10, sancionada à época pelo prefeito Clomir Bedin. Em 2010, o Poder Legislativo apreciou o projeto de lei nº 5, dispondo sobre a criação do institucional “Sorriso, a Capital Nacional do Agronegócio”, de autoria de Luis Fábio Marchioro, Ilton Polesello e Leocir José Faccio. A colonização de Sorriso começou nos anos de 1970, com a chegada de imigrantes provenientes dos estados da região Sul do Brasil. Emancipada em 13 de maio de 1986, a localidade tem na produção rural sua base econômica, sendo a soja e o milho os principais cultivos. Outros municípios mato-grossenses igualmente integram a lista dos principais produtores de soja do País. Na segunda posição estava Nova Mutum, com colheita de 1,161 milhão de toneladas em 2011. Era seguido por Sapezal e Campo Novo do Parecis, terceiro e quinto lugares, respectivamente. A quarta maior produção nacional do grão está no município de Formosa do Rio Preto, na Bahia. A safra 2012/13 de soja no Mato Grosso foi estimada em 23,5 milhões de toneladas, 7,7% além do colhido na temporada anterior, conforme levantamento de julho de 2013 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O espaço ocupado pela cultura aumentou 12%, passando dos 6,9 milhões de hectares da fase 2011/12 para 7,8 milhões de hectares no ciclo 2012/13. n More reasons to smile Municipality of Sorriso, in Mato Grosso, harvests upwards of 2 million tons of soybean per season and is now the largest producer in the world Thanks to soybean plantations, the municipality of Sorriso, in Mato Grosso (MT), stands out at national and global level. Located 412 kilometers away from Cuiabá, the capital city of the State, Sorriso is the largest Brazilian individual and global producer of the oilseed. The municipal harvest totaled 2.088 million tons in 2011, from an area of 600 thousand hectares, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Such performance has earned the municipality the reputation as the “National Agribusiness Capital”. This distinction was conferred by Law nº 12.724, of 16th October 2012, published in the Government Gazette the following day. At local level, the city had already been using the institutional slogan ever since Law Lei nº 1.893/10 was passed, and then ratified by mayor Clomir Bedin. In 2010, the Legislative Assembly debated bill nº 5, focused on the creation of the “Sorriso, National Agribusiness Capital” institutional act, presented by Luis Fábio Marchioro, Ilton Polesello and Leocir José Faccio. Sorriso started to be settled in the 1970s, with the arrival of the first immigrants from South Brazil. Emancipated on 13th May 1986, the locality relies mainly on rural operations, where soybean and maize are the leading crops. Other municipalities throughout Mato Grosso are also on the list of major soybean producers in Brazil. Nova Mutum was ranking second, with a crop of 1.161 million tons in 2011. It was followed by Sapezal and Campo Novo do Parecis, ranking third and fifth, respectively. The municipality of Formosa do Rio Preto, located in Bahia, is responsible for the fourth biggest national production volumes. The 2012/13 soybean season in Mato Grosso was estimated at 23.5 million tons, up 7.7-percent from the previous growing season, according to the July 2013 survey conducted by the National Supply Company (Conab). The area occupied by the crop soared 12%, from 6.9 million hectares in 2011/12 to 7.8 million hectares in the 2012/13 crop year. n In 2012, Sorriso was acknowledged as the “National Agribusiness Capital” 73 Inor Ag. Assmann Chance bem Ao lado do pai e do irmão, Roger Introvini desenvolve a produção de soja em 20 mil hectares e se consolida como grande produtor 74 Soja, um pouco de sorte e muito trabalho. Essa poderia ser a receita de sucesso do produtor Roger Azevedo Introvini, 47 anos, sócio proprietário da União de Fazendas Introvini, com formação acadêmica em Administração de Empresas. O condomínio também é formado pelo pai Carlos Simão Introvini, 76 anos, e pelo irmão Sérgio Azevedo Introvini, 49. Hoje, os três conduzem plantações anuais em 27 mil hectares, sendo 20 mil hectares de soja, 2 mil hectares de algodão e 5 mil hectares de milho, nos estados do Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul. “Nossa maior conquista, e nosso maior desafio, foi ter vindo para o Centro-Oeste na hora certa. O resto foi fruto de muito trabalho e de dedicação”, conta Roger. Na safra 2012/13, a família Introvini colheu 960 mil sacas de soja. aproveitada O início de tudo aconteceu em Guarapuava, no Paraná, em 1973. Dois anos depois, decidiram migrar para o Centro-Oeste brasileiro, na região de Maracaju, no Mato Grosso do Sul. Posteriormente, seguiram para Sonora, no mesmo Estado, onde possuem a Fazenda Alto Piquiri. Já em 1979 teve início a produção em Campo Novo do Parecis (Fazenda Campo Real) e, em 2004, no Vale do Araguaia (Fazenda União, em São Félix do Araguaia), ambos em Mato Grosso. Roger mora atualmente em Coxim, no Mato Grosso do Sul. Para o produtor, casado com Ana Márcia, 48 anos, e pai de três filhos (Eduardo, 24; Marina, 21; e João, 15), a história do grupo se assemelha à de tantos outros, pioneiros na época, escrita com sofrimento, sacrifício, mas, acima de tudo, com muito otimismo. Atualmente, de acordo com Roger, a principal satisfa- ção é poder contribuir para o crescimento social das regiões onde atuam e ter a certeza de trilhar o caminho certo. O sojicultuor acredita que muitas dificuldades já ficaram para trás. Em seu entender, ainda há algumas que preocupam, seja entre os grandes ou entre médios e pequenos: as condições de escoamento da safra e a falta de infraestrutura de armazenagem e portuárias são algumas delas. “O produtor se modernizou, o governo não. Hoje, estamos batendo recordes de safra e acabamos sendo penalizados por isso”, lamenta. n No Centro-Oeste, a família administra a União de Fazendas Introvini Digno de rei Entre os produtores brasileiros de soja, o gaúcho Eraí Maggi Scheffer surge como o maior do Brasil (com grandes probabilidades de ser também o maior do mundo). Dono de quase 40 fazendas espalhadas pelo Estado do Mato Grosso, mantém, com apoio da família, o Grupo Bom Futuro, com sede na capital, Cuiabá. Em soja, a área plantada chega a mais de 230 mil hectares. Além disso, o grupo também aposta em outras culturas agrícolas, como algodão e milho; produz sementes, atua na piscicultura, na pecuária de corte (com um dos maiores projetos de integração lavoura-pecuária do País) e no setor de energia. 75 Inor Ag. Assmann Taking advantage of an opportunity With his father and brother, Roger Introvini devotes 20 thousand hectares to soybean and consolidates his position as a commercial farmer Soybean, a bit of good luck and much work. This could be the recipe of success for farmer Roger Azevedo Introvini, 47, partnerowner of União de Fazendas Introvin, with a graduate degree in Business Administration, and father Carlos Simão Introvini, 76, and brother of Sérgio Azevedo Introvini, 49. Nowadays, the three of them conduct annual crops in 27 thousand hectares, split into 20 thousand hectares of soybean, 2 thousand hectares of cotton and 5 thousand hectares of corn, in the states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul. “Our biggest achievement, and our most harrowing challenge consisted in arriving in the Center- In the Center-West, the family runs the a farm known as União de Fazendas Introvini 76 West at the right time. The rest was the fruit of much work and dedication”, Roger said. In the 2012/13 growing season, the Introvini harvested 960 thousand sacks of soybean. Everything started in Guarapuava, State of Paraná. Then, in 1975, they decided to leave for the Center-West, where they settled in the region of Maracaju, in Mato Grosso do Sul. Some years later they moved to Sonora, located in the same State. In 1979 they started farming in Campo Novo do Parecis (Campo Real Farm) and, in 2004, in Vale do Araguaia (União Farm, São Félix do Araguaia), both in Mato Grosso. Currently, Roger is living in Coxim, in Mato Grosso do Sul. Fit for a king Roger, now married to Márcia, 48, and father of 3 children (Eduardo, 24; Marina, 21; and João, 15), sees similarities with the saga of other groups, pioneers in their time, and consisting of suffering, sacrifice and, above all, of a strong feeling of optimism. Currently, according to Roger, their main satisfaction consists in the group’s capacity to contribute towards the social development of the regions where they operate and the assurance of being on the right track. The soybean farmer believes that an array of difficulties have already been left behind. He maintains that there are still some hurdles that need to be surmounted, whether among commercial, medium or smallscale farmers: crop transportation conditions, the lack of warehousing infrastructure and deficient port facilities. “The farmers have got modernized, the government has not. Nowadays, we are hitting record crop sizes, and we end up penalized”, he regrets. n AmongallBraziliansoybeangrowers,EraíMaggiScheffer,bornin Rio Grande do Sul, is the most outstanding commercial farmer (with chances of being the biggest in the world). Owner of almost 40 farms spread across the State of Mato Grosso, with the support of his family he runs a big enterprise known as Grupo Bom Futuro, based in the capital city Cuiabá. The area devoted to soybeans reaches 230 thousand hectares. Furthermore, the group also invests in other crops, like cotton and corn. Other activities include the production of seed, fish farming, beef cattle (with one of the biggest crop-livestock integration projects in the Country) and the sector of energy. Em grande Divulgação estilo Incentivado pelos pais, José Eduardo Sismeiro, de Goioerê (PR), descobriu na agricultura a via da realização pessoal, através da soja 78 máticos. Somente de soja foram 27 mil sacas. O produto final é todo destinado a cooperativas instaladas no município. Para o andamento dos trabalhos, Sismeiro adquiriu tratores, plantadeiras, autopropelido e montou toda a estrutura que lhe permite produzir com eficiência. A colheita, por sua vez, é terceirizada. Além disso, mantém dois funcionários fixos e contrata outros temporários para os períodos de plantio e de colheita. Na infância, filho caçula de imigrantes portugueses, apresentava indícios de que seria tudo, menos um sojicultor. Antes de iniciar a faculdade de Odontologia, o amor dos pais pela criação de bovinos parecia indicar os caminhos profissionais na vida adulta. “Meus pais criavam gado. Era do que eu gostava mais. Com cinco anos, já ajudava a separar o gado a cavalo e entregava leite em carroça na cidade”, recorda. “Foi uma surpresa eu fazer Odontologia. Todos achavam que faria Medicina Veterinária.” A relação com a soja, no entanto, falou mais alto. Após o casamento em Pirajuí, no Estado de São Paulo, em 1960 seus pais seguiram para Goioerê, a cerca de 500 qui- lômetros da capital paranaense, Curitiba. Pioneiros da região, começaram com um pequeno comércio e, aos poucos, passaram a adquirir pequenos sítios. Depois de investirem na pecuária, ingressaram na sojicultura. Hoje, a soja é o carro-chefe da família de José Eduardo, que também tem um irmão dentista e agricultor e outro médico. Afirma encontrar nesse grão a maior segurança para seguir em frente. “Com riscos menores, boa produtividade e bons preços, como os de agora, podemos prosperar”, comenta. Para o menino que cresceu em meio à soja e depois fez brotar belos sorrisos em seu consultório, a maior satisfação em ser sojicultor é semear e ver a planta se desenvolver. Afinal, para José Eduardo, cada fase é uma vitória e, diante de uma colheita farta, a sensação é indescritível. n Na propriedade de 415 hectares, Sismeiro colhe 27 mil sacas de soja Sílvio Ávila Em Goioerê, município do Centro-Oeste parananese, José Eduardo da Fonseca Sismeiro realiza-se graças ao cultivo de soja. Aos 45 anos, afirma, com orgulho, ser um agricultor apaixonado. Além do amor pela esposa Demeneck Sismeiro e pelos filhos Luis Henrique, de 12 anos; Júlio, de nove; e Felipe, de sete, alimenta carinho todo especial pela lida no campo. A vocação para as práticas agrícolas veio de berço. Cirurgião dentista, formado em 1989 na Universidade de Marília (Unimar), em São Paulo, optou, anos mais tarde, por deixar o consultório e encarar os desafios do campo. “Trabalhei até meados de 2002, quando recebi dos meus pais uma proposta para voltar e atuar na fazenda com eles. Sempre fui muito ligado ao campo, e aceitei prontamente”, conta. Hoje, conduz 415 hectares, no típico perfil de média propriedade destinada à produção de soja e de milho, 90 deles localizados no município de Juranda, também no Paraná. Em 2013, Sismeiro colheu, entre soja, cultivada no verão, e milho, na safrinha, 60 mil sacas, apesar da redução de 20% no milho, devido a problemas cli- 79 style Divulgação In great Inor Ag. Assmann Encouraged by the parents, José Eduardo Sismeiro, based in Goioerê (PR), discovered his personal fulfillment in agriculture, through soybean 80 In Goioerê, municipality in center-western Paraná, José Eduardo da Fonseca Sismeiro is a successful soybean farmer. At the age of 45, he makes no secret of his pride in being a farmer. Besides his love for his wife Marcia Demeneck Sismeiro and sons Luis Henrique, 12; Julio, 9; and Felipe, 7, he is deeply devoted to his work on the farm. His agriculture-oriented vocation comes from the cradle. In 1989, he graduated from Dentist School at the University of Marília (Unimar), in São Paulo. Some years later, he decided to leave his Dentist Office for the challenge of earning a living as a farmer. “I worked until mid-2012, when my parents offered me the opportunity to work with them on the farm. I had always been linked to agriculture and so I readily accepted the offer”, he comments. Currently, he runs a farm of 415 hectares, with a typical profile of a medium commercial business devoted to the production of soybean and corn. 90 hectares of the farm are located in the municipality of Juranda, equally in Paraná. In 2013, Sismeiro harvested a total of 60 thousand sacks of summer soybeans and winter corn. The latter suffered a reduction of 20% because of climate problems. It was 27 thousand sacks of soybean. The final product is delivered to cooperatives based in the municipality. For carrying out the works on the farm, Sismeiro acquired tractors and self-propelled planters and mounted a complete structure that allows him to produce efficiently. He outsources his harvesting operations. For his labor needs, he has two permanent employees and at planting and harvest time he usually hires temporary workforce. In his childhood, the son of Portuguese immigrants, anticipated a zest for different careers in his life, but there were no signs that he would become a soybean farmer. Before starting his college of dentistry, his parents love for raising cattle seemed to anticipate the professional career of his future life. “My parents used to raise cattle. And it was what I loved the most. At the age of five, on horseback, I used to help with separating the animals and deliver milk in town. It was a surprise for me to go into a Dental School. They all thought I would become a veterinarian”. The relationship with soybean, nonetheless, spoke louder. After his marriage in Pirajuí, in the State of São Paulo, in 1960 his parents left for Goioerê, some 500 kilometers from Curitiba, the capital city of Paraná. Pioneers in the region, they started with a small shop and, little by little, they began to acquire some small plots. After investing in livestock operations, they adhered to soybean farming. Now, soybean is the flagship of José Eduardo’s family, who has three brothers: a dentist, a farmer and a doctor. He has it that the cereal represents a very safe way of going ahead. “With smaller risks, good yields and attractive prices, like the present ones, we have it all to prosper”, he comments. For a boy who was brought up amid soybean fields and, after this, restored good smiles in his Dentist Office, the greatest satisfaction in being a soybean farmer consists in seeding the crop and watching it developing. After all, to José Eduardo, every different phase is a victory and, in light of a lush harvest, the feeling is indescribable. n In his 415-hectare farm, Sismeiro harvests 27 sacks of soy 81 Vem de Fotos: Divulgação berço Após herdar do pai os conhecimentos como sojicultor, Celso Dallanora hoje vê a sua propriedade prosperar com os ensinamentos do filho 82 Na trajetória de vida de Celso Dallanora, 61 anos, a história dos antepassados permanece viva. Diante de suas lavouras de soja, estabelecidas no