ANÁLISE DOS NÍVEIS DE EVIDENCIAÇÃO DOS RELATÓRIOS DE
SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS A+ DO GLOBAL
REPORTING INITIATIVE (GRI) NO ANO DE 2007
Lorene Alexandre Prates
Universidade Estadual de Montes Claros
Geraldo Alemandro Leite e Filho
Universidade Federal de Lavras
Resumo
As novas relações societárias do mundo contemporâneo têm causado
grandes impactos na sociedade. Nos últimos anos, os principais agentes
precursores dessas relações, governos e empresas, têm alterado sua visão de
negócios
para
uma
postura
mais
consciente,
promovendo
através
da
responsabilidade social o que denominamos desenvolvimento sustentável. Para
evidenciar toda essa preocupação, vem sendo aperfeiçoada uma ferramenta
contábil - os relatórios de sustentabilidade - que tem demonstrado grande eficácia na
publicação de informações sócio-ambientais. Neste contexto, esta pesquisa teve
como objetivo, analisar o nível de evidenciação das informações sócio-ambientais
dos relatórios de sustentabilidade no ano de 2007 das empresas consideradas com
nível de aplicação A+ pelo Global Reporting Initiative – Natura, Petrobras, Bunge,
Banco Real, Bradesco e Itaú. Para chegar a evidenciação das informações, foram
utilizadas técnicas de análise de conteúdo qualitativas e quantitativas. Quanto ao
nível de evidenciação das informações, as análises foram feitas a partir da aplicação
de testes estatísticos de correlação e testes de médias não-paramétricos. Os
resultados mostraram que os níveis de evidenciação são estatisticamente diferentes
entre as empresas da amostra. Concluiu-se ainda que as empresas selecionadas
não atenderam prontamente ao nível de evidenciação proposto pelas Diretrizes GRI.
Palavras-chave: sustentabilidade, evidenciação de informações, Global Reporting
Initiative.
1
Abstract
The new social relations of the contemporary world have caused great impacts on
society. In recent years, the main precursors of these relations agents, governments
and enterprises have changed their business vision for a more conscious, promoting
social responsibility through what we term, sustainable development. To demonstrate
all this concern, is being perfected an accounting tool - the sustainability reports - that
has demonstrated great effectiveness in the publication of socio-environmental
information. In this context, this research aimed to examine the level of disclosure of
information of social and environmental sustainability reports in 2007 of the
companies concerned with application level A + by the Global Reporting Initiative Natura, Petrobras, Bunge, Banco Real, Bradesco and Itaú. To get the disclosure of
information, techniques were used content analysis of qualitative and quantitative.
The level of disclosure of information, the analysis was made from the application of
statistical tests of correlation and tests of the non-parametric. The results showed
that the levels of disclosure are statistically different between the sample. It was
concluded that the selected companies did not respond promptly to the level of
disclosure proposed by the GRI.
Keywords: sustainability, information disclosure, Global Reporting Initiative
2
1. Introdução
As novas relações societárias do mundo contemporâneo - a globalização, os
avanços tecnológicos, as mudanças políticas, o crescimento econômico acelerado, e
o rápido processamento das informações, têm causado grandes impactos negativos
na sociedade, como: a poluição da atmosfera e dos lençóis d’água, degradação do
meio
ambiente,
como
também
desemprego,
corrupção,
discriminação
e
desigualdades sociais. Consequentemente, a sociedade vem exercendo fortes
pressões sobre os principais agentes precursores dessas novas relações - governo
e empresas - para que alterem sua visão de negócios para uma postura mais
consciente, promovendo através da responsabilidade social o que denominamos
hoje, desenvolvimento sustentável.
Ceccato (2008) explica que, desenvolvimento sustentável é desenvolver em
harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente,
para que as gerações futuras tenham a chance de existir e viver bem, de acordo
com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condições de
sobrevivência).
Como corrobora Santana et al (2006), as grandes empresas têm assumido
posturas mais responsáveis, consolidando o conceito de Responsabilidade Social
Empresarial (RSE), que tem exigido das empresas uma atuação foco e
consequentemente a prestação de contas nas esferas ambiental e social.
A ideia principal por trás da responsabilidade social empresarial, segundo
César e Silva Júnior (2008), é que, as organizações e a sociedade são sistemas
interdependentes e não distintos, já que se estabelece uma relação de interação, em
que as organizações em busca do retorno financeiro positivo retiram do ambiente
insumos diversos, estes insumos são transformados por meio de processos
produtivos e gerenciais em produtos e serviços vendáveis, que retornam para o
ambiente para atender as expectativas mais amplas da sociedade.
De acordo com a ACE (Articulação Nacional para a Cidadania Empresarial,
2008) “o comportamento socialmente responsável tornou-se um diferencial
competitivo que traz inúmeros benefícios, não apenas à empresa, como a
diminuição do risco do negócio, mas também à sociedade como um todo”. Assim, a
RSE tornou-se também, uma estratégia de negócio para as empresas, uma vez que
3
o mercado está cada vez mais acirrado e competitivo e os investidores estão cada
vez mais conscientes, exigindo das empresas uma postura social impecável.
Para evidenciar toda essa preocupação das empresas em informar aos seus
stakeholders que ações têm feito para amenizar os problemas globais, vem sendo
aperfeiçoada uma ferramenta contábil - os relatórios de sustentabilidade - que tem
demonstrado grande eficácia na publicação de informações sócio-ambientais. De
acordo com Ligteringen, presidente mundial da Global Reporting Initiative (GRI), o
relatório de sustentabilidade aparece como a melhor forma de saber o que está
sendo feito pelas companhias nas áreas social, ambiental e econômica. Estes por
sua vez compõem o tripé da sustentabilidade (triple bottom line), permitindo
identificar, mensurar e divulgar as ações que estão sendo desenvolvidas pelas
organizações. (INSTITUTO ETHOS, 2008)
Essa nova postura social também vem sendo adotada pelas organizações
brasileiras. Como informa o Guia Exame de Sustentabilidade 2007, da Revista
Exame (2008), no Brasil, cerca de trezentas empresas publicam relatórios de
sustentabilidade. De acordo com o Instituto Ethos (2008), desde 2007, setenta e
cinco destas empresas passaram a utilizar as normas da Global Reporting Initiative
(GRI) para publicação de relatórios de sustentabilidade, normas estas que também
são utilizadas por grandes empresas em todo o mundo.
A GRI (Global Reporting Initiative), ainda de acordo com o Instituto Ethos
(2008), é uma organização não-governamental internacional, que desenvolve
diretrizes globais para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, que
atualmente são utilizadas por cerca de mil e quinhentas instituições no mercado
mundial. O uso deste padrão permite uma comparabilidade entre companhias de
todo o mundo, possibilitando que as organizações tenham um instrumento que
facilita a implantação de um processo de melhoria contínua do desempenho rumo ao
desenvolvimento sustentável.
Como tem se consolidado no Brasil a utilização do modelo internacional de
publicação das informações sócio-ambientais, esse trabalho se propôs a analisar o
nível dessas informações publicadas nos relatórios de sustentabilidade divulgados
pelas grandes companhias brasileiras, com ênfase na publicação de relatórios que
seguem o padrão GRI.
4
Diante do exposto, o objetivo geral deste trabalho foi identificar qual o nível de
evidenciação das informações sócio-ambientais dos relatórios de sustentabilidade no
ano de 2007 das empresas brasileiras consideradas com nível de aplicação A+ pelo
Global Reporting Initiative.
2. Justificativa
A pressão exercida pelas várias esferas da sociedade sobre as grandes
companhias impõe aos stakeholders cobrarem das empresas informações sobre as
suas responsabilidades a cerca dos aspectos ambientais e sociais causados pelas
suas atividades.
Segundo Assaf Neto (2007), há de se considerar a tendência crescente dos
investidores em agregar à imagem da empresa a responsabilidade social como foco
das decisões coorporativas. As empresas estão adotando cada vez mais as
melhores
práticas
sociais
visando
atender
a
seus
valores
éticos,
e
consequentemente usufruir das vantagens financeiras.
Segundo Soares (2006), para as empresas se credenciarem como
competitivas e serem bem aceitas pela sociedade, precisam prestar aos seus
públicos informações transparentes e confiáveis sobre as suas operações. Neste
contexto, ações que envolvam, acionistas, ética, compromisso sócio-ambiental e
governança corporativa são fundamentais. Para o autor, somente com a adoção das
melhores práticas de governança corporativa e os comprometimentos nas esferas
social, cultural e ambiental é que uma empresa pode se perpetuar.
Atendendo a essa necessidade, as empresas têm demonstrado publicamente,
através dos relatórios de sustentabilidade, o que elas tem feito para reduzir os
impactos causados à sociedade. Nos últimos anos, o padrão GRI (Global Reporting
Initiative) de publicação de relatórios de sustentabilidade vem sendo adotado por
grandes empresas em todo o mundo, que buscam dar maior clareza e evidenciação
à sua responsabilidade sócio-ambiental, como também atender as novas exigências
do mercado.
Com foco na padronização de publicação das informações sustentáveis, as
empresas brasileiras também vêm se adequando a essas exigências mundiais
utilizando relatórios de sustentabilidade feitos de acordo com a GRI, que oferece às
grandes companhias mundiais a possibilidade de publicarem seus relatórios de
5
sustentabilidade em um padrão global. Essa publicação oferece grandes benefícios
gerenciais para as empresas, visto que a GRI é apreciada pelos grandes
investidores e considerada ferramenta indispensável para as empresas que
negociam seus títulos no mercado mundial. Segundo Nossa (2002), a padronização
destas informações proposta pela GRI apresenta um grande avanço, pois permite
aos investidores e stakeholders observarem as posturas adotadas pelas empresas e
quais são os impactos causados pelas suas atividades e o que elas têm feito para
amenizar
os
impactos
já
existentes,
como
também
para
estabelecer
a
comparabilidade dos relatórios com seus concorrentes.
Consequentemente, diante das atuais mudanças no quadro nacional de
evidenciação de informações acerca das práticas sustentáveis das empresas
brasileiras, julga-se necessária a análise do nível de evidenciação das informações
prestadas nos relatórios de sustentabilidade, e também a avaliação do nível de
eficácia dessas informações, para saber se as empresas estão atendendo às
exigências de evidenciação nos relatórios e cumprindo o seu papel na publicação de
informações relevantes para a sociedade.
3. Referencial Teórico
3.1. Pesquisas anteriores sobre evidenciação
Existem vários estudos, ao longo dos últimos anos, que vêm buscando
analisar o desempenho social correlacionado ao desempenho econômico-financeiro
de empresas. A seguir, listam-se alguns dos principais estudos e seus resultados
nesta temática:
Preston e O’Bannon (1997) analisaram a relação entre indicadores de
desempenho social e financeiro de 67 empresas americanas de 1982 a 1992. Os
indicadores sociais foram retirados dos dados da revista Fortune e os indicadores
financeiros analisados foram: ROA, ROE e ROI. Os resultados indicaram uma forte e
positiva relação entre o desempenho social e financeiro das grandes corporações
americanas. Concluíram que tanto o desempenho financeiro influencia o
desempenho social como o contrário, além de existir uma relação sinérgica entre
eles.
6
Roque e Cortez (2006) pesquisaram a relação entre a divulgação de
informação ambiental e o desempenho financeiro de 35 empresas portuguesas não
financeiras entre 2000 e 2004. Entretanto, os resultados sugeriram que as empresas
que não divulgaram informações ambientais tiveram o melhor desempenho
financeiro.
