maior que a média da turbulenta década de 1990. As sucessivas crises que se abateram as economias emergentes ao longo da década de 1990, iniciadas com a Argentina (1991) e México (1994), passando pelo sudeste asiático (1997), pela Rússia (1998), até desencadear no Brasil a maxidesvalorização em 13 de janeiro de 1999, alteraram a forma pela qual esses países executaram sua política monetária. Antes os instrumentos restringiam-se apenas a alterar o valor da moeda (valorizando ou desvalorizando) ou a impor tarifas alfandegárias com elevações das alíquotas de importações. Ao longo da década de 2000, porém, o foco concentrou-se na acumulação de reservas internacionais. Esse vigoroso acúmulo de reservas internacionais tem servido de colchão para absorver os impactos negativos da crise externa sobre a flutuação da taxa de câmbio. Os resultados são menores períodos e intensidades das desvalorizações do Real frente ao Dólar, bem como possibilidade de melhor administração das tradicionais medidas de política cambial, preservando as relações de comércio exterior e os canais de financiamento externo. Balança: janela perdida O Brasil, por exemplo, viu seu estoque de reservas internacionais triplicar de tamanho ao longo das últimas duas décadas. A média anual entre 1991-2000 foi de US$ 38,2 bilhões contra média anual de US$ 121,7 bilhões no período 2001-2010. Considerando apenas a atual década, entre 2011 e setembro de 2013, a média das reservas internacionais está em US$ 368,9 bilhões, ou seja, três vezes maior que a média da década de 2000 e praticamente dez vezes O comércio exterior brasileiro, após a mudança de regime cambial, de semifixo para flutuante, em janeiro de 1999, passou por momentos muito positivos, com o acúmulo de resultados superavitários. Nem mesmo os efeitos negativos da crise financeira de 2008, que afetou o comércio exterior brasileiro em 2009, foram suficientes para reverter os saldos positivos da balança comercial. Gráfico 11 - Reservas Internacionais em US$ Bilhões (Média na Década) 368,9 121,7 38,2 0,5 0,4 6,4 8,3 1950 1960 1970 1980 Fonte: BACEN / Elaboração: Austin Asis 68 Anuário NTC&Logística 2013-2014 1990 2000 2011-Set/13