município de Tapera, no Noroeste do Rio Grande do Sul, é impossível não lembrar dos esforços de pais, avós e bisavós. A partir das ações deles, hoje o produtor colhe dias melhores e promissores ao lado de toda a família, mas principalmente na companhia do filho Afonso Dallanora, 31 anos, que semeou as terras com conhecimento e muita esperança. A história iniciou-se em 1905, quando os bisavós mudaram-se de Nova Palma, também em solo gaúcho, para Tapera. Naquele ano foi adquirido o primeiro lote de terras, que passa de geração para geração. “Naquela época era explorada a madeira e se plantava apenas produtos para a subsistência da família. Por volta de 1930 começamos o cultivo da mandioca. E mais ou menos nos anos de 1950 iniciamos o cultivo do trigo”, conta Celso. Na década seguinte, de 1960, começaram a surgir, na região, áreas com o plantio de soja. Segundo o produtor, no início tudo era realizado de forma manual ou com o auxílio de juntas de bois. “Plantava-se a soja em meio à cultura do milho. Quando estava pronta para colher, era arrancada ou colhida com foices, levada para dentro do galpão e trilhada com o auxílio de trilhadeiras”, recorda. Aos 13 anos, em 1965, quando o pai adquiriu o primeiro trator, em sociedade com dois vizinhos, Celso passou a trabalhar na lavoura, cujo plantio chegava a 25 hectares. “A terra era toda preparada. Tinha de lavrar e gradear para depois plantar. Trabalhei Capricho noites inteiras sem dormir para dar conta do serviço. Colhia-se na época em torno de 900 quilos por hectare”, recorda. Mais tarde, em 1976, o sojicultor casou-se com Silvina Maria Dallanora, 61 anos, companheira que não mediu esforços para ajudar na lida do campo. Da união, nasceram os filhos. Atualmente, em Chapecó (SC), Djane Dallanora, 35 anos, estudou na Escola Agrotécnica Federal de Sertão (EAFS), formou-se em Medicina Veterinária na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), realizou mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e especialização em suinocultura. Já Afonso também estudou na Escola Agrotécnica Federal de Sertão (EAFS), concluindo o curso em 2000. Antes disso, porém, o apreço pela agricultura, aliado à Para o bom andamento da safra, Celso e Afonso Dallanora utilizam alta tecnologia, associada a boa adubação de base, inoculação e tratamento completo na semente; e adubação foliar, com controle eficiente de pragas e doenças. No ciclo 2012/13, mesmo com estiagem de 36 dias, conseguiram colher, em média, 56 sacas por hectare. Celso e Afonso também realizam rotação de culturas, fazendo com que 15% da área seja destinada ao milho, todos os anos. No inverno, 35% da área é plantada com trigo, 10% com aveia branca, direcionada à alimentação do gado, e o restante com aveia uti- vontade de auxiliar o pai, fez com que passasse a administrar a propriedade em 1994. A partir desse ano, o plantio direto e novas alternativas foram implantadas. Com a sequência de trocas de máquinas e a adoção de novas tecnologias, Celso e Afonso começaram a desenhar caminhos de prosperidade. Hoje, tratores, semeadeira e colheitadeira auxiliam no cuidados dos 130 hectares de soja cultivados, sendo 80 deles próprios e os outros 50 arrendados. n Em Tapera (RS), a família Dallanora administra 130 hectares com soja lizada na cobertura de solo para o plantio direto do ano seguinte. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas para expansão da propriedade, Celso sente-se feliz como sojicultor. “Graças à soja, tenho uma vida confortável e consegui criar e dar estudo a minha família. Vibro cada vez que melhoramos a produtividade e conseguimos investir na propriedade”, ressalta. Para a família Dallanora, a soja é o carro-chefe da propriedade. Mesmo assim, com um olho na renda extra e na diversificação, o grupo encontra tempo para a criação de suínos e de uma pequena quantia de gado confinado, para a produção de vinho colonial e para manter um restaurante, que integra a rota turística da cidade. 83 cradle From the After inheriting from his father the skills of a soybean grower, Celso Dallanora now watches his farm thriving in the hands of his son In the trajectory of 61-year old Celso Dallanora’s life, the history of the ancestors is still there. In front of his soybean fields, established in Tapera, a municipality in Northwestern Rio Grande do Sul, you can’t help remembering the efforts of his parents, grandparents and great grandparents. Starting from their hard work, now the farmer is reaping better and more promising results along with his entire family, but particularly in the company of his son Afonso Dallanora, 31 years old, who now cultivates the land with much effort and hope. The saga started in 1905, when the great grandparents left Nova Palma, also in Rio Grande do Sul, for Tapera. Back then, they acquired the first area of land, which has been passed down from generation to generation. At that time, timber was explored and subsistence crops were cultivated. In the 1930s we started growing cassava. And in the 1950s we began to grow wheat”, Celso recalls. In the following decade, the 1960s, the first soybean plots could be seen around the region. According to the farmer, in those early times everything was done manually and with the help of draft animals. Corn was intercropped with soybean. Once ready to harvest, In Tapera (RS), the Dallanora family devote 130 hectares to soybean 84 the latter was plucked or cut with bush hooks, taken into the barn and threshed”, he recalls. At the age of 13, in 1965, when his father bought the first tractor, jointly with two neighbors, Celso began to work on the farm, with plantings amounting to 25 hectares. “The land had to be prepared, including plowing and disking before planting started. To cope with all this work, I sometimes worked through the night. At that time, productivity rates remained at 900 kilograms per hectare”, he says. Some years later, in 1976, the soy farmer married Silvina Maria Dallanora, 61, a companion that spared no efforts to help with all farm chores. They had two children, Djane and Afonso. Currently, living in Chapecó (SC), Djane Dallanora, 35, studied at the Federal Agri-Technical School in Sertão (EAFS), she got a degree in Veterinary Medicine from the Meticulous work Federal University of Santa Maria (UFSM), and a Master’s and Doctoral degree from the Federal University of Rio Grande do Sul (Ufrgs) and specialization in pig farming. Afonso also studied at the Federal AgriTechnical School in Sertão (EAFS), concluding his course in 2000. Before this, however, his interest in agriculture, along with his desire to help his father, induced him to administrate the farm in 1994. From that time onward, direct planting and new technologies were implemented. With a series of machine changes, along with the introduction of new technologies, Celso and Afonso began to design their path to success. Tractors, planters and harvesters are now major tools in the 130 hectares devoted to soybean, of which, 80 hectares belong to them and 50 are cultivated under lease agreement. n For the crop to unfold properly, Celso and Afonso Dallanora utilize high technology, associated with appropriate base fertilization, inoculation and thorough seed treatment; and foliar fertilization, followed by efficient pest and disease control. In the 2012/13 growing season, in spite of a 36-day drought, they harvested 56 sacks per hectare, on average. Celso and Afonso also do crop rotation, with 15% of the area devoted to corn, every year. In winter, 35% of the area is devoted to wheat, 10% to oats, destined for livestock forage, and the remainder is cultivated with oats as cover crop, followed by direct planting in the next season. Despite all difficulties faced by their farm expansion moves, Celso feels satisfied as soybean farmer. “Thanks to soybean I lead a comfortable life and I managed to brought up my family and provide my children with schooling. I always get excited when we manage to improve the productivity rates and make investments in the farm”, he emphasizes. Soybean is the flagship crop at the Dallanoras farm. Even so, with an eye towards extra income, they find time to raise hogs and a small number of confined head of cattle. They also make country wine and run a restaurant that is part of the town’s tourist trail. Seu portal para fazer negócios com o Brasil! www.brasilglobalnet.gov.br Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras; Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior; Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior; Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011; Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria pesada e megaeventos esportivos. Ministério das Relações Exteriores Subsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial Departamento de Promoção Comercial e Investimentos fina Referência na produção de arroz, o município de Cachoeira do Sul (RS) começa a sentir os reflexos positivos do cultivo de soja em sua economia As histórias de sucesso construídas a partir da soja agregam, ano a ano, mais apaixonados. Junto aos produtores, em toda a safra técnicos visualizam resultados bastante promissores ou até mesmo novas tentativas de inserção da cultura. Tudo isso acontece nas mais diversas regiões dos quatro cantos do Brasil. Em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, a experiência inovadora com a oleaginosa só trouxe bons resultados. O município, de pouco mais de 85 mil habitantes, é reconhecido como a Capital Nacional do Arroz. É lá, inclusive, que ocorre a Feira Nacional do Arroz (Fenarroz). Além disso, também se destaca como grande produtor de noz-pecã. Apesar da satisfação com essas atividades, Cachoeira do Sul recebe, com otimismo, as experiências com soja. Na segunda quinzena de agosto de 2013, por exemplo, foi realizado o 1º Encontro Mais Soja de Cachoeira do Sul, onde empresas voltadas ao setor agrícola e produtores debateram o tema Construindo Produtividade. De acordo com Jerson Santos, assistente técnico rural, a ideia é criar o Grupo da Soja. Além de um próximo encontro, O município cultivou 127 mil hectares de soja na temporada 2012/13 86 Robispierre Giuliani Mistura agendado para dezembro de 2013, deve ser realizada uma viagem à Argentina, em janeiro de 2014, com o objetivo de conhecer as lavouras do país vizinho. Os números, por sua vez, demonstram a evolução positiva do cultivo da oleaginosa em território cachoeirense. Segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar), nas últimas quatro safras foi registrado aumento de 154% na área plantada com soja em Cachoeira do Sul. No ciclo 1999/2000, haviam sido semeados 18,5 mil hectares. Já na temporada 2009/10, as lavouras desse grão já somavam 50 mil hectares. O salto foi ainda maior na fase 2012/13, quando foram registrados 127 mil hectares. O rendimento médio das lavouras igualmente tem se revelado bastante satisfatório. No município, na safra 2011/12 foram colhidos em torno de 2.580 quilos de soja por hectare. Na etapa seguinte, a produtividade já era de 2.281 kg/ha. Nos mesmos períodos, respectivamente, o Rio Grande do Sul registrou médias de 1.445 kg/ha e 2.707 kg/ha. Os índices são apenas alguns dos motivos que levam os cachoeirenses a acreditar na oleaginosa. Aos poucos, a cultura se tornou a melhor alternativa de renda para os produtores. Muitos já plantam em áreas de várzea, onde apenas o arroz marcava presença, sinalizando mais uma transformação motivada pela sojicultura em solo nacional. n Reference in the production of rice, the municipality of Cachoeira do Sul (RS) is coming to grips with the positive reflections of soybean on its economy Diversification The success stories built upon soybean, year after year, attract more aficionados. Along with the producers, technicians are spotting rather promising results, or even new attempts to insert the crop into this scenario. This is what is happening in the most remote regions in the four corners of the Country. In Cachoeira do Sul, State of Rio Grande do Sul, the innovative experience with the oilseed yielded good results. The municipality of little more than 85 thousand people is acknowledged as the National Rice Capital. It is also the venue for the National Rice Exhibition (Fenarroz). Furthermore, it equally stands out as a relevant producer of pecan nuts. Although being satisfied with these activities, Cachoeira do Sul is viewing with satisfaction the experiences with soybean crops. In the second half of August 2013, for example, the first ‘More Soybean’ meeting was held in Cachoeira do Sul, where companies geared towards the agricultural sector and farmers debated about the theme Building Productivity. According to Jerson Santos, rural technical assistant, the idea is to create a Soybean Group. Besides another meeting, scheduled for December 2013, a trip to Argentina, in January 2014, is also on the agenda. The goal is to visit soybean fields in the neighboring country. The numbers, in turn, attest to the positive evolution of the oilseed in the territory of Cachoeira. According to data furnished by the Rural Extension and Technical Assistance Corporation (Emater/RS-Ascar), over the past four crop years the area planted with soybean increased by 154%, in Cachoeira do Sul. In the 1999/2000 growing season, only 18.5 thousand hectares had been devoted to soybean, while in the 2009/10 cycle, it was 50 thousand hectares. There was even a bigger leap in the 2012/13 crop year, when the hectares jumped to 127 thousand. Average yields of the soybean fields have also been very satisfactory. In the 2011/12 growing season, yields in the municipality reached about 2,580 kilograms per hectare. In the following cycle, productivity reached 2.281 kg/ha. In the same periods, respectively, the State of Rio Grande do Sul registered averages of 1,445 kg/ha and 2,707 kg/ha. These indices are just some reasons that have convinced the people in Cachoeira to bet on the oilseed. Little by little, the crop turned out to be the best alternative source of income for the farmers. Many of them have already started seeding soy in meadowlands, where only rice used to be present, signaling just one more transformation triggered by soybean in our national territory. n The municipality devoted 127 thousand hectares to soybean in 2012/13 87 massa Fermento na Inor Ag. Assmann Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14 supera os anteriores em abrangência e recursos ofertados, o que interessa diretamente à soja MÃO NO BOLSO • Hand in the pocket Evolução do financiamento rural agricultura empresarial EM R$ BILHÕES Safra 2011/12 2012/132013/14 Recursos programados 107,2 115,3 136,0 Recursos aplicados 93,5 115,5 9,5 * * Em julho de 2013, primeiro mês do PAP 2013/2014. Fonte: Mapa. 88 Os produtores brasileiros estão mais tranquilos desde que foi apresentado o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14. Este é, ao que tudo indica, o plano mais abrangente e de maior volume de recursos já lançado no Brasil. O valor total programado para a nova safra é de R$ 136 bilhões, 18% a mais do que o ofertado no período anterior, que se encerrou no dia 30 de junho de 2013. Dos recursos previstos, R$ 97,6 bilhões estarão disponíveis para o financiamento de custeio e de comercialização e R$ 38,4 bilhões para os programas de investimento, com acréscimos de 9,8% e de 46%, respectivamente. O anúncio do PAP foi feito em junho de 2013 pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. Do aporte total de valores, R$ 115,6 bilhões terão taxas de juros controlados, com aumento de 23% sobre os R$ 93,9 bilhões previstos no período 2012/13. A taxa de juros anual média foi estipulada em 5,5%, mas os percentuais são menores para algumas modalidades. Por exemplo, para os investimentos em irrigação e armazenagem, serão aplicados juros de 3,5% ao ano e de 4,5% para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). A renda bruta anual para se enquadrar no Pronamp passou de R$ 800 mil, com rebates de até 50%, para R$ 1,6 milhão, sem rebates. Também o limite do custeio por produtor teve aumento de 25%. O valor para custeio foi limitado em até R$ 1 milhão por safra e de até R$ 2 milhões para comercialização. Já para o médio produtor, ficou estabelecido valor de até R$ 600 mil para o custeio e de até R$ 350 mil para investimento. O PAP 2013/14 ainda propõe a liberação de recursos para outros programas, como os destinados a cooperativas e os voltados ao desenvolvimento sustentável. Mas o que mais parece ter agradado o setor agropecuário brasileiro, além dos juros baixos e do aumento de recursos disponíveis para a safra atual, foi a atenção dada aos problemas relacionados à logística e à