SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL: ENERGIA Autores: Amanda Rodrigues da Mata Diogo Munhoz Amorin Débora Guimarães Nadale de Souza Flavia Colette Boing Julia Dell Sol Passos Gusmões Luis Felipe Bernardo Melina Augusto Nádia Janaina de Souza Observação final: João Carlos Vieira optou por fazer esse trabalho com um grupo da Licenciatura. 2013 INTRODUÇÃO O avanço tecnológico que ocorreu nos últimos séculos se mostrou de extrema importância para a sociedade moderna. Porém, junto com os benefícios, tornamo-nos dependentes da energia elétrica para usufruir do resultado desse avanço e, mais do que isso, a utilizamos sem limites, como se seu uso não tivesse nenhum efeito sobre o bem estar da sociedade e a qualidade do meio ambiente. Hoje em dia, nos deparamos com cenas de desperdício em todos os lugares: muitas luzes acesas em plena luz do dia, televisões ligadas sem que ninguém as assista, banhos cada vez mais demorados, condicionadores de ar ligados sem que haja necessidade, entre muitos outros. Conforme aumenta a demanda de energia, vê-se necessário o aumento de produção da mesma, e para isso, novos meios de obtenção são criados, gerando mais impactos sobre o meio ambiente apenas para satisfazer às necessidades do modo de vida de uma sociedade cada vez mais consumista. Um exemplo foi mostrado no Jornal “O Estado de São Paulo”, referente ao desperdício nacional de energia, o qual chega a cerca de 16 bilhões de reais. Esse valor é equivalente ao investimento para a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, investimento esse apenas necessário devido ao alto gasto e desperdício nacionais. Para sanar parte desses problemas, as práticas têm que ser voltadas para uma visão de sustentabilidade baseada, principalmente, na gestão ambiental. Infelizmente vemos que os mesmos problemas que ocorrem em proporção nacional, também se repetem dentro do local acadêmico. A Universidade Federal de Alfenas, por cuidar dos processos de aprendizagem para formar profissionais de diversas áreas, incluindo educadores, precisa atuar na área de gestão ambiental, por ser grande consumidora de energia, geradora de resíduos líquidos e sólidos, manusear substâncias químicas de alta periculosidade, etc. Por ser um local onde transitam muitas pessoas, diariamente, certos costumes foram fixados, os quais contribuem para o desperdício de energia. Vemos, diariamente, salas de aula vazias com luzes acesas- as quais implantadas em demasia contribuempara o uso ineficiente da iluminação natural- computadores ligados sem uso, equipamentos antigos que consomem mais energia nos laboratórios, entre outros. A precária fiscalização do uso desregrado da energia é reflexo da falta de planos efetivos de informação e conscientizaçãosobre a importância do uso sustentável da mesma. Em tempos modernos, a utilização da energia elétrica pela sociedade tornou-se imprescindível na conquista de uma realidade mais confortável. Portanto, seu uso deve ser feito demodo lúcido e eficiente visando assim aumentar sua disponibilidade através da otimização do desempenho dos equipamentos, da redução do consumo, e anulação do desperdício através da conscientização dos seus consumidores. O criação de estudos que visam a melhoria do aproveitamento de energia por programas de conservação, monitoramento, fiscalização e consequente divulgação quanto à necessidade do racionamento desta, faz-se fundamental em diversos ambientes, inclusive os acadêmicos, pois objetivam reduzir o consumo de energia aumentando sua produtividade. Tais métodos sustentáveis resultam na melhoria do meio ambiente, pois aoreduzir os custos operacionais, reduzem o desperdício e consequentemente o impacto ambiental. Assim, o uso racional da energia elétrica traz benefícios para a qualidade de vida da sociedade em geral. OBJETIVO GERAL Reduzir os gastos com energia elétrica no Campus Sede da UNIFAL-MG – Alfenas/MG. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analisar os gastos com energia elétrica no Campus Sede da UNIFAL-MG dos anos de 2010 e 2011, afim de verificar se os maiores valores de consumo são encontrados nos períodos letivos ou período de férias, considerando assim os gastos dos laboratórios de pesquisa; Identificar as atividades e equipamentos responsáveis pelo consumo de energia; Desenvolver programas para reduzir esse consumo; Após aplicação dos programas, comparar a redução, calculando a economia de energia da faculdade após a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (ENERGIA). METAS Reduzir o consumo de energia elétrica pela metade nos períodos de férias, em um ano a partir do início do ano letivo em 2014. Reduzir 25% do consumo de energia elétrica em 1 ano a partir do início do ano letivo em 2014. LEVANTAMENTO DE DADOS Os dados foram coletados na reitoria de Planejamento de Obras, Contabilidade e Graduação da UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS. Os dados coletados abordam os valores brutos das contas de energia elétrica pagas pela faculdade onde são considerados os prédios privados e serviços terceirizados, as obras realizadas no período de 2010 e 2011 que englobam a transferência da biblioteca pra dentro do campus, a mudança da reitoria e a construção de mais salas de aula.Além de considerar o numero de alunos durante os dois anos em estudo. O ano de 2012 não foi considerado em virtude de ter sido um ano atípico com um período aproximado de 100 dias de greve que caracterizam uma situação anormal onde foram intensificadas as pesquisas enquanto as aulas estiveram suspensas. Valores encontrados no ano de 2010: SEMESTRE QUANTIDADE DE ALUNOS PRIMEIRO 4107 SEGUNDO 4183 Fazendo uma média da quantidade de alunos ao longo do ano de 2010 tem-se cerca de 4145 alunos. Valores encontrados no ano de 2011 SEMESTRE QUANTIDADE DE ALUNOS PRIMEIRO 4785 SEGUNDO 4856 Fazendo uma média da quantidade de alunos ao longo do ano de 2011 tem-se cerca de 4819 alunos. DISCUSSÃO Durante o ano de 2010 estiveram regularmente matriculados na universidade cerca de 4145 alunos e consumo médio de energia elétrica durante os meses letivos foi de 133022,23 KW/H superior em 25% do consumo médio encontrado durante as férias que foi de 98816,67 KW/H. Isso significa que a maior demanda de energia está concentrada nas áreas de livre acesso de todos os alunos, aqui consideradas como HALL do V, Corredores e salas de aula de todos os prédios, bebedouros, ventiladores e demais equipamentos que todos os alunos têm acesso. Porém quando consideramos o consumo de férias devemos levar em consideração que grande parte dos alunos não estão na faculdade e que assim os laboratórios representam um grande custo pra universidade já que mesmo com poucos alunos eles apresentam somente 25% de redução no consumo de energia. Já durante o ano de 2011 estiveram regularmente matriculados na universidade cerca de 4819 alunos e o consumo médio de energia elétrica durante os meses letivos foi de 157266,67 KW/H superior em 20% do consumo médio encontrado durante as férias que foi de 1246016,67. Isso significa que a maior demanda de energia está concentrada nas áreas de livre acesso de todos os alunos, nesse caso consideradas a Biblioteca (que começou a funcionar dentro do Campus Sede), HALL do V, corredores e salas de aula de todos prédios, bebedouros, ventiladores e demais equipamentos que todos os aluno têm acesso. Embora seja pouco representativa a diferença de 5% no consumo das férias dos dois anos considerados pode se atribui-la a realocação da Biblioteca e Mudança da Reitoria para o prédio novo O que foi inaugurado em 2011, pois mesmo durante as férias os alunos de pesquisa utilizaram a biblioteca, o que representou um custo a mais para a universidade. Quando se considera a quantidade de alunos também pode-se justificar as diferenças entre os valores médios dos dois anos pois, de um ano para o outro houve um aumento de 674 alunos na universidade o que representa aproximadamente 15% na quantidade de alunos dentro das salas de aula, utilizando os laboratórios, utilizando os computadores, utilizando os bebedouros e etc. Entretanto os valores em reais não podem ser totalmente considerados pois aqui não foram relevadas as taxas de cobrança por KW/H, que sofreram alterações de um ano para outro, somente foi considerado o consumo. ATIVIDADES E EQUIPAMENTOS QUE CONSOMEM ENERGIA Iluminação Ar-condicionado Uso excessivo de geladeiras e freezers nos laboratórios Aparelhos ligados nos laboratórios Aparelhos antigos Fiação antiga Uso de bebedouros Uso de benjamins (biblioteca) Uso de elevadores Uso de computadores nas salas de informática Reformas futuras ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS O aspecto ambiental de todas as atividades citadas é o consumo de energia elétrica. Já o impacto ambiental está relacionado ao esgotamento de recursos naturais não renováveis. PROGRAMAS Iluminação PROGRAMAS: Sensor de presença em áreas comuns (corredores, escadas, halls, banheiros, etc.); Limpeza periódica das lâmpadas para permitir máxima reflexão da luz; Redução da quantidade de luzes desnecessariamente acesas na biblioteca durante