Anuário Brasileiro da
997718087493134
ISSN 1808-7493
Brazilian
Soybean Yearbook
Com Fox, este anúncio
é o mais próximo que a
ferrugem vai chegar da
lavoura do Walter Horita.
Walter Horita.
Grupo Horita - Barreiras/BA
Com a confiança dos produtores, a eficácia de Fox hoje é a
solução absoluta para a soja brasileira, graças à sua molécula
inédita e seu grupo químico exclusivo. Faça como o Walter
Horita: torne-se você também um fã do fungicida que mais
cresce em uso no Brasil.
Mais de 40 milhões de hectares tratados;
Maior eficácia contra Ferrugem;
Excelente controle da Antracnose, Oídio
e Mancha-Alvo.
Fox – De primeira, sem dúvida.
www.bayercropscience.com.br 0800 011 5560
Sílvio Ávila
Expediente/Publishers And Editors
Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900,
Santa Cruz do Sul, RS
Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
E-mail: [email protected]
[email protected]
Site: www.editoragazeta.com.br
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CNPJ 04.439.157/0001-79
Diretor-Presidente: André Luís Jungblut
Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann
Diretor-Comercial: Raul José Dreyer
Diretor-Administrativo: Jones Alei da Silva
Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib
ANUÁRIO BRASILEIRO DA
Soja 2013
Editor: Romar Rudolfo Beling; textos: Cleonice de Carvalho, Benno Bernardo Kist, Cleiton Evandro dos Santos, Erna Regina Reetz
e Heloísa Poll; supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann), Robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado; arte
de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografias de Inor Assman; edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado;
marketing: Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs e Rafaela Jungblut; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; distribuição: Simone de Moraes; impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC).
Ficha
ISSN 1808-7493
A636
Anuário brasileiro da soja 2013 / Cleonice de
Carvalho ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora
Gazeta Santa Cruz, 2013.
144 p. : il.
ISSN 1808-7493
1. Soja – Cultivo – Brasil. 2. Ferrugem asiática.
I. Carvalho, Cleonice de.
CDD : 633.340981
CDU : 633.34(81)
Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197
É permitida a reprodução de informações
desta revista, desde que citada a fonte.
Reproduction of any part of this magazine is
allowed, provided the source is cited.
2
MAIS VAGENS E GRÃOS
Opera
®
SUA SOJA TURBINADA,
DO PLANTIO À COLHEITA.
Você pode mais. Sua lavoura pode mais.
MAIS FOLHAS
Comet
®
MAIS RAÍZES
Standak Top
®
0800 0192 500
www.agro.basf.com.br
Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as
embalagens e restos de produtos. Incluir outros métodos de controle
dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando
disponíveis e apropriados. Uso exclusivamente agrícola. Registro
MAPA: Standak® Top nº 01209, Comet® nº 08801 e Opera® nº 08601.
Sistema AgCelence Soja
Inor Ag. Assmann
Sumário /Summary
08.
40.
104.
140.
4
Apresentação
INTRODUCTION
mercado
MARKET
Os negócios com esse grão
tecnologia
TECHNOLOGY
As novidades para o setor
eventos
EVENTS
A agenda dessa cadeia
14.
64.
136.
produçÃO
PRODUCTION
A colheita de soja no Brasil
perfil
PROFILE
A lavoura nas várias regiões
painel
PANEL
Produtos e lançamentos
Sílvio Ávila
Apresentação /introduction
Com a
a
l
t
o
o
b d
a
Uma combinação de fatores
mais do que propícia está fazendo as lavouras de soja
se espalharem em ritmo frenético, alucinante, pelo território brasileiro. Onde houver um espaço disponível ou em condições de ser transformado em
lavoura, o produtor rural não hesita em preparar a terra e semear mais um cantinho com
a oleaginosa. Com as cotações internacionais bastante remuneradoras e a demanda aquecida, o
entusiasmo no meio rural é pleno. Por isso, esse grão redondinho inspira a metáfora: a soja está com a
bola toda.
Graças à conjuntura de mercado e ao clima favorável ao desenvolvimento das plantas, o Brasil encerrou o ciclo
2012/13 com a colheita recorde de 81,4 milhões de toneladas. O salto em relação ao período anterior foi de quase 25%.
Ou seja, entre uma safra e outra, o desempenho nacional foi um quarto maior. Isso permite ter ideia clara do fôlego com
que o País pode ampliar, em curto espaço de tempo, a sua produção.
A nova temporada, a ser plantada no segundo semestre de 2013, dá claros indicativos de nova expansão em área e, certamente, em volume. Portanto, mais um resultado recorde vem por aí. A fim de alcançar o objetivo, a cadeia produtiva segue atenta
aos elementos-chave que podem garantir qualidade e lucro. As melhorias que têm sido introduzidas em cultivares, sistemas de
produção e controle de pragas, doenças e invasoras mostram seu pleno acerto. Os organismos de pesquisa, com destaque para a
liderança exercida pela Embrapa Soja, a cada ano disponibilizam inovações fundamentais.
Para o ciclo 2013/14, a oferta de sementes de soja Intacta, finalmente avalizada pela China, principal importadora do grão nacional, promete ser a grande novidade. Como as variedades trangênicas já ocupam mais de 90% da área cultivada com a oleaginosa
no Brasil, suas vantagens em termos de produtividade e de resistência a pragas começam a ser decisivas para a segurança do
produtor quanto ao sucesso da colheita.
Se o clima se mostrar favorável às plantações, e com a manutenção das cotações em níveis remuneradores, não restam
dúvidas de que a nova safra será, uma vez mais, a maior de todas. A energia que vem da soja não é apenas essencial para o
ser humano e para os animais: ela é a grande responsável pelos avanços que ocorrem na socioeconomia em todas as
regiões do Brasil. Afinal, onde há soja, há gente ganhando dinheiro.
E...se em 2014 o País sediará a Copa do Mundo de futebol, não custa lembrar que, a exemplo da seleção
canarinho, a soja brasileira também conquista o planeta. Pode aplaudir. n
8
9
Having
Inor Ag. Assmann
A very favorable combination of factors is
almost frenetically spreading soybean fields
across the entire Brazilian territory. Wherever
there is space available or fit for agriculture,
farmers do not hesitate in turning it into arable land and seed soybean in it. With international prices running high and demand on
the rise, there is much excitement in the rural
setting. This is why this round kernel gives rise
to the metaphor: soy has it all.
Thanks to the market scenario and
favorable climate conditions for plant development, Brazil ended the 2012/13 cycle
with a harvest of 81.4 million tons. The
jump from the previous period amounted
to almost 25%. That is to say, from one crop
to the next, performance went up by one
fourth. This gives a clear idea about the
chances for the Country to expand, in the
short run, its production volumes.
The new season, starting in the second
10
it all
half of 2013, is again hinting at area expansions and, certainly, at higher volumes
to be harvested. Therefore, another record
result is on the way. In order to achieve this
goal, the supply chain continues focused
on the key elements that might turn into
an assurance for quality and profits. There
have been improvements in cultivars,
production systems, and in the control
of pests, weeds and diseases. All of them
proved to be very effective. Research institutions, where the highlight is Embrapa
Soy, have been coming up with fundamental innovations, year after year.
For the 2013/14 growing season, the
availability of Intacta soy seed, finally with
the approval of China, major soy importer, has it all to be the great novelty. Since
transgenic varieties already account for
90% of all areas devoted to soybean crops
in Brazil, its advantages in terms of resistance to diseases and pests are beginning
to play a decisive role for the farmers to
achieve successful harvests.
If climatic conditions are favorable to
the plantations, with prices continuing
high, there is no doubt that the new crop,
now about to begin, will again be an alltime record. Energy that comes from soybeans is not only essential to humans and
animals: it is responsible for the advances
in the socio-economic standards of all Brazilian regions. After all, where there is soybean, there are people making money.
And...if in 2014 the Country is hosting the
FIFA World Cup, it might be a good idea to recall that, following on the heels of the Brazilian
National Football Team, Brazilian soybean is
also conquering the planet. n
financiado pelo
FINAME BNDES
COM O IPANEMA É MAIS FÁCIL
E A PRODUTIVIDADE VAI ÀS ALTURAS
O Ipanema vem contribuindo para a trajetória de sucesso do
o solo, pousa e decola, mesmo em pistas rústicas. Além disso,
agronegócio do Brasil, há mais de 40 anos, com a mesma
tem fácil manutenção.
certeza de produtividade, que passa de geração para geração.
Fabricado pela Embraer, o Ipanema é o único avião no mundo
Continua sendo a melhor forma para realizar diversas tarefas
a ser movido também a etanol. Ter um avião Ipanema ou
no campo. É possível utilizar em todos os tipos de terreno,
solicitar os serviços de um é mais fácil do que você imagina.
mesmo após as chuvas. Não amassa a cultura, não compacta
Consulte o site: www.aeroneiva.com.br.
Embraer Botucatu
0800 772-8426
www.aeroneiva.com.br
SOY SOLUTION
DOW AGROSCIENCES
SOLUÇÕES PARA TODO O
CICLO PRODUTIVO DA SOJA
Soy Solution™
Soluções para um Mundo em Crescimento
FULL FORMAT
FULL FORMAT
®
HERBICIDA
A Dow AgroSciences tem tudo o que o sojicultor precisa para tornar a sua lavoura mais
Pacto
Pacto
Glizmax rentável:
FULL FORMAT
FULL FORMAT
FORMAT
produtiva eFULL
Soy Solution.
Um conjunto de ações
associadas a um portifólio
FULL FORMAT
FULL FORMAT
FULL FORMAT
de produtos de qualidade, serviços e relacionamento que fortalecem e valorizam a soja
Joint
Joint
DMA
Verdict
Verdict
SpiderDMA
Spider
brasileira. FULL
Sabre
Exalt
Exalt
FORMAT Sabre
Primo
Primo Oil
Oil
806 BR
R
840 WG 806 BR
840RWG
®
®
HERBICIDA
®
®
®
®
HERBICIDA
Intrepid
®
HORIZONTAL FORMAT
240 SC
INSETICIDA
Glizmax
®
HERBICIDA
HORIZONTAL FORMAT
Intrepid 240 SC
®
INSETICIDA
HERBICIDA
INSETICIDA
Intrepid
®
HORIZONTAL FORMAT
Glizmax
DMA
806 BR
®
HERBICIDA
HERBICIDA
HORIZONTAL FORMAT
VERTICAL FORMAT
®
®
INSETICIDA
INSETICIDA
INSETICIDA
HERBICIDA
®
HERBICIDA
®
INSETICIDA
®
BR
5D615
5D688
COLORS
5D690
Lorsban
480 BR 5D711
5G830
840 WG
806
VERTICAL
FORMAT
HERBICIDA
PANTONE 330 C / C: 95 M: 15 Y: 47 K: 62
Intrepid
240 SC
INSETICIDA
COLORS
BLACK
BLACK
BLACK
INSETICIDA
®
BLACK
INSETICIDA
COLORS
®
®
HERBICIDA
HERBICIDA
HERBICIDA
VERTICAL FORMAT®
®
®
FUNGICIDA
HORIZONTAL FORMAT
INSETICIDA
5D555
SpiderDMA
5D615
COLORS
COLORS
5D688
Intrepid
240 SC
5D690
5D711
SERVIÇOS
5G830
480 BR
INSETICIDA
FUNGICIDA
HORIZONTAL FORMAT
HORIZONTAL FORMAT
BLACK
®
®
ADJUVANTE
HERBICIDA
HORIZONTAL FORMAT
5D555
VERTICAL FORMAT
5D555VERTICAL FORMAT 5D615
Exalt
Lorsban 480 BRExalt5D615 Primo 5D688
5D555
COLORS
5D615
5D688
Spider
Verdict
VerdictJoint 5D690
840 WG
R 5D688
R5D690Oil
5D711
5D690
5D711
5G830
COLORS
COLORS
COLORS 5G830 COLORS
5D711
Lorsban
5G830
480 BR
®
®
®
FUNGICIDA
INSETICIDA
INSETICIDA
®
®
®
®
INSETICIDA
®
BLACK
HERBICIDA
HERBICIDA
BLACK
HERBICIDA
ADJUVANTE
Joint Oil
®
5D555
5D615
5D688
Primo
5D690
5D711
Joint
Oil
5G830
ADJUVANTE
®
FUNGICIDA
®
PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76ADJUVANTE
K: 0
PANTONE 348 C / C: 100 M: 4 Y: 87 K: 18
CMYK
C11 M10 Y68 K25
Pantone
618
®
CMYK
C11 M10 Y68 K25
BLACK
BLACK BLACK
BLACK
BLACK
PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76 K: 0
PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76 K: 0
PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76 K: 0 INSETICIDA
PANTONE GREEN C / C: 95 M: 0 Y: 58 K: 0
PANTONE 554 C / C: 83 M: 17 Y: 62 K: 56
PANTONE P.Blue C / C: 100 M: 13 Y: 1 K: 3 CMYK
Pantone
CMYK
C11 M10 Y68 K25
®
HERBICIDA
®
ADJUVANTE
ADJUVANTE
Oil Pacto
806 BR Verdict
SpiderDMA
840 WG
SpiderR 840 WG PactoVerdictJoint
R
HERBICIDA PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76HERBICIDA
K: 0
®
Lorsban
®
®
INSETICIDA
8065D555
BRBLACK
HERBICIDA
HORIZONTAL FORMAT
®
®
®
INSETICIDA
®
Intrepid 240 Lorsban
SC
Sabre
Sabre
480 BR
®
VERTICAL
FORMAT
BLACK
Lorsban
HORIZONTAL FORMAT
HERBICIDA
®
®
®
HERBICIDA
HERBICIDA
INSETICIDA
®
HORIZONTAL FORMAT
DMA
COLORS
HERBICIDA
PRODUTOS
240 SC E SEMENTES
480 BR
INSETICIDA
®
HERBICIDA
®
®
®
FULL FORMAT
®
FULL FORMAT
C11 M10 Y68 K25
BLACK
BLACK
Pantone
618
PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76 K: 0
BLACK
CMYK
C11 M10 Y68 K25
PANTONE 348 C / C: 100 M: 4 Y: 87 K: 18
Pantone
618
BLACK
BLACK
PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76 K: 0
PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76 K: 0PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76 K: 0
PANTONE 1807 C / C: 7 M: 94 Y: 65 K: 31
2695 C / C: 90 M: 100 Y: 10 K: 47
PANTONE 7469 C / C: 100 M: 31 Y: 8 K:PANTONE
38
BLACK
618
Pantone
618
• Dow Orienta: Informação, orientação e assistência técnica para o agricultor
BLACK
Pantone
PANTONE 185 C618/ C: 0 M: 92 Y: 76 K: 0
CMYK
C11 M10 Y68 K25
PANTONE 309 C / C: 100 M: 24 Y: 20 K: 77
BLACK
PANTONE 185 C / C: 0 M: 92 Y: 76 K: 0
PANTONE 298 C / C: 68 M: 3 Y: 0 K: 0
• Soy Trade: Programa de troca na moeda do sojicultor
RELACIONAMENTO
A Dow AgroSciences está cada vez mais próxima do homem do campo. É por isso que
entende as necessidades e oferece soluções personalizadas em produtos e serviços para
os produtores. Inovações que abrem novas possibilidades para toda
a cadeia produtiva e contribuem para o crescimento da agricultura nacional.
®™Marcas registradas de The Dow Chemical Company ou companhias afiliadas.
Exalt® é um produto em fase de registro pela Dow AgroSciences. Primo® é produto registrado pela Agrobio.
Platinum Neo é marca registrada de Syngenta Proteção de Cultivos. Verdict® R possui restrição de uso no Estado do Paraná.
Glizmax
www.dowagro.com.br | 0800 772 2492
Sílvio Ávila
Produção /production
Terras do
sem fim
14
Influenciados pelas perdas na colheita
dos Estados Unidos, os produtores
brasileiros fecham o ciclo 2012/13 com
mais um recorde na safra de soja
Assim como tem acontecido com o
milho, pode-se dizer que este também é
o momento da soja no Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
acaba de confirmar mais um recorde de
produção da oleaginosa no País. Pelo levantamento de agosto de 2013, a colheita total será de 81,5 milhões de toneladas
na safra 2012/13, registrando, assim, incremento de 22,7% sobre o período anterior. O resultado é o reflexo do acréscimo
na área plantada, além da maior produtividade, em ambos os casos de 10%.
Os agricultores brasileiros resolveram investir mais no grão para aproveitar o cenário que se formou com a
queda da colheita nos Estados Unidos,
os maiores fornecedores do grão no
mundo. Mesmo com a forte
estiagem, os norte-americanos conseguiram atingir
a 82 milhões
de
toneladas na temporada 2012/13, diante
do resultado de 84,2 milhões de toneladas no período anterior.
O ciclo 2013/14 no Brasil deverá novamente apresentar recorde. Conforme
o analista do mercado da soja da Conab,
Leonardo Amazonas, a área plantada receberá incremento de 5% em relação à
fase anterior, ultrapassando os 29 milhões
de hectares. Já a produção, caso não haja
nenhum problema climático significativo,
deve se situar entre 87 milhões de toneladas e 90 milhões de toneladas.
Em termos mundiais, o Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)
estima colheita de 281,7 milhões de toneladas na safra 2013/14, o que significa
aumento de 5,2% sobre o período anterior, que deve fechar em 267,5 milhões de
toneladas. Desse total, os Estados Unidos
aparecem com 88,6 milhões de toneladas,
enquanto o Brasil tem previsão de colheita
de 85 milhões de toneladas.
Assim como na produção, o Brasil
também tem conseguido ampliar a sua
participação nas exportações de soja.
Mesmo com números diferentes, todas
as fontes apontam para avanço nos embarques em 2013. É o caso, por exemplo,
da Conab, que em agosto de 2013 previa
embarques na ordem de 37,8 milhões de
toneladas para o período, com acréscimo
de 16% sobre o ano anterior.
O aumento pode se aproximar de 24%
quando levadas em conta as informações
da Associação Brasileira das Indústrias de
Óleos Vegetais (Abiove), de julho de 2013.
A entidade aponta volumes de exportação do grão no total de 31,9 milhões de
toneladas e de 39,5 milhões de toneladas,
respectivamente, para os anos comerciais
2012/13 e 2013/14 (fevereiro a janeiro). O
último número previsto ultrapassaria, portanto, o divulgado pelo USDA para o caso
norte-americano em agosto de 2013, que
ficaria em 37,6 milhões de toneladas no ciclo 2013/14 (outubro a setembro). n
Produção, área
plantada e
produtividade
registraram novo
incremento
15
Lands
of
Following on the heels of maize, one
could say that this is the moment of soybean in Brazil. The National Supply Company (Conab) has just confirmed another
record oilseed crop in the Country. The August 2013 survey points to a total of 81.5 million tons in the 2012/13 cycle, up 22.7% from
the previous period. The result stems from
the bigger planted area, besides improved
productivity, reaching 10% in both cases.
The Brazilian soybean farmers decided to
invest more in this oilseed in order to take advantage of the crop frustration that occurred
in the United States, leading grain supplier in
Production,
planted area and
productivity register
new increases
16
Inor Ag. Assmann
Influenced by crop losses in the
United States, Brazilian farmers
are finishing the 2012/13
growing season with one more
record soybean crop
no end
the world. In spite of the prolonged drought,
the United States growers managed to harvest 82 million tons in the 2012/13 growing
season, compared to the 84.2 million tons
harvested in the previous cycle.
The 2013/14 crop year in Brazil is poised
to hit another record. According to Conab
soybean market analyst Leonardo Amazonas, the planted area is estimated to soar
5% from the previous season to upwards of
29 million hectares. With regard to production, should no significant climate problem
come in the way, it should range from 87
million tons to 90 million.
In global terms, the United States Department of Agriculture (USDA) estimates
the harvest at 281.7 million tons in the
2013/14 crop year, up 5.2% from the previous period, which is supposed to come to a
close with 267.5 million tons. Of this total,
the United States contributes with 88.6 million tons, while the crop in Brazil is estimat-
ed at 85 million tons.
In line with the bigger production volumes, Brazil has also managed to expand its
share in shipments abroad. Although figures
differ, all sources point to advances in shipments in 2013. It is, for example, the case of
the Conab, which in August 2013 forecast
shipments of 37.8 million tons for the period,
up 16% from the previous year.
This increase could come close to 24%
if the July 2013 numbers of the Brazilian
Association of Vegetable Oil Industries
(Abiove) are taken into consideration. The
entity points to export volumes of 31.9 million tons and 39.5 million tons, respectively,
for the 2012/13 and 2013/14 (February to
January) commercial years. The latest anticipated number would therefore outstrip
the figure revealed by the USDA for the
United States in August 2013, reckoning
the crop at 37.6 million tons in the 2013/14
growing season (October to September). n
Brasil bateu novo recorde na produção
de soja na temporada 2012/13, um
reflexo direto dos baixos estoques
mundiais e das cotações em alta
A perder de
vista
As dificuldades climáticas do ciclo
2011/12 em importantes países produtores levaram a queda na produção e nos
estoques mundiais de soja. O resultado
foi o aumento extraordinário das cotações do grão, que formaram o cenário
perfeito para o plantio da oleaginosa na
temporada seguinte no Brasil. Com aumento de 10,7% na área cultivada e de
10,8% na produtividade, a commodity
simplesmente estourou, fazendo o País
bater novo recorde de produção.
Apesar de o fechamento da safra
ocorrer somente em setembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no relatório de agosto de 2013, já
O ciclo foi
marcado ainda pela
forte incidência
da lagarta
Helicoverpa
18
confirmou o expressivo desempenho. De
acordo com a estatal, o Brasil colheu 81,4
milhões de toneladas no ciclo 2012/13,
22,7% a mais do que no período anterior.
No total, foram preparados 27,7 milhões
de hectares, que apresentaram rendimento médio de 2.938 quilos por hectare.
O resultado brasileiro na safra 2012/13
é motivo de comemoração. Afinal, a colheita foi muito similar à quantidade obtida pelos plantadores dos Estados Unidos,
que historicamente sempre produzem
muito mais. No entanto, conforme o diretor-executivo da Associação Brasileira dos
Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, os agricultores nacionais enfrentaram alguns percalços, que impactaram
negativamente na produtividade.
Um dos principais problemas que afligiu as lavouras de soja, principalmente de
Mato Grosso e do Rio Grande do Sul, foi a
presença da lagarta Helicoverpa. A praga
tem como característica a voracidade do
ataque, podendo destruir enormes plantações. A ferrugem asiática é outra das
doenças que preocupou durante a safra,
com incidência severa no Oeste mato-grossense.
Fabrício Rosa lembra ainda que, durante o ciclo 2011/12 e a fase 2012/13, o
Brasil viveu o ápice do gargalo logístico.
Nesse período, destaca, os portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), principais
portas de saída da soja brasileira para
exportação, operaram no limite da capacidade de movimentação, de no máximo
8 milhões de toneladas ao mês. “Com
certeza, muitos navios saíram atrasados”,
menciona.
Para o dirigente da Aprosoja Brasil, a
curto prazo os problemas devem continuar. “Precisamos de estradas bem-estruturadas a fim de levar a soja para o Norte,
o que aliviaria em 20 milhões de tonela-
Sílvio Ávila
UM PASSEIO PELA LAVOURA • A tour of the crop
Comparativo de área, produtividade e produção
das os portos do Sul do País”, entende.
Rosa acredita que cerca de cinco ou seis
anos sejam suficientes para reverter o
quadro e desafogar os embarques pelos
principais terminais do País.
Aos poucos, os exportadores estão encontrando alternativas para a venda dos
grãos. Conforme dados levantados pela
Associação Nacional dos Exportadores
de Cereais (Anec), em 2012 os embarques
pelos portos de Manaus (AM), Santarém
(PA), Itaqui (MA), Salvador e Ilhéus (BA) e
Vitória (ES) somaram 9,1 milhões de toneladas. No ano anterior, esses seis terminais foram responsáveis pela comercialização de 8,3 milhões de toneladas. Em
2013, de janeiro a julho, já totalizavam 7,1
milhões de toneladas. n
Região/UF
Área (mil há)
Produtividade (kg/ha)
Produção (mil t)
Safra 11/12 Safra 12/13 Safra 11/12 Safra 12/13 Safra 11/12 Safra 12/13
Norte
717,6894,43.0272.954
2.172,2
2.641,9
RR
3,7 5,02.8002.800 10,4 14,0
RO
143,5167,73.2213.216462,2539,3
PA
119,2 172,22.657 3.207316,7552,2
TO
451,2549,53.0652.796
1.382,9
1.536,4
Nordeste
2.117,1 2.414,3 2.880 2.1936.096,35.294,8
MA
559,7 586,0 2.949 2.8771.650,61.685,9
PI
444,6546,42.8411.678
1.263,1916,9
BA
1.112,8 1.281,9 2.860 2.1003.182,62.692,0
Centro-oeste 11.495,2 12.778,2 3.036 2.98134.904,838.091,4
MT
6.980,5 7.818,2 3.130 3.01021.849,023.532,8
MS
1.815,0 2.017,0 2.550 2.8804.628,35.809,0
GO
2.644,7 2.888,0 3.120 2.9658.251,58.562,9
DF
55,0 55,03.200 3.395176,0186,7
Sudeste
1.606,2 1.758,2 2.899 3.0864.656,35.425,9
MG
1.024,0 1.121,2 2.987 3.0103.058,73.374,8
SP
582,2637,02.7443.220
1.597,6
2.051,1
Sul
9.106,1 9.876,4 2.037 3.03818.553,430.002,7
PR
4.460,6 4.752,8 2.453 3.34810.941,915.912,4
SC
448,3505,02.4203.080
1.084,9
1.555,4
RS
4.197,2 4.618,6 1.555 2.714 6.526,612.534,9
Norte/nordeste 2.834,7 3.308,7 2.917 2.3998.268,57.936,7
Centro/Sul
22.207,5 24.412,8 2.617 3.01258.114,573.520,0
Brasil
25.042,2 27.721,5 2.651 2.93866.383,081.456,7
Fonte: Levantamento da Conab, agosto de 2013.
19
Inor Ag. Assmann
Brazil harvested a new record
soybean crop in the 2012/13
growing season, directly reflecting
the low global stock and better
remunerating prices
As far as
the eye
can see
Climate induced problems over the
2011/12 growing season, in important soybean producing countries, were responsible
for smaller production volumes and lower
global stocks. As a result, soybean prices
soared considerably, creating the perfect
scenario for oilseed plantings in the next
upcoming in Brazil. With a 10.7% increase
in planted area and 10.8% in productivity,
the oilseed simply skyrocketed, leading the
Country to another record crop.
Even before the end of the crop year, which
comes to a close in September, the National
Supply Company (Conab), in its August 2013
report, had already anticipated the expressive
result. According to the state corporation, Brazil harvested 81.4 million tons in the 2012/13
The growing cycle
was strongly
influenced by
Helicoverpa
caterpillar outbreaks
20
crop year, up 22.7% from the previous period.
In all, 27.7 million hectares were planted, with
average yields of 2,938 kilos per hectare.
Brazil’s performance in the 2012/13 crop
year is cause for celebration. After all, the
harvested volume was very similar to the
amounts obtained by the farmers in the
United States, where production volumes
have historically been bigger. Nonetheless,
according to the executive director of the Brazilian Association of Soybean Producers Association (Aprosoja-Brasil), Fabrício Rosa, the
farmers in Brazil faced some hurdles, which
impacted negatively on productivity.
One of the major problems that affected
the soy fields, particularly in Mato Grosso
and Rio Grande do Sul, were the outbreaks
of Helicoverpa caterpillars. The main characteristic of the pest is its voracity, leading
to the destruction of entire fields. Asian rust
was also cause for great concern during the
growing season, with severe outbreaks in
Western Mato Grosso.
Fabrício Rosa recalls that the 2011/12 and
2012/13 cycles went through the worst logistic
bottleneck in history. During this period, he
says, the ports of Santos (SP) and Paranaguá
(PR), major soybean shipment gates in Brazil,
operated at the limit of their shipment capacity, totaling 8 million tons per month. “For sure,
many a ship suffered delays”, he recalls.
The president of Aprosoja Brasil, understands that, in the short run, the problems are
poised to continue. “We need well structured
roadways to take the soybean crop to the
North, which would relieve the ports in the
South of the Country from the burden of 20
million tons”, he argued. Rosa believes that
five to six years are enough to reverse the picture and make shipments easier through all
major ports across the Country.
