Lutamos por
bons CCT!
Assistência
em casas privadas
CCT por melhores
condições laborais
2
Sector de trabalho
temporário
Construção
civil
Queremos
um CCT melhor!
Abertas inscrições para
formação em Portugal
3
4
Nr. 5 | Setembro 2013 | português
Sai como suplemento do jornal «work» | Redacção T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch
Aprendizes: direitos e deveres
Direitos dos aprendizes:
as respostas mais importantes!
Editorial
Salários justos –
também para
aprendizes
Aprendizes: conhecer os seus direitos dá-lhes mais segurança.
O novo ano escolar já arrancou há algumas semanas e com
ele o início da aprendizagem para muitos jovens. Estes dão
assim os primeiros passos na vida profissional. As responsabilidades são agora maiores e há cada vez mais pessoas
a exigir-lhes um bom desempenho: além dos professores
e dos pais, agora também a empresa e os formadores têm
exigências. E há algo novo: a vida já não é condicionada por
«regras», mas regida por «leis». Para que pais e aprendizes
não tenham problemas com a nova situação, o Horizonte dá
algumas informações.
Faltas
Horário de trabalho
Mas para os últimos casos podes ter
de fazer um requerimento com antecedência. Também tens de pedir autorização para ires ao médico durante
o horário de trabalho.
Para os dois primeiros dias de ausência, basta uma justificação. A partir
do terceiro dia de faltas, a empresa ou
a escola podem exigir um atestado.
Chegar atrasado/a sem justificação
conta como falta. E esta é registada
no certificado, ao contrário de, por
exemplo, um atraso do comboio.
Como aprendiz não podes trabalhar
mais do que nove horas por dia. Estas
não podem ser distribuídas por mais
do que doze horas por dia, incluindo
as pausas. Se ainda não tiveres 18
anos, para ti é válida a protecção juvenil. Não podes começar a trabalhar
antes das 6 horas da manhã nem acabar o trabalho depois das 22 horas.
Mas nunca podes trabalhar tantas
horas a fio, como indicamos em cima. O tempo na escola profissional
conta como tempo de trabalho. Para
jovens em formação, são proibidas
horas extraordinárias, isto é, tempo
de trabalho que exceda o horário
legal de trabalho na empresa. Excep-
Se faltares ao trabalho ou à escola,
tens de justificar a falta. Sem que o
teu salário seja reduzido podes faltar
ao trabalho ou à escola em caso de
doença ou acidente ou por causa de:
nserviço militar,
nassuntos a tratar com as autoridades,
nacontecimentos familiares
empresa se compromete a ensinar-te
a profissão e tu te comprometes a
trabalhar para a empresa. O contrato
deve referir a profissão, o diploma
desejado e a duração da formação. O
salário, as férias, descontos salariais,
complementos salariais, etc., fazem
parte do contrato. A propósito, tu só
o podes assinar se fores maior. Antes
disso são os teus pais que assinam.
/ Aurora García
ções são situações de emergência na
empresa. Mas estas estão claramente
definidas.
Desemprego
Se ficares desempregado/a antes ou
depois da aprendizagem, tens direito
ao subsídio de desemprego. Para isso
tens de te inscrever no fundo de desemprego da tua região (RAV/ORP). A
lei do desemprego foi agravada para
os jovens: tens de esperar mais tempo até receberes o subsídio diário de
desemprego e tens direito a ele durante menos tempo. Mas isto também
depende da tua situação familiar (se
tiveres filhos, por exemplo) e dos teus
descontos para a segurança social.
Contrato de aprendizagem
O teu contrato de aprendizagem não
é um simples contrato de trabalho. É
um contrato de formação, em que a
Os meus direitos
As respostas às perguntas deste
artigo foram retiradas do guia sindical «Ich kenne meine Rechte»/«Les
droits des apprenti(e)s». De A a Z,
encontras lá tudo sobre os direitos dos aprendizes. O livrinho está
disponível no Unia e na União de
Sindicatos Suíços (USS). Também
o podes baixar da internet em:
www.gewerschaftsjugend.ch ou
www.jeunesse-syndicale.ch.