infraestrutura. O governo federal vai disponibilizar R$ 25 bilhões para a construção de novos armazéns privados no País nos próximos cinco anos – sendo R$ 5 bilhões na temporada 2013/14. O prazo será de até 15 anos para pagamento. Além disso, serão investidos mais de R$ 500 milhões para modernizar e dobrar a capacidade de armazenagem da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Através do Programa de Sustentação de Investimento (PSI-BK), para financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas, serão R$ 6 bilhões, enquanto para a agricultura irrigada estarão reservados R$ 400 milhões. n Hora de guardar Na avaliação de Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), o volume de recursos alocado está ajustado à necessidade de investimento para compensar o atual déficit de armazenagem no País. O setor também enfrenta custos altos para transportar a safra. Isso deverá estimular a contratação de financiamentos para armazenagem, principalmente por cooperativas, cerealistas e produtores de maior porte. “Normalmente, as agências bancárias dificultam mais a liberação de recursos para os projetos de armazéns do que para a compra de máquinas”, observa. De maneira geral, a sojicultura se mostra satisfeita com PAP 2013/14, que incorporou muitos dos pleitos apresentados. Vão estar disponíveis R$ 136 bilhões, a juros de até 3,5% ao ano 89 Leaven in Inor Ag. Assmann dough Agriculture and Livestock Plan (PAP) 2013/2014 outstrips the others in scope and resources, directly benefiting soybean farmers The Agriculture and Livestock Plan (PAP) has come as a relief for Brazil’s soybean farmers. There is every indication that this is the most comprehensive plan ever launched in Brazil, and offers the largest amount of resources. The total value geared towards the new crop amounts to R$ 136 billion, up 18% from the grants offered in the previous period, which came to a close on 30th June 2013. Of the total amount of resources, R$ 97.6 billion will be available for financing production costs and trade expenses, while R$ 38.4 billion are for investment programs, up 9.8% and 46%, respectively. PAP’s announcement was made in June 2013 by president Dilma Rousseff and by the minister of Agriculture, Livestock and Food Supply, Antônio Andrade. Of the total grant, R$ 115.6 will be under controlled interest rates, with an increase of A Grant of R$ 136 billion will be available, at a 3.5-percent interest rate a year 90 23% over the R$ 93,9 billion scheduled for the 2012/13 growing season. The average annual tax rate was set at 5.5%, but for some modalities there are smaller percentages. For example, for investments in irrigation and warehousing, interest rates amount to 3.5 percent a year and 4.5 percent for the National Program to Support the MediumSized Rural Producer (Pronamp). To fit into the Pronamp category, the annual gross income must remain at or below R$ 800 thousand, with discounts of up to 50 percent, for R$ 1.6 million, without discounts. Production cost grants per producer soared 25%. Production cost financing was limited to R$ 1 million per crop year and to R$ 2 million for trading purposes. As for the medium-sized farmers, production cost financ- Time to stor ing was limited to R$ 600 thousand, and R$ 350 thousand for investments. The 2013/2014 PAP also proposes the liberation of resources for other programs, like cooperatives and initiatives focused on sustainable production. But what seems to have pleased the farmers the most, besides the low interest rates and the bigger amounts of available resources, was the attention bestowed on problems related to infrastructure and logistics. Federal resources towards the construction of private warehouses across the Country, over the next five years, will reach R$ 25 billion, of which, R$ 5 billion for the 2013/14 growing season. There will be a 15-year loan repayment timeline. Other investments include R$ 500 million for modernizing and doubling the warehousing capacity of the National Supply Company (Conab). Through the Investment Sustenance Plan (PSI-BK), for financing agricultural machinery and equipment, there will be R$ 6 billion available, while for irrigated agriculture, the amount available is R$ 400 million. n E Glauber Silveira, president of the Brazilian Association of Soybean Farmers (Aprosoja Brasil), understands that the volume of resources is in line with the investment needs to make up for the present warehousing deficit in Brazil. The sector is also dealing with high expenses for transporting the crop. This is likely to prompt investments in warehousing facilities, especially by cooperatives, cereal dealers and commercial farmers. “As a rule, banks are reluctant in liberating resources for warehousing projects, rather than for agricultural machinery, he observes. In general, soy farming operations are satisfied with the PAP 2013/2014, which incorporated several claims. Robispierre Giuliani Sónecessári o o Volume de soja processada regrediu 2,77% no ano comercial 2012/13, em virtude da menor oferta do grão e da forte incidência de tributos A indústria processadora de soja do Brasil tem atuado abaixo do seu potencial transformador, utilizando apenas 67% capacidade das suas unidades ativas em 2012. O volume de soja esmagado entre fevereiro de 2012 e janeiro de 2013 somou 36,229 milhões de toneladas do grão, 2,77% a menos do que no período anterior. Os números são levantados pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e representam 86% do setor. A receita total do ano comercial 2012/13 foi estimada em R$ 46 bilhões. Deste total, R$ 17 bilhões foram obtidos na exportação e R$ 29 bilhões no mercado interno. “Um dos fatores que contribuiu para Receita da transformação deve ser de R$ 46 bilhões no ciclo 2012/13 Participação menor diminuir o volume processado de soja foi a quebra na temporada 2012/13, que levou à redução da oferta de matéria-prima”, aponta Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove. Mas a política tributária tem sido um dos principais entraves enfrentados pelo segmento industrial. Conforme Amaral, tanto na esfera federal quanto na estadual há incentivos para a exportação de matéria-prima, em detrimento da agregação interna de valor e da geração local de empregos. “O desequilíbrio tributário se dá via acúmulo de créditos de Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)”, explica. Porém, na avaliação de Amaral, a incidência de impostos sobre a circulação da soja entre as unidades da Federação, que impede a movimentação da matéria-prima, mantém-se sem perspectiva de solução. O mesmo ocorre com a Contribuição Social Rural, que onera exclu- Para o ano comercial 2013/14, a Abiove projeta que o processamento de soja deverá atingir a 36,7 milhões de toneladas de grão, 1,29% a mais do que na temporada anterior. Caso se concretize, esse volume vai representar 45% do total da produção de soja nacional, projetada em 81,6 milhões de toneladas para o ciclo 2012/13. No entanto, justamente nesse período 2012/13 a participação do processamento é de 53%. De outra parte, a projeção dos envios do grão para o mercado externo é de 39,5 milhões de toneladas na etapa 2013/14. 92 sivamente as aquisições de soja pela indústria e cria desvantagens frente ao produto exportado in natura. O desempenho da indústria tem evoluído a taxas modestas. “Se analisarmos os últimos 10 anos, notaremos que a taxa média de aumento das exportações foi de 8,5%, três vezes maior do que a taxa de crescimento do processamento, de 2,7%”, compara o economista. E complementa: uma vez que a política de tributos incentiva a exportação do grão de soja, a produção da indústria acompanha o crescimento da demanda interna. De acordo com a Abiove, na temporada 2012/13 o volume de soja em grão exportado totalizou 31,905 milhões de toneladas, contra 33,789 milhões de toneladas no período anterior. n 93 Robispierre Giuliani Only what Volume of processed soybean dropped 2.77% in the 2012/13 commercial year, by virtue of smaller grain supplies and heavy tax burdens The soybean processing industry in Brazil has been operating below its processing potential, utilizing only 67% of the capacity of its acting units in 2012. The volume of crushed soybean from February 2012 to January 94 2013 reached 36.229 million tons. The figures come from the Brazilian Association of Vegetable Oil Industries (Abiove) and represent 86% of the sector. Total revenue of the 2012/13 commercial year was esti- mated at R$ 46 billion. Of this total, R$ 17 billion were derived from exports, and R$ 29 billion from the domestic market. “One of the factors that contributed towards reducing the volume of processed soybean was the smaller-than-expected crop in the 2012/13 growing season, which resulted into a decrease in the supply of raw material”, says Daniel Furlan Amaral, economy manager at Abiove. The real hurdle has been the tax burden faced by the industrial segment. According to Amaral, both at federal and state level there is much incentive towards shipping raw material abroad, to the detriment of creating jobs and adding value is needed down the line in the domestic scenario. “The taxation imbalance results from the accumulation of credits of the Social Integration Program (PIS), Contribution for the Financing of Social Security (Cofins) and State Value Added Tax (ICMS)”, he explains. However, in Amaral’s view, the incidence of ICMS taxes on soybean that is transported across the states in Brazil, which is a real obstacle for the cereal to be moved from one place to the other, is a problem with no solution in sight. The same holds true for the Social Rural Contribution, which exclusively puts an extra burden on soy acquisitions by the industries and gives rise to advantages in light of raw soybean exports. The performance of the industry has been moving slowly. “If we analyze the past 10 years, we will ascertain that, on average, exports have been soaring 8.5% a year, three times as much as the 2.7-percent growth in processing, the economist comments. And Revenue from industrial transformation should reach R$ 46 billion in the 2012/13 cycle he adds: as the taxation policy encourages raw soybean exports, the performance of the industry keeps pace with domestic demand. Sources from Abiove refer to exports of 31.905 million tons of soybeans in the 2012/13 growing season, against 33.789 million tons in the previous period. n Smaller share For the 2013/14 commercial year, Abiove projects at 36.7 million tons the amount of soybean to be processed, up 1.29% from the previous period. Should it materialize, this volume will represent 45% of the entire national crop, projected at 81.6 million tons for the 2012/13 crop year. Nevertheless, exactly during the 2012/13 period, the share in processing is 53%. On the other hand, the projection for shipments abroad is 39.5 million tons in the 2013/14 growing season. 95 Robispierre Giuliani Pela primeira vez, o volume de soja em grão estimado para o processamento interno será superado pelo que se destina à exportação Mudou tudo 96 A colheita recorde, estimada em mais de 80 milhões de toneladas de soja para a safra 2012/13, é motivo de comemoração, principalmente entre os produtores. No entanto, o desempenho da indústria processadora do grão não deverá ser motivo de celebração no ano comercial que vai de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. Pela primeira vez, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), desde sua fundação, em 1981, divulgou projeções nas quais as exportações de soja em grão ultrapassaram o consumo da indústria. O envio de soja em grão para o mercado externo deve atingir a 39,5 milhões de toneladas na temporada 2013/14, volume superior às 31,905 milhões de toneladas embarcadas no ciclo anterior, de acordo com a Abiove. Caso se confirme, esse volume exportado será maior do que o ofertado para esmagamento do grão no Brasil, projetado em 36,7 milhões de toneladas no atual ano comercial. Porém, o resultado será superior às 36,229 milhões de toneladas de grão beneficiadas na etapa 2012/13. O segmento industrial é responsável pela produção de farelo e de óleo de soja para abastecer os mercados interno e externo. No entanto, tem perdido competitividade frente aos principais países concorrentes, em decorrência da alta tributação que a atividade tem enfrentado no País. A oferta de farelo de soja no mercado interno garante a produção de carnes de frango e de suínos; já o óleo de soja é destinado à alimentação, a biocombustíveis e à indústria química. A previsão da Abiove é de que sejam produzidas 27,9 milhões de toneladas de farelo de soja na temporada 2013/14, contra 27,606 milhões de toneladas na fase antecedente. Os números de exportação do farelo devem chegar a 13,8 milhões, superando as 13,758 milhões de toneladas fabricadas na etapa 2012/13. A expectativa é totalizar receita de US$ 6,21 bilhões com os embarques de farelo. O consumo interno do produto deve atingir a 14 milhões de toneladas no ano em curso, praticamente a mesma quantidade do período anterior. Para o óleo de soja, a produção deve ser de 7 milhões de toneladas. Na temporada 2012/13, este número foi de 6,97 milhões de toneladas. O consumo interno do óleo também deve subir, de 5,413 milhões de toneladas para 5,5 milhões de toneladas. No entanto, as exportações tendem a diminuir, de 1,676 milhão de toneladas para 1,5 milhão de toneladas. A perspectiva é de que seja alcançada receita da ordem de US$ 1,545 bilhão com o volume enviado para fora do País. n Produção de farelo e óleo de soja não corresponde à oferta recorde de grão Distribuição O Brasil exporta farelo e óleo de soja para várias partes do mundo. Em 2012, o primeiro desses produtos foi enviado para 38 países, e o segundo para 48 nações. Os principais importadores de farelo foram Holanda, França, Alemanha, Tailândia, Coreia do Sul, Irã, Itália, Eslovênia e Espanha. Já o óleo seguiu para a China, Índia, Irã, Argélia, Bangladesh, Cuba, França, Hong Kong, Malásia e Emirados Árabes Unidos, entre outros. 97 Everything has Inor Ag. Assmann changed 98 For the first time, the volume of soybean grain destined for the domestic processing facilities will be outstripped by the volume to be shipped abroad The record soybean crop, estimated at 80 million tons for the 2012/13 growing season, is reason for celebration, especially among the farmers. Nevertheless, the performance of the grain processing industry is poised to offer little reason for celebration in the commercial year that extends from February 2013 to January 2014. For the first time, the Brazilian Association of Vegetable Oil Industries (Abiove), since its foundation, in 1981, released projections in which soybean exports outstripped the amounts needed by the domestic industry. The shipments of raw soybean to the foreign markets are estimated to reach 39.5 million tons in the 2013/14 cycle, volume superior to the 31,905 million shipped abroad in the previous season, Abiove sources said. Should this volume materialize, the volume to be shipped abroad will surpass the amount of grains to be crushed by the domestic industry, projected at 36.7 million tons in this commercial year. However, the result will be superior to the 36.229 million tons of grains processed in the 2012/13 crop year. The industrial segment is responsible for the production of soybean meal and soybean oil for the markets at home and abroad. The problem is, the segment has lost competitiveness against most major competitor countries, as a result of the heavy tax burden levied on this industry in Brazil. Soybean meal in the domestic market is in great demand because it is a major ingredient in chicken and pig feed; soybean oil is destined for food, biofuel and chemical industries. Abiove officials are projecting the production of 27.9 million tons of soybean meal in the 2013/14 growing season, against 27.606 million tons in the previous year. Soybean meal shipments abroad are estimated to amount to 13.8 million, up slightly from the 13.758 million tons produced tine 2012/13 commercial year. The expectation is for the soybean shipments to bring in revenue of US$ 6.21 billion. Domestic consumption of the product should reach 14 million tons in the current year, almost on a par with the previous year. As for soybean oil, production should reach 7 million tons. In the 2012/13 season, this number remained at 6.97 million tons. Domestic consumption of oil is also projected to soar, from 5.413 million tons to 5.5 million tons. Nonetheless, exports tend to drop from 1.676 million tons to 1.5 million tons. The perspective is for revenues of US$ 1.545 billion from the volume shipped abroad. n Production of meal and oil are not on a par with the record grain supply Distribution Brazil exports soybean oil and meal to several countries around the world. In 2012, the latter was shipped to 38 countries and the former, to 48 nations. Major importers of soybean meal are Holland, France, Germany, Thailand, South Korea, Iran, Italy, Slovenia and Spain. Soybean oil was shipped to China, India, Iran, Algeria, Bangladesh, Cuba, France, Hong Kong, Malaysia, the United Arab Emirates, among others. BENEFICIAMENTO • Processing Produção de subprodutos da soja (em mil t) Ano comer. (fev-jan) Grão processado Farelo Óleo 2011/12 37.26428.3207.341 2012/13 36.22927.606 6.970 2013/14* 36.70027.9007.050 * Previsão - Fonte: Abiove (Coordenadoria de Economia e Estatística) Atualizado em 31/07/2013. 