Little by little, exports are finding alternatives for shipments abroad. According to
surveys conducted by the National Association of Cereal Exporters (Anec), in 2012, shipments through the ports of Manaus (AM),
Santarém (PA), Itaqui (MA), Salvador and Ilhéus (BA) and Vitória (ES) totaled 9.1 million
tons. In the previous year, these six terminals
were responsible for the trade of 8.3 million
tons. In 2013, January through July, the total
had come to 7.1 million tons. n
Sílvio Ávila
Até onde a
imaginação
alcança
22
Centro-Oeste responde por mais de 45%
da área cultivada com soja no Brasil,
e mais da metade das lavouras estão
localizadas em Mato Grosso
O Centro-Oeste é o grande celeiro da
soja no Brasil. Na safra 2012/13, os três
estados da região, mais o Distrito Federal,
plantaram 46% da área com o grão no País,
chegando a 12,7 milhões de hectares. Apenas o Mato Grosso, maior produtor nacional, instalou sozinho 28% do total cultivado no período, ou 7,8 milhões de hectares.
Os números apurados pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab) retratam bem a importância da cultura para
esta parte do território brasileiro.
O avanço da soja rumo ao Centro-Oeste aconteceu de forma gradual. Na
década de 1970, a área cultivada não
passava de 2% do total nacional. Dez
anos depois, a representatividade já era
de 20%; nos anos de 1990, avançou para
40%, resultado do movimento migratório
de agricultores dos estados do Sul, em
busca de novas terras. Os pioneiros encontraram por lá as condições climáticas
ideais para implantar suas lavouras, além
de grande disponibilidade de espaço.
O Sul do Brasil, onde há cinco décadas a cultura da soja se instalou de forma
mais efetiva, ainda concentra parcela significativa da commodity. Os três estados
dessa região (Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul) foram responsáveis por
35% da área cultivada com o grão na safra
2012/13, somando 9,8 milhões de hectares. Paraná e Rio Grande do Sul aparecem
como o segundo e terceiro maiores produtores nacionais, com 4,7 milhões e 4,6
milhões de hectares, respectivamente.
Com a escassez de terras para ampliação da lavoura de soja em locais tradicionais, a cultura tem invadido novos
territórios. O maior crescimento em área
instalada ocorreu justamente no Norte, com 24,6% de aumento sobre o ciclo
2011/12, e no Nordeste, com 14% a mais.
O destaque fica com a região batizada de
Mapitoba. O nome é uma referência às sílabas iniciais dos quatro estados que possuem os maiores espaços cultivados com
o grão nas novas fronteiras agrícolas. Jun-
tos, os estados do Maranhão, do Piauí, do
Tocantins e da Bahia somaram quase 3 milhões de hectares na temporada 2012/13.
Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja
(Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, o novo
Código Florestal brasileiro, em vigor desde
2012, está limitando muito a expansão da
soja. A legislação impõe uma série de restrições na instalação de áreas cultivadas,
visando a preservação de matas, mananciais e morros. O dirigente observa que,
em alguns casos, como no Mato Grosso e
no Tocantins, ainda seria possível converter pastagens em lavouras. “Em algumas
safras, no entanto, dependendo das cotações, os produtores optam por plantar
algodão ao invés da oleaginosa”, constata.
É consenso entre os analistas que
o crescimento da sojicultura brasileira
deve ocorrer, então, pelo incremento na
produtividade. n
Sul do Brasil
ainda tem forte
representatividade,
com 35% do
plantio da soja
23
Center-West is responsible for
upwards of 45% of the soybean
fields in Brazil, and more than half of
them are located in Mato Grosso
Stretching
into the
distance
South Brazil is still
very representative,
with 35% of the
entire crop
24
national producer, established 28% of all
the fields planted over the period, or 7.8 million hectares. The figures ascertained by the
National Supply Company (Conab) depict
very clearly the importance of the crop for
this part of the national territory.
The soybean crop worked its way into
the Center-West gradually. In the 1970s, the
area devoted to the crop barely reached 2%
of the total in the Country. Ten years later, its
representativeness had climbed to 20%; in
Inor Ag. Assmann
The Center-West is the real Brazilian
soybean granary. In the 2012/13 growing
season, the three states of the region, plus
the Federal District, seeded 46% of the entire soy crop in Brazil, corresponding to 12.7
million hectares. Mato Gross alone, biggest
the 1990s, it jumped to 40%, resulting from
the migration of farmers from the southern
states, all of them in search of new lands.
The pioneers found in the region the ideal climate conditions for establishing their crops,
besides the availability of huge areas.
South Brazil, where the first soybean
crops were established in the Country some
five decades ago, is still responsible for a
significant portion of the commodity. The
three states of the region (Paraná, Santa
Catarina and Rio Grande do Sul) were responsible for 35% of the area devoted to
the crop in the 2012/13 growing season,
totaling 9.8 million hectares. Paraná and
Rio Grande do Sul rank as second and third
largest national producers, with 4.7 million
and 4.6 million hectares, respectively.
With land shortages in traditional soy
growing areas, the crop has worked its way
into new territories. The biggest increase
in the establishment of soybean crops occurred in the North, where they soared
24.6% over the 2011/12 growing season,
and 14% in the Northeast. The highlight is
the region known as Mapitoba. The name
stems from the initial syllables of four states
that are home to the biggest areas devoted
to the cereal in the new agricultural frontiers. Together, the states of Maranhão,
Piauí, Tocantins and Bahia cultivated 3 million hectares in the 2012/13 crop year.
According to the executive director of
the Brazilian Association of Soybean Farmers (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, the new
Brazilian Forest Code, in force since 2012, is
setting limits to the expansion of the crop.
Legislation imposes a series of restrictions
to the establishment of new farming areas,
with the purpose to preserve native Forest,
water streams and hills. The official notes
that, in some cases, like Mato Grosso and Tocantins, it is still possible to convert degraded
pasturelands into soy fields. “In some years,
nonetheless, depending on the prices fetched
by the different crops, the farmers opt for cotton instead of soy”, he ascertains.
It is common belief among analysts that
soybean harvests should continue rising, but
as a result of higher productivity rates, rather
than area expansions. n
Inor Ag. Assmann
Brasil cresceu em produtividade graças
à tecnologia, que viabilizou o avanço
da soja a partir das regiões mais frias
e temperadas rumo aos trópicos
Com as
bênçãos
da pesquisa
Os ganhos em produtividade impulsionaram a cultura da soja no Brasil. Em
pouco mais de 30 anos, o País passou
de inexpressivo fornecedor do grão a
um dos maiores do mundo. Conforme
o engenheiro agrônomo Décio Gazzoni,
pesquisador da Embrapa Soja e membro fundador do Comitê Estratégico de
Soja Brasil (Cesb), o principal diferencial
do País é a disponibilidade de tecnologia
para condições tropicais, o que possibilitou a expansão da lavoura.
Em cinco anos,
maiores rendimentos
saltaram de 4 mil kg/
ha para 6 mil kg/ha
26
Gazzoni lembra que, no início, o plantio
ocorria apenas em altas latitudes, das regiões frias e temperadas. Com o avanço da
pesquisa, o cenário mudou e a cultura se
expandiu País afora. “Tropicalizamos o grão
e estamos nos transformando no maior
produtor mundial da leguminosa, o que
deve ocorrer dentro de até três anos”, prevê. Na safra 2012/13, o Brasil colheu quantidade muito próxima da dos Estados Unidos,
líder na produção dessa commodity.
Série histórica publicada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra bem a evolução do cultivo
da soja pelo Brasil. O acompanhamento
tem início na safra 1976/77 e vai até a
etapa 2012/13. Entre os dois ciclos analisados, a área ocupada com a leguminosa aumentou 298,9%, passando de 6,9
milhões de hectares para 27,7 milhões
de hectares. No mesmo período, a produção cresceu 570,7%, saltando de 12,1
milhões de toneladas para 81,4 milhões
de toneladas. O rendimento médio da
lavoura, que era de 1.748 quilos por hectare na primeira temporada observada,
fechou em 2.938 quilos por hectare no
último ciclo, com incremento de 68%.
De acordo com o pesquisador da Embrapa, atualmente os melhores produtores da oleaginosa obtêm produtividades
próximo a seis mil quilos por hectare no
Brasil, teto que não passava de quatro mil
quilos por hectare há cinco anos. Já nos
Estados Unidos, que possuem o maior
rendimento de soja no mundo, o índice é
superior a 11 mil quilos por hectare. “Este
deve ser um referencial para balizar o potencial brasileiro, que pode ser atingido
dentro de alguns anos”, entende. n
Estratégias
Na média nacional, enfatiza o engenheiro agrônomo Décio Gazzoni, da Embrapa Soja, o incremento em produtividade situa-se em
cerca de 1,5% ao ano, abaixo da demanda de mercado.
Assim, para suprir a necessidade de abastecimento, Gazzoni aponta dois caminhos. O primeiro seria a implementação de um programa de incentivo a ganhos de
rendimento, com maior adoção de tecnologia e mais
cuidados no manejo da lavoura. No segundo caso,
mantendo-se o ritmo de crescimento da cultura, faria-se necessária a incorporação de novas áreas. “As melhores opções são a integração com a pecuária e a recuperação de terrenos degradados”, destaca.
O Comitê Estratégico de Soja Brasil (Cesb), do qual
ele é membro, foi criado com o objetivo de promover
estratégias que contribuam para elevar o rendimento
da soja no Brasil. Anualmente, realiza o Desafio Nacional de Máxima Produtividade, que premia produtores
nas categorias municipais, estaduais, regionais e nacional. Gazzoni explica que a intenção não é simplesmente bater recordes, mas conquistar novos limites
de forma sustentável. “Isso significa que eles devem
observar as legislações trabalhista e ambiental e que a
margem do agricultor deve ser maior do que a obtida
com o resultado antigo”, conclui.
27
Inor Ag. Assmann
Brazil made strides in productivity
thanks to technology, which expanded
soybean plantations from cold and
temperate zones to tropical areas
Under the
umbrella
of research
Productivity gains have always driven
the soybean crops in Brazil. In just over thirty
years, the Country shifted from an inexpressive supplier of the cereal to one of the largest
in the world. According to agronomic engineer Décio Gazzoni, researcher with Embrapa Soy, and founder member of the Strategic
Soy Committee in Brazil (Cesb), what really
makes a difference in Brazil is the availability
of tropical-oriented technology, which has
triggered soybean field expansions.
Gazzoni recalls that, in the beginning,
soybean plantings were only viable in high
altitudes of cold and temperate regions.
More intensive research works changed
this scenario and the crop found its way
into remote regions throughout the Country. “We have managed to adapt the cereal
to tropical conditions, and we are heading
towards the leading global position on that
score, which should occur in three years”,
he foresees. In the 2012/13 crop year, Brazil
In five years, yields
jumped from 4
thousand kilograms
per hectare to 6
thousand
28
harvested an amount that almost matched
the crop in the United States, leader in the
production of this commodity.
A historical series published by the National Supply Company (Conab) clearly
depicts the evolution of the crop in Brazil.
The report covers all soybean crops from
the 1976/77 growing season to the 2012/13
cycle. Between the two cycles covered by the
analysis, the area planted to the oilseed increased by 298.9%, from 6.9 million hectares
to 27.7 million. Over the period, production
soared 570.7%, jumping from 12.1 million
tons to 81.4 million tons. Average yields per
Strategies
hectare jumped from 1,748 kilos back in
1976/77 to 2,938 kilograms in the past crop
year, representing an increase of 68%.
According to the Embrapa researcher,
nowadays the best soybean farmers achieve
close to 6 thousand kilograms per hectare,
quite a jump if compared to the four thousand kilograms five years ago. On the other
hand, in the United States, home to the highest soybean productivity rates in the world,
yields reach 11 thousand kilograms per hectare. “This could be a reference for boosting
the Brazilian potential to be achieved within
the following years”, he comments. n
In national terms, Embrapa Soy agronomic engineer Décio
Gazzoni, maintains that productivity rates are soaring about 1.5% a year, remaining below the level demanded by the market. Therefore, to meet the supply needs, Gazzoni suggests two different routes. The first would consist in the implementation of an incentive
program towards yield gains, based on technology and improved management practices
at field level. The second, with no changes to the growth rate of the crop, there would be
need for incorporating new areas. “The best options consist in integration schemes with
livestock operations and the recovery of degraded land”, he points out.
The Soybean Strategic Committee (Cesb), of which he is a member, was created with the
objective to promote strategies that contribute towards higher soybean yields in Brazil. The
Strategic Committee holds the National Maximum Yield contest on an annual basis, and
it rewards producers in the following categories: municipal, state, regional and national.
Gazzoni explains that the idea is not just hitting records, but the conquest of new limits
in sustainable manner. “It means that the participating farmers must comply with labor
and environmental legislation, while their gains must outstrip past results”, he concludes.
Divulgação Massey Ferguson
Depois de atingir novo recorde na
produção de soja no ciclo 2012/13,
Brasil se prepara a fim de colher safra
ainda maior na próxima temporada
E não para
por aí
O Brasil se estrutura para superar o
resultado alcançado na colheita de soja
na safra 2012/13, quando a produção de
81,4 milhões de toneladas foi recorde.
Para a temporada 2013/14, que tem início em setembro de 2013, as projeções
da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicam mais uma marca histórica, entre 87 milhões de toneladas e 90 milhões de toneladas do grão.
Conforme o analista do mercado da soja
da estatal, Leonardo Amazonas, a área
plantada deverá crescer 5%, fechando
em 29,1 milhões de hectares.
O diretor-executivo da Associação
Brasileira dos Produtores de Soja (Apro-
Colheita em
expansão qualifica
o País para liderar a
sojicultura mundial
30
soja Brasil), Fabrício Rosa, acredita em
aumento de 10% na produção da oleaginosa no ciclo 2013/14, o que elevaria o
total obtido aos patamares previstos pela
Conab. O cenário se forma a partir da leitura que os produtores estão fazendo do
momento pelo qual passa a cultura.
Na avaliação do dirigente, a decisão
para a nova temporada baseia-se na intenção de plantio nos Estados Unidos,
principal fornecedor mundial, além do
aumento da demanda mundial do grão.
Relatório do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA), de agosto de
2013, indica que esse país vivencia retomada na sua produção, estimada em 88,6
milhões de toneladas. Na safra 2012/13,
uma severa estiagem prejudicou a cultura, que fechou com resultado de 82
milhões de toneladas, praticamente o
mesmo colhido pelos brasileiros.
De acordo com Fabrício Rosa, as previsões para os Estados Unidos ainda devem
cair mais, pois os produtores atrasaram o
plantio. “Há grande chance de a colheita
da soja e do milho acontecer em pleno período de geada no hemisfério norte”, especula o diretor-executivo da Aprosoja Brasil.
Mas o aumento da safra brasileira é
também consequência direta da boa remuneração obtida pelos produtores nas
duas últimas temporadas. Rosa lembra
que, mesmo com a depreciação dos preços, a partir de maio de 2013, acarretada
por problemas logísticos, os patamares
alcançados ainda eram considerados
bons. Ele acredita que no ciclo 2013/14
as cotações da soja deverão ficar acima
da média histórica. n
31
It won’t
stop
there
After hitting a new record soybean
crop in the 2012/13 growing season,
Brazil is getting ready to harvest an
even bigger one in the next season
Brazil is now preparing to outstrip the
result achieved in the 2012/13 soybean
crop, when the production of 81.4 mil-
Inor Ag. Assmann
Ever-increasing
harvests qualify Brazil
towards the leadership
in the global soybean
business
32
lion tons was an all-time record. For the
2013/14 growing season, which starts in
September 2013, projections by the National Supply Company (Conab), point to
another historical mark, from 87 million
tons to 90 million. According to Conab
soybean analyst Leonardo Amazonas,
the planted area is poised to increase by
5% to a total of 29.1 million hectares.
The executive director of the Brazilian
Association of Soybean Farmers (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, believes in a
10-percent rise in the 2013/14 soybean
crop size, which will match the total to
the numbers estimated by Conab sources. The scenario builds up from the reading of what the farmers are now doing at
this stage of the crop.
In the official’s view, the decision for
the new season is based on the planting
intentions in the United States, leading
global supplier, besides the growing demand for the grain at world level. A report by the United States Department of
Agriculture (USDA), published in August
2013, points to the fact that the farmers
in the United States are set to resume
their production, estimated at 88.6 million tons. In the 2012/13 crop year, a severe drought jeopardized the crop, which
came to a close with 82 million tons,
practically on a par with the volume produced in Brazil.
Fabrício Rosa maintains that the projections for the crop in the United States
should drop even further, once the farmers delayed their plantations. Soybean
and corn harvesting operations are likely
to take place in frosty weather conditions
in the northern hemisphere”, the executive director of Aprosoja Brasil said.
The bigger soybean crop in Brazil is
also a direct consequence of the higher
remuneration fetched by the farmers
in the two past crops. Rosa recalls that,
in spite of price drops, as of May 2013,
brought about by logistic problems, the
levels achieved were still viewed as high.
He believes that in the 2013/14 cycle soybean prices should remain above historical averages. n
Sílvio Ávila
Bonito de
Até há pouco tempo era impensável
que o Brasil alcançasse os Estados Unidos em quantidade de soja produzida.
Na safra 2012/13, contudo, a colheita
dos dois países foi praticamente a mesma, com ligeira vantagem para os norte-
Se os preços
seguirem bons, Brasil
tende a chegar muito
rápido ao topo
34
ver
Disputa entre norte-americanos e brasileiros pela
liderança na produção mundial de soja reserva
capítulos emocionantes para os próximos anos
-americanos. Isso leva a crer que a possibilidade de a liderança na produção e
no mercado mundial do grão mudar de
mãos não é tão absurda assim.
Na interpretação do pesquisador Amélio Dall’Agnol, chefe de Transferência de
Tecnologias da Embrapa Soja, assumir a
ponta no ranking dos maiores fornecedores da oleaginosa é apenas questão de
tempo para o Brasil. Ele arrisca que em
uma década o País já poderá estar estabilizado como o maior produtor de soja do
mundo. A façanha, explica, dependerá dos
preços de mercado da commodity. “Se as
cotações continuarem altas, isso ocorrerá
mais rapidamente; se caírem, acontecerá
um pouco mais adiante”, opina.
Manter o crescimento gradual da produção nacional passa ainda por outros
fatores, segundo o pesquisador da Embrapa. “O desafio, no campo tecnológico,
é tornar mais eficientes os métodos de
controle de doenças, invasoras e pragas
e desenvolver variedades mais resistentes às variações climáticas”, refere. “Tudo
isso sem aumentar o custo de produção,
e ampliando a produtividade por área.”
O Ministério da Agricultura, Pecuária
Competition between the United States and
Brazil for the leadership in soybean production
has surprising steps in store for the coming years
Eye-pleasing
e Abastecimento (Mapa) estima para o
período de uma década – safras 2012/13 a
2022/23 – incremento de 21,8% na produção brasileira de soja, que assim chegaria
a 99,2 milhões de toneladas. A previsão
se deve ao avanço da demanda, tanto no
mercado interno quanto no exterior. Além
da maior quantidade de rações para os
animais, deve haver mais interesse no uso
da oleaginosa para a produção de biodiesel. Em 2013, essa finalidade implicou na
destinação de 10 milhões de toneladas,
segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). n
Up until some years ago, it was out of the
question for Brazil to think of producing as
much soy as the United States. In the 2012/13
growing season, nevertheless, the two countries harvested almost the same amount of
the oilseed, with a slight difference in favor of
the United States. This makes us believe that
the global leadership in the production of the
crop may shift from one country to the other.
Researcher Amélio Dall’Agnol, head of
Embrapa Soybean’s Technology Transference
Department, has it that climbing to the top
position in the ranking of the largest soybean
producers boils down to a question of time for
Brazil. He goes so far as to say that in one decade
Brazil will definitely assume its position as leading soy producer in the world. This extraordinary
deed, he explains, will depend a lot on the prices
of the commodity in the international market. “If
prices continue high, it will take less time; if they
drop, it will happen later”, he argues.
Gradual increases in the national production volumes depend on other factors, too,
the Embrapa researcher comments. “The
challenge, in the technological field, consists
in coming up with more efficient pest, weed
and disease control methods, and in developing varieties that are more resistant to climatic
variations”, he adds. “Everything without increasing the production cost, while expanding
the productivity rates per area”.
The projections of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa) for
the period of one decade - 2012/13 to 2022/23
growing seasons – point to an increase of
21.8% in the Brazilian soy production volumes, thus reaching 99.2 million tons. The
forecast is based on soaring demand, both at
home and abroad. Besides the need for larger
quantities destined for animal feed, there
should be increasing interest in soybean for
the production of biodiesel. In 2013, this purpose required the destination of 10 million
tons, from sources of the Brazilian Association
of Vegetable Oil Industries (Abiove). n
Should prices continue
attractive, Brazil tends
to climb to the top
position very soon
35
Inor Ag. Assmann
USDA prevê que produção mundial
de soja ultrapassará a 280 milhões
de toneladas na safra 2013/14, com
avanço de 5,3% sobre o ciclo anterior
Rédea
Colheita maior se
deve à recuperação
da cultura nos
Estados Unidos
36
solta
A produção mundial de soja deverá
crescer 5,3% na safra 2013/14. A projeção do Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos (USDA), no relatório
divulgado em agosto de 2013, indica que
o total poderá chegar a 281,7 milhões de
toneladas, contra 267,5 milhões de toneladas do período anterior. A maior disponibilidade de grãos servirá para atender
ao consumo que, segundo o orgão, será
de 268,7 milhões de toneladas, 4,2% a
mais do que no ciclo 2012/13.
O aumento de produção deve-se
principalmente à recuperação do cultivo nas lavouras norte-americanas, que
sofreram com a estiagem prolongada
na etapa 2012/13. Pela estimativa do
USDA, os Estados Unidos vão colher 88,6
milhões de toneladas na temporada
2013/14, mantendo assim a liderança
mundial. No período anterior, a safra
não passou de 82 milhões de toneladas,
praticamente empatada com o resultado obtido pelos produtores brasileiros.
No caso do Brasil, o departamento
norte-americano estima safra de 85 milhões de toneladas. O País, no entanto,
segue como o principal exportador da
oleaginosa. Pela projeção do USDA, os
embarques devem ficar em 41,5 milhões
de toneladas no ciclo 2013/14, ante 39,2
milhões de toneladas no anterior. Nos
dois períodos, os Estados Unidos venderam 37,6 milhões de toneladas e 35,7 milhões de toneladas, respectivamente.
O mercado chinês continua sendo
a principal “cobiça” dos países expor- ascensão do País no ranking dos maiores
tadores de soja. O USDA calcula em 69 produtores e exportadores da oleaginosa.
milhões de toneladas as importações do No entanto, lembra que o Brasil não pode
país asiático na temporada 2013/14, 10 deixar de enfrentar os seus problemas inO UNIVERSO DA SOJA
milhões
a toneladas)
mais do que na ternos, como as dificuldades de logística e
Produçãode
(emtoneladas
milhões de
safra
Nesse cenário, o órgão nor- as questões fundiárias, com desapropriaPaísanterior.
2011/122012/132013/14
te-americano
os estoques
finais
Estados Unidoscalcula
84,1
82
88,6 ções de terras produtivas para reforma
de
soja em 72,2 milhões
toneladas,
Brasil
66,5de82
85 agrária e concessão de áreas a grupos indígenas. A morosidade no registro de novos
16,2%
acima
do nível da safra 2012/13.
Argentina
40,149,553,5
O
diretor-executivo
da
Associação
BraTotal mundo 239,1267,5281,7 produtos químicos para combate a pragas
sileira
dos Produtores
de Soja (Aprosoja e doenças também é visto como empeciFonte: USDA,
agosto de 2013.
lho para
o maior
crescimento
da safra. n
Brasil),
Fabrício
Rosa,évê
com bons
olhos a o ciclo
Obs: A safra
2012/13
estimativa,
enquanto
2013/14
ainda
é uma projeção.
37
USDA anticipates a global soybean crop of
upwards of 280 million tons in the 2013/14
growing season, up 5.3% from the previous year
In global terms, the soybean crop is projected to soar 5.3% in the 2013/14 growing
season. The report by the United States Department of Agriculture (USDA), published
in August 2013, indicates that the total
may reach 281.7 million tons, against 267.5
million in the previous period. The bigger
amount of grains will meet the consumption needs which, according to the organ,
are projected to reach 268.7 million tons,
up 4.2% from the 2012/13 cycle.
The bigger production volumes result
from the recovery of the soybean fields in
the United States, which were badly hit by
the prolonged drought in 2012/13. USDA
estimates the crop of the United States at
88.6 million tons in the 2013/14 growing
season, thus keeping the leadership on that
score. In the previous period, the crop remained at 82 million tons, almost on a par
with the Brazilian crop.
In the case of Brazil, the North-American
organ projects a crop of 85 million tons. The
Country, nonetheless, continues as leading
exporter of the oilseed. According to USDA’s
projections, shipments abroad should remain at 41.5 million tons in the 2013/14 cy-
The credit of the bigger
volume harvested
in the United States
goes to the efforts in
recovering the crop
38
Sílvio Ávila
On a
loose rein
cle, against the 39.2 million tons in the previous period. In the two periods, the United
States exported 37.6 million tons and 35.7
million tons, respectively.
The Chinese market has been elected
the destination “of choice” by most soybean exporting countries. USDA estimates
the Asian Giant soy imports at 69 million
tons in the 2013/14 growing season, up 10
million tons from the previous year. Within
this scenario, the North-American organ
projects ending stocks at 72.2 million tons,
up 16.2% from the 2012/13 cycle.
The executive director of the Brazilian
Association of Soybean Farmers (Aprosoja
Brasil), Fabrício Rosa, expresses satisfaction at Brazil’s leading position among the
relevant oilseed producers and exporters.
Nonetheless, he recalls that Brazil cannot
afford to overlook its own internal problems, such as logistic hurdles and real estate questions, with expropriation of arable
land for agrarian reform purposes and the
concession of land to indigenous peoples.
The long time it takes for registering new
chemical products for fighting pests and
diseases, is also seen as a hurdle in the way
towards a bigger crop. n
Inor Ag. Assmann
Mercado /market
tamanho
De bom
40
Conab prevê que estoque de passagem
de soja em 2013 ficará em 1,83 milhão
de toneladas e que não devem ocorrer
problemas no abastecimento
A disponibilidade interna de soja, embora haja também previsão de fragilidade
na oferta, não deverá enfrentar problemas em 2013, na opinião de Leonardo
Amazonas, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
No levantamento de safra apresentado
pela instituição em agosto, o quadro de
oferta e demanda do grão prevê estoque
de passagem de 1,839 milhão de toneladas, o que, no entender do analista, é razoável, nem tão alto, nem tão baixo.
O número, analisa Leonardo, ainda é
um pouco apertado, por conta da menor
produção anterior. Em virtude disso, o estoque no final de 2012 ficara em apenas
444 mil toneladas. Por outro lado, não é
muito elevado, porque, ao lado da colheita
maior em 2013, também ocorre expressivo incremento na exportação do produto.
A expectativa da companhia de abastecimento é de que as vendas externas devem
bater em 38 milhões de toneladas em
2013. O fiel da balança, completa ele, estaria na diminuição do esmagamento do
grão, diante da menor demanda externa
de óleo e da própria retração industrial,
devido à conjuntura existente.
O consumo interno de soja estimado
pela Conab para 2013 é da ordem de 42,4
milhões de toneladas. Para tanto, considera a produção de 29,73 milhões de toneladas de farelo de soja e de 7,53 milhões
de litros de óleo. Já em nível da Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais
(Abiove), a previsão fica, respectivamente,
em 27,9 milhões de toneladas de farelo e
7,05 milhões de litros de óleo (no ano comercial de fevereiro de 2013 a janeiro de
2014). O entendimento do analista governamental é de que em 2013 não deverá
ocorrer maior dificuldade de abasteci-
mento. Desse modo, os setores de carnes,
que se valem do farelo de soja, deverão
ter menor pressão de preço, como já vinha sendo verificado no mercado.
