INDICADORES Brasil Econom ico Ações da Cyrela ON (em R$) 14,45 15,02 14,47 14,27 14,04 www.brasileconomico.com.br 08/01 09/01 10/01 13/01 14/01 Yasuyoshi Chiba/AFP PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . QUARTA-FEIRA 15 DE JANEIRO DE 2014 . ANO 5 . Nº 1.098 . R$ 3,00 Menos tolerância a ‘apaguinhos’ Está em consulta pública na Aneel nova regulamentação que limita a defesa das distribuidoras em casos de falha no fornecimento de energia. Ficará mais difícil recorrer à Justiça contra multas. P6 ‘O Brasil precisa de mais gás’ Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, tem se reunido com empresas e autoridades do setor em busca de alternativas para ampliar suprimento do combustível. P4e5 TELEFONIA Murillo Constantino COPA Cade aprova fusão da Oi com Portugal Telecom A decisão, publicada ontem, aprova a operação sem restrições, por entender que a fusão não provocará qualquer prejuízo à concorrência do setor no Brasil. P13 CARTÕES FINANÇAS FirstData fecha acordo no país Boa expectativa para IPO este ano Depois de quase 12 anos instalada no Brasil, a americana fechou com o Bancoop a sua primeira parceria. P20 Analistas da EY esperam movimento recorde no mundo e acreditam que demanda represada beneficiará país. P18 José Efromovich, presidente da Avianca Avianca tabela preço de voo A Companhia fixou teto em R$ 999, como a Azul. E a TAM anuncia investimentos. P11 AUTOMANIA Em tempos de espionagem, declaração sobre GPS causa transtorno à Ford. P17 SOJA Seca prejudica safra. Mato Grosso do Sul e Goiás têm perdas de 10%. P7 INDÚSTRIA Setor pagou menos horas em novembro, mas emprego ficou estável. P9 EDUCAÇÃO Descredenciamento da Gama Filho é o fim de longo período de descaso. P10 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 MOSAICO POLÍTICO GILBERTO NASCIMENTO [email protected] LULA E DILMA VÃO PARA A TV “ Tudo é prioridade atualmente. Mas por enquanto vou ficar quieto. Falo na hora certa” O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Américo Dias, assume oficialmente nesta sexta-feira a Secretaria Nacional de Comunicação do PT. Uma das primeiras ações dele no novo cargo é articular o formato da participação do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, nos programas estaduais de TV do partido. O dirigente destaca que os petistas têm direito à campanha institucional de TV na maioria dos estados entre os meses de fevereiro e abril. A ideia é usar a imagem de ambos e de seus governos como símbolos das políticas defendidas e praticadas pelo partido. Além de líderes partidários regionais, o formato deve ser discutido também com o marqueteiro João Santana e o jornalista Franklin Martins, que devem cuidar da comunicação da campanha presidencial. Antonio Cruz/ABr O vereador dá como certa a participação de Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Lula, na campanha de Dilma. O ex-ministro nega que tenha conversas com a direção nacional do PT para colaborar com a campanha. José Américo assume o cargo pouco depois da crise provocada pela divulgação no perfil oficial do partido em redes sociais de um texto sem assinatura com críticas pessoais ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), antigo aliado que será adversário nas eleições. Os perfis do partido nas redes sociais vêm sendo comandados pelo vice-presidente Alberto Cantalice, que teria aprovado a publicação. O vice-presidente pretende continuar cuidando das redes sociais, que não seriam integradas às estratégias de comunicação. José Américo diz que Cantalice tem atuado na área “por enquanto”. Xico Graziano José Jorge Aeroportos: autorização revogada A Secretaria Nacional de Aviação Civil revogou a decisão publicada na semana passada que permitia a concessão à iniciativa privada de cinco aeroportos paulistas usados pela aviação executiva: Jundiaí, Bragança Paulista, Campinas (Amarais), Ubatuba e Itanhaém. Os aeroportos atualmente são administrados pelo governo de São Paulo, que conduzia um processo licitatório para a concessão dos cinco por 30 anos. O governo paulista manifestou “perplexidade” com a revogação. Divulgação O bem-amado secretário de Haddad Vice pode esperar Igreja pede reabilitação de Padre Cícero Para o deputado Duarte Nogueira, presidente estadual do PSDB paulista, o partido não deve decidir agora quem será o vice do governador Geraldo Alckmin, que vai disputar a reeleição. Ele diz que o momento é de negociar com os partidos da base que não terão candidatos ao governo. O 13º Encontro das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), encerrado no sábado em Juazeiro do Norte (CE), foi marcado por manifestações em apoio à reabilitação de Padre Cícero, um ícone da religiosidade cearense, morto há 79 anos. Visto pelos nordestinos como um santo milagreiro, passou a atrair multidões. A Santa Sé o acusou de “herege”. O italiano dom Fernando Panico, bispo da diocese de Crato, cidade vizinha, é responsável pelo processo encaminhado ao Vaticano que resgata a sua imagem. Hoje, Padre Cícero reúne dois milhões de romeiros ao ano em Juazeiro. Agora, ele pode ser beatificado e canonizado. Pelo povo, já foi. CARTAS Ex-deputado, escolhido para ser coordenador da campanha de Aécio Neves na internet Se for confirmado na Casa Civil do governo federal, o ministro Aloizio Mercadante ouvirá as demandas da Prefeitura de São Paulo de um aliado. Chico Macena deve assumir a Secretaria de Governo da gestão de Fernando Haddad. Macena é considerado próximo também do ministro Alexandre Padilha, que será candidato do PT a governador. Com Leonardo Furhmann Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). E-mail: [email protected] As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Só desculpas para a má conservação das ferrovias Investimento em ferrovias agilizaria transporte no país Empresariado precisa investir em malha ferroviária A privatização das ferrovias completa 17 anos em 2014 e o cenário deste transporte não mudou. A desculpa da ALL é de que recebeu uma ferrovia sucateada porém, de lá para cá, nada melhorou. Se o governo não tiver coragem para mudar, como o argentino, ainda continuará colocando dinheiro público como o do BNDES. As ferrovias no Brasil são muito deficientes. O governo federal só quer arrecadar impostos do brasileiro com pedágios abusivos, péssimas rodovias, IPVA e seguros. Faltam investimentos que poderiam trazer o progresso e agilizar o transporte e a logística de cargas sobre trilhos, com a redução de custos. A ideia das concessões era para que as operadoras revitalizassem as ferrovias tornando-as lucrativas e prontas para o público. Podemos dizer que grande parte das linhas hoje está totalmente abandonada. Espero que o empresariado fique de olho e tente incentivar a volta deste modal tão necessário para um país hoje rodoviário. Edson Caio Vinícius Novais Vagner Alexandre Curtiba, PR Campinas, SP Itapevi, SP INDICADORES Na contramão dos papéis ligados às commodities, as ações do setor financeiro tiveram um bom desempenho na sessão de ontem e puxaram a alta do Ibovespa. TAXAS DE CÂMBIO ▲ Dólar comercial (R$ / US$) COMPRA VENDA 2,3551 2,3561 ▼ Euro (R$ / E) 3,2205 3,2218 JUROS ■ Selic (ao ano) META EFETIVA BOLSAS ▲ Bovespa - São Paulo ▲ Dow Jones - Nova York ▲ FTSE 100 - Londres 10% VAR. % 9,9% ÍNDICES 0,56 47.703 0,71 16,373.86 0,14 6,766.86 Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 3 ▲ Gláucio Dettmar BRASIL REFORMA MINISTERIAL Dilma diz que tem pouco para o PMDB A presidenta Dilma Rousseff disse ao vice-presidente Michel Temer, em reunião na segunda-feira, que está encontrando dificuldades para ampliar o espaço do PMDB na Esplanada dos Ministérios, devido aos muitos pedidos dos partidos que engrossaram a base aliada no Congresso, segundo relato de uma fonte do Palácio do Planalto. Pelo menos 10 ministros deverão ser trocados até abril. Reuters Editor: Paulo Henrique de Noronha [email protected] ENTREVISTA CHICO ALENCAR Deputado federal (Psol-RJ) ‘A ALIANÇA DE EDUARDO E MARINA NÃO VAI DURAR’ Crítico tanto do governo quanto da oposição a Dilma Rousseff, o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ), disse, em entrevista ao Brasil Econômico, que a chapa presidencial formada por Eduardo Campos e Marina Silva (PSB) não tem futuro. “É um cruzamento de cavalo com vaca, não vai dar leite nem puxar carroça”. O parlamentar reconheceu avanços dos 11 anos de PT na situação, mas disse que o partido tem, hoje, práticas de governo muito semelhantes às do PSDB. “É uma disputa entre quase iguais”, afirma, acrescentando que o tucano Aécio Neves terá dificuldade em polarizar seu discurso na campanha à Presidência da República. André Luiz Mello A oposição está mesmo fraca? Eduardo Miranda [email protected] A oposição real, formal, partidária está, sim. O governo conseguiu cooptar muitos partidos. O PP do Maluf é da base do governo, todos os partidos conservadores estão na base. O PCdoB, esquerda tradicional, está lá. O PSB, que deixou o governo agora, ainda tem muita identidade lá. Quem é governo acaba avassalando. Sérgio Cabral tem 60 dos 70 votos da Assembleia do Rio. Contra ele mesmo, os mais críticos, não passam de cinco. Parece que hoje a lógica do poder domina tudo. Por que o senhor não aceitou ser pré-candidato do Psol à Presidência da República? O partido ainda está na etapa de constituir uma bancada federal mais sólida. Temos apenas três deputados. Uma maioria considerou que era importante eu tentar mais uma vez para a Câmara Federal. Ainda brinquei no Congresso: “Topo, mas para 2018”. Qual o balanço que o sr. faz da atuação do Psol? Faltou clareza nas diretrizes de governo de Aécio Neves? O Psol é um partido ainda em formação, mas necessário, porque se coloca contra essa regra geral da perda de fronteiras éticas, ideológicas e programáticas que atinge praticamente todos os partidos do Brasil. Muitos deles viraram um conglomerado de negócios. Não acho. As práticas de governo de PT e PSDB são muito próximas. É uma disputa entre quase iguais. Ninguém vai querer mexer no assistencialismo. O máximo que Aécio vai dizer é que o Bolsa Família foi criado por FHC. Inclusive, terão dificuldade em polarizar no essencial. Como assim? Vou dar um exemplo: surgiram dois novos partidos, o Pros e o Solidariedade. Eles já receberam deputados e senadores de outros partidos. Portanto, já têm bancada, sem nunca ter disputado uma eleição. Agora, reivindicam estrutura para ter um gabinete. O mais elementar e lógico é que a Câmara, que tem mais de 1.300 cargos em comissão ou CNEs (cargos de natureza especial), redistribuísse esses cargos, já que alguns partidos diminuíram e outros surgiram. Mas a solução deles foi criar mais 94 cargos. A bancada do DEM foi reduzida à metade e, ainda assim, eles não perderam um assessor sequer, continuam com mais de 100, quando deveriam ter perdido 38. Em votação, apenas 18 deputados votaram contra esse trem da alegria. São coisas miúdas Mas alguma coisa foi à frente no governo do PT? que só o Psol contesta. Reconheço nossos problemas, nossas divisões internas, nossas reuniões intermináveis, mas não me vejo hoje em outro partido. Veja o caso do PCdoB, que era historicamente em defesa do monopólio estatal do petróleo, e passou a dirigir a ANP e promover os leilões. O Psol não é contra tudo e contra todos, mas quer manter a independência. O que o sr. acha da chapa Eduardo Campos com Marina Silva? “ A chapa Eduardo Campos com Marina Silva é um cruzamento de cavalo com vaca, não vai dar leite nem puxar carroça. Eles não têm muita identidade” É um cruzamento de cavalo com vaca, não vai dar leite nem puxar carroça. Eles não têm muita identidade. Existe uma simpatia, mas em profundidade não têm nada, não vejo entrosamento. Eduardo era do governo, tinha uma linha desenvolvimentista, nunca foi ambientalista. Marina também foi do governo, teve posições negadas, saiu, foi para o PV, ficou pouco tempo. É uma aproximação de conveniência que não vai durar muito. Pela própria origem do Lula, houve uma atenção maior para as demandas populares. O aumento do salário mínimo, embora não tivesse dobrado seu poder de compra em quatro anos, como o Lula prometeu, foi real. Mas esse gigante tem pés de barro na medida em que você não tem mudanças estruturais de qualidade. O povo ainda é muito desqualificado profissionalmente, há problemas gravíssimos, sem falar na saúde, que é uma tragédia. Quem fala isso não sou eu, é o André Singer, que foi secretário de imprensa do Lula. Ele fez uma tese de doutorado, “Os Sentidos do Lulismo”, onde diz que a urgência pelas mudanças estruturais é muito grande e o governo Lula foi num ritmo muito lento. 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ BRASIL Nicola Pamplona [email protected] Rodrigo Carro [email protected] Com projeções de déficit no suprimento de gás natural entre 2015 e 2022, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) começou a se mobilizar junto ao setor de petróleo em busca de alternativas para ampliar o suprimento de gás natural no país. As dificuldades em garantir oferta adicional do combustível motivaram uma proposta tímida para a expansão da malha de gasodutos no país no primeiro plano específico para o setor, aberto para consulta pública na segunda-feira. “A realidade hoje é esta: o Brasil precisa de mais gás”, afirma o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim. A primeira versão do Plano de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário (Pemat), peça que vai nortear o planejamento do transporte de gás natural no país, aponta um descompasso entre oferta e demanda do combustível no país. No pior ano do período analisado, 2018, o déficit chegará a 12 milhões de metros cúbicos por dia. Em 2022, cairá a 6,2 milhões de metros cúbicos por dia. Segundo o plano, a oferta crescerá 68,2% no período, para 172,1 milhões de metros cúbicos por dia. A demanda terá alta de 76,5%, para 180,4 milhões de metros cúbicos por dia — o número inclui o consumo de todas as usinas termelétricas do país. “A questão central para pensar o futuro da matriz energética brasileira é saber se vamos ter gás a preços competitivos”, ressalta Tolmasquim, lembrando que o combustível é a melhor opção para complementar as fontes hidráulicas e alternativas, cuja capacidade de geração depende de fenômenos naturais. Além disso, diz o presidente da EPE, os Estados Unidos têm atraído indústrias de todo o mundo após a revolução do gás não convencional, que levou o preço do combustível para a casa dos US$ 4 por milhão de BTU (unidade britânica de poder calorífico). Segundo ele, uma das alternativas hoje em estudo é garantir níveis mínimos de operação para térmicas que se disponham a fechar contratos de longo prazo de importação a preços menores do que os praticados no mercado spot, hoje em torno de US$ 15 por milhão de BTU. “Já conversamos com Petrobras, Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) e empresas do setor para analisar a questão”, conta o executivo. Pequenas descobertas de gás que ainda não entraram em operação também estão na mira da EPE. Atualmente, diz Tolmasquim, não há disponibilidade de oferta para que novas térmicas se habilitem para participar dos leilões de energia realizados pelo governo — que Poço de gás natural no Maranhão: região é uma das apostas de aumento da oferta Uma década com pouco gás Cenários do Plano de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário apontam déficit no suprimento entre 2015 e 2022. EPE negocia alternativas para expansão da oferta têm tido grande participação de usinas eólicas e movidas a biomassa. Além da importação, há duas alternativas de suprimento interno: o pré-sal e áreas exploratórias em terra licitadas recentemente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os dois casos, porém, ainda dependem de questões como custo e comprovação de descobertas. Na terça-feira, o Ministério de Minas e Energia (MME) abriu Uma das opções em estudo é garantir níveis mínimos de operação para usinas térmicas que se disponham a fechar contratos de longo prazo de importação do combustível consulta pública para discutir a primeira versão do Pemat, que será revisado anualmente. Devido às restrições de oferta, apenas um projeto, de 11 quilômetros, será aberto à licitação este ano. O gasoduto liga Itaboraí a Guapimirim, na região metropolitana do Rio, e será usado para injetar gás do pré-sal na malha brasileira. É um projeto de interesse exclusivo da Petrobras, mas a Lei do Gás determina que seja feita uma licitação para escolher a empresa construtora e responsável pela operação. Pela nova regulamentação do setor, a estatal não poderá participar da concorrência, já que é a dona do combustível que será transportado pela tubulação. “Sem gás, não faz sentido licitar gasodutos”, argumenta o presidente da EPE. O plano, assim, limita-se a identificar alguns pontos possíveis de demanda por gás Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 5 Carla Gottgens/Bloomberg CARNE SUÍNA Exportações caíram 11% em 2013 Maíra Coelho Carlo Wrede As exportações brasileiras de carne suína recuaram 11,04% em 2013, atingindo 517,33 mil toneladas, informou a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína. Em faturamento, as exportações tiveram queda de 2,94% sobre 2012, somando US$ 1,36 bilhão. Os principais destinos de carne suína brasileira foram Rússia (26,07%), Hong Kong (23,44%) e Ucrânia (13,18%). Reuters “ A questão central para pensarmos o futuro da matriz energética brasileira é saber se vamos ter gás natural a preços competitivos. A realidade é esta: o Brasil precisa de mais gás” Já estamos considerando que, ou a energia solar vai ser competitiva nesse horizonte (entre 2014 e 2017), ou vai haver um leilão específico para esta fonte. Não está descartado” Maurício Tolmasquim Presidente da EPE DESCOMPASSO 180,2 milhões Demanda projetada, em metros cúbicos por dia, para o consumo brasileiro de gás natural em 2022, quando o país terá uma oferta de 172,1 milhões de metros cúbicos por dia. 76,5% Crescimento da demanda por gás natural no país no horizonte do Plano de Expansão da Malha Dutoviária (Pemat) 2013-2022. Oferta crescerá 68,2% no período. 