Kitahara (2007) pesquisou a existência de relações significativas entre o
desempenho financeiro de empresas e o seu nível de investimento em ações de
responsabilidade social no período de 2000 a 2004. O autor coletou informações de
897 Balanços Sociais publicados por 298 empresas brasileiras de diversos portes e
segmentos e buscou relação com indicadores de desempenho financeiro das
mesmas. Como principal resultado, verificou que há relação entre os indicadores
financeiros e indicadores de RSE, tanto para empresas que operam com resultado
positivo ou negativo. Contudo esta foi influenciada pelo ramo de atividade, porte da
empresa e ano de publicação do Balanço Social.
Outras pesquisas, assim como a deste trabalho, vêm analisar o desempenho
social das empresas, porém voltadas para as análises de evidenciação das
informações sociais e seus reflexos para a sociedade. As informações analisadas
nestes estudos partem dos relatórios sociais que as empresas publicam para a
sociedade com informações relevantes à cerca de seus esforços para diminuir os
impactos negativos de suas atividades. Listam-se:
Nossa (2002), com base nos relatórios ambientais e anuais de quarenta e
duas empresas do setor de papel e celulose em nível mundial - dentre elas oito
empresas brasileiras, investigou qual era o nível de evidenciação das informações
ambientais apresentados por essas empresas.
Também identificou e analisou as diferenças de evidenciação ambiental
decorrente da localização e tamanho da empresa, bem como comparou a
evidenciação de informações ambientais entre as empresas brasileiras e as
empresas dos outros países. Dentre os relatórios analisados doze foram orientados
pelas diretrizes GRI.
Como conclusão da pesquisa, Nossa identificou que os relatórios ambientais
específicos apresentam um nível baixo de evidenciação de informações, ou seja,
apenas 32% das informações foram evidenciadas com nível quantitativo, expressa
em números de natureza financeira. Outra conclusão foi a de que as empresas
7
localizadas em países diferentes apresentam também níveis de evidenciação de
informações extremamente divergentes, e que nas empresas brasileiras de papel e
celulose analisadas, o nível de evidenciação ambiental é menor do que em outros
países. Também concluiu que, quanto maior o tamanho das empresas mais
detalhada é a evidenciação das informações.
Gasparino e Ribeiro (2005) compararam os relatórios de sustentabilidade do
ano de 2004, de 06 empresas - 03 norte-americanas e 03 brasileiras, do setor de
papel e celulose, para identificar as diferenças comportamentais e de evidenciação
em relação às questões ambientais, entre os países. O modelo GRI foi adotado
como parâmetro para as avaliações visto que suas diretrizes foram usadas pela
maioria das empresas da amostra.
A análise foi realizada utilizando-se técnicas de análise de conteúdo, e
comparando os itens do relatório sobre os aspectos qualitativos e quantitativos. O
alvo da pesquisa era o discernimento do grau de evidenciação ambiental, entretanto
as autoras concluíram que, em termos gerais, apesar de a contabilidade ambiental
estar bastante desenvolvida sob o ponto de vista teórico, as empresas ainda não a
praticam de acordo.
Os relatórios analisados evidenciam que as diretrizes da GRI são as mais
utilizadas, contudo, muitas falhas ainda podem ser verificadas quanto à extensão e
qualidade do atendimento às recomendações da norma.
As demonstrações das empresas americanas estão próximas à estrutura
recomendada, mas ainda não atingiram a forma ideal. As brasileiras, além de não
terem as regras da GRI como direcionadoras, prestaram menos informações sobre
sua interação com o meio ambiente, ressaltando o destaque dado à empresa
Aracruz, que foi a única do grupo que submeteu seu relatório social aos auditores
externos.
Assim, apesar da pesquisa ter sido limitada a apenas seis empresas, de dois
únicos países, pode-se afirmar que ainda há muito a melhorar, principalmente em
relação à combinação de suas informações apresentadas no relatório de
sustentabilidade com as informações financeiras.
Na mesma abordagem, Ribeiro e Bellen (2007) fizeram uma comparação do
nível de evidenciação ambiental entre três tipos de relatórios empresariais: relatório
anual (RA), o formulário 20F (20F), e o relatório sócio-ambiental (RSA), para
8
identificar quais os tipos de informações ambientais que apresentaram maior
evidenciação, em que nível cada relatório as evidencia e qual empresa apresenta o
maior nível de evidenciação ambiental.
A amostra selecionada foi de 28 empresas brasileiras que negociam papéis
nos mercados: brasileiro e americano. A classificação escolhida para os dados foi
adaptada dos trabalhos de Clarkson et. al (2007) e Wiseman (1982), com ênfase nos
preceitos do Global Reporting Initiative (GRI), e para medir o nível de evidenciação
dos relatórios, foi montada uma escala baseada na quantidade de desvio padrão do
item em relação à média de sua aparição no relatório.
No decorrer da pesquisa, foi verificado que algumas das empresas
pesquisadas seguem as orientações da Global Reporting Initiative. Com base nas
análises, os autores concluíram que o conteúdo mais completo de informações
sobre o meio ambiente, são os relatórios sócio-ambientais. As informações mais
evidenciadas refletem predominantemente a conduta ambiental das empresas
analisadas e propriamente o seu desempenho ambiental.
A empresa que se destaca é a Petrobras, que apresenta a maior média de
informações evidenciadas na amostra. O relatório com melhor nível de evidenciação
foi o RSA da Votorantim Celulose e Papel S/A com um total de 70% das informações
pré-estabelecidas na classificação.
3.2. Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade
Há pouco tempo as nações despertaram para a importância de se fazer uma
correção nos padrões de produção e consumo vigentes. Objetivando, a partir do
esforço comum, evitar ou retardar o esgotamento dos recursos naturais do planeta.
Essa prática recebe a denominação de “desenvolvimento sustentável”. (MATIAS,
2007).
Ainda, segundo Matias, (2007, p. 248),
Os termos Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade surgiram no
ano de 1987 através da publicação patrocinada pela Organização das
Nações Unidas (ONU) e da World Commission on Enviroment and
Development (WCED) Our commom future, apresentando visão do respeito
ao futuro planeta. Segundo a WCED (1987) a ideia de sustentabilidade
vem sendo representada pela elevação de expectativas em relação os
desempenhos social, ambiental e tem sido definida como a habilidade para
satisfazer às necessidades do presente sem comprometer a habilidade das
futuras gerações para satisfazerem suas necessidades.
9
A tese ambientalista da sustentabilidade foi convertida como ponto central dos
debates mundiais no relatório “Nosso Futuro Comum” ou “Relatório Brundtland”.
Esse relatório resultou da pesquisa realizada entre 1983 e 1987 sobre a situação de
degradação ambiental e econômica do planeta. Nos termos do Relatório a
sustentabilidade se acopla a um novo padrão de crescimento econômico que deve
ser garantido. Nesse sentido, “desenvolvimento sustentável” seria uma correção,
uma retomada do crescimento, alterando a qualidade do desenvolvimento, a fim de
torná-lo menos intensivo de matérias-primas e mais equitativo para todos.
Desenvolvimento Sustentável é, portanto, definido como um processo de mudança
no qual a exploração dos recursos, a orientação dos investimentos, os rumos do
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão de acordo com as
necessidades atuais e futuras. (HERCULANO, 1992).
3.3. Responsabilidade Social Empresarial (RSE)
Almeida (2005, p. 6-7) define responsabilidade social e empresarial como:
[...] O compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade,
expresso por meio de atitudes que afetem positivamente, de modo amplo,
ou alguma comunidade, de modo específico, agindo positivamente e
coerentemente no que tange seu papel específico na sociedade e a sua
prestação de contas para com ela. A organização, neste sentido, assume
obrigação de caráter moral, além das estabelecidas por lei, mesmo que não
diretamente vinculadas as suas atividades, mas que possam contribuir para
o desenvolvimento sustentável dos povos.
RSE, ou sustentabilidade corporativa de acordo com A Fundação Brasileira
para o Desenvolvimento Sustentável - FDBS (2008), significa criação de valor aos
acionistas no longo prazo levando em conta as necessidades e preocupações de
todos os seus públicos de interesse – clientes, empregados, comunidades,
governos, parceiros e fornecedores.
No mesmo sentindo o Instituto Ethos (2008) define RSE como:
[...] Forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da
empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo
estabelecimento
de
metas
empresariais
que
impulsionem
o
desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos
ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e
promovendo a redução das desigualdades sociais.
No Brasil, como informa o Guia Exame de Sustentabilidade da Revista Exame
(2008), cerca de trezentas empresas publicam relatórios de sustentabilidade. De
acordo com o Balanço Social (2008), essa ideia começou a ser discutida na década
10
de setenta, contudo, apenas nos anos 80 surgiram os primeiros balanços sociais de
empresas, e somente a partir da década de 90 as corporações de diferentes setores
passaram a publicar balanço social anualmente.
Matias (2007) informa que a tendência em focar a responsabilidade social das
empresas começou em 1999, quando a Bolsa de Valores de Nova York apresentou
o Down Jones Sustainability Index (DJSI). Em seguida veio o FTSE4good, de
Londres; o Socially Responsible Index (SRI) de Johanesburgo e o Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BOVESPA, em 2005. Todos esses índices
apresentam como objetivo comum servir como guias para o investidor saber quais
as empresas que não apenas geram lucro, mas também estão à frente das demais
em responsabilidade social e ambiental.
Tinoco (2001, p. 99) explica que:
A preservação do meio ambiente converteu-se em um dos fatores de maior
influência da década de 90, com grande rapidez de mercado. Assim, as
empresas começam a apresentar soluções para alcançar o
desenvolvimento sustentável e ao mesmo tempo aumentar a lucratividade
dos seus negócios.
Como relata Kroetz (2000, p. 67):
Ocorre que as “novas” exigências do mercado, influenciado pela
globalização, por um público mais consciente e por investidores mais
exigentes e preparados, tem feito com que as organizações publiquem
suas demonstrações com maior transparência e qualidade, evidenciando
aspectos qualitativos do patrimônio e, ao mesmo tempo, sua preocupação
com o bem-estar social e ambiental.
“A economia é a instituição dominante na sociedade moderna. O crescimento
econômico sustentado é o caminho para o progresso da humanidade. Uma empresa
que não pratica sustentabilidade não sobrevive no mundo dos negócios”. (NETO E
FRÓES, 2001, p. 52).
Tinoco (2001, p. 114) ressalta qual deve ser a postura das organizações
frente aos problemas sociais e ambientais,
As entidades devem satisfazer adequadamente as demandas de seus
clientes e de seus parceiros nos negócios e atividades e especialmente
divulgar e dar transparência aos agentes sociais e a toda à sociedade de
sua inserção no contexto das relações econômicas, financeiras, sociais,
ambientais e de responsabilidade pública.
Para melhor definir os públicos de interesse ligados às empresas, Proto &
Supino apud Nossa (2002) apresentam os stakeholders como usuários ligados às
11
empresas com necessidades de informações sobre os aspectos que as englobam,
tais como: aspectos sociais, econômicos e ambientais. A tabela a seguir exemplifica
melhor a relação dos stakeholders com as empresas:
Tabela 1: Diferentes stakeholders e sua necessidade de informação
Interesses primários
Stakeholders
Fornecedores e Clientes
Qualidade, preço, segurança e
responsabilidade dos produtos.
Resultados
Financiadores
Ferramentas de comunicação
contábeis,
relatórios
de
todas
as
obrigações e limitações das
obrigações futuras.
Empregados
Políticas ambientais, metas e
resultados.
da
gerenciamento
poluição,
de
resíduos
com responsabilidade, atenção
com
a
preocupação
da
vizinhança.
Atividades
Autoridades
direta,
correspondências
para
os
clientes e grandes fornecedores.