Para 2014, ainda segundo as projeções
da companhia de abastecimento, a demanda interna vai manter o crescimento. Com
índices de 4% a até 6%, um pouco inferiores à expansão prevista na área de cultivo e
na produção, o consumo da oleaginosa em
2014 no Brasil poderá ficar entre 44 milhões
de toneladas e 45 milhões de toneladas. Em
nível de decênio, as estimativas feitas pelo
Mapa no que diz respeito ao mercado doméstico em 2023 passam de 50 milhões de
toneladas, podendo chegar a 59 milhões
de toneladas, por conta, especialmente, da
boa absorção para a fabricação de rações
animais e para a produção de biodiesel. n
Aumento na
exportação
equilibra-se com
diminuição do
esmagamento
FLUXO DE MERCADO • Market fbw
Oferta e demanda de soja (em mil toneladas)
Safra
Produção Importação Suprimento
Consumo Exportação
Estoque
2010/11 75.324,3
41,0 77.972,5 41.970,032.986,0 3.016,5
2011/12 66.383,0 266,569.666,036.754,032.468,0 444,0
2012/13 81.456,7 150,0 82.050,7 42.401,437.810,0 1.839,3
Fonte: Conab, levantamento de agosto de 2013.
41
Fairly
large
Conab estimates the soybean
ending stocks at 1.83 million tons
in 2013, meaning that no supply
problems will occur
Domestic soybean supplies, though difficulties might occur on that score, should
face no problems throughout 2013, says
Leonardo Amazonas, market analyst with
the National Supply Company (Conab), a division of the Ministry of Agriculture, Livestock
and Food Supply (Mapa). In the crop survey
conducted by the institution in August, the
supply and demand picture of the oilseed
Inor Ag. Assmann
Soaring exports
equate with
declining soybean
processing at home
42
pointed to an ending stock of 1.839 million
tons, which, in the analyst’s view, sounds reasonable, neither too large, not too small.
Analyst Leonardo has it that the number is rather tight, on account of the smaller
previous year’s crop. In light of this, the ending stock in 2012 had remained at only 444
thousand tons. On the other hand, it is not
that large, because, simultaneously with
the bigger crop in 2013, expressive increases of soybean exports have been occurring.
The expectation of the supply company is
for foreign sales to reach 38 million tons in
2013. The balance, he argues, would lie in
the smaller amounts of soybean crushed at
home, in light of the declining demand for
oil from abroad and on account of the in-
dustrial crisis itself, because of the existing
commercial scenario.
Domestic soybean consumption, estimated by Conab for 2013 should remain
at 42.4 million tons. Within this context, the
analyst considers a production of 29.73 million tons of soy meal and 7.53 million liters
of soybean oil. On the other hand, sources
from the Brazilian Association of Vegetable
Oil Industries (Abiove), refer to production
volumes of 27.9 million tons of soybean
meal and 7.05 million liters of oil, respectively (in the February 2013 through January 2014 commercial year). The government analyst maintains that there should
be no supply problems in 2013. As a result,
the meat sectors, which rely on soybean
meal, should not suffer much price pressure, as it has occurred in past years.
For 2014, equally according to projections
by the supply company, domestic demand is
supposed to continue soaring. Increasing at
a rate of 4% to 6%, somewhat inferior to the
estimated expansion in the planted area
and in production, the consumption of the
oilseed in Brazil in 2014 is likely to remain
between 44 million and 45 million tons. In
decade terms, the Mapa estimates domestic
consumption at upwards of 50 million tons
in 2023, but with chances to soar to 59 million tons, on account of the ever-increasing
demand from the livestock feed industries
and from biodiesel production plants. n
Fertilizante foliar da Yara para plantas geneticamente modificadas,
TM
quando a planta mais precisa. Para saber
mais acesse www.yarabrasil.com.br
YaraVita
Glytrel MnP
YaraVita
Glytrel MnP
TM
YaraVita
Glytrel ZnP
YaraVita
Glytrel ZnP
TM
TM
*Imagem*Imagem
meramente
meramente
ilustrativailustrativa
Fertilizante foliar da Yara para plantas geneticamente modificadas,
quando a planta mais precisa. Para saber mais acesse www.yarabrasil.com.br
44
Inor Ag. Assmann
Nas
nuvens
Exportação brasileira de soja em grão
dá grande pulo em 2013 e em meados
de agosto já ultrapassava a marca
alcançada na temporada anterior
A escalada do Brasil na venda externa
de soja em grão, que se confirma a cada
ano neste milênio, dá enorme salto em
2013. Dependendo da base de dados de
2012 e da origem das novas projeções, o
crescimento previsto sobre esta temporada pode alcançar de 15% a 24%. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
divulgou no início de agosto de 2013 previsão de exportações na ordem de 37,81
milhões de toneladas para o período. Elas
representariam acréscimo superior a 16%
sobre as 32,47 milhões de toneladas que
considerava para 2012. O aumento fica
em 15% se o número do ano em foco for
de 32,92 milhões de toneladas, conforme
divulgado pela Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec).
Mas o índice se aproxima de 24% quando a fonte, com informações atualizadas
GORDOS VOLUMES
• Lush volumes
Exportações brasileiras
de soja em grão
Ano
Mil toneladas
201029.073
201132.986
201232.916
2013*37.810
em 31 de julho de 2013, é a Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A entidade aponta volumes
de exportação do grão no total de 31,9
milhões de toneladas e 39,5 milhões de
toneladas, respectivamente, para os anos
comerciais 2012/13 e 2013/14 (de fevereiro de um ano a janeiro de outro). O último
número previsto para a comercialização
externa brasileira ultrapassaria, assim, o
divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para
aquele país em agosto de 2013, que ficaria em 37,69 milhões de toneladas no
ciclo 2013/14 (outubro-setembro).
Esta posição de destaque do produto
brasileiro está sendo alcançada graças à
capacidade e à segurança produtiva do
País, bem como por sua qualidade expressa em altos teores de óleo e de proteína,
além de terem contribuído recentemente
problemas climáticos nas nações concorrentes. “O Brasil mostra grande capacidade empresarial de produção, em que são
comuns áreas na ordem de 15 mil hectares, como ocorre no Mato Grosso e em
novas fronteiras para onde o produtor
expande a cultura, inclusive com menor
interferência do clima”, analisa Sérgio
Castanho Teixeira Mendes, diretor geral
da Anec. Isto dá garantia aos mercados,
assim como o fato de o País ser, entre os
grandes fornecedores do grão, o único
com reais perspectivas de crescer fortemente no cultivo, acrescenta o dirigente.
Afora problemas logísticos que precisam ser resolvidos, Mendes não vê
barreiras ao crescimento da exportação
brasileira da soja em grão, o que já não
ocorre com o industrializado, que enfrenta ônus tributários. Estes também
devem ser retirados, no seu entendimento. A Abiove tem a mesma avaliação.
A entidade prevê que, no ano-comercial
2013/14, pela primeira vez haverá maior
volume exportado em grão do que o total processado no País (que deve ficar em
36,7 milhões de toneladas).
No ano civil de 2013, em meados de
agosto, já se registrava a negociação de
34,9 milhões de toneladas, volume maior
do que o total da temporada anterior. Em
relação a 2014, as projeções da Conab para
as vendas da oleaginosa já se situam entre
40 e 41 milhões de toneladas, enquanto o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vislumbra 2023, quando estas operações poderão alcançar entre
47 a 56 milhões de toneladas. n
Brasil se coloca
na linha de frente
do comércio
internacional
do grão
Fonte: Anec/MDIC * Previsão: Conab.
45
Inor Ag. Assmann
Brazilian soybean exports take a leap
forward in 2013, and in mid-August have
already outstripped last year’s total
In the
clouds
Brazil’s escalating soybean exports, particularly since the beginning of the new millennium, made a big leap in 2013. Depending on 2012 data and on the origin of the new
projections, the forecast growth could be up
15% to 24% from that season. In early August
2013, the National Supply Company (Conab)
estimated Brazilian soybean exports at 37.81
million tons for the period, up 16% from the
32.47 million tons projected for 2012. It will
represent a 15-percent increase if the figure
of the year in question reaches 32.92 million
tons, according to sources from the National
Association of Cereal Exporters (Anec).
But this rate gets close to 24% when
the source, with data updated on July
31st 2013, is the Brazilian Association of
Vegetable Oil Industries (Abiove). The en-
Brazil is a
front-runner in
international
grain trade
46
tity points to total grain export volumes of
31.9 million tons and 39.5 million tons for
the 2012/13 and13/14 commercial years
(February through January), respectively.
The latest forecast number referring to
Brazil’s foreign soybean trade would then
outstrip the one released by the United
States Department of Agriculture (USDA)
for that country, in August 2013, which
refers to 37.69 million tons in the 2013/14
growing season (October - September).
This prominent position of the Brazilian
cereal has been conquered thanks to the
Country’s production security and capacity, as well as to the high content of oil and
protein of the beans, while the unfavorable
climate conditions experienced by the competitor countries are also a factor. “Brazil
excels in production entrepreneurship,
where 15-thousand hectare areas are not a
rare thing, particularly in Mato Grosso and
in new agricultural frontiers conquered by
the crop, with climate conditions are even
more favorable”, Anec general director
Sérgio Castanho Teixeira Mendes said. It
makes the markets feel confident, and also
because the Country, as a huge cereal supplier, is the only one with real perspectives
for strongly and steadily increase its production volumes, the official commented.
Apart from some logistic problems that
need to be surmounted, Mendes envisions
no other barriers that could stop Brazilian
soybean exports from soaring, a fact that is
not happening with industrialized soybean
products, now facing heavy tax burdens. In
his view, such burdens should be removed.
Abiove officials share the same opinion. The
entity anticipates that for the first time, in the
2013/14 commercial year, soybean exports
will surpass the amount processed in the
Country (reckoned at 36.7 thousand tons).
In the 2013 calendar year, in mid-August, 34.9 million tons had already been
traded, a volume bigger than the total of
the previous year. With regard to 2014,
Conab’s projections concerning foreign
sales of the oilseed range from 40 to 41
million tons, while the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa) is
projecting soybean exports to reach from
47 to 56 million tons by 2023. n
COMMITMENT, QUALITY & CONTINUITY.
CGG TRADING S.A. – Address: Av. Magalhães de Castro, 4.800 – 11th Floor – ZIP Code: 05676-120
São Paulo, Brazil – Phone: +55 11 3293-2500 – Website: www.cggtrading.com
COMMERCIAL TEAM | Alexander Erlea • Director ([email protected])
Patrícia Aires • Manager ([email protected])
48
Inor Ag. Assmann
O ano do
dragão
A China é, com folga, o maior importador da soja do Brasil e vem aumentando sua fatia na comercialização da
produção brasileira. Em 2012, o dragão
asiático já respondeu por cerca de 70%
das 32,91 milhões de toneladas do grão
exportadas pelo País. Em 2013, em sete
meses, o volume embarcado para aquele destino já alcançava mais de 77% do
total registrado, que era de 31,76 milhões de toneladas.Em meados de agosto, quando os números totais comercializados já chegavam a 34,91 milhões de
toneladas, quase 80% correspondia às
compras feitas pelo gigante oriental.
Outros países asiáticos, como Taiwan,
Tailândia, Vietnã e Japão, também absorvem parcela considerável da produção brasileira, o equivalente a cerca de
11% em 2012. Mas a grande fatia vai
para os chineses, que mostram apetite
cada vez maior. Conforme manifestações feitas a produtores brasileiros, em
visita à China, em 2013, a soja do Brasil
é muito competitiva naquele país, por
sua alta qualidade em teor de proteína.
Volume significativo ainda é destinado
à União Europeia, que adquiriu 16% do
grão brasileiro em 2012. Nesta região,
sobressaem nas compras a Espanha e os
Países Baixos. No plano global, perto de
50 países adquirem soja do Brasil.
A maior parcela da soja exportada provém do maior Estado produtor, o Mato
Grosso. Tanto em 2012 quanto nos primeiros sete meses de 2013, esta unidade fe-
China se afirma
como a grande
compradora
da oleaginosa
comercializada pelo
Brasil e já absorve
perto de 80% do
produto nacional
derativa originou mais de 32% do volume
embarcado (na ordem de 10,4 milhões de
toneladas). Particularmente, em julho de
2013, registrou recorde histórico de 1,8 milhão de toneladas negociadas, 79% a mais
do que o verificado no mesmo mês do ano
anterior. Dos 17 estados exportadores, ainda se destacam nas vendas externas o Paraná, com 4,8 milhões de toneladas; o Rio
Grande do Sul, com 4,7 milhões de toneladas; e Goiás, com 2,7 milhões de toneladas,
no primeiro período levantado de 2013.
Em termos de receita, o total obtido em
todo ano de 2012 com as exportações de
soja brasileira atingiu a US$ 17,45 bilhões,
contra US$ 16,33 bilhões no exercício antecedente, de 2011. Somente nos primeiros sete meses de 2013, a comercialização
já representou US$ 16,87 bilhões, enquanto no mesmo período anterior havia alcançado a US$ 14,18 bilhões. As exportações
do grão, assim como de todo o complexo
soja, constituem importante fonte de divisas internacionais para o Brasil, representando cerca de 11% do movimento total
do País no comércio exterior. n
Um terço da
produção de soja
tem origem
no Estado do
Mato Grosso
49
Inor Ag. Assmann
50
China is
reaffirming its
position as a
relevant buyer of
Brazil’s oilseed
and already
absorbs 80% of
the national crop
Year of the
dragon
China is by far the biggest importer of
Brazil’s soybean crop and its share in this
trade has recently been rising steadily. In
2012, the Asian giant accounted for about
70% of the 32.91 million tons of the cereal shipped abroad by Brazil. In the first 7
months in 2013, the volume shipped to this
destination has already reached 77% of
the amount of 31.76 million tons shipped
abroad. In mid-August, when the total volume traded amounted to 34.91 million tons,
almost 80% corresponded to the purchases
by the Asian giant.
Other Asian countries like Taiwan, Thailand, Vietnam and Japan, also absorb a
considerable portion of the Brazilian crop,
equivalent to about 11% in 2012. But the
big chunk goes to the Chinese, now showing an ever increasing appetite. According
to comments heard by Brazilian soy farmers at their visit to China, in 2013, Brazilian
soy is very competitive in that country, for
its high quality and protein content. A significant volume is also shipped to the European Union, which acquired 16% of Brazil’s
soybean exports in 2012. In this region, Spain
and the Netherlands are the leading buyers.
In global terms, nearly 50 countries import
soybean from Brazil.
The biggest portion of the oilseed shipped
abroad comes from the State of Mato Grosso, the leading producer in Brazil. Both in
2012 and in the first seven months in 2013
the State was the origin of 32% of the volumes that were exported (some 10.4 million
tons). The month of July 2013, in particular,
registered an all-time record of 1.8 million
tons traded, up 79% from the same month
in the previous year. Of the 17 states in Brazil
that export soybean, the following are also
of note: Paraná, with 4.8 million tons; Rio
Grande do Sul, with 4.7 million tons; Goiás,
with 2.7 million tons, in the first period surveyed in 2013.
As far as revenue goes, the total obtained
in 2012 from Brazilian soybean exports
reached US$ 17.45 billion, against US$ 16.33
billion in the previous growing season, in
2011. In the first seven months in 2013 the
OS clientes
• Clients
Quem importa do Brasil
10 principais destinos
das exportações de soja
brasileira (Volume comprado
por país e total exportado –
Primeiros sete meses de 2013)
PaísesToneladas
China24.618.970
Espanha1.210.024
Países Baixos (Holanda)
1.196.057
Taiwan (Formosa)
642.235
Tailândia549.313
Vietnã436.888
Japão350.522
Itália329.808
Arábia Saudita
328.409
Reino Unido
322.535
Total31.758.270
Fonte: Anec/MDIC
trade represented US$ 16.87 billion, while in
the same period the year before it remained
at US$ 14.18 billion. Grain exports, as well as
all other products encompassed by the soy
complex, are a very relevant international
source of revenue for Brazil, representing
about 11% of the entire foreign trade operations. n
One third of the
entire soybean crop
is grown in the State
of Mato Grosso
51
Robispierre Giuliani
Não está
EMBARQUES
• Shipments
nada fácil
Saídas do Brasil para o
mundo - Movimento de
exportação da soja nos 10
principais portos em 2013*
PortosToneladas
Santos (SP) 11.313.651
Paranaguá (PR)
4.967.945
Rio Grande (RS)
4.793.034
São Francisco do Sul (SC) 3.380.841
Vitória (ES)
2.391.452
São Luís (MA)
1.787.150
Salvador (BA)
1.401.249
Santarém (PA) 996.879
Manaus (AM)
664.819
Ilhéus (BA
59.913
Fonte: Anec/MDIC. *Até julho.
Os exportadores
pedem mais
pressa na solução
dos entraves
logísticos
52
Insuficiência nas condições de
escoamento da produção vem sendo
agravada com o gradativo aumento no
volume das exportações brasileiras
A questão da infraestrutura para o escoamento da produção cada vez maior de
soja, onde se destaca o movimento ainda
mais crescente das exportações, é preocupação presente e renovada em toda cadeia produtiva. Além de se discutir a inadequação da logística hoje existente (pelo
fato de ela se concentrar nas rodovias, em
detrimento das hidrovias, que são mais
baratas em longas distâncias), ganhou
reforço entre 2012 e 2013 a insuficiência
na estrutura, particularmente nos portos,
como salienta Sérgio Castanho Teixeira
Mendes, diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Em sua avaliação, o problema se agravou para a soja em virtude da atuação
mais efetiva também do milho na
venda externa, que dobrou em
relação ao recorde anterior,
de 2009.
Quatro milhões de toneladas negociadas com o exterior não puderam ser despachadas em 2012 e coincidiram com a
safra e a comercialização da oleaginosa no início de 2013. Isso causou mais
transtorno na logística, particularmente
no porto de Santos, por onde é escoado
50% do milho e 30% da soja. A presença
de 15 mil carretas a mais do cereal, a disputar espaço com a oleaginosa, gerou
complicações, que, além de tudo, foram
agravadas por chuvas em período de
carregamento, observa Mendes.
A situação portuária foi enfocada por
visita a diversas unidades organizada
em julho de 2013 pelo Movimento Pró-Logística, do maior Estado produtor e
exportador, o Mato Grosso, que reforça
a necessidade de soluções mais rápidas.
No contato com os portos das regiões Sul
e Sudeste, por onde ocorre a maior exportação, Edeon Vaz Ferreira, diretor
executivo do movimento, verificou que
“alguns estão trabalhando no limite, e as
cargas estão levando muito tempo para
serem embarcadas, na maioria
dos terminais”. Ressaltou a ineficiência dos acessos, entre
outros pontos.
Ao participar da missão e
verificar limitações nos portos de Vitória (ES), Santos (SP),
Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC), Daniel Furlan
Amaral, gerente de economia
da Associação Brasileira das
Indústrias de Óleos Vegetais
(Abiove), reiterou a urgência
na resolução dos gargalos
existentes. Além das vias de
acesso rodoferroviárias, cita
o baixo calado, por falta de
dragagem regular, e a insuficiente equipe de inspeção
fitossanitária. Ele defende um
pacto nacional para resolver
os problemas de infraestrutura e logística. “É preciso
melhorar a capacidade de
execução dos planos que
foram elaborados com ações
coordenadas e alinhadas entre os órgãos das três esferas
de governo”, sublinha. n
53
Poor transport conditions have
been aggravated by the gradual
increase in Brazilian exports
easy
Inor Ag. Assmann
It’s not
The question of the infrastructure for
transporting the ever increasing soybean
crops, with exports on a rising trend, is a
Exporters are calling
for speedy solutions
to logistical hurdles
54
major and constant concern that afflicts
the supply chain. Besides challenging the
inadequacy of the logistics in place (for
the simple fact that it concentrates on
roadways, to the detriment of waterways,
which are cheaper over long distances),
what also gained momentum in 2012
and 2013 was the deficient structure,
particularly in the ports, Sérgio Castanho
Teixeira Mendes, general director at the
National Association of Cereal Exporters
(Anec), said.
In his view, the problem got worse for
the soybean crop by virtue of the better performance of maize in foreign sales, which
doubled from the previous record in 2009.
Four million tons negotiated abroad were
not dispatched in 2012 and coincided with
the oilseed sales in early 2013. This caused
further troubles to logistics, especially in
the port of Santos, through which 50% of
the maize and 30% of the soybeans are
exported. The presence of an extra 15 thousand truckloads of the cereal, competing
for space with soybean, generated complications, which were further aggravated by
rainy weather during loading operations,
Mendes observes.
The situation of the ports was the focus
of the July 2013 visits organized by the ProLogistics Movement of the biggest soybean
growing and exporting State, Mato Grosso,
strengthening the need for speedy solutions. In his contacts with the ports of the
South and Southeast regions, major export
corridors, Edeon Vaz Ferreira, chief-executive officer of the movement, ascertained
that some of the ports are teetering on the
brink of collapse, while grain shipments are
taking too long in most terminals”. Among
other things, he pointed to the ineffectiveness of the access lanes.
As a member of the mission responsible
for checking the limitations of the ports of
Vitória (ES), Santos (SP), Paranaguá (PR)
and São Francisco do Sul (SC), Daniel Furlan Amaral, economy manager at the
Brazilian Association of Vegetable Oil Industries (Abiove), reiterated the urgency in
solving the existing bottlenecks.
Besides the deficient accesses by road
and rail, he cites shallow-draft problems
caused by poor dredging operations, and
the insufficient phytosanitary inspection
team. He advocates the need for a national
pact to solve the problem of infrastructure
and logistics. “There is need for improving
the execution capacity of the previously devised plans with coordinated and aligned
actions by the organs of the three government spheres”, Amaral insisted. n
COM AGILIDADE
E TECNOLOGIA
O C-PORT
MOVIMENTA MAIS
DO QUE GRÃOS:
MOVIMENTA A
ECONOMIA BAIANA.
O C-Port é o maior terminal especializado na movimentação de grãos e farelos da Bahia.
Realizamos embarque, desembarque, com mão de obra especializada, de forma ágil
e eficaz. Todas essas qualidades fazem o C-Port movimentar anualmente 3 milhões de
toneladas de grãos. A gente leva seus grãos mais longe para você ir mais longe também.
Sílvio Ávila
azul
Excetuando situações onde houve
a influência da intempérie ou de
pragas, soja da temporada 2012/13
tem apresentado alta rentabilidade
Tudo
56
A rentabilidade na venda da soja da
safra 2012/13 do Brasil, de modo geral,
foi muito boa. É a avaliação que faz o
professor e doutor em economia Argemiro Luís Brum, coordenador, pesquisador e analista de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de
Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculada à Universidade Regional
do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul (Unijuí). Evidencia que, em termos
de País, ocorrem variações em virtude
da diferença de preços recebidos, da
produtividade e de outros fatores, mas,
excetuando-se casos em que influíram
intempéries e questões paralelas, considera que o ano foi excelente para a soja.
O analista cita dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq), vinculada à Universidade de São Paulo (USP), de que na
região de Londrina (PR) a rentabilidade
sobre os custos variáveis chegou a 139% –
ou 64%, se considerados os custos totais.
Em contrapartida, na área baiana de Luís
Eduardo Magalhães, em função da quebra
de produção e do aumento de custos com
infestação da lagarta Helicoverpa armigera,
o resultado foi baixo, embora ainda positivo em 31% sobre os gastos variáveis, mas
negativo de 3% no cômputo total. Já no
Noroeste gaúcho e no Oeste catarinense,
em termos médios, menciona Brum, o
custo variável ficou em cerca de R$ 20,00
pelo saco, enquanto o preço médio recebido atingiu a R$ 53,00 pelo saco.
Em relação à nova safra, o analista da
Ceema comentava em agosto de 2013 que
“os preços oferecidos em meados do ano
estavam, na tendência, muito superiores
aos que deverão vigorar quando da colheita, se ela for cheia, evidentemente”. Assim,
mesmo que ainda não houvesse ocorrido
tanta venda antecipada, considerava interessante realizar esta operação em nível
de até 30% antes do plantio, aguardando
para comercializar o restante de acordo
com o comportamento do mercado. Brum
observa que, em agosto, os negócios no
plano externo, base Chicago, “apesar de
soluços especulativos altistas em função
do clima nos Estados Unidos”, apresentavam-se mais baixos do que no passado.
“De valores ao redor de US$ 13,50 pelo
bushel, e até mais, o próprio governo dos
EUA já adiantava que espera média entre
US$ 11,25 e 12,50 pelo bushel, obviamen-
te se a sua colheita vier cheia (algo entre
88,6 milhões de toneladas e 93 milhões de
toneladas)”, menciona Brum. E prossegue:
“Dessa forma, o reflexo é de baixa nos preços brasileiros, especialmente se a América do Sul aumentar a área semeada, como
se projeta, e a produção chegar a 160 milhões de toneladas em clima normal, contra 147 milhões na safra anterior”.
Conforme o analista, o que estava
salvando o preço da soja no País era a
forte desvalorização do Real. Graças a
isso, cita, o valor no balcão gaúcho, em
meados de agosto de 1013, girava em
média ao redor de R$ 60,00 pelo saco.
Caso o câmbio tivesse permanecido em
R$ 2,00 por dólar, como estava até meados de maio de 2013, o saco estaria valendo tão somente R$ 50,00. n
Questão cambial
favorece a
valorização
do produto no
decorrer de 2013
57
Everything
is rosy
Inor Ag. Assmann
In general, profit margins from sales of the
2012/13 soybean crop in Brazil were good.
This is the evaluation made by professor and
doctor of economy Argemiro Luís Brum, coordinator, researcher and market analyst at
the International Economics and Agricultural
Study Center (Ceema, in the Portuguese acronym), a division of the Regional Northeastern
University of Rio Grande do Sul (Unijuí). He
maintains that, at Country level, there varia-
With the exception of the
regions that were hit by bad
weather conditions and pests,
the 2012/13 soybean crop
turned out to be highly profitable
58
tions by virtue of the difference in prices,
in productivity and other factors, but, with
the exception of cases where weather conditions and parallel questions exerted an
influence, he has it that the year was excellent for soybean businesses.
The analyst cites data from the Center
for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea) , of the Luiz de Queiroz College of
Agriculture (Esalq), linked to the University
of São Paulo (USP), referring to the region of
Londrina (PR), where profitability over variable costs reached 139% – or 64%, if total
costs are considered. On the other hand, in
the municipality of Luís Eduardo Magalhães, in the State of Bahia, by virtue of the
higher production costs and outbreaks
of Helicoverpa armigera caterpillars, the
result was negligible, though still positive
by 31% over variable expenses, but 3-percent negative if all other variables are
considered. Meanwhile, in Northeastern
Rio Grande do Sul and Western Santa Catarina variable costs, according to Brum,
remained at R$ 20.00 per sack, while aver-
age prices reached R$ 53.00 per sack.
With regard to the new crop, the Ceema
analyst commented in August 2013 that
“the prices fetched in mid-year were higher, if a trend is considered, than the prices
to be fetched at harvesting time, if the
crop remains at normal levels, of course”.
Therefore, even if there had been no considerable amounts of anticipated sales,
he considered it a good idea to carry out
the operation at a 30-percent level before
planting, waiting for trading the remainder in accordance with market behavior.
Brum observes that, in August, businesses
abroad under the umbrella of the Chicago
stock exchange, “despite highly speculative hopes stemming from the bad weather
conditions in the United Sates”, were running at a lower level compared to the past.
“With values approaching US$ 13.50 per
bushel, or even higher, the government of
the United States made no secret of its expectation for an average price of US$ 11.25
or 12.50 per bushel, obviously under the perspectives of a lush crop (something like 88.6
million to 93 million tons)”, Brum mentions.
And he adds: “This allows us to draw the
conclusion that prices in Brazil will go down,
particularly if Latin America increases its
planted area, as projected, and if production
amounts to 160 million tons under normal
climate conditions, against 147 million tons
in the previous growing season”.
According to the analyst, it was the
high devaluation of the Brazilian currency
that kept the soybean business profitable.
Thanks to it, he recalls, in over-the-counter
trading in Rio Grande do Sul, a sack of soybean fetched about R$ 60.00 per sack, on
average. If the exchange rate had remained
at R$ 2.00, as it was until mid-2013, a sack of
soybean would only fetch R$ 50.00. n
Exchange rates
boost the value
of the oilseed
throughout 2013
Inor Ag. Assmann
De olho na próxima safra,
analistas de mercado
entendem que valorização
cambial tem efeito positivo
sobre a renda dos produtores
60
O comércio de soja no Brasil apresentava contexto bastante favorável em meados de 2013, mas os agentes da cadeia
produtiva devem manter o olhar atento
à conjuntura nos meses que se seguem.