Hoje há na Suíça mais de 440 000
pessoas que trabalham a tempo
inteiro, mas vivem abaixo do mínimo
de subsistência. Não há motivos
económicos para isto: a Suíça é um
dos países mais ricos do mundo e
o bem-estar tem vindo a aumentar.
O motivo desta tendência: alguns
poucos apropriam-se do bem-estar
criado por muitos. O caso de Daniel
Vasella é conhecido. O ex-director da
Novartis chegou a ganhar 720 vezes
mais do que o trabalhador com o
salário mais baixo na empresa.
Os salários do topo aumentam de
forma explosiva, os baixos estagnam ou descem. Os jovens são dos
mais afectados por esta tendência.
Os salários dos aprendizes pouco
subiram nos últimos anos e a situação não é muito melhor depois da
aprendizagem: mais de 143 000
pessoas com formação profissional
ganham um salário inferior a 4000
francos. Isto desvaloriza a aprendizagem. Um jovem pergunta-se: vale
a pena fazer a aprendizagem para
depois receber um salário que nem
garante a subsistência? Isto não
pode ser! Até aqui o sistema dual de
formação tem garantido que a maioria dos jovens aprendam a profissão
que lhes agrada e tem conseguido
manter a taxa de desemprego dos
jovens relativamente baixa.
Temos de agarrar as rédeas, forçar
os empregadores a assumir as suas
obrigações e garantir salários justos. Se a iniciativa 1:12 for aprovada
em Novembro será um passo em
frente: os salários escandalosos do
topo são limitados e haverá mais
para todos os outros. A iniciativa
pelo salário mínimo impedirá que
continue a haver trabalhadores que
não conseguem viver do seu salário.
E com bons contratos colectivos de
trabalho, que também são válidos
para aprendizes, garantimos salários justos para todos os outros!
Fabian Molina
Secretário pela juventude Unia
horizonte
Notícias
breves
Entrevista, política de asilo
AVSplus:
assinaturas para a
iniciativa recolhidas
em tempo recorde
A iniciativa AVSplus foi realizada
com a recolha em tempo recorde
de mais de 116 000 assinaturas! O
Unia conseguiu recolher a sua quota
de assinaturas em só 100 dias e
muitas regiões recolheram muito
mais do que as quotas estipuladas.
Muito obrigado a todos por este esforço extraordinário!
Em Bremgarten (Aargau) foi
aberto um centro federal
para refugiados à espera do
processo de asilo. No acordo
entre a federação e a comunidade local foram estabelecidas zonas (escolas, piscinas,
bibliotecas, etc.), das quais
os refugiados se devem manter afastados, as chamadas
zonas de exclusão. O Horizonte falou sobre a medida
com Tarek Naguib, jurista e
especialista em questões de
discriminação.
CCT do ramo da
segurança em 2014
O que pensas da existência de zonas de exclusão para refugiados
em Bremgarten?
A conferência do ramo de segurança
do Unia aprovou um novo CCT do ramo, ao qual foram introduzidas substanciais alterações em relação ao
anterior. Para muitos trabalhadores
que actualmente trabalham à hora,
o novo CCT garante um emprego
com um salário mensal e assim um
salário mais alto e mais segurança
salarial. Um outro progresso importante é o registo sistemático das
horas de trabalho. O reembolso das
despesas e tempo de deslocações
também pôde ser regulado no novo
CCT.
Uma tal zona de exclusão não existe,
pelo menos juridicamente. Parece que
houve, num primeiro acordo, uma
pretensão de «disciplinar» os requerentes de asilo. Mas isso seria contra o
direito internacional, além de inconstitucional. Esta é também a opinião
da conselheira federal responsável,
Simonetta Somaruga.
Mas até a discussão sobre a introdução de uma tal zona de exclusão é
problemática. Já há muitos anos que
os requerentes de asilo são vítimas de
um discurso estigmatizante, que na
prática limita a sua liberdade. Sobretudo nos locais onde encontram outras
pessoas, são vistos como indesejáveis.
Convenção
da OIT sobre
empregados/as
domésticos/as
O Conselho Federal aprovou em finais de Agosto a mensagem de ratificação da Convenção internacional
relativa ao trabalho digno para o
trabalho doméstico, de 2011 (convenção n°. 189). A convenção prevê,
entre outros pontos, a igualdade entre trabalhadores/as domésticos/
as e outros/as trabalhadores/as.
