ISSN: 1983-2168 - Ano: 2013 - Mês: Fevereiro – N° 59 PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS Com base em estudo do IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA SÉRIE RELATÓRIOS METODOLÓGICOS VOLUME 29 - RIO DE JANEIRO – 2008 Professor Istvan Kasznar CEO da IBCI – Institutional Business Consultoria Internacional e da VFABN. Assessor da Presidência e Professor Titular NRD6 da Fundação Getúlio Vargas, na EBAPE – Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas; Professor – Conferencista do IBMEC; PUC – Pontifícia Universidade Católica e UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Conselheiro Econômico do Instituto Dannemann Siemsen da Propriedade Industrial – IDS. 1 1 - Introdução A análise e o levantamento numérico do PIB – Produto Interno Bruto é importante em todo país. Entre as diversas razões que levam a essa mensuração constam as seguintes: • • • • O PIB fornece uma medida de valor econômico-financeiro de todos os bens e serviços produzidos num dado país, em ano específico, logo dá a ideia de poder econômico. Quanto maior o PIB, tanto maior é em tese o poder econômico agregado do país analisado; O PIB corresponde à somatória de todos os bens e serviços produzidos em dado ano, traduzidos em valores financeiros. Logo, obtém-se pelo PIB um valor monetário anual que além de poder econômico, permite uma comparação intertemporal de valores. Verifica-se o PIB cresceu, estagnou ou decresceu de um ano para outro, ou de um período para outro; No cálculo do PIB incluem-se e integram-se os PIBs setoriais. Vale dizer, o PIB da agricultura; o PIB da Indústria; o PIB do Comércio; e o PIB dos Serviços. Logo pode ser feita uma análise setorial e de participação dos PIBs; e O PIB fornece uma ótica de produto, de produção total. Mas como o Produto Total é idêntico à Renda Total que também é idêntico ao Dispêndio Total, obtém-se informações fundamentais sobre o que se produz; qual é o rendimento dessa produção; qual é o montante da renda que há de circular em função do produto gerado; e em que gastam, fazem os seus dispêndios, os agentes econômicos. Desta forma, é compreensível que haja uma certa “obsessão” positiva a favor do cálculo do PIB, qualquer que seja seu corte. Isto permite que se pensem e calculem conforme a necessidade e o foco analítico o PIB do país (o maior dos agregados); o PIB estadual; e o PIB dos Municípios, entre outros. 2 2 – Relevância do Cálculo e Projeção do PIB – Produto Interno Bruto A relevância do trabalho de cálculo e projeção do PIB está na incorporação e consideração de informações Econômicas. No caso do PIB Municipal, elas são elaboradas por município, de forma padronizada e que permite a compreensão de uma dimensão produtiva localizada. Daí decorre a adoção de análises entre municípios com dados comparáveis para a classificação de atividades e produtos. Ela passa a ser adotada na geração da base de dados e é compatível com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 1.0. A CNAE é gerada com a base de padronização da International Standard Industrial Classification of all Economic Activities - ISIC, redigida sob a égide das Nações Unidas. A metodologia também incorpora as mudanças ocorridas no Sistema de Contas Nacionais associativamente com as mudanças metodológicas das Contas Regionais. Estas consideram as cinco macrorregiões do Brasil, a saber, Sul, Sudeste, Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Desde a Constituição de 1988, ampliaram-se as demandas por informações econômicas municipais, bem detalhadas, padronizadas e que admitem comparabilidade. Os resultados numéricos desse projeto de medição do PIB dos 5.567 municípios têm sido amplamente usados para apoiar a análise da economia municipal brasileira. O IBGE utiliza pesquisas estruturais anuais. Elas visam medir os setores econômicos mais representativos e servem de base das projeções para a maior parte da estrutura da nova série do PIB Municipal. Dentre elas, merecem atenção: a Pesquisa Industrial Anual – PIA; a Pesquisa Anual de Comércio – PAC; a Pesquisa Anual de Serviços – PAS; e a Pesquisa Anual da Indústria da Construção – PAIC. Ademais, o Censo Agropecuário 1995-1996; a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, que é anual; e a Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 20022003 contribuem nos levantamentos de dados. Some-se a estas fontes de dados a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ, obtida na Secretaria da Receita Federal e da Pessoa Física – DIPF. As Contas Regionais e o PIB dos Municípios foram construídos com uma metodologia uniforme para todas as Unidades da Federação. Elas são atreladas aos procedimentos implantados no âmbito do Sistema de Contas Nacionais. Isto garante a 3 comparabilidade dos resultados entre os múltiplos Municípios e os Estados da Federação. 3 - Modificações no PIB dos Municípios Entre Outras modificações recentes sobre o cálculo do PIB dos Municípios, merecem consideração as seguintes: • A incorporação dos serviços de informação, incluindo tradicional segmento de telecomunicações e somando os serviços de informática e áreas conexas, como serviços cinematográficos e de vídeo; serviços de rádio e agências de notícias; • O valor da produção da administração pública, que mede as atividades do Estado em seus três níveis, é calculado pela soma dos itens do consumo intermediário; salários e encargos de funcionários vale dizer a (folha total bruta) e passa a considerar o consumo de capital fixo, absorvendo o conceito de produto bruto; • Dos serviços de intermediação financeira, leia-se, as atividades bancárias, de seguros e de previdência complementar e serviços relacionados; • O Financiamento da Seguridade Social – COFINS; • A base da classificação passou a ser a denominada Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE; • A incorporação dos fundos de investimento nos serviços financeiros que cresceram significativamente e carrearam recursos para si, em CDBs, poupanças, títulos públicos e afins, a utilização das tarifas bancárias e dos ativos e passivos na evolução da intermediação financeira; • E a inclusão da POF – Pesquisa de Orçamentos Familiares e da pesquisa Economia Informal Urbana – CINF. 4 Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 5