Na análise feita em meados de agosto, o
professor e doutor em economia Argemiro Luís Brum, da Central Internacional de
Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema/Unijuí), avaliava que o quadro futuro exigia cuidados.
“O preço médio de balcão pode recuar
no momento da colheita e talvez já no final de 2013, passada a safra dos Estados
Unidos”, alertava. “Num cenário de Chicago a US$ 12,50 pelo bushel (cotação para
maio de 2014) e câmbio situando-se ao
redor de R$ 2,25 (valor considerado correto pela paridade de poder de compra
daquela época), a soja poderá chegar, na
colheita, na melhor das hipóteses, em safra cheia, a R$ 54,00 pela saca, com possibilidades concretas de recuar para R$
50,00 pela saca”, projeta o analista.
Por outro lado, na opinião manifestada por André Pessôa, da Agroconsult,
ainda em agosto de 2013, “a valorização
cambial traz efeito positivo para a renda
do produtor brasileiro de soja, que antes
estava apreensivo quanto à expectativa
de redução de preços após a entrada da
safra norte-americana”. Outro consultor,
João Carlos Kopp, vislumbrava demanda
aquecida e situação favorável ao produtor brasileiro que segurou as vendas.
Para tanto, em seu entendimento, “o
balanço de oferta e demanda mundial
caminha para continuar nos mesmos
níveis críticos do último ano, apesar de
uma supersafra no Brasil e uma boa safra nos Estados Unidos”.
Em relação à próxima temporada, ainda havia preocupação com o aumento de
custos, particularmente nos fretes. Mas, de
modo geral, havia expectativa de renda
talvez menor, mas novamente positiva na
nova safra, o que deve levar a incremento
no cultivo, conforme os primeiros prognósticos feitos em 2013. n
A perspectiva de
comércio bom deve
marcar o novo
plantio no Brasil
Medindo
a temperatura
61
temperature
Inor Ag. Assmann
Measuring
the
With an eye toward the
upcoming growing season,
market analysts understand
that the higher value of
the dollar will have positive
reflections on farmers’
income
Soybean sales in Brazil were unfolding
rather smoothly in mid-2013, but the agents
of the supply chain should keep a close watch
on the scenario over the coming months.
In his analysis conducted in mid-August,
professor and doctor of economy Argemiro
Luís Brum, of the International Center for
Economic Analyses and Agricultural Markets
The perspective for
good trade-related
issues should set
the tone for the new
plantings in Brazil
62
Studies (Ceema/Unijuí), concluded that the
picture in the future required caution.
“Average retail prices could drop at harvesting time, or even at the end of 2013, as
soon as the crop in the United States comes
to a close”, he warned. In a Chicago Stock Exchange scenario, with a bushel fetching US$
12.50 (price for May 2014) and an exchange
rate somewhere near R$ 2.25 to the dollar (a
value taken as correct due to the parity in the
purchasing power of that time), a sack of soybean could reach R$ 54.00, with real chances
to recede to R$ 50.00”, the analyst projects.
On the other hand, in the opinion of André Pessôa, of Agroconsult, in August 2013,
“the higher value of the dollar will have positive reflections on Brazilian soybean farmers’
income. These farmers had been worried
about the chances for smaller prices, after the
North American crop has reached the market”. Another consultant, João Carlos Kopp,
spotted heated demand and a favorable
scenario for those Brazilian growers who had
held back their sales. To this end, in his understanding, “the balance between global supply and demand is poised to repeat last year’s
critical levels, in spite of a bumper crop in
Brazil and normal crop in the United States”.
With regard to the upcoming growing
season, there was still much concern about
higher production costs, particularly transportation costs. In general, there was expectation for income, perhaps smaller, but
again positive for the new crop, a fact that
should lead to higher planted areas, judging
from the first prognosis in 2013. n
Sempre ao seu lado, sempre à frente.
Juntos, produzimos mais.
Sílvio Ávila
Perfil /profile
O que seria do
Há pouco mais de 130 anos, o Brasil
conheceu aquele que seria, décadas
mais adiante, um dos seus maiores
tesouros. Já reconhecido por tantas riquezas, o território recebeu a soja de
braços abertos. Diante das primeiras
dificuldades de adaptação ao clima, o
Desde a sua
utilização comercial,
a produção de soja
cresceu 50 vezes
64
País não hesitou em procurar alternativas para o seu desenvolvimento. Hoje, o
“grão de ouro” contribui, e muito, para
que a Nação seja lembrada, em todos os
cantos, como o celeiro do mundo.
Introduzida em solo nacional pelo
Nordeste, a soja percorreu diferentes
regiões do País, provocando uma revolução raras vezes vista em outros locais
do planeta. Ao longo dos anos, deixou
marcas de alegria e satisfação no rosto
dos produtores, dos grandes aos médios
e até aqueles que mantêm pequenas
propriedades, ao lado de suas famílias.
A história de sucesso parece esten-
der-se por muito tempo. Afinal, com o
fechamento da safra 2012/13, o Brasil
tende a assumir o posto de maior produtor mundial de soja, o que reforça sua
trajetória de potência agrícola global.
De acordo com análise realizada pela
Embrapa Soja, de Londrina (PR), o sucesso da sojicultura é resultado de uma
série de fatores. O amplo investimento
em pesquisa e desenvolvimento, por
exemplo, possibilitou o crescimento da
produção em cerca de 50 vezes. A área
plantada, no entanto, ampliou-se apenas 18 vezes, o que reforça os bons índices de produtividade. n
Apesar de no início ter apresentado
dificuldades para a sua adaptação,
hoje a soja é considerada umas das
principais culturas agrícolas do Brasil
Brasil sem ela
Impacto
A boa trajetória da produção de soja teve grande impacto na economia
nacional. De acordo com nota técnica da Embrapa Soja, no cerrado o grão foi o principal motor
de desenvolvimento. A partir da adoção da cultura, a prosperidade chegou a cidades e regiões
praticamente desabitadas, além de ter auxiliado na transformação de pequenos núcleos urbanos
em metrópoles regionais.
Em importantes polos produtores, como Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste e Sorriso,
no Mato Grosso, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é destaque. Enquanto produtores
plantam sonhos, os excelentes níveis de emprego, renda, educação e saúde sinalizam, da mesma
forma, para os bons frutos colhidos a cada safra.
O sucesso na implementação da cultura faz com que o Brasil seja exemplo de eficiência para a produção do grão em regiões tropicais. Por isso, o País é destaque no cenário de intercâmbio agrícola internacional. Conforme a Embrapa Soja, todos os anos centenas de caravanas de produtores, engenheiros
agrônomos e outros profissionais, lideranças, pesquisadores e técnicos visitam as fazendas nacionais
e as instituições de pesquisa a fim de conhecer de forma aprofundada “o milagre do grão de ouro”.
65
Sílvio Ávila
Although facing initial
adaptation difficulties,
now soybean is viewed
as a major agricultural
crop in Brazil
What
would
Brazilwitbe
hout it
A little more than 130 years ago, Brazil
came to know a crop that decades later
turned out to be one of the Country’s
most cherished treasures. Already known
for a variety of wealth sources, the territory gave a warm welcome to soybeans. In
Ever since its
commercial
use, soybean
production
increased fiftyfold
66
light of the first difficulties in adapting to
the climate, the Country spared no effort
in seeking appropriate varieties. Now, the
“golden kernel” contributes considerably
towards the nation’s worldwide reputation as a global granary.
First introduced in the Northeast, the
soybean has ever since spread across
the most remote regions in the Country,
triggering a revolution rarely witnessed
in other corners of the planet. Over the
years, it has brought smiles and happiness to commercial farmers, mediumsized producers, or even small-scale family farmers.
The history of success seems to con-
tinue over a long time. After all, at the
end of the 2012/13 growing season, Brazil should climb to the position as leading
global soybean producer, which reinforces its trajectory as a global agricultural
power.
According to an analysis conducted
by Embrapa Soybean, based in Londrina
(PR), the success achieved by soybean
farming is the result of a lot of factors.
Hefty investments in research and development, for example, have made the production volumes increase fiftyfold. The
planted areas, nonetheless, expanded 18
times, attesting to ever-increasing productivity rates. n
Impact
The successful trajectory of the soybean crop had a huge impact on the national economy.
According to a technical report by Embrapa Soybean, in the
cerrado region, soybean was the real driving force behind the
development. As soon as the crop was introduced, prosperity
worked its way into abandoned towns and regions, transforming small urban nuclei into huge regional metropolises.
In relevant producing hubs, like Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste and Sorriso, in Mato Grosso, the Human
Development Index (HDI) is of note. While the farmers seed
dreams, the excellent levels of employment, income, education and health equally signal the good fruits reaped at
every new crop year.
The success in establishing the crop has turned Brazil into an example of efficiency in the production of the
kernel in tropical regions. This is why the Country is a
highlight in the international agricultural interchanging scenario. Embrapa Sources refer to hundreds of caravans of producers, including agronomic engineers and
other professionals, leaderships, researchers and technicians visit the Brazilian farms and research institutions
in order to learn more about and get a deep knowledge
of the “miraculous golden kernel”.
Sílvio Ávila
Em 40 anos, adaptação da soja às
diferentes regiões brasileiras permitiu
resultados impressionantes, como o
aumento de 172% em produtividade
Uma odisseia
pelo
País
68
De Norte a Sul, a soja brasileira tem seu
valor reconhecido. Ano a ano, os grãos colhidos motivam histórias de otimismo e
de muito trabalho. Cada produtor leva no
peito o orgulho de fazer parte do cenário
próspero da sojicultura, hoje umas das principais culturas agrícolas brasileiras.
Apesar de ter sido introduzida no País
em 1882, a expansão comercial do grão
ocorreu somente quase um século mais
tarde, no decorrer das décadas de 1960 e
de 1970. No início, quando a lavoura ingressou no território nacional, pelo Nordeste, os brasileiros até viram a tentativa
de cultivo fracassar.
De acordo com pesquisadores da Embrapa Soja, de Londrina (PR), as variedades
do grão cultivadas em âmbito global eram
adaptadas a climas frios, até, no máximo,
subtropicais, predominantes em latitudes
próximas ou superiores a 30º. Somente 20
anos depois, a atividade foi avaliada para as
condições de clima subtropical do extremo
Sul do Brasil, com latitudes próximas dos 30º.
No entendimento dos especialistas, o
avanço da produção nacional pode ser dividido em três fases. Após a expansão no Sul, a
segunda etapa marcou o desenvolvimento
do cultivo na região Centro-Oeste, durante
as décadas de 1980 e de 1990. Já no terceiro
momento, a cultura se expandiu para a fronteira das regiões Norte e, agora, Nordeste,
retornando para ambientes em que originalmente havia ingressado no País.
Ainda em 1970, dentre as oito principais
culturas agrícolas brasileiras, a área ocupada com soja era a de menor tamanho
(1,3 milhão de hectares). Na safra 2012/13,
entretanto, foram semeados nada menos
que 28 milhões de hectares com esse grão,
o que corresponde a mais de 50% da área
total plantada nessa temporada. Em termos
de produtividade, os dados impressionam
ainda mais, sendo que houve aumento de
172% no período (de 1.144 kg/ha em 1970
para 3.106 kg/ha em 2011). n
A pesquisa
teve papel
fundamental para
o desenvolvimento
do grão
Nos trópicos
Conforme dados recolhidos pela Embrapa Soja, nos
anos de 1970 muitos sojicultores do Sul (pequenos produtores, com famílias numerosas, em sua maioria) enfrentavam dificuldades a fim de aumentar a área de cultivo
em regiões próximas de suas propriedades, devido ao elevado preço da terra. Nessa
época, as áreas para plantio eram mais baratas no Centro-Oeste, fator que provocou
a migração de muitas famílias.
Contudo, as variedades de soja subtropical cultivadas com êxito no Sul não se desenvolviam nas savanas do meio-oeste brasileiro. Diante desse aspecto, os produtores passaram a solicitar às instituições de pesquisa a implementação da soja tropical, adaptada às
condições de baixa latitude e às altas temperaturas típicas do cerrado brasileiro.
Enquanto no início da década de 1980 apenas 20% da soja brasileira era produzida no cerrado, em 1990 a participação já superava os 40%. Em 2011, foi superior a
60%. Índices de crescimento como esses tornaram o Brasil, ao longo dos anos, exemplo de eficiência em produção agrícola.
69
Sílvio Ávila
An odyssey
In 40 years, the adaptation of
the soybean to different Brazilian
regions showed significant
results, like the 172-percent
increase in productivity
70
through
the
Country
From North to South, Brazilian soybean
is acknowledged as a valuable crop. Year
after year, the harvested grains give rise to
stories of optimism and much work. Every
different farmer cherishes with pride his role
in the lush soybean farming scenario, now a
major crop cultivated throughout Brazil.
Although having been introduced in the
Country in 1882, the commercial expansion
of the grain occurred only a century later,
during the 1960s and 1970s. In the beginning, when the crop found its way into the
national territory, through the Northeast,
the attempt ended up in failure.
According to Embrapa Soybean researchers, based in Londrina (PR), the varieties of the cereal cultivated at global level
had been adapted to cold climates or, at
most, to subtropical climates, predominant
in latitudes close to, or higher than 30º. Only
20 years later, the crop was evaluated for the
subtropical conditions in the very South of
Brazil, with latitudes close to 30º.
Most specialists understand that the
progress showed by soybean farming in Brazil can be split into three different stages. After expanding in the South, the second stage
is characterized by the cultivation in the
Center-West, during the 1980s and 1990s. In
the third stage, the crop expanded towards
the northern frontiers and, now to the Northeast, returning to the environments where it
had originally arrived in the Country.
Still in 1970, among the eight major agricultural crops in Brazil, the area devoted to
soybean was the smallest of them (1.3 million
hectares). In the 2012/13 growing season,
however, the considerable amount of 28 million hectares were seeded with this cereal, corresponding to 50% of the total area cultivated
back then. In terms of productivity, the statistical figures are even more impressive, as there
was a 172-percent increase in the period (from
1.144 kg/ha in 1970 to 3.106 kg/ha in 2011). n
Research played an
essential role in the
development
of this kernel
In the tropics
According to data collected by Embrapa Soybean, in the 1070s lots of soybean farmers in the South
(small scale farmers, with big families) faced difficulties increasing their planted areas in regions close to their farms. At that time, arable lands were cheaper in the Center-West, a factor that triggered many families to migrate to the region.
Nevertheless, the subtropical soybean varieties cultivated with success in the South did not develop properly in the savannahs of
the Center-West. In light of this characteristic, the farmers resorted to research institutions for implementing tropical soybean varieties,
adapted to the conditions of low latitudes and high temperatures, very common in the Brazilian cerrado.
While in the beginning of the 1980s only 20% of the entire Brazilian soybean volumes were produced in the cerrado, in the 1990s this share had
risen to 40%. In 2011, it was upwards of 60%. Over the years, such growth indices turned Brazil into a reference of efficiency in agricultural production.
71
Sílvio Ávila
Município de Sorriso, no Mato
Grosso, colhe mais de 2 milhões de
toneladas de soja por safra e é hoje
o maior produtor do grão no mundo
Motivos
para
sorrir
Graças ao cultivo da soja, o município
de Sorriso, no Mato Grosso (MT), se destaca em âmbito nacional e mundial. Situado a 412 quilômetros de Cuiabá, a capital
do Estado, é o maior produtor individual
brasileiro e mundial da oleaginosa. A colheita municipal totalizou 2,088 milhões
de toneladas do grão em 2011, em área
de 600 mil hectares, conforme o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Tal desempenho também garantiu que o
município fosse reconhecido como a “Ca-
Em 2012, Sorriso foi
reconhecido como
“Capital Nacional do
Agronegócio”
72
pital Nacional do Agronegócio”.
O título foi conferido por meio da Lei
nº 12.724, de 16 de outubro de 2012, publicada na edição do dia seguinte do Diário Oficial da União. Em âmbito local, a
cidade já utilizava o slogan institucional
desde que foi aprovada a Lei nº 1.893/10,
sancionada à época pelo prefeito Clomir Bedin. Em 2010, o Poder Legislativo
apreciou o projeto de lei nº 5, dispondo
sobre a criação do institucional “Sorriso,
a Capital Nacional do Agronegócio”, de
autoria de Luis Fábio Marchioro, Ilton
Polesello e Leocir José Faccio.
A colonização de Sorriso começou
nos anos de 1970, com a chegada de imigrantes provenientes dos estados da região Sul do Brasil. Emancipada em 13 de
maio de 1986, a localidade tem na produção rural sua base econômica, sendo
a soja e o milho os principais cultivos.
Outros municípios mato-grossenses
igualmente integram a lista dos principais produtores de soja do País. Na segunda posição estava Nova Mutum, com
colheita de 1,161 milhão de toneladas em
2011. Era seguido por Sapezal e Campo
Novo do Parecis, terceiro e quinto lugares, respectivamente. A quarta maior
produção nacional do grão está no município de Formosa do Rio Preto, na Bahia.
A safra 2012/13 de soja no Mato Grosso
foi estimada em 23,5 milhões de toneladas,
7,7% além do colhido na temporada anterior, conforme levantamento de julho de
2013 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O espaço ocupado pela
cultura aumentou 12%, passando dos 6,9
milhões de hectares da fase 2011/12 para
7,8 milhões de hectares no ciclo 2012/13. n
More reasons
to
smile
Municipality of Sorriso, in Mato Grosso,
harvests upwards of 2 million tons of
soybean per season and is now the
largest producer in the world
Thanks to soybean plantations, the municipality of Sorriso, in Mato Grosso (MT),
stands out at national and global level.
Located 412 kilometers away from Cuiabá,
the capital city of the State, Sorriso is the
largest Brazilian individual and global producer of the oilseed. The municipal harvest
totaled 2.088 million tons in 2011, from an
area of 600 thousand hectares, according to the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE). Such performance has
earned the municipality the reputation as
the “National Agribusiness Capital”.
This distinction was conferred by Law
nº 12.724, of 16th October 2012, published
in the Government Gazette the following
day. At local level, the city had already been
using the institutional slogan ever since
Law Lei nº 1.893/10 was passed, and then
ratified by mayor Clomir Bedin. In 2010,
the Legislative Assembly debated bill nº 5,
focused on the creation of the “Sorriso, National Agribusiness Capital” institutional
act, presented by Luis Fábio Marchioro, Ilton Polesello and Leocir José Faccio.
Sorriso started to be settled in the
1970s, with the arrival of the first immigrants from South Brazil. Emancipated on
13th May 1986, the locality relies mainly
on rural operations, where soybean and
maize are the leading crops.
Other municipalities throughout Mato
Grosso are also on the list of major soybean producers in Brazil. Nova Mutum was
ranking second, with a crop of 1.161 million
tons in 2011. It was followed by Sapezal
and Campo Novo do Parecis, ranking third
and fifth, respectively. The municipality of
Formosa do Rio Preto, located in Bahia, is
responsible for the fourth biggest national
production volumes.
The 2012/13 soybean season in Mato
Grosso was estimated at 23.5 million tons,
up 7.7-percent from the previous growing
season, according to the July 2013 survey
conducted by the National Supply Company (Conab). The area occupied by the
crop soared 12%, from 6.9 million hectares
in 2011/12 to 7.8 million hectares in the
2012/13 crop year. n
In 2012, Sorriso
was acknowledged
as the “National
Agribusiness
Capital”
73
Inor Ag. Assmann
Chance bem
Ao lado do pai e do irmão, Roger
Introvini desenvolve a produção
de soja em 20 mil hectares e se
consolida como grande produtor
74
Soja, um pouco de sorte e muito trabalho. Essa poderia ser a receita de sucesso do produtor Roger Azevedo Introvini,
47 anos, sócio proprietário da União de
Fazendas Introvini, com formação acadêmica em Administração de Empresas.
O condomínio também é formado pelo
pai Carlos Simão Introvini, 76 anos, e pelo
irmão Sérgio Azevedo Introvini, 49.
Hoje, os três conduzem
plantações anuais em 27
mil hectares, sendo 20
mil hectares de soja, 2
mil hectares de algodão
e 5 mil hectares de milho, nos estados do Mato Grosso e de Mato
Grosso do Sul. “Nossa maior conquista,
e nosso maior desafio, foi ter vindo para
o Centro-Oeste na hora certa. O resto foi
fruto de muito trabalho e de dedicação”,
conta Roger. Na safra 2012/13, a família
Introvini colheu 960 mil sacas de soja.
aproveitada
O início de tudo aconteceu em
Guarapuava, no Paraná, em 1973. Dois
anos depois, decidiram migrar para o
Centro-Oeste brasileiro, na região de
Maracaju, no Mato Grosso do Sul. Posteriormente, seguiram para Sonora, no
mesmo Estado, onde possuem a Fazenda Alto Piquiri. Já em 1979 teve início a
produção em Campo Novo do Parecis
(Fazenda Campo Real) e, em 2004, no
Vale do Araguaia (Fazenda União, em
São Félix do Araguaia), ambos em Mato
Grosso. Roger mora atualmente em Coxim, no Mato Grosso do Sul.
Para o produtor, casado com Ana
Márcia, 48 anos, e pai de três filhos (Eduardo, 24; Marina, 21; e João, 15), a história do grupo se assemelha à de tantos
outros, pioneiros na época, escrita com
sofrimento, sacrifício, mas, acima de
tudo, com muito otimismo. Atualmente,
de acordo com Roger, a principal satisfa-
ção é poder contribuir para o crescimento social das regiões onde atuam e ter a
certeza de trilhar o caminho certo.
O sojicultuor acredita que muitas dificuldades já ficaram para trás. Em seu
entender, ainda há algumas que preocupam, seja entre os grandes ou entre médios e pequenos: as condições de escoamento da safra e a falta de infraestrutura
de armazenagem e portuárias são algumas delas. “O produtor se modernizou,
o governo não. Hoje, estamos batendo
recordes de safra e acabamos sendo penalizados por isso”, lamenta. n
No Centro-Oeste, a
família administra a
União de Fazendas
Introvini
Digno de rei
Entre os produtores brasileiros de soja, o gaúcho Eraí
Maggi Scheffer surge como o maior do Brasil (com grandes probabilidades de ser também o maior do mundo). Dono de quase 40 fazendas espalhadas pelo Estado do Mato
Grosso, mantém, com apoio da família, o Grupo Bom Futuro, com sede na capital, Cuiabá.
Em soja, a área plantada chega a mais de 230 mil hectares. Além disso, o grupo também
aposta em outras culturas agrícolas, como algodão e milho; produz sementes, atua na piscicultura, na pecuária de corte (com um
dos maiores projetos de integração
lavoura-pecuária do País) e
no setor de energia.
75
Inor Ag. Assmann
Taking advantage
of an opportunity
With his father and brother, Roger
Introvini devotes 20 thousand
hectares to soybean and consolidates
his position as a commercial farmer
Soybean, a bit of good luck and much
work. This could be the recipe of success for
farmer Roger Azevedo Introvini, 47, partnerowner of União de Fazendas Introvin, with a
graduate degree in Business Administration,
and father Carlos Simão Introvini, 76, and
brother of Sérgio Azevedo Introvini, 49.
Nowadays, the three of them conduct
annual crops in 27 thousand hectares, split
into 20 thousand hectares of soybean, 2
thousand hectares of cotton and 5 thousand hectares of corn, in the states of Mato
Grosso and Mato Grosso do Sul. “Our biggest achievement, and our most harrowing
challenge consisted in arriving in the Center-
In the Center-West,
the family runs the
a farm known as
União de Fazendas
Introvini
76
West at the right time. The rest was the fruit
of much work and dedication”, Roger said.
In the 2012/13 growing season, the Introvini
harvested 960 thousand sacks of soybean.
Everything started in Guarapuava, State
of Paraná. Then, in 1975, they decided to
leave for the Center-West, where they settled
in the region of Maracaju, in Mato Grosso do
Sul. Some years later they moved to Sonora,
located in the same State. In 1979 they started farming in Campo Novo do Parecis (Campo Real Farm) and, in 2004, in Vale do Araguaia (União Farm, São Félix do Araguaia),
both in Mato Grosso. Currently, Roger is living in Coxim, in Mato Grosso do Sul.
Fit for a king
Roger, now married to Márcia, 48, and
father of 3 children (Eduardo, 24; Marina,
21; and João, 15), sees similarities with the
saga of other groups, pioneers in their time,
and consisting of suffering, sacrifice and,
above all, of a strong feeling of optimism.
Currently, according to Roger, their main
satisfaction consists in the group’s capacity
to contribute towards the social development of the regions where they operate and
the assurance of being on the right track.
The soybean farmer believes that an array of difficulties have already been left behind. He maintains that there are still some
hurdles that need to be surmounted, whether among commercial, medium or smallscale farmers: crop transportation conditions,
the lack of warehousing infrastructure and
deficient port facilities. “The farmers have got
modernized, the government has not. Nowadays, we are hitting record crop sizes, and
we end up penalized”, he regrets. n
AmongallBraziliansoybeangrowers,EraíMaggiScheffer,bornin
Rio Grande do Sul, is the most outstanding commercial farmer (with chances of being the biggest in the
world). Owner of almost 40 farms spread across the State of Mato Grosso, with the support of his family he runs a big enterprise known as Grupo Bom Futuro, based in the capital city Cuiabá. The area
devoted to soybeans reaches 230 thousand hectares. Furthermore, the group also invests in other
crops, like cotton and corn. Other activities include the production of seed, fish farming, beef cattle
(with one of the biggest crop-livestock integration projects in the Country) and the sector of energy.
Em grande
Divulgação
estilo
Incentivado pelos pais,
José Eduardo Sismeiro, de
Goioerê (PR), descobriu na
agricultura a via da realização
pessoal, através da soja
78
máticos. Somente de soja foram 27 mil
sacas. O produto final é todo destinado a
cooperativas instaladas no município.
Para o andamento dos trabalhos, Sismeiro adquiriu tratores, plantadeiras, autopropelido e montou toda a estrutura
que lhe permite produzir com eficiência. A
colheita, por sua vez, é terceirizada. Além
disso, mantém dois funcionários fixos e
contrata outros temporários para os períodos de plantio e de colheita.
Na infância, filho caçula de imigrantes
portugueses, apresentava indícios de que
seria tudo, menos um sojicultor. Antes de
iniciar a faculdade de Odontologia, o amor
dos pais pela criação de bovinos parecia
indicar os caminhos profissionais na vida
adulta. “Meus pais criavam gado. Era do que
eu gostava mais. Com cinco anos, já ajudava a separar o gado a cavalo e entregava
leite em carroça na cidade”, recorda. “Foi
uma surpresa eu fazer Odontologia. Todos
achavam que faria Medicina Veterinária.”
A relação com a soja, no entanto, falou
mais alto. Após o casamento em Pirajuí,
no Estado de São Paulo, em 1960 seus pais
seguiram para Goioerê, a cerca de 500 qui-
lômetros da capital paranaense, Curitiba.
Pioneiros da região, começaram com um
pequeno comércio e, aos poucos, passaram
a adquirir pequenos sítios. Depois de investirem na pecuária, ingressaram na sojicultura.
Hoje, a soja é o carro-chefe da família
de José Eduardo, que também tem um irmão dentista e agricultor e outro médico.
Afirma encontrar nesse grão a maior segurança para seguir em frente. “Com riscos
menores, boa produtividade e bons preços,
como os de agora, podemos prosperar”,
comenta. Para o menino que cresceu em
meio à soja e depois fez brotar belos sorrisos em seu consultório, a maior satisfação
em ser sojicultor é semear e ver a planta
se desenvolver. Afinal, para José Eduardo,
cada fase é uma vitória e, diante de uma
colheita farta, a sensação é indescritível. n
Na propriedade
de 415 hectares,
Sismeiro colhe 27
mil sacas de soja
Sílvio Ávila
Em Goioerê, município do Centro-Oeste parananese, José Eduardo da Fonseca
Sismeiro realiza-se graças ao cultivo de
soja. Aos 45 anos, afirma, com orgulho, ser
um agricultor apaixonado. Além do amor
pela esposa Demeneck Sismeiro e pelos
filhos Luis Henrique, de 12 anos; Júlio, de
nove; e Felipe, de sete, alimenta carinho
todo especial pela lida no campo.
A vocação para as práticas agrícolas
veio de berço. Cirurgião dentista, formado em 1989 na Universidade de Marília
(Unimar), em São Paulo, optou, anos mais
tarde, por deixar o consultório e encarar
os desafios do campo. “Trabalhei até meados de 2002, quando recebi dos meus
pais uma proposta para voltar e atuar na
fazenda com eles. Sempre fui muito ligado
ao campo, e aceitei prontamente”, conta.