Ela contém, além disso, disposições
sobre as condições de vida e de
trabalho, bem como os horários de
trabalho e os salários. Agora o Parlamento tem de ratificar a convenção.
Novo CCT Coop
para 2014–2017
Zonas de exclusão
para refugiados?
O estado pode limitar assim os movimentos de um grupo?
Sem uma lei, não. Mas mesmo com
uma lei, isso seria ilegal. Por um lado,
porque a ameaça de sanções significa uma limitação injustificada e ex-
Tarek Naguib, jurista especializado em questões de discriminação.
cessiva da liberdade de movimentos.
De acordo com a jurisprudência do
Tribunal Federal pode ser decretada
uma zona de exclusão para um único
refugiado. Mas os movimentos de um
grupo de pessoas não podem ser globalmente limitados.
Em segundo lugar, uma tal medida
é na minha opinião discriminatória,
porque atinge pessoas que não têm
meios de lhe escapar.
Como é que é que, na tua opinião,
a política de asilo se vai desenvolver?
Pergunta difícil. Penso que a curto e
médio prazo a tendência se manterá
restritiva. Ela adequa-se perfeitamente
para campanhas eleitorais. Penso que
a longo prazo, no entanto, talvez a
Europa se possa corrigir, porque esta
política não pode continuar tão contraditória como até aqui. Por um lado,
quer impor-se os próprios interesses
económicos e estratégicos e isso dá
origem a ondas de refugiados para
a Europa. Por outro, reforçam-se os
muros nas fronteiras para impedir a
entrada dos refugiados.
O que é que um sindicato pode fazer
no campo da política de asilo?
Defender os interesses dos trabalhadores, independentemente do seu
estatuto legal. E actuar contra a discriminação de grupos de pessoas. Os
refugiados são pessoas que precisam
de protecção. E são pessoas que enriquecem a sociedade: como vizinhos,
amigos e (futuros) colegas de trabalho.
Comentário da redacção
Os refugiados são colocados em centros, como em
Bremgarten, até que haja
uma decisão sobre o seu
requerimento de asilo. Mas
as populações locais resistem contra os centros porque têm medo. Medo que
é atiçado por um discurso
violento e generalizado contra estrangeiros em geral
e refugiados em especial.
Actualmente o ambiente na
Europa é fortemente contra
estrangeiros.
Os refugiados são os mais
fracos entre os estrangeiros. O seu estatuto é muito
precário e eles nunca sabem
como será o dia de amanhã.
Depois de fugir de guerras e
perseguições nos próprios
países, são tratados como
criminosos e parasitas nos
países onde deveriam encontrar segurança e protecção.
Dar essa protecção a refugiados é uma tarefa importante num estado de direito.
E todos nós somos chamados a fazer um esforço de
compreensão. Porque não
é natural que quem é perseguido e/ou corre perigo de
vida procure um lugar seguro? O que faríamos nós na
mesma situação?
/ Emine Sariaslan
Assistência em casas privadas
Um CCT para assistência
em casas privadas
No dia 23 de Agosto teve lugar a segunda conferência profissional «Assistência em casas privadas». Cerca de 20 auxiliares de pessoas idosas nas suas casas discutiram sobre
as possibilidades de melhorar as suas condições de trabalho, que são muitas vezes extremamente precárias.
O ramo da assistência em casas privadas está a crescer. As condições
laborais dos/as trabalhadores/as, na
sua maioria mulheres, são péssimas:
salários baixos, trabalho por chamada, presença constante de 24 horas e,
especialmente no caso de migrantes,
um certo isolamento social.
«Badanti» no Ticino
Coop e o Unia, bem como outras
associações de trabalhadores, assinaram um novo CCT para os próximos quatro anos. O contrato contém uma melhor protecção contra o
despedimento de trabalhadores/as
activos/as no sindicato, melhorias
no plano social e das licenças de
maternidade e paternidade. O CCT
passa a registar de forma explícita
que um/a trabalhador/a não pode
ser despedido por ter sido eleito
para uma função dentro de uma
organização de trabalhadores/as.
Isto é um sucesso e foi possível graças ao empenho de muitos sócios
activos, que recolheram assinaturas
para a petição.