12 milhões Déficit no suprimento de gás, em metros cúbicos por dia, no pior ano do cenário analisado pelo Pemat, 2018, considerando o consumo de todas as térmicas do país. 9,2 mil Extensão, em quilômetros, da malha brasileira de gasodutos, equivalente a 2% da extensão da malha norte-americana, que tem 480 mil quilômetros. natural, como o Vale do Aço, em Minas Gerais, que poderia ser abastecido por um ramal saindo do Norte do Rio ou do Espírito Santo, e a ampliação do ramal Sul do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). Além disso, apresenta propostas de ligação entre áreas com potencial para gás natural em gás na Bacia de São Francisco, em Minas Gerais e na Bacia do Parnaíba, no Maranhão, com Betim e Barcarena, respectivamente. Tolmasquim, no entanto, diz que ainda não há expectativa de licitação dos trechos, que dependem de confirmação das descobertas. No Maranhão, já existe produção de gás em um projeto descoberto por empresas criadas por Eike Batista e hoje controladas por outras companhias. Todo o volume produzido, porém, é vendido a uma usina térmica instalada perto dos poços. A eletricidade é injetada na malha brasileira de transmissão de energia. No São Francisco, ainda não há descobertas comerciais. As duas áreas devem experimentar intensa atividade exploratória nos próximos anos, em blocos licitados nos últimos leilões da ANP. Leilão específico para energia de fonte solar pode ser realizado até 2017 EPE projeta investimentos de R$ 123,4 bilhões em geração e transmissão ao longo de quatro anos A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estuda realizar, até 2017, um leilão exclusivo para compra de energia gerada a partir de fonte solar. Para o quadriênio de 2014 a 2017, a EPE projeta a instalação de 2.000 megawatts (MW) de capacidade de geração solar, o que representaria investimentos de R$ 10 bilhões. Para o período, a estimativa é de que sejam investidos R$ 102,4 bilhões em geração no Brasil (incluindo a solar), com acréscimo de 27.575 MW de capacidade instalada. “Já estamos considerando que, ou a energia solar vai ser competitiva nesse horizonte, ou vai haver um leilão específico. Não está descartado”, diz Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, ressaltando que o leilão exclusivo para a fonte solar ainda não está decidido. Somados, os investimentos em geração e transmissão alcançam o patamar de R$ 123,4 bilhões entre este ano e 2017, segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética. No segmento de geração hidrelétrica, a previsão é de que sejam leiloados 12.165 MW no quadriênio. Se tudo correr conforme o planejado, em 2014 serão oferecidas as usinas de Itaocara (145 MW), Davinópolis (74 MW), Telêmaco Barbosa (109 MW) e São Luiz do Tapajós (6.133 MW), embora Tolmasquim admita que “será um grande desafio leiloar até o fim do ano” este último empreendimento. A documentação relacionada à usina de São Luiz do Tapajós — hidrelétrica a cargo de um consórcio liderado pela Eletrobras — já foi encaminhada ao Ibama. Em 2015, a expectativa é de que sejam leiloados outros 525 MW em empreendimentos hidrelétricos, num total de cinco usinas. O esforço para diversificar a matriz energética brasileira implicará — de acordo com os cálculos da EPE — na entrada de 13.810 MW de capacidade instalada proveniente de fontes alternativas (eólica, solar, bioeletricidade e pequenas centrais hidrelétricas) até o fim de 2017. Os investimentos totais para tirar esses empreendimentos do papel chegam a R$ 55 bilhões no quadriênio. Já o parque brasileiro de geração térmica deverá ganhar mais 1.600 MW no período de 2014 a 2017. “Podem ser térmicas a gás ou a carvão. Vai depender dos custos, do que vai estar disponível”, adianta Tolmasquim. Com relação aos investimentos em transmissão, o presidente da EPE considera “conservadores” os números projetados pela empresa para os próximos anos — a estimativa é de que até 2017 sejam leiloados 19.658 quilômetros de linhas. “Acho que vai ser mais, porque só para 2014 estão indicados para serem leiloados 13.321 quilômetros”, argumenta. Em 2013, foram instalados 9.875 quilômetros de novas linhas de transmissão. “Botávamos quatro mil quilômetros por ano”, lembra Tolmasquim, acrescentando que o país conta hoje com aproximadamente 110 mil quilômetros de linhas de transmissão. O investimento total estimado para o setor de transmissão entre 2014 e 2017 é de R$ 21 bilhões, montante que inclui, além da rede, os gastos na implantação de subestações. ALTERNATIVAS R$ 55 bi É o volume de investimentos projetado pela EPE para empreendimentos de geração a partir de fontes alternativas no país, entre 2014 e 2017. 13.321 km É a extensão total das linhas de transmissão que estão previstas para serem leiloadas neste ano. 6.133 MW É a capacidade instalada projetada para a usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, que está prevista para ser leiloada em 2014. 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ BRASIL Aneel mais rígida com as falhas das concessionárias Regulamentação em consulta pública que entrará em vigor neste ano define com mais objetividade os limites de erro das distribuidoras Eduardo Naddar Os motivos dos episódios de falta de luz serão informados com mais clareza aos consumidores finais Fernanda Nunes [email protected] A fiscalização sobre as distribuidoras de energia estará mais rígida ainda no primeiro semestre deste ano. Uma nova regulamentação relativa às interrupções no fornecimento de eletricidade entrou em consulta pública na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) às vésperas do Natal do ano passado, no dia 23 de dezembro, e permanecerá aberta a sugestões até 23 de março. A intenção da agência é ser mais objetiva na classificação de quais ocorrências podem ser classificadas como “apaguinhos”, passível de imposição de multa às distribuidoras. Com a nova regra, será possível, por exemplo, restrigir a argumentação das distribuidoras na Justiça contra o pagamento de multas, prática recorrente, segundo fonte do setor. Além disso, a regulamentação proposta prevê melhorias no processo de prestação de contas aos consumidores sobre os motivos das interrupções de longa duração e das medidas que devem ser tomadas para que não se repitam. No foco da Aneel estão não só as quedas de fornecimento ocorridas no verão, especialmente, no Estado do Rio de Janeiro, como os episódios que aconteceram no ano passado na região Nordeste do país, em que vários estados ficaram sem acesso à eletricidade por um longo período de tempo, supostamente, por falta de manutenção na rede. O grande desafio é identificar os casos que poderiam ser classificados como fortuitos ou emergenciais e diferenciá-los daqueles provocados por falta de manutenção da pela distribuidora ou por erros nos seus planejamentos ao projetarem a demanda futura e contratarem a energia. De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, os problemas ocorridos neste verão são de âmbito da Aneel e não uma questão de Há uma abertura extensa dentro da atual regulamentação para que a distribuidora alegue imprevisibilidade ou impossibilidade de ação, segundo nota técnica da Aneel O grande desafio é identificar os casos que poderiam ser classificados como fortuitos ou emergenciais e diferenciá-los daqueles provocados por falta de manutenção da rede planejamento. “As interrupções ocorridas em situações normais representam o dia a dia da distribuidora, para as quais a mesma deve estar preparada para evitálas ao máximo e, quando ocorridas, restabelecer o fornecimento de forma célere”, prevê a regulamentação da Aneel, em consulta pública, embora a agência admita ser difícil determinar os limites entre as situações emergenciais de interrupção no acesso à eletricidade e as que são consequentes do mal serviço prestado pela concessionária. A tendência, seguindo a literatura de regulamentação internacional, é que sejam consideradas situações fortuitas de desabastecimento apenas aquelas comprovadas em documento pela distribuidora. Atualmenhte, há uma abertura extensa dentro da regulamentação para que a distribuidora alegue imprevisibilidade ou impossibilidade de ação, segundo nota técnica da Aneel. Toda vez, entretanto, que a agência reguladora conclui que uma concessionária foi negligente na prestação do serviço, aplica uma penalidade, que pode variar desde uma simples advertência até a exigência de pagamento de multa relativa a 2% do faturamento anual. Em alguns casos, a reguladora e a distribuidora chegam a um acordo e assinam um termo de ajuste de conduta, que prevê, na maioria dos casos, a reversão da multa em investimento na rede de fornecimento de eletricidade. Algumas empresas, no entanto, preferem pagar a multa a investir na qualidade do serviço, por considerar a opção menos onerosa, informou uma fonte do setor elétrico. Há casos ainda em que as distribuidoras conseguem recorrer à Justiça para evitar o pagamento da multa ou adiá-lo. A Aneel, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que acompanha os processos de penalização pelos “apaguinhos” até o último recurso na sua diretoria. Após essa fase, quando passa a ser caso de tribunal, a agência não participa mais do processo. Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 7 Ag. Petrobras MARINHA MERCANTE Transpetro lança navio José Alencar A Transpetro, o braço logístico da Petrobras, colocou em operação o navio José Alencar, sexta embarcação a ser incluída na frota em dois anos, finalizando o primeiro lote de encomendas aos estaleiros brasileiros. O presidente da Transpetro, Sergio Machado, autorizou ontem o início da construção de mais oito navios no Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ). ABr Yasuyoshi Chiba/AFP COLHEITA 90 mi É a previsão oficial do IBGE, em toneladas, da produção de soja que o Brasil terá para este ano. A quantia estimada é 10,5% superior ao que foi produzido em 2013. 30% Perda que os municípios de Rio Brilhante e Douradina tiveram nesta safra, devido à estiagem. O Mato Grosso estima produzir 7 milhões de toneladas a menos. Em algumas regiões do Centro-Oeste, o tempo está quente e seco: não chove há mais de 30 dias e as temperaturas estão acima dos 35º Seca no Centro-Oeste prejudica a safra de soja Mato Grosso do Sul e Goiás contabilizam perdas de 10% sobre a produção estimada no ano Aline Salgado [email protected] A escassez de chuvas na região Centro-Oeste do país, com destaque para os Estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, deve reduzir a produção nacional de soja estimada para a safra de 2014. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a previsão inicial era de que fosse produzido 90 milhões de toneladas no país, um crescimento de 10,5% frente a 2013. No entanto, em algumas regiões do Centro-Oeste não chove há mais de 30 dias e os produtores contabilizam que a produtividade será 10% menor do que o esperado. Em Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul, as perdas já chegam a 30%. A previsão inicial que era de 294 milhões de toneladas caiu para 205 milhões de toneladas . “Na região Norte do Mato Grosso do Sul, como em São Gabriel, ainda se fala em super safra da soja para este ano, mas, no chamado Cone Sul, como Rio Brilhante e Douradina, já se perdeu 30% da produção. É algo que não tem volta, mesmo após a chuva que aconteceu na última sexta-feira”, revela Maurício Saito, presidente da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso do Sul). Segundo Saito, em função do aumento da área de plantio em 10%, a estimativa era a de que o estado produzisse 6,5 milhões de toneladas de soja. No entanto, com a seca, a produção deve ser a mesma do ano passado, em torno de 5,8 milhões de toneladas. Em Goiás, os produtores já falam em perdas diárias de 10% devido à estiagem. A falta de chuvas também abala as plantações na Bahia e no Tocantins. “Em regiões do Sudoeste de Goiás, principal área produtora do “ Em regiões do Sudoeste de Goiás, principal área produtora do estado, há áreas com 30 dias sem chuva e as temperaturas estão acima de 35 graus. As perdas para o produtor são consideráveis” Bartolomeu Braz Presidente da Aprosoja-GO estado, há áreas com 30 dias sem chuva e as temperaturas estão acima de 35 graus. As perdas são consideráveis para os produtores, já que o tempo quente e seco acaba comprometendo e apressando a colheita”, afirma Bartolomeu Braz, presidente da Aprosoja-GO. O produtor conta que mais ao centro e a leste de Goiás a situação é um pouco melhor, já que não chove há 15 dias. “Ainda assim é preocupante. Especialmente porque 90% da produção não é irrigada, isto é, está a céu aberto e depende da chuva”, defende Braz, que diz que o último levantamento técnico da Aprosoja-GO revelou que 10% dos 9,8 milhões de toneladas de soja previstos estão perdidos. No maior produtor nacional do grão, o Mato Grosso, as previsões de que 2014 será o ano da super safra no Brasil e na região se mantêm. Diretor técnico da Aprosoja-MT, Nery Ribas garante que, no estado, as perdas em função das condições climáticas se reduzem a 2% e estão dentro do esperado. “Aqui nós temos a soja superprecoce, que está num ensaio de colheita, mas dentro do esperado. Tivemos alguns problemas com chuva, mas que só atrasaram um pouco a semana da colheita e não afetou a produção”, afirma Ribas, que destaca que a previsão de produção na região chega a 25 milhões de toneladas. “O quente da colheita é entre o fim do mês de fevereiro e início de março. Até lá, esperamos que tudo ocorra bem”, diz ele, receoso de que o tempo seco chegue até os campos do Mato Grosso. No Sul do país, a situação também está sob controle — pelo menos é o que mostraram os meses de dezembro e, agora, janeiro. Mas, segundo a consultora de grãos da MB Agro, Ana Menegatti, o momento é ainda de alerta, já que o sul pode sofrer com estiagens este ano. “É comum em anos ditos normais, sem a influência dos fenômenos La Niña e El Niño, termos o clima mais sujeito a estiagens. Mas, até agora, a lavoura de soja está em bom desenvolvimento nos estados do Sul. Há perdas, mas nada que tenha causado uma grande preocupação com relação à safra”, analisa Menegatti. 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ BRASIL Postos seguram repasse da alta da gasolina por distribuidoras Combustível ficou mais caro e empresas atribuem à entressafra da cana o maior peso do álcool no combustível Adriano Machado/Bloomberg Para pesquisadora da USP, as distribuidoras podem ter repassado, precocemente, a estimativa de alta no preço do combustível, por causa da entressafra, sem que o aumento se confirmasse Aline Salgado [email protected] O etanol anidro se transformou no novo vilão do aumento da gasolina repassado pelas companhias distribuidoras de combustível aos postos do país e que pode chegar, em breve, ao bolso do consumidor. Compondo 25% da fórmula da gasolina, o derivado da canade-açúcar teria pressionado os custos e elevado ainda mais o preço do combustível — que teve aumento de 4% autorizado pelo governo federal em 30 de novembro do ano passado. A justificativa foi apresentada pelas distribuidoras aos donos de postos, que não sabem se conseguirão absorver o aumento por muito tempo. “Estimávamos que o preço do combustível subisse 2,6%, em função do reajuste da Petrobras. Mas as planilhas de custos das quatro distribuidoras, que detêm 80% do mercado e fornecem combustível para 40 mil postos no país, apresentaram valores superiores e que chegam a 4% de aumento”, afirma Paulo Miranda, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis). Miranda esclarece que, além do reajuste autorizado pelo governo para a gasolina e o aumento do ICMS nos estados, as distribuidoras alegam que a entressafra do álcool, que começa em janeiro e vai até o fim de março, já teria pressionado o elevação dos custos e, portanto, o preço do combustível. A justificativa, no entanto, não convenceu os produtores de etanol. Eles argumentam que o preço do produto se mantém estável em função dos altos estoques decorrentes da safra recorde de 2013/2014. “Não há oscilação do repasse da fábrica para a distribuição. Temos uma condição de abastecimento tranquila, sem solavancos nem expectativas de escassez”, defende Sérgio Prado, coordenador de Comunicação Regional da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). “Além de a safra ter sido maior, todo o excedente da produção de cana do ano passado foi colocada para fazer etanol. Do ponto de vista do fabricante, o valor cobrado pelo etanol está dentro da normalidade”, reitera Prado. Segundo balanço da Unica, até 1º de dezembro a produção das usi- Para os produtores de etanol, a oferta ampliada foi suficiente para cobrir a demanda por combustível nas da região Centro-Sul do País confirmou a expectativa de uma expansão recorde na oferta de etanol para o mercado doméstico durante a safra 2013/2014 da ordem de 25,04 bilhões de litros. Um incremento de 3,68 bilhões de litros, na comparação com a safra 2012/2013. De acordo com os produtores, essa oferta ampliada foi suficiente para cobrir todo o aumento na demanda brasileira por combustíveis para veículos leves. “Tratase de um crescimento recorde, sendo superior inclusive aos registrados nas safras 2007/2008 Segundo balanço da Unica, a oferta de etanol produzida pela safra 2013/2014 foi de 25,04 bilhões de litros, um incremento de 3,68 bilhões de litros na comparação com a safra 2012/2013 ( 4 , 4 5 bi l hõ e s de l i t ro s ) e 2008/2009 (3,62 bilhões de litros), período em que mais de 50 novas unidades começaram a operar — 25 em 2007/2008 e 30 na safra 2008/2009”, informou a Unica em nota. Professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/ USP) e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia (Cepea/USP), Mirian Bacchi acredita que as distribuidoras tenham repassado, precocemente, a estimativa de alta no preço do combustível em função da entressafra, sem que, no entanto, o aumento se confirmasse. “Teoricamente, na entressafra, que é nos meses de janeiro a março, costuma-se ter uma alta no preço do etanol. No entanto, esse movimento ocorre quando se tem uma safra aquém da esperada, o que não ocorreu neste ano”, afirma Bacchi. Segundo a pesquisadora, os levantamentos semanais do Cepea confirmam que o preço do etanol anidro não sofreu grandes variações nesses últimos meses. “Estamos vendo e prevendo preços relativamente estáveis . Não é observada nenhuma pressão no preço do combustível que justifique um repasse das distribuidoras neste nível”, opina. Em função da lei da oferta e da procura, Paulo Miranda, da Fecombustíveis, prevê que os donos do postos deverão absorver por algum tempo a alta no preço do combustível. “No varejo existe uma competição acirrada. Logo, não adianta o dono do posto abusar no preço, porque o consumidor acaba equilibrando esse movimento. Pelas estatísticas da ANP, o aumento até agora é compatível com a alta nos custos”, afirma. Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 9 Wilson Dias/ABr MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL Janot defende poder de investigação O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a alteração da resolução que trata da investigação de crimes eleitorais nas eleições de outubro. Segundo o procurador, a norma limita o poder de investigação do Ministério Público Eleitoral (MPE). Procuradores eleitorais também divulgaram uma moção a favor da mudança na regra. ABr Pronatec cresce muito rápido Empresas cada vez mais recorrem ao programa como alternativa para a falta de mão de obra em vários setores Divulgação Mariana Mainenti [email protected] Brasília Diante da necessidade de encontrar profissionais qualificados, empresários brasileiros vêm procurando o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para estabelecer parcerias para o treinamento de beneficiários do Bolsa Família. Desde que o Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) foi estendido aos participantes do Brasil Sem Miséria, há pouco mais de dois anos, 840 mil matrículas já foram destinadas ao público de baixa renda e escolaridade. Com cursos de qualificação que duram até três meses e exigência de ensino fundamental incompleto, o Pronatec tornou-se o principal instrumento de inclusão produtiva dos beneficiários do Bolsa Família e vem se revelando uma resposta mais rápida ao apagão de mão de obra. A procura aumentou tanto que o Ministério decidiu ampliar a meta estabelecida de 1 milhão para 1,3 milhão de matrículas até o fim do ano. “A demanda superou todas as nossas expectativas. No Pronatec voltado ao Programa Brasil Sem Miséria, em 2012, foram 264 mil matrículas e, em 2013, 576 mil, mais do que o dobro. A nossa meta original era chegar a 1 milhão de matrículas até o fim de 2014, mas esse total vamos atingir já no início do ano”, afirmou o secretário extraordinário para Superação da Extrema Pobreza do MDS, Tiago Falcão. “Estamos tendo procura de profissionais dentro da sala de aula. Alguns empresários não esperaram nem a conclusão do curso”, acrescentou. Entre as grandes empresas e empreendimentos do país que estão utilizando mão de obra dos beneficiários do Bolsa Família treina- “ A demanda superou todas as nossas expectativas. Nossa meta original era chegar a 1 milhão de matrículas até o fim de 2014, mas esse total vamos atingir já no início do ano” Tiago Falcão Secretário extraordinário do MDS Falcão: empresários nem esperam a conclusão dos cursos dos pelo Pronatec estão a Celulose Riograndense, maior investimento privado do Rio Grande do Sul; a indústria naval gaúcha, que é nascente e por isso necessita de um processo de qualificação; e a duplicação de Carajás, que está sendo realizada por Odebrecht e Camargo Correa no Pará e no Maranhão. Para a construção da fábrica da Fiat no limite entre a Paraíba e Pernambuco também estão sendo desenhados cursos do Pronatec. São ofertados 525 tipos de curso pelo programa. O maior interesse é pelo de auxiliar administrativo, para o qual foram direcionadas 11% das vagas. “A procura está em linha com os dados do mercado de trabalho, que mostram que foi nessa área que ocorreu o maior número de contratações de trabalhadores sem nível médio completo no país”, disse Falcão. Segundo Falcão, o aumento da procura pelos cursos foi decorrente de um conjunto de políticas de adaptação do programa à realidade dos beneficiários do programa e à necessidade dos empresários. “Orientamos as prefeituras a ofertarem cursos em áreas mais promissoras economicamente em suas regiões. Também conseguimos assegurar o acesso do público com fundamental incompleto aos cursos. E a maioria é ofertada à noite”, explicou. Horas pagas acompanham lentidão da indústria Fraco desempenho do setor industrial pode apontar para demissões futuras Bruno Dutra [email protected] Sob o impacto da produção industrial que percorreu o ano de 2013 em ritmo lento, o número de horas pagas destinadas à indústria recuou 2,2% em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2012. Essa foi a sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e a mais intensa desde fevereiro (-2,3%) como aponta a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com outubro de 2013, o indicador também recuou 0,4%, registrando queda acumulada nos últimos doze meses de 1,2%. De acordo com o coordenador da pesquisa, André Macedo, as horas pagas são a variável do mercado de trabalho industrial que acompanha mais de perto a evolução da produção das fábricas que oscilaram muito em 2013. “As companhias sempre tentam, primeiro, cortar horas extras antes de iniciar as demissões e o resultado negativo deste indicador pode apontar para demissões futuras”, destacou. Em novembro do ano passado, a produção industrial brasileira recuou 0,2% frente a outubro do mesmo ano, com retração em 9 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE. Em 2012, o setor teve queda acumulada de 2,6% e, em 2013, avançou de forma frágil, “com quedas esporádicas que podem ex- EMPREGO E SALÁRIO -2,2% Foi a retração do número de horas pagas na indústria brasileira na comparação de novembro do último ano com o mesmo mês de 2012. -6,8% De janeiro a novembro de 2013, o setor de produtos de metal foi o que mais contribuiu de forma negativa para a retração no emprego industrial. plicar o recuo no emprego industrial”, disse Macedo. O fraco desempenho da indústria também ajudou a impulsionar a queda no total de pessoal ocupado que, em comparação com novembro de 2012, recuou 1,7% e 1,1% no acumulado de 12 meses. Apesar de o resultado de novembro ter ficado estável (0,0%) ante outubro do último ano, a taxa registrou o 26º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde setembro de 2012 (-1,9%). De acordo com Fernando de Holanda Barbosa, especialista em mercado de trabalho da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os resultados negativos do emprego e do salário na indústria sinalizam um forte esforço das empresas para reduzir os elevados estoques de 2013. “Com o estoque elevado, a indústria abre menos postos de trabalho e, com produção em baixa, pagam menos horas extras aos trabalhadores”, afirmou. No índice acumulado do período de janeiro a novembro do último ano, os destaques na pressão negativa vieram de produtos de metal (-6,8%), calçados e couro (-6,2%), máquinas e equipamentos (-3,8%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-4,4%) e outros produtos da indústria de transformação (-4,1%). Para Júlio Gomes de Almeida professor da Unicamp e consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a queda do emprego se deu, especialmente, pela competição com os importados. “Estes são setores atochados pela importação e precisam responder a essa ameaça com maior automação e redução de custos”, disse. 10 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ BRASIL Alexandre Brum COMUNICADO DE EXTRAVIO CLIPPER WINDPOWER DO BRASIL ENERGIA EÓLICA LTDA. inscrita no CNPJ/MF nº 06.963.188/0001-50 e Inscrição Municipal nº 0.363.820-0 junto à comerciais e tributários o extravio do Cartão de Inscrição Municipal e do Alvará de Licença para Estabelecimento, relativos ao endereço sito à Av. das Américas, 4.790 / Sala 512, Barra da Tijica - CEP 22.631-004. DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO Henrique Cabral de Noronha e Menezes, com dupla nacionalidade, portuguesa e brasileira, administrador, portador do passaporte emitido pela República Portuguesa nº H125488 emitido em 14.10.2004 com vencimento em 14.10.2014 e portador do passaporte emitido pela República Federativa do Brasil nº YB214224 emitido em 04.01.2013 com vencimento em 03.01.2018, RG e CPF em fase de obtenção. Declara sua intenção de exercer cargo de administração no Banco Caixa Geral - Brasil S.A. e que preenche as condições estabelecidas no art.2º do Regulamento Anexo II à Resolução nº 4.122, de 2 de agosto de 2012. Esclarece que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais objeções à presente declaração devem ser comunicadas diretamente ao Banco Central do Brasil, no endereço abaixo, no prazo de quinze dias contados da divulgação, por aquela Autarquia, de comunicado público acerca desta, por meio formal em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhado da documentação comprobatória, observado que os declarantes podem, na forma da legislação em vigor, ter direito a vistas do processo respectivo. BANCO CENTRAL DO BRASIL Departamento de Organização do Sistema Financeiro - DEORF Av. Paulista, 1804, Bela Vista - 01310-922, São Paulo, SP PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO AVISO PREGÃO PRESENCIAL – 104/2013 Pregoeiro: Marcelo Rosa Fernandes. Objeto: Registro de preços para aquisição de canaletas, eletrodutos e acessórios com instalação, para as unidades externas da Prefeitura visando dotá-las de infraestrutura para o cabeamento da rede telefônica VOIP, rede elétrica e rede lógica. Data: 28/01/2014. Horário: 10hs. Os interessados em retirar o Edital deverão comparecer à Rua Álvares de Castro, n.º 346, Centro – Maricá/RJ, portando carimbo contendo CNPJ e Razão Social, 01 (UM) CD-RW virgem e uma resma de papel A4, das 13:00 às 16:00h ou solicitar pelo e-mail [email protected]. Informações pelo sitio www.marica.rj.gov.br RESULTADO DE HABILITAÇÃO TOMADA DE PREÇOS – MELHOR TÉCNICA Nº EGPN-088/2013 A EMGEPRON torna público, através do Presidente da Comissão de Licitação, o Resultado de Habilitação da Tomada de Preços nº 088/2013, Objeto: Contratação de serviços a serem prestados à Unidade Operacional de Sistemas Navais (UO-31) da EMGEPRON, por 02 (dois) especialistas, em caráter temporário e complementar, conforme detalhado no Anexo A – Projeto Básico do Edital. Habilitado: Sr. Ricardo José Torres Ferreira. MARCO ANTONIO COSTA OLIVEIRA Presidente da Comissão de Licitação TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO SECRETARIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO DIRETORIA DE LICITAÇÕES AVISO DE LICITAÇÃO PREGÃO ELETRÔNICO n.º 06/2014 Objeto: contratação de serviço técnico de apoio ao TCU na fiscalização da obra de construção da Escola Superior de Controle (ESUC), que compreenderá a mão de obra e todos os equipamentos e as ferramentas necessárias à execução dos serviços, em regime de empreitada por preço unitário. Sessão Pública: 27/01/2014, às 14 horas. Local: sítio www.comprasnet.gov.br. Edital à disposição dos interessados no mencionado endereço ou no sítio www.tcu.gov.br, opção “Licitações”. Leonardo Anthony Costa de Araújo Bezerra Soares Pregoeiro SECRETARIA DE EDUCAÇÃO COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 06/SME/2013 - 2012-0.274.137-8 - CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MONITORAMENTO AQUÁTICO, COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS AOS CEU’S PERTENCENTES À SME. Acha-se redesignada a licitação em epígrafe, que será realizada às 9h do dia 27/01/2014. O Edital e seus Anexos poderão ser obtidos, até o último dia que anteceder a abertura, mediante recolhimento de guia de arrecadação, ou através da apresentação de CD ROM gravável no Setor de Licitação - CONAE 151 Rua Dr. Diogo de Faria, 1247 - sala 318 - Vila Clementino, ou através da internet pelo site www.comprasnet.gov.br e http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, bem como, as cópias do Edital estarão expostas no mural do Setor de Licitação. Estudantes da Gama Filho e da UniverCidade fizeram manifestação de protesto no Centro do Rio Gama Filho, do pioneirismo ao fim dos cursos Primeira a oferecer um curso superior no subúrbio do Rio, instituição deixa mais de 7 mil alunos à espera de transferência Redação [email protected] A decisão de descredenciar a Universidade Gama Filho, tomada na segunda-feira pelo Ministério da Educação (MEC), foi o ápice de um longo processo de descaso com uma das mais tradicionais instituições de ensino do Rio de Janeiro, que chegou a ter 15 mil alunos. Fundada a partir do Colégio Piedade, comprado em 1939 pelo empresário, político e ex-ministro do Tribunal de Contas da Guanabara Luiz Gama Filho, a escola foi a primeira a ofertar um curso superior no subúrbio carioca. Em 1972, com a ampliação dos cursos e do campus, conquistou o status de universidade, consolidando-se como referência do ensino superior privado no Rio. Porém, uma série de problemas de gestão enfraqueceram a universidade. A crise se acentuou em 2010, quando o grupo Galileo Educacional assumiu o controle da Gama Filho. Desde então, tor- naram-se constantes os atrasos de pagamentos, que levaram a três greves de professores. Agora, os cerca de 7 mil alunos da instituição esperam pela transferência assistida, aguardando a disponibilização de vagas em outras universidades privadas. A UniverCidade, controlada pelo mesmo grupo, também foi descredenciada. Cerca de 3 mil alunos estudavam na instituição. No total, 1.500 docentes e funcionários das duas universidades ficaram desempregados. A decisão do MEC contrariou os interesses dos alunos, que reivindi- Em 2013, três greves interromperam as aulas na Gama Filho. Atrasos de salários, FGTS e INSS chegavam a três meses. Para deputado, crescimento não foi acompanhado de maior fiscalização cavam a federalização da instituição — ou seja, o governo assumiria a gestão da universidade, sob a prerrogativa das dívidas acumuladas com a União. Para o deputado estadual Robson Leite (PT-RJ), relator da CPI destinada à apuração de irregularidades nas instituições privadas, a situação da Gama Filho “é a ponta de um iceberg de problemas na educação privada brasileira”. O deputado afirma que o crescimento do número de instituições privadas nos últimos 11 anos, que totaliza mais de 600 universidades, não foi acompanhado por um aperfeiçoamento da fiscalização pública. Robson acredita que as faculdades privadas possuem condições de oferecer ensino de qualidade, desde que o Estado fiscalize: “As fiscalizações são agendadas e as faculdades se preparam para elas. Temos denúncias, inclusive, de bibliotecas ambulantes, usadas visando à fraude. O acompanhamento é conduzido por professores universitários qualificados para a avaliação acadêmica, mas a fiscalização peca na parte financeira”. Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 11 ▲ EMPRESAS Editora: Flavia Galembeck Murillo Constantino [email protected] Empresa vai substituir a TAM na Star Alliance Efromovich, da Avianca: preço máximo por trecho e voos extras para atender a demanda no período do mundial de futebol A lacuna de uma empresa brasileira deixada pela TAM, que está de saída do programa de alianças Star Alliance, será preenchida no espaço aéreo nacional pela Avianca. No fim do ano passado, a empresa recebeu o aval do conglomerado de operações aéreas para dar início ao processo de ingresso no time, que reúne companhias como United Airlines (Estados Unidos), Lufthansa (Alemanha) e TAP (Portugal), além da própria Avianca (que operava somente através de sua matriz colombiana). A desfiliação da TAM do programa de alianças está programada para acontecer até o final deste primeiro semestre. Com a fusão anunciada com a chilena LAN, a maior aérea brasileira entrará em fase de migração para o grupo One World, concorrente da Star Alliance. O fortalecimento da Avianca dentro do grupo, no entanto, desagradou algumas empresas do setor, que esperavam a entrada de uma companhia com maior capilaridade no país. Avianca adota teto de R$ 999 Com 430 novos voos para o período da Copa, aérea estabelece limite tarifário máximo por trecho para garantir preços competitivos de 1º de fevereiro a 31 de julho. Iniciativa semelhante foi anunciada pela concorrente Azul Daniel Carmona [email protected] São Paulo Seguindo os passos da Azul, a Avianca anunciou ontem que também vai adotar um teto tarifário de R$ 999 o trecho para as passagens aéreas durante o período da Copa do Mundo. Mas para ampliar a oferta da concorrente, que na semana passada divulgou a estratégia somente para o período correspondente ao evento, de 12 de junho a 13 de julho, a companhia já começa a operar com o limite de preços em 1º de fevereiro, com encerramento do prazo em 31 de julho. Segundo o presidente da Avianca Brasil, José Efromovich, a iniciativa é uma maneira de garantir que os preços não serão abusivos em função do aumento da demanda previsto para a época. O executivo ainda ressaltou que a política tarifária da companhia, cujo tí- quete médio é de R$ 315, não sofrerá alteração em virtude da implementação do preço máximo. “Nossa proposta é oferecer a melhor experiência de voo com o preço mais justo possível. Em função disso, olhamos para o mercado e decidimos pelo teto. Se o cliente for surpreendido pelo preço de R$ 1,6 mil, ele não vai pagar mais de R$ 999. O nosso sistema vai automaticamente cortar os valores dos trechos que hoje estão acima do teto”, explica José Efromovich. “Não quer dizer que o trecho vai custar R$ 999. Estamos falando que o cliente vai pagar, no máximo, esse valor”. Para suprir a demanda, a aérea prevê um aumento de 6,4% no número de voos diários internos, passando de 176 para 187 durante o período da Copa, totalizando 430 voos extras no período considerado para o evento. Extra-oficialmente, a empresa já teria recebido a confirmação do governo pa- “ Se o cliente for surpreendido pelo preço de R$ 1,6 mil, ele não vai pagar mais de R$ 999. O nosso sistema vai automaticamente cortar os valores dos trechos que hoje estão acima do teto” José Efromovich Presidente da Avianca Brasil ra intensificar suas atividades nos hubs das cidades do Rio, Brasília e São Paulo, que estão conectados com os demais destinos da Copa, como Fortaleza, Recife, Salvador, Natal e Cuiabá. Hoje, o setor espera receber a confirmação do governo através da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para