Hoje, conduz 415 hectares, no típico
perfil de média propriedade destinada à
produção de soja e de milho, 90 deles localizados no município de Juranda, também no Paraná. Em 2013, Sismeiro colheu,
entre soja, cultivada no verão, e milho, na
safrinha, 60 mil sacas, apesar da redução
de 20% no milho, devido a problemas cli-
79
style
Divulgação
In great
Inor Ag. Assmann
Encouraged by the parents, José
Eduardo Sismeiro, based in Goioerê
(PR), discovered his personal fulfillment
in agriculture, through soybean
80
In Goioerê, municipality in center-western Paraná, José Eduardo da Fonseca Sismeiro is a successful soybean farmer. At the
age of 45, he makes no secret of his pride in
being a farmer. Besides his love for his wife
Marcia Demeneck Sismeiro and sons Luis
Henrique, 12; Julio, 9; and Felipe, 7, he is
deeply devoted to his work on the farm.
His agriculture-oriented vocation
comes from the cradle. In 1989, he graduated from Dentist School at the University
of Marília (Unimar), in São Paulo. Some
years later, he decided to leave his Dentist
Office for the challenge of earning a living
as a farmer. “I worked until mid-2012, when
my parents offered me the opportunity to
work with them on the farm. I had always
been linked to agriculture and so I readily
accepted the offer”, he comments.
Currently, he runs a farm of 415 hectares,
with a typical profile of a medium commercial business devoted to the production
of soybean and corn. 90 hectares of the
farm are located in the municipality of Juranda, equally in Paraná. In 2013, Sismeiro
harvested a total of 60 thousand sacks of
summer soybeans and winter corn. The latter suffered a reduction of 20% because of
climate problems. It was 27 thousand sacks
of soybean. The final product is delivered to
cooperatives based in the municipality.
For carrying out the works on the farm,
Sismeiro acquired tractors and self-propelled planters and mounted a complete
structure that allows him to produce efficiently. He outsources his harvesting operations. For his labor needs, he has two permanent employees and at planting and harvest
time he usually hires temporary workforce.
In his childhood, the son of Portuguese
immigrants, anticipated a zest for different
careers in his life, but there were no signs that
he would become a soybean farmer. Before
starting his college of dentistry, his parents
love for raising cattle seemed to anticipate
the professional career of his future life. “My
parents used to raise cattle. And it was what
I loved the most. At the age of five, on horseback, I used to help with separating the
animals and deliver milk in town. It was a surprise for me to go into a Dental School. They
all thought I would become a veterinarian”.
The relationship with soybean, nonetheless, spoke louder. After his marriage in
Pirajuí, in the State of São Paulo, in 1960 his
parents left for Goioerê, some 500 kilometers
from Curitiba, the capital city of Paraná. Pioneers in the region, they started with a small
shop and, little by little, they began to acquire
some small plots. After investing in livestock
operations, they adhered to soybean farming.
Now, soybean is the flagship of José
Eduardo’s family, who has three brothers: a
dentist, a farmer and a doctor. He has it that
the cereal represents a very safe way of going ahead. “With smaller risks, good yields
and attractive prices, like the present ones,
we have it all to prosper”, he comments. For
a boy who was brought up amid soybean
fields and, after this, restored good smiles in
his Dentist Office, the greatest satisfaction in
being a soybean farmer consists in seeding
the crop and watching it developing. After
all, to José Eduardo, every different phase is a
victory and, in light of a lush harvest, the feeling is indescribable. n
In his 415-hectare
farm, Sismeiro
harvests 27
sacks of soy
81
Vem de
Fotos: Divulgação
berço
Após herdar do pai os
conhecimentos como
sojicultor, Celso Dallanora
hoje vê a sua propriedade
prosperar com os
ensinamentos do filho
82
Na trajetória de vida de Celso Dallanora,
61 anos, a história dos antepassados permanece viva. Diante de suas lavouras de soja,
estabelecidas no município de Tapera, no
Noroeste do Rio Grande do Sul, é impossível não lembrar dos esforços de pais, avós e
bisavós. A partir das ações deles, hoje o produtor colhe dias melhores e promissores ao
lado de toda a família, mas principalmente
na companhia do filho Afonso Dallanora,
31 anos, que semeou as terras com conhecimento e muita esperança.
A história iniciou-se em 1905, quando
os bisavós mudaram-se de Nova Palma,
também em solo gaúcho, para Tapera. Naquele ano foi adquirido o primeiro lote de
terras, que passa de geração para geração.
“Naquela época era explorada a madeira e se plantava apenas produtos para a
subsistência da família. Por volta de 1930
começamos o cultivo da mandioca. E mais
ou menos nos anos de 1950 iniciamos o
cultivo do trigo”, conta Celso.
Na década seguinte, de 1960, começaram
a surgir, na região, áreas com o plantio de soja.
Segundo o produtor, no início tudo era realizado de forma manual ou com o auxílio de
juntas de bois. “Plantava-se a soja em meio à
cultura do milho. Quando estava pronta para
colher, era arrancada ou colhida com foices,
levada para dentro do galpão e trilhada com
o auxílio de trilhadeiras”, recorda.
Aos 13 anos, em 1965, quando o pai adquiriu o primeiro trator, em sociedade com
dois vizinhos, Celso passou a trabalhar na
lavoura, cujo plantio chegava a 25 hectares.
“A terra era toda preparada. Tinha de lavrar
e gradear para depois plantar. Trabalhei
Capricho
noites inteiras sem dormir para dar conta
do serviço. Colhia-se na época em torno de
900 quilos por hectare”, recorda.
Mais tarde, em 1976, o sojicultor casou-se
com Silvina Maria Dallanora, 61 anos, companheira que não mediu esforços para ajudar na lida do campo. Da união, nasceram
os filhos. Atualmente, em Chapecó (SC),
Djane Dallanora, 35 anos, estudou na Escola Agrotécnica Federal de Sertão (EAFS),
formou-se em Medicina Veterinária na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
realizou mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs)
e especialização em suinocultura.
Já Afonso também estudou na Escola Agrotécnica Federal de Sertão (EAFS),
concluindo o curso em 2000. Antes disso,
porém, o apreço pela agricultura, aliado à
Para o bom andamento da safra, Celso
e Afonso Dallanora utilizam alta tecnologia, associada a boa
adubação de base, inoculação e tratamento completo na semente; e adubação foliar, com controle eficiente de pragas e
doenças. No ciclo 2012/13, mesmo com estiagem de 36 dias,
conseguiram colher, em média, 56 sacas por hectare.
Celso e Afonso também realizam rotação de culturas, fazendo
com que 15% da área seja destinada ao milho, todos os anos. No
inverno, 35% da área é plantada com trigo, 10% com aveia branca, direcionada à alimentação do gado, e o restante com aveia uti-
vontade de auxiliar o pai, fez com que passasse a administrar a propriedade em 1994.
A partir desse ano, o plantio direto e novas
alternativas foram implantadas.
Com a sequência de trocas de máquinas e a adoção de novas tecnologias, Celso
e Afonso começaram a desenhar caminhos
de prosperidade. Hoje, tratores, semeadeira
e colheitadeira auxiliam no cuidados dos
130 hectares de soja cultivados, sendo 80
deles próprios e os outros 50 arrendados. n
Em Tapera (RS), a
família Dallanora
administra 130
hectares com soja
lizada na cobertura de solo para o plantio direto do ano seguinte.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas para expansão
da propriedade, Celso sente-se feliz como sojicultor. “Graças à
soja, tenho uma vida confortável e consegui criar e dar estudo a
minha família. Vibro cada vez que melhoramos a produtividade
e conseguimos investir na propriedade”, ressalta.
Para a família Dallanora, a soja é o carro-chefe da propriedade.
Mesmo assim, com um olho na renda extra e na diversificação, o
grupo encontra tempo para a criação de suínos e de uma pequena
quantia de gado confinado, para a produção de vinho colonial e
para manter um restaurante, que integra a rota turística da cidade.
83
cradle
From the
After inheriting from his father the skills of a
soybean grower, Celso Dallanora now watches
his farm thriving in the hands of his son
In the trajectory of 61-year old Celso
Dallanora’s life, the history of the ancestors
is still there. In front of his soybean fields,
established in Tapera, a municipality in
Northwestern Rio Grande do Sul, you can’t
help remembering the efforts of his parents,
grandparents and great grandparents.
Starting from their hard work, now the
farmer is reaping better and more promising
results along with his entire family, but particularly in the company of his son Afonso
Dallanora, 31 years old, who now cultivates
the land with much effort and hope.
The saga started in 1905, when the great
grandparents left Nova Palma, also in Rio
Grande do Sul, for Tapera. Back then, they acquired the first area of land, which has been
passed down from generation to generation.
At that time, timber was explored and subsistence crops were cultivated. In the 1930s we
started growing cassava. And in the 1950s we
began to grow wheat”, Celso recalls.
In the following decade, the 1960s, the
first soybean plots could be seen around the
region. According to the farmer, in those early
times everything was done manually and
with the help of draft animals. Corn was intercropped with soybean. Once ready to harvest,
In Tapera (RS), the
Dallanora family
devote 130 hectares
to soybean
84
the latter was plucked or cut with bush hooks,
taken into the barn and threshed”, he recalls.
At the age of 13, in 1965, when his father bought the first tractor, jointly with two
neighbors, Celso began to work on the farm,
with plantings amounting to 25 hectares.
“The land had to be prepared, including
plowing and disking before planting started. To cope with all this work, I sometimes
worked through the night. At that time, productivity rates remained at 900 kilograms
per hectare”, he says.
Some years later, in 1976, the soy farmer
married Silvina Maria Dallanora, 61, a companion that spared no efforts to help with all
farm chores. They had two children, Djane
and Afonso. Currently, living in Chapecó (SC),
Djane Dallanora, 35, studied at the Federal
Agri-Technical School in Sertão (EAFS), she
got a degree in Veterinary Medicine from the
Meticulous work
Federal University of Santa Maria (UFSM),
and a Master’s and Doctoral degree from
the Federal University of Rio Grande do Sul
(Ufrgs) and specialization in pig farming.
Afonso also studied at the Federal AgriTechnical School in Sertão (EAFS), concluding his course in 2000. Before this, however,
his interest in agriculture, along with his
desire to help his father, induced him to administrate the farm in 1994. From that time
onward, direct planting and new technologies were implemented.
With a series of machine changes, along
with the introduction of new technologies,
Celso and Afonso began to design their path
to success. Tractors, planters and harvesters are now major tools in the 130 hectares
devoted to soybean, of which, 80 hectares
belong to them and 50 are cultivated under
lease agreement. n
For the crop to unfold properly, Celso and Afonso
Dallanora utilize high technology, associated with appropriate base fertilization, inoculation
and thorough seed treatment; and foliar fertilization, followed by efficient pest and disease
control. In the 2012/13 growing season, in spite of a 36-day drought, they harvested 56 sacks
per hectare, on average.
Celso and Afonso also do crop rotation, with 15% of the area devoted to corn, every year. In
winter, 35% of the area is devoted to wheat, 10% to oats, destined for livestock forage, and the
remainder is cultivated with oats as cover crop, followed by direct planting in the next season.
Despite all difficulties faced by their farm expansion moves, Celso feels satisfied as soybean
farmer. “Thanks to soybean I lead a comfortable life and I managed to brought up my family
and provide my children with schooling. I always get excited when we manage to improve the
productivity rates and make investments in the farm”, he emphasizes.
Soybean is the flagship crop at the Dallanoras farm. Even so, with an eye towards extra
income, they find time to raise hogs and a small number of confined head of cattle. They also
make country wine and run a restaurant that is part of the town’s tourist trail.
Seu portal para fazer
negócios com o Brasil!
www.brasilglobalnet.gov.br
Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras;
Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior;
Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior;
Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011;
Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria
pesada e megaeventos esportivos.
Ministério das Relações Exteriores
Subsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial
Departamento de Promoção Comercial e Investimentos
fina
Referência na produção de arroz, o
município de Cachoeira do Sul (RS)
começa a sentir os reflexos positivos
do cultivo de soja em sua economia
As histórias de sucesso construídas a
partir da soja agregam, ano a ano, mais
apaixonados. Junto aos produtores, em
toda a safra técnicos visualizam resultados bastante promissores ou até mesmo
novas tentativas de inserção da cultura.
Tudo isso acontece nas mais diversas regiões dos quatro cantos do Brasil.
Em Cachoeira do Sul, no Rio Grande
do Sul, a experiência inovadora com a
oleaginosa só trouxe bons resultados. O
município, de pouco mais de 85 mil habitantes, é reconhecido como a Capital Nacional do Arroz. É lá, inclusive, que ocorre a Feira Nacional do Arroz (Fenarroz).
Além disso, também se destaca como
grande produtor de noz-pecã.
Apesar da satisfação com essas atividades, Cachoeira do Sul recebe, com
otimismo, as experiências com soja. Na
segunda quinzena de agosto de 2013,
por exemplo, foi realizado o 1º Encontro
Mais Soja de Cachoeira do Sul, onde empresas voltadas ao setor agrícola e produtores debateram o tema Construindo
Produtividade.
De acordo com Jerson Santos, assistente técnico rural, a ideia é criar o Grupo
da Soja. Além de um próximo encontro,
O município cultivou
127 mil hectares de
soja na temporada
2012/13
86
Robispierre Giuliani
Mistura
agendado para dezembro de 2013, deve
ser realizada uma viagem à Argentina,
em janeiro de 2014, com o objetivo de conhecer as lavouras do país vizinho.
Os números, por sua vez, demonstram
a evolução positiva do cultivo da oleaginosa em território cachoeirense. Segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar),
nas últimas quatro safras foi registrado
aumento de 154% na área plantada com
soja em Cachoeira do Sul.
No ciclo 1999/2000, haviam sido
semeados 18,5 mil hectares. Já na temporada 2009/10, as lavouras desse grão
já somavam 50 mil hectares. O salto foi
ainda maior na fase 2012/13, quando foram registrados 127 mil hectares.
O rendimento médio das lavouras
igualmente tem se revelado bastante satisfatório. No município, na safra 2011/12
foram colhidos em torno de 2.580 quilos
de soja por hectare. Na etapa seguinte,
a produtividade já era de 2.281 kg/ha.
Nos mesmos períodos, respectivamente,
o Rio Grande do Sul registrou médias de
1.445 kg/ha e 2.707 kg/ha.
Os índices são apenas alguns dos
motivos que levam os cachoeirenses a
acreditar na oleaginosa. Aos poucos, a
cultura se tornou a melhor alternativa
de renda para os produtores. Muitos já
plantam em áreas de várzea, onde apenas o arroz marcava presença, sinalizando mais uma transformação motivada
pela sojicultura em solo nacional. n
Reference in the production of rice, the
municipality of Cachoeira do Sul (RS)
is coming to grips with the positive
reflections of soybean on its economy
Diversification
The success stories built upon soybean, year after year, attract more aficionados. Along with the producers, technicians are spotting rather promising
results, or even new attempts to insert
the crop into this scenario. This is what is
happening in the most remote regions in
the four corners of the Country.
In Cachoeira do Sul, State of Rio
Grande do Sul, the innovative experience
with the oilseed yielded good results. The
municipality of little more than 85 thousand people is acknowledged as the National Rice Capital. It is also the venue for
the National Rice Exhibition (Fenarroz).
Furthermore, it equally stands out as a
relevant producer of pecan nuts.
Although being satisfied with these
activities, Cachoeira do Sul is viewing with
satisfaction the experiences with soybean
crops. In the second half of August 2013,
for example, the first ‘More Soybean’ meeting was held in Cachoeira do Sul, where
companies geared towards the agricultural sector and farmers debated about
the theme Building Productivity.
According to Jerson Santos, rural
technical assistant, the idea is to create
a Soybean Group. Besides another meeting, scheduled for December 2013, a trip
to Argentina, in January 2014, is also on
the agenda. The goal is to visit soybean
fields in the neighboring country.
The numbers, in turn, attest to the
positive evolution of the oilseed in the
territory of Cachoeira. According to data
furnished by the Rural Extension and
Technical Assistance Corporation (Emater/RS-Ascar), over the past four crop
years the area planted with soybean increased by 154%, in Cachoeira do Sul.
In the 1999/2000 growing season, only
18.5 thousand hectares had been devoted
to soybean, while in the 2009/10 cycle, it
was 50 thousand hectares. There was even
a bigger leap in the 2012/13 crop year, when
the hectares jumped to 127 thousand.
Average yields of the soybean fields
have also been very satisfactory. In the
2011/12 growing season, yields in the
municipality reached about 2,580 kilograms per hectare. In the following cycle,
productivity reached 2.281 kg/ha. In the
same periods, respectively, the State of
Rio Grande do Sul registered averages of
1,445 kg/ha and 2,707 kg/ha.
These indices are just some reasons that
have convinced the people in Cachoeira
to bet on the oilseed. Little by little, the crop
turned out to be the best alternative source
of income for the farmers. Many of them
have already started seeding soy in meadowlands, where only rice used to be present,
signaling just one more transformation triggered by soybean in our national territory. n
The municipality
devoted 127
thousand hectares to
soybean in 2012/13
87
massa
Fermento na
Inor Ag. Assmann
Plano Agrícola e Pecuário (PAP)
2013/14 supera os anteriores em
abrangência e recursos ofertados,
o que interessa diretamente à soja
MÃO NO BOLSO • Hand in the pocket
Evolução do financiamento rural
agricultura empresarial EM R$ BILHÕES
Safra
2011/12 2012/132013/14
Recursos programados
107,2
115,3
136,0
Recursos aplicados
93,5
115,5
9,5 *
* Em julho de 2013, primeiro mês do PAP 2013/2014.
Fonte: Mapa.
88
Os produtores brasileiros estão mais
tranquilos desde que foi apresentado o
Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14.
Este é, ao que tudo indica, o plano mais
abrangente e de maior volume de recursos já lançado no Brasil. O valor total programado para a nova safra é de R$ 136
bilhões, 18% a mais do que o ofertado
no período anterior, que se encerrou no
dia 30 de junho de 2013. Dos recursos
previstos, R$ 97,6 bilhões estarão disponíveis para o financiamento de custeio e de
comercialização e R$ 38,4 bilhões para os
programas de investimento, com acréscimos de 9,8% e de 46%, respectivamente.
O anúncio do PAP foi feito em junho de
2013 pela presidente Dilma Rousseff e
pelo ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Antônio Andrade.
Do aporte total de valores, R$ 115,6
bilhões terão taxas de juros controlados,
com aumento de 23% sobre os R$ 93,9
bilhões previstos no período 2012/13.
A taxa de juros anual média foi estipulada em 5,5%, mas os percentuais são
menores para algumas modalidades.
Por exemplo, para os investimentos em
irrigação e armazenagem, serão aplicados juros de 3,5% ao ano e de 4,5% para
o Programa Nacional de Apoio ao Médio
Produtor Rural (Pronamp). A renda bruta anual para se enquadrar no Pronamp
passou de R$ 800 mil, com rebates de até
50%, para R$ 1,6 milhão, sem rebates.
Também o limite do custeio por produtor teve aumento de 25%. O valor
para custeio foi limitado em até R$ 1
milhão por safra e de até R$ 2 milhões
para comercialização. Já para o médio
produtor, ficou estabelecido valor de
até R$ 600 mil para o custeio e de até
R$ 350 mil para investimento. O PAP
2013/14 ainda propõe a liberação de
recursos para outros programas, como
os destinados a cooperativas e os voltados ao desenvolvimento sustentável.
Mas o que mais parece ter agradado o
setor agropecuário brasileiro, além dos
juros baixos e do aumento de recursos
disponíveis para a safra atual, foi a atenção dada aos problemas relacionados à
logística e à infraestrutura.
O governo federal vai disponibilizar
R$ 25 bilhões para a construção de novos
armazéns privados no País nos próximos
cinco anos – sendo R$ 5 bilhões na temporada 2013/14. O prazo será de até 15
anos para pagamento. Além disso, serão
investidos mais de R$ 500 milhões para
modernizar e dobrar a capacidade de armazenagem da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab). Através do Programa de Sustentação de Investimento
(PSI-BK), para financiamento de máquinas
e equipamentos agrícolas, serão R$ 6 bilhões, enquanto para a agricultura irrigada estarão reservados R$ 400 milhões. n
Hora de guardar
Na avaliação de Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores
de Soja (Aprosoja Brasil), o volume de recursos alocado está ajustado à necessidade de investimento para compensar o atual déficit
de armazenagem no País. O setor também enfrenta custos altos para transportar a safra. Isso deverá estimular a contratação de financiamentos para armazenagem, principalmente por cooperativas, cerealistas e produtores de maior porte. “Normalmente, as agências
bancárias dificultam mais a liberação de recursos para os projetos de armazéns do que para a compra de máquinas”, observa. De maneira geral, a sojicultura se mostra satisfeita com PAP 2013/14, que incorporou muitos dos pleitos apresentados.
Vão estar
disponíveis R$ 136
bilhões, a juros de
até 3,5% ao ano
89
Leaven
in
Inor Ag. Assmann
dough
Agriculture and Livestock Plan (PAP)
2013/2014 outstrips the others in scope and
resources, directly benefiting soybean farmers
The Agriculture and Livestock Plan (PAP)
has come as a relief for Brazil’s soybean farmers. There is every indication that this is the
most comprehensive plan ever launched in
Brazil, and offers the largest amount of resources. The total value geared towards the
new crop amounts to R$ 136 billion, up 18%
from the grants offered in the previous period,
which came to a close on 30th June 2013. Of
the total amount of resources, R$ 97.6 billion
will be available for financing production
costs and trade expenses, while R$ 38.4 billion are for investment programs, up 9.8%
and 46%, respectively. PAP’s announcement
was made in June 2013 by president Dilma
Rousseff and by the minister of Agriculture,
Livestock and Food Supply, Antônio Andrade.
Of the total grant, R$ 115.6 will be under
controlled interest rates, with an increase of
A Grant of R$ 136 billion
will be available,
at a 3.5-percent
interest rate a year
90
23% over the R$ 93,9 billion scheduled for
the 2012/13 growing season. The average
annual tax rate was set at 5.5%, but for some
modalities there are smaller percentages.
For example, for investments in irrigation
and warehousing, interest rates amount
to 3.5 percent a year and 4.5 percent for the
National Program to Support the MediumSized Rural Producer (Pronamp). To fit into
the Pronamp category, the annual gross income must remain at or below R$ 800 thousand, with discounts of up to 50 percent, for
R$ 1.6 million, without discounts.
Production cost grants per producer
soared 25%. Production cost financing was
limited to R$ 1 million per crop year and to R$
2 million for trading purposes. As for the medium-sized farmers, production cost financ-
Time to stor
ing was limited to R$ 600 thousand, and R$
350 thousand for investments. The 2013/2014
PAP also proposes the liberation of resources
for other programs, like cooperatives and initiatives focused on sustainable production.
But what seems to have pleased the farmers
the most, besides the low interest rates and
the bigger amounts of available resources,
was the attention bestowed on problems related to infrastructure and logistics.
Federal resources towards the construction of private warehouses across the Country, over the next five years, will reach R$ 25
billion, of which, R$ 5 billion for the 2013/14
growing season. There will be a 15-year loan
repayment timeline. Other investments
include R$ 500 million for modernizing
and doubling the warehousing capacity
of the National Supply Company (Conab).
Through the Investment Sustenance Plan
(PSI-BK), for financing agricultural machinery and equipment, there will be R$ 6 billion
available, while for irrigated agriculture, the
amount available is R$ 400 million. n
E Glauber Silveira, president of the Brazilian Association of Soybean
Farmers (Aprosoja Brasil), understands that the volume of resources is in line with the investment needs
to make up for the present warehousing deficit in Brazil. The sector is also dealing with high expenses for
transporting the crop. This is likely to prompt investments in warehousing facilities, especially by cooperatives, cereal dealers and commercial farmers. “As a rule, banks are reluctant in liberating resources
for warehousing projects, rather than for agricultural machinery, he observes. In general, soy farming
operations are satisfied with the PAP 2013/2014, which incorporated several claims.
Robispierre Giuliani
Sónecessári
o o
Volume de soja
processada regrediu
2,77% no ano comercial
2012/13, em virtude da
menor oferta do grão e da
forte incidência de tributos
A indústria processadora de soja do
Brasil tem atuado abaixo do seu potencial transformador, utilizando apenas
67% capacidade das suas unidades ativas em 2012. O volume de soja esmagado entre fevereiro de 2012 e janeiro de
2013 somou 36,229 milhões de toneladas do grão, 2,77% a menos do que no
período anterior. Os números são levantados pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e representam 86% do setor. A receita total
do ano comercial 2012/13 foi estimada
em R$ 46 bilhões. Deste total, R$ 17 bilhões foram obtidos na exportação e R$
29 bilhões no mercado interno.
“Um dos fatores que contribuiu para
Receita da
transformação deve
ser de R$ 46 bilhões
no ciclo 2012/13
Participação menor
diminuir o volume processado de soja foi
a quebra na temporada 2012/13, que
levou à redução da oferta de matéria-prima”, aponta Daniel Furlan Amaral,
gerente de economia da Abiove. Mas
a política tributária tem sido um dos
principais entraves enfrentados pelo
segmento industrial. Conforme Amaral,
tanto na esfera federal quanto na estadual há incentivos para a exportação de
matéria-prima, em detrimento da agregação interna de valor e da geração local
de empregos. “O desequilíbrio tributário
se dá via acúmulo de créditos de Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social (Cofins) e Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS)”, explica.
Porém, na avaliação de Amaral, a incidência de impostos sobre a circulação
da soja entre as unidades da Federação,
que impede a movimentação da matéria-prima, mantém-se sem perspectiva
de solução. O mesmo ocorre com a Contribuição Social Rural, que onera exclu-
Para o ano comercial 2013/14,
a Abiove projeta que o processamento de soja deverá atingir a 36,7 milhões
de toneladas de grão, 1,29% a mais do que na temporada anterior. Caso se
concretize, esse volume vai representar 45% do total da produção de soja
nacional, projetada em 81,6 milhões de toneladas para o ciclo 2012/13.
No entanto, justamente nesse período 2012/13 a participação do processamento é de 53%. De outra parte, a projeção dos envios do grão para o
mercado externo é de 39,5 milhões de toneladas na etapa 2013/14.
92
sivamente as aquisições de soja pela
indústria e cria desvantagens frente ao
produto exportado in natura.
O desempenho da indústria tem evoluído a taxas modestas. “Se analisarmos
os últimos 10 anos, notaremos que a
taxa média de aumento das exportações
foi de 8,5%, três vezes maior do que a
taxa de crescimento do processamento,
de 2,7%”, compara o economista. E complementa: uma vez que a política de tributos incentiva a exportação do grão de
soja, a produção da indústria acompanha o crescimento da demanda interna.
De acordo com a Abiove, na temporada 2012/13 o volume de
soja em grão exportado
totalizou 31,905 milhões de toneladas,
contra
33,789
milhões de toneladas no
período
anterior. n
93
Robispierre Giuliani
Only what
Volume of processed soybean
dropped 2.77% in the 2012/13
commercial year, by virtue of smaller
grain supplies and heavy tax burdens
The soybean processing industry in Brazil
has been operating below its processing potential, utilizing only 67% of the capacity of its
acting units in 2012. The volume of crushed
soybean from February 2012 to January
94
2013 reached 36.229 million tons. The figures come from the Brazilian Association
of Vegetable Oil Industries (Abiove) and
represent 86% of the sector. Total revenue
of the 2012/13 commercial year was esti-
mated at R$ 46 billion. Of this total, R$ 17
billion were derived from exports, and R$
29 billion from the domestic market.
“One of the factors that contributed towards reducing the volume of processed soybean was the smaller-than-expected crop in
the 2012/13 growing season, which resulted
into a decrease in the supply of raw material”, says Daniel Furlan Amaral, economy
manager at Abiove. The real hurdle has
been the tax burden faced by the industrial
segment. According to Amaral, both at federal and state level there is much incentive towards shipping raw material abroad, to the
detriment of creating jobs and adding value
is needed
down the line in the domestic scenario. “The
taxation imbalance results from the accumulation of credits of the Social Integration
Program (PIS), Contribution for the Financing of Social Security (Cofins) and State Value
Added Tax (ICMS)”, he explains.