Relatórios
ambientais,
informes
contábeis anuais, boletins informativos,
informações da imprensa.
Relatório ambiental, relatório social,
informes contábeis anuais, notícias do
conselho, boletins informativos internos.
Limitação
Comunidades
Marketing, rótulos dos produtos, linha
responsáveis,
Relatório ambiental, visitas à fábrica,
boletins informativos, departamento de
informações,
boletins
de
imprensa,
grupos de diagnóstico ad hoc.
ambientalmente
avaliação
de
custos e benefícios de ações
Relatórios
ambientais,
certificações
EMAS/ISO, negociações.
ambientais.
Aperfeiçoamento
Organizações
Ambientais
desempenho
do
Relatórios ambientais, visitas, relatórios
ambiental,
contábeis anuais, negociações, boletins
interesse em cooperação para
informativos
questões de melhorias.
imprensa.
e
informações
da
Fonte: Proto & Supino apud Nossa (2002, p. 65).
A urgência e a magnitude de se mensurar riscos e ameaças para a
sustentabilidade coletiva, assim como as crescentes escolhas e oportunidades farão
com que a transparência das organizações na divulgação dos seus impactos na
sustentabilidade global seja um componente fundamental nas relações com as
12
partes interessadas, nas decisões sobre o investimento e nas restantes relações de
mercado. Para apoiar esta expectativa, é necessária uma estrutura de conceitos
partilhada globalmente, uma linguagem consistente e uma métrica largamente
compreendida, a fim de comunicar de forma clara e transparente, questões relativas
à sustentabilidade. (GRI, 2008)
Neto e Froes (2004, p. 183) definem que, “a empresa socialmente
responsável e sustentável é aquela que atua nas três dimensões: proteção
ambiental, apoio e fomento ao desenvolvimento econômico local, regional e global, e
estímulo e garantia da equidade social”. Complementa ainda, que uma empresa que
não pratica a sustentabilidade não sobrevive no atual mundo dos negócios.
No ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial BOVESPA, 2008) é exposto
que as empresas sustentáveis baseiam-se em 3 pilares: aspectos ambientais,
sociais e econômico-financeiros, ou seja, no conceito do triple bottom line (TBL).
O triple bottom line (TBL) como explica a Revista Amanhã (2008), é um
modelo de gestão empresarial que visa a conciliar as três necessidades básicas da
sustentabilidade:
a
viabilidade
econômica,
a
consciência
ambiental
e
a
responsabilidade social. Trata-se do tripé conceitual que sustenta todas as práticas
de desenvolvimento sustentável. Com ele, a organização passa a trabalhar com um
enfoque de crescimento sistêmico, reconhecendo que a sociedade depende da
economia, que por sua vez depende do ecossistema global que
depende da
sociedade.
Ainda como informa a Revista Amanhã (2008), o presidente executivo do
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS),
Fernando Almeida, explica que este é um conceito "em construção", não só no Brasil
como no mundo. Isso explica, em parte, porque o termo ainda carece de uma
tradução. Na maioria das vezes, este é utilizado em inglês. Mas alguns especialistas
já se referem ao Triple Bottom Line como "tripolaridade". O conceito foi desenvolvido
pela consultoria inglesa SustainAbility, que desejava mapear os indicadores
necessários para determinar se uma empresa é ou não sustentável.
Nos dias atuais várias empresas nacionais e mundiais publicam relatórios de
sustentabilidade. Entretanto, não há uma lei geral que parametrize a elaboração e a
publicação desses relatórios, mas para melhor atender aos usuários, é importante
que a publicação dos relatórios sociais seja feita de forma padronizada, pois assim
13
podem-se traçar comparações entre várias empresas de diversas localidades e as
variações ocorridas de um período para o outro. (SILVA e PERES, 2005)
3.4. Global Reporting Initiative (GRI)
A Global Reporting Initiative - GRI é uma organização não governamental
internacional com sede em Amsterdã, na Holanda, cuja missão é:
[...] desenvolver e disseminar globalmente diretrizes para a elaboração de
relatórios de sustentabilidade utilizados voluntariamente por empresas de
todo o mundo que desejam dar informação sobre os aspectos econômicos,
ambientais e sociais de suas atividade, produtos e serviços. (GRI, 2008)
De acordo com o Instituto Ethos, (2008) a GRI é o único modelo aceito
mundialmente. Desde seu início, em 1997, a GRI tem focado suas atividades no
desenvolvimento de padrão de relatórios que aborde os aspectos relacionados à
sustentabilidade econômica, social e ambiental das organizações e que sejam
rotineiros e passíveis de comparação como os relatórios financeiros.
A rede GRI confirma essa visão ao desenvolver e melhorar continuamente
sua Estrutura de Relatórios de Sustentabilidade, além de criar competência para sua
utilização, cujo componente essencial são as Diretrizes para Elaboração de
Relatórios de Sustentabilidade publicada em 2002. Ainda, de acordo com o Instituto,
a GRI nasceu como iniciativa da Coalition for Environmentally Responsible
Economies (CERES), uma ONG americana composta por organizações ambientais,
de trabalhadores, religiosos, por profissionais de investimentos socialmente
responsáveis e por investidores institucionais, em parceria com o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Para assegurar alto grau de qualidade técnica, credibilidade e relevância, a
Estrutura de Relatórios de Sustentabilidade da GRI é desenvolvida e continuamente
melhorada por meio de um intenso engajamento multi stakeholder que envolve
organizações relatoras e especialistas que, juntos, desenvolvem e revisam o
conteúdo da Estrutura de Relatórios. (GRI, 2008).
Observando a necessidade de se produzir um relatório através de diretrizes
consistentes, Nossa (2002, p. 25) defende que:
Muitos relatórios ambientais se tornam inúteis devido à diversidade de
indicadores de desempenho ambiental. A falta de certas características
qualitativas dominantes nos relatórios financeiros leva aos relatórios
14
ambientais a ausência de credibilidade aos olhos de grupos externos de
stakeholders.
As questões e as informações presentes nos relatórios GRI são selecionadas,
compiladas e comunicadas de uma forma consistente, e apresentadas de forma a
permitir às partes interessadas o recurso ao relatório para analisar mudanças no
desempenho da organização, ao longo do tempo, assim como análises relativas a
outras organizações (GRI, 2008). A comparabilidade é a base para a avaliação do
desempenho. As partes interessadas que utilizam o relatório devem conseguir
comparar as informações sobre o desempenho econômico, ambiental e social com
os anteriores desempenhos e objetivos da organização, e, na medida do possível,
com o desempenho de outras organizações (GRI, 2008). Dando ênfase a questão
da padronização de informações e a importância da comparabilidade do relatório,
Almeida (2005, p. 152) diz que:
Um dos mais consistentes esforços para consolidar diversas iniciativas e
chegar a um consenso quanto à normatização das informações ambientais
é o GRI (Global Reporting Initiative). Trata-se de um esforço internacional,
iniciado em 1997 pela CERES (Coalition for Environmentally Responsible
Economies), pelo programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
por diversos stakeholders, para desenvolver e institucionalizar diretrizes e
padrões para os relatórios de desempenho ambiental, econômico e social
das companhias.
3.4.1. A GRI no Brasil
Cerca de mil e quinhentas organizações em mais de sessenta países
declararam usar a Estrutura de Relatórios de Sustentabilidade da GRI. No Brasil,
onde se estima que cerca de trezentas empresas publiquem balanços sócioambientais, setenta e cinco aderiram a GRI até o ano de 2007. (GRI, 2008)
A versão em português das Diretrizes para Elaboração de Relatórios de
Sustentabilidade da GRI foi lançada em 2004, num esforço comum de diferentes
agentes envolvidos com o uso das diretrizes do GRI, com apoio do Instituto Ethos de
Responsabilidade Social. (ETHOS, 2008).
O Brasil mereceu sempre uma atenção especial da GRI. Várias organizações
do país foram envolvidas na revisão e na divulgação das normas. Hoje, tanto o
conselho de stakeholders quanto o conselho executivo do GRI contam com a
participação brasileira. (ETHOS, 2008)
A primeira empresa no Brasil a aplicar de forma integral as diretrizes do GRI
foi a Natura, no seu relatório de sustentabilidade em 2003. Hoje cerca de 70
15
empresas já estão utilizando as normas GRI, sendo muitas delas modelos de
publicação. (ETHOS, 2008)
3.5. Diretrizes GRI para elaboração de relatórios de sustentabilidade
Publicadas no ano de 2002 as diretrizes da Global Reporting Initiative definem
que elaborar relatórios de sustentabilidade consiste na prática de medir, divulgar e
prestar contas, às várias partes interessadas, sobre o desempenho das
organizações, visando atingir o objetivo do desenvolvimento sustentável. (GRI, 2008)
Os relatórios de sustentabilidade baseados na estrutura definida pela GRI
divulgam resultados e também conseqüências, que ocorreram durante o período
relatado, no contexto dos compromissos, da estratégia e da abordagem de gestão
adotados pela organização. Elas consistem em princípios que definem o conteúdo
do relatório e que asseguram a qualidade da informação relatada. Incluem um
conjunto de informações-padrão, compostas por indicadores de desempenho e
outros tópicos a divulgar, bem como, orientações em questões técnicas e
específicas relativamente à elaboração dos relatórios.
Os relatórios baseados nas Diretrizes identificam informações relevantes e
indispensáveis para a maioria das organizações e úteis para as partes interessadas.
A sua estrutura é, portanto, dividida em três áreas que se comunicam através de
informações-padrão:
•
Perfil: informações que estabelecem o contexto geral para a compreensão do
desempenho da organização, tais como a sua estratégia, perfil e governança.
•
Abordagem de Gestão: informações que indicam a forma como uma organização
aborda um determinado conjunto de aspectos, clarificando o contexto para a
compreensão do desempenho numa área específica.
•
Indicadores de Desempenho: produzem informações comparáveis sobre o
desempenho econômico, ambiental e social da organização.
3.5.1. Indicadores de Desempenho
A seção relativa aos indicadores de desempenho de sustentabilidade é
constituída por três categorias principais: econômica, ambiental e social. Os
indicadores sociais, por sua vez, se subdividem em: práticas laborais e trabalho
condigno; direitos humanos; sociedade; e responsabilidade pelo produto.
16
3.5.1.1 Indicadores de Desempenho Econômico
A dimensão econômica da sustentabilidade refere-se aos impactos da
organização sobre as condições econômicas das suas partes interessadas e sobre
os sistemas econômicos a nível local, nacional e global. Esses indicadores ilustram:
•
O fluxo de capital entre as diferentes partes interessadas;
•
Os principais impactos econômicos da organização sobre toda a sociedade.
O desempenho financeiro é fundamental para compreender uma organização
e a sua própria sustentabilidade. No entanto, esta informação é habitualmente
disponibilizada nas demonstrações financeiras. A informação que raramente surge
nos relatórios, apesar de ser freqüentemente desejada pelos seus utilizadores, é a
contribuição da organização para a sustentabilidade de um sistema econômico
alargado.
Os indicadores de Desempenho Econômico são apresentados por 9
indicadores estruturados para apresentar informações sobre:
•
Desempenho econômico da organização: Apresentam o valor econômico direto
gerado e distribuído, os riscos de oportunidade, planos de benefícios oferecidos aos
funcionários, e disponibiliza informações a cerca do apoio significativo recebido do
governo, quando houver.
•
Presença no mercado: Retrata as políticas e práticas que abranjam os
fornecedores
e
comunidades
impactadas
pelas
atividades
da
empresa,
procedimentos para contratação local e proporção dos cargos de gestão, como
também relação entre o salário mais baixo e o salário mínimo pagos aos
empregados.