o incremento de voos durante o evento. Se o receio dos consumidores em relação aos exageros tarifários para junho e julho deste ano já é página virada na avaliação da Avianca, os gargalos logísticos em algumas das cidades-sede ainda geram preocupação para a companhia. “Se a gente considerar que Fortaleza deve receber cem voos por causa de um jogo do Brasil, sabemos que o aeroporto não comporta nem a metade dessas aeronaves estacionadas. Esperamos que a Anac consiga fazer um bom plano de contingenciamento”. Os aeroportos cheios, com voos extras, também aumentam o receio de Efromovich em relação aos atrasos. O executivo, no entanto, admite que a companhia pouco pode fazer em relação a isso. E acredita que a privatização dos aeroportos já será suficiente para amenizar eventuais problemas dessa ordem. “O caminho é esse mesmo. É o modelo correto. A gente só lamenta que muito do que deve ser feito só ficará pronto depois da Copa”. A Avianca ocupa o quarto posto do mercado, com 7,71% de participação. Em terceiro está a Azul, com 12,94%. Na disputa pela liderança, TAM (38,81%) e Gol (36,4%) também estudam medidas relacionadas à Copa do Mundo. Ontem, a TAM confirmou a solicitação de mil novos voos para junho e julho, sendo 850 para o mercado doméstico. Se aprovada, a operação deve demandar R$ 50 milhões de investimentos. Já a Gol disse que só vai se pronunciar após a confirmação da Anac. 12 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ EMPRESAS Repaginadas, mini garrafas voltam em ação da Coca-Cola Pequenas e médias no embalo da Copa Lojas de artigos esportivos expandem atuação por meio de franquias com foco no turista que virá ao Brasil para o mundial de futebol. Promessa é de um novo Natal no meio do ano Fabricante vai investir R$ 14 bilhões até 2016 em atividades voltadas para os eventos esportivos Maíra Coelho Erica Ribeiro [email protected] A Copa do Mundo tem sido sinônimo de boas oportunidades de negócios no Brasil. E não é diferente com as pequenas e médias empresas nacionais. E se o assunto é bola rolando, o segmento de artigos esportivos é um dos que mais aposta em expansão e em vendas acima da média com o aumento do fluxo de turistas. Depois de triplicar o número de lojas em 2013, a Liga Retrô, especializada em réplicas de uniformes antigos de times e seleções de futebol, prevê dobrar a receita em 2014 em relação ao ano passado, quando faturou R$ 12 milhões. “Acredito que podemos ter um ‘Natal’ no meio do ano e duplicar o volume de vendas entre maio e julho”, diz Marcelo Roisman, sócio da Liga Retrô. Ele ainda aposta no “amor”. Isso porque além da paixão pelo futebol, junho é o mês dos namorados e camisas podem ser uma opção de presente. A previsão da marca é abrir 25 novas franquias em diferentes regiões do país, com investimentos de R$ 2,5 milhões. Além disso, a empresa vai aportar R$ 500 mil emlançamentosde produtos,campanhas promocionais e publicitárias e ampliação de sua estrutura. “Faremos diversas ações específicas para a Copa ao longo do primeiro semestre, como o lançamento de 30 camisas das seleções que vão participar do mundial, além de uma linha casual de Liga Retrô: 25 novas franquias no país neste ano, com investimentos de R$ 2,5 milhões Depois de triplicar o número de lojas em 2013, a Liga Retrô, especializada em réplicas de uniformes antigos de futebol, prevê dobrar a receita em 2014 em relação ao ano passado t-shirts com estampas comemorativas do campeonato. Também estamos firmando parcerias com grandes grifes de moda para lançar modelos femininos exclusivos. Muitas grifes têm nos procurado a fim de desenvolver, em conjunto, peças específicas para a Copa do Mundo”, antecipa ele. A rede Loja das Torcidas, lançada em 2013 e hoje com 20 unidades franqueadas, também inicia o ano com inaugurações em Maceió, Belém e Recife, embalada pelo movimento de consumidores em torno da Copa. A marca espera ter 50 franquias em funcionamento até a abertura do evento e calcula um volume de vendas quatro vezes maior no período, já chamado de “o novo Natal”, segundo Samadhi Müller, diretor da Loja das Torcidas. O modelo de quiosques será o forte da empresa “Teremos mais de mil itens voltados para o evento, como cornetas, almofadas e a tatuzela”, conta Samadhi. Crédito de R$ 60 milhões para PMEs fluminenses A procura de pequenos e médios empresários por financiamento levou a subsecretaria de Comércio e Serviços do Rio de Janeiro a desenvolver linhas de crédito que atendam especificamente empresas participantes de Arranjos Produtivos Locais (APLs) no estado. Agentes financeiros da Agência Estadual de Fomento (AgeRio), Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica apresentarão, no dia 23 de janeiro, na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), opções para empresários dos 25 APLs em atividade. A linha AgeRio Arranjo Produtivo Local terá R$ 60 milhões disponíveis, com a oferta de dez diferentes tipos de linhas de crédito a empresas interessadas, com taxas de juros a partir de 0,29% ao mês. Além de projetos para capital de giro ou expansão, o financiamento se estende também a projetos de inovação, aquisição de máquinas e equipamentos, licenciamento ambiental e até projetos de eficiência energética. Os APLs são basicamente constituídos de micro e pequenas empresas que não têm acesso facilitado ao crédito. Por isso foi criada a iniciativa, que visa suprir essa demanda e, ao mesmo tempo, estimular a economia do estado. É o caso do município de Nova Friburgo, na região serrana, onde o APL local, voltado ao setor de confecção de moda íntima, é considerado fundamental para a economia. Os APL concentram ramos de atividade que vão de confecções a serviços nas áreas de turismo, hotelaria e entretenimento, passando também por tecnologia da informação, cadeia produtiva de óleo e gás, metal mecânico e rochas ornamentais, entre outros. Durante a rodada de negócios, as empresas vão passar por uma triagem e a aprovação do crédito dependerá da análise das instituições financeiras. Sucesso nos anos 80, as mini garrafinhas colecionáveis da CocaCola retornam ao mercado, repaginadas e embalagem de alumínio, como parte da estratégia de ativação da fabricante em torno da Copa do Mundo. A ação, que inclui a partir de hoje campanha publicitária com filmes para TV, mobiliário urbano, bancas de jornal e em redes sociais, está dentro do orçamento de R$ 14 bilhões para o período de 2012 a 2016 e que contempla também as Olimpíadas, no Rio. Segundo Victor Bicca, diretor de Assuntos Governamentais, Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil para a Copa do Mundo, este é o maior investimento da história da empresa no Brasil, onde está há 70 anos. O país é considerado o quarto maior mercado para a marca no mundo. “Somos os patrocinadores mais antigos da Copa do Mundo, com uma parceria que vem desde 1974. A ação com as garrafinhas colecionáveis atende a um pedido dos consumidores e segue o projeto iniciado em 2012 com o lançamento do mascote da Copa, o Fuleco. Seguimos com a campanha que visa tornar o mundial de futebol no Brasil o mais inclusivo, com o slogan ‘A Copa de Todo Mundo’. Depois, colorimos as latas com as cores da bandeira durante a Copa das Confederações e iniciamos 2014 com uma grande celebração, que começa com a ação das garrafas”, diz ele. As garrafinhas chegam em 18 modelos de alumínio decoradas com as bandeiras de todos os países que já sediaram o Mundial (Argentina, Chile, Uruguai, México, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Espanha, França, Itália, Suécia, Suíça, África do Sul, Japão, Coreia do Sul), os três próximos países-sede (Brasil, Rússia e Catar), além de duas edições especiais. “A mecânica da promoção consiste em juntar tampinhas ou anéis de latinhas, que têm pontuações diferentes de acordo com a cor, acrescentar mais R$ 3,80 e procurar os pontos de troca”, explica Bicca. A empresa também será patrocinadora de 12 espaços Fun Fest que serão montados nas cidadessede da Copa. No Rio e em São Paulo, os locais escolhidos foram a praia de Copacabana e o Vale do Anhangabaú, respectivamente. Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 13 Divulgação AVIAÇÃO Azul e Trip perto de concluir fusão A Azul Linhas Aéreas deve concluir o processo de fusão operacional com a Trip nos próximos quatro meses. Tudo dependia de um consenso sobre o novo pacote de política de remuneração para os tripulantes da Azul e da Trip. A proposta salarial apresentada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foi aceita pelos aeronautas. Com isso, as operações das duas companhias poderão ser integradas. Reuters/Nacho Doce CURTAS Ito Cornelson A sinergia entre as duas operadoras com o negócio é estimada em cerca de R$ 5,5 bilhões Cade aprova fusão da Oi com a Portugal Telecom Segundo o órgão regulador brasileiro, união entre as duas operadoras não vai gerar problemas concorrenciais ao país O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a fusão entre a operadora Oi e a Portugal Telecom (PT), segundo despacho publicado na edição de ontem do Diário Oficial da União. A decisão do órgão regulador está em linha com a justificativa apresentada pelas duas empresas, de que a operação não gera concentração horizontal ou integração vertical significativa, dado que a Portugal Telecom atua somente no mercado brasileiro de telecomunicações por meio de sua participação acionária na própria Oi. E controla outras empresas que prestam serviços de tecnologia da informação às operadoras de telecomunicações — inclusive a própria Oi. A Portugal Telecom pretende alienar toda a sua participação direta e indireta na Contax Participações, por meio de operação que já foi aprovada pelo órgão regulador brasileiro. O Cade entende que a fusão não vai trazer problemas con- A Oi e a Portugal Telecom anunciaram a fusão que culminará na criação da CorpCo, uma multinacional com cerca de 100 milhões de clientes, em outubro do ano passado correnciais no Brasil, uma vez que a Portugal Telecom abriu mão da participação acionária que tinha na operadora Vivo, que foi posteriormente comprada pela Telefônica. No documento, o coordenador-geral substituto de Análise Antitruste, Paulo Vinícius Ribei- ro de Oliveira, registra que, se forem mantidas as condições previamente consideradas pelo Cade, não haverá prejuízo ao ambiente concorrencial no país. Fusão cria tele multinacional língua portuguesa A Oi e a Portugal Telecom anunciaram em outubro do ano passado a fusão que culminará na criação da CorpCo, uma multinacional com cerca de 100 milhões de clientes. A companhia resultante controlará as atividades das duas empresas no Brasil e no mundo. A operação inclui um aumento de capital planejado na Oi de pelo menos R$ 7 bilhões e as empresas estimavam uma captura de sinergias de cerca de R$ 5,5 bilhões com o negócio. A transação também simplificará a complexa estrutura societária atual das duas empresas, de modo que a CorpCo não terá acionista ou grupo de investidores vinculados que detenham a maioria das ações votantes da companhia. ALL e Rumo ainda em negociações Arteris: cobrança de pedágio suspensa A América Latina Logística (ALL) divulgou em comunicado, ontem, que avalia soluções alternativas para a disputa judicial com a Rumo Logística, controlada pela Cosan, e ressaltou que um eventual arranjo societário entre ambas é “apenas uma das alternativas”. A declaração ocorre na sequência de um comunicado da Cosan , no qual a companhia afirmou que a Rumo Logística tem mantido tratativas preliminares com a ALL sobre uma possível combinação das atividades. Reuters A Arteris suspendeu a cobrança de pedágios em duas praças da concessionária Autopista Fluminense a partir de ontem, atendendo a determinação de uma liminar da justiça, segundo comunicado da empresa. A concessionária se disse surpreendida com a liminar concedida pelo Juízo de Direito da 1ª Vara Cível de Campos dos Goytacazes (RJ), que irá recorrer da decisão e que espera conseguir reverter a decisão o mais rápido possível. Reuters PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO AVISO PREGÃO PRESENCIAL 122/2013 Processo Administrativo n.º 20333/2013. Objeto: Reforma de inabilitação da requerente. Recorrente: PLANEJAR TERCEIRIZAÇÃO E SERVIÇOS EIRELI Decisão: INDEFERIDO. LOG-IN - LOGÍSTICA INTERMODAL S.A. COMPANHIA ABERTA CNPJ Nº 42.278.291/0001-24 - NIRE Nº 3.330.026.074-9 Assembleia Geral Extraordinária - Edital de Convocação: Ficam convidados os Senhores Acionistas da LOG-IN – LOGÍSTICA INTERMODAL S.A. a se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, no dia 30 de janeiro de 2014, às 14 horas, na Praia de de deliberarem sobre a seguinte matéria constante da Ordem do Dia: 1. Eleição do novo Conselho de Administração e dos suplentes, em decorrência: (i) da renúncia apresentada no dia 02/01/2014 pelos Srs. Humberto Ramos de Freitas, Juan Franco Merlini e Guilherme Ferreira Brega e por seus respectivos suplentes, Sr(a)s. Giane Luza Zimmer Freitas, Lívia Maria Velloso de Oliveira Castro e Enio Stein Junior; e (ii) do disposto no art. 15, § 7º, do Estatuto Social e art. 121 e seguintes da Lei nº 6.404/1976. Instruções gerais: Os acionistas deverão apresentar, com, no mínimo, 48 (quarenta e oito) horas de antecedência, além do documento de identidade e/ou atos societários pertinentes que comprovem a representação legal, conforme o caso: (i) comprovante expedido pela instituição escrituradora, datado de, no máximo, 5 (cinco) dias antes da data de realização da Assembleia Geral; (ii) para (iii) relativamente aos acionistas participantes da custódia fungível de ações nominativas, o extrato contendo a respectiva participação acionária, emitido pelo órgão competente. Referida documentação deverá ser entregue nesta Cidade, na Praia de Botafogo, nº 501, Torre Corcovado, sala 703, Recepção, Botafogo, CEP: 22250-040. Em atenção ao disposto na Instrução CVM nº 165, de 11 de dezembro de 1991, alterada pela Instrução CVM nº 282, de 26 de junho de 1998, informamos que o percentual mínimo de participação no capital votante necessário à requisição da adoção do voto múltiplo é de 5% (cinco por cento). Permanecem à disposição dos acionistas, na sede da Companhia, na página de Relações com Investidores da Log-In (http://www.loginlogistica.com.br/ri) e na página da CVM (www.cvm. gov.br) toda documentação pertinente às matérias que serão deliberadas na Assembleia Geral Extraordinária, nos termos do artigo 6º da Instrução CVM nº 481/09. Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2014. Fabio Alperowitch - Conselheiro; Paola Rocha Ferreira - Conselheira; Vital Jorge Lopes - Diretor Presidente e de Relações com Investidores. 14 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ EMPRESAS SaveMe, do Buscapé, renova modelo de cupons e descontos Portal que reúne ofertas da internet investe em novas categorias, códigos promocionais e ofertas relâmpago Patricia Stavis Moacir Drska [email protected] Há pouco mais de dois anos, os sites de compra coletiva atingiram o ápice de sua popularidade. Passado esse período, a longevidade do segmento começou a ser questionada, diante de uma série de fatores, como a insatisfação dos usuários e as queixas dos parceiros de que esse tipo de serviço não gerava fidelização. Em meio a esse cenário, muitas empresas do setor deixaram o mercado e outras tantas, como o Groupon e o Peixe Urbano, estão investindo em mudanças em seus modelos de negócios. Esse mesmo movimento está se repetindo em serviços que estão no entorno do setor. Criado em 2010, com a proposta de reunir todas as ofertas de sites de compra coletiva em um único endereço, o SaveMe — portal do Buscapé — está diversificando seu portfólio com a inclusão de novos segmentos e novos tipos de descontos. O reposicionamento começou a ser avaliado quando o SaveMe foi comprado pelo Buscapé, em outubro de 2010, depois de quatro meses de operação sob a marca ZipMe. “Na época, percebemos que não era sustentável depender de um único mercado e que podíamos ser muito mais do que uma listagem de ofertas de compras coletivas”, afirma Guilherme Wroclawski, fundador e diretor do SaveMe. “Ao mesmo tempo, o mercado de compra coletiva foi essencial para essa mudança, pois ele impulsionou toda a cadeia de negócios de cupons e descontos on-line no país, algo que não existia até então. Há três anos, por exemplo, ninguém comprava massagens e outros serviços pela internet”, diz Heitor Chaves, também fundador e diretor do SaveMe. Fruto de um trabalho de três meses, o novo site do SaveMe está no ar desde a semana passada. Além dos cupons de desconto, o portal traz agora códigos promocionais e “ofertas relâmpago”. Todos os modelos de ofertas são divididos por segmentos e cidades. O SaveMe também investiu em novas categorias de ofertas, por meio de parcerias com grandes redes varejistas, como o Walmart e o Magazine Luíza. O setor de turismo também ganhou força, através de acordos com a TAM, CVC e “ A grande entrega da compra coletiva foi trazer o segmento de serviços e a cultura dos cupons para a internet. Esses sites estão em transição, mas ainda têm um bom crescimento pela frente” Guilherme Wroclawski Fundador e diretor do SaveMe “ Nossa ideia é integrar cada vez mais nosso aplicativo com as plataformas móveis dos anunciantes e parceiros, para que o usuário tenha a mesma experiência nos dois ambientes” Heitor Chaves Fundador e diretor do SaveMe Chaves e Wroclawski, do SaveMe: projeção de crescimento entre 40% e 50% na receita em 2014 Azul, entre outras empresas. Ao mesmo tempo, o mercado de serviços — bares, restaurantes, salões de beleza — continua como um dos pilares. Ao todo, são 500 anunciantes, com uma média de 3 milhões de ofertas diárias. “Essa nova frente com os grandes varejistas é muito interessan- te, pois ela permite trabalhar com categorias que estão entre as principais linhas de vendas do e-commerce no Brasil, como eletrônicos, eletrodomésticos e moda”, diz Wroclawski. “Por outro lado, essas empresas estão investindo cada vez mais em códigos promocionais e em ofertas relâmpago, como canais de vazão para renovar linhas e girar estoque”. Em pouco mais de uma semana no ar, o segmento de e-commerce registrou um crescimento de 30% nas vendas. “Com esse novo foco, a expectativa é de um crescimento entre 40% e 50% de receita em 2014”, diz Wroclawski. A ampliação do número de parceiros e a inclusão de novos segmentos estão nos planos para 2014. Supermercados e farmácias são alguns dos setores em avaliação. A extensão do reposicionamento para os dispositivos móveis é mais uma prioridade. O SaveMe prevê lançar uma nova versão de seu aplicativo nesse primeiro trimestre. Hoje, cerca de 20% dos acessos ao site são feito via smartphones. “O maior desafio é integrar nosso aplicativo com os sites dos parceiros, para que o usuário tenha a mesma experiência nas duas plataformas”, diz Chaves. Atualmente, o SaveMe tem 4,5 milhões de usuários cadastrados e uma média mensal de 3 milhões de visitantes únicos. A receita do portal é baseada nos modelos de custo por clique e de custo por aquisição. Nesse último formato, os anunciantes pagam uma comissão — em média de 6% a 15% — por cada venda gerada pelo site. Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 15 Joe Windsor-Williams MONTADORAS Jaguar Land Rover tem venda recorde O ano passado foi recorde em vendas para a Jaguar Land Rover. A britânica emplacou 425.006 veículos no mundo — uma alta de 19% em relação a 2012. Por aqui, o incremento foi de 30% entre janeiro e dezembro de 2013, com 10.952 unidades vendidas. Entre os fatores responsáveis pela alta, segundo a montadora, estão o financiamento próprio e a demanda aquecida pelas SUVs de luxo. Comprada por canadense, Saks quer rejuvenescer Companhia vai investir US$ 1 bilhão para modernizar lojas. Entre as apostas, itens de alto luxo e novos estilistas Adam Rountree/Bloomberg News A presidente da Saks Fifth Avenue, Marigay McKee, planeja investir US$ 1 bilhão para reformar a rede de produtos de luxo ao longo dos próximos cinco anos em uma tentativa de ampliar seu público e as faixas de preço. Um quarto dos gastos de capital se concentrará na loja de Manhattan, disse Marigay, 48, em sua primeira entrevista desde que chegou ao escritório de Nova York, neste mês. A Saks foi adquirida em novembro pela Hudson's Bay Co., uma rede canadense de lojas de departamento posicionada para o mercado de médio porte, por US$ 2,4 bilhões. O negócio trouxe as marcas Hudson's Bay, Lord Taylor e Saks, criando uma empresa que opera 320 lojas. Marigay disse que quer mudar a clientela da Saks para além da mulher de 48 anos de idade, mas sem perdê-la, e também modernizar a rede sem afetar seu DNA de loja elegante, que foi frequentada por Audrey Hepburn, Grace Kelly e Jackie Kennedy. A Saks também terá mercadorias exclusivas porque, disse ela, as lojas de departamento são muito parecidas, com os mesmos tipos de produtos das mesmas marcas famosas. “A loja de departamento está pronta para isso”, disse ela. “Nós focaremos muito mais na tendência. É um salto. É uma viagem. Nós precisamos ter certeza de que não afastaremos os nossos atuais clientes”. A nova chefe da empresa assume o cargo logo após o setor de varejo dos EUA sair de uma temporada de férias sem brilho, em que as lojas de todos os tipos recorreram a descontos nada lucrativos para atrair compradores relutantes. Marigay disse que vê uma forte demanda por joias, relógios e produtos mais caros e está otimista a respeito do segmento de luxo. Em meio à redução de margens por conta de descontos elevados, varejista vê uma forte demanda por artigos de luxo, como joias relógios Rejuvenescer, sem perder o DNA da marca Saks A executiva planeja disputar os clientes mais jovens em cidades habitadas por estudantes universitários e jovens profissionais. Ela visa a afinar o foco oferecendo a jovens compradores de Boston mercadorias diferentes das que oferece para os de Atlanta e do Texas. Nas lojas mais orientadas aos jovens, a ideia é impulsionar a moda contemporânea e adicionar peças de designers internacionais da Os investimentos serão focados nas 41 lojas mais produtivas da Saks. Mas um quarto dos gastos de capital se concentrará na loja de Manhattan, uma espécie de cartão postal de Nova York Grã-Bretanha e da França, disse ela, sem dar seus nomes. Ao mesmo tempo, a rede pretende vender mais itens de luxo extremo, como produtos de peles exóticas, alta costura e roupas de passarela, em lojas onde os clientes mais ricos querem gastar centenas de milhares de dólares. Marigay preferiu não dizer qual o efeito em números que sua estratégia pode ter sobre os preços médios da rede. Os investimentos de capital serão focados nas 41 lojas mais produtivas da Saks. As dez lojas com pior performance serão reavaliadas para, possivelmente, mudarem para a marca Lord Taylor ou serem fechadas, disse ela. A nova empresa-mãe da Saks já anun- ciou uma expansão da Saks para o Canadá. “Claramente, somos uma empresa que quer ser lucrativa”, disse Marigay. A mudança já ganhou corpo no 19º andar da sede da Saks, que passou de uma atmosfera de clube fechado para um espaço livre e moderno. E a renovação não para por aí: um novo visual para vitrines, lojas e embalagens ainda neste ano também estão no horizonte da executiva. Uma coisa, no entanto, deverá permanecer a mesma: a temática preto e branco. Marigay foi diretora comercial da Harrods, a loja de departamento britânica e veio para a Saks após as saídas do CEO Stephen Sadove e do presidente Ron Frasch. Bloomberg Nas lojas mais orientadas aos jovens, a ideia é impulsionar a moda contemporânea e adicionar peças de designers internacionais oriundos da França e da Grã-Bretanha 16 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ EMPRESAS Bikes elétricas em carga total Dafra planeja modelo, General Wings projeta aumento nas vendas e Bike Electric Sense inaugura nova fábrica Patricia Stavis Gabriela Murno [email protected] De carona na nova legislação que equipara as bicicletas elétricas, ou e-bikes, aos modelos comuns de magrelas, fabricantes e importadoras semexem para oferecer mais opções. É o caso da Sense Electric Bike, que inaugura no mês que vem sua fábrica em Manaus (AM), com investimento de R$ 20 milhões. Desde 2012 a empresa importa da China e de Taiwan as e-bikes, que têm a finalização da montagem aqui. Com a nova planta, componentes como pneus, selim, pedal e guidão passam a ser nacionais. Segundo oexecutivode vendasda empresa, Caio Ribeiro, haverá redução de 35% nos custos de produção. “Vamos aproveitar para dar um up grade, com cabeamento à prova d’água e elétrica de 36 volts, que dá 15% mais de autonomia e 20% a mais de força”, explica Ribeiro, para quem a legislação equipara o Brasil a países do primeiro mundo. Os três modelos produzidos pela Sense estão em mais de 90 revendas e chegam a 16 estados do país. “São Paulo, Rio e Curitiba concentram as vendas. Rio, por ser o ponto de partida de nossa operação; São Paulo, pelo trânsito, que faz com que o paulistano busque alternativas; e Curitiba pela infraestrutura e apoio do governo”, destaca Ribeiro. Por enquanto, as bikes são apenas para o mercado interno, mas a meta é chegar a América do Sul em 2015. Além de Rio, São Paulo e Curitiba, a gerente de comunicação e marketing da Dafra, Patrícia Fernandes, vê potencial de crescimento em cidades litorâneas. Para ela, superada a questão da legislação, problemas como fal- NÚMEROS Para Patrícia Fernandes, da Dafra, e-bike é transporte e lazer 5 milhões É o quanto o mercado bicicletas movimenta ao ano no país, segundo a General Wings. Desse total, 10% é a fatia das e-bikes. 35% Redução dos custos da Sense Electric Bike com a inauguração da fábrica em Manaus. Componentes como guidão, selim e pedal passam a ser nacionais. ta de ciclovias devem receber mais atenção. “Vemos movimento nos últimos anos para melhorar infraestrutura, já tivemos avanços. A bicicleta elétrica pode ser usada no lazer, mas é um transporte”, diz. A Dafra, empresa brasileira que começou a comercializar bicicletas elétricas em 2012, já viu suas vendas (uma média de 400 a 500 por mês) crescerem 30% no último trimestre de 2013 e, de acordo com Patrícia, a meta é chegar a mil unidades até o fim do ano. Com três modelos saindo da fábrica de Manaus e distribuídos pelas 200 concessionárias, a Dafra se pre- para para o lançar uma nova opção em fevereiro. “Ao invés do motor atuar na roda, atua na pedivela (junção do pedal com a bicicleta), não havendo perda de energia”, explica Patrícia. A nova bike terá autonomia média de 70 km, contra 35 km de versões anteriores como a DBL, modelo mais vendido. As e-bikes da Da- MAGRELAS E CHEIAS DE ENERGIA Ford Villaggio, da General Wings Preço: R$ 4.250 Velocidade: 25 km/h Peso: 24 kg Autonomia: 40 km Fotos Divulgação Wind, da Sense Electric Bike Preço: R$ 3.190 Velocidade: 32 km/h Peso: 24 kg Autonomia: 40 km DB0, da Dafra Preço: R$ 2.990 Velocidade: 25 km/h Peso: 28,8 kg Quadro dobrável de alumínio fra também são vendidas em lojas especializadas, magazines e e-commerces com a marca Vex. Ricardo De Féo, sócio-fundador General Wings, que além de dois modelos próprios, licencia e-bikes da Ford e da Ducati,também comemora a nova lei. “O mercado é de cinco milhões de bicicletas por ano, eaté10%dessemercadodeve serbicicletas elétricas. Nosso objetivo é participar com 50 mil, nos próximos seis anos”, diz. A metaé produzir cinco mil unidades em 2014. De Féo diz que ainda no primeiro semestre o modelo Villaggio, produzido com a marca Ford, deve chegar às concessionárias da montadora. Hoje, ela está, assim como os outros três modelos da General Wings, no showroom e em 32 bike shops. Além disso, a meta é nacionalizar 80% dos componentes da bike, um projeto italiano, até 2016. Ainda segundo o executivo, a General Wings 3 Toros em breve será licenciada com a marca Troller. Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 17 AUTOMANIA MARCELLUS LEITÃO [email protected] A aposta da Honda O Fit — Jazz em alguns mercados — é um dos maiores sucessos da Honda e, por isso, teve tratamento diferenciado no Detroit Auto Show. O compacto, que será feito no Brasil, oferece medidas mais generosas, motores econômicos e o esperado retorno do câmbio CVT, Transmissão Continuamente Variável, da primeira geração. O CHICOTE DO CORPO O susto do antimarketing. Classificada como infeliz pelos sites da própria Ford, a entrevista de Jim Farley, nada menos do que o chefão global do marketing da Ford, provoca sombras sobre o Salão de Detroit, nos Estados Unidos, que acontece agora no Cobo Center. Farley disse durante a International CES — Consumer Eletronics Show, em Las Vegas, na semana passada —, que “a tecnologia empregada pela empresa tem condições de rastrear, via GPS instalado nos veículos da marca, tudo o que o motorista faz, onde esteve, a qual velocidade percorreu algum trecho, qual percurso utilizou no seu deslocamento, infrações de trânsito cometidas, etc.” O executivo emitiu suas sábias ideias durante um painel sobre a privacidade de dados, com a intenção de destacar o volume de tecnologia embarcada nos carros da montadora. Jogou gasolina na fogueira. Em tempos de espionagem global, o meio automotivo, que já desconfiava dessas possibilidades aplicadas aos carros com GPS de série, conseguiu repercussão negativa mundial e remeteu diretamente ao podre episódio Snowden-NSA. PONTO-A-PONTO A emenda ficou pior quando o executivo afirmou que, apesar da espionagem ser possível, os dados são confidenciais e não são repassados para ninguém. Pegou mal. Farley admitiu que se expressou muito mal e de forma errada e que só falava “em hipótese” e que “não acompanhamos nossos clientes em seus carros sem a devida aprovação ou consentimento deles”, blá blá blá... Outro porta-voz da marca foi nomeado para recuperar o prejuízo e declarou que as afirmações criaram uma impressão errada de como a Ford opera. Segundo ele, o sistema de comunicação original de fábrica permite aos motoristas atualizações sobre o trânsito em tempo real, orientações, ligações automáticas de emergência e, também, controlar o destino do veículo em caso de roubo. Acontece é que ninguém mais acredita que o sistema não pode rastrear o carro para servir, por exemplo, como uma ferramenta de marketing — e de espionagem. A Ford não divulgou quando o sr. Farley poderá, talvez, começar seu novo trabalho numa concessionária do norte do Alasca. E confirmou a velha máxima mineira: a língua, o chicote do corpo. ■ Na outraamericana,aChrysler,o sedãmédio200C,quecelebrao controledamarca100%pelaFiat, quemostraopequeno500Abarth, commotorde162cv.Oprimeironão virá,écaroparanossomercado, masoAbarthjátempassaporte carimbadoparaoBrasil. dodesign emocional com o Sport Sedan Concept, modelo conceitual que irá entregar detalhes a futuros lançamentos. O conjunto ótico em forma de bumerangue, o teto "flutuante" e a frente em V são os dados de personalidade do modelo. ■ Na GM, esportividade com o novíssimo Corvette Z06 de 605 cv de potência. Perto dele o Stingray, com ‘apenas’ 466 cv. O desenho polêmico não agradou aos puristas e também causou polêmica entre os não puristas. A desproporção de linhas entre os farois, grade e capô demanda tempo para se acostumar, mas o Grand Cherokee está confirmado pela Fiat, a detentora da marca, para vendas no Brasil ainda este ano, a partir do segundo semestre. Fotos Divulgação ■ No estande da Nissan a releitura ■ A BMW estreia no Salão de Detroit os belos redesenhos do Z4, M4, M3 e X1. O destaque, no entanto, fica para o Série 2, com duas opções de motores Que Jeep é esse? ■ Na Ford, o destaque é a campeã de vendas F-150, remodelada e com novas opções de motores. ■ Gelo seco e música marcaram o aparecimento do novo Mercedes-Benz Classe C no estande da estrela em Detroit. Maior e mais largo que a atual versão, o best-seller da marca traz itens de conforto e segurança do topo Classe S e será fabricado no Brasil a partir de 2016. ■ Na VW, inveja com o lançamento do Golf R, de duas portas e296 cv para o mercado americano. Outro que chama a atenção é o Beetle Dune, uma versão ‘adventure’ do clássico alemão feito no México. Conceito nasce como clássico No estande da Toyota em Detroit, destaque para o FT-1, o conceito esportivo da marca líder mundial que promete acabar com as saudades do Supra. E, de fato, o FT-1 guarda linhas orgânicas instigantes e pinta de carro de produção. Os motores são desconhecidos, mas as barras de reforço estrutural indicam alto desempenho. Coluna publicada às quartas-feiras 18 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ FINANÇAS Editora: Eliane Velloso [email protected] AMBIMA Emissão de renda fixa cai 22% em 2013 As emissões com instrumentos de renda fixa no Brasil caíram 22% em 2013 ante o ano anterior, a R$ 127,348 bilhões, informou ontem a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Já as emissões de renda variável atingiram R$ 23,895 bilhões no ano passado, ante R$ 14,3 bilhões em 2012. As emissões de dívida no mercado externo caíram no ano 24,6%. Reuters Estudo projeta cenário aquecido para IPOs em 2014 Infraestrutura, tecnologia, saúde e consumo são setores mais esperados. Anos fracos represaram ofertas, diz EY Divulgação Marcelo Loureiro [email protected] A consultoria internacional EY (antiga Ernst & Young) aponta 2014 como um ano movimentado para as aberturas de capital no país, seguindo tendência de recorde nas ofertas ao redor do mundo. A empresa acredita que após os últimos anos terem apresentado números fracos, a necessidade de financiamento das companhias brasileiras por meio do mercado de capitais está mais latente. “O ambiente econômico está parecido com o dos anos passados. O importante, nessa análise, é a outra ponta. Percebo que muitas ofertas foram represadas nos anos recentes e que estão maduras para sair em 2014”, explica André Viola Ferreira, sócio líder de Mercados Estratégicos da EY. O executivo acredita que a janela fechada dos últimos anos fez com que muitas empresas restringissem seus planos de investimento, movimento que não se sustenta por muito mais tempo. Ele estima que as ofertas mais procuradas fiquem entre US$ 200 a US$ 500 milhões. Os setores melhor posicionados para lançar empresas às ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) são os de saúde, consumo, tecnologia e infraestrutura. Na visão de Ferreira, eles podem repetir o sucesso da educação em 2013, que contou com boas ofertas e se valorizou em bolsa. “São segmentos que passam por muita demanda por parte dos consumidores, o que costuma provocar necessidades de investimento”. A aposta nas empresas de infraestrutura se deve pelo pacote de concessões destravado pelo governo nos últimos meses. “Se financiar pela bolsa é uma das opções para essas companhias que venceram leilões”. Outro ponto destacado pelo executivo é a quantidade de empresas dentro do forno de gestoras de private equity. São investimentos, explica, com tempo de maturação rigoroso, que não costuma passar de cinco anos. A desconfiança do investidor estrangeiro com o Brasil persiste, ressalva Ferreira. Cabe às empresas estarem cada vez melhor preparadas porque a competição para aproveitar a janela de ofertas será forte. Algumas candidatas já começaram a fazer o dever de casa. A Qua- lity Software, de tecnologia, tem implantado melhorias nas práticas de gestão enquanto a oportunidade de abrir o capital não chega. O processo, que já dura seis anos, começou com a decisão de aceitar o BNDES como sócio. A chegada do parceiro ensejou a implantação de uma diretoria profissional e de um conselho de administração. “O mercado até agora não está favorável. Mas estou otimista que o quadro mudará ainda este ano”, acredita Julio Britto Júnior, CEO da empresa, em visão parecida com a apresentada pela EY no estudo. No mundo, a EY espera para 2014 um recorde de ofertas públicas de ações. Apenas no primeiro trimestre do ano, as bolsas devem ser palco de 250 a 300 IPOs que devem levantar algo entre US$ 35 bilhões e US$ 45 bilhões. A atividade deve se manter firme no primeiro trimestre de 2014, no embalo de um quarto trimestre forte em 2013, de acordo com a consultoria. O ano fechou com 864 transações que levantaram cerca de US$ 163 bilhões. A liderança coube aos Estados Unidos, com 222 ofertas, que juntas levantaram US$ 59,6 bilhões. Esse resultado corresponde a 26% do número de IPOs globais e 37% dos valores captados. A Ásia fechou o ano com 347 ofertas que somaram US$ 44 bilhões, seguido pela Europa, com 133 IPOs que levantaram US$ 25,4 bilhões. O setor de saúde liderou o volume de negócios com 49 ofertas e um total de US$ 8,8 bilhões. Em seguida, veio mercado imobiliário, com 22 ofertas de US$6 bilhões. As empresas de tecnologia foram protagonistas em 39 IPOs que levantaram US$ 7,4 bilhões. NÚMEROS US$ 8,4 bi Foi o valor levantado em aberturas de capital na BM&FBovespa, em 2013. O volume é bem inferior aos US$ 44 bilhões captados na bolsa de Nova York. 5,2% É quanto representou o montante ofertado em ações na bolsa brasileira em relação ao restante do mundo. A líder Nyse foi responsável por 27% do volume. Candidatas ao IPO têm boa governança “ O ambiente está parecido com o dos anos passados. O importante, nessa análise, é a outra ponta. Percebo que ofertas represadas nos anos recentes estão maduras para sair” André Viola Ferreira Sócio de Mercados Estratégicos,EY Ferreira,da EY: ofertas locais entre US$ 200 a US$ 500 milhões A consultoria Grant Thornton avaliou o nível de aderência às boas práticas corporativas de empresas brasileiras que buscam a abertura de capital e concluiu que os indicadores com melhores níveis de desenvolvimento são a presença de auditor independente e a gestão, além do código de conduta para resolução de conflito de interesses. De acordo com Wander Pinto, sócio da Grant Thornton Brasil, o relatório apresenta um panorama do atual estágio de aderência às práticas de governança das empresas do middle market brasileiro, neste caso, que estão em busca da abertura capital ou de atrair investimentos de fundos de Private Equity. “Essa análise prévia é fundamental antes de estruturar um plano de ação para melhoria da gestão do negócio”, diz Wander Pinto. As grandes fraquezas na governança das candidatas ao IPO são os conselhos de administração e fiscal. A análise foi realizada com as empresas participantes do 8º Fórum de Abertura de Capital, promovido pela BM&FBOVESPA e pela FINEP. Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 19 O MERCADO COMO ELE É... LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES [email protected] AS OPÇÕES (VÃS) DO COPOM Editoria de Arte N o cardápio do chá das cinco de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central há quatro opções possíveis: 1) Aumentar a Selic em 0,25 ponto, para 10,25%, e informar claramente no comunicado o encerramento do ciclo de alta. No total, a taxa básica terá subido 3 pontos percentuais, um aperto nem um pouco açucarado. 2) Subir a taxa em 0,25 ponto e manter intacto o comunicado da reunião anterior — “Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de 2013, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10,25% ao ano, sem viés” —, deixando desta forma aberta a possibilidade de novas altas. 3) Elevar a Selic para 10,50% e sinalizar a propensão de encerramento do ciclo por meio da menção aos “efeitos cumulativos e defasados da política monetária”. 4) Manter o ritmo de 0,50 ponto das cinco últimas reuniões e indicar na nota pós-Copom a intenção de fazer outras elevações do mesmo tamanho. O Copom precisa escolher o caminho mais curto para abrandar as expectativas inflacionárias e aumentar a credibilidade da política monetária junto ao mercado. O BC não pode transmitir a impressão de que estará se submetendo à agenda eleitoral. A solução adotada terá de passar confiança aos agentes. Estes precisam comprar a ideia de que a decisão não é apenas a melhor possível, mas a única factível para o momento. Caso contrário, a degradação das expectativas irá puxar para cima as projeções de IPCA do relatório Focus, contaminando as percepções dos empresários. Mais: se a opção não for crível, a política monetária ficará “atrás da curva de juros”. Tal situação ocorre quando o mercado entende que a atuação do BC é insuficiente para reduzir, nem que seja minimamente, a inflação de 12 meses. Passa então a exigir prêmios cada vez maiores para a compra de papéis prefixados. Isso pode encarecer o manejo da dívida pública federal até mais do que se o BC fizesse um choque de juros na dimensão requerida pelas instituições. Os custos poderiam ser maiores porque o mercado tem o grave defeito de exagerar nos “ajustes” que ele faz por conta própria nos juros. O que o BC deveria fazer para reverter expectativas negativas e quebrar as pernas da resistência inflacionária? A terapia é a do medo. Para o empresário ter medo de perder mercado e o consumidor/ trabalhador de perder sua renda, precisa dar um puxão violento na Selic. O golpe é mais psicológico do que efetivo. O seu efeito imediato é o de encarecer o custo de rolagem da dívida pública. O seu impacto sobre a economia real só ocorrerá, mesmo assim ainda de forma parcial, entre julho e outubro, justamente no período eleitoral mais crítico. Como transformar o efeito psicológico em real? Combinando a alta da Selic com uma mexida geral nas alíquotas dos compulsórios bancários. A elevação geral dos recolhimentos bancários incidentes sobre depósitos à vista e a prazo secará a liquidez do sistema. Empresas e consumidores buscarão dinheiro nos bancos e não encontrarão. As primeiras terão de liquidar seus estoques a preços baixos já que o seu carregamento se tornará financeiramente proibitivo. E os segundos terão de pechinchar compras à vista ou adiá-las. Acaba a moleza do “dez vezes sem juros no cartão”. Se a principal crítica que os analistas fazem a política fiscal, vista como permissiva e frouxa, diz respeito unicamente à expansão de demanda agregada que promove — ninguém ainda levantou a hipótese de um calote da dívida pública por causa dessa política fiscal —, a melhor forma de neutralizar essa ampliação de demanda seria por meio da elevação dos compulsórios. O recolhimento hoje incidente sobre os depósitos à vista, de 44%, já foi bem mais alto no passado: de 60% em 2003 e de 75% em 1999. Trata-se de uma medida dolorosa aos bancos, já que esse recolhimento não é remunerado. O incidente sobre os depósitos a prazo, hoje de 20%, é remunerado pela variação da Selic. Se o diagnóstico for combater uma inflação de demanda derivada da lassidão fiscal e da recomposição real da massa salarial, o caminho está na combinação de alta da Selic e dos compulsórios. Se a inflação resulta também, conforme frisou o BC em nota, da variação da taxa de câmbio e da recomposição das tarifas públicas, aí se trata de uma inflação de custos contra a qual não há o que fazer a não ser adotar medidas administrativas (controle de câmbio e compressão de tarifas). Se o Copom fizer hoje um pouco mais do mesmo, atacará apenas a face de demanda da infla- Se o Copom fizer hoje um pouco mais do mesmo, atacará apenas a face de demanda da inflação, com resultados que se mostraram desde abril incompatíveis com o esforço ção, com resultados que se mostraram desde abril incompatíveis com o esforço. Da forma clássica como vem sendo conduzida, a política monetária também se mostrou inepta em neutralizar os efeitos da alta do dólar sobre os preços. A moeda sobe, os custos se elevam e são repassados aos preços ao consumidor a despeito de a taxa básica ter subido de 7,25% para 10%. Como os salários sobem mais que a produtividade, os repasses são aceitos, contaminando a cadeia produtiva. Os economistas de instituições e os players do mercado futuro de juros da BM&F estão bem divididos sobre o que o Copom irá decidir nesta sua primeira reunião de 2014. Mas o que se discute — se a Selic irá ser congelada até o fim do ano no patamar de 10,25%, 10,5% ou 11% — no fundo é o mesmo samba de uma nota só. Nenhuma das três opções traz inovação relevante. E nenhuma parece capaz de romper a resistência inflacionária. O objetivo do BC parece ser apenas o de evitar que o IPCA rompa o teto de 6,5% da banda inflacionária. Somente neste caso, pelo critério hoje em voga, a inflação não estará na “meta do governo”. Como a ambição é pouca, os resultados estão sujeitos a imprevistos, como o IPCA de dezembro. No DI futuro, encorpou-se ontem a ala que aposta em alta da Selic de 0,50 ponto. A taxa para a virada do ano avançou de 10,71% para 10,78%. O contrato para janeiro de 2017 seguiu a alta do T-Note de 10 anos (de 2,83% para 2,87%) e subiu de 12,25% para 12,37%. Depois de ter acumulado queda de 1,94% nos dois pregões anteriores, o dólar recuperou-se um pouco ontem. Fechou cotado a R$ 2,3561, em valorização de 0,22%. 20 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ FINANÇAS Murillo Constantino Bancos e EUA fazem Ibovespa fechar no azul Índice registrou alta de 0,56%, a 49.703 pontos. O giro somou R$ 5,5 bilhões Deborah, da FirstData: “A asssociação com instituição financeira é uma das três condições para entrar no negócio de credenciamento” FirstData, dos EUA, faz parceria com Bancoop Maior credenciadora de cartões do mundo une-se a banco de cooperativas de Brasília Léa De Luca [email protected] São Paulo Quase 12 anos após se instalar no Brasil, a americana FirstData, a maior empresa de credenciamento e captura de transações com cartões do mundo, finalmente conseguiu fechar sua primeira parceria de peso no país. O acordo, anunciado hoje, é com o Bancoop — banco cooperativo integrante do maior sistema de cooperativas financeiras do país (Sicoob), com sede em Brasília. A operação começa a funcionar até o final deste semestre, quando será anunciada uma nova marca para o negócio, que vai concorrer com Cielo (do Banco do Brasil e Bradesco) e Rede (do Itaú) - além da GetNet, do Santander. Juntas, as duas primeiras têm hoje mais de 95% do mercado. Para Deborah Guerra, gerente geral da FirstData Brasil, a parceria com um instituição financeira é uma das três condições necessárias para um grande “player” como a FirstData atuar no negócio de credenciamento de cartões e vouchers no Brasil. “Depois das novas resoluções do Banco Central, que criou a figura da instituição de pagamento e exigiu capital mínimo para atuar, no final do ano passado, essa parceria ficou ainda mais fundamental”, lembra Deborah. Além disso, só um banco obtém as licenças das bandeiras de cartões. “A nova empresa vai atuar inicialmente com as bandeiras Visa, Mastercard e Cabal, da Argentina, com quem o Bancoop tem acordo”, diz Marco Aurélio Almada, presidente da instituição. O Bancoop é a quinta maior instituição financeira do Brasil, com acesso, por meio das cooperativas do Sicoob, a mais de 2,5 milhões de cooperados, sendo 300 mil pessoas jurídicas. “Mas não vamos prestar o serviço apenas a cooperados. O objetivo é atender pequenas e médias empresas”, diz Deborah. Até agora, a FirstData vinha prestando serviços a correspondentes não bancários. Além da parceria com uma instituição, Deborah diz que há outras duas condições para atuar no negócio aqui: uma plataforma capaz de entregar todas as funcionalidades para operar no mercado brasileiro, que tem características peculiares como o parcelamento e antecipação de recebíveis, por exemplo. “Também é preciso uma estratégia para entrar, executar e vender o serviço com ofertas diferenciadas”, acrescenta Deborah. “Encontramos o parceiro certo para os nossos objetivos. Agora estamos em fase final de testes da plataforma a lojistas. Nosso diferencial é oferecer soluções simples e ricas de informações”, diz. Entre esses diferenciais, Deborah cita a apresentação das contas aos estabelecimentos, que será mais “ A adquirência é o coração da área de contas a receber dos associados; a boa gestão financeira de um cooperado passa por boas soluções de contas a receber, e a FirstData tem experitse nisso” Marco Aurélio Almada Presidente do Bancoop consolidadadoqueoferecemosconcorrentes. “Também estamos trazendo um novo parque de maquininhas, com novas funcionalidades”. Deborah explica que o interesse no negócio justifica-se pelo potencial de crescimento do mercado brasileiro de meios de pagamento, que vem se expandindo acima de 15% ao ano — e a adquirência, especificamente, entre 8% e 10%, diz a executiva. Almada, do Bancoop, lembra que a adquirência é o “coração” da área de “contas a receber” dos seus associados: “Uma boa gestão financeira de um cooperado passa por boas soluções de contas a receber”, diz. Segundo o executivo, a parceria com a FirstData vai agregar valor à gestão, com a consolidação dos pagamentos recebidos. A FirstData está presente em 340 países, e tem experiência internacional na prestação de serviços que ainda não são usuais no Brasil, diz Almada. “Com esse acordo com a FirstData, estamos construindo o nosso próprio sistema de adquirência”, arremata. O Bancoop hoje comercializa as outras adquirentes, mas não interfere na gestão do negócio. A Bovespa fechou no azul ontem, na esteira da alta das bolsas norte-americanas, com ações do setor financeiro ofuscando a queda da Petrobras e de siderúrgicas. O Ibovespa registrou alta de 0,56%, a 49.703 pontos. O giro financeiro do pregão somou R$ 5,5 bilhões. Nos Estados Unidos, dados do varejo em dezembro melhores que o esperado ajudaram a animar investidores depois de uma forte queda na sessão anterior. Por aqui, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco, que têm grande peso no Ibovespa, compensaram a queda da Petrobras e do setor siderúrgico, afetado por contínuas preocupações sobre o crescimento da China. A maior alta do dia ficou com a incorporadora Cyrela, com o mercado vendo com bons olhos sua prévia operacional, divulgada na véspera. Segundo a equipe de análise do Credit Suisse, os lançamentos e vendas trimestrais no quarto trimestre da empresa superaram as estimativas do banco em quase 50%. A preferencial da operadora Oi, que chegou a avançar 7,9%, acabou desacelerando alta, mas fechou no azul depois de o Cade aprovar sua união com a Portugal Telecom. O papel da empresa de educação Estácio Participações também subiu. O Ministério da Educação descredenciou a Universidade Gama Filho e a UniverCidade, ambas com sede no Rio de Janeiro, levantando esperanças de que a Estácio ganhe participação de mercado. Ainda no cenário doméstico, permanecia na mira de investidores a decisão do Banco Central sobre a taxa Selic, a ser divulgada hoje. O resultado acima do esperado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em dezembro, divulgado na semana passada, deu força às apostas de um aumento de 0,5 ponto percentual. Alguma mudança diferente poderia desencadear uma reação mais forte no juro futuro e ter um efeito em alguns setores da bolsa. Reuters Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 21 Vincent Kessler/Reuters UNIÃO EUROPEIA Barroso defende plano para bancos O presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, fez ontem um pedido veemente ao Parlamento Europeu para aprovar a proposta para lidar com bancos falidos. “Este plano é a única forma realista de pôr o sistema em operação”, disse Barroso. “Podemos nos dar ao luxo de pôr em risco os sinais preliminares de retomada da confiança? É isso o que está em jogo”, disse ele. Bloomberg Poupança ganha de fundos mesmo com alta da Selic Estudo da Anefac mostra que caderneta só perde para as aplicações de prazo mais longo e menores taxas de administração Rodrigo Capote Qualquer que seja a mudança na taxa Selic a ser decidida hoje pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), as aplicações em caderneta de poupança continuarão ganhando em rentabilidade dos fundos de investimento na maioria das situações. Estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que a poupança só perde para as aplicações de prazo mais longo e com menores taxas de administração. “Considerando uma aplicação em CDB, o investidor teria que obter uma taxa de juros de cerca de 85% do CDI para atingir o mesmo ganho obtido pela poupança nova, já que as aplicações em CDB's pagam igualmente Imposto de Renda (IR) de acordo com o prazo de resgate da aplicação”, disse Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac. A poupança, que é isenta de IR, está rendendo 0,59% ao mês mais a TR para as pessoas físicas ou 1,5% ao trimestre mais TR para as pessoas jurídicas em geral, exceto para as entidades sem fins lucrativos, cujas aplicações rendem de forma similar às feitas pelas pessoas físicas. Pelos cálculos do economista, os investimentos em fundo que tenham taxa de administração superior a 1% terão uma rentabilidade inferior à poupança, mesmo que a Selic suba hoje para 10,5% ao ano. A exceção é para os fundos com taxa de administração de 1% e prazo de aplicação de apenas seis meses, que produzirão rendimentos de 0,58% contra os 0,59% pagos pela poupança atualmente. Um fundo com taxa de administração de 1,5% só conseguirá bater a pou- Lucro do JPMorgan em 2013 tem queda de 16%, impactado com penalidades de acordos judiciais Em sentido inverso, Wells Fargo, maior de hipotecas dos EUA, tem alta de lucro de 16% mas vendas caem O JPMorgan Chase, maior banco dos Estados Unidos, anunciou ontem um lucro líquido de US$ 17,923 bilhões em 2013, 16% a menos do que no ano anterior, quando teve ganhos de US$ 21,284 bilhões. O banco também registrou queda, de 7,3%, no lucro do quarto trimestre do ano passado, de US$ 5,28 bilhões, ou US$ 1,30 dólar por ação, ante US$ 5,69 bilhões, ou US$ 1,39 dólar por ação, no mesmo trimestre de 2012. Os últimos resultados levaram em conta os ganhos provenientes da venda de ações da Visa e One Chase Manhattan Plaza, além de despesas legais com os acordos relacionados ao caso Madoff. O banco concordou em pagar US$ 2,6 bilhões para encerrar reivindicações privadas e do governo sobre a forma com a qual lidou com as contas de Madoff. O banco estimou naquele momen- to a subtração de US$ 850 milhões do lucro do quarto trimestre para cobrir despesas que não haviam sido provisionadas. Na contramão do resultado do JPMorgan, o Wells Fargo, maior banco de hipotecas norte-americano, anunciou que aumentou 16% o lucro líquido do ano, para US$ 20,9 bilhões, e 10,5%, para US$ 5,4 bilhões no quarto trimestre, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da alta maior que a prevista pelo mercado,as operações de empréstimos hipotecários caíram no banco. O volume de negócios reduziu 3%, para US$ 83,8 bilhões no ano, e 6%, para US$ 20,7 bilhões no trimestre. O diretor financeiro da instituição, Tim Sloan, qualificou o quarto trimestre como “muito sólido” apesar de “um ambiente de taxas difícil e uma queda prevista na concessão de empréstimos hipotecários”. A demanda