However, in Amaral’s view, the incidence
of ICMS taxes on soybean that is transported
across the states in Brazil, which is a real
obstacle for the cereal to be moved from
one place to the other, is a problem with
no solution in sight. The same holds true
for the Social Rural Contribution, which
exclusively puts an extra burden on soy acquisitions by the industries and gives rise to
advantages in light of raw soybean exports.
The performance of the industry has
been moving slowly. “If we analyze the past
10 years, we will ascertain that, on average,
exports have been soaring 8.5% a year, three
times as much as the 2.7-percent growth in
processing, the economist comments. And
Revenue from
industrial
transformation
should reach R$
46 billion in the
2012/13 cycle
he adds: as the taxation policy encourages
raw soybean exports, the performance of
the industry keeps pace with domestic demand. Sources from Abiove refer to exports
of 31.905 million tons of soybeans in the
2012/13 growing season, against 33.789 million tons in the previous period. n
Smaller share
For the 2013/14 commercial year, Abiove projects
at 36.7 million tons the amount of soybean to be processed, up 1.29% from the previous
period. Should it materialize, this volume will represent 45% of the entire national crop,
projected at 81.6 million tons for the 2012/13 crop year. Nevertheless, exactly during the
2012/13 period, the share in processing is 53%. On the other hand, the projection for shipments abroad is 39.5 million tons in the 2013/14 growing season.
95
Robispierre Giuliani
Pela primeira vez, o volume de
soja em grão estimado para o
processamento interno será superado
pelo que se destina à exportação
Mudou
tudo
96
A colheita recorde, estimada em mais
de 80 milhões de toneladas de soja para a
safra 2012/13, é motivo de comemoração,
principalmente entre os produtores. No
entanto, o desempenho da indústria processadora do grão não deverá ser motivo
de celebração no ano comercial que vai de
fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. Pela primeira vez, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), desde sua
fundação, em 1981, divulgou projeções nas
quais as exportações de soja em grão ultrapassaram o consumo da indústria.
O envio de soja em grão para o mercado externo deve atingir a 39,5 milhões
de toneladas na temporada 2013/14,
volume superior às 31,905 milhões de
toneladas embarcadas no ciclo anterior,
de acordo com a Abiove. Caso se confirme, esse volume exportado será maior
do que o ofertado para esmagamento
do grão no Brasil, projetado em 36,7 milhões de toneladas no atual ano comercial. Porém, o resultado será superior às
36,229 milhões de toneladas de grão beneficiadas na etapa 2012/13.
O segmento industrial é responsável pela produção de farelo e de óleo de
soja para abastecer os mercados interno
e externo. No entanto, tem perdido competitividade frente aos principais países
concorrentes, em decorrência da alta
tributação que a atividade tem enfrentado no País. A oferta de farelo de soja no
mercado interno garante a produção de
carnes de frango e de suínos; já o óleo de
soja é destinado à alimentação, a biocombustíveis e à indústria química.
A previsão da Abiove é de que sejam
produzidas 27,9 milhões de toneladas de
farelo de soja na temporada 2013/14, contra 27,606 milhões de toneladas na fase
antecedente. Os números de exportação
do farelo devem chegar a 13,8 milhões,
superando as 13,758 milhões de toneladas
fabricadas na etapa 2012/13. A expectativa
é totalizar receita de US$ 6,21 bilhões com
os embarques de farelo. O consumo interno do produto deve atingir a 14 milhões de
toneladas no ano em curso, praticamente
a mesma quantidade do período anterior.
Para o óleo de soja, a produção deve
ser de 7 milhões de toneladas. Na temporada 2012/13, este número foi de 6,97
milhões de toneladas. O consumo interno do óleo também deve subir, de 5,413
milhões de toneladas para 5,5 milhões
de toneladas. No entanto, as exportações
tendem a diminuir, de 1,676 milhão de
toneladas para 1,5 milhão de toneladas.
A perspectiva é de que seja alcançada receita da ordem de US$ 1,545 bilhão com o
volume enviado para fora do País. n
Produção de farelo
e óleo de soja não
corresponde à oferta
recorde de grão
Distribuição
O Brasil exporta farelo e óleo de soja para várias partes
do mundo. Em 2012, o primeiro desses produtos foi enviado para 38 países, e o segundo para 48 nações. Os principais importadores de farelo foram Holanda, França,
Alemanha, Tailândia, Coreia do Sul, Irã, Itália, Eslovênia e Espanha. Já o óleo seguiu
para a China, Índia, Irã, Argélia, Bangladesh, Cuba, França, Hong Kong, Malásia e Emirados Árabes Unidos, entre outros.
97
Everything has
Inor Ag. Assmann
changed
98
For the first time, the volume of soybean
grain destined for the domestic processing
facilities will be outstripped by the
volume to be shipped
abroad
The record soybean crop, estimated at
80 million tons for the 2012/13 growing
season, is reason for celebration, especially among the farmers. Nevertheless,
the performance of the grain processing
industry is poised to offer little reason for
celebration in the commercial year that
extends from February 2013 to January 2014. For the first time, the Brazilian
Association of Vegetable Oil Industries
(Abiove), since its foundation, in 1981,
released projections in which soybean
exports outstripped the amounts needed
by the domestic industry.
The shipments of raw soybean to the
foreign markets are estimated to
reach 39.5 million tons in
the 2013/14 cycle, volume superior to
the 31,905 million shipped
abroad in
the previous
season,
Abiove sources said. Should this volume
materialize, the volume to be shipped
abroad will surpass the amount of grains
to be crushed by the domestic industry,
projected at 36.7 million tons in this commercial year. However, the result will be
superior to the 36.229 million tons of grains
processed in the 2012/13 crop year.
The industrial segment is responsible
for the production of soybean meal and
soybean oil for the markets at home and
abroad. The problem is, the segment has lost
competitiveness against most major competitor countries, as a result of the heavy tax
burden levied on this industry in Brazil. Soybean meal in the domestic market is in great
demand because it is a major ingredient in
chicken and pig feed; soybean oil is destined
for food, biofuel and chemical industries.
Abiove officials are projecting the production of 27.9 million tons of soybean
meal in the 2013/14 growing season,
against 27.606 million tons in the previous
year. Soybean meal shipments abroad are
estimated to amount to 13.8 million, up
slightly from the 13.758 million tons produced tine 2012/13 commercial year. The
expectation is for the soybean shipments
to bring in revenue of US$ 6.21 billion. Domestic consumption of the product should
reach 14 million tons in the current year,
almost on a par with the previous year.
As for soybean oil, production should
reach 7 million tons. In the 2012/13 season,
this number remained at 6.97 million tons.
Domestic consumption of oil is also projected to soar, from 5.413 million tons to 5.5 million tons. Nonetheless, exports tend to drop
from 1.676 million tons to 1.5 million tons.
The perspective is for revenues of US$ 1.545
billion from the volume shipped abroad. n
Production of meal
and oil are not on a
par with the record
grain supply
Distribution
Brazil exports soybean oil and meal to several countries around the world. In 2012, the latter
was shipped to 38 countries and the former,
to 48 nations. Major importers of soybean
meal are Holland, France, Germany, Thailand, South Korea, Iran, Italy, Slovenia and
Spain. Soybean oil was shipped to China,
India, Iran, Algeria, Bangladesh, Cuba,
France, Hong Kong, Malaysia, the United
Arab Emirates, among others.
BENEFICIAMENTO • Processing
Produção de subprodutos da soja (em mil t)
Ano comer. (fev-jan) Grão processado Farelo Óleo
2011/12
37.26428.3207.341
2012/13
36.22927.606 6.970
2013/14*
36.70027.9007.050
* Previsão - Fonte: Abiove (Coordenadoria de Economia e Estatística)
Atualizado em 31/07/2013.
99
Diante da capacidade para produzir até 7 bilhões
de litros de biodiesel em 2012, o setor reivindica
que a mistura obrigatória passe a ser de 7%
sobra
Energia de
Se o ritmo de crescimento registrado
no primeiro semestre de 2013 for mantido, o Brasil deverá finalizar o ano com
produção recorde de biodiesel. O volume atingiu a 1,4 bilhão de litros entre janeiro e junho de 2013, com aumento de
12,9% em relação ao mesmo período do
ano anterior. O resultado foi divulgado
pela Associação Brasileira das Indústrias
de Óleos Vegetais (Abiove), que mantém
atualizadas as informações de mercado
do produto em seu site.
A elaboração anual de biodiesel tem
sido crescente, evoluindo de 1,1 bilhão de
litros em 2008 para 2,7 bilhões de litros em
2012. O percentual de mistura obrigatória
de biodisel ao diesel também passou de
2% (2005 a 2008) para 3% (2008), 4% (2009)
e, por fim, 5% (de 2010 aos dias atuais). No
Brasil, operam 69 plantas produtoras de
biodiesel com a autorização da Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De acordo com essa
entidade, a capacidade de produção insta-
Em 2012, as usinas
elaboraram 2,7
bilhões de litros do
biocombustível
100
lada é superior a 7 bilhões de litros por ano,
ou seja, mais do que o dobro do volume de
2,7 bilhões de litros consumidos em 2012.
Atualmente, o setor defende que a
mistura do biodiesel seja imediatamente
aumentada para 7% e, na sequência, para
10% e 20%. O acréscimo estava sendo avaliado pelo Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE). “Devemos caminhar
para isso brevemente”, afirmou Florival
Carvalho, diretor da ANP no 2º Encontro
IBEF (Instituto Brasileiro de Executivos Finaceiros) de Combustíveis, realizado em
30 de agosto de 2013 no Rio de Janeiro.
No evento, Carvalho lembrou que a
indústria do biocombustível acreditou e
investiu no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). “Hoje,
está com mais da metade da capacidade
ociosa”, lamentou. A qualidade do produto brasileiro foi destacada pelo presidente
da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Erasmo Battistella.
“O biodiesel nacional já começa a ser exportado para a Europa”, relatou. Além disso, segundo ele, o setor produtivo passa
a fomentar o modal ferroviário de transporte, com pelo menos uma usina utilizando trens para a distribuição do produto e outra em vias de adotar o sistema.
“Falta de parte do governo a decisão
política de limpar ainda mais a matriz
energética brasileira, aumentando a
mistura de biodiesel no diesel”, opina
Battistella. Em seu entender, a medida
contribuirá para que o País consiga diminuir a importação do combustível fóssil
e, assim, melhorar a qualidade do ar, reduzindo internações hospitalares e ampliando a inclusão social da agricultura
familiar no fornecimento de matéria-prima para o biodiesel. n
COMPOSIÇÃO• Composition
Produção de biodiesel por matéria-prima (m³)
Matéria-prima 200820092010201120122013
Óleo de soja
801.320 1.250.577 1.960.822 2.152.298 2.042.730 1.037.156
Sebo bovino 206.966258.035327.074357.664469.215268.197
Óleo de algodão
18.353
59.631
57.458 84.711 123.325
30.481
Outras
140.48940.20641.08678.088 83.68363.127
Total 1.167.128 1.608.448 2.386.438 2.672.760 2.718.954 1.398.962
Fonte/Elaboração: ANP/ABIOVE – Coordenadoria de Economia e Estatística
Nota: Dados disponíveis até junho de 2013.
Fontes
O óleo de soja continua ganhando espaço como fonte para a produção de biodiesel. Nos primeiros seis
meses de 2013, a participação do derivado do grão foi de 74% na fabricação do biocombustível, seguido do sebo bovino (19%) e
do óleo de algodão (2%). As demais matérias-primas responderam por 5% do biodiesel produzido, com destaque para o óleo de
fritura, que representa mais de 1% de toda a produção nacional.
Energy to
In light of the capacity to
produce 7 billion liters of
biodiesel in 2012, the sector
is suggesting a 7-percent
mandatory mixture
If the growth rhythm registered in the
first half of 2013 holds true, by year’s end,
Brazil should have the biggest production
of biodiesel ever. The volume reached 1.4
billion liters January through June 2013, up
12.9% from the previous period. The result
was released by the Brazilian Association
of Vegetable Oil Industries (Abiove), whose
website features an “Updated Figures” page.
Annual production of biodiesel has been
soaring from 1.1 billion liters in 2008 to 2.7
billion in 2012. The mandatory percentage
of mixture of biodiesel with common diesel
has also progressed from 2% (2005 to 2008)
to 3% (2008), 4% (2009) and, finally, 5% (as of
2010). In Brazil, there are 69 biodiesel producing plants in operation, all working under a
special permit from the National Agency of
Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP).
According to this entity, the installed production capacity surpasses 7 billion liters a year,
spare
that is to say, more than twice the volume of
2.7 billion liters consumed in 2012.
For the moment, the sector is advocating
a 7-percent mixture, which, in the sequence
should be raised to 10% and 20%. The suggestion is now being evaluated by the National Council for Energy Policy (CNPE). “We
are poised to proceed towards this end before long”, said Florival Carvalho, director at
ANP, in the 2nd IBEF Meeting (Brazilian Institute for Finance Executives) on Biofuels, held
in Rio de Janeiro on 30th August, 2013.
At the event, Carvalho recalled that the
biofuel industry believed and invested in
Brazil’s Biodiesel Production and Use Program (PNPB). “Now, there is a 50-percent
idle capacity”, he regretted. The quality of
the Brazilian product was highlighted by
the president of the Brazilian Association of
Biodiesel Producers (Aprobio), Erasmo Battistella. “Our national biodiesel is already
being shipped to Europe”, he recalled. Furthermore, according to him, the productive sector is beginning to foster the railway
transportation system, with at least one mill
resorting to trains for the distribution of its
product, and another one now about to utilize the same system.
“There is still need for the government
to implement policies focused on cleaning even further the Brazilian energy
matrix, increasing the proportions of the
biodiesel mixture”, Battistela maintains.
He understands that the move will lend
its contribution for the Country to reduce
its fossil fuel imports and, therefore, improve the quality of the air, reducing the
number of people that need hospital care
and expanding the social inclusion of
family farmers that supply the mills with
the raw material for biodiesel. n
In 2012, the mills
produced 2.7 billion
liters of biofuel
Sources
Soybean oil continues gaining ground as a source for the production of biodiesel. Over the first six months
in 2013, the share of the derivative of the grain in the production of the biofuel reached 74%, followed by bovine tallow (19%)
and cotton oil (2%). All other raw materials accounted for 5% of the biodiesel, where the highlight was used cooking oil, which
represents upwards of 1% of the entire national production.
101
Plante soja BRS
Garantia da qualidade
genética Embrapa
Quando você encontra a marca BRS já sabe que ali está todo o
conhecimento de uma empresa respeitada e reconhecida.
As sementes com genética Embrapa são testadas e adaptadas
aos diversos ecossistemas brasileiros.
Ao colocar no mercado diferentes tecnologias, convencional ou
transgênica, a Embrapa reafirma sua preocupação com o
manejo sustentável e o sucesso contínuo da produção,
destacando sua liderança no mercado de soja convencional.
Embrapa Produtos e Mercado
www.embrapa.br/cultivares
Cultivares Convencionais
BRS 361
Excelente potencial produtivo, precocidade e
crescimento indeterminado
MS, GO, SP, MG: 105-118 dias
BRS 8381
Recordes de produtividade para o Mato Grosso.
Estabilidade e resistência ao M. javanica
MT, GO, MG, BA, DF: 112-130 dias
BRSMG 725S
Produtividade e resistência ao acamamento.
Permite a safrinha e tolera as chuvas na colheita
MT, MG, GO, DF: 100-125 dias
BRSGO 7960
Cultivares Transgênicas
BRSGO 6955 RR
Superprecoce, permitindo a safrinha
para milho e algodão
MS, GO, MG: 104 dias
BRS 360 RR
Elevada produtividade com melhor desempenho
em áreas abaixo de 600 m
MS, PR: 118-126 dias
BRS 8180 RR
Alta produtividade, permitindo safrinha para o
Mato Grosso. Resistente a nematoides de galhas
MT, GO, MG, BA, DF: 107-136 dias
BRSMG 760S RR
Alto potencial produtivo e resistência à mancha
olho de rã e ao cancro da haste
MT, GO: 110 dias
Reune alta produtividade, estabilidade e
precocidade na produção. Permite a safrinha
GO, MG, DF: 105-125 dias
BRS 326
BRS 333 RR
Produtividade para o Nordeste. Resistente ao
cancro da haste e à mancha olho de rã
MA, PI, TO: ciclo precoce
Ampla adaptação para a Região Nordeste,
indicada para média a alta fertilidades
MA, PI, TO: ciclo médio
Divulgação
Tecnologia /technology
Famigerada
Desde dezembro de 2012 o agronegócio do Brasil identificou um novo e perigoso inimigo: a lagarta Helicoverpa armigera.
O inseto exótico gerou prejuízo de R$ 1,5
bilhão só no Oeste da Bahia, em cultivos
de algodão, milho e soja. Seu avanço e o
surpreendente potencial de danos a tornam grande preocupação para a safra
2013/14. Na Bahia, o ataque ao algodão
na temporada 2012/13 levou a situação
de emergência fitossanitária.
Trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) permitiu
identificar a espécie, confundida com lagartas comuns. Também foram afetados
pela Helicoverpa armigera os estados do
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Pará, Goiás, Paraná, São Paulo,
Produtores e pesquisadores adotam
precauções a fim de reduzir os prejuízos
acarretados pela lagarta Helicoverpa
armigera na safra 2013/14
104
Maranhão, Distrito Federal e Piauí. Há suspeitas igualmente no Tocantins e no Rio
Grande do Sul. A praga ataca feijão, sorgo,
tomate e milheto, e mais de 100 plantas
hospedeiras. Come folhas, vagens e grãos,
e afeta a cultura em diferentes fases.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) indica dificuldade
de controle pelo fato de o inseto apresentar
cinco características: alto grau de polifagia,
atacando espécies de interesse econômico
e hospedeiros selvagens; alta dispersão de
indivíduos voadores (mariposas); elevada
capacidade de reprodução e sobrevivência;
potencial de desenvolvimento de resistência a inseticidas; adaptação a diferentes
Avanço indiscriminado
O avanço da
lagarta Helicoverpa armigera em outras culturas e estados acendeu o sinal de alerta no Mato Grosso, principal produtor de soja
do Brasil. Pesquisadores da Fundação Mato Grosso monitoram o
surgimento da praga a fim de identificarem possível foco ou potencial de ataque e recomendarem o controle. A pesquisadora Lucia Vivian, da instituição, explica que a estratégia é observar áreas
com milheto, algodão, feijão e crotalária, além de eventuais hospedeiras, como soja guaxa, para identificar a existência de insetos,
adultos ou jovens, e/ou a presença de pupas.
“É importante verificar a população antes do plantio, de forma a fazer o manejo na dessecação e observar se houve controle
populacional na emergência da soja”, explica. Embora não seja
possível confirmar antecipadamente uma infestação, se for de-
tectada a presença da praga nas lavouras de entressafra o risco
de ataque já é considerado alto. “O ideal é realizar o controle com
os insetos ainda pequenos, de modo a potencializar a eficiência
dos defensivos”, informa Lucia. O controle biológico, com parasitoides ou vírus, que constitui prática auxiliar no controle das populações, ainda precisa ser testado nessa praga.
ALTERNATIVAS • Alternatives
Produtos liberados para
controlar Helicoverpa spp.
Ingrediente ativo
grupo Dosagem
modo
Vírus VP HzSNPV
Biológico
20g Ingestão
Bacillus Thurigiensis Biológico
500g Ingestão
Clorantraniliprole Diamida
50mlContatoingestão
Fonte: Embrapa Soja.
ambientes, climas e sistemas de cultivo. E
pode-se agregar o fato de que não há, até o
momento, inimigos naturais identificados
no Brasil. Além do prejuízo das perdas diretas, os produtores enfrentam aumento dos
custos por precisarem usar defensivos, que
nem sempre alcançam o controle desejado.
O governo federal autorizou a importação e o registro emergencial do benzoato de emamectina, mas o seu uso foi
impedido por ação do Ministério Público.
Até agosto de 2013, o agronegócio esperava decreto da presidente da República,
Dilma Rousseff, autorizando o emprego
deste inseticida. Para Haroldo da Cunha,
presidente do Instituto Brasileiro do Algo-
dão (Iba), uma medida só não basta para
controlar a lagarta. Em seu entender, torna-se necessário um conjunto de ações.
“Temos que retomar o Manejo Integrado de Pragas (MIP). A liberação de defensivos ou o uso de transgênicos não solucionarão o problema. Precisamos de um
conjunto de ações efetivas”, alerta. Por sua
vez, Cosam Coutinho, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa,
enfatiza que o problema exige ação coordenada de prevenção e controle.
Entre as possíveis causas da evolução dos
ataques de Helicoverpa armigera no Oeste da
Bahia estão o desequilíbrio climático caracterizado por uma longa seca; o esquema de
diversificação e sucessão de culturas muito
favorável à praga no atual modelo de produção; a saída do inseticida Endosulfan do
mercado, o que pode ter favorecido o descontrole da praga no algodão; a reduzida eficiência de inseticidas comerciais; e o atraso
no controle da lagarta por produtores sem
assistência técnica de qualidade. n
Potencial de danos
que esse inseto
pode causar deixa
o País em alerta
105
Farmers and researchers are taking
precautions against crop losses
caused by Helicoverpa armigera
larvae in the 2013/14 growing season
pest
Dreaded
In early December 2012 Brazilian agribusiness came across a new and dangerous enemy: Helicoverpa armigera larvae.
The exotic insect caused losses of R$ 1.5 billion in Western Bahia alone, where it infested cotton, corn and soybean crops. Its proliferation and surprising damage potential
are a cause for concern for the 2013/14
crop. In Bahia, the outbreaks of the pest
throughout the 2012/13 cotton fields led to
a situation of phytosanitary emergency.
Work conducted by the Brazilian Agriculture Research Corporation (Embrapa)
identified the species, frequently confused
with common caterpillars. Other states
that suffered Helicoverpa armigera outbreaks were Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Pará, Goiás, Paraná,
São Paulo, Maranhão, the Federal District
and Piauí. Outbreaks are also supposed to
have occurred in Tocantins and Rio Grande
do Sul. The pest attacks beans, sorghum,
tomatoes and millet, and upwards of 100
host plants. The insects feed on leaves, pods
and kernels, in different stages of the crop.
Damage potential
posed by this insect
is keeping the
Country alert
106
Officials of the Ministry of Agriculture,
Livestock and Food Supply (Mapa) refer to
difficulties in controlling the pest because the
insect has five characteristics: a high degree of
polyphagia, attacking species of economic interest and wild hosts; huge dispersal of flying
individuals (moths); high reproductive and
survival capacity; potential for developing
resistance against insecticides; adaptation to
different environments, climates and cultivation systems. And what also causes concern is
the fact that, up until the moment, no natural
enemies have been identified in Brazil. Besides
all direct damages, the farmers have to put
up with higher production costs derived from
the use of pesticides that frequently do not
reach the desired control levels.
The federal government permitted the
importation of an emergency register for
emamectin benzoate, but its use was forbidden by the Attorney General. In August 2013,
agribusiness was still waiting for a government Act, signed by President Dilma Rousseff,
authorizing the use of this insecticide. Haroldo da Cunha, president of the Brazilian Cotton Institute (Iba), has it that this caterpillar
cannot be controlled with only one chemical
product. It requires a set of actions.
“We’ve got to go back to Integrated Pest
Management (IPM) practices. The liberation of pesticides or the use of transgenic
cultivars will not solve the problem. We
need a set of effective actions”, he warns.
On the other hand, Cosam Coutinho, director at Mapa’s Vegetable Sanitation Department, insists that the problem requires joint
and coordinated control actions.
The reasons that explain the ever-increasing Helicoverpa armigera outbreaks in Western Bahia include erratic climate conditions
characterized by a prolonged drought; the
diversification scheme and crop succession
models that greatly favor the pest under the
present production systems; the removal of
the Endosulfan pesticide from the market,
which might have caused the pest to run out
of control in the cotton fields; the deficient efficiency of the commercially available insecticides; the delay in adopting control measures
by farmers who lack appropriate and quality
technical assistance services. n
Spreading out of
control
The spread of the Helicoverpa
armigera pest to other crops and different
states made the warning light come on in
Mato Grosso, leading soybean producer
in Brazil. Researchers at the Mato Grosso
Foundation are monitoring possible outbreaks of the pest so as to identify infested
plots or potential attacks, followed by control measures. Researcher Lucia Vivian,
of the institution, explains that the strategy consists in observing fields planted with
millet, cotton, beans and crotalaria, besides
possible host crops, like wild soybean, to detect the existence of insects, either young or
adults, and/or the presence of pupae.
“It is important to check the population
before planting and before starting the desiccation practice and check if population control was conducted at the emergence stage
of the soybean crop”, he explains. Although it
is not possible to confirm an infestation in anticipation, if the presence of the pest is detected in neighboring fields during off-season
time, there is high risk for an outbreak. “Ideally, control measures should start when the
insects are still tiny in size, so as to make the
most of the pesticides”, Lúcia said. Biological
control through parasitoids or viruses which,
as a secondary practice in population control, still needs to be tested on this pest.
fmcagricola.com.br
Galileo XL: Produto registrado pela Isagro Brasil Produtos Agroquímicos Ltda.
Locker: produto em fase de Cadastro Estadual no Espírito Santo.
Saúde na folha é sintoma
de produtividade.
• Maior controle de doenças fúngicas
• Fungicida com fórmula exclusiva
• Eficiente contra a ferrugem asiática, mancha alvo
e doenças de final de ciclo
• Fórmula exclusiva FMC com 3 modos de ação
• Balanço ideal de ingredientes ativos
SOMENTE LOCKER TRATA A SOJA POR INTEIRO.
Conheça também outras soluções FMC para soja:
Fazendo Mais pelo Campo
ATENÇÃO
ASSOCIAÇÃO NACIONAL
DE DEFESA VEGETAL
Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e
siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os
equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores
de idade. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos
de produtos. Uso exclusivamente agrícola.
CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.
Divulgação
O
manejo
Surgimento de nova praga desafia o
sojicultor a adotar sistemas de manejo
e evitar a quebra da eficiência de
produtos para controle dos insetos
A identificação da lagarta Helicoverpa
armigera, de seu poder destrutivo e do
difícil controle levou o setor a retomar a
discussão sobre a complementaridade dos
sistemas de manejo de pragas e a manutenção dos defensivos. O pesquisador Edson Hirose, da Embrapa Soja, entende que
será importante compreender as táticas
108
de manejo de pragas, como o controle químico. “Usar inseticida sem observar outras
táticas pode agravar o problema”, alerta.
A condição comum de encontrar várias culturas ocupando extensas áreas
numa mesma região resulta em abundância de alimentos e período maior para
as pragas se multiplicarem. “A melhor for-
ma de lidar com isso é pensar no manejo
de pragas do sistema agrícola”, explica
Hirose. Conhecer o mecanismo de ação
dos inseticidas, como eles atuarão sobre
a praga, a seletividade aos inimigos naturais, e realizar a rotação de grupos de inseticidas estão entre as recomendações.
No caso da Helicoverpa, será importante conduzir o manejo para evitar a
quebra de eficiência dos produtos autorizados pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Há
mais de 600 relatos de resistência da Helicoverpa armigera a inseticidas em vários países. Isso mostra a complexidade
do que enfrentaremos, mas abre caminho para sermos eficientes”, salienta Hi-
é a salvação
rose. A escolha dos grupos de produtos
a serem usados é vital: os seletivos são
menos prejudiciais aos insetos benéficos, como predadores e parasitoides, e
doenças provocadas por vírus, bactérias,
fungos e nematoides, capazes de reduzir
a população de insetos-pragas.
O Mapa liberou emergencialmente
cinco princípios ativos com efeito sobre a
Helicoverpa. “O controle nos diversos cultivos na propriedade deve ser bem planejado. Além disso, os produtos não devem ser misturados e os princípios ativos
precisam ser rotacionados para preservar
sua efetividade”, enfatiza. “A pressão de
seleção pode aumentar a frequência de
insetos resistentes, tornando o problema
insustentável”, acrescenta.
O controle químico é ferramenta de
manejo e deve ser adotado após a detecção da praga em determinada área.
Outras técnicas complementares que
caíram no esquecimento, como o monitoramento e o Manejo Integrado de
Pragas (MIP), devem ser resgatadas. As
variedades de soja com tecnologia Intacta RR2 PRO, com o gene Bt (Bacillus
thuringiensis), controlará alguns tipos de
lagartas e permitirá a supressão da Helicoverpa armigera em lavouras brasileiras. A
disponibilidade de sementes, no entanto,
tende a cobrir apenas de 6% a 7% da área
cultivada na safra 2013/14.