99 Diante da capacidade para produzir até 7 bilhões de litros de biodiesel em 2012, o setor reivindica que a mistura obrigatória passe a ser de 7% sobra Energia de Se o ritmo de crescimento registrado no primeiro semestre de 2013 for mantido, o Brasil deverá finalizar o ano com produção recorde de biodiesel. O volume atingiu a 1,4 bilhão de litros entre janeiro e junho de 2013, com aumento de 12,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado foi divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que mantém atualizadas as informações de mercado do produto em seu site. A elaboração anual de biodiesel tem sido crescente, evoluindo de 1,1 bilhão de litros em 2008 para 2,7 bilhões de litros em 2012. O percentual de mistura obrigatória de biodisel ao diesel também passou de 2% (2005 a 2008) para 3% (2008), 4% (2009) e, por fim, 5% (de 2010 aos dias atuais). No Brasil, operam 69 plantas produtoras de biodiesel com a autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De acordo com essa entidade, a capacidade de produção insta- Em 2012, as usinas elaboraram 2,7 bilhões de litros do biocombustível 100 lada é superior a 7 bilhões de litros por ano, ou seja, mais do que o dobro do volume de 2,7 bilhões de litros consumidos em 2012. Atualmente, o setor defende que a mistura do biodiesel seja imediatamente aumentada para 7% e, na sequência, para 10% e 20%. O acréscimo estava sendo avaliado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “Devemos caminhar para isso brevemente”, afirmou Florival Carvalho, diretor da ANP no 2º Encontro IBEF (Instituto Brasileiro de Executivos Finaceiros) de Combustíveis, realizado em 30 de agosto de 2013 no Rio de Janeiro. No evento, Carvalho lembrou que a indústria do biocombustível acreditou e investiu no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). “Hoje, está com mais da metade da capacidade ociosa”, lamentou. A qualidade do produto brasileiro foi destacada pelo presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Erasmo Battistella. “O biodiesel nacional já começa a ser exportado para a Europa”, relatou. Além disso, segundo ele, o setor produtivo passa a fomentar o modal ferroviário de transporte, com pelo menos uma usina utilizando trens para a distribuição do produto e outra em vias de adotar o sistema. “Falta de parte do governo a decisão política de limpar ainda mais a matriz energética brasileira, aumentando a mistura de biodiesel no diesel”, opina Battistella. Em seu entender, a medida contribuirá para que o País consiga diminuir a importação do combustível fóssil e, assim, melhorar a qualidade do ar, reduzindo internações hospitalares e ampliando a inclusão social da agricultura familiar no fornecimento de matéria-prima para o biodiesel. n COMPOSIÇÃO• Composition Produção de biodiesel por matéria-prima (m³) Matéria-prima 200820092010201120122013 Óleo de soja 801.320 1.250.577 1.960.822 2.152.298 2.042.730 1.037.156 Sebo bovino 206.966258.035327.074357.664469.215268.197 Óleo de algodão 18.353 59.631 57.458 84.711 123.325 30.481 Outras 140.48940.20641.08678.088 83.68363.127 Total 1.167.128 1.608.448 2.386.438 2.672.760 2.718.954 1.398.962 Fonte/Elaboração: ANP/ABIOVE – Coordenadoria de Economia e Estatística Nota: Dados disponíveis até junho de 2013. Fontes O óleo de soja continua ganhando espaço como fonte para a produção de biodiesel. Nos primeiros seis meses de 2013, a participação do derivado do grão foi de 74% na fabricação do biocombustível, seguido do sebo bovino (19%) e do óleo de algodão (2%). As demais matérias-primas responderam por 5% do biodiesel produzido, com destaque para o óleo de fritura, que representa mais de 1% de toda a produção nacional. Energy to In light of the capacity to produce 7 billion liters of biodiesel in 2012, the sector is suggesting a 7-percent mandatory mixture If the growth rhythm registered in the first half of 2013 holds true, by year’s end, Brazil should have the biggest production of biodiesel ever. The volume reached 1.4 billion liters January through June 2013, up 12.9% from the previous period. The result was released by the Brazilian Association of Vegetable Oil Industries (Abiove), whose website features an “Updated Figures” page. Annual production of biodiesel has been soaring from 1.1 billion liters in 2008 to 2.7 billion in 2012. The mandatory percentage of mixture of biodiesel with common diesel has also progressed from 2% (2005 to 2008) to 3% (2008), 4% (2009) and, finally, 5% (as of 2010). In Brazil, there are 69 biodiesel producing plants in operation, all working under a special permit from the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP). According to this entity, the installed production capacity surpasses 7 billion liters a year, spare that is to say, more than twice the volume of 2.7 billion liters consumed in 2012. For the moment, the sector is advocating a 7-percent mixture, which, in the sequence should be raised to 10% and 20%. The suggestion is now being evaluated by the National Council for Energy Policy (CNPE). “We are poised to proceed towards this end before long”, said Florival Carvalho, director at ANP, in the 2nd IBEF Meeting (Brazilian Institute for Finance Executives) on Biofuels, held in Rio de Janeiro on 30th August, 2013. At the event, Carvalho recalled that the biofuel industry believed and invested in Brazil’s Biodiesel Production and Use Program (PNPB). “Now, there is a 50-percent idle capacity”, he regretted. The quality of the Brazilian product was highlighted by the president of the Brazilian Association of Biodiesel Producers (Aprobio), Erasmo Battistella. “Our national biodiesel is already being shipped to Europe”, he recalled. Furthermore, according to him, the productive sector is beginning to foster the railway transportation system, with at least one mill resorting to trains for the distribution of its product, and another one now about to utilize the same system. “There is still need for the government to implement policies focused on cleaning even further the Brazilian energy matrix, increasing the proportions of the biodiesel mixture”, Battistela maintains. He understands that the move will lend its contribution for the Country to reduce its fossil fuel imports and, therefore, improve the quality of the air, reducing the number of people that need hospital care and expanding the social inclusion of family farmers that supply the mills with the raw material for biodiesel. n In 2012, the mills produced 2.7 billion liters of biofuel Sources Soybean oil continues gaining ground as a source for the production of biodiesel. Over the first six months in 2013, the share of the derivative of the grain in the production of the biofuel reached 74%, followed by bovine tallow (19%) and cotton oil (2%). All other raw materials accounted for 5% of the biodiesel, where the highlight was used cooking oil, which represents upwards of 1% of the entire national production. 101 Plante soja BRS Garantia da qualidade genética Embrapa Quando você encontra a marca BRS já sabe que ali está todo o conhecimento de uma empresa respeitada e reconhecida. As sementes com genética Embrapa são testadas e adaptadas aos diversos ecossistemas brasileiros. Ao colocar no mercado diferentes tecnologias, convencional ou transgênica, a Embrapa reafirma sua preocupação com o manejo sustentável e o sucesso contínuo da produção, destacando sua liderança no mercado de soja convencional. Embrapa Produtos e Mercado www.embrapa.br/cultivares Cultivares Convencionais BRS 361 Excelente potencial produtivo, precocidade e crescimento indeterminado MS, GO, SP, MG: 105-118 dias BRS 8381 Recordes de produtividade para o Mato Grosso. Estabilidade e resistência ao M. javanica MT, GO, MG, BA, DF: 112-130 dias BRSMG 725S Produtividade e resistência ao acamamento. Permite a safrinha e tolera as chuvas na colheita MT, MG, GO, DF: 100-125 dias BRSGO 7960 Cultivares Transgênicas BRSGO 6955 RR Superprecoce, permitindo a safrinha para milho e algodão MS, GO, MG: 104 dias BRS 360 RR Elevada produtividade com melhor desempenho em áreas abaixo de 600 m MS, PR: 118-126 dias BRS 8180 RR Alta produtividade, permitindo safrinha para o Mato Grosso. Resistente a nematoides de galhas MT, GO, MG, BA, DF: 107-136 dias BRSMG 760S RR Alto potencial produtivo e resistência à mancha olho de rã e ao cancro da haste MT, GO: 110 dias Reune alta produtividade, estabilidade e precocidade na produção. Permite a safrinha GO, MG, DF: 105-125 dias BRS 326 BRS 333 RR Produtividade para o Nordeste. Resistente ao cancro da haste e à mancha olho de rã MA, PI, TO: ciclo precoce Ampla adaptação para a Região Nordeste, indicada para média a alta fertilidades MA, PI, TO: ciclo médio Divulgação Tecnologia /technology Famigerada Desde dezembro de 2012 o agronegócio do Brasil identificou um novo e perigoso inimigo: a lagarta Helicoverpa armigera. O inseto exótico gerou prejuízo de R$ 1,5 bilhão só no Oeste da Bahia, em cultivos de algodão, milho e soja. Seu avanço e o surpreendente potencial de danos a tornam grande preocupação para a safra 2013/14. Na Bahia, o ataque ao algodão na temporada 2012/13 levou a situação de emergência fitossanitária. Trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) permitiu identificar a espécie, confundida com lagartas comuns. Também foram afetados pela Helicoverpa armigera os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Goiás, Paraná, São Paulo, Produtores e pesquisadores adotam precauções a fim de reduzir os prejuízos acarretados pela lagarta Helicoverpa armigera na safra 2013/14 104 Maranhão, Distrito Federal e Piauí. Há suspeitas igualmente no Tocantins e no Rio Grande do Sul. A praga ataca feijão, sorgo, tomate e milheto, e mais de 100 plantas hospedeiras. Come folhas, vagens e grãos, e afeta a cultura em diferentes fases. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) indica dificuldade de controle pelo fato de o inseto apresentar cinco características: alto grau de polifagia, atacando espécies de interesse econômico e hospedeiros selvagens; alta dispersão de indivíduos voadores (mariposas); elevada capacidade de reprodução e sobrevivência; potencial de desenvolvimento de resistência a inseticidas; adaptação a diferentes Avanço indiscriminado O avanço da lagarta Helicoverpa armigera em outras culturas e estados acendeu o sinal de alerta no Mato Grosso, principal produtor de soja do Brasil. Pesquisadores da Fundação Mato Grosso monitoram o surgimento da praga a fim de identificarem possível foco ou potencial de ataque e recomendarem o controle. A pesquisadora Lucia Vivian, da instituição, explica que a estratégia é observar áreas com milheto, algodão, feijão e crotalária, além de eventuais hospedeiras, como soja guaxa, para identificar a existência de insetos, adultos ou jovens, e/ou a presença de pupas. “É importante verificar a população antes do plantio, de forma a fazer o manejo na dessecação e observar se houve controle populacional na emergência da soja”, explica. Embora não seja possível confirmar antecipadamente uma infestação, se for de- tectada a presença da praga nas lavouras de entressafra o risco de ataque já é considerado alto. “O ideal é realizar o controle com os insetos ainda pequenos, de modo a potencializar a eficiência dos defensivos”, informa Lucia. O controle biológico, com parasitoides ou vírus, que constitui prática auxiliar no controle das populações, ainda precisa ser testado nessa praga. ALTERNATIVAS • Alternatives Produtos liberados para controlar Helicoverpa spp. Ingrediente ativo grupo Dosagem modo Vírus VP HzSNPV Biológico 20g Ingestão Bacillus Thurigiensis Biológico 500g Ingestão Clorantraniliprole Diamida 50mlContatoingestão Fonte: Embrapa Soja. ambientes, climas e sistemas de cultivo. E pode-se agregar o fato de que não há, até o momento, inimigos naturais identificados no Brasil. Além do prejuízo das perdas diretas, os produtores enfrentam aumento dos custos por precisarem usar defensivos, que nem sempre alcançam o controle desejado. O governo federal autorizou a importação e o registro emergencial do benzoato de emamectina, mas o seu uso foi impedido por ação do Ministério Público. Até agosto de 2013, o agronegócio esperava decreto da presidente da República, Dilma Rousseff, autorizando o emprego deste inseticida. Para Haroldo da Cunha, presidente do Instituto Brasileiro do Algo- dão (Iba), uma medida só não basta para controlar a lagarta. Em seu entender, torna-se necessário um conjunto de ações. “Temos que retomar o Manejo Integrado de Pragas (MIP). A liberação de defensivos ou o uso de transgênicos não solucionarão o problema. Precisamos de um conjunto de ações efetivas”, alerta. Por sua vez, Cosam Coutinho, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa, enfatiza que o problema exige ação coordenada de prevenção e controle. Entre as possíveis causas da evolução dos ataques de Helicoverpa armigera no Oeste da Bahia estão o desequilíbrio climático caracterizado por uma longa seca; o esquema de diversificação e sucessão de culturas muito favorável à praga no atual modelo de produção; a saída do inseticida Endosulfan do mercado, o que pode ter favorecido o descontrole da praga no algodão; a reduzida eficiência de inseticidas comerciais; e o atraso no controle da lagarta por produtores sem assistência técnica de qualidade. n Potencial de danos que esse inseto pode causar deixa o País em alerta 105 Farmers and researchers are taking precautions against crop losses caused by Helicoverpa armigera larvae in the 2013/14 growing season pest Dreaded In early December 2012 Brazilian agribusiness came across a new and dangerous enemy: Helicoverpa armigera larvae. The exotic insect caused losses of R$ 1.5 billion in Western Bahia alone, where it infested cotton, corn and soybean crops. Its proliferation and surprising damage potential are a cause for concern for the 2013/14 crop. In Bahia, the outbreaks of the pest throughout the 2012/13 cotton fields led to a situation of phytosanitary emergency. Work conducted by the Brazilian Agriculture Research Corporation (Embrapa) identified the species, frequently confused with common caterpillars. Other states that suffered Helicoverpa armigera outbreaks were Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Goiás, Paraná, São Paulo, Maranhão, the Federal District and Piauí. Outbreaks are also supposed to have occurred in Tocantins and Rio Grande do Sul. The pest attacks beans, sorghum, tomatoes and millet, and upwards of 100 host plants. The insects feed on leaves, pods and kernels, in different stages of the crop. Damage potential posed by this insect is keeping the Country alert 106 Officials of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa) refer to difficulties in controlling the pest because the insect has five characteristics: a high degree of polyphagia, attacking species of economic interest and wild hosts; huge dispersal of flying individuals (moths); high reproductive and survival capacity; potential for developing resistance against insecticides; adaptation to different environments, climates and cultivation systems. And what also causes concern is the fact that, up until the moment, no natural enemies have been identified in Brazil. Besides all direct damages, the farmers have to put up with higher production costs derived from the use of pesticides that frequently do not reach the desired control levels. The federal government permitted the importation of an emergency register for emamectin benzoate, but its use was forbidden by the Attorney General. In August 2013, agribusiness was still waiting for a government Act, signed by President Dilma Rousseff, authorizing the use of this insecticide. Haroldo da Cunha, president of the Brazilian Cotton Institute (Iba), has it that this caterpillar cannot be controlled with only one chemical product. It requires a set of actions. “We’ve got to go back to Integrated Pest Management (IPM) practices. The liberation of pesticides or the use of transgenic cultivars will not solve the problem. We need a set of effective actions”, he warns. On the other hand, Cosam Coutinho, director at Mapa’s Vegetable Sanitation Department, insists that the problem requires joint and coordinated control actions. The reasons that explain the ever-increasing Helicoverpa armigera outbreaks in Western Bahia include erratic climate conditions characterized by a prolonged drought; the diversification scheme and crop succession models that greatly favor the pest under the present production systems; the removal of the Endosulfan pesticide from the market, which might have caused the pest to run out of control in the cotton fields; the deficient efficiency of the commercially available insecticides; the delay in adopting control measures by farmers who lack appropriate and quality technical assistance services. n Spreading out of control The spread of the Helicoverpa armigera pest to other crops and different states made the warning light come on in Mato Grosso, leading soybean producer in Brazil. Researchers at the Mato Grosso Foundation are monitoring possible outbreaks of the pest so as to identify infested plots or potential attacks, followed by control measures. Researcher Lucia Vivian, of the institution, explains that the strategy consists in observing fields planted with millet, cotton, beans and crotalaria, besides possible host crops, like wild soybean, to detect the existence of insects, either young or adults, and/or the presence of pupae. “It is important to check the population before planting and before starting the desiccation practice and check if population control was conducted at the emergence stage of the soybean crop”, he explains. Although it is not possible to confirm an infestation in anticipation, if the presence of the pest is detected in neighboring fields during off-season time, there is high risk for an outbreak. “Ideally, control measures should start when the insects are still tiny in size, so as to make the most of the pesticides”, Lúcia said. Biological control through parasitoids or viruses which, as a secondary practice in population control, still needs to be tested on this pest. fmcagricola.com.br Galileo XL: Produto registrado pela Isagro Brasil Produtos Agroquímicos Ltda. Locker: produto em fase de Cadastro Estadual no Espírito Santo. Saúde na folha é sintoma de produtividade. • Maior controle de doenças fúngicas • Fungicida com fórmula exclusiva • Eficiente contra a ferrugem asiática, mancha alvo e doenças de final de ciclo • Fórmula exclusiva FMC com 3 modos de ação • Balanço ideal de ingredientes ativos SOMENTE LOCKER TRATA A SOJA POR INTEIRO. Conheça também outras soluções FMC para soja: Fazendo Mais pelo Campo ATENÇÃO ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Uso exclusivamente agrícola. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO. Divulgação O manejo Surgimento de nova praga desafia o sojicultor a adotar sistemas de manejo e evitar a quebra da eficiência de produtos para controle dos insetos A identificação da lagarta Helicoverpa armigera, de seu poder destrutivo e do difícil controle levou o setor a retomar a discussão sobre a complementaridade dos sistemas de manejo de pragas e a manutenção dos defensivos. O pesquisador Edson Hirose, da Embrapa Soja, entende que será importante compreender as táticas 108 de manejo de pragas, como o controle químico. “Usar inseticida sem observar outras táticas pode agravar o problema”, alerta. A condição comum de encontrar várias culturas ocupando extensas áreas numa mesma região resulta em abundância de alimentos e período maior para as pragas se multiplicarem. “A melhor for- ma de lidar com isso é pensar no manejo de pragas do sistema agrícola”, explica Hirose. Conhecer o mecanismo de ação dos inseticidas, como eles atuarão sobre a praga, a seletividade aos inimigos naturais, e realizar a rotação de grupos de inseticidas estão entre as recomendações. No caso da Helicoverpa, será importante conduzir o manejo para evitar a quebra de eficiência dos produtos autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Há mais de 600 relatos de resistência da Helicoverpa armigera a inseticidas em vários países. Isso mostra a complexidade do que enfrentaremos, mas abre caminho para sermos eficientes”, salienta Hi- é a salvação rose. A escolha dos grupos de produtos a serem usados é vital: os seletivos são menos prejudiciais aos insetos benéficos, como predadores e parasitoides, e doenças provocadas por vírus, bactérias, fungos e nematoides, capazes de reduzir a população de insetos-pragas. O Mapa liberou emergencialmente cinco princípios ativos com efeito sobre a Helicoverpa. “O controle nos diversos cultivos na propriedade deve ser bem planejado. Além disso, os produtos não devem ser misturados e os princípios ativos precisam ser rotacionados para preservar sua efetividade”, enfatiza. “A pressão de seleção pode aumentar a frequência de insetos resistentes, tornando o problema insustentável”, acrescenta. O controle químico é ferramenta de manejo e deve ser adotado após a detecção da praga em determinada área. Outras técnicas complementares que caíram no esquecimento, como o monitoramento e o Manejo Integrado de Pragas (MIP), devem ser resgatadas. As variedades de soja com tecnologia Intacta RR2 PRO, com o gene Bt (Bacillus thuringiensis), controlará alguns tipos de lagartas e permitirá a supressão da Helicoverpa armigera em lavouras brasileiras. A disponibilidade de sementes, no entanto, tende a cobrir apenas de 6% a 7% da área cultivada na safra 2013/14. O controle biológico será testado. Pode- rá ser mais eficiente na redução das populações no início do ciclo da soja se aplicado em outras culturas hospedeiras, como milho e milheto, em sistemas de sucessão ou rotação. “A amostragem de pragas e o monitoramento da lavoura devem voltar a ser atividades de rotina dos produtores”, frisa. “O nível de ação da praga será o balizador das operações de controle químico.” n Potencial de danos que esse inseto pode causar deixa o País em alerta 109 Solution lies in management Divulgação The identification of Helicoverpa armigera caterpillars, their destructive power and difficulty in controlling them, induced the sector to resume the debate on the complementarity of pest management systems and the use of crop protection agents. Researcher Edison Hirose, of Embrapa Soy, understands that it is important to have a grasp of pest management strategies, especially chemical control methods. “The use of insecticides without resorting to other strategies could aggravate the problem. Outbreaks of a new disease challenge soybean farmers to adopt management systems to prevent insect control products from losing their efficiency 110 The common situation in which several crops are planted in a vast region results in abundance of food for the insects and longer periods for the pests to propagate. “The best manner to deal with this is to consider pest management practices in the agricultural system”, Hirose explains. Recommendations include deep knowledge of the mechanisms of the insecticides, how they will act upon the pest, selectivity with regard to the natural enemies, and insecticide group rotation. In the case of Helicoverpa, it is recommended to resort to management practices to prevent the chemical products authorized by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa) from losing their efficiency. “There are upwards of 600 reports on Helicoverpa armigera resistance to insecticides in several countries. This attests to the complexity of the situation we are facing, but paves the way for us to become efficient”, Hirose said. The choice of the groups of products to be used is of vital importance: selective products are less harmful to ben- eficial insects, like predators and parasitoids, and diseases caused by virus, bacteria, fungi and nematodes, capable of reducing the population of insect-pests. Under emergency conditions, the Ministry of Agriculture liberated five active ingredients to keep Helicoverpa under control. “Control measures for different crops on the same farm should be well planned. Furthermore, the products should never be mixed, while the active ingredients should be used in rotation in order to preserve their effectiveness”, Hirose explained. “Selection pressure measures could boost the resistance of the insects, turning the problem unsustainable”, he added. Chemical control is a management tool and should be used after the pest has been detected on a specific area. Other complementary techniques that have been forgotten, like monitoring and Integrated Pest Management (IPM), should be reintroduced. The INTACTA RR2 PROTM technology soybean variety, with the Bt gene (Bacillus thuringiensis), will control some strains of caterpillars, leading to the extinction of Helicoverpa armigera in Brazilian fields. Seed availability, however, is barely enough to cover from 6% to 7% of the area cultivated in the 2013/14 growing season. Biological control will be tested. It could be more efficient in the reduction of pest populations in the early stages of soybean crops, if applied on other host crops, like corn and millet, in rotation or succession systems. “Pest sampling and field monitoring should again resume their status as routine practices”, he insists. “The level of pest infestation will dictate the amount of chemical control operations”. n Even pesticide applications should be associated with other practices Inor Ag. Assmann Lixando o Ferrugem asiática deve gerar prejuízo de R$ 4 bilhões na colheita nacional da temporada 2013/14, de acordo com análise da Aprosoja 112 Antes mesmo de iniciarem a semeadura das lavouras para a temporada 2013/14, os produtores brasileiros de soja já estão contabilizando os prejuízos que serão causados pela ferrugem asiática, doença provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Essa ameaça significará simplesmente R$ 4 bilhões a menos em rentabilidade. O cálculo é da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja Brasil). Só no Centro-Oeste, a estimativa é de que R$ 2,5 bilhões deixa- rão de ir para o bolso do agricultor. A entidade projeta que em 10 anos cerca de R$ 20 bilhões em renda foram retirados da lavoura em função da perda produtiva ou do aumento dos custos com fungicidas. Na avaliação dos produtores, a demora do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em aprovar a comercialização de novos defensivos aparece como um agravante das perdas. “Houve promessas, mas os prazos não foram cumpridos, e não teremos novo lucro fungicida na safra 2013/14”, resume Glauber Silveira, presidente da Aprosoja. No Brasil, os produtos utilizados no controle da ferrugem asiática têm por princípios ativos triazol e estrobilurina. O setor, no entanto, cobra a aprovação de novos grupos químicos, como carboxamida, utilizada em diversos países. Nos últimos três anos, as mudanças do fungo e o uso contínuo de apenas dois grupos químicos de fungicidas obrigaram à elevação do número de aplicações de defensivos para até seis vezes por ciclo. De acordo com a Aprosoja Brasil, só na região Centro-Oeste as perdas devem ser, em média, de cinco sacas por hectare. As perspectivas para o ciclo 2013/14 são de que a doença continuará se multiplicando, principalmente por causa das plantas tigueras, germinadas da sobra de grãos da colheita, e das chuvas na entressafra, o que exigirá aplicações extras de fungicidas, e, assim, acarretará mais custos. n Manejo O controle da ferrugem asiática é difícil. A doença não repete comportamento de um ano para o outro, pois sofre influência das condições climáticas, da propagação dos esporos, dos escapes de tigueras no vazio sanitário e da eficiência do monitoramento e do controle feito por parte dos produtores. Na safra 2012/13, foram registrados ataques fortes nas regiões Sul (Rondonópolis) e Sudeste (Primavera do Leste) do Mato Grosso, a partir da metade de janeiro, em decorrência das chuvas intensas. Em algumas áreas, exigiu até oito aplicações de fungicidas, aumentando o custo de produção. Para o período 2013/14, a expectativa de alta diz respeito à sobrevida da soja guaxa, que escapa do vazio sanitário do Mato Grosso – de 15 de junho a 15 de setembro. Sobrevivendo, as plantas mantêm vivo o fungo e potencializam a disseminação já no cedo, ampliando os riscos à cultura ao longo do ciclo. Os pesquisadores observam que quanto mais cedo a ferrugem chegar à lavoura, maior o nível de danos que ela provoca. A doença leva à desfolha da planta; sem fotossíntese, fica prejudicado o enchimento de grãos. Por consequência, a produção é menor. “Há muitos hospedeiros para o fungo, mas a principal é a soja guaxa”, afirma Fabiano Siqueri, da Fundação Mato Grosso. A recomendação de manejo é para a realização de aplicações preventivas de fungicida, especialmente se houver registro de casos na região; plantar a soja no cedo, e monitorar e controlar sistemática e efetivamente a soja precoce, a fim de evitar a alta proporção dos danos nas cultivares de ciclo médio e tardio. “O respeito ao vazio sanitário e o controle eficiente da soja tiguera também são determinantes para evitar ataques mais severos”, avisa Siqueri. O comportamento e as ocorrências da doença estão mudando a cada ano 113 Profitsqueeze Asian rust should cause losses of R$ 4 billion in the 2013/14 growing season, Aprosoja official said Even before starting the seeding operations of the 2013/14 crop year, the soybean farmers in Brazil are reckoning the losses to esult from the outbreaks of Asian rust, caused by the fungus Phakopsora pachyrhizi. This threat will simply translate into a reduction of R$ 4 billion in profits, according to calculations made by the Brazilian Association of Soybean Farmers (Aprosoja Brasil). In the Center-West alone, it is estimated that R$ 2.5 billion will never reach the pockets of the farmers. Projections of the entity for the next 10 years point to losses of R$ 20 billion stemming from smaller yields and soaring production costs. The farmers blame the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa) for the delay in approving new chemical products badly needed for keeping the scourge under control. “There have been promises, but the time limits were not complied with, and we will not have a new fun- The behavior and outbreaks of the disease are changing year after year 114 gicide for the 2013/14 crop year”, Glauber Silveira, president of Aprosoja summarized. In Brazil, the products utilized for controlling the pest are based on triazol and estrobilurina active ingredients. The sector, nevertheless, requires the approval of products from new chemical groups, like carboxamide, utilized in several countries. Over the past two years, Management the fungus suffered mutations and the continued use of fungicides from only two chemical groups has made it necessary to do up to six applications per cycle. According to Aprosoja Brasil officials, in the region of the Center-West alone average losses reach some five sacks per hectare. The outlook for the 2013/14 growing season points to a continuity of the outbreaks, particularly on account of the volunteer plants, that derive from the seeds left in the fields, and because of the rains during off-season time, which will require additional applications of fungicides, thus making production costs soar. n It is a difficult task to control Asian rust. The pest mutates from one year to the next, it suffers influences from climatic conditions, spore propagation, volunteer plants during the sanitary gap (3-month absence of any living crop) and efficiency of the control measures implemented by the farmers. In the 2012/13 growing season, severe outbreaks occurred in the southern regions (Rondonópolis) and Southeast (Primavera do Leste) in Mato Grosso, as of mid-January, as a result of heavy rains. In some areas, up to eight applications were required, with higher production cost implications. For the 2013/14 crop year, the perspective for heavier incidences has to do with the survival of wild soybean plants, which escape the sanitary gap in Mato Grosso – June 15 through September 15. Surviving, these plants keep the fungus alive, disseminating the pest in advance, jeopardizing the long cycle crop. Researchers have found out that the earlier the pest hits a field, the more damages it causes. The disease causes the plants to shed their leaves; without photosynthesis, pod filling gets impaired, resulting into a smaller crop. “Many plants host the fungus, but the most common is volunteer soybean”, said Fabiano Siqueria, researcher at Mato Grosso