2
Nr. 5 | Setembro 2013 | português
Melhores condições na assistência a idosos graças ao apoio do Unia.
O caso de cerca de 300 mulheres polacas que trabalham no Ticino como
«badanti» (auxiliares de terceira idade) mostra de forma muito clara como
as condições de trabalho podem ser
péssimas. Elas vivem nas casas dos
empregadores, não têm quase tempo livre, recebem salários demasiado
baixos e nos piores casos até são maltratadas pelos empregadores. Nalguns
casos a situação é tão grave que leva
mesmo ao suicídio, como no caso de
Bogusia. O seu destino abalou de tal
forma as suas colegas que estas decidiram tomar medidas contra a situação
e lutar por melhores condições de
trabalho. Organizaram-se com a ajuda do Unia e conseguiram com o seu
empenho fazer tanta pressão política,
que foi possível iniciar o processo de
negociação de um CCT cantonal. Na
conferência profissional de Agosto,
os delegados desejaram muita sorte às
colegas do Ticino.
CCT por melhores condições
de trabalho
O significado de um contrato colectivo de trabalho foi especialmente
realçado na conferência profissional.
Não é só no Ticino que se iniciaram
negociações para um CCT, também
na Suíça alemã se deu início a negociações com a associação patronal «Viver
em casa». O CCT não deverá só regular
os horários de trabalho e de descanso, também deverá conter complementos salariais mais elevados, por
exemplo, para o trajecto de trabalho,
e proibir o trabalho por chamada.
O reconhecimento de competências
formais e informais das trabalhadoras,
bem como a possibilidade de formação contínua são algumas das reivindicações prioritárias dos delegados da
conferência profissional.
Os/as delegados/as presentes exigiram, além de melhores condições laborais, mais inspecções contra empregadores abusadores e mais responsabilidade social das autoridades públicas.
/ Aurora García
horizonte
3
Nr. 5 | Setembro 2013 | português
Sector de trabalho temporário
Entrevista
Queremos
um CCT melhor!
O contrato colectivo de trabalho do sector de trabalho temporário expira
no final de 2014. O actual CCT ainda tem muitos pontos fracos. Unidos
poderemos, no entanto, melhorá-lo! Com os colegas do ramo decidimos
as reivindicações mais importantes que levaremos para as negociações.
André Kaufmann
CCT do sector de trabalho temporário
Entrevista com
André Kaufmann
(2a parte)
Uma questão que preocupa os trabalhadores do sector de trabalho temporário é a
reforma antecipada. Os trabalhadores sujeitos a este CCT têm direito à reforma antecipada?
O CCT do sector de trabalho temporário tem pontos fracos que queremos melhorar.
Um subsídio de doença diário justo
Esta é uma das nossas reivindicações mais importantes, porque este é pior no CCT do sector
de trabalho temporário do que em muitos outros sectores. Nestes só há um dia de carência e o
montante do subsídio é mais elevado. Isto não pode continuar! Os trabalhadores precisam de
um subsídio diário de doença justo. Exigimos por isso:
Até agora
2 dias
80 %
Dia(s) de carência
Subsídio diário de doença
Nova proposta
1 dia
90 %
Pré-avisos de despedimento mais longos
Outra reivindicação importante são pré-avisos de despedimento mais longos. Os prazos em vigor
são demasiado curtos, sobretudo para quem tem um contrato de trabalho de curta duração.
Os pré-avisos devem por isso ser ajustados ao Direito das Obrigações e aumentar para um mês,
também em caso de contratos de curta duração.