de créditos caiu: os candidatos a novos empréstimos caíram de US$ 87 bilhões no terceiro trimestre a US$ 65 bilhões no quarto. Reuters e AFP Crise anunciada da dívida na Escandinávia confunde o Prêmio Nobel Paul Krugman Miguel Oliveira prevê que haverá revisão das taxas dos fundos pança se o dinheiro ficar aplicado por dois anos — a rentabilidade será de 0,61%. Caso o Copom opte por subir a Selic em apenas 0,25 ponto percentual, a situação pouco se modifica. Nenhum fundo com taxa de administração de 1,5% ganha da poupança e para quem tem aplicação naqueles com taxa de gestão de 1% só será vantajoso em relação à caderneta se o investidor FUNDOS DE RENDA FIXA X POUPANÇA Rendimento mensal líquido dos fundos com alta da taxa de juros Selic a 10,25% Taxa administração anual (%) Prazo de resgate 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Até 6 meses (IR de 22,50%) 0,6 0,57 0,53 0,5 0,46 0,43 Entre 6 meses e 1 ano (IR de 20,00%) 0,62 0,59 0,55 0,52 0,49 0,45 Entre 1 no e 2 anos (IR de 17,50%) 0,64 0,61 0,57 0,54 0,51 0,47 Acima de 2 anos (IR de 15,00%) 0,66 0,63 0,59 0,56 0,53 0,49 Poupança Selic 10% - Rendimento mensal de 0,59% (6,17% ao ano + TR) | Fonte: Anefac mantiver o dinheiro lá por um ano ou mais. “Mesmo com a elevação da Selic, as cadernetas vão continuar se destacando frente aos fundos de renda fixa por não pagarem IR nem taxas de administração. Este fato deverá provocar reduções nos custos das taxas de administração dos bancos”, previu Oliveira. Selic a 10,5% Taxa administração anual (%) 0,5 1 1,5 2 0,62 0,58 0,55 0,51 0,64 0,6 0,57 0,53 0,66 0,62 0,59 0,55 0,68 0,64 0,61 0,57 2,5 0,48 0,5 0,52 0,54 3 0,44 0,46 0,48 0,5 Economista se precupa com níveis recordes de dívida das famílias dos países da região A Escandinávia, que atraiu os investidores durante a crise da dívida soberana na Europa, agora está sob escrutínio internacional pela preocupação com que os níveis recordes de dívida das famílias da Dinamarca até a Suécia não sejam sustentáveis. “Nos perguntamos se se trata de uma crise esperando para acontecer”, disse o ganhador do Prêmio Nobel Paul Krugman em uma entrevista em 9 de janeiro em Copenhague. “Não tenho certeza, mas é de alterar os nervos”. A Suécia e a Dinamarca se gabam de cargas de dívida pública de menos da metade da média na zona do euro. O fundo de riqueza soberana de US$ 820 bilhões da Noruega significa que seu governo não possui dívida líquida. Contudo, nos três países, as notas de crédito AAA estáveis reduziram o custo de tomar empréstimos e alimentaram farras de empréstimos pelos consumidores, que segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentam uma ameaça à estabilidade. “Você pensaria que se sobreviveu à crise financeira sem grandes prejuízos está tudo bem, mas não é assim”, disse Krugman. Na Dinamarca, os consumidores devem a seus credores 321% da sua renda disponível, um recorde mundial para o qual a OCDE exige uma resposta com políticas, disse a entidade em novembro. Na Suécia, a dívida, segundo essa medição, é de cerca de 180%, um nível que o governo e o Banco Central não querem deixar crescer. O BC da Noruega passa por dificuldades para encontrar uma mistura de políticas que lide com sua carga de dívida privada de 200%. Os três países escandinavos combatem mercados imobiliários superaquecidos desde o começo da crise financeira global há mais de meia década. 22 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ MUNDO Editor: Gabriel de Sales [email protected] Varejo confirma reação da economia dos EUA Vendas em geral crescem 4,2% em 2013 indicando que a atividade econômica ganhou fôlego no fim do ano passado e, ao mesmo tempo, prenunciando que o crescimento será mais consistente no decorrer de 2014 O núcleo das vendas no varejo dos Estados Unidos subiu mais que o esperado em dezembro, sugerindo que a economia ganhou fôlego no fim do ano passado e caminha para um crescimento mais consistente em 2014. O Departamento do Comércio informou que as vendas no varejo excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços alimentares aumentaram 0,7% no mês passado, após crescimento de 0,2% em novembro. O chamado núcleo de vendas corresponde de modo mais próximo ao componente de gastos do consumidor do Produto Interno Bruto. Economistas consultados pela Reuters esperavam que o núcleo de vendas no varejo tivesse aumento de 0,3% em dezembro. O aumento sugeriu que os gastos do consumidor aceleraram no quarto trimestre, ante o ritmo anual de 2% no terceiro trimestre. Também foi a mais recente indicação de forte ímpeto na economia no fim de 2013. Embora a criação de empregos tenha despencado em dezembro, a queda foi vista amplamente como temporária, dado o clima frio que atingiu o país durante o mês. “Deixando de lado o clima, se estivermos certos em pensar que a tendência de criação de empregos ainda está melhorando, as famílias continuarão a gastar de modo mais desenfreado em 2014”, disse o economista sênior da Capital Economics para Estados Unidos Paul Dales. As perspectivas de crescimento do quarto trimestre foram impulsionadas também por um se- gundo relatório do Departamento de Comércio, que mostrou que os estoques no varejo excluindo automóveis tiveram crescimento de 0,6% em novembro, após avanço de 0,3% em outubro. O relatório também relata que os estoques empresariais dos EUA aumentaram em novembro, sugerindo que sua reposição será um impulso ao crescimento econômico no quarto trimestre, em vez de ser um peso, como se temia anteriormente. Queda na receita das concessionárias Uma frente fria durante o mês deve ter contribuído para a redução das vendas de automóveis. As receitas de concessionárias de automóveis tiveram queda de 1,8%, a maior desde outubro de 2012. Essas vendas haviam subido 1,9% em novembro. Isso limitou o desempenho geral das vendas no varejo para uma alta de 0,2% em dezembro. No mês anterior, haviam crescido 0,4%. O desempenho de 2013 mostrou crescimento de 4,2 % do varejo. Outro relatório, do Departamento do Trabalho, mostrou que os preços de importados ficaram inesperadamente estáveis em dezembro, sem dar sinais de pressões inflacionárias de importação. A inflação doméstica continua a ter tendência de baixa e a falta de pressões de preços significa que o Federal Reserve, banco central dos EUA, provavelmente manterá as taxas de juros perto de zero por mais algum tempo, mesmo enquanto reduz suas compras de títulos mensais. Lucia Mutikani, Reuters NÚMEROS 0,7% 1,8% Foi a alta das vendas no varejo em dezembro, excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços alimentares, após crescimento de 0,2% em novembro. Foi a queda na receita das concessionárias de automóveis norte-americanas em dezembro, a maior desde outubro de 2012. As vendas das montadoras haviam subido 1,9% em novembro. Frio excessivo afetou as vendas de carros, mas não impediu a alta do varejo nos EUA Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 23 Seong Joon Cho/Bloomberg CHEGA DE CRÍTICAS Rússia expulsa jornalista dos EUA A Rússia proibiu por cinco anos a entrada do jornalista americano David Satter, crítico ao presidente Vladimir Putin. O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que Satter, autor de três livros sobre a Rússia, foi impedido de retornar ao país após “violação das regras do visto”. Satter acusa o Serviço de Segurança russo de ser responsável pelos ataques a bomba contra apartamentos em 1999. Krisztian Bocsi/Bloomberg Lagarde: decepção com reforma do FMI A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, lamentou que o Congresso norte-americano tarde em aprovar a reforma no sistema de quotas, anunciado em 2010. A reforma visa alterar todo o sistema de quotas e da própria gestão do Fundo, dando mais poder de voto a países como Brasil, Índia e China, que se tornaria o terceiro maior acionista da instituição. A decisão foi tomada em 2010, após as conclusões do G20 sobre a evolução da economia global. A administração de Barack Obama tem feito força para que a reforma seja aprovada, mas o Congresso, dominado pelos Republicanos, tarda em aprovar a mesma, por considerar que vai exigir um reforço substancial das verbas canalizadas para o Fundo. “Estou desapontada por não se terem dados os passos necessários para a implementação desta importante reforma. O mundo está evoluindo e estamos totalmente empenhados em ajudar os nossos membros a finalizarem o que acordaram em 2010”, afirmou Lagarde. Diário Económico Timothy Clary/AFP Fábrica em Munique: Alemanha teve crescimento mensal de 2,4% Produção industrial da zona do euro cresce 1,8% Avanço em novembro foi o mais significativo desde maio de 2010, impulsionado, principalmente, pelo aumento de 3% na produção de bens de capital A produção industrial da zona do euro cresceu muito mais que o esperado em novembro, sinalizando ímpeto mais forte por trás da recuperação econômica do bloco no último trimestre de 2013. A produção industrial nos 17 países que compartilham o euro saltou 1,8% em novembro na comparação mensal, após queda revisada de 0,8% em outubro, informou a agência de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat. O avanço mensal, o mais forte da zona do euro desde maio de 2010, foi impulsionado por aumento de 3% na produção de bens de capital e por crescimento de 2,2% na produção de bens de consumo duráveis, como eletrônicos e carros. Economistas em pesquisa da Reuters esperavam que a produção aumentasse 1,4% na com- paração mensal, contra queda de 1,1% divulgada anteriormente em outubro do ano passado. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a produção industrial subiu 3% em novembro, após aumento revisado de 0,5% em outubro. Os dados apontam para uma leve aceleração da recuperação da economia de 9,5 trilhões de euros do bloco no último trimestre de 2013 em comparação com os três meses anteriores, quando ela quase estagnou por causa do fraco desempenho da França e da Itália. A produção na maior economia da zona do euro, Alemanha, teve crescimento mensal de 2,4% em novembro, mostrando o maior aumento desde julho de 2011, enquanto a produção na segunda maior economia, França, subiu 1,4%. AFP 24 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ▲ MUNDO China combate ‘corretamente’ o aquecimento global, diz ONU Afirmação foi feita ontem durante conferência sobre mudanças climáticas, em Nova York. O maior emissor de gases efeito estufa possui alguns dos mais rigorosos padrões de eficiência energética e de sustentabilidade Frederic J. Brown/AFP Ativistas do Greenpeace em frente a uma das maiores usinas movidas a carvão, em Pequim Maior emissora de gases de efeito estufa do mundo, a China é também o país que está “fazendo o correto” em relação ao aquecimento global, afirmou a ONU. O país tem alguns dos mais rigorosos padrões de eficiência energética para edifícios e meios de transporte, e seu apoio à tecnologia fotovoltaica ajudou a reduzir os custos dos painéis solares em 80% desde 2008, disse Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ontem, em entrevista, na sede da Bloomberg News, em Nova York. O país está enfrentando uma crescente pressão pública dos cidadãos para reduzir a poluição do ar, devida em grande parte à queima de carvão. Seus esforços para promover a eficiência energética e a energia renovável se baseiam na constatação de que fazê-lo valerá a pena no longo prazo, disse Figueres. “Eles realmente querem respirar um ar que não tenham que estar controlando”, disse ela. “Eles não estão fazendo isso porque querem salvar o planeta. Eles estão fazendo isso porque é de interesse nacional”, acrescentou. A China também é capaz de implementar políticas porque sua forma de governar evita alguns dos obstáculos no poder legislativo vistos em países como os Estados Unidos, disse Figueres. Políticas-chave, reformas e nomeações são decididas em uma sessão plenária ou em uma reunião do Comitê Central do Partido Comunista, formado por mais de 200 membros. O Congresso Nacional do Povo, a legislatura unicameral da China, em grande parte chancela as decisões tomadas pelo partido e outros órgãos executivos. Christiana Figueres, de 57 anos, é responsável por guiar mais de 190 estados-membros em uma iniciativa liderada pela ONU O país enfrenta uma crescente pressão pública dos cidadãos para reduzir a poluição do ar, devida em grande parte à queima de carvão “ Eles realmente querem respirar um ar que não tenham que estar controlando. Eles não estão fazendo isso porque querem salvar o planeta. Eles estão fazendo isso porque é de interesse nacional” Christiana Figueres Secretária-executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas para projetar um tratado internacional de luta contra o aquecimento global. A meta é assinar, em 2015, um tratado que passará a valer em 2020, substituindo o Protocolo de Kyoto, adotado em 1997. O Protocolo de Kyoto, o único tratado internacional sobre restrições às emissões, limita a poluição por gases de efeito estufa em países industrializados e permite que os paísesmais pobres firmem compromissos voluntários. O Canadá retirou-se do tratado em 2011 e a Rússia e o Japão rejeitaram novas metas depoisde 2012.Os EUAnunca oratificaram. Otratadofoiaplicado a menos de 15% das emissões globais. Figueres espera que uma versão preliminar do tratado de 2015 seja discutida em reuniões em Lima, no Peru, em dezembro. A elaboração de um acordo será facilitada por outros países, como a China, que perceberam que reduzir a mudança do clima redundará em benefícios a longo prazo que compensam os custos de curto prazo. Nos EUA, o Congresso dividido politiza a mudança climática. A administração de Barack Obama deverá decidir, neste ano, a respeito dos limites para emissões em usinas de energia, um movimento que pode ajudar a cumprir a meta de reduzir os gases de efeito estufa em 17% até 2020. Não está claro se as regras para usinas de energia e outros esforços de Obama para enfrentar as mudanças climáticas se traduzirão em uma meta mais ambiciosa para o pós-2020. Sangwon Yoon, em Nova York, Bloomberg Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 25 Tom Starkweather/Bloomberg ACERVO PRECIOSO Filipinas quer obras de arte de volta O governo filipino pretende recuperar três pinturas, inclusive uma do impressionista francês Claude Monet, colocadas à venda por uma ex-assessora de Imelda Marcos. Entre as obras que Vilma Bautista conseguiu vender, por US$ 32 milhões, estava a tela “Le Bassin aux Nympheas”, de Monet, da célebre série dos nenúfares. Elas foram adquiridas com verbas estatais e fazem parte do acervo do governo. Anne-Christine Poujoulat/AFP Referendo deve dar mais poder a general MOMENTO “DOLOROSO” É a terceira vez que os egípcios votam em disposições constitucionais, desde 2011. População acredita que comandante do Exército retomará a estabilidade Egípcios começaram a votar ontem em um referendo constitucional, a primeira votação desde que os militares derrubaram o presidente islamita Mohamed Mursi e um acontecimento que deve dar a largada para a candidatura presidencial do comandante do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi. Há poucas dúvidas de que os egípcios, que realizaram enormes protestos nas ruas antes da deposição de Mursi, vão comparecer em grande número e votar “sim” no referendo de dois dias, um marco para o mapa desenhado pelo governo apoiado pelo Exército para o futuro do país. Sisi derrubou Mursi, o primeiro líder eleito democraticamente no Egito, em julho. Os adversários islamitas de Sisi o consideram o lí- der de um golpe que resultou na pior crise interna na história moderna do Egito e levou o país de volta ao que críticos chamam de Estado policial. Mas muitos egípcios estão cansados da instabilidade política que assola o Egito e afundou a economia desde a revolta popular que derrubou o autocrata Hosni Mubarak em 2011, e veem Sisi como uma figura decisiva que pode restabelecer a estabilidade. Analistas dizem que o referendo também está se transformando em uma votação sobre a popularidade de um homem cuja imagem aparece em cartazes em todo o Cairo. Se concorrer à presidência, Sisi é amplamente o favorito. O referendo marca a terceira vez que os egípcios votam em dis- posições constitucionais desde a revolta histórica contra Mubarak, e no geral é a sexta vez que eles vão às urnas desde sua queda. A nova constituição vai substituir a sancionada por Mursi há pouco mais de um ano, que também foi aprovada em referendo. O novo texto reforça instituições do Estado que desafiavam Mursi: os militares, a polícia e o judiciário. Hosni Mubarak pediu, ontem, para votar, disse o advogado do expresidente. “É claro que será sim pela Constituição”, disse Fareed El-Deeb. Mubarak, que enfrenta um novo julgamento pelo seu papel na morte de manifestantes durante uma revolta em 2011 que o tirou do poder, foi libertado da prisão em agosto e está em um hospital militar do Cairo. Reuters Mohamed Abd El Ghany/Reuters Eleição no Cairo: a nova constituição vai substituir a sancionada por Mursi há pouco mais de um ano ■ O presidente François Hollande reconheceu, ontem, em entrevista coletiva, que está atravessando um momento “doloroso” em seu relacionamento com a jornalista Valérie Trierweiler, sua companheira oficial, após as revelações da revista Closer sobre um suposto affair com a atriz Julie Gayet (foto). Valérie foi hospitalizada algumas horas após a divulgação das revelações e permanece internada. O presidente se recusou a dizer se continua a viver com a sua companheira oficial, mas prometeu “esclarecer” sua situação privada antes de uma visita de Estado aos Estados Unidos no dia 11 de fevereiro. AFP EUA chamam de ofensivos comentários atribuídos a ministro de Israel Yaalon diz que secretário americano age motivado por “uma obsessão incompreensível” Os EUA rebateram ontem as declarações atribuídas ao ministro da Defesa de Israel, que teria sugeri- do que a busca do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pela paz no Oriente Médio seria messiânica e obsessiva. “Os comentários do ministro da Defesa (Moshe Yaalon), se precisos, são ofensivos e inapropriados, especialmente diante de tudo que os Estados Unidos estão fazendo pa- ra apoiar as necessidades de Israel”, afirmou Jen Psaki, portavoz do Departamento de Estado, num breve comunicando e numa rara reprimenda ao aliado Israel. A porta-voz fez o comentário depois que o jornal mais vendido em Israel publicou que Yaalon teria dito que John Kerry agia moti- vado por “uma obsessão incompreensível e um sentimento messiânico” e não poderia ensiná-lo nada sobre o conflito entres israelenses e palestinos. Psaki divulgou a resposta em Roma, onde Kerry fez uma breve parada antes de ir para o Kuweit. “O secretário Kerry e a sua equipe têm trabalhado dia e noite para tentar promover uma paz segura para Israel, dada a preocupação do secretário com Israel”, acrescentou a porta-voz. “Questionar os motivos dele e distorcer as suas propostas não é algo que esperaríamos do ministro da Defesa de um aliado próximo.” Reuters 26 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 OPINIÃO Editoria de Arte Sem confete e serpentina Vinícius Nobre [email protected] s brasileiros estão falando melhor inglês, embora o nível de proficiência dos jovens não seja compatível com o crescimento econômico do país. Essa é uma das conclusões da pesquisa da EF Education First, que foi divulgada recentemente com grande repercussão. O trabalho revela que, em um ano, o Brasil saltou do 46º para o 38º lugar no ranking de proficiência em inglês. Desde a primeira edição do estudo, em 2009, a pontuação do Brasil cresceu 2,8 pontos chegando ao atuais 50,07 pontos. A melhora da proficiência do brasileiro em inglês apontada, no entanto, não é motivo de comemoração. Embora a pesquisa seja válida, é difícil criar-se uma metodologia que avalie com tamanha precisão a proficiência de uma população. O trabalho da EF envolveu um grupo de voluntários interessados no idioma. Como a amostragem é limitada, não podemos usar os resultados para medir a competência linguística de um país inteiro. O Brasil apresenta baixa proficiência em inglês por questões históricas. Na verdade, estamos colhendo os frutos de décadas de desvalorização do ensino de inglês. Durante anos, a nossa sociedade viveu sem a necessidade de falar a língua inglesa. Estudava quem gostava do idioma, viajava ao Exterior ou trabalhava em uma multinacional. Com a globalização, a procura pelo inglês aumentou muito, mas o aprimoramento linguístico de uma população exige tempo. A propósito, nunca acreditei que conseguiríamos capacitar satisfatoriamente a população brasileira para usar o inglês na Copa do Mundo. Um aprendizado sólido não acontece em um ou dois anos. Hoje o Brasil possui mais professores de inglês do que décadas atrás. Mas uma boa parte deles tem algum tipo de carência. Muitos sabem dar aula, mas ainda precisam aprofundar-se no conhecimento do idioma. Brasileiros que moraram fora do país tornam-se professores, mas não se aprofundam na ciência de aquisição de uma língua estrangeira ou em fundamentos didáticos e pedagógicos. Outros encaram a profissão como um bico. Por isso não é incomum no nosso setor ouvir a pergunta: “Você trabalha ou só dá aulas de inglês?” Na falta de um órgão regulador da qualidade de ensino de inglês, muitas escolas recrutam professores sem qualificações, sem treinamento, sem registro em carteira, sem suporte e com salários pouco atraentes. Temos um mercado com apelo comercial muito forte que faz O Na falta de um órgão regulador da qualidade de ensino de inglês, muitas escolas recrutam professores sem qualificações e sem treinamento promessas infundadas com o simples objetivo de vender (como a ideia de que é possível ser fluente em seis meses), que alimentam expectativas inatingíveis nos alunos e frustrações enormes. Felizmente, nossa sociedade está cada vez mais consciente do processo que envolve o aprendizado de inglês. Mas muitos alunos ainda têm dificuldade para avaliar a qualidade dos seus cursos porque não usam o inglês no dia-a-dia. Essa situação potencializa a criação de mitos perigosos como pensar que o professor nativo é o melhor professor; que só se aprende inglês morando no exterior; que é possível aprender inglês só com conversação ou que a aula particular é melhor do que em grupo. A Cultura Inglesa de São Paulo concorda plenamente quando o estudo da EF aponta que o aprendizado de inglês da população está condicionado à melhoria da educação básica. Por isso desde 1995 a Cultura Inglesa promove o Programa de Formação Contínua de Professores de Inglês da Rede Pública que já atingiu mais de seis mil educadores com três cursos gratuitos: um de extensão de inglês, um curso on-line de aperfeiçoamento pedagógico e uma pós-graduação Lato Sensu em reflexão sobre a prática pedagógica. Para quem quer aprender inglês, o Brasil possui escolas de ponta e profissionais exemplares. Mas estamos cada vez mais sofrendo as consequências de faculdades que fecham seus cursos de Letras porque ninguém mais quer ser professor. O desafio de inserir o ensino do inglês na realidade da educação em geral fica cada vez maior. O próprio Ministério da Educação reconhece que faltam professores em diversas áreas. Se essa tendência não for revertida, corremos o sério de risco de no futuro não encontrarmos mais pessoas que queiram ensinar. E o mais preocupante é que o país só vai perceber que não tem professores, quando já for tarde demais. Vínicius Nobre é gerente acadêmico da Cultura Inglesa de São Paulo e ex-presidente da Braz-Tesol Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 Brasil Econômico 27 ADOLFO MENEZES MELITO PEDRO BELCHIOR Presidente do Conselho de Criatividade e Inovação da Fecomercio-SP Professor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV-Direito Rio A economia criativa e o novo ciclo econômico Um olhar para trás na indústria do entretenimento O economista norte-americano Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2001 pela teoria sobre a assimetria de informações em transações, publicou um artigo na Vanity Fair sobre a recente crise financeira, que teve como origem o excesso de recursos depositados no crescimento do mercado imobiliário norte-americano. Feitas todas as promessas para um proveitoso 2014, aos poucos voltamos à rigidez da rotina e tentamos separar o que é possível cumprir daquilo que ficará para um futuro próximo. É justamente com essa mentalidade que precisamos olhar para a indústria do entretenimento e compreender quais das inúmeras resoluções devem ser priorizadas nesse novo ano que se inicia. Stiglitz, crítico da gestão liberal da globalização, do Banco Mundial — de cuja diretoria foi membro — e do Fundo Monetário Internacional, traça um paralelo entre as raízes da Grande Depressão e o movimento lento de recuperação da economia norte-americana, passados cinco anos desde a quebra do Banco Lehman Brothers. A tese coloca holofotes na queda de empregos na agricultura norteamericana e na consequente redução dos rendimentos no campo na década de 30, promovida pelo aumento de produtividade decorrente de inovações. O endividamento das famílias para manter o padrão de consumo não pôde ser sustentado com a queda dos rendimentos e com o crash da Bolsa. Os bancos tiveram que ser resgatados para evitar um prejuízo maior. Sem dúvidas que 2013 foi um ano de importantes desenvolvimentos para o entretenimento. Apenas para começar, o recente lançamento do game Grand Theft Auto V (GTA V) arrecadou US$ 1 bilhão em apenas três dias e, por via de consequência, sepultou de vez as contumazes comparações entre o mercado dos jogos e o mercado do cinema. Afinal, os mais de US$ 30 bilhões movidos por ano pelo cinema sequer chegaram perto dos US$ 70 bilhões faturados pela indústria dos games. E os números tendem a aumentar em 2014. Mas isso não significa que o mercado cinematográfico estivesse mal das pernas em 2013. Já se percebem os efeitos nas atividades dos produtores audiovisuais brasileiros desde a entrada em vigor da “Lei da TV Paga”, que previu as cotas mínimas de exibição de produtos nacionais com o intuito de gerar alguma demanda que influenciasse o investimento privado. Não é só o alto custo que exporta empregos para países de mão-de-obra barata. Esses migram também para países que contam com melhor uso da tecnologia Algo semelhante teria acontecido na recente crise. Para manter o padrão de consumo, as famílias se endividaram por meio de hipotecas. Com o estouro da bolha imobiliária, o desemprego explodiu e os bancos foram novamente resgatados para se evitar um mal ainda pior. Tanto na Grande Depressão como em outras ocasiões, a perda de empregos ocorreu pela melhora da eficiência. Bruce Greenwald, colega de pesquisa de Stiglitz na Columbia University, também citado no artigo, descarta que o movimento ocorrido na década de 90 tenha sido motivado pela globalização, atribuindo à produtividade. Mesmo com a recente recuperação da economia norte-americana, ainda é alta a taxa de desemprego e é provável que o socorro bancário realizado recentemente não deverá restabelecer o equilíbrio. Isso porque duas disfunções precisam ser obrigatoriamente analisadas. A primeira é o papel dos bancos, que preferem se dedicar a engenharias financeiras e ao mercado de derivativos, ou ainda investir em dívida pública a financiar segmentos da economia que mais geram emprego, que são as micro e pequenas empresas. A segunda diz respeito à habilidade de governosaoredordomundoeminvestircorretamente para gerar o tipo de emprego que alavanque novos e promissores segmentos da economia, incluindo, naturalmente, a economia criativa. Esses investimentos devem focar educação, tecnologia e infraestrutura. No caso norte-americano, como foram setores pouco investidos em anos recentes, investimentos incrementais devem gerar impacto importante na economia. O foco em novas fontes de energia e a capacidade do governo de gerar receitas adicionais via impostos é provavelmente um bom caminho para os Estados Unidos. Vale lembrar que não é só o alto custo que exporta empregos para países de mão-de-obra barata. Esses migram também para países que contam com melhor infraestrutura, educação e uso da tecnologia. No caso brasileiro, portanto, o desafio é articular de maneira democrática as forças da sociedade para um amplo debate sobre os caminhos do desenvolvimento. O gap de investimentos em educação, tecnologia e infraestrutura é imenso e não permite que as decisões sejam tomadas de forma centralizada e com foco no curtíssimo prazo, como tem sido, aliás, a gestão da nossa economia nos anos recentes. Mais um ano se passou sem que fosse aprovado o Marco Civil da Internet e regulamentadas as condutas na rede, o que traria maior segurança às atividades econômicas E não foram apenas as imagens que ocuparam o mercado em 2013. A indústria da música foi coroada também com um interessante avanço, afastando cada vez mais fantasmas de um passado recente. Como se não bastasse a reforma da gestão coletiva, focada na maior transparência das atividades do ECAD e na proteção da concorrência, alguns mitos foram desmentidos nesse último ano. É nesse ponto que mais uma pesquisa inglesa reafirmou a adaptação das indústrias criativas aos novos mo- delos de negócios impostos pela cultura digital e que não sobra mais espaço para os impertinentes alarmes de uma suposta queda geral de receitas em razão de pirataria na rede. O fato é ilustrado pelo lançamento on-line do novo álbum da cantora Britney Spears, que passou a ocupar a posição de mais veloz a chegar ao topo de vendas no iTunes americano, após meros 19 minutos de seu início. Apesar das boas notícias, 2013 não foi um ano apenas de avanços. Três assuntos extremamente polêmicos se arrastaram pela virada do ano e poderão afetar as resoluções da indústria do entretenimento para um bom 2014. São eles: internet, biografias e futebol. Alguns infundados argumentos originados das legítimas decisões do Superior Tribunal de Justiça Desportiva colocam em risco o mercado em pleno ano de Copa do Mundo no Brasil, como se já não bastasse a falta de confiança causada pela má gestão dos organizadores do megaevento. Paralelamente, os interesses particulares de poderosos grupos artísticos tendem a desvirtuar a liberdade de expressão de biógrafos, assim como perigam a prejudicar os mais básicos direitos ao acesso à cultura e ao conhecimento por parte da sociedade. É notória a necessidade de prever um meio termo entre a proteção da esfera privada de personalidades famosas e o radicalismo do sistema atual que impede a publicação de praticamente qualquer obra biográfica legítima. De outro lado, mais um ano se passou sem que fosse aprovado o Marco Civil da Internet e regulamentadas as condutas na rede, o que por si só traria maior segurança ao exercício das atividades econômicas vinculadas. Diante do contexto, esperamos que as polêmicas de 2013 não nos atrapalhem de cumprir as promissoras resoluções da indústria do entretenimento para 2014. Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Diretor Presidente José Mascarenhas BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. Publisher Ramiro Alves Chefe de Redação Octávio Costa Editora-Chefe Sonia Soares Editora-Chefe (SP) Adriana Teixeira Diretor de arte André Hippertt Editora de arte Renata Maneschy Redação (RJ) Rua dos Inválidos, 198, Centro, CEP 20231-048, Rio de Janeiro Tels.: (21) 2222-8000 e 2222-8200 Redação (SP) Rua Guararapes, 2064, Térreo, Brooklin Novo, CEP 04561-004, São Paulo E-mail [email protected] CONTATOS Redação Tels.: (21) 2222-8000 e (11) 3320-2000 Administração Tels. : (21) 2222-8050 e (11) 3320-2128 Publicidade Tels.: (21) 2222-8151 e (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Tel.: (11) 3320-2017 (circulação de segunda à sexta, exceto nos feriados nacionais) Atendimento ao assinante / leitor Rio de Janeiro (Capital) — Tels.: (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades — Tels.: 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira — das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados — das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro Tel.: (11) 3320-2112 Impressão Editora O DIA S.A. (RJ) 28 Brasil Econômico Quarta-feira, 15 de janeiro, 2014 ASSINE JÁ! São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) : (21) 3878-9100 [email protected] Empresa Jornalística Econômico S. A. Rua dos Inválidos, 198, Centro - CEP: 20231-048, Rio de Janeiro (RJ) - Tels.: (21) 2222-8000 e 2222-8200 www.brasileconomico.com.br PONTO FINAL GABRIEL DE SALES Editor [email protected] Mesmo com um momento de satisfação, como relata na terceira estrofe (“Entrou uma moça se arrequebrando... No meu colo ela foi sentando...Pra morde o bonde que estava andando... Sem a tarzinha está esperando”), termina desistindo da capital (“Eu vou m’imbora pra minha terra...Esta porquêra inda vira em guerra). AROEIRA Entre interioranos mais idosos são comuns relatos deixados pelos avós sobre a aventura de um passeio até a capital paulista nas primeiras décadas do século 20. Embora na metrópole praticamente tudo fosse novidade para eles, decepcionavam-se com o grande movimento em que predominavam os bondes, carruagens e os primei- As iniciativas pelo ordenamento do transporte público não podem se restringir ao município paulistano, mas devem incluir outros da região metropolitana, entre os quais os do ABCD Asiniciativas nesse sentido, contudo, encontrarão muitos obstáculos para serem implementadas, a julgar pelo posicionamento do prefeito de São Bernardo do Campo, quarto maior município paulista por habitantes, depois da capital, Guarulhos e Campinas. Em recente entrevista, o chefe do executivo são-bernardense colocou-se claramente a favor do transporte individual, alegando que “não podemos ficar contra os automóveis”. “Até mesmo por que o município é fabricante de veículos”, justifica. Tal postura conflitante com a da administração paulistana peca ao se contrapor a uma iniciativa que, pela primeiravez,tentacriarumordenamento no trânsito da região metropolitana para que seus habitantes deixem de levar “trancos”.Ea justificativa soa tão absurda como se, de repente, o prefeito de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, passasse a defender os fumantes e a estimular ovício docigarro porser o município centro do principal polo brasileiro produtor de fumo. SOBE E DESCE Wilson Dias/ABr N o final dos anos 20, portanto há quase um século, o folclorista e compositor Cornélio Pires sintetizou, com muito humor, em “Bonde Camarão”, que compôs com Mariano da Silva, o desapontamento dos habitantes do interior paulista e de outros estados com a “agitação” paulistana. “Aqui em São Paulo o que mais me amola... É esses bonde que nem gaiola”, diz a letra, de 1929, referindo-se aos bondes avermelhados, o principal meio de transporte público na capital, que sobreviveram até o final da década de 60. Ele conta suas desventuras no bonde (“levei um tranco e quebrei a viola”) em linguagem caipira, estilo pouco aceito nos dias atuais, mas de enorme sucesso na época, primeiro nos gramofones e, depois, no rádio, a grande novidade que chegava aos lares brasileiros. ros automóveis que também começavam a chegar ao país. É inacreditável e inconcebível que as mazelas paulistanas observadas por humildes interioranos há quase cem anos tenham se avolumado e chegado a um ponto que muitos consideram sem controle. Mesmo grandesobrasnão foram capazes de atender à demanda crescente de uma população de migrantes atraída pela industrialização e consequente expansão dos serviços na capital e no seu entorno. Diante desse quadro pouco animador em que em determinadas ruas e avenidas a velocidade média dos carros é igual à das carruagens puxadas por cavalos várias décadas atrás, a atual administração paulistana indica uma tendência de priorizar os transporte coletivo, penalizando o individual em boa parte da cidade. Como defendem urbanistas, as ações não podem se restringir ao município paulistano, mas incluir vários outros da regiãometropolitana, entre os quais os do ABCD. ■ Rodrigo Janot, procurador-geral da República, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral mudança na norma que limita o poder de investigação do Ministério Público Eleitoral. José Pedro Monteiro TEM COMPANHEIRO NA CONTRAMÃO ■ Alex Porto, presidente do grupo Galileu Educacional, dono da Gama Filho e da UniverCidade, pediu ontem paciência aos alunos afetados pelo descredenciamento das duas universidades particulares pelo MEC.