•
Impactos econômicos indiretos: Dispõe sobre o desenvolvimento dos impactos
em infra-estrutura em gênero ou pro bono, como também a descrição dos impactos
significativos econômicos provocados e sua extensão.
3.5.1.2. Indicadores de Desempenho Ambiental
A dimensão ambiental da sustentabilidade refere-se aos impactes da
organização nos sistemas naturais vivos e não-vivos, incluindo ecossistemas, solos,
ar e água. Os indicadores ambientais abrangem o desempenho relacionado com os
consumos (por ex., matérias-primas, energia, água) e com a produção (por ex.,
emissões, efluentes, resíduos). Estes indicadores englobam ainda o desempenho
17
relacionado com a biodiversidade, com a conformidade ambiental e com outras
informações relevantes, tais como despesas com o meio ambiente e os impactos de
produtos e serviços. São apresentados por 30 indicadores apresentados de seguinte
forma:
•
Materiais: Materiais utilizados por peso e volume
•
Energia: Consumo direto e indireto de energia descriminado por fonte, estratégias
para economizar energia e preservar as fontes, utilização de fontes de energia
renováveis, e iniciativas para reduzir o consumo e economizar energia.
•
Água: Consumo total de água, direto e indireto, descriminado por fonte, recursos
hídricos significativamente afetados, porcentagem e volume de água reciclada ou
reutilizada.
•
Biodiversidade: Descriminação de áreas e terrenos protegidos, abrangidos pelas
atividades da empresa, impactos significativos sobre áreas protegidas, habitats
protegidos ou recuperados, gestão dos impactos na biodiversidade.
•
Emissões, efluentes e resíduos: Emissão de gazes que ocasionam o efeito estufa
e destroem a camada de ozônio, iniciativas para reduzir tais efeitos; tratamento dos
resíduos, número de derrames significativos, dimensão de habitats, recursos
hídricos afetados pela descarga de água e escoamento.
•
Produto e serviço: Iniciativas para mitigar os impactos ambientais provocados
pelos produtos e serviços.
•
Transporte: Impactos ambientais significativos, resultantes do transporte de
produtos e outros bens ou matérias-primas utilizados nas operações da organização.
•
Conformidade: Multas e sanções decorrentes de irregularidades.
3.5.1.3. Indicadores de Desempenho Social
A dimensão social da sustentabilidade refere-se aos impactos da organização
nos sistemas sociais em que opera.
Os indicadores de desempenho social da GRI identificam aspectos de
desempenho fundamentais no que se refere às práticas laborais e trabalho
condigno; à direitos humanos, à sociedade e à responsabilidade pelo produto.
18
3.5.1.3.1 Práticas laborais e trabalho condigno
Os aspectos específicos que surgem na categoria “Práticas Trabalhistas”
baseiam-se em normas universais e reconhecidas internacionalmente, como por
exemplo:
•
Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas
e respectivos Protocolos;
•
Convenção das Nações Unidas: Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos;
•
Convenção das Nações Unidas: Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais;
•
Declaração da OIT (Organização Internacional do Trabalho) relativa aos
Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho de 1998 (em particular as oito
principais convenções da OIT);
•
Declaração e Programa de Ação de Viena.
Os indicadores de Práticas Trabalhistas são apresentados por 14 indicadores
estruturados da seguinte forma:
•
Emprego: Discrimina a mão-de-obra total utilizada pela empresa, como também o
número total de trabalhadores e respectiva taxa de rotatividade, e benefícios aos
funcionários.
•
Relação entre funcionários e administração: Percentagem de funcionários
abrangidos por acordos coletivos, e prazos para a notificação de mudanças de
gestão entre outros.
•
Segurança e Saúde no trabalho: Percentagem de funcionários representados por
comissões de segurança e saúde, taxas de lesões, doenças profissionais,
programas de aconselhamentos e prevenção para os trabalhadores, famílias e
comunidades, tópicos de segurança e saúde abrangidos por sindicatos.
•
Formação e educação: Média de horas de formação oferecidas aos funcionários,
programas para a gestão de competência e funcionários que recebem análise de
desempenho dentro da organização.
•
Diversidade e igualdade de oportunidades: Discriminação e gênero dos trabalhos
por mulheres e homens, como também, composição dos órgãos sociais da empresa
compostos por categoria de acordos.
19
3.5.1.3.2. Direitos Humanos
Os indicadores de desempenho relativos aos direitos humanos requerem que
as organizações incluam nos seus relatórios a importância dada aos impactos dos
Direitos Humanos, através dos investimentos e das práticas de seleção de
fornecedores/empresas
contratadas.
Adicionalmente,
estes
indicadores
de
desempenho incluem ainda a formação dos funcionários e do pessoal de segurança
em direitos humanos, abrangendo também a não-discriminação, a liberdade de
associação, o trabalho infantil, o trabalho forçado e escravo, e os direitos dos
indígenas.
Os indicadores de Direitos Humanos são apresentados por 09 indicadores
estruturados da seguinte forma:
•
Práticas de investimento e de aquisições: Percentagem e número total de
contratos de investimento significativos que incluam cláusulas referentes aos direitos
humanos, fornecedores e empresas contratadas submetidas a avaliação relativa aos
direitos humanos, funcionários e operações que receberam treinamento e orientação
quanto aos procedimentos relativos aos aspectos dos direitos humanos.
•
Não-discriminação: Número total de discriminação registrada.
•
Liberdade de associação e acordo de negociação coletiva: casos em que exista
risco significativo de impedimento ao livre exercício da liberdade de associação.
Trabalho infantil: Casos em que exista um risco significativo de ocorrência de
trabalho infantil, e medidas que contribuíram para a sua eliminação.
•
Trabalho forçado e escravo: Casos em que exista um risco significativo de
ocorrência de trabalho forçado ou escravo, e medidas que contribuam para a sua
eliminação.
•
Praticas de segurança: Percentagem do pessoal de segurança submetido a
formação nas políticas ou procedimentos da organização, relativos aos direitos
humanos.
•
Direitos dos povos indígenas: Número total de incidentes que envolvam a violação
dos direitos dos povos indígenas e ações tomadas.
3.5.1.3.3. Sociedade
Os indicadores de desempenho relativos à sociedade centram-se nos
impactos que as organizações têm nas comunidades em que operam e na
20
divulgação da forma como os riscos, resultantes de suas interações com outras
instituições sociais são geridos e mediados. Procuram-se, em particular, informações
sobre os riscos associados ao suborno e corrupção, à influência indevida na
elaboração de políticas públicas e nas práticas de monopólio.
Os indicadores de Sociedade são apresentados por 08 indicadores
estruturados da seguinte forma:
•
Comunidade: Natureza de quaisquer programas para avaliar os impactos das
operações nas comunidades.
•
Corrupção: Percentagem e número total de unidades de negócio alvo de análises
de risco à corrupção, percentagem de trabalhadores que tenham efetuado formação
política e práticas anti-corrupção e medidas tomadas em resposta a casos de
corrupção.
•
Políticas públicas: Posição da empresa quanto a políticas públicas e participações
na elaboração de políticas públicas, valor total das contribuições financeiras ou em
espécie a partidos públicos e afins.
•
Concorrência desleal: Número total de ações judiciais por concorrência desleal,
antitruste e práticas de monopólio, bem como seus resultados.
•
Conformidade: Multas e sanções significantes por não comprimento das leis e
regulamentos ambientais.
3.5.1.3.4 Responsabilidade pelo Produto
Os indicadores de desempenho referentes à responsabilidade pelo produto
abordam os aspectos dos produtos e dos serviços da organização relatora que
afetam diretamente os clientes: saúde e segurança, informações e rotulagem,
marketing e privacidade. Estes aspectos são tratados, principalmente, através da
divulgação dos regulamentos internos e o nível de cumprimento dos mesmos.
Os indicadores de Responsabilidade pelo produto são apresentados por 09
indicadores estruturados da seguinte forma:
•
Saúde e segurança do cliente: Os ciclos de vida dos produtos e serviços em que
os impactos de segurança e saúde são avaliados, e número total de incidentes
resultantes da não-conformidade aos impactos na saúde e segurança.
•
Rotulagem dos produtos e serviços: Informações exigidas dos produtos e serviços
por regulamentos, incidentes decorrentes da não-conformidade com procedimentos
21
para correta rotulagem dos produtos e serviços, procedimentos e resultados de
pesquisas relacionados a satisfação dos clientes.
•
Comunicação de marketing: Programas de observação às leis de marketing
incluindo publicidade, promoção e patrocínio.
•
Privacidade do cliente: Número total de reclamações registradas relativas à
violação da privacidade de clientes.
•
Conformidade: Multas significativas pelo descumprimento de leis e regulamentos
relativos ao fornecimento e utilização de produtos e serviços.
4. Abordagem Metodológica
Para atender aos objetivos propostos nesta pesquisa, foi utilizada a
metodologia empírico-analítica que aborda a relação causal entre as variáveis, em
que a validação da prova científica é buscada através de testes dos instrumentos,
graus de significância e sistematização das definições operacionais.
Para a coleta dos dados foram utilizados os procedimentos de: pesquisa
bibliográfica e documental por meio da metodologia de análise de conteúdo. Os
documentos analisados foram os relatórios de sustentabilidade das seis empresas
brasileiras, classificadas como A + conforme as diretrizes GRI no ano de 2007.
O critério de escolha das empresas que compõe a amostra foi embasado na
listagem GRI 2008 Reporters, divulgada na home page da GRI, em sua última
atualização em outubro do ano de 2008. O universo da pesquisa foi composto por 40
empresas brasileiras que utilizaram as diretrizes GRI para construir seus relatórios
de sustentabilidade de 2007. Como o objetivo de pesquisa foi avaliar o nível de
evidenciação de informações contidas nesses relatórios, foram utilizadas como
critério de seleção para amostra as empresas que se apresentaram com nível de
aplicação A+. As empresas analisadas foram: Banco Real, Banco Bradesco, Banco
Itaú, Bunge, Natura e Petrobras.
Foram analisados nos relatórios de sustentabilidade das empresas, tanto os
aspectos qualitativos quanto quantitativos das informações presentes nos mesmos.
As informações contidas nos relatórios se subdividem em: informações sobre o perfil
da empresa, informações sobre sua forma de gestão e os indicadores de
desempenho. Os indicadores são apresentados da seguinte forma: indicadores de
desempenho econômico (EC), desempenho ambiental (EN), desempenho social
22
(LA), de direitos humanos (HR), sociedade (SO) e de responsabilidade pelo produto
(PR).
A composição dos indicadores de desempenho da GRI é estruturada a partir
de indicadores essenciais e indicadores complementares. Os indicadores essenciais
foram desenvolvidos através de processos da GRI que envolvem as várias partes
interessadas, com o objetivo de identificar os indicadores com aplicação
generalizada e que se presumem relevantes para a maioria das organizações. As
organizações devem elaborar os seus relatórios com base nos indicadores
essenciais, a não ser que sejam considerados não relevantes de acordo com os
princípios da GRI para a elaboração de relatórios.
Os indicadores complementares representam práticas emergentes ou
questões que podem ser relevantes para algumas organizações, mas não para
outras. Sempre que existirem versões finais dos suplementos setoriais, os
indicadores devem ser tratados como indicadores essenciais. (DIRETRIZES G3 GRI,
p. 7, 2002). Na tabela a seguir está demonstrada a quantidade de indicadores
essenciais e complementares que são abrangidos nas diretrizes GRI para relatórios
de sustentabilidade:
Tabela 2: Quantidade de Indicadores Essenciais e Complementares
EC
EN
LA
HR
SO
PR
Essenciais
7
17
9
6
6
4
Complementares
2
13
5
3
2
5
Total
9
30
14
9
8
9
Indicadores
Fonte: (DIRETRIZES G3 GRI, p. 27-37, 2002)
De acordo com a conceituação dada por Nossa (2002, p. 179), evidenciação
pode ser definida como a maneira pela qual a informação é apresentada nos
relatórios. Para medir o nível de evidenciação das informações dos relatórios de
sustentabilidade, a técnica utilizada foi a análise de conteúdo que Bardin (1977, p.