Duração do contrato
Primeiros 3 meses
4° ao 6° mês
A partir do 7° mês
Pré-aviso de despedimento
até agora
2 dias
7 dias
1 mês
Proposta de novo pré-aviso
de despedimento
1 mês
1 mês
1 mês
Salários mínimos mais elevados
Alguns ramos, como a construção civil e a hotelaria-restauração, têm um contrato colectivo
de trabalho de força obrigatória (CCT DFO). Para quem trabalha nestes ramos, mas tem um
contrato de trabalho de uma empresa de trabalho temporário, os salários mínimos válidos são
os do CCT DFO e não os que constam do CCT do sector de trabalho temporário (veja também
a entrevista no Horizonte Horizonte n°. 4 de 2013). Mas para quem não trabalha num ramo
com um CCT DFO, os salários mínimos que vigoram são os do CCT do sector de trabalho temporário. Estes devem, no entanto, subir no novo CCT porque são demasiado baixos. Exigimos
os seguintes aumentos:
Salário mínimo
até agora
Trabalhadores sem formação profissional
3000.–
Sem formação profissional em regiões de salários altos
3200.–
Trabalhadores com qualificação prática
3600.–
Com qualificação prática em regiões de salários altos
3870.–
Trabalhadores com formação profissional
4000.–
Com formação profissional em regiões de salários altos
4300.–
Categoria
Proposta de novo
salário mínimo
3400.–
3600.–
3780.–
4050.–
4200.–
4500.–
Outras reivindicações
Com isto, ainda não terminou a lista das nossas reivindicações: também tem de haver melhorias nas férias, licença de maternidade ou paternidade, previdência profissional e contribuições
profissionais para a execução do CCT e para a formação.
Sem sócios não há CCT
Há dois anos conseguimos negociar um CCT do sector de trabalho temporário graças ao empenho de muitos trabalhadores temporários. Agora também precisamos do teu apoio. Ajuda-nos a
passar esta informação aos teus e às tuas colegas. Ou torna-te sócio e participa nas decisões sobre
o novo CCT! Porque sem sócios sindicais não podemos negociar contratos colectivos de trabalho.
/ Aurora García
Sim, os trabalhadores do sector de trabalho temporário têm direito à reforma antecipada
desde 2006. Há, no entanto, dois problemas no caso dos temporários. Por um lado, os
temporários ainda não atingiram o tempo de descontos necessário. Para ter direito a uma
pensão transitória, mesmo que reduzida, o trabalhador tem de ter trabalhado, nos últimos
20 anos, pelo menos 10 anos em empresas sujeitas ao CCT FAR (que regulamenta a reforma
antecipada).
O segundo problema são as lacunas nos descontos. Porque desses 10 anos, o trabalhador tem
de ter trabalhado sete anos, sem interrupções, no ramo da construção civil. Assim, se alguém
fica desempregado durante bastante tempo e não se inscreve nos centros de desemprego ou se
muda para um ramo não sujeito ao FAR, pode acontecer que não tenha descontado durante
esse mínimo de sete anos e, no pior dos casos, nem sequer receba uma pensão transitória.
Por isso é importante que os colegas, quando ficam desempregados, se inscrevam logo nos
centros de desemprego.
O que é que os trabalhadores devem ter em conta quando são contratados por uma
empresa de trabalho temporário?
Importante é sobretudo que o contrato de trabalho indique o salário com clareza e que os
horários de trabalho sejam claramente definidos.
Quais são os problemas mais frequentes relacionados com a aplicação do CCT?
As horas de trabalho extraordinário são sempre um tema porque há muitas tentativas de
contornar o regulamento das horas. O CCT tem um bom regulamento no artigo 12. As horas
da 46a à 50a hora contam como horas extraordinárias e têm de ser pagas com um suplemento
de 25 % ou de 50 % no fim-de-semana.
A determinação da categoria salarial também é um problema, os trabalhadores são frequentemente colocados numa categoria demasiado baixa. Uma nova e importante categoria é a dos
trabalhadores com qualificação prática. Esta regulamentação é de força obrigatória a partir de
1 de Agosto 2013. Trabalhadores com qualificação prática são aqueles que têm no mínimo
quatro anos de experiência na profissão para a qual existe uma formação profissional.
Podes fazer um balanço do primeiro ano do CCT do sector de trabalho temporário?
Este CCT trouxe melhorias para muitos trabalhadores e fez muita coisa mexer. Mas ainda
existem pontos fracos e há muita coisa que começa agora a ser aplicada.
Porque o processo de declaração de força obrigatória é longo, começamos já depois das férias de Verão com as negociações para a renovação do CCT. Queremos continuar a avançar
sobretudo no que toca aos salários mínimos porque nesse ponto ainda não estamos onde
deveríamos estar. E também tem de haver uma solução para a indústria.
/ Aurora García
Regulamento do FAR (reforma antecipada)
As condições para uma reforma completa são: dos últimos 20 anos anteriores à reforma
antecipada ter trabalhado a tempo inteiro pelo menos 15 anos para uma empresa sujeita ao
CCT FAR, dos quais os últimos sete sem interrupções.