O controle biológico será testado. Pode-
rá ser mais eficiente na redução das populações no início do ciclo da soja se aplicado
em outras culturas hospedeiras, como milho e milheto, em sistemas de sucessão ou
rotação. “A amostragem de pragas e o monitoramento da lavoura devem voltar a ser
atividades de rotina dos produtores”, frisa.
“O nível de ação da praga será o balizador
das operações de controle químico.” n
Potencial de danos
que esse inseto
pode causar deixa
o País em alerta
109
Solution lies in
management
Divulgação
The identification of Helicoverpa armigera caterpillars, their destructive power and
difficulty in controlling them, induced the
sector to resume the debate on the complementarity of pest management systems and
the use of crop protection agents. Researcher Edison Hirose, of Embrapa Soy, understands that it is important to have a grasp
of pest management strategies, especially
chemical control methods. “The use of insecticides without resorting to other strategies
could aggravate the problem.
Outbreaks of a new disease
challenge soybean farmers to
adopt management systems to
prevent insect control products
from losing their efficiency
110
The common situation in which several
crops are planted in a vast region results in
abundance of food for the insects and longer
periods for the pests to propagate. “The best
manner to deal with this is to consider pest
management practices in the agricultural
system”, Hirose explains. Recommendations
include deep knowledge of the mechanisms
of the insecticides, how they will act upon
the pest, selectivity with regard to the natural enemies, and insecticide group rotation.
In the case of Helicoverpa, it is recommended to resort to management practices
to prevent the chemical products authorized
by the Ministry of Agriculture, Livestock and
Food Supply (Mapa) from losing their efficiency. “There are upwards of 600 reports
on Helicoverpa armigera resistance to insecticides in several countries. This attests to
the complexity of the situation we are facing, but paves the way for us to become efficient”, Hirose said. The choice of the groups
of products to be used is of vital importance:
selective products are less harmful to ben-
eficial insects, like predators and parasitoids,
and diseases caused by virus, bacteria, fungi
and nematodes, capable of reducing the
population of insect-pests.
Under emergency conditions, the Ministry of Agriculture liberated five active ingredients to keep Helicoverpa under control. “Control measures for different crops
on the same farm should be well planned.
Furthermore, the products should never
be mixed, while the active ingredients
should be used in rotation in order to preserve their effectiveness”, Hirose explained.
“Selection pressure measures could boost
the resistance of the insects, turning the
problem unsustainable”, he added.
Chemical control is a management
tool and should be used after the pest has
been detected on a specific area. Other
complementary techniques that have been
forgotten, like monitoring and Integrated
Pest Management (IPM), should be reintroduced. The INTACTA RR2 PROTM technology
soybean variety, with the Bt gene (Bacillus
thuringiensis), will control some strains of
caterpillars, leading to the extinction of Helicoverpa armigera in Brazilian fields. Seed
availability, however, is barely enough to
cover from 6% to 7% of the area cultivated in
the 2013/14 growing season.
Biological control will be tested. It could
be more efficient in the reduction of pest
populations in the early stages of soybean
crops, if applied on other host crops, like
corn and millet, in rotation or succession
systems. “Pest sampling and field monitoring should again resume their status as
routine practices”, he insists. “The level of
pest infestation will dictate the amount of
chemical control operations”. n
Even pesticide
applications should be
associated with
other practices
Inor Ag. Assmann
Lixando o
Ferrugem asiática
deve gerar prejuízo
de R$ 4 bilhões na
colheita nacional
da temporada
2013/14, de
acordo com
análise da Aprosoja
112
Antes mesmo de iniciarem a semeadura das lavouras para a temporada
2013/14, os produtores brasileiros de soja
já estão contabilizando os prejuízos que
serão causados pela ferrugem asiática,
doença provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Essa ameaça significará
simplesmente R$ 4 bilhões a menos em
rentabilidade. O cálculo é da Associação
dos Produtores de Soja e Milho do Brasil
(Aprosoja Brasil). Só no Centro-Oeste, a
estimativa é de que R$ 2,5 bilhões deixa-
rão de ir para o bolso do agricultor. A entidade projeta que em 10 anos cerca de R$
20 bilhões em renda foram retirados da
lavoura em função da perda produtiva ou
do aumento dos custos com fungicidas.
Na avaliação dos produtores, a demora do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) em aprovar a
comercialização de novos defensivos
aparece como um agravante das perdas.
“Houve promessas, mas os prazos não
foram cumpridos, e não teremos novo
lucro
fungicida na safra 2013/14”, resume
Glauber Silveira, presidente da Aprosoja.
No Brasil, os produtos utilizados no controle da ferrugem asiática têm por princípios ativos triazol e estrobilurina. O
setor, no entanto, cobra a aprovação de
novos grupos químicos, como carboxamida, utilizada em diversos países. Nos
últimos três anos, as mudanças do fungo e o uso contínuo de apenas dois grupos químicos de fungicidas obrigaram
à elevação do número de aplicações de
defensivos para até seis vezes por ciclo.
De acordo com a Aprosoja Brasil, só
na região Centro-Oeste as perdas devem ser, em média, de cinco sacas por
hectare. As perspectivas para o ciclo
2013/14 são de que a doença continuará se multiplicando, principalmente
por causa das plantas tigueras, germinadas da sobra de grãos da colheita, e
das chuvas na entressafra, o que exigirá aplicações extras de fungicidas, e,
assim, acarretará mais custos. n
Manejo
O controle da
ferrugem asiática é difícil. A doença não
repete comportamento de um ano para o
outro, pois sofre influência das condições
climáticas, da propagação dos esporos, dos
escapes de tigueras no vazio sanitário e da
eficiência do monitoramento e do controle feito por parte dos produtores. Na safra
2012/13, foram registrados ataques fortes
nas regiões Sul (Rondonópolis) e Sudeste
(Primavera do Leste) do Mato Grosso, a
partir da metade de janeiro, em decorrência das chuvas intensas. Em algumas áreas, exigiu até oito aplicações de fungicidas,
aumentando o custo de produção.
Para o período 2013/14, a expectativa
de alta diz respeito à sobrevida da soja
guaxa, que escapa do vazio sanitário do
Mato Grosso – de 15 de junho a 15 de setembro. Sobrevivendo, as plantas mantêm
vivo o fungo e potencializam a disseminação já no cedo, ampliando os riscos à
cultura ao longo do ciclo. Os pesquisadores observam que quanto mais cedo a
ferrugem chegar à lavoura, maior o nível
de danos que ela provoca. A doença leva
à desfolha da planta; sem fotossíntese, fica
prejudicado o enchimento de grãos. Por
consequência, a produção é menor.
“Há muitos hospedeiros para o fungo,
mas a principal é a soja guaxa”, afirma Fabiano Siqueri, da Fundação Mato Grosso.
A recomendação de manejo é para a realização de aplicações preventivas de fungicida, especialmente se houver registro de
casos na região; plantar a soja no cedo, e
monitorar e controlar sistemática e efetivamente a soja precoce, a fim de evitar a
alta proporção dos danos nas cultivares
de ciclo médio e tardio. “O respeito ao vazio sanitário e o controle eficiente da soja
tiguera também são determinantes para
evitar ataques mais severos”, avisa Siqueri.
O comportamento
e as ocorrências
da doença estão
mudando a cada ano
113
Profitsqueeze
Asian rust should cause losses of
R$ 4 billion in the 2013/14 growing
season, Aprosoja official said
Even before starting the seeding operations of the 2013/14 crop year, the
soybean farmers in Brazil are reckoning
the losses to esult from the outbreaks of
Asian rust, caused by the fungus Phakopsora pachyrhizi. This threat will simply
translate into a reduction of R$ 4 billion in profits, according to calculations
made by the Brazilian Association of
Soybean Farmers (Aprosoja Brasil). In the
Center-West alone, it is estimated that R$
2.5 billion will never reach the pockets of
the farmers. Projections of the entity for
the next 10 years point to losses of R$ 20
billion stemming from smaller yields and
soaring production costs.
The farmers blame the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa)
for the delay in approving new chemical
products badly needed for keeping the
scourge under control. “There have been
promises, but the time limits were not complied with, and we will not have a new fun-
The behavior and
outbreaks of the
disease are changing
year after year
114
gicide for the 2013/14 crop year”, Glauber
Silveira, president of Aprosoja summarized. In Brazil, the products utilized for
controlling the pest are based on triazol
and estrobilurina active ingredients. The
sector, nevertheless, requires the approval of products from new chemical
groups, like carboxamide, utilized in several countries. Over the past two years,
Management
the fungus suffered mutations and the
continued use of fungicides from only
two chemical groups has made it necessary to do up to six applications per cycle.
According to Aprosoja Brasil officials,
in the region of the Center-West alone
average losses reach some five sacks per
hectare. The outlook for the 2013/14 growing season points to a continuity of the
outbreaks, particularly on account of the
volunteer plants, that derive from the seeds
left in the fields, and because of the rains
during off-season time, which will require
additional applications of fungicides, thus
making production costs soar. n
It is a difficult task to control Asian rust. The pest mutates from one year to the next, it suffers influences from climatic conditions, spore propagation, volunteer plants during the sanitary gap (3-month absence of any living crop) and
efficiency of the control measures implemented by the farmers. In the 2012/13 growing
season, severe outbreaks occurred in the southern regions (Rondonópolis) and Southeast
(Primavera do Leste) in Mato Grosso, as of mid-January, as a result of heavy rains. In some
areas, up to eight applications were required, with higher production cost implications.
For the 2013/14 crop year, the perspective for heavier incidences has to do with the
survival of wild soybean plants, which escape the sanitary gap in Mato Grosso – June 15
through September 15. Surviving, these plants keep the fungus alive, disseminating the
pest in advance, jeopardizing the long cycle crop. Researchers have found out that the earlier the pest hits a field, the more damages it causes. The disease causes the plants to shed
their leaves; without photosynthesis, pod filling gets impaired, resulting into a smaller crop.
“Many plants host the fungus, but the most common is volunteer soybean”, said
Fabiano Siqueria, researcher at Mato Grosso Foundation. Management recommendations include preventive fungicide applications, particularly if the region has a history of outbreaks. It is also recommended to plant the soybeans early and keep the
newly germinated crop under constant and effective monitoring and control, so as to
avoid high proportions of damage to medium and late cultivars. “Respect for the sanitary gap and an effective control over volunteer soybean plants are also determining
factors for avoiding more severe attacks”, Siqueri concluded.
Inor Ag. Assmann
China aprova a soja Intacta,
geneticamente modificada, e com
isso se amplia a gama de alternativas
tecnológicas para a lavoura brasileira
Futuro
O governo da China anunciou em junho de 2013 a sua aprovação à soja transgênica Intacta RR2 PRO, o que representa
o final da barreira ao produto nas futuras
importações a serem feitas por aquele
país. A decisão pavimenta o caminho do
uso da tecnologia da multinacional Monsanto, adotada já nas principais nações
produtoras do mundo, e abre novo horizonte ao cultivo geneticamente modificado no Brasil a partir da safra 2013/14. Por
se tratar do maior cliente brasileiro, a aprovação do mercado chinês é determinante.
A partir do anúncio, 38 variedades comerciais com essa tecnologia entraram
no mercado brasileiro, por meio de nove
Trinta e oito
variedades estão
licenciadas e
disponíveis para o
ciclo 2013/14
116
intacto
empresas licenciadas, e devem ocupar
2,5 milhões de hectares, ou 7% da área
total de soja prevista para ser formada no
País na próxima temporada. A inovação
agrega às cultivares gene de resistência a
herbicidas cujo princípio ativo é o Glifosato, combinado com o gene de resistência
a insetos Bacillus thurigiensis (Bt).
A decisão foi comemorada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do
Mato Grosso (Aprosoja-MT). “É importante para o produtor mato-grossense, pois
queríamos adotar a nova tecnologia, mas
não era possível sem a liberação junto
ao nosso principal mercado”, frisa o presidente da entidade, Carlos Fávaro. Ele
acredita que, com os novos materiais,
haverá mais estabilidade produtiva, especialmente pelo controle das lagartas.
A expectativa do setor está na redução
dos custos de produção e no aumento
da produtividade. Os royalties foram incorporados pelo segmento produtivo,
pois representam a evolução tecnológica das lavouras. O pesquisador Amélio
Dall’Agnol, chefe de Transferência de Tec-
nologia da Embrapa Soja, lembra que ainda é esperada a aprovação, por parte da
China, dos eventos transgênicos Cultivance, da Embrapa; e Liberty Link, da Bayer.
“Para o Brasil, é indispensável que a China aprove as novas sojas transgênicas,
por uma questão de mercado”, enfatiza.
As novas alternativas geram resistência
genética da soja a outros grupos de herbicidas, como as imidazolinonas.
O gerente de Marketing Frederico Barreto, da Nidera Sementes, uma das licenciadas para uso da tecnologia Intacta RR2
PRO em 11 cultivares, destaca a segurança
na condução das lavouras e a expectativa
de maior produtividade graças à tolerância a lagartas e herbicidas, como pontos
altos do novo material. Lembra, também,
que os produtores devem plantar uma
área de refúgio equivalente a, no mínimo,
20% da superfície semeada com variedades não Bt, garantindo a eficácia e a longevidade da tecnologia. O uso da Intacta
em toda a área em uma safra, ou sucessivamente, poderia resultar na seleção de
pragas resistentes à tecnologia Bt. n
117
China grants its approval to genetically modified
Intacta soybean, thus expanding the array of
technology alternatives for the Brazilian plantations
In June 2013 the government of China
announced its approval to transgenic soybean Intacta RR2 PRO, representing the
end of the barrier against this product in
the future importations by that country.
The decision paves the way for the use of
the technology introduced by the multinational Monsanto, already in place in most
major soybean producing countries in the
world, and it broadens the horizon for the
cultivation of genetically modified soybeans
as of the 2013/14 growing season. As China
is Brazil’s biggest client, the approval by the
Chinese market is really a relevant factor.
Right after the announcement, 38 commercial varieties under the umbrella of this
technology entered the Brazilian market,
through nine licensed companies, and
should occupy 2.5 million hectares, or 7% of
the total area to be established in the Country in the next crop year. The innovation
inserts the herbicide resistance gene into
the cultivar, based on the glyphosate active
ingredient, combined with the insect resistance gene Bacillus thurigiensis (Bt).
The decision was celebrated by the Mato
Grosso State Soybean and Corn Growers’ As-
Thirty eight varieties
have been liberated
and are now available
for the 2013/14
growing season
118
Inor Ag. Assmann
Intact future
sociation (Aprosoja-MT). “It is very important
for the Mato Grosso growers, since we were
eager to introduce the new technology, but
it was not possible without the liberation by
our major import market”, said the president of the entity, Carlos Fávaro. He believes
that, with the new cultivars, there will be
more productive stability, especially when it
comes to controlling caterpillar infestations.
The expectation of the sector lies in the
reduction of the production costs and in
higher yields. The royalties were incorporated by the productive segment, once they
represent the technological evolution of the
fields. Researcher Amélio Dall’Agnol, head
of Technology Transference Department at
Embrapa Soybean, recalls that such transgenic events as Cultivance, of Embrapa
and Liberty Link, of Bayer are still pending
on approval by China. “For Brazil, it is indis-
pensable for China to give its approval to the
new transgenic cultivars, for a market question”, he emphasizes. The new alternatives
make soybean genetically resistant to other
groups of herbicides, like imidazolinones.
Marketing manager Frederico Barreto,
of Nidera Sementes, one of the companies
licensed to use the Intacta RR2 PRO technology in 11 cultivars, mentions the safety in
field management and the expectation for
higher productivity rates thanks to tolerance
to caterpillars and herbicides, as highlights
of the new cultivars. He equally recalls that
the farmers should establish a refuge area
equivalent to at least 20% of the area seeded
with non Bt varieties, as a manner to ensure
the technology’s effectiveness and longevity. The use of Intacta in the entire area of a
growing season, or successively, could result
into pests resistant to the Bt technology. n
Dicas de longevidade
Longevity tips
1 As áreas de refúgio para a tecnologia Intacta RR2 PRO devem ser
de soja não Bt cultivadas na proporção de, pelo menos, 20% da área
total plantada;
2 A variedade do refúgio deve ter ciclo vegetativo similar ao da Intacta;
3 A área de refúgio deve ser conduzida normalmente, com pulverizações de inseticidas (exceto Bt) ou adoção de outros métodos de
controle, e deve se localizar na mesma propriedade rural de uso da
tecnologia.
4 No Manejo Integrado de Pragas (MIP), o produtor deve realizar o
monitoramento constante das pragas e considerar o nível de dano
econômico para a tomada de decisão quanto à intervenção durante o ciclo da cultura. O controle químico ou biológico (exceto à base
de Bt) deve ser realizado respeitando doses e recomendações descritas na bula do produto;
5 A dessecação antecipada para o controle de plantas daninhas e
o manejo de pragas residentes na palhada devem ser realizados
antes da semeadura;
6 O tratamento de sementes com fungicida/inseticida é recomendado para a tecnologia Intacta de maneira a evitar a incidência de
pragas não-alvo da tecnologia e patógenos oportunistas.
1 The refuge areas for the Intacta RR2 PRO technology should be
planted with non-Bt soybean, at a proportion of 20% of the total
cultivated plot;
2 The variety of the refuge area should have a vegetative cycle similar to Intacta;
3 The refuge area should be conducted normally, with insecticide applications (except Bt) or the adoption of other control methods, and
should be located on the same rural plot where the technology is used.
4 Integrated Pest Management (IPM), requires the farmer to constantly monitor the area for pests and take into consideration the
level of economic damage before making a decision to intervene
during the growing cycle of the crop. Chemical or biological control (except under the Bt basis) should be conducted in compliance
with the recommended dosages and instructions set forth by the
label;
5 Anticipated desiccation for weed control and management of
resistant pests, living in the mulch, should be conducted prior to
seeding;
6 Seed treatment with fungicides/insecticides is recommended for
the Intacta technology so as to avoid outbreaks of pests not targeted by the technology or opportunistic pathogens.
Fonte: Monsanto
Source: Monsanto
Colher
com
sucesso.
O sistema de corte Schumacher Easy Cut é utilizado em plataformas de grãos
no mundo inteiro nas diversas culturas como a Soja, cereais e arroz. O sistema
Easy Cut é admirado pelas fábricas e pelos operadores de colheitadeiras devido
a robustez, alto rendimento, estabilidade e facilidade de operação. Qualquer
plataforma de grão pode ser equipada com o sistema Schumacher Easy Cut,
saiba como acessando www.schumacher-original.com ou no youtube.
Schumacher Industrial Ltda.
www.schumacher-original.com
Tag:
Schumacher Easy Cut
Rua Maurícío Sirotski Sobrinho, 295 . Distrito Industrial. CEP: 94930-370 . Cachoeirinha / RS Brasil
Fone: +55 51 3470-6900 . Fax: +55 51 3470-6694 . [email protected]
Inor Ag. Assmann
Nova variedade de soja
ingressa na lavoura
brasileira garantindo boa
resistência às lagartas
que causam maior
dano e supressão às
Helicoverpa
Nos últimos anos, as lagartas se tornaram a praga mais temida das lavouras de
soja no Brasil. Em 2013, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) identificou a presença, no País, da
Helicoverpa armigera, uma das espécies
mais vorazes e prolíferas do inseto. Diante deste cenário, o cultivo da soja Intacta RR2 PRO, da Monsanto, que combina
genes de resistência ou supressão – via
Bacillus thurigiensis (Bt) – a estes insetos
e tolera herbicidas que têm como princípio ativo o glifosato, está identificado
com a demanda do setor.
A tecnologia aguardava há dois anos
a aprovação da China – onde já é usada
Combinação
proporciona
variedades
resistentes a insetos
e herbicidas
120
Bem no
– para o cultivo comercial no Brasil. A
Intacta RR2 PRO está disponível em 17
grandes países produtores. No Brasil, são
38 as variedades adaptadas às várias regiões, de diferentes ciclos, que apresentam resistência e/ou tolerância às principais doenças e aos nematoides. Mas seu
diferencial é a combinação de genes Bt
com RR; ou seja, controla invasoras (por
tolerar o herbicida Roundup Ready) e as
principais lagartas que atacam à cultura:
lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis),
falsa medideira (Chrysodeixis includens
e Rachiplusia nu), broca das axilas (Crocidosema aporema) e lagarta das maçãs
do algodoeiro (Heliothis virescens). Além
disso, oferece supressão à lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e a dois
Manejo integrado
tipos de Helicoverpa (Helicoverpa zea e
Helicoverpa armigera).
De acordo com os pesquisadores da
Monsanto, em mil lavouras de agricultores que experimentaram a tecnologia na
safra 2012/13, em 350 municípios de 14
estados brasileiros, não foram verificados
danos causados pelas lagartas Helicoverpa. Estes resultados geram perspectivas
bastante otimistas para os agricultores
brasileiros. Conforme a consultoria Kleffmann, o número médio de aplicações
foliares com inseticidas para o controle
de lagartas na cultura da soja no Brasil aumentou de 3,6 aplicações por hectare na
safra 2010/11 para 4,6 aplicações na temporada 2012/13, com incremento de 107%
no custo com o defensivo em dois anos. n
Mesmo com o potencial de controle e de
supressão nas variedades, a recomendação é para que o sojicultor fique atento às práticas do Manejo Integrado de Pragas (MIP). “A preservação e a sustentabilidade da nova
soja dependem do cumprimento das recomendações de Manejo de Resistência de Insetos (MRI), que incluem a adoção das áreas de refúgio, garantindo eficácia e longevidade à
tecnologia”, salienta o gerente de Regulamentação da Monsanto, Renato Carvalho.
alvo
121
Inor Ag. Assmann
Hitting the
New soybean variety making its way
into Brazilian farms boasts resistance to
caterpillars that cause major damages and
ensures the elimination of Helicoverpa
Over the past years, caterpillars have become the most dreaded pest in Brazilian
soybean fields. In 2013, the Brazilian Agriculture Research Corporation (Embrapa)
identified the presence of Helicoverpa
armigera in the Country, one of the most
voracious and prolific strains of the species. In light of this scenario, Monsanto’s
Intacta RR2 PRO cultivar, which combines
resistance or suppression genes - via Ba-
Combination
provides for varieties
resistant to insects
and herbicides
122
cillus thurigiensis (Bt) – to these insects
and tolerates herbicides, with glyphosate
as active ingredient, is identified with the
demand of the sector.
For two years, the technology had been
waiting for an approval by China – where
it is in use – for commercial plantations
in Brazil. Intacta RR2 PRO is available
in 17 soy producing countries. In Brazil,
there are 38 varieties adapted to different regions, of different cycles, which pose
resistance and /or tolerance to all major
diseases and to nematodes. But its differential is the combination of Bt genes with
RR; that is to say, it controls invasive plants
(as it tolerates the Roundup Ready herbicide) and the main caterpillars that attack
the crop: velvetbean caterpillar (Anticarsia
gemmatalis), soybean looper (Chrysodeixis includens and Rachiplusia nu), bean
shoot borer (Crocidosema aporema) and
cotton bollworm (Heliothis virescens). In
addition, it offers suppression to cornstalk
borer (Elasmopalpus lignosellus) and to
two strains of Helicoverpa (Helicoverpa
zea and Helicoverpa armigera).
According to Monsanto researchers,
one thousand farmers experimented the
technology in the 2012/13 growing season, in 350 municipalities scattered across
14 Brazilian States, and none of them
reported any damage caused by Helicoverpa caterpillars. These results generate
encouraging perspectives for the Brazilian farmers. According to sources from
Kleffmann Consultancy, average insecticide foliar applications for the control
of soybean infesting caterpillars soared
from 3.6 applications per hectare in the
2010/11 crop year to 4.6 applications in
the 2012/13 growing season, representing
an increase of 107% in the cost of chemical
applications in two years. n
target
Integrated management
Despite
the potential control and suppression in the varieties, the recommendation is for the farmers to remain focused on Integrated Pest
Management (IPM) practices. “The preservation and sustainability
of the new soybean cultivar depend on compliance with Insect Resistance Management (IRM), which includes the introduction of refuge
areas, ensuring the effectiveness and longevity of the technology”,
says Renato Carvalho, Regulation manager at Monsanto.
Baixe o aplicativo de QR Code
em seu celular e saiba mais.
Brasilis II. Fertilizante com tecnologia 100% brasileira.
A Tradecorp conhece as características do solo brasileiro e mais uma
vez inovou. Brasilis II é uma tecnologia específica para sulco de plantio
de grãos e foi desenvolvida exclusivamente para nosso mercado.
· estimula o enraizamento da planta;
· nutrição com eficiência;
· melhora as condições para os microorganismos do solo.
WWW.TRADECORP.COM.BR
Rua Dr. Emílio Ribas, 600 | Cambuí | Campinas - SP
Tel.: +55 19 3709-3400
[email protected]
Divulgação
Já está no
124
gene
Brasil já registra 92,4% de adoção
de soja geneticamente modificada
em suas lavouras, conforme estudo
setorial. E a área ainda deve aumentar
As vantagens operacionais, agronômicas e econômicas agregadas à soja através da biotecnologia levaram a semente
transgênica a predominar de maneira
absoluta na lavoura brasileira. A consultoria Céleres divulgou em agosto de 2013
estudo no qual indica que a oleaginosa
geneticamente modificada (GM) cobrirá
26,9 milhões de hectares no País na safra
2013/14. Com isso, 92,4% da área total tem
a presença desse grão, configurando avanço de 8,9% em relação ao ciclo 2012/13.
Na nova temporada, o uso de semen-
Comodidade
tes de soja transgênica no Brasil atingirá
patamar semelhante ao já verificado na
Argentina e nos Estados Unidos. Conforme Anderson Galvão, diretor da Céleres, a
expansão deste cultivo é motivada pela
redução do custo e pelo ganho em produtividade. “A biotecnologia é ferramenta para aumentar o rendimento por área
e facilitar o manejo”, afirma. O analista
de biotecnologia Jorge Attie, também da
Céleres, considera que o fator determinante da evolução na safra é a liberação,
por parte da China, das importações de
Na análise do pesquisador Amélio Dall’Agnol, chefe
de Transferência de Tecnologias da Embrapa Soja, o avanço das variedades transgênicas está associado à redução das operações na lavoura, com menos aplicações
de herbicidas e, a partir da próxima safra, também de inseticidas. “Há sem dúvida
recuo nos custos de produção, com ganhos em produtividade por conta do controle mais efetivo de invasoras”, revela. A comodidade no manejo igualmente atrai
os agricultores. “Tem-se a redução tanto no número quanto na complexidade das
operações na lavoura”, atesta.
A aprovação dos cultivos de outros eventos transgênicos, resistentes a outros
grupos de herbicidas, como imidazolinonas, 2,4D e plantas tolerantes à seca ou ao
excesso hídrico, não deve alterar a expectativa de cobertura de aproximadamente
95% da área total cultivada com soja geneticamente modificada no Brasil. Gradativamente, algumas variedades serão substituídas de acordo com as necessidades
de cada região.
grãos resultantes do cultivo de variedades GM com a inserção da tecnologia
Intacta RR2 PRO, da Monsanto.
Esta semente combina genes de resistência aos herbicidas (RR) que usam o
princípio ativo Glifosato, com o Bacillus thurigiensis (Bt), que confere resistência e tolerância a lagartas. As variedades, licenciadas para várias empresas, devem alcançar
até 7% de presença no mercado nacional
na temporada 2013/14. “A expectativa dos
sojicultores é grande, especialmente pela
combinação destas vantagens genéticas
de tolerância a insetos e herbicidas, que
deve reduzir o número de operações na lavoura. A oferta de semente será absorvida
pelo mercado rapidamente”, diz Attie.
A projeção é de que a soja Intacta
RR2 PRO reduza a demanda por pulverizações com inseticidas e obtenha melhor resposta ao uso do glifosato. “Haverá pulverizações para percevejos, por
exemplo, ou no caso de infestação mais
severa de lagartas. No entanto, em geral,
a tecnologia promete facilidade de manejo ao agricultor”, enfatiza.
A avaliação do analista é de que a área
com variedades transgênicas de soja
siga crescendo no Brasil, aproximando-se dos padrões estadunidenses, chegando a cerca de 95% da área total do grão.