42), define como:
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por
procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores - quantitativos ou não - que permitam a inferência
de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis
inferidas) destas mensagens.
23
Os níveis de evidenciação utilizados para este estudo, foram embasados nas
pesquisas de Gray et al. (1995) apud Nossa e Carvalho (2003), de Hackston e Milne,
(1996) apud Nossa e Carvalho (2003), de Salamone e Galluccio (2001) apud Nossa
e Carvalho (2003). Assim, os níveis de evidenciação são demonstrados na tabela
abaixo:
Tabela 3: Níveis de Evidenciação das Informações
Nível
Tipo
0
Ausência de informação
1
Informação declarativa
2
Conceito
Quando a informação não foi apresentada para
aquela categoria,
Apresentam informações de cunho somente
descritivo
Apresentam informações quantitativas que são
Informação quantitativa não
expressas em números de natureza não-
monetária
financeira
Apresentam
3
Informação quantitativa monetária
expressadas
informações
em
números
quantitativas
de
natureza
financeira
Fonte: (Adaptado de Nossa, 2002, p. 179).
A construção da análise partiu dos dados obtidos através do julgamento das
informações dos relatórios de sustentabilidade feitos conforme as diretrizes GRI. A
estrutura da GRI descreve os conteúdos gerais e específicos por setor, com a
finalidade de divulgar os resultados e também as conseqüências que ocorreram
durante o período relatado, no contexto dos compromissos e estratégia adotados
pela organização nos aspectos econômicos, ambientais e sociais.
A apresentação dos dados foi feita de acordo com a estrutura proposta pela
GRI, que é composta normalmente por 3 partes: Perfil da Organização; Abordagem
de Gestão e Indicadores de Desempenho. A seção relativa aos indicadores de
desempenho de sustentabilidade é constituída por três categorias: econômica,
ambiental e social. Os indicadores de sustentabilidade social subdividem-se nas
seguintes
categorias:
práticas
laborais,
direitos
humanos,
sociedade
e
responsabilidade pelo produto. A estrutura pode ser observada na tabela abaixo:
24
Tabela 4: Estrutura Resumida do Conteúdo do Relatório segundo a GRI
Conteúdo dos relatórios GRI
Perfil da empresa
Abordagens da Gestão
Indicadores de Desempenho
QNT.
(EC) Desempenho Econômico
9
(EN) Desempenho Ambiental
30
(LA) Praticas Laborais e Trabalho Condigno
14
(HR) Direitos Humanos
9
(SO) Sociedade
8
(PR) Responsabilidade Pelo Produto
9
Fonte: (DIRETRIZES G3 GRI, p. 27-37, 2002)
Para traçar um parâmetro de comparações entre os relatórios foi estabelecido
um modelo padrão de evidenciação das informações a fim de definir qual seria a
quantidade ideal de informações para um relatório de sustentabilidade no modelo
GRI. Esse padrão foi estabelecido de acordo com o nível de exigências de
informação pedida pelo próprio indicador GRI, ou seja, para cada indicador GRI
observa-se se o nível de informação ideal seria: de tipo 1 (declarativa), tipo 2
(quantitativa não monetária) ou tipo 3 (quantitativa monetária). O modelo ideal
abrange os 83 indicadores totais, e irá ser comparado com os resultados
apresentados por cada empresa. Para o modelo ideal foram encontrados os
seguintes valores:
Tabela 5: Modelo Ideal de Evidenciação de Informações
% das informações
Tipo de informação
7%
Declarativas, ou tipo 1.
71%
Quantitativas não monetárias, ou tipo 2.
22%
Quantitativas monetárias, ou tipo 3.
Fonte: Dados da pesquisa (2008)
Observa-se que para o modelo ideal não foram aceitas inconsistências nos
indicadores, ou seja, todos os indicadores obtiveram algum julgamento de nível 1,2
ou 3.
25
5. Resultados das Análises:
5.1. A evidenciação das informações
Para fazer a composição dos resultados foram utilizados três tipos de
análises. A primeira análise feita foi a evidenciação das informações contidas nos
relatórios das seis empresas analisadas, pelo tipo de evidenciação. Essa análise
utilizou como base os 83 indicadores presentes no modelo GRI apresentados por
cada empresa, e julgados de acordo com o tipo de evidenciação já mostrado na
metodologia.
Os dados apresentados nas tabelas abaixo se referem, em cada item, ao
somatório do número de indicadores julgados por tipo de evidenciação em cada
empresa. O objetivo desta tabela é mostrar quantitativamente a evidenciação das
informações pelas empresas, por tipo, como também traçar uma primeira
comparação entre a evidenciação das empresas e o modelo ideal.
Tabela 6: Quantidade de Evidenciação por tipo de informação e empresa
Tipo
Modelo
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itaú
1
6
11
21
24
6
15
7
2
59
47
38
30
23
32
32
3
18
10
18
10
21
14
11
0
0
15
6
19
33
22
33
Total
83
68
77
64
50
61
50
Fonte: Dados da pesquisa (2008)
Dados apresentados sob forma de porcentagem:
Tabela 7: Quantidade % de Evidenciação por tipo de informação e empresa
Tipo
Modelo
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itaú
1
7%
13%
25%
29%
7%
18%
8%
2
71%
57%
46%
36%
28%
39%
39%
3
22%
12%
22%
12%
25%
17%
13%
Total
100%
82%
93%
77%
60%
73%
60%
Fonte: Dados da pesquisa (2008)
26
De acordo com os dados mostrados acima observa-se que a empresa Natura,
apresenta do total dos 83 indicadores analisados 68 indicadores, ou 82%. O tipo
mais expressivo de evidenciação presente em seu relatório é o de nível 2
(informações quantitativas não monetárias), presente em 57% dos indicadores.
Consecutivamente a evidenciação tipo 1 (informações somente qualitativas),
presente em 13% dos indicadores, e finalmente o tipo 3 (informações qualitativas
monetárias), presente em 12%. A empresa não apresentou 18% dos indicadores.
A empresa Petrobras, apresenta 77 indicadores ao total, ou 93%. O tipo de
evidenciação mais presente é o de nível 2, com 46%. Em seguida a evidenciação de
nível 1, com 25% e com 22% a evidenciação de nível 3. Das empresas analisadas é
a que mais apresenta informações para todos os indicadores, somente, 7% não
foram apresentados.
A Bunge apresenta do total dos 83 indicadores, 64 indicadores, ou 77%. O
tipo de evidenciação mais apresentado no seu relatório foi o de tipo 2, com 36% do
total. Consecutivamente, a evidenciação de nível 1 com 29%, e a evidenciação de
nível 3 com 12%. A empresa não apresentou 23% dos indicadores pedidos.
O Banco Real apresenta do total dos 83 indicadores analisados 50
indicadores, ou 60%. O tipo mais expressivo de evidenciação presente em seu
relatório é o de nível 2 (informações quantitativas não monetárias), presente em 28%
dos indicadores. Consecutivamente a evidenciação tipo 3 (informações qualitativas
monetárias), presente em 25% dos indicadores, e finalmente o tipo 1 (informações
somente qualitativas), presente em 7%. A empresa não apresentou 40% dos
indicadores.
O Bradesco apresenta 61 indicadores ao total, ou 73%. O tipo de
evidenciação mais presente é o de nível 2, com 39%. Em seguida a evidenciação de
nível 1, com 18% e com 17% a evidenciação de nível 3. Para todos os indicadores,
27% não foram apresentados.
E por último o Banco Itaú apresenta do total dos 83 indicadores, 50
indicadores, ou 60%. O tipo de evidenciação mais apresentado no seu relatório foi o
de tipo 2, com 39% do total. Consecutivamente, a evidenciação de nível 3 com 13%,
e a evidenciação de nível 2 com 8%. A empresa não apresentou 40% dos
indicadores pedidos.
27
Como já explicado na metodologia, as diretrizes GRI apresentam uma
subdivisão
dos
indicadores,
entre
indicadores
essenciais
e
indicadores
complementares. Os indicadores essenciais têm o objetivo de identificar os
indicadores com aplicação generalizada e que se presumem relevantes para a
maioria das organizações. Os indicadores complementares representam práticas
emergentes ou questões que podem ser relevantes para algumas organizações,
mas não para outras. Por essa questão concluímos ser relevante analisar
separadamente a postura das empresas somente para os indicadores essenciais,
com a finalidade de mostrar a quantidade informações evidenciadas pelas
empresas. Os resultados obtidos estão nas tabelas abaixo:
Tabela 8: Quantidade de Evidenciação dos Indicadores Essenciais por Tipo
Tipo
Modelo
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itaú
1
5
6
14
16
6
10
6
2
33
31
24
24
19
22
21
3
11
6
11
3
13
7
6
0
0
6
0
6
11
10
16
Total
49
43
49
43
38
39
33
Fonte: Dados da pesquisa (2008)
Dados apresentados sob forma de porcentagem:
Tabela 9: Quantidade de Evidenciação dos Indicadores Essenciais por Tipo em
%
Tipo
Modelo
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itaú
1
10%
12%
29%
33%
12%
20%
12%
2
67%
63%
49%
49%
39%
45%
43%
3
22%
12%
22%
6%
27%
14%
12%
Total
100%
88%
100%
88%
78%
80%
67%
Fonte: Dados da pesquisa (2008)
Ao total as diretrizes GRI estabelecem 49 indicadores essenciais. Observa-se
de acordo com as tabelas que a Petrobras é a única das empresas que apresenta
100% dos indicadores essenciais. O menor nível de evidenciação foi dado pelo
Banco Itaú com 67% do total. Observando os resultados apresentados pelas tabelas
28
pode-se perceber que o nível de evidenciação das empresas no aspecto
“evidenciação das informações” se difere do que deveria ser o ideal a ser divulgado.
A Petrobras, dentre todas as empresas da amostra é a empresa com melhores
resultados, ou seja, é a empresa que mais se aproxima do ideal a ser divulgado.
Respectivamente Natura e Bunge apresentam resultados semelhantes, seguidas do
Banco Bradesco, Banco Real e Banco Itaú.
5.2. Nível de evidenciação das informações comparadas ao modelo ideal
Para a segunda análise foi utilizado o Teste de Correlação Não-Paramétrico
de Spearman’s que, de acordo com Freund e Simon (2000), tecnicamente, visa
medir o grau de associação entre variáveis aleatórias. Portanto, procurou-se
observar com o teste a correlação entre o nível de evidenciação das informações
estabelecidas no modelo ideal e o nível de evidenciação encontrado nos relatórios
de todas as empresas.