Condições para uma reforma reduzida: dos últimos 20 anos anteriores à reforma antecipada ter trabalhado pelo menos 10 anos para uma empresa sujeita ao CCT FAR, dos quais os
últimos sete sem interrupções.
Além disso: durante os últimos sete anos antes do requerimento de reforma antecipada, o
trabalhador não pode ter estado mais de dois anos desempregado (a inscrição num centro
de desemprego – RAV/ORP – é absolutamente necessária).
Os interessados devem aconselhar-se num secretariado Unia.
Os trabalhadores temporários também se podem filiar no Unia. Pagam quotas iguais às de
outros trabalhadores e têm direito a um reembolso da contribuição profissional até ao máximo de 80 % da quota sindical.
horizonte
Nr. 5 | Setembro 2013 | português
Construção civil: formação profissional
Abertas as inscrições
para o Projecto Portugal
4
Pergunte, que nós
respondemos
Conduzir sob a influência do álcool:
Como reage o seguro?
Eu tive um acidente quando conduzia sob a influência do álcool.
Fiquei gravemente ferido e estou incapacitado para o trabalho.
Como é que o seguro automóvel vai reagir e o que fará o seguro de
acidentes profissional?
Trabalhadores da construção da Suíça em formação no CICCOPN, no Porto, e . . .
Estão abertas as inscrições
para os cursos de formação
profissional destinados a
trabalhadores portugueses
e espanhóis a trabalhar na
construção civil na Suíça. Os
cursos terão lugar nos meses de Janeiro e Fevereiro
de 2014.
profissional e passar a receber um
salário da categoria A. Os cursos têm
uma parte teórica (leitura de planos,
cálculos, etc.) e muita prática em diferentes áreas da construção: alvenaria,
cofragens, canalizações e entivações,
além de segurança no trabalho.
Vantagens da formação
nA
Quando em Janeiro e Fevereiro há
menos trabalho na construção, os
trabalhadores portugueses e espanhóis podem frequentar os cursos
do ramo realizados em Portugal e na
Espanha. Nestes cursos, os trabalhadores não só aprofundam os seus conhecimentos técnicos, como obtêm
um certificado de formação suíço,
que lhes permite subir de categoria
formação confere um certificado de trabalhador especializado,
permitindo a subida de categoria
salarial para a categoria A.
nO trabalhador recebe 80 % do seu
salário durante o período de frequência do curso, desde que a
sua empresa seja associada do
Parifonds.
nO trabalhador com autorização de
estadia de curta duração e o seu em-
pregador comprometem-se a fazer
um contrato de trabalho novo para
o ano de 2014.
Formados mais
de 2000 trabalhadores
Estes cursos realizam-se desde 1987
(1982 em Espanha) e mais de dois mil
trabalhadores já se puderam aperfeiçoar profissionalmente graças a eles.
A formação e valorização profissional e pessoal dos trabalhadores são
fundamentais para o sindicato Unia.
Por isso, vamos continuar a apostar
nestes cursos.
Informe-se sobre os cursos no seu
secretariado Unia. Os lugares são
limitados.
/ Marilia Mendes
De acordo com as normas jurídicas, a obrigatoriedade de prestação de serviços por parte da seguradora é reduzida se a ocorrência for provocada por
elevada negligência do segurado ou da pessoa que tem direito a prestações.
É negligente quem não toma em atenção os cuidados mais elementares,
que qualquer pessoa sensata teria na mesma situação e nas mesmas circunstâncias. Quem conduz alcoolizado e provoca um acidente, age de forma
negligente. A seguradora reduz neste caso as suas prestações ou exige ao
condutor negligente que reponha os prejuízos provocados a terceiros que já
tenham sido pagos. De acordo com o código da estrada, tem incapacidade para
conduzir devido à influência do álcool (embriagado) o condutor que tiver uma
taxa de alcoolémia de 0,5 ou mais ou que tiver uma quantidade de álcool no
corpo que leva a uma tal concentração de álcool no sangue.