Foundation. Management recommendations include preventive fungicide applications, particularly if the region has a history of outbreaks. It is also recommended to plant the soybeans early and keep the newly germinated crop under constant and effective monitoring and control, so as to avoid high proportions of damage to medium and late cultivars. “Respect for the sanitary gap and an effective control over volunteer soybean plants are also determining factors for avoiding more severe attacks”, Siqueri concluded. Inor Ag. Assmann China aprova a soja Intacta, geneticamente modificada, e com isso se amplia a gama de alternativas tecnológicas para a lavoura brasileira Futuro O governo da China anunciou em junho de 2013 a sua aprovação à soja transgênica Intacta RR2 PRO, o que representa o final da barreira ao produto nas futuras importações a serem feitas por aquele país. A decisão pavimenta o caminho do uso da tecnologia da multinacional Monsanto, adotada já nas principais nações produtoras do mundo, e abre novo horizonte ao cultivo geneticamente modificado no Brasil a partir da safra 2013/14. Por se tratar do maior cliente brasileiro, a aprovação do mercado chinês é determinante. A partir do anúncio, 38 variedades comerciais com essa tecnologia entraram no mercado brasileiro, por meio de nove Trinta e oito variedades estão licenciadas e disponíveis para o ciclo 2013/14 116 intacto empresas licenciadas, e devem ocupar 2,5 milhões de hectares, ou 7% da área total de soja prevista para ser formada no País na próxima temporada. A inovação agrega às cultivares gene de resistência a herbicidas cujo princípio ativo é o Glifosato, combinado com o gene de resistência a insetos Bacillus thurigiensis (Bt). A decisão foi comemorada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT). “É importante para o produtor mato-grossense, pois queríamos adotar a nova tecnologia, mas não era possível sem a liberação junto ao nosso principal mercado”, frisa o presidente da entidade, Carlos Fávaro. Ele acredita que, com os novos materiais, haverá mais estabilidade produtiva, especialmente pelo controle das lagartas. A expectativa do setor está na redução dos custos de produção e no aumento da produtividade. Os royalties foram incorporados pelo segmento produtivo, pois representam a evolução tecnológica das lavouras. O pesquisador Amélio Dall’Agnol, chefe de Transferência de Tec- nologia da Embrapa Soja, lembra que ainda é esperada a aprovação, por parte da China, dos eventos transgênicos Cultivance, da Embrapa; e Liberty Link, da Bayer. “Para o Brasil, é indispensável que a China aprove as novas sojas transgênicas, por uma questão de mercado”, enfatiza. As novas alternativas geram resistência genética da soja a outros grupos de herbicidas, como as imidazolinonas. O gerente de Marketing Frederico Barreto, da Nidera Sementes, uma das licenciadas para uso da tecnologia Intacta RR2 PRO em 11 cultivares, destaca a segurança na condução das lavouras e a expectativa de maior produtividade graças à tolerância a lagartas e herbicidas, como pontos altos do novo material. Lembra, também, que os produtores devem plantar uma área de refúgio equivalente a, no mínimo, 20% da superfície semeada com variedades não Bt, garantindo a eficácia e a longevidade da tecnologia. O uso da Intacta em toda a área em uma safra, ou sucessivamente, poderia resultar na seleção de pragas resistentes à tecnologia Bt. n 117 China grants its approval to genetically modified Intacta soybean, thus expanding the array of technology alternatives for the Brazilian plantations In June 2013 the government of China announced its approval to transgenic soybean Intacta RR2 PRO, representing the end of the barrier against this product in the future importations by that country. The decision paves the way for the use of the technology introduced by the multinational Monsanto, already in place in most major soybean producing countries in the world, and it broadens the horizon for the cultivation of genetically modified soybeans as of the 2013/14 growing season. As China is Brazil’s biggest client, the approval by the Chinese market is really a relevant factor. Right after the announcement, 38 commercial varieties under the umbrella of this technology entered the Brazilian market, through nine licensed companies, and should occupy 2.5 million hectares, or 7% of the total area to be established in the Country in the next crop year. The innovation inserts the herbicide resistance gene into the cultivar, based on the glyphosate active ingredient, combined with the insect resistance gene Bacillus thurigiensis (Bt). The decision was celebrated by the Mato Grosso State Soybean and Corn Growers’ As- Thirty eight varieties have been liberated and are now available for the 2013/14 growing season 118 Inor Ag. Assmann Intact future sociation (Aprosoja-MT). “It is very important for the Mato Grosso growers, since we were eager to introduce the new technology, but it was not possible without the liberation by our major import market”, said the president of the entity, Carlos Fávaro. He believes that, with the new cultivars, there will be more productive stability, especially when it comes to controlling caterpillar infestations. The expectation of the sector lies in the reduction of the production costs and in higher yields. The royalties were incorporated by the productive segment, once they represent the technological evolution of the fields. Researcher Amélio Dall’Agnol, head of Technology Transference Department at Embrapa Soybean, recalls that such transgenic events as Cultivance, of Embrapa and Liberty Link, of Bayer are still pending on approval by China. “For Brazil, it is indis- pensable for China to give its approval to the new transgenic cultivars, for a market question”, he emphasizes. The new alternatives make soybean genetically resistant to other groups of herbicides, like imidazolinones. Marketing manager Frederico Barreto, of Nidera Sementes, one of the companies licensed to use the Intacta RR2 PRO technology in 11 cultivars, mentions the safety in field management and the expectation for higher productivity rates thanks to tolerance to caterpillars and herbicides, as highlights of the new cultivars. He equally recalls that the farmers should establish a refuge area equivalent to at least 20% of the area seeded with non Bt varieties, as a manner to ensure the technology’s effectiveness and longevity. The use of Intacta in the entire area of a growing season, or successively, could result into pests resistant to the Bt technology. n Dicas de longevidade Longevity tips 1 As áreas de refúgio para a tecnologia Intacta RR2 PRO devem ser de soja não Bt cultivadas na proporção de, pelo menos, 20% da área total plantada; 2 A variedade do refúgio deve ter ciclo vegetativo similar ao da Intacta; 3 A área de refúgio deve ser conduzida normalmente, com pulverizações de inseticidas (exceto Bt) ou adoção de outros métodos de controle, e deve se localizar na mesma propriedade rural de uso da tecnologia. 4 No Manejo Integrado de Pragas (MIP), o produtor deve realizar o monitoramento constante das pragas e considerar o nível de dano econômico para a tomada de decisão quanto à intervenção durante o ciclo da cultura. O controle químico ou biológico (exceto à base de Bt) deve ser realizado respeitando doses e recomendações descritas na bula do produto; 5 A dessecação antecipada para o controle de plantas daninhas e o manejo de pragas residentes na palhada devem ser realizados antes da semeadura; 6 O tratamento de sementes com fungicida/inseticida é recomendado para a tecnologia Intacta de maneira a evitar a incidência de pragas não-alvo da tecnologia e patógenos oportunistas. 1 The refuge areas for the Intacta RR2 PRO technology should be planted with non-Bt soybean, at a proportion of 20% of the total cultivated plot; 2 The variety of the refuge area should have a vegetative cycle similar to Intacta; 3 The refuge area should be conducted normally, with insecticide applications (except Bt) or the adoption of other control methods, and should be located on the same rural plot where the technology is used. 4 Integrated Pest Management (IPM), requires the farmer to constantly monitor the area for pests and take into consideration the level of economic damage before making a decision to intervene during the growing cycle of the crop. Chemical or biological control (except under the Bt basis) should be conducted in compliance with the recommended dosages and instructions set forth by the label; 5 Anticipated desiccation for weed control and management of resistant pests, living in the mulch, should be conducted prior to seeding; 6 Seed treatment with fungicides/insecticides is recommended for the Intacta technology so as to avoid outbreaks of pests not targeted by the technology or opportunistic pathogens. Fonte: Monsanto Source: Monsanto Colher com sucesso. O sistema de corte Schumacher Easy Cut é utilizado em plataformas de grãos no mundo inteiro nas diversas culturas como a Soja, cereais e arroz. O sistema Easy Cut é admirado pelas fábricas e pelos operadores de colheitadeiras devido a robustez, alto rendimento, estabilidade e facilidade de operação. Qualquer plataforma de grão pode ser equipada com o sistema Schumacher Easy Cut, saiba como acessando www.schumacher-original.com ou no youtube. Schumacher Industrial Ltda. www.schumacher-original.com Tag: Schumacher Easy Cut Rua Maurícío Sirotski Sobrinho, 295 . Distrito Industrial. CEP: 94930-370 . Cachoeirinha / RS Brasil Fone: +55 51 3470-6900 . Fax: +55 51 3470-6694 . [email protected] Inor Ag. Assmann Nova variedade de soja ingressa na lavoura brasileira garantindo boa resistência às lagartas que causam maior dano e supressão às Helicoverpa Nos últimos anos, as lagartas se tornaram a praga mais temida das lavouras de soja no Brasil. Em 2013, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) identificou a presença, no País, da Helicoverpa armigera, uma das espécies mais vorazes e prolíferas do inseto. Diante deste cenário, o cultivo da soja Intacta RR2 PRO, da Monsanto, que combina genes de resistência ou supressão – via Bacillus thurigiensis (Bt) – a estes insetos e tolera herbicidas que têm como princípio ativo o glifosato, está identificado com a demanda do setor. A tecnologia aguardava há dois anos a aprovação da China – onde já é usada Combinação proporciona variedades resistentes a insetos e herbicidas 120 Bem no – para o cultivo comercial no Brasil. A Intacta RR2 PRO está disponível em 17 grandes países produtores. No Brasil, são 38 as variedades adaptadas às várias regiões, de diferentes ciclos, que apresentam resistência e/ou tolerância às principais doenças e aos nematoides. Mas seu diferencial é a combinação de genes Bt com RR; ou seja, controla invasoras (por tolerar o herbicida Roundup Ready) e as principais lagartas que atacam à cultura: lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), falsa medideira (Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu), broca das axilas (Crocidosema aporema) e lagarta das maçãs do algodoeiro (Heliothis virescens). Além disso, oferece supressão à lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e a dois Manejo integrado tipos de Helicoverpa (Helicoverpa zea e Helicoverpa armigera). De acordo com os pesquisadores da Monsanto, em mil lavouras de agricultores que experimentaram a tecnologia na safra 2012/13, em 350 municípios de 14 estados brasileiros, não foram verificados danos causados pelas lagartas Helicoverpa. Estes resultados geram perspectivas bastante otimistas para os agricultores brasileiros. Conforme a consultoria Kleffmann, o número médio de aplicações foliares com inseticidas para o controle de lagartas na cultura da soja no Brasil aumentou de 3,6 aplicações por hectare na safra 2010/11 para 4,6 aplicações na temporada 2012/13, com incremento de 107% no custo com o defensivo em dois anos. n Mesmo com o potencial de controle e de supressão nas variedades, a recomendação é para que o sojicultor fique atento às práticas do Manejo Integrado de Pragas (MIP). “A preservação e a sustentabilidade da nova soja dependem do cumprimento das recomendações de Manejo de Resistência de Insetos (MRI), que incluem a adoção das áreas de refúgio, garantindo eficácia e longevidade à tecnologia”, salienta o gerente de Regulamentação da Monsanto, Renato Carvalho. alvo 121 Inor Ag. Assmann Hitting the New soybean variety making its way into Brazilian farms boasts resistance to caterpillars that cause major damages and ensures the elimination of Helicoverpa Over the past years, caterpillars have become the most dreaded pest in Brazilian soybean fields. In 2013, the Brazilian Agriculture Research Corporation (Embrapa) identified the presence of Helicoverpa armigera in the Country, one of the most voracious and prolific strains of the species. In light of this scenario, Monsanto’s Intacta RR2 PRO cultivar, which combines resistance or suppression genes - via Ba- Combination provides for varieties resistant to insects and herbicides 122 cillus thurigiensis (Bt) – to these insects and tolerates herbicides, with glyphosate as active ingredient, is identified with the demand of the sector. For two years, the technology had been waiting for an approval by China – where it is in use – for commercial plantations in Brazil. Intacta RR2 PRO is available in 17 soy producing countries. In Brazil, there are 38 varieties adapted to different regions, of different cycles, which pose resistance and /or tolerance to all major diseases and to nematodes. But its differential is the combination of Bt genes with RR; that is to say, it controls invasive plants (as it tolerates the Roundup Ready herbicide) and the main caterpillars that attack the crop: velvetbean caterpillar (Anticarsia gemmatalis), soybean looper (Chrysodeixis includens and Rachiplusia nu), bean shoot borer (Crocidosema aporema) and cotton bollworm (Heliothis virescens). In addition, it offers suppression to cornstalk borer (Elasmopalpus lignosellus) and to two strains of Helicoverpa (Helicoverpa zea and Helicoverpa armigera). According to Monsanto researchers, one thousand farmers experimented the technology in the 2012/13 growing season, in 350 municipalities scattered across 14 Brazilian States, and none of them reported any damage caused by Helicoverpa caterpillars. These results generate encouraging perspectives for the Brazilian farmers. According to sources from Kleffmann Consultancy, average insecticide foliar applications for the control of soybean infesting caterpillars soared from 3.6 applications per hectare in the 2010/11 crop year to 4.6 applications in the 2012/13 growing season, representing an increase of 107% in the cost of chemical applications in two years. n target Integrated management Despite the potential control and suppression in the varieties, the recommendation is for the farmers to remain focused on Integrated Pest Management (IPM) practices. “The preservation and sustainability of the new soybean cultivar depend on compliance with Insect Resistance Management (IRM), which includes the introduction of refuge areas, ensuring the effectiveness and longevity of the technology”, says Renato Carvalho, Regulation manager at Monsanto. Baixe o aplicativo de QR Code em seu celular e saiba mais. Brasilis II. Fertilizante com tecnologia 100% brasileira. A Tradecorp conhece as características do solo brasileiro e mais uma vez inovou. Brasilis II é uma tecnologia específica para sulco de plantio de grãos e foi desenvolvida exclusivamente para nosso mercado. · estimula o enraizamento da planta; · nutrição com eficiência; · melhora as condições para os microorganismos do solo. WWW.TRADECORP.COM.BR Rua Dr. Emílio Ribas, 600 | Cambuí | Campinas - SP Tel.: +55 19 3709-3400 [email protected] Divulgação Já está no 124 gene Brasil já registra 92,4% de adoção de soja geneticamente modificada em suas lavouras, conforme estudo setorial. E a área ainda deve aumentar As vantagens operacionais, agronômicas e econômicas agregadas à soja através da biotecnologia levaram a semente transgênica a predominar de maneira absoluta na lavoura brasileira. A consultoria Céleres divulgou em agosto de 2013 estudo no qual indica que a oleaginosa geneticamente modificada (GM) cobrirá 26,9 milhões de hectares no País na safra 2013/14. Com isso, 92,4% da área total tem a presença desse grão, configurando avanço de 8,9% em relação ao ciclo 2012/13. Na nova temporada, o uso de semen- Comodidade tes de soja transgênica no Brasil atingirá patamar semelhante ao já verificado na Argentina e nos Estados Unidos. Conforme Anderson Galvão, diretor da Céleres, a expansão deste cultivo