Abaixo, apresenta-se o resultado da matriz de correlação, obtida no SPSS®:
Correlations
MODELO NATURA PETROBRA BUNGE BCOREAL BRADESCO
Correlation Coefficient 1,000
,301**
,491**
,283**
,330**
,230*
Sig. (2-tailed)
,
,006
,000
,009
,002
,037
N
83
83
83
83
83
83
NATURA
Correlation Coefficient
,301**
1,000
,448**
,176
,413**
,101
Sig. (2-tailed)
,006
,
,000
,111
,000
,363
N
83
83
83
83
83
83
PETROBRA Correlation Coefficient
,491**
,448**
1,000
,254*
,395**
,352**
Sig. (2-tailed)
,000
,000
,
,020
,000
,001
N
83
83
83
83
83
83
BUNGE
Correlation Coefficient
,283**
,176
,254*
1,000
,270*
,191
Sig. (2-tailed)
,009
,111
,020
,
,013
,084
N
83
83
83
83
83
83
BCOREAL Correlation Coefficient
,330**
,413**
,395**
,270*
1,000
,268*
Sig. (2-tailed)
,002
,000
,000
,013
,
,014
N
83
83
83
83
83
83
BRADESCO Correlation Coefficient
,230*
,101
,352**
,191
,268*
1,000
Sig. (2-tailed)
,037
,363
,001
,084
,014
,
N
83
83
83
83
83
83
ITAU
Correlation Coefficient
,377**
,295**
,316**
,429**
,559**
,364**
Sig. (2-tailed)
,000
,007
,004
,000
,000
,001
N
83
83
83
83
83
83
Spearman's rho MODELO
ITAU
,377**
,000
83
,295**
,007
83
,316**
,004
83
,429**
,000
83
,559**
,000
83
,364**
,001
83
1,000
,
83
**. Correlation is significant at the .01 level (2-tailed).
*. Correlation is significant at the .05 level (2-tailed).
Figura 01: Matriz de Correlação
29
De acordo com o teste, a correlação entre o modelo ideal e as empresas seria
perfeita se o resultado da correlação obtivesse valores mais próximos de 1,00. Como
pode ser observado na primeira coluna nomeada “Modelo”, têm-se o relatório
modelo e observa-se que o nível de significância entre Modelo x Modelo é perfeito,
pois são iguais. Nas outras linhas vão sendo apresentadas todas as empresas,
comparadas ao modelo.
A primeira análise se dá entre a Natura e o modelo ideal. A Natura apresenta
o quarto melhor nível de evidenciação de informações, o nível de correlação entre
eles é de rs=0,301 consideravelmente baixo já que o ideal deveria estar próximo de
1,00. Reafirmando o resultado obtido com as análises da evidenciação apresentado
no capitulo anterior, a Petrobras apresenta melhor coeficiente de correlação com
modelo ideal, rs=0,491, sendo o melhor nível de evidenciação entre as empresas
analisadas. A Bunge apresenta um coeficiente de correlação de rs=0,283, sendo o
quinto relatório em nível de evidenciação comparado o modelo ideal. O relatório do
Banco Real é o terceiro, apresenta o coeficiente de correlação de rs=0,330. O
Bradesco apresenta o nível mais baixo de evidenciação comparado ao modelo ideal,
apresenta um coeficiente de rs=0,230.
Dando seqüência as análises, para comparar o nível de evidenciação das
empresas da amostra utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis: Teste K para Amostras
Independentes, que de acordo com Stevenson (2001) este teste é utilizado para
verificar se três ou mais amostram não relacionadas (independentes) são
provenientes de populações com médias iguais. Para as análises foram utilizados os
83 indicadores como observações, apresentados por cada uma das empresas. As
análises foram feitas de 3 maneiras: entre as empresas que transformam e
comercializam produtos (setor de manufatura); entre os bancos (setor de prestação
de serviço); e entre todas as empresas. Para realização do teste, foram assumidas
as seguintes hipóteses estatísticas: H0 = se a média de evidenciação é igual para
todas as empresas analisadas, ou; H1 = se a media de evidenciação é diferente.
Para testar os dados foi assumido um nível de significância de até 0,05. A
tabela a seguir, apresenta os resultados do referido teste, obtido no programa
SPSS®:
30
Tabela 10: Resultados do teste K-W
Empresas
Variáveis
Asymp. Sig.
Resultados
Conclusão
Manufatura
3
83
0,01
Rejeita Ho
Nível de evidenciação diferente
Bancos
3
83
0,50
Aceita Ho
Nível de evidenciação igual
Todas
6
83
0,02
Rejeita Ho
Nível de evidenciação diferente
Fonte: Dados da pesquisa (2008)
Na primeira análise entre as empresas de manufatura (Natura, Petrobras e
Bunge) o resultado sugeriu a rejeição de H0 denotando que a evidenciação das
informações contidas nos relatórios de sustentabilidade de cada uma das empresas
é diferente. A análise feita entre os bancos sugeriu a aceitação de H0 supondo que a
evidenciação entre as empresas está dentro da mesma média, ou seja, pelo total de
observações as empresas apresentam um mesmo nível de evidenciação das
informações. Já na análise comparativa de todas as empresas, os resultados
apresentados sugeriram a rejeição de H0 supondo que a evidenciação das
informações contidas nos relatórios de sustentabilidade de cada uma das empresas
é diferente, explicado principalmente pelas empresas pertencerem a setores de
atividades diferentes, como na primeira análise comparativa.
6. Conclusão
Supõe-se a importância de se evidenciar quaisquer esforços que sejam feitos
em prol do bem comum, principalmente quando se fala da utilização moderada dos
recursos naturais para a preservação do meio ambiente. Alem disso viver em
sociedade implica em ser responsável com suas atitudes para que seja possível
viver em harmonia e com qualidade de vida.
Várias empresas, como fora explicado no decorrer desta pesquisa, têm se
conscientizado do seu importante papel na sociedade e tem buscado agir de acordo
com as propostas para um desenvolvimento sustentável, aliando a geração de valor
para seus acionistas e stakeholders sem agredir o meio ambiente e a sociedade em
que vivemos.
Com o argumento de que a geração de informações sustentáveis é um
assunto importante a ser discutido, e que a evidenciação dessas informações é
necessária para assegurar um nível de qualidade dos relatórios, essa pesquisa se
propôs a fazer análises acerca do comportamento de grandes empresas do cenário
31
brasileiro de negócios para saber o comprometimento das mesmas com o meio
ambiente e com a sociedade, priorizando descobrir o nível de evidenciação dessas
informações.
Para o cumprimento dos objetivos propostos pela pesquisa, realizou-se
inicialmente uma revisão de literatura visando reunir os aspectos ligados à pesquisa,
determinando também o patamar de estudos a cerca do assunto. Reunimos todos os
aspectos ligados a sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, bem como
informações sobre a publicação atual de relatórios de sustentabilidade, focando os
relatórios publicados de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Global
Reporting Initiative – GRI.
A pesquisa foi feita analisando os relatórios de sustentabilidade das empresas
com nível de evidenciação A+, publicadas pela GRI no ano de 2008: Natura
Cosméticos, Petrobras, Bunge, Banco Real, Banco Bradesco e Banco Itaú. As
análises partiram da evidenciação das informações apresentadas nos relatórios
pelas empresas, dando ênfase aos indicadores de desempenho econômicos,
ambientais e sociais. Foi utilizado como base para análises técnicas de análise de
conteúdo qualitativas e quantitativas tendo como unidade de análise os 83
indicadores GRI, como também foram utilizados para analisar os dados, testes nãoparamétricos para medir o grau de evidenciação das informações das empresas
comparadas ao um modelo ideal de evidenciação e entre as mesmas.
Respondendo ao objetivo geral deste trabalho que foi identificar qual o nível
de evidenciação das informações sócio-ambientais dos relatórios de sustentabilidade
no ano de 2007 das empresas consideradas com nível de aplicação A+ pelo Global
Reporting Initiative, com base nos dados obtidos pela pesquisa podemos concluir
que:
As empresas selecionadas não atenderam prontamente ao nível de
evidenciação proposto pelas Diretrizes GRI. É perceptível que em vários aspectos
analisados as empresas não atenderam as recomendações da norma. Entretanto é
importante ressaltar que não foi intenção dessa pesquisa avaliar se a empresa está
agindo da melhor forma com relação às suas responsabilidades sócio-ambientais.
Mesmo porque em todos os relatórios analisados foi incontestável o grau de
comprometimento e a preocupação das empresas em demonstrarem a realidade de
suas atividades e o seu compromisso com a responsabilidade sócio-ambiental.
32
Quanto à apresentação dos relatórios, recentemente foi sugerido pela GRI
que as empresas apresentassem um Sumário Remissivo dos Indicadores GRI e sua
devida localização no relatório já que a quantidade de indicadores é alta e os temas
abrangidos são bastante extensos. Todas as empresas analisadas possuem o
sumário em seus relatórios, contudo a subjetividade na forma de apresentação do
relatório dificulta a localização da informação.
Foi percebido também que a falta da obrigatoriedade e parametrização para a
publicação de informações sustentáveis ainda apresenta um problema no quesito
comparabilidade. Apesar dos relatórios abrangerem quase toda a totalidade dos
aspectos pedidos pelas diretrizes GRI, a falta de parametrização, desde a forma de
apresentação do relatório até as exigências de evidenciação do conteúdo, atrapalha
os usuários a encontrarem as informações de que precisam.
Ainda nesse sentido as informações dispostas pelas empresas muitas vezes
não atenderam ao nível de evidenciação sugerido pela norma, como exemplo, a
maioria dos indicadores deveriam ser apresentados sob a forma quantitativa
evidenciados em porcentagem, ou ainda sob a forma quantitativa monetária, o que
não ocorreu. Essas diferenças podem ser percebidas nos dados da análise de
evidenciação das informações contidas nos relatórios.
Quanto ao nível de evidenciação das informações, foram obtidos os
resultados a partir da aplicação de um teste estatístico que mediu o grau de
evidenciação entre o relatório de sustentabilidade das empresas comparado ao nível
de evidenciação ideal. Os resultados mostraram que nenhuma das empresas
atendeu ao nível ideal. O mais próximo do nível ideal foi o relatório apresentado pela
empresa Petrobras com um grau de aproximadamente 49% do ideal proposto pela
norma GRI.
Foi analisado também se havia diferenças entre o nível de evidenciação das
empresas. Constatou-se que entre os bancos, Real Bradesco e Itaú, o nível de
evidenciação foi considerado o mesmo. Já entre a Natura, Petrobras e Bunge o nível
de evidenciação foi diferente.
Sabe-se que há muitas variáveis que impactam a forma de apresentação dos
dados por uma empresa: a atividade, o tamanho, o setor de atuação, o volume de
negócios, quantidade de serviços prestados ou de produtos produzidos entre outros.
Entretanto as diretrizes GRI são aplicáveis a empresas de vários tamanhos,
33
exatamente por possuir uma gama de informações que podem ser abordadas por
todo o tipo de empresas.
Apesar de a amostra ser pequena, composta por seis empresas, é importante
lembrar que essas são consideradas A+, nível mais alto de evidenciação. Portanto
essa pesquisa mostra que ainda há melhorias a serem feitas pelas organizações
para que se alcancem uma excelência na publicação de informações sustentáveis. É
importante salientar que essa melhoria vem sendo percebida ao longo dos anos
através dos resultados de pesquisas anteriores que, como esta, intencionaram
mostrar à sociedade aspectos relevantes acerca do mundo em que vivemos através
da utilização de ferramentas de análises para a obtenção e interpretação de dados e
fatos.
Por fim, diante da importância do tema, sugere-se que pesquisas futuras
possam vir a complementar este estudo. Pesquisas com amostras maiores,
contendo uma quantidade maior de empresas que publicam de acordo com os
padrões GRI, que compreendam um período maior de tempo, ou ainda estudos
comparativos entre as publicações de empresas brasileiras e empresas de outros
países.
7. Referências Bibliográficas
ACE (Articulação Nacional para a Cidadania Empresarial, 2008) - Artigo: O que é
SER. Disponível em: <http://www.redeace.org.br/> (Acesso em: 13/08/2008)
ALMEIDA, P. A.(Org.) Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo:
Editora Saraiva, 2ª Edição, 2005.