O seguro de acidentes diminui as prestações
As consequências de conduzir alcoolizado podem ainda ser mais graves para
o condutor se houver custos devidos a ferimentos. Se o condutor culpado
trabalhar em média mais de oito horas semanalmente, o seguro de acidentes obrigatório do empregador vai assumir os custos do tratamento, mas as
prestações em dinheiro (subsídios diários, subsídios de invalidez, etc.) serão
muito reduzidas. Se o condutor estiver segurado contra acidentes só pela
caixa de saúde, também lhe serão pagos os custos do tratamento – mas
um eventual seguro suplementar para prestações monetárias em caso de
acidente será também bastante reduzido.
Fonte: Schweizer Versicherungsverband/Association Suisse d’Assurances (ASA/SVV)
Reúne as condições para frequentar o curso se responder «sim» às
seguintes perguntas:
n Trabalha na Suíça alemã ou nos
cantões de Friburgo ou Jura?
n A empresa para que trabalha é
associada do Parifonds da construção civil ou está abrangida pelo
CCT do sector de trabalho temporário?
n Trabalha há mais de 6 meses na
construção na Suíça?
n A sua empresa concorda em inscrevê-lo no curso?
. . . no CENFIC, em Lisboa.
Inscrições abertas até:
sexta-feira, dia 8 de Novembro
de 2013
Iniciativa 1:12
O meu empregador permite que eu utilize o carro da empresa para
viagens privadas. O seguro de responsabilidade civil privado assume
os custos, caso eu danifique o carro numa viagem privada?
Danos causados no carro do seu empregador não estão protegidos pelo
seu seguro de responsabilidade civil privado, porque as exigências do empregador estão explicitamente excluídas da cobertura deste. A maior parte
das companhias de seguros oferecem no seguro de responsabilidade civil
privado – quer contra um aumento do prémio, quer integrada na cobertura
básica – uma cobertura para «utilização esporádica, não regular, de veículos
de outras pessoas». Para ter esta cobertura do seguro têm de ser preenchidas
algumas condições básicas, como uma utilização não regular do veículo.
Esta solução de seguro garante uma boa cobertura, caso utilize, por exemplo,
o carro de um conhecido.
Necessário seguro contra todos os riscos
Bandeiras
nas varandas!
Em caso de danos ao carro do seu empregador, estes só estarão cobertos
por um eventual seguro contra todos os riscos. É por isso fundamental que os
empregadores que colocam os seus veículos à disposição dos empregados
para fins privados tenham um seguro contra todos os riscos para os veículos.
Recomenda-se que se assegure, antes de usar o carro do seu empregador
para fins privados, se existe uma tal protecção do seguro.
A iniciativa 1:12 dos Jovens Socialistas (JUSO) exige um
limite para os salários astronómicos dos gestores de topo.
Segundo esta, o salário mais alto numa empresa não pode
ser superior a doze vezes o salário mais baixo da mesma
empresa. A iniciativa irá a votação popular em Novembro
e até lá todos são chamados a participar na divulgação da
campanha. Siga o exemplo, ponha também uma bandeira
da iniciativa na sua varanda, na janela ou no jardim!
Pode encomendar bandeiras em
http://1-12.ch/fahne/ ou http://1a12.ch/drapeau
Acidente com carro da empresa
numa viagem privada:
Qual é a cobertura do seguro?
Fonte: Schweizer Versicherungsverband/Association Suisse d’Assurances (ASA/SVV)
Impressum: Beilage zu den Gewerkschaftszeitungen work, area, Événement syndical | Heraus­geber Verlagsesellschaft work AG, Zürich, Chefredak­
tion: Marie-José Kuhn; Événement syndical SA, Lausanne, Chefredaktion:
Sylviane Herranz; Edizioni Sociali SA, Lugano, Chef­redak­tion: Claudio Carrer |
Redaktionskommission A. García, D. Filipovic, E. Sariaslan, M. Martín,
M. Mendes, O. Osmani | Sprachverant­wortlich Marília Mendes | Layout
C. Lonati, Unia | Druck Ringier Print, Adligenswil | Adresse Unia Redaktion
«Horizonte», Weltpoststrasse 20, 3000 Bern 15, [email protected]
Bandeiras 1:12 enfeitam varandas e jardins.
www.unia.ch
Download

Direitos dos aprendizes: as respostas mais importantes!