é motivada pela redução do custo e pelo ganho em produtividade. “A biotecnologia é ferramenta para aumentar o rendimento por área e facilitar o manejo”, afirma. O analista de biotecnologia Jorge Attie, também da Céleres, considera que o fator determinante da evolução na safra é a liberação, por parte da China, das importações de Na análise do pesquisador Amélio Dall’Agnol, chefe de Transferência de Tecnologias da Embrapa Soja, o avanço das variedades transgênicas está associado à redução das operações na lavoura, com menos aplicações de herbicidas e, a partir da próxima safra, também de inseticidas. “Há sem dúvida recuo nos custos de produção, com ganhos em produtividade por conta do controle mais efetivo de invasoras”, revela. A comodidade no manejo igualmente atrai os agricultores. “Tem-se a redução tanto no número quanto na complexidade das operações na lavoura”, atesta. A aprovação dos cultivos de outros eventos transgênicos, resistentes a outros grupos de herbicidas, como imidazolinonas, 2,4D e plantas tolerantes à seca ou ao excesso hídrico, não deve alterar a expectativa de cobertura de aproximadamente 95% da área total cultivada com soja geneticamente modificada no Brasil. Gradativamente, algumas variedades serão substituídas de acordo com as necessidades de cada região. grãos resultantes do cultivo de variedades GM com a inserção da tecnologia Intacta RR2 PRO, da Monsanto. Esta semente combina genes de resistência aos herbicidas (RR) que usam o princípio ativo Glifosato, com o Bacillus thurigiensis (Bt), que confere resistência e tolerância a lagartas. As variedades, licenciadas para várias empresas, devem alcançar até 7% de presença no mercado nacional na temporada 2013/14. “A expectativa dos sojicultores é grande, especialmente pela combinação destas vantagens genéticas de tolerância a insetos e herbicidas, que deve reduzir o número de operações na lavoura. A oferta de semente será absorvida pelo mercado rapidamente”, diz Attie. A projeção é de que a soja Intacta RR2 PRO reduza a demanda por pulverizações com inseticidas e obtenha melhor resposta ao uso do glifosato. “Haverá pulverizações para percevejos, por exemplo, ou no caso de infestação mais severa de lagartas. No entanto, em geral, a tecnologia promete facilidade de manejo ao agricultor”, enfatiza. A avaliação do analista é de que a área com variedades transgênicas de soja siga crescendo no Brasil, aproximando-se dos padrões estadunidenses, chegando a cerca de 95% da área total do grão. Attie não acredita que alcance 100%, patamar parecido com o da Argentina, por dois motivos: a necessidade de manter 20% da lavoura como refúgio, no caso da Intacta, ainda que com possibilidade de uso da RR, por exemplo, para preservar a tecnologia; e o prêmio de até R$ 6,00 por saca oferecido por cultivares convencionais no mercado internacional, o que interessa a alguns produtores. n Vantagens operacionais e econômicas atraem o sojicultor ao transgênico 125 It is in the Sectoral study reveals that genetically modified soybean accounts for 92.4% of the Brazilian fields. The area may further increase Operational and economic benefits derived from transgenic soybeans attract the farmers 126 reach a share of 7% in the national market in the 2013/14 growing season. “The soybean farmers cherish great expectations, especially because of the combination of such genetic benefits as tolerance to herbicides and resistance to insects, with reflections on fewer field operations. This type of seed will soon be absorbed by the market”, Attie said. The projection is for the Intacta RR2 PRO soybean to reduce the number of insecticide applications and derive a better response from the use of glyphosate. “There will be in- secticide applications for bugs, for example, or in the case of severe caterpillar outbreaks. Nevertheless, in general, the technology will make all management practices easier for the soybean growers”, he emphasizes. In the opinion of the analyst, areas planted with transgenic soybean varieties will continue soaring in Brazil, and will soon be on a par with the United States, where 95% of all soybean fields are transgenic. Attie maintains that it will not reach 100%, like in Argentina, for two reasons: the need for reserving 20% of the field as refuge areas, in the case of Intacta, although RR varieties might possibly be used, for example, for preserving the technology; and the nearly R$ 6 premium offered per sack of conventional soybeans in the international marketplace, reflecting the interest of some farmers. n Divulgação Operational, agronomic and economic benefits provided by biotechnology paved the way for transgenic soybean to consistently predominate in the Brazilian fields. In August 2013, Céleres Consultancy published a study that demonstrates that genetically modified (GM) oilseed crops will cover 26.9 million hectares in the 2013/14 Brazilian growing season, representing 92,4% of the total planted area, up 8.9% from the 2012/13 crop year. In the new growing season, the use of transgenic soybean seed will be on a par with countries like Argentina and the United States. According to Anderson Galvão, director of Céleres, the expansion of this cultivation is triggered by cost reductions and productivity gains. “Biotechnology is a tool that is supposed to increase yields per area and facilitate management practices”, the director said. Céleres biotechnology analyst Jorge Attie has it that the determining factor in the evolution of the crop is the liberation, by China, of grain imports that come from GM varieties, with the insertion of Monsanto’s Intacta RR2 PRO technology. This seed combines genes resistant to herbicides (RR) that use the active ingredient glyphosate, with the Bacillus thurigiensis (Bt), resistant and tolerant to caterpillars. The varieties, licensed for several companies, should gene Comfort Amélio Dall’Agnol, analyst and head of Embrapa Soybean’s Technology Transference department associates the advances of transgenic soybean with the reduction of field operations, with fewer insecticide applications and, as of the next crop, equally fewer insecticide applications. “Without any doubt, production costs fall, and there are productivity gains on account of more effective weed control”, he says. Easier management practices also appeal to the farmers. “There is a reduction in both the number and complexity of farming operations”, Dall’Agnol confirmed. The approval of other transgenic crops, resistant to other groups of herbicides, like imidazoles, 2.4D and plants resistant to drought conditions and water stress, should not alter the expectation for approximately 95% of the total soybean area in Brazil to be covered with transgenic soybean varieties. Some varieties will gradually be replaced with other varieties in line with the needs of every region. Robispierre Giuliani Produtores brasileiros têm ampla gama de tecnologias à disposição em termos de cultivares de soja, adaptadas para as mais variadas regiões Bufê de sementes O crescimento na produção brasileira de soja tem um de seus pilares nos avanços das tecnologias aplicadas nas lavouras. Entre elas, destaca-se a evolução do material genético, que a cada safra apresenta novas e desejáveis características agronômicas para as mais diferentes condições de cultivo. A lista é grande. Em meio a tantas alternativas, o desafio para o agricultor é escolher a variedade correta e adequada a cada situação. Para o ciclo 2013/14 estão disponíveis no Brasil a soja convencional, livre de organismos transgênicos (GMs); a soja Roundup Ready (RR), geneticamente modificada, tolerante ao herbicida glifosato; e a soja Intacta, geneticamente modificada, resistente a insetos e tolerante ao herbicida glifosato. Esta será a primeira temporada de comercialização da semente Intacta junto ao produtor nacional. Apesar de ter sido aprovada para liberação comercial no País em 2010, a Europa e a China, principais importadoras do grão brasileiro, só liberaram a adoção dessa Para cada situação há tecnologia disponível, e novidades vêm por aí 128 tecnologia em junho de 2013. De acordo com a pesquisadora Divania Lima, da Área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Soja, de Londrina (PR), a partir da liberação oficial da soja transgênica no Brasil, em dezembro de 2003, constatou-se a cada ano incremento na área cultivada com variedades GM, em detrimento de cultivares convencionais. Algumas empresas de pesquisa de mercado apontam que, na safra 2012/13, apenas 10% da área plantada com soja foi cultivada com variedades convencionais. Atualmente, estão disponíveis no mercado sementes de soja com tipos de crescimento determinado ou indeterminado e de diferentes grupos de maturação (superprecoce, precoce, semiprecoce, médio e tardio), indicadas para plantio nos diferentes estados brasileiros. Por isso, na escolha das variedades a serem semeadas, o agricultor terá que avaliar um conjunto de fatores. Inicialmente, deve considerar qual a tecnologia a usar. As três alternativas, Intacta, RR ou convencional, se utilizadas corretamente, trarão benefícios ao agricultor. Qualquer das tecnologias, quando usada isoladamente, ao longo dos anos apresentará pontos negativos. Para evitá-los, é recomendada a utilização de forma integrada e com olhar atento à sustentabilidade do sistema de produção. n 129 Robispierre Giuliani Seed buffet Brazilian producers have an array of technologies available in terms of soybean cultivars, adapted to most regions 130 The ever-increasing Brazilian soybean fields rely on the pillars of advanced farming technologies. Among them, the one that is particularly relevant is the evolution in terms of genetic materials, which, year after year, bear desirable characteristics for every cultivation condition. Amid a wide array of alternatives, the challenge for the farmers consists in selecting the best and most appropriate alternative for each situation. For the 2013/14 growing season, farmers can choose from the following alternatives: conventional soybean, free from transgenic organisms; Roundup Ready (RR) soy cultivars, genetically modified, tolerant to glyphosate herbicides; and Intacta soybean, genetically modified, resistant to insects and tolerant to glyphosate herbicides. This will be the first growing season in which Intacta seed is commercially available in Brazil. Although having been approved for commercial plantations in 2010, Europe and China, major import- ers of the Brazilian cereal, only liberated this technology in June 2013. According to researcher Divania Lima, of the Embrapa Soybean Technology Transference Department, based in Londrina (PR), immediately after the liberation of transgenic soy in Brazil, back in 2003, transgenic soybean fields began to expand year after year across the Country, to the detriment of conventional cultivars. Some market research companies ascertain that, in the 2012/13 growing season, fields planted with conventional varieties correspond to 10% only. Soybean seeds currently available in the market comprise varieties of either determined or undetermined growing cycles, belonging to different maturation groups (super-early , early, semi-early soybeans, along with medium and late maturing varieties), recommended for different Brazilian regions. Therefore, when it comes to selecting the varieties to be seeded, the farmers will have to evaluate a series of factors. Initially, the technology to be used should be considered. The three alternatives: Intacta, RR or conventional, if used correctly, will yield good results at field level. Any of the technologies, if used alone, will have negative outcomes over the years. To avoid such negative effects, the recommendation is for using the technologies in integrated manner, while keeping a close watch on the sustainability of the production system. n For every situation there is technology available, and novelties are on the way Inor Ag. Assmann Nada de afrouxar as rédeas 132 Novas tecnologias resolvem muitos dos problemas, mas as ameaças à lavoura não admitem descuido ou desatenção na hora de fazer o controle Com o advento da soja transgênica, em 2003, discursos apregoavam o fim dos herbicidas convencionais e o desaparecimento de plantas daninhas das lavouras. Pesquisadores indicavam cenário no qual havia a necessidade de rotacionar a soja RR com a convencional, a fim de evitar o risco de surgimento de plantas invasoras resistentes ao glifosato. Mas em muitas lavouras essa rotação não foi adotada, de modo que, nas últimas temporadas, o controle de invasoras resistentes a esse herbicida, como azevém, buva e capim amargoso, tem onerado o custo. A pesquisadora Divania Lima, da Embrapa Soja, observa que a Intacta confere resistência a algumas espécies de lagartas. No entanto, enfatiza que há outras lagartas não controladas por essa tecno- logia, como, por exemplo, as Spodopteras (lagarta das vagens), e insetos, como ácaros e mosca branca. “Não são pragas principais na cultura. Ocorrem esporadicamente nas lavouras. Porém, podem causar danos econômicos se não forem controladas no momento oportuno”, frisa. Para evitar que as lagartas-alvo da tecnologia Intacta quebrem a resistência à toxina Bt (Bacillus thurigiensis), torna-se necessária a utilização de áreas de refúgio em 20% da plantação, cultivada com soja RR ou convencional, no máximo a 800 metros de distância da lavoura principal. No refúgio, não se deve aplicar inseticidas biológicos formulados com o Bt, permitindo a multiplicação de insetos suscetíveis à tecnologia, que cruzarão com os resistentes do cultivo de Intacta. “Se o agricultor não obedecer à recomendação, há alto risco de se perder a tecnologia”, enfatiza. Divania avalia que as três tecnologias disponíveis no mercado têm custos diferenciados. “Fatores como o pagamento de taxa tecnológica (royalties), o custo de herbicidas e inseticidas e o preço do grão no mercado final devem ser levados em consideração para aferir a rentabilidade da atividade”, registra. E ressalta que, nas últimas safras, alguns mercados adotaram pagamento de prêmios (ou seja, de preços diferenciados) para a soja não geneticamente modificada, o que cria opção muito atrativa aos produtores que tiverem interesse nesse tipo de comercialização. n Se o produtor não adota as medidas certas, as pragas furam o bloqueio 133 Inor Ag. Assmann No loose reins New technologies solve an array of problems, but threats to fields do not allow carelessness or lack of attention when it comes to pest control With the advent of transgenic soybeans, in 2003, rumors had it that conventional herbicides had met their demise and weeds would disappear from the fields. Researchers were pointing to scenarios in which there was need to rotate RR soybean with conventional varieties, so as to avoid the risk of triggering the appearance of invasive plants resistant to glyphosate. But in many fields no If the farmers do not take the right measures, the pests will surmount any hurdles 134 rotation scheme was introduced and, as a result, over the past seasons, the control of weeds resistant to the herbicide, like perennial ryegrass, buva and balmscale grass, have pushed up the production costs. Researcher Divania Lima, of Embrapa Soy, observes that Intacta is resistant to some strains of caterpillars. Nonetheless, she points out that there are other caterpillars strains not controlled by this technology, like, for example, Spodopteras (pod worms), and insects like mites and white flies. These are not major soybean pests. They occur occasionally in the fields. However, they can cause economic damage if they are not controlled at the right moment”, she insists. In order to prevent the target caterpillars of the Intacta technology from breaking the resistance of the Bt toxin (Bacillus thurigiensis), there is need for refuge areas in 20% of the plantation, cultivated with RR soy or conventional, no more than 800 meters from the main field. In the refuge, no biological insecticides with Bt formulations should be applied, thus allowing for the propagation of insects susceptible to the technology, which will cross with the insects resistant to Intacta cultivations. “Should the farmers disregard this recommendation, they will be at risk of losing the technology”, she concludes. Divania has it that the three technologies available in the market have different costs. “Factors like the payment of technological fees (royalties), the cost of herbicides and insecticides and the final price of the kernels in the market should be taken into consideration when it comes to ascertaining the profit margins of the activity”, she recommends. And, she also stresses that, in the past crops, some markets paid premium prices (that is to say, different prices) for non-genetically modified soybeans, which creates a good option for farmers interested in this type of sales. n Painel /panel Insumo desenvolvido pela LBE, o Green Factor, elimina o uso de nitrogenados na agricultura e evita o emprego excessivo de agrotóxicos A LBE Biotecnologia desenvolveu um fertilizante (o Green Factor) que habilita as plantas a absorver nitrogênio diretamente da atmosfera. Isso elimina o uso de insumos nitrogenados na lavoura e reduz os custos de manejo, plantio e logística, além de tornar os vegetais mais saudáveis e resistentes, evitando o emprego excessivo de agrotóxicos. O pesquisador José Guerra, criador do produto, compara o Green Factor a uma “sopa de íons” em um meio de aminoácidos. Ele é aplicado na terra, no momento da semeadura, e atua em nível nutricional na planta. Substitui também a aplicação do nitrogênio em cobertura nos cultivos e da bactéria usada como inoculante. “Não se trata de adubo foliar, mas sim o resultado de técnicas de biossíntese com complexação de íons, transformando matéria inorgânica em orgânica”, afirma. Registrado pelo Ministério da Agricultura como produto organomineral classe A, por ter nível zero de toxidade dermal e oral e não conter sódio, o fertilizante Green Factor proporciona maior produtividade do que os insumos nitrogenados, conforme mostraram testes em pequena escala feitos com o plantio de arroz irrigado, milho, soja, tabaco e trigo. Estudos em maior dimensão estão sendo realizados nas principais regiões produtoras do País. As vantagens são evidentes. Os fertilizantes nitrogenados contaminam mananciais e lençóis freáticos. Podem causar problemas de saúde em crianças, idosos e gestantes, matar peixes e crustáceos em lagos e baías e provocar chuva ácida. Produto 100% nacional, o Green Factor pode ajudar a balança comercial brasileira, pois substitui os insumos nitrogenados importados. Como o agronegócio brasileiro vai necessitar de quantidade crescente de fertilizantes – a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a produção de alimentos no País crescerá 40% na década –, o Green Factor se revela opção ambiental e economicamente sustentável para o Brasil. E, por que não, para um planeta com recursos naturais esgotáveis e com número cada vez maior de bocas para alimentar. Maiores informações podem ser obtidas no site www.lbe.com.br. n 136 Divulgação O fertilizante que faltava Input developed by LBE, known as Green Factor, eliminates the use of nitrogen in agriculture and prevents excessive pesticide applications The missing fertilizer LBE Biotechnology has developed a fertilizer (Green Factor) which induces the plants to absorb nitrogen directly from the atmosphere. It eliminates the use of nitrogen-based inputs in agriculture, thus reducing management, planting and logistic costs, besides turning the crops healthier and more resistant, preventing excessive use of pesticides. Researcher José Guerra, creator of the product, compares the Green Factor fertilizer to an “ions soup” in a means of amino acids. It is applied on the ground, at seeding time, and acts at a plant’s nutritional level. It also replaces side-dressing nitrogen applications in plantations and the bacterium used as inoculator. “It is not a foliar fertilizer, but the result of biosynthesis techniques with ion complexation, turning inorganic matter into organic matter”, he says. Registered in the Ministry of Agriculture as a class A organomineral product, because of its zero dermal and oral toxicity and because it does not contain sodium, the Green Factor fertilizer is more effective in terms of productivity than all nitrogenbased inputs, according to small scale tests with irri- gated rice fields, corn, soybean, tobacco and wheat. More comprehensive studies are being conducted in major producing regions of the country. Environmental advantages are apparent. Nitrogen-based fertilizers contaminate water streams and underground water. They pose health problems to children, elderly people and expectant mothers. They kill fish and crustaceans in lakes and bays, and could also trigger acid rains. A product a hundred percent national, Green Factor could positively affect the Brazilian trade balance, since it replaces imported nitrogen-based inputs. As Brazilian agribusiness needs ever-increasing amounts of fertilizers – the OCDE anticipates a 40-percent growth in food production over the next decade – and this is where Green Factor comes in, bringing economic, environmental and sustainable oriented benefits for Brazil. And, why not, for a planet that greatly depends on exhaustible natural resources, with a constantly growing population to feed. Further information can be obtained on the website www.lbe.com.br. n 137 Nova semeadora pode ser a melhor aliada dos produtores que buscam equipamento com precisão e qualidade na aplicação de insumos A agricultura de precisão, adotada no mundo todo, leva em conta o mapeamento da acidez do solo e a aplicação de calcário de acordo com a variabilidade encontrada. E a adubação, considerada de grande importância, devido a sua relevância econômica na produção, tem relação direta com a parte física e biológica do solo. Tanto na amostragem química quanto na física, a agricultura de precisão aproveita grades amostrais para geração de mapas, através do uso de coordenadas geográficas. Trata-se de sinais coletados pelo Sistema de Posicionamento Global (GPS), localizando os pontos coletados e, a partir deles, gerando os mapas, que relacionam os pontos amostrais entre si. Logo após, o sistema usa essas informações geradas para manejar a variabilidade na aplicação dos insumos (fertilizantes, sementes etc). A qualidade e a precisão no plantio são fundamentais para garantir o mais alto potencial produtivo da cultura. É com base nesse conceito que foi desenvolvida a semeadora Precision, para agricultores que buscam esses requisitos na aplicação do fertilizante de forma equilibrada. A relação custo-benefício é evidenciada no maior rendimento, com a regularidade na distribuição de fertilizantes. A Precision possui dois reservatórios independentes de fertilizantes e de semente a taxa variável. Isso amplia o leque de possibilidades para o agricultor aplicar as informações coletadas em uma única operação, com qualidade, pois estará realizando a dosagem de fertilizante na linha de plantio da cultura. Para conseguir isso, a Precision utiliza um dosador de precisão, o Fertisystem, acoplado a fim de obter quantidades regulares e uniformes de fertilizantes, evitando os excessos (com a queima de sementes e o atraso na sua emergência) ou a falta (cultura irregular em porte e produção). Quantidades demasiadas podem desequilibrar o meio ambiente e o solo. Além disso, o agricultor perde dinheiro com o excesso de adubo e ou a sua falta, conforme a curva de resposta específica dos nutrientes em relação à cultura, buscando uniformidade de distribuição na linha e dosagem constante na subida e na descida. O objetivo do dosador de precisão é acentuar a importância deste fator de produção, essencial para quem faz parte do sistema de agricultura de precisão, em que se tem a aplicação localizada de inúmeras dosagens. Ao aplicar a dosagem correta em cada linha de plantio, totalizando largura útil precisa, o equipamento se traduz em ganhos imediatos para o produtor. n 138 Inor Ag. Assmann Mais precisão na agricultura New seeding machine could be the perfect ally of the farmers that seek precision and quality equipment for input applications More precision in agriculture Precision farming, now common around the world, takes into consideration the acidity levels of soil and the application of lime according to the variability of the area. Fertilization, taken as greatly important, due to its economic relevance for the crop, has direct relations with every different soil’s physical and biological aspects. Both in chemical and physical samplings, precision farming takes advantage of sampling grids for the generation of maps, through the use of geographical coordinates. These are signals collected by the Global Positioning System (GPS), positioning the collected points and, based on them, generating the maps, which relate the sampling points with one another. Right after, the system uses the information to manage the variability in the application of the inputs (fertilizers, seeds, etc). Quality and precision in agriculture are fundamental factors for ensuring the highest production potential of the crop. Based on this concept, precision seeding was developed for farmers who seek these requisites for a balanced application of fertilizers. The cost-benefit relation shows in higher yields and in regular fertilizer distribution. The Precision Seeder is equipped with two independent fertilizer reservoirs, with variable seed rates. This broadens the spectrum of possibilities for the farmers to apply the information collected in one operation, with quality, once the dosage of the fertilizers is conducted in the direct planting row. To achieve this, Precision utilizes a precision dosage applicator, the Fertisystem, coupled with the machine in order to obtain regular and uniform fertilizer quantities, avoiding excesses (that could cause seed burning and late emergency) or insufficient amounts (irregular crop in size and production). Excessive amounts could cause imbalance to soil and to the environment. Furthermore, farmers waste money on excessive fertilizers or in the lack of them, according to the specific response curve of the nutrients in relation to the crop, seeking line distribution uniformity in the row and dosage, constant upwards and downwards. The objective of the precision dosage applicator is to stress the importance of this production factor, essential for those who have adhered to precision farming, characterized by local applications of countless dosages. By applying the correct dosage in every planting row, totaling a precise useful width, the equipment translates into immediate gains for the farmers. n 139 Inor Ag. Assmann Eventos /events Plantando novidades 140 Brasil sedia conferência internacional que terá como objetivo a divulgação das múltiplas utilizações da soja nos países das Américas A soja é produto indispensável na vida da população, no País e no mundo. Seus derivados mais importantes são o óleo de cozinha e o farelo, usado na composição das rações para alimentação animal. No entanto, a oleaginosa permite inúmeras possibilidades. É justamente para divulgar e discutir esses demais aproveitamentos que será realizado entre 22 e 24 de outubro de 2013, em Bento Gonçalves (RS), a “Américas: Conferência Internacional sobre Utilização da Soja”. O evento é presidido pela pesquisadora Mercedes Concórdia Carrão Panizzi, da Embrapa Trigo, com sede em Passo Fundo (RS). Ela explica que o encontro será uma espé- cie de preparação para a Conferência Internacional de Processamento e Utilização da Soja, realizada a cada cinco anos, e que terá a próxima edição em 2015, na China. Em 2004, o Brasil sediou a programação, que se desenvolveu em Foz do Iguaçu (PR). Conforme Mercedes Panizzi, na conferência de outubro serão tratados especialmente temas referentes aos três maiores produtores das Américas: Estados Unidos, Brasil e Argentina. “Queremos mostrar que se pode agregar valor à soja usando-a para vários fins, não só os tradicionais”, observa. Uma gama de palestras está programada, envolvendo toda a cadeia produtiva. Uma delas irá traçar panorama da produção e A COOPAVEL Convida à todos a pretigiarem o Show Rural Coopavel que tem como objetivo difundir tecnologias voltadas ao aumento de produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais. LOCAL Show Rural Coopavel BR-277 - Km 577 - Centralito - Cascavel - Paraná - Brasil HORÁRIO: 8h às 17h do consumo de soja nesses três países. O melhoramento genético do grão também será abordado, evidenciando exemplos de pesquisas com as chamadas sojas especiais. Os cerca de 200 participantes que estão sendo aguardados para a conferência poderão ainda saber novidades sobre produtos processados com a oleaginosa, além das vantagens nutricionais do grão. Os usos industriais não alimentares, como a produção de biodiesel, e as experiências com a presença da soja na alimentação humana em países da África ou na merenda escolar no Brasil igualmente terão destaque. n Pesquisas sobre o grão e panorama da produção são temas do encontro Infraestrutura Entrada franca Estacionamento com 12 mil vagas gratuitas Restaurante com 4 mil lugares - Buffet próprio Área de lanches Água potável e refrigerada em todo o parque Área de descanso Ruas cobertas Informações adicionais www.showruralcoopavel.com.br www.coopavel.com.br www.cascavel.pr.gov.br [email protected] [email protected] Tel.: (45) 3225-6885 Inor Ag. Assmann Brazil hosts international conference focused on the multi-uses of soybean in American countries Planting novelties The soybean is an indispensable part of the diet of the population in the Country and the world. Its most important derivatives are cooking oil and meal, where the latter is an ingredient in livestock feed. Nonetheless, the oilseed has multiple applications. It is to debate and disseminate these other uses that the town of Bento Gonçalves (RS) is going to host the “Ameri- Research works on the kernel and the production panorama are themes to be debated 142 cas: International Conference on the Use of Soybean”, October 22 to 24, 2013. The event is presided over by researcher Mercedes Concordia Carrão Panizzi, of Embrapa Wheat, based in Passo Fundo (RS). She explains that the meeting will serve as preparation for the International Conference on Soybean Processing and Utilization, conducted on a five year basis, with its coming edition scheduled for 2015, in China. In 2004, Brazil hosted the Conference, and it took place in Foz do Iguaçu (PR). According to Mercedes Panizzi, in the October conference the main focus will be the three major soybean producers in the Americas: the United States, Brazil and Argentina. “We want to show that it is possible to add value to this crop down the line, using it for different purposes, not just for the traditional ones”, she observes. A series of lectures have been included on the agenda, involving the entire supply chain. One of them will focus on the production and consumption panorama in the three countries. Genetic enhancement questions will also be addressed, featuring research experiments with the socalled special soybean varieties. The participants of the conference, some 200 are expected, will have novelties with regard to soybean-based processed products, besides the nutritional values of the kernel. The non-food industrial uses, like the production of biodiesel, and experiments on soybean in human food in African countries, or in school meals in Brazil, will equally be addressed. n Inor Ag. Assmann Encontro marcado /appointment 13º Siconbiol – Simpósio Américas: Conferência Expodireto Cotrijal de Controle Biológico Internacional sobre 10 a 14 de março de 2014 15 a 18 de setembro de 2013 Utilização da Soja Não-me-toque (RS) Bonito (MS) 22 a 24 de outubro de 2013 Fone: 54 3332 3636 Fone: 43 3025 5223 Bento Gonçalves (RS) E-mail: [email protected] E-mail: [email protected] Fone: 43 3025 5223 Site: www.expodireto.cotrijal.com.br Site: www.cpao.embrapa.br/siconbiol2013 E-mail: [email protected] Site: www.icsu2013.com.br 20ª Fenasoja – Feira Nacional da Soja 18º Congresso Brasileiro 25 de abril a 4 de maio de 2014 de Sementes 32º Jantar da Associação Nacional Santa Rosa (RS) 16 a 19 de setembro de 2013 dos Exportadores de Cereais (Anec) Fone: 55 3512 6866 Florianópolis (SC) 28 de novembro de 2013 E-mail: [email protected] Fone: 43 3025 5223 São Paulo (SP) Site: www.fenasoja.com.br E-mail: [email protected] Fone: 11 3039 5599 Site: www.abrates.org.br/cbsementes E-mail: [email protected] Site: www.anec.com.br Agrishow 2014 – 21ª Feira Internacional de Tecnologia em Ação 4ª Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária Show Rural Coopavel 2014 Ribeirão Preto (SP) 1º a 4 de outubro de 2013 3 a 7 de fevereiro de 2014 Fone: 11 3598 7810 ou 3017 6807 Belém (PA) Cascavel (PR) E-mail: [email protected] Fone: 31 3466 2161 Fone: 45 3225 6885 Site: www.agrishow.com.br E-mail: E-mail: [email protected] [email protected] Site: www.showrural.com.br Site: www.conferencia.defesaagropecuaria.com 144 28 de abril a 2 de maio de 2014 valtraglobal @valtrabrasil BH GERAÇÃO III. A LÓGICA DA LAVOURA. • Motores de 4 e 6 cilindros mais fortes da categoria • Melhor ergonomia • Nova cabine • Novo sistema hidráulico • Menor raio de giro valtravideos