Attie não acredita que alcance 100%, patamar parecido com o da Argentina, por
dois motivos: a necessidade de manter
20% da lavoura como refúgio, no caso da
Intacta, ainda que com possibilidade de
uso da RR, por exemplo, para preservar a
tecnologia; e o prêmio de até R$ 6,00 por
saca oferecido por cultivares convencionais no mercado internacional, o que
interessa a alguns produtores. n
Vantagens
operacionais e
econômicas atraem
o sojicultor ao
transgênico
125
It is in the
Sectoral study reveals that
genetically modified soybean
accounts for 92.4% of the Brazilian
fields. The area may further increase
Operational and
economic benefits
derived from
transgenic soybeans
attract the farmers
126
reach a share of 7% in the national market
in the 2013/14 growing season. “The soybean
farmers cherish great expectations, especially
because of the combination of such genetic
benefits as tolerance to herbicides and resistance to insects, with reflections on fewer field
operations. This type of seed will soon be absorbed by the market”, Attie said.
The projection is for the Intacta RR2 PRO
soybean to reduce the number of insecticide
applications and derive a better response
from the use of glyphosate. “There will be in-
secticide applications for bugs, for example,
or in the case of severe caterpillar outbreaks.
Nevertheless, in general, the technology will
make all management practices easier for
the soybean growers”, he emphasizes.
In the opinion of the analyst, areas
planted with transgenic soybean varieties
will continue soaring in Brazil, and will soon
be on a par with the United States, where
95% of all soybean fields are transgenic. Attie maintains that it will not reach 100%, like
in Argentina, for two reasons: the need for
reserving 20% of the field as refuge areas,
in the case of Intacta, although RR varieties
might possibly be used, for example, for preserving the technology; and the nearly R$ 6
premium offered per sack of conventional
soybeans in the international marketplace,
reflecting the interest of some farmers. n
Divulgação
Operational, agronomic and economic
benefits provided by biotechnology paved the
way for transgenic soybean to consistently
predominate in the Brazilian fields. In August
2013, Céleres Consultancy published a study
that demonstrates that genetically modified
(GM) oilseed crops will cover 26.9 million hectares in the 2013/14 Brazilian growing season,
representing 92,4% of the total planted area,
up 8.9% from the 2012/13 crop year.
In the new growing season, the use of
transgenic soybean seed will be on a par
with countries like Argentina and the United States. According to Anderson Galvão,
director of Céleres, the expansion of this
cultivation is triggered by cost reductions
and productivity gains. “Biotechnology is a
tool that is supposed to increase yields per
area and facilitate management practices”, the director said. Céleres biotechnology
analyst Jorge Attie has it that the determining factor in the evolution of the crop is the
liberation, by China, of grain imports that
come from GM varieties, with the insertion
of Monsanto’s Intacta RR2 PRO technology.
This seed combines genes resistant to
herbicides (RR) that use the active ingredient
glyphosate, with the Bacillus thurigiensis (Bt),
resistant and tolerant to caterpillars. The varieties, licensed for several companies, should
gene
Comfort
Amélio Dall’Agnol, analyst and head of Embrapa Soybean’s Technology Transference department associates the advances of transgenic soybean with the reduction of field operations, with fewer insecticide applications and, as of the next crop, equally
fewer insecticide applications. “Without any doubt, production costs fall, and there are productivity gains on account of more effective weed control”, he says. Easier management practices also appeal to the farmers. “There is a reduction in both the number and complexity of
farming operations”, Dall’Agnol confirmed.
The approval of other transgenic crops, resistant to other groups of herbicides, like imidazoles, 2.4D and plants resistant to drought conditions and water stress, should not alter the
expectation for approximately 95% of the total soybean area in Brazil to be covered with transgenic soybean varieties. Some varieties will gradually be replaced with other varieties in line
with the needs of every region.
Robispierre Giuliani
Produtores brasileiros têm ampla gama
de tecnologias à disposição em termos
de cultivares de soja, adaptadas para
as mais variadas regiões
Bufê de
sementes
O crescimento na produção brasileira de soja tem um de seus pilares nos
avanços das tecnologias aplicadas nas lavouras. Entre elas, destaca-se a evolução
do material genético, que a cada safra
apresenta novas e desejáveis características agronômicas para as mais diferentes
condições de cultivo. A lista é grande. Em
meio a tantas alternativas, o desafio para
o agricultor é escolher a variedade correta e adequada a cada situação.
Para o ciclo 2013/14 estão disponíveis
no Brasil a soja convencional, livre de organismos transgênicos (GMs); a soja Roundup Ready (RR), geneticamente modificada, tolerante ao herbicida glifosato; e a
soja Intacta, geneticamente modificada,
resistente a insetos e tolerante ao herbicida glifosato. Esta será a primeira temporada de comercialização da semente
Intacta junto ao produtor nacional. Apesar de ter sido aprovada para liberação
comercial no País em 2010, a Europa e a
China, principais importadoras do grão
brasileiro, só liberaram a adoção dessa
Para cada situação
há tecnologia
disponível, e
novidades vêm por aí
128
tecnologia em junho de 2013.
De acordo com a pesquisadora Divania Lima, da Área de Transferência de
Tecnologia da Embrapa Soja, de Londrina
(PR), a partir da liberação oficial da soja
transgênica no Brasil, em dezembro de
2003, constatou-se a cada ano incremento na área cultivada com variedades GM,
em detrimento de cultivares convencionais. Algumas empresas de pesquisa de
mercado apontam que, na safra 2012/13,
apenas 10% da área plantada com soja foi
cultivada com variedades convencionais.
Atualmente, estão disponíveis no
mercado sementes de soja com tipos de
crescimento determinado ou indeterminado e de diferentes grupos de maturação (superprecoce, precoce, semiprecoce, médio e tardio), indicadas para
plantio nos diferentes estados brasileiros. Por isso, na escolha das variedades
a serem semeadas, o agricultor terá que
avaliar um conjunto de fatores.
Inicialmente, deve considerar qual
a tecnologia a usar. As três alternativas,
Intacta, RR ou convencional, se utilizadas
corretamente, trarão benefícios ao agricultor. Qualquer das tecnologias, quando
usada isoladamente, ao longo dos anos
apresentará pontos negativos. Para evitá-los, é recomendada a utilização de forma
integrada e com olhar atento à sustentabilidade do sistema de produção. n
129
Robispierre Giuliani
Seed buffet
Brazilian producers have an
array of technologies available
in terms of soybean cultivars,
adapted to most regions
130
The ever-increasing Brazilian soybean
fields rely on the pillars of advanced farming technologies. Among them, the one that
is particularly relevant is the evolution in
terms of genetic materials, which, year after
year, bear desirable characteristics for every
cultivation condition. Amid a wide array of
alternatives, the challenge for the farmers
consists in selecting the best and most appropriate alternative for each situation.
For the 2013/14 growing season, farmers can choose from the following alternatives: conventional soybean, free from
transgenic organisms; Roundup Ready (RR)
soy cultivars, genetically modified, tolerant
to glyphosate herbicides; and Intacta soybean, genetically modified, resistant to
insects and tolerant to glyphosate herbicides. This will be the first growing season
in which Intacta seed is commercially
available in Brazil. Although having been
approved for commercial plantations in
2010, Europe and China, major import-
ers of the Brazilian cereal, only liberated
this technology in June 2013.
According to researcher Divania
Lima, of the Embrapa Soybean Technology Transference Department, based in
Londrina (PR), immediately after the liberation of transgenic soy in Brazil, back in
2003, transgenic soybean fields began to
expand year after year across the Country, to the detriment of conventional cultivars. Some market research companies
ascertain that, in the 2012/13 growing
season, fields planted with conventional
varieties correspond to 10% only.
Soybean seeds currently available in
the market comprise varieties of either
determined or undetermined growing
cycles, belonging to different maturation
groups (super-early , early, semi-early
soybeans, along with medium and late
maturing varieties), recommended for
different Brazilian regions. Therefore,
when it comes to selecting the varieties to
be seeded, the farmers will have to evaluate a series of factors.
Initially, the technology to be used
should be considered. The three alternatives: Intacta, RR or conventional, if used
correctly, will yield good results at field
level. Any of the technologies, if used
alone, will have negative outcomes over
the years. To avoid such negative effects,
the recommendation is for using the
technologies in integrated manner, while
keeping a close watch on the sustainability of the production system. n
For every situation
there is technology
available,
and novelties are
on the way
Inor Ag. Assmann
Nada de
afrouxar as
rédeas
132
Novas tecnologias resolvem muitos
dos problemas, mas as ameaças à
lavoura não admitem descuido ou
desatenção na hora de fazer o controle
Com o advento da soja transgênica,
em 2003, discursos apregoavam o fim dos
herbicidas convencionais e o desaparecimento de plantas daninhas das lavouras.
Pesquisadores indicavam cenário no qual
havia a necessidade de rotacionar a soja
RR com a convencional, a fim de evitar o
risco de surgimento de plantas invasoras
resistentes ao glifosato. Mas em muitas
lavouras essa rotação não foi adotada,
de modo que, nas últimas temporadas,
o controle de invasoras resistentes a esse
herbicida, como azevém, buva e capim
amargoso, tem onerado o custo.
A pesquisadora Divania Lima, da Embrapa Soja, observa que a Intacta confere
resistência a algumas espécies de lagartas. No entanto, enfatiza que há outras
lagartas não controladas por essa tecno-
logia, como, por exemplo, as Spodopteras (lagarta das vagens), e insetos, como
ácaros e mosca branca. “Não são pragas
principais na cultura. Ocorrem esporadicamente nas lavouras. Porém, podem causar danos econômicos se não forem controladas no momento oportuno”, frisa.
Para evitar que as lagartas-alvo da
tecnologia Intacta quebrem a resistência
à toxina Bt (Bacillus thurigiensis), torna-se necessária a utilização de áreas de
refúgio em 20% da plantação, cultivada
com soja RR ou convencional, no máximo a 800 metros de distância da lavoura principal. No refúgio, não se deve
aplicar inseticidas biológicos formulados com o Bt, permitindo a multiplicação de insetos suscetíveis à tecnologia,
que cruzarão com os resistentes do
cultivo de Intacta. “Se o agricultor não
obedecer à recomendação, há alto risco
de se perder a tecnologia”, enfatiza.
Divania avalia que as três tecnologias disponíveis no mercado têm custos
diferenciados. “Fatores como o pagamento de taxa tecnológica (royalties),
o custo de herbicidas e inseticidas e o
preço do grão no mercado final devem
ser levados em consideração para aferir
a rentabilidade da atividade”, registra. E
ressalta que, nas últimas safras, alguns
mercados adotaram pagamento de prêmios (ou seja, de preços diferenciados)
para a soja não geneticamente modificada, o que cria opção muito atrativa
aos produtores que tiverem interesse
nesse tipo de comercialização. n
Se o produtor não
adota as medidas
certas, as pragas
furam o bloqueio
133
Inor Ag. Assmann
No loose
reins
New technologies solve an array of
problems, but threats to fields do not
allow carelessness or lack of attention
when it comes to pest control
With the advent of transgenic soybeans,
in 2003, rumors had it that conventional
herbicides had met their demise and weeds
would disappear from the fields. Researchers were pointing to scenarios in which there
was need to rotate RR soybean with conventional varieties, so as to avoid the risk of
triggering the appearance of invasive plants
resistant to glyphosate. But in many fields no
If the farmers do
not take the right
measures, the
pests will surmount
any hurdles
134
rotation scheme was introduced and, as a
result, over the past seasons, the control of
weeds resistant to the herbicide, like perennial ryegrass, buva and balmscale grass,
have pushed up the production costs.
Researcher Divania Lima, of Embrapa
Soy, observes that Intacta is resistant to some
strains of caterpillars. Nonetheless, she points
out that there are other caterpillars strains
not controlled by this technology, like, for
example, Spodopteras (pod worms), and
insects like mites and white flies. These are
not major soybean pests. They occur occasionally in the fields. However, they can cause
economic damage if they are not controlled
at the right moment”, she insists.
In order to prevent the target caterpillars of the Intacta technology from breaking the resistance of the Bt toxin (Bacillus
thurigiensis), there is need for refuge areas
in 20% of the plantation, cultivated with
RR soy or conventional, no more than 800
meters from the main field. In the refuge,
no biological insecticides with Bt formulations should be applied, thus allowing
for the propagation of insects susceptible
to the technology, which will cross with
the insects resistant to Intacta cultivations. “Should the farmers disregard this
recommendation, they will be at risk of
losing the technology”, she concludes.
Divania has it that the three technologies available in the market have different
costs. “Factors like the payment of technological fees (royalties), the cost of herbicides and insecticides and the final price of
the kernels in the market should be taken
into consideration when it comes to ascertaining the profit margins of the activity”,
she recommends. And, she also stresses
that, in the past crops, some markets paid
premium prices (that is to say, different
prices) for non-genetically modified soybeans, which creates a good option for
farmers interested in this type of sales. n
Painel /panel
Insumo desenvolvido pela LBE,
o Green Factor, elimina o uso de
nitrogenados na agricultura e evita o
emprego excessivo de agrotóxicos
A LBE Biotecnologia desenvolveu um fertilizante (o Green Factor) que
habilita as plantas a absorver nitrogênio diretamente da atmosfera. Isso
elimina o uso de insumos nitrogenados na lavoura e reduz os custos de
manejo, plantio e logística, além de tornar os vegetais mais saudáveis e
resistentes, evitando o emprego excessivo de agrotóxicos.
O pesquisador José Guerra, criador do produto, compara o Green Factor a uma “sopa de íons” em um meio de aminoácidos. Ele é aplicado na
terra, no momento da semeadura, e atua em nível nutricional na planta.
Substitui também a aplicação do nitrogênio em cobertura nos cultivos e
da bactéria usada como inoculante. “Não se trata de adubo foliar, mas sim
o resultado de técnicas de biossíntese com complexação de íons, transformando matéria inorgânica em orgânica”, afirma.
Registrado pelo Ministério da Agricultura como produto organomineral
classe A, por ter nível zero de toxidade dermal e oral e não conter sódio, o fertilizante Green Factor proporciona maior produtividade do que os insumos
nitrogenados, conforme mostraram testes em pequena escala feitos com o
plantio de arroz irrigado, milho, soja, tabaco e trigo. Estudos em maior dimensão estão sendo realizados nas principais regiões produtoras do País.
As vantagens são evidentes. Os fertilizantes nitrogenados contaminam
mananciais e lençóis freáticos. Podem causar problemas de saúde em crianças, idosos e gestantes, matar peixes e crustáceos em lagos e baías e provocar
chuva ácida. Produto 100% nacional, o Green Factor pode ajudar a balança
comercial brasileira, pois substitui os insumos nitrogenados importados.
Como o agronegócio brasileiro vai necessitar de quantidade crescente
de fertilizantes – a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a produção de alimentos no País crescerá 40% na
década –, o Green Factor se revela opção ambiental e economicamente sustentável para o Brasil. E, por que não, para um planeta com recursos naturais
esgotáveis e com número cada vez maior de bocas para alimentar. Maiores
informações podem ser obtidas no site www.lbe.com.br. n
136
Divulgação
O fertilizante que
faltava
Input developed by LBE, known as Green Factor,
eliminates the use of nitrogen in agriculture and
prevents excessive pesticide applications
The missing
fertilizer
LBE Biotechnology has developed a fertilizer
(Green Factor) which induces the plants to absorb
nitrogen directly from the atmosphere. It eliminates
the use of nitrogen-based inputs in agriculture, thus
reducing management, planting and logistic costs,
besides turning the crops healthier and more resistant, preventing excessive use of pesticides.
Researcher José Guerra, creator of the product,
compares the Green Factor fertilizer to an “ions soup”
in a means of amino acids. It is applied on the ground,
at seeding time, and acts at a plant’s nutritional level.
It also replaces side-dressing nitrogen applications in
plantations and the bacterium used as inoculator.
“It is not a foliar fertilizer, but the result of biosynthesis
techniques with ion complexation, turning inorganic
matter into organic matter”, he says.
Registered in the Ministry of Agriculture as a
class A organomineral product, because of its zero
dermal and oral toxicity and because it does not
contain sodium, the Green Factor fertilizer is more
effective in terms of productivity than all nitrogenbased inputs, according to small scale tests with irri-
gated rice fields, corn, soybean, tobacco and wheat.
More comprehensive studies are being conducted
in major producing regions of the country.
Environmental advantages are apparent.
Nitrogen-based fertilizers contaminate water
streams and underground water. They pose health
problems to children, elderly people and expectant
mothers. They kill fish and crustaceans in lakes and
bays, and could also trigger acid rains. A product
a hundred percent national, Green Factor could
positively affect the Brazilian trade balance, since it
replaces imported nitrogen-based inputs.
As Brazilian agribusiness needs ever-increasing
amounts of fertilizers – the OCDE anticipates a
40-percent growth in food production over the next
decade – and this is where Green Factor comes in,
bringing economic, environmental and sustainable oriented benefits for Brazil. And, why not, for a
planet that greatly depends on exhaustible natural
resources, with a constantly growing population to
feed. Further information can be obtained on the
website www.lbe.com.br. n
137
Nova semeadora pode ser a
melhor aliada dos produtores
que buscam equipamento
com precisão e qualidade na
aplicação de insumos
A agricultura de precisão, adotada no mundo todo, leva em conta o mapeamento da acidez do solo e a aplicação de calcário de acordo com a variabilidade encontrada. E a adubação, considerada de grande importância,
devido a sua relevância econômica na produção, tem relação direta com a
parte física e biológica do solo.
Tanto na amostragem química quanto na física, a agricultura de precisão aproveita grades amostrais para geração de mapas, através do uso de
coordenadas geográficas. Trata-se de sinais coletados pelo Sistema de Posicionamento Global (GPS), localizando os pontos coletados e, a partir deles,
gerando os mapas, que relacionam os pontos amostrais entre si. Logo após,
o sistema usa essas informações geradas para manejar a variabilidade na
aplicação dos insumos (fertilizantes, sementes etc).
A qualidade e a precisão no plantio são fundamentais para garantir o
mais alto potencial produtivo da cultura. É com base nesse conceito que
foi desenvolvida a semeadora Precision, para agricultores que buscam esses requisitos na aplicação do fertilizante de forma equilibrada. A relação
custo-benefício é evidenciada no maior rendimento, com a regularidade na
distribuição de fertilizantes.
A Precision possui dois reservatórios independentes de fertilizantes e de semente a taxa variável. Isso amplia o leque de possibilidades para o agricultor
aplicar as informações coletadas em uma única operação, com qualidade, pois
estará realizando a dosagem de fertilizante na linha de plantio da cultura.
Para conseguir isso, a Precision utiliza um dosador de precisão, o Fertisystem,
acoplado a fim de obter quantidades regulares e uniformes de fertilizantes, evitando os excessos (com a queima de sementes e o atraso na sua emergência)
ou a falta (cultura irregular em porte e produção). Quantidades demasiadas
podem desequilibrar o meio ambiente e o solo. Além disso, o agricultor perde
dinheiro com o excesso de adubo e ou a sua falta, conforme a curva de resposta
específica dos nutrientes em relação à cultura, buscando uniformidade de distribuição na linha e dosagem constante na subida e na descida.
O objetivo do dosador de precisão é acentuar a importância deste fator de
produção, essencial para quem faz parte do sistema de agricultura de precisão,
em que se tem a aplicação localizada de inúmeras dosagens. Ao aplicar a dosagem correta em cada linha de plantio, totalizando largura útil precisa, o equipamento se traduz em ganhos imediatos para o produtor. n
138
Inor Ag. Assmann
Mais precisão
na
agricultura
New seeding machine could be the perfect
ally of the farmers that seek precision and
quality equipment for input applications
More precision
in
agriculture
Precision farming, now common around
the world, takes into consideration the acidity
levels of soil and the application of lime according to the variability of the area. Fertilization,
taken as greatly important, due to its economic relevance for the crop, has direct relations
with every different soil’s physical and biological aspects.
Both in chemical and physical samplings,
precision farming takes advantage of sampling grids for the generation of maps, through
the use of geographical coordinates. These are
signals collected by the Global Positioning System (GPS), positioning the collected points and,
based on them, generating the maps, which
relate the sampling points with one another.
Right after, the system uses the information to
manage the variability in the application of the
inputs (fertilizers, seeds, etc).
Quality and precision in agriculture are
fundamental factors for ensuring the highest production potential of the crop. Based on
this concept, precision seeding was developed
for farmers who seek these requisites for a balanced application of fertilizers. The cost-benefit
relation shows in higher yields and in regular
fertilizer distribution.
The Precision Seeder is equipped with two
independent fertilizer reservoirs, with variable
seed rates. This broadens the spectrum of possibilities for the farmers to apply the information collected in one operation, with quality,
once the dosage of the fertilizers is conducted
in the direct planting row.
To achieve this, Precision utilizes a precision
dosage applicator, the Fertisystem, coupled
with the machine in order to obtain regular
and uniform fertilizer quantities, avoiding
excesses (that could cause seed burning and
late emergency) or insufficient amounts (irregular crop in size and production). Excessive
amounts could cause imbalance to soil and to
the environment. Furthermore, farmers waste
money on excessive fertilizers or in the lack of
them, according to the specific response curve
of the nutrients in relation to the crop, seeking
line distribution uniformity in the row and dosage, constant upwards and downwards.
The objective of the precision dosage applicator is to stress the importance of this production factor, essential for those who have adhered
to precision farming, characterized by local applications of countless dosages. By applying the
correct dosage in every planting row, totaling a
precise useful width, the equipment translates
into immediate gains for the farmers. n
139
Inor Ag. Assmann
Eventos /events
Plantando
novidades
140
Brasil sedia conferência internacional
que terá como objetivo a divulgação
das múltiplas utilizações da soja nos
países das Américas
A soja é produto indispensável na
vida da população, no País e no mundo.
Seus derivados mais importantes são
o óleo de cozinha e o farelo, usado na
composição das rações para alimentação
animal. No entanto, a oleaginosa permite inúmeras possibilidades. É justamente para divulgar e discutir esses demais
aproveitamentos que será realizado entre 22 e 24 de outubro de 2013, em Bento
Gonçalves (RS), a “Américas: Conferência
Internacional sobre Utilização da Soja”.
O evento é presidido pela pesquisadora
Mercedes Concórdia Carrão Panizzi, da Embrapa Trigo, com sede em Passo Fundo (RS).
Ela explica que o encontro será uma espé-
cie de preparação para a Conferência Internacional de Processamento e Utilização da
Soja, realizada a cada cinco anos, e que terá
a próxima edição em 2015, na China. Em
2004, o Brasil sediou a programação, que se
desenvolveu em Foz do Iguaçu (PR).
Conforme Mercedes Panizzi, na conferência de outubro serão tratados especialmente temas referentes aos três maiores
produtores das Américas: Estados Unidos,
Brasil e Argentina. “Queremos mostrar que
se pode agregar valor à soja usando-a para
vários fins, não só os tradicionais”, observa.
Uma gama de palestras está programada,
envolvendo toda a cadeia produtiva. Uma
delas irá traçar panorama da produção e
A COOPAVEL
Convida à todos a pretigiarem
o Show Rural Coopavel que tem
como objetivo difundir tecnologias
voltadas ao aumento de
produtividade de pequenas, médias
e grandes propriedades rurais.
LOCAL
Show Rural Coopavel
BR-277 - Km 577 - Centralito - Cascavel - Paraná - Brasil
HORÁRIO: 8h às 17h
do consumo de soja nesses três países. O
melhoramento genético do grão também
será abordado, evidenciando exemplos de
pesquisas com as chamadas sojas especiais.
Os cerca de 200 participantes que
estão sendo aguardados para a conferência poderão ainda saber novidades
sobre produtos processados com a oleaginosa, além das vantagens nutricionais
do grão. Os usos industriais não alimentares, como a produção de biodiesel, e
as experiências com a presença da soja
na alimentação humana em países da
África ou na merenda escolar no Brasil
igualmente terão destaque. n
Pesquisas sobre o
grão e panorama
da produção são
temas do encontro
Infraestrutura
Entrada franca
Estacionamento com 12 mil vagas gratuitas
Restaurante com 4 mil lugares - Buffet próprio
Área de lanches
Água potável e refrigerada em todo o parque
Área de descanso
Ruas cobertas
Informações adicionais
www.showruralcoopavel.com.br
www.coopavel.com.br
www.cascavel.pr.gov.br
[email protected]
[email protected]
Tel.: (45) 3225-6885
Inor Ag. Assmann
Brazil hosts international conference
focused on the multi-uses of
soybean in American countries
Planting
novelties
The soybean is an indispensable part
of the diet of the population in the Country and the world. Its most important derivatives are cooking oil and meal, where
the latter is an ingredient in livestock feed.
Nonetheless, the oilseed has multiple applications. It is to debate and disseminate
these other uses that the town of Bento
Gonçalves (RS) is going to host the “Ameri-
Research works on
the kernel and the
production panorama
are themes to be
debated
142
cas: International Conference on the Use of
Soybean”, October 22 to 24, 2013.
The event is presided over by researcher
Mercedes Concordia Carrão Panizzi, of Embrapa Wheat, based in Passo Fundo (RS).
She explains that the meeting will serve as
preparation for the International Conference on Soybean Processing and Utilization, conducted on a five year basis, with its
coming edition scheduled for 2015, in China.
In 2004, Brazil hosted the Conference, and it
took place in Foz do Iguaçu (PR).
According to Mercedes Panizzi, in the October conference the main focus will be the
three major soybean producers in the Americas: the United States, Brazil and Argentina.
“We want to show that it is possible to add
value to this crop down the line, using it for
different purposes, not just for the traditional
ones”, she observes. A series of lectures have
been included on the agenda, involving the
entire supply chain. One of them will focus
on the production and consumption panorama in the three countries. Genetic enhancement questions will also be addressed,
featuring research experiments with the socalled special soybean varieties.
The participants of the conference,
some 200 are expected, will have novelties
with regard to soybean-based processed
products, besides the nutritional values of
the kernel. The non-food industrial uses,
like the production of biodiesel, and experiments on soybean in human food in African countries, or in school meals in Brazil,
will equally be addressed. n
Inor Ag. Assmann
Encontro marcado /appointment
13º Siconbiol – Simpósio
Américas: Conferência
Expodireto Cotrijal
de Controle Biológico
Internacional sobre
10 a 14 de março de 2014
15 a 18 de setembro de 2013
Utilização da Soja
Não-me-toque (RS)
Bonito (MS)
22 a 24 de outubro de 2013
Fone: 54 3332 3636
Fone: 43 3025 5223
Bento Gonçalves (RS)
E-mail: [email protected]
E-mail: [email protected]
Fone: 43 3025 5223
Site: www.expodireto.cotrijal.com.br
Site: www.cpao.embrapa.br/siconbiol2013
E-mail: [email protected]
Site: www.icsu2013.com.br
20ª Fenasoja – Feira Nacional da Soja
18º Congresso Brasileiro
25 de abril a 4 de maio de 2014
de Sementes
32º Jantar da Associação Nacional
Santa Rosa (RS)
16 a 19 de setembro de 2013
dos Exportadores de Cereais (Anec)
Fone: 55 3512 6866
Florianópolis (SC)
28 de novembro de 2013
E-mail: [email protected]
Fone: 43 3025 5223
São Paulo (SP)
Site: www.fenasoja.com.br
E-mail: [email protected]
Fone: 11 3039 5599
Site: www.abrates.org.br/cbsementes
E-mail: [email protected]
Site: www.anec.com.br
Agrishow 2014 – 21ª Feira
Internacional de Tecnologia em Ação
4ª Conferência Nacional
sobre Defesa Agropecuária
Show Rural Coopavel 2014
Ribeirão Preto (SP)
1º a 4 de outubro de 2013
3 a 7 de fevereiro de 2014
Fone: 11 3598 7810 ou 3017 6807
Belém (PA)
Cascavel (PR)
E-mail: [email protected]
Fone: 31 3466 2161
Fone: 45 3225 6885
Site: www.agrishow.com.br
E-mail:
E-mail: [email protected]
[email protected]
Site: www.showrural.com.br
Site:
www.conferencia.defesaagropecuaria.com
144
28 de abril a 2 de maio de 2014
valtraglobal
@valtrabrasil
BH GERAÇÃO III. A LÓGICA DA LAVOURA.
• Motores de 4 e 6 cilindros mais fortes da categoria • Melhor ergonomia
• Nova cabine • Novo sistema hidráulico • Menor raio de giro
valtravideos
Download

Baixar - Agromac