ASSAF NETO, A. Finanças coorporativas e valor . 3ª Edição. São Paulo: Atlas,
2007.
BALANÇO SOCIAL - disponível em <www.balancosocial.org.br>. (Acesso em:
14/05/2008)
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa, 1977.
CECCATO, M. M. Desenvolvimento Sustentável, (Universidade Paulista, Brasil)
Disponível em:
<http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt2.html> (Acesso em 22/10/2008).
34
CESAR, J.; SILVA JUNIOR, A. A relação entre a responsabilidade social e
ambiental com o desempenho financeiro: um estudo empírico na BOVESPA no
período de 1999 a 2006. Disponível em:
https://www.furb.br/especiais/download/370716-345600/cue%20327%20%20index3.php.pdf. (Acesso em 13/11/2008).
CLARKSON, P M; LI, Y; RICHARDSON, G. D; VASVARI, F. P. Revisiting the
relation between environmental performance and environmental disclosure: An
empirical analysis. Accounting, Organizations and Society. doi: 10.1016/j. aos.
2007.05.003
DIRETRIZES G3 GRI – Globral Reporting Initiative. Diretrizes para a elaboração
de relatório de sustentabilidade. Junho 2002.
FREUND, J. E, e SIMON, G. A. Estatística Aplicada a Economia Administração e
Contabilidade. Porto Alegre: Editora Bookman, 2000.
FUNDAÇÃO BRASILEIRA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (FBDS)
- Sustentabilidade Corporativa. O planeta já pensa assim. E sua empresa?
Disponível
em:
http://www.fbds.org.br/article.php3?id_article=65
(Acesso
em:
15/11/2008)
GASPARINO, M. F. e RIBEIRO, M. S.. Evidenciação Ambiental: Comparação
entre empresas do setor de papel e celulose dos Estados Unidos e Brasil.
Monografia de Graduação USP, 2005.
GRI - GLOBAL REPORTING INITIVE: Disponível em: www.globalreporting.org
(Acesso em 17/03/08)
GUIA EXAME DE SUSTENTABILIDADE 2007, Revista Exame, Disponível em:
<portalexame.abril.com.br> (Acesso em: 23/07/2008)
HERCULANO, S. Desenvolvimento Sustentável: como passar do insuportável
ao sofrível. (Publicado na Revista Tempo e Presença. Rio de Janeiro: CEDI, nº 261,
ano 14, jan/fev1992, pp. 12 – 15.)
INSTITUTO ETHOS - Disponível em: <www.ethos.org.br> (Acesso em: 19/03/08)
ISE, BOVESPA - Disponível em:
http://www.bovespa.com.br/Mercado/RendaVariavel/Indices/FormConsultaApresenta
caoP.asp?indice=ISE (Acesso em 20/11/2008).
35
KITAHARA, J. R. Responsabilidade Social e desempenho financeiro de
empresas: Um estudo empírico utilizando o Balanço Social padrão IBASE.
Dissertação de Mestrado. (Mestrado em Administração.) FEA – Universidade de São
Paulo. 2007.
KROETZ, C. E. S. Balanço social: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.
MATIAS, A. B. Finanças Corporativas de longo prazo. Criação de valor com
sustentabilidade financeira. São Paulo : Editora Atlas, 2007.
NETO, F. P. ; FROES, C. Gestão da responsabilidade social corporativa: o caso
Brasileiro. Rio de Janeiro : Editora Qualitymark, 2ª Edição, 2001.
NOSSA, V. Evidenciação Ambiental: uma análise do conteúdo dos relatórios
ambientais de empresas do setor de papel e celulose em nível internacional,
Tese de Doutorado, 2002.
NOSSA, V.; CARVALHO, L. N. G. Uma análise de conteúdo do disclosure
ambiental de empresas do setor de papel e celulose em nível internacional. In:
ENANPAD, 27, 2003, Atibaia-SP. Anais… Rio de Janeiro: ANPAD, 2003. CD-ROM.
PRESTON, L.E., O’BANNON, D. P. The corporate social-financial performance
relationship. Business and Society. Thousand Oaks. V.36, n. 36, p.419-429, Dec.
1997.
REVISTA AMANHA - Sustentabilidade: O Triple Bottom Line Disponível em:
http://www.amanha.com.br/NoticiaDetalhe.aspx?NoticiaID=c2ca4509-748d-471ca1cf-9ec69887bceb (Acesso em 07/11/2008).
RIBEIRO, A. M.; BELLEN, H. M. V. Evidenciação ambiental, uma comparação do
nível de evidenciação entre relatórios de empresas brasileiras. Monografia de
Graduação Universidade Federal de Santa Catarina, 2007.
ROQUE, V.; CORTEZ, M. C. A divulgação e informação ambiental e a
performance financeira de empresas cotadas em Portugal. Revista de Estudos
Politécnicos. V.6, n 5/6, p. 119-143, 2006.
SANTANA, N. B.; PÉRICO, A. E.; REBELATTO, D. A. do N. Investimento em
Responsabilidade Sócio-ambiental de empresas distribuidoras de energia
elétrica: uma análise por envoltória de dados. Revista Gestão Industrial. V.02,
n.04, p.124-139, 2006.
36
SILVA, R. B.; PERES M. A. Balanço Social X Padronização: uma análise a
Companhia Siderúrgica de Tubarão nos períodos de 1998 a 2004. Monografia de
graduação. Espírito Santo: UFES, 2005.
SOARES, G. Sustentabilidade é valor no Mercado financeiro. Revista Relação
com Investidores. São Paulo, n. 74, p. 38-40, junho 2006.
STEVENSON, W. J.; Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra,
2001.
TINOCO, J. E. P. Balanço social: uma abordagem da transparência e da
Responsabilidade pública das organizações. São Paulo: Atlas, 2001.
WISEMAN, J. An evaluation of environmental disclosures made in corporate
annual reports. Accounting, Organization and Society, Vol.7, Nº 1, 1982.
37
APÊNDICE A:
Evidenciação do conteúdo dos relatórios GRI
CONTEÚDO DO RELATÓRIO
Ideal
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itau
Perfil
3
3
3
3
3
3
3
Forma de gestão
3
3
3
3
3
3
3
Indicadores de desempenho
3
3
3
3
3
3
3
Sumario índice remissivo GRI
2
1
2
2
2
2
2
INDICADORES DE DESEMPENHO
01. Indicadores de Desempenho Econômico
Aspecto: desempenho econômico
Ec1
3
3
3
3
3
3
3
Ec2
3
2
2
3
3
1
2
Ec3
3
3
2
2
3
3
3
Ec4
3
3
3
ñ apresenta
3
ñ apresenta
ñ apresenta
Ec5
3
2
3
3
3
3
3
Ec6
3
3
3
2
3
ñ apresenta
2
Ec7
2
2
2
2
1
1
ñ apresenta
Aspecto: impactos econômicos
indiretos
Ec8
3
2
3
3
3
2
3
Ec9
3
3
2
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
Aspecto: presença no mercado
02. Indicadores de Desempenho Ambiental
Aspecto: materiais
En1
2
2
1
2
2
ñ apresenta
2
En2
2
2
1
2
2
2
2
En3
2
2
2
2
2
2
2
En4
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
En5
2
2
2
ñ apresenta
2
ñ apresenta
En6
2
Aspecto: energia
ñ
apresenta
2
3
1
2
2
ñ apresenta
2
ñ
apresenta
2
ñ apresenta
ñ apresenta
2
ñ apresenta
En8
2
2
2
2
2
1
2
En9
2
1
1
1
ñ apresenta
1
ñ apresenta
En10
2
2
1
2
ñ apresenta
1
2
En11
2
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
En12
2
2
2
2
ñ apresenta
3
ñ apresenta
En13
2
2
3
2
ñ apresenta
2
ñ apresenta
En14
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
3
ñ apresenta
En15
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
Aspecto: emissões, efluentes e
resíduos.
En16
2
2
2
2
2
2
2
En17
2
2
1
ñ apresenta
2
2
2
En7
Aspecto: água
Aspecto: biodiversidade
38
En18
2
2
2
2
ñ apresenta
2
2
1
2
ñ apresenta
2
ñ apresenta
2
2
ñ apresenta
2
ñ apresenta
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
2
2
3
2
2
En19
2
En20
2
En21
2
ñ
apresenta
ñ
apresenta
2
En22
2
2
2
En23
2
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
En24
2
2
1
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
En25
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
En26
2
2
3
1
3
2
3
En27
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
2
ñ apresenta
3
ñ
apresenta
3
2
ñ apresenta
3
ñ apresenta
2
2
2
ñ apresenta
2
1
2
3
2
3
3
ñ apresenta
ñ apresenta
3
Aspecto: produtos e serviços
Aspecto: conformidade
En28
Aspecto: transporte
En29
Aspecto: geral
En30
03. Indicadores de Desempenho Social
03.01. Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente
Aspecto: emprego
La1
2
2
2
2
2
2
2
La2
2
2
2
2
2
2
2
La3
2
2
2
1
3
ñ apresenta
2
Aspecto: relações entre os
trabalhadores e a governança
La4
2
1
2
2
2
2
2
La5
2
1
2
1
1
ñ apresenta
1
Aspecto: saúde e segurança no
trabalho
La6
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
2
2
La7
3
2
2
2
2
2
2
La8
1
1
1
1
2
1
1
La9
1
1
1
1
ñ apresenta
2
2
La10
2
2
2
2
2
2
2
La11
2
2
2
1
3
ñ apresenta
2
La12
2
1
1
1
ñ apresenta
2
2
Aspecto: diversidade e igualdade de
oportunidades
La13
2
1
2
2
2
2
2
La14
3
3
2
2
2
2
2
Aspecto: práticas de investimento e de
processos de compra
Hr1
2
2
1
1
2
ñ apresenta
ñ apresenta
Hr2
2
2
2
1
2
3
2
Hr3
2
2
2
ñ apresenta
3
3
ñ apresenta
2
2
2
ñ apresenta
1
2
ñ apresenta
Aspecto: treinamento e educação
03.02. Direitos Humanos
Aspecto: não discriminação
Hr4
39
Aspecto: liberdade de associação e
negociação coletiva
Hr5
2
2
1
1
1
2
ñ apresenta
Hr6
2
2
3
1
2
1
ñ apresenta
Aspecto: trabalho forçado ou análogo
ao escravo
Hr7
2
2
1
1
3
1
ñ apresenta
2
1
1
1
ñ apresenta
1
2
2
ñ
apresenta
1
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
1
3
1
1
3
2
2
2
2
1
1
2
2
2
So3
2
ñ
apresenta
1
1
2
1
2
So4
1
2
3
1
1
2
ñ apresenta
1
1
1
1
1
ñ apresenta
1
3
ñ
apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
1
1
2
ñ
apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
3
ñ
apresenta
3
ñ apresenta
3
3
3
2
2
3
1
3
1
1
Pr2
2
ñ
apresenta
ñ apresenta
3
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
Aspecto: rotulagem de produtos e
serviços
Pr3
2
2
1
1
ñ apresenta
1
1
Pr4
2
ñ
apresenta
ñ apresenta
3
3
ñ apresenta
ñ apresenta
Pr5
2
2
2
2
2
2
2
1
1
1
2
ñ apresenta
1
1
2
ñ
apresenta
ñ apresenta
1
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
2
ñ
apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
3
ñ apresenta
3
ñ
apresenta
3
1
3
3
3
Aspecto: trabalho infantil
Aspecto: práticas de segurança
Hr8
Aspecto: direitos indígenas
Hr9
03.03. Sociedade
Aspecto: comunidade
So1
Aspecto: corrupção
So2
Aspecto: políticas públicas
So5
So6
Aspecto: concorrência desleal
So7
Aspecto: conformidade
So8
03.04. Responsabilidade pelo Produto
Aspecto: saúde e segurança do cliente
Pr1
Aspecto: comunicações de marketing
Pr6
Pr7
Aspecto: conformidade
Pr8
Aspecto: compliance
Pr9
40
APÊNDICE B:
Matriz de resultados - Evidenciação das Informações
MATRIZ DE RESULTADOS
Nível
Ideal
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itaú
1
6
11
21
24
6
15
7
2
59
47
38
30
23
32
32
3
18
10
18
10
21
14
11
ñ apresenta
0
15
6
19
33
22
33
Indi. totais
83
83
83
83
83
83
83
Indi.
Apresent.
83
68
77
64
50
61
50
100%
82%
93%
77%
60%
73%
60%
Qtd. indi. %
MATRIZ DE RESULTADOS EM %
Nível
Ideal
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itaú
1
7%
13%
25%
29%
7%
18%
8%
2
71%
57%
46%
36%
28%
39%
39%
3
22%
12%
22%
12%
25%
17%
13%
TOTAL
100%
82%
93%
77%
60%
73%
60%
APÊNDICE C:
Estrutura dos Indicadores Essenciais
INDICADORES DE DESEMPENHO
Ideal
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itaú
Ec1
3
3
3
3
3
3
3
Ec2
3
2
2
3
3
1
2
Ec3
3
3
2
2
3
3
3
Ec4
3
3
3
ñ apresenta
3
ñ apresenta
ñ apresenta
Ec6
3
3
3
2
3
ñ apresenta
2
Ec7
2
2
2
2
1
1
ñ apresenta
3
2
3
3
3
2
3
En1
2
2
1
2
2
ñ apresenta
2
En2
2
2
1
2
2
2
2
En3
2
2
2
2
2
2
2
En4
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
2
2
2
2
2
1
2
2
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
01. Indicadores de desempenho Econômico
Aspecto: desempenho econômico
Aspecto: presença no mercado
Aspecto: impactos econômicos indiretos
Ec8
02. Indicadores de Desempenho Ambiental
Aspecto: materiais
Aspecto: energia
Aspecto: água
En8
Aspecto: biodiversidade
En11
41
En12
2
2
2
2
ñ apresenta
3
ñ apresenta
En16
2
2
En17
2
2
2
2
2
2
2
1
ñ apresenta
2
2
2
1
2
ñ apresenta
2
ñ apresenta
2
2
ñ apresenta
2
ñ apresenta
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
2
Aspecto: emissões, efluentes e resíduos:
En19
2
En20
2
En21
2
ñ
apresenta
ñ
apresenta
2
En22
2
2
2
2
3
2
2
En23
2
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
ñ apresenta
En26
2
2
3
1
3
2
3
En27
2
2
2
ñ apresenta
ñ apresenta
2
ñ apresenta
3
ñ
apresenta
3
2
ñ apresenta
3
ñ apresenta
Aspecto: produtos e serviços
Aspecto: conformidade
En28
Aspecto: transporte
03. Desempenho Social
03.01. Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente
Aspecto: emprego
La1
2
2
2
2
2
2
2
La2
2
2
2
2
2
2
2
Aspecto: relações entre os trabalhadores e
a governança
La4
2
1
2
2
2
2
2
La5
2
1
2
1
1
ñ apresenta
1
La7
3
2
2
2
2
2
2
La8
1
1
1
1
2
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
1
2
2
2
2
2
3
3
2
2
2
2
2
Aspecto: práticas de investimento e de
processos de compra
Hr1
2
2
1
1
2
ñ apresenta
ñ apresenta
Hr2
2
2
2
1
2
3
2
2
2
2
ñ apresenta
1
2
ñ apresenta
2
2
1
1
1
2
ñ apresenta
Hr6
2
2
3
1
2
1
ñ apresenta
Aspecto: trabalho forçado ou análogo ao
escravo
Hr7
2
2
1
1
3
1
ñ apresenta
Aspecto: saúde e segurança no trabalho
Aspecto: treinamento e educação
La10
Aspecto: diversidade
oportunidades
La13
e
igualdade
de
La14
03.02. Direitos Humanos
Aspecto: não discriminação
Hr4
Aspecto: liberdade
negociação coletiva
Hr5
de
associação
e
Aspecto: trabalho infantil
Aspecto: práticas de segurança
03.03. Sociedade
42
Aspecto: comunidade
So1
1
3
1
1
3
2
2
2
2
1
1
2
2
2
So3
2
ñ
apresenta
1
1
2
1
2
So4
1
2
3
1
1
2
ñ apresenta
1
1
1
1
1
ñ apresenta
1
3
ñ
apresenta
3
ñ apresenta
3
3
3
2
2
3
1
3
1
1
2
2
1
1
ñ apresenta
1
1
1
1
1
2
ñ apresenta
1
1
3
ñ
apresenta
3
1
3
3
3
Aspecto: corrupção
So2
Aspecto: políticas públicas
So5
Aspecto: conformidade
So8
03.04. Responsabilidade pelo produto
Aspecto: saúde e segurança do cliente
Pr1
Aspecto: rotulagem de produtos e serviços
Pr3
Aspecto: comunicações de marketing
Pr6
Aspect: compliance
Pr9
APENDICE D:
Matriz de resultados – Indicadores essenciais
MATRIZ DE RESULTADOS
Nível
Ideal
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itaú
1
5
6
14
16
6
10
6
2
33
31
24
24
19
22
21
3
11
6
11
3
13
7
6
ñ apresenta
0
6
0
6
11
10
16
Indi. totais
49
49
49
49
49
49
49
Indi. Apresent.
Qtd. indi. %
49
43
49
43
38
39
33
100%
88%
100%
88%
78%
80%
67%
MATRIZ DE RESULTADOS EM %
Nível
Ideal
Natura
Petrobras
Bunge
B. Real
Bradesco
Itaú
1
10%
12%
29%
33%
12%
20%
12%
2
67%
63%
49%
49%
39%
45%
43%
3
22%
12%
22%
6%
27%
14%
12%
TOTAL
100%
88%
100%
88%
78%
80%
67%
43
ANEXO A:
Listagem das Empresas que relataram conforme GRI no ano de 2008.
Fonte: (GRI, 2008)
Publication
Year
2008
G3
Application
Level
A+
GRI-checked
Brazil
Latin America
Financial Services
G3
C
Self-declared
Brazil
Latin America
Energy utilities
2008
G3
C
Self-declared
Brazil
Latin America
Energy utilities
Relatório Anual de Sustentabilidade 2007
2008
G3
A
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy
RELATÓRIO PARA A SOCIEDADE
2008
G3
B+
GRI-checked
Brazil
Latin America
Aracruz Celulose SA
Relatorio Anual de Sustentabilidade 2007
2008
G3
Undeclared
Brazil
Latin America
Banco Bradesco
2007 Sustainability Report
2008
G3
A+
Third-party-checked
Brazil
Latin America
Mining
Forest and Paper
Products
Financial Services
Banco do Brasil
2007 Sustainability Report
2008
G3
B
Third-party-checked
Brazil
Latin America
Financial Services
Banco Itau Holding
Sustainability Report 2007
2008
G3
A+
GRI-checked
Brazil
Latin America
Bunge
Partnership for Sustainability
2008
G3
A+
Third-party-checked
Brazil
Latin America
Caixa Economico Federal
2007 Social Report
2008
G3
C
Self-declared
Brazil
Latin America
Celulose Irani S.A.
Relatório de Sustentabilidade 2007
2008
G3
B+
Third-party-checked
Brazil
Latin America
CEMIG s
Sustainability Report 2007
2008
G3
B
Self-declared
Brazil
Latin America
Financial Services
Food and Beverage
Products
Financial Services
Forest and Paper
products
Mining
Coelba
Relatorio de sustentabilidade 2007
2008
G3
B
Self-declared
Brazil
Latin America
Energy
Coelce
Relatório Anual de Sustentabilidade 2007
2008
G3
A
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy Utilities
Copagaz
2008
G3
C
Self-declared
Brazil
Latin America
Energy Utilities
2008
G3
A
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy Utilities
CPFL Energia
Relatorio Socioambiental 2006
Annual Management and Sustainability Report
2007
2008 Anual Report
2008
G3
A
Self-declared
Brazil
Latin America
Energy
Dedini
2007 Relatorio de Sustenibilidade
2008
G3
C
Third-party-checked
Brazil
Latin America
Equipment
Duratex
Relatório Annual 2007
2008
G3
C
Self-declared
Brazil
Latin America
Consumer Durables
Eletropaulo
2008 Sustainability Report
2008
G3
Undeclared
Brazil
Latin America
Energy Utilities
Endesa Brasil
Relatório Anual de Sustentabilidade 2007
2008
G3
B
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy Utilities
Endesa Cachoeira
Relatório Anual de Sustentabilidade 2007
2008
G3
C
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy Utilities
Endesa CIEN
Relatório Anual de Sustentabilidade 2007
2008
G3
C
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy Utilities
Name Organization
Report Title
ABN AMRO REAL
Sustainability Report 2006-2007
AES Electropaulo
2007 Sustainability Report
2008
AES Tietê SA
2007 Sustainability Report
Ampla
Anglo American Brasil
Copel
Guidelines
Status
Country
Region
Sector
44
Endesa Fortaleza
Relatório Anual de Sustentabilidade 2007
2008
G3
C
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy Utilities
Energias do Brasil
RELATÓRIO ANUAL 2007
2008
G3
B+
GRI-checked
Brazil
Latin America
Eternit S. A.
Relatório Anual 2007
2008
G3
C
Self-declared
Brazil
Latin America
Galvão Engenharia S/A
2007 Galvao Annual Report
Relatorio de Responsabilidade Corporativa
2007
2007 Relatorio de Sustenibilidade e
Responsabilidade Social
Sustainability Report 2007
2008
G3
C
Self-declared
Brazil
Latin America
Energy Utilities
Construction
Materials
Construction
2008
G3
C
Self-declared
Brazil
Latin America
Media
2008
G3
B
Third-party-checked
Brazil
Latin America
2008
G3
B+
Self-declared
Brazil
Latin America
Relatório de Sustentabilidade 2007
2007 Relatório de Sustenibilidade e
Responsabilidade Social
2008
G3
B
Self-declared
Brazil
Latin America
2008
G3
B+
Third-party-checked
Brazil
Latin America
Natura Cosméticos
Relatório anual 2007
2008
G3
A+
GRI-checked
Brazil
Latin America
Petrobras
Social and Environmental Report 2007
2008
G3
A+
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy Utilities
Health Care
Products
Household and
Personal Products
Energy
Tractebel Energia
Relatório Anual de Sustentabilidade
2008
G3
C
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy Utilities
Unilever Brazil
2007 Sustainability Report
2008
G3
C
Self-declared
Brazil
Latin America
Conglomerates
Usina São Manoel
Relatório de Sustentabilidade 2007
2008
G3
B
GRI-checked
Brazil
Latin America
Energy
Vale
Relatório de Sustentabilidade 2007
2008
G3
B+
GRI-checked
Brazil
Latin America
Mining
Wal-mart Brazil
Relatorio de Sustentabilidade 2008
2008
G3
C
GRI-checked
Brazil
Latin America
Retailers
Grupo Estado
Holcim Brazil
Itaipu Binacional
Light S.A.
Medley
Construction
Materials
Energy
45
1
Download

1 ANÁLISE DOS NÍVEIS DE EVIDENCIAÇÃO DOS RELATÓRIOS