o dia; Manutenção dos quadros de luz, Implementação de ronda nas salas de aula nos horários de término das atividades para apagar luzes e desligar aparelhos. Ar-condicionado O ar-condicionado é um dos maiores responsáveis por grande parcela de energia consumida na Universidade. PROGRAMAS: Preferência por equipamentos Classe A, os quais apresentam menor consumo de energia; Limpeza periódica dos filtros dos aparelhos, uma vez que a sujeira compromete o rendimento; Limitação de seu uso apenas aos locais ocupados; Desligamento dos aparelhos em dias frios. Uso excessivo de geladeiras e freezers nos laboratórios PROGRAMAS: Implementar obrigatoriedade de limpeza periódica de geladeiras e freezers, descartando reagentes e materiais que não são mais utilizados; Manutenção periódica desses equipamentos; Aparelhos ligados nos laboratórios PROGRAMAS: Conscientização dos usuários dos laboratórios sobre a importância de manter o aparelhos desligados (inclusive fora da tomada) quando estes não estiverem sendo utilizados. Aparelhos antigos Aparelhos antigos consomem mais energia em relação aos aparelhos modernos, que apresentam maior performance e eficiência. PROGRAMAS: Substituição de aparelhos antigos (como microscópios, geladeiras, etc.) por outros mais modernos. Fiação antiga Fiações antigas proporcionam perda de energia,aumento assim o consumo. PROGRAMAS: Substituição de fiação antiga por fiação nova. Uso de bebedouros PROGRAMAS: Limpeza periódica do condensador do bebedouro; Desligamento dos bebedouros no período da noite (após as aulas) e finais de semana, pelo menos nos pavimentos exclusivamente de salas de aula. Uso de benjamins (biblioteca) Tomada quente é sinônimo de desperdício, o uso de benjamins sobrecarrega as tomadas, aquece os fios desperdiçando energia elétrica e pode causar acidentes. PROGRAMAS: Instalação de mais tomadas da biblioteca Utilização de elevadores PROGRAMAS: Campanha de conscientização para que as pessoas prefiram utilizar as escadas; Concentração de serviços de maior procura nos pavimentos inferiores. Uso de computadores nas salas de informática PROGRAMAS: Instalação de sistemas que desliguem o monitor sempre que o computador não estiver em modo de espera (por exemplo o Programa Energy Star). Reformas futuras. PROGRAMAS: Construção de prédios com grande quantidade de vidros. PROGRAMAS ADICIONAIS A SEREM IMPLANTADOS Programas de Conscientização Ambiental Elaboração e distribuição de cartilhas como Manual de Economia de Energia; Disponibilizar a cartilha online, no site da UNIFAL; Exibição de palestras de conscientização; Realização de cursos para os funcionários. Criação de Sistema de Créditos Considerando que as contas são divididas por prédios, os institutos que mais reduzirem o consumo terão sua redução convertida em verbas para o próprio instituto, para aplicação em melhorias, pesquisa, etc. Comissão Fiscalizadora Criação de Comissão de energia, na qual participariam tanto discentes quanto docentes, responsáveis por monitoramento e acompanhamento mensal dos programas, para fiscalizar se os objetivos e as metas estão sendo atendidos; Desenvolvimento de Bolsa de Extensão para os discentes participantes; Fornecimento de horas formativas para os discentes participantes; Renovação semestral da Comissão, para que os alunos novos possam participar. Escolha de dois membros por instituto para composição da Comissão, tornandoa multidisciplinar. Comunicação Criação de informativos online para expor as contas e possíveis reduções mensalmente. CONCLUSÃO Com esse trabalho foi possível observar que a Universidade tem gastos exorbitantes pela falta de conscientização de todas as pessoas que trabalham, estudam, realizam pesquisas e etc. em seu interior. E que esse quadro necessita de mudanças imediatas. Portanto com algumas das medidas que propusemos e um pouco de investimento é possível reverter essa situação. Achamos que esse trabalho deveria ir além de uma simples atividade, mas sim que ele seja implantado pois existem vias para isso. E a UNIFAL se tornaria uma instituição diferenciada servindo de modelo para as demais quanto a otimização e eficiência energética. Essa iniciativa poderia se reverter em benefícios, pois se encaixa em alguns programas do governo direcionados para a Economia de Energia, além de diminuir a demanda energética e proteger o meio ambiente. Referências Bibliográficas http://www.pucrs.br/biblioteca/manualuse.pdf TAUCHEN, J.; BRANDLI, L. L. Gestão ambiental em instituições de ensino superior: modelo para